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Monografia Artur Felipe - Minirreforma Eleitoral 2015 (086) OK

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ARTUR FELIPE DE MATOS MOULIE RODRIGUES
 
PRINCIPAIS ASPECTOS DA MINIRREFORMA ELEITORAL COMPREENDIDA NA LEI 13.165/2015
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
CAMPO GRANDE - MS
2016
ARTUR FELIPE DE MATOS MOULIE RODRIGUES
PRINCIPAIS ASPECTOS DA MINIRREFORMA ELEITORAL COMPREENDIDA NA LEI 13.165/2015
Monografia apresentada à Universidade Católica Dom Bosco, Curso de Direito, sob a orientação temática do Profº Eurídio Ben Hur Ferreira e metodológica da Profª. Drª. Arlinda Cantero Dorsa, para efeito de avaliação na disciplina de Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Jurídico.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
CAMPO GRANDE - MS
2016
Este documento corresponde à versão final da monografia intitulada PRINCIPAIS ASPECTOS DA MINIRREFORMA ELEITORAL COMPREENDIDA NA LEI 13.165/2015 e apresentada por ARTUR FELIPE DE MATOS MOULIE RODRIGUES à Banca Examinadora do curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco, tendo sido considerado aprovado.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof. Euridio Ben Hur Ferreira 
Orientador
___________________________________
 Prof.ª Maria Teresa de Mendonça Casadei
Examinadora
__________________________________________
 Prof. João Paulo Sales Delmondes
Examinador
Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo.
Mas é necessário ter pessoas para transformar o seu sonho em realidade.
(WALT DISNEY)
A Deus, nosso pai celestial, que a cada amanhecer nos proporciona um novo recomeço. Sem ele eu não teria forças para vencer esta batalha.
Aos meus pais, pelo apoio nos momentos mais difíceis e amor incondicional. Eles são a base na minha vida, são meus maiores exemplo de amor e honestidade. 
As minhas irmãs e cunhados, por todo o apoio, companheirismo, fidelidade e amor.
À minha namorada Maressa Sampaio, companheira e incentivadora deste trabalho, cúmplice de meus sonhos e desafios.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por me proporcionar os melhores meios, os melhores métodos e apoiadores para a efetiva conclusão deste trabalho. Sem a fé que nele possuo, não seria capaz de concluir este trabalho.
Ao Profº Euridio Ben Hur Ferreira e a Profª. Drª. Arlinda Cantero Dorsa, por serem exemplos de carinho e amizade, sempre presentes na minha caminhada acadêmica, dos primeiros semestres ao último. Dedicação é uma palavra que resume o caráter impar que estes mestres possuem. Agradeço por compartilharem de seus conhecimentos, experiências e incentivar a minha conquista. 
Não posso me esquecer de agradecer a todos os professores que influenciaram na minha formação, não apenas acadêmica, mas como ser humano. Sei que hoje concluo meu curso de direito e não sairei apenas um bacharel, e sim um ser humano melhor. Muito obrigado, por tudo!
Agradeço também aos meus colegas de turma, afinal passamos juntos por dificuldades e desafios, em especial a Isabela Corrêa, Maressa Harfouche, Marina Marcato, Patrícia Sisti e Roberto Nascimento. Tenho certeza que seremos maiores que nossos sonhos, e nossa amizade será para sempre. Mesmo que o tempo venha a nos distanciar, em nossa memória estará os momentos felizes e até os difíceis que passamos juntos no decorrer do nosso curso. 
Agradeço também a todos os amigos e familiares que mesmo distantes me fortaleceram com orações e reflexões.
RODRIGUES, Artur Felipe de Matos Moulie. Principais aspectos da minirreforma compreendida na Lei 13.165/2015. Monografia. Curso de Direito. Universidade Católica Dom Bosco.
RESUMO
O objetivo geral do presente trabalho é estudar as principais alterações oriundas da Minirreforma Eleitoral ocorrida em 2015 (Lei 13.165/15), que já serão válidas para as eleições de 2016. Tal reforma tem influência no processo eleitoral e alcançará não apenas os candidatos a algum cargo político, mas também aos eleitores. Para efetivo aprendizado acerca da matéria não se pode deixar de lado o breve aprendizado sobre o Direito Eleitoral Brasileiro e seus princípios. Este trabalho monográfico propõe-se a apresentar aos cidadãos e eleitores as referidas alterações promovidas, mudanças que vieram com o objetivo principal de diminuir os gastos nas eleições. Faz-se, uma análise sobre as principais reformas em cada uma das leis que a Minirreforma Eleitoral atingiu: o Código Eleitoral (Lei 4.737/65), a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95), e também a Lei das Eleições (Lei 9.504/97), esta de forma mais intensa e sistemática. Em suma, ainda tem muito para se mudar. Esta minirreforma eleitoral de 2015 veio com o objetivo principal de diminuir os gastos nas campanhas eleitorais e aproximar os eleitores de seus candidatos, principalmente no que se refere à fiscalização dos movimentos dos governantes, parlamentares e demais membros dos poderes que nós elegemos. Conclui-se que ainda tem muito a se mudar na política brasileira, e a Minirreforma Eleitoral de 2015 apresenta-se como o marco inicial do que se espera ser uma revolução política.
PALAVRAS-CHAVE: Minirreforma Eleitoral, Direito Eleitoral, eleições, candidatos, processo eleitoral
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	9
1. DIREITO ELEITORAL E SUA BASE CONSTITUCIONAL	12
1. Do Objetivo do Direito Eleitoral	16
1. Dos Princípios Norteadores do Direito Eleitoral	18
2.2.1 Principio Da Anualidade ou da Anterioridade da Lei Eleitoral	18
2.2.2 Principio da Celeridade	18
2.2.3 Principio da Isonomia de Oportunidade	19
2.2.4 Principio da Responsabilidade Solidária entre Candidatos e Partidos Políticos	20
1. FINALIDADES DA MINIRREFORMA ELEITORAL DE 2015	23
2. Da Proposta de Emenda a Constituição (PEC nº 113A/2015)	24
2. Comentários Gerais Relativos à Minirreforma Eleitoral	25
3.2.1 Do Registro Das Candidaturas	26
3.2.2 Do Financiamento e Prestação de Contas da Campanha	26
3.2.3 Da Propaganda Eleitoral	27
3.2.4 Disposições da Lei das Eleições	27
3.2.5 Da Lei dos Partidos Políticos	27
3.2.6 Do Código Eleitoral	28
1. DAS ALTERAÇÕES RELATIVAS À LEI DAS ELEIÇÕES (LEI Nº 9.504/97)	29
3. Dos Prazos nas Eleições	29
4.1.1 Do Prazo para as Convenções Partidárias	29
4.1.2 Prazos para Filiação Partidária e Domicilio Eleitoral	30
4.1.3 Da Quantidade de Candidatos a Vereador	31
4.1.4 Registro de Candidatos	33
4.2 Dos Financiamentos de Campanhas e da Prestação de Contas Eleitorais	33
4.2.1 Dos Limites de Gastos na Campanha	36
4.3 Do Registro Impresso do Voto	37
4.4 Da Propaganda Eleitoral	38
4.4.1 Da Propaganda Eleitoral Antecipada	39
4.4.2 Da Propaganda Eleitoral em Bens Particulares	40
4.4.3 Da Propaganda Eleitoral Gratuita no Radio e na Televisão	41
4.4.4 Da Propaganda Eleitoral na Internet	43
4.5 Conclusões a cerca das alterações na Lei das Eleições	44
1. DAS ALTERAÇÕES REFERENTES À LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI Nº 9.096/95) E NO CÓDIGO ELEITORAL (LEI Nº 4.737/65)	45
4. Das Mudanças na Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95)	45
5.1.1 Do Período de Comprovação de Filiação a Partido Novo	46
5.1.2 Das Janelas Partidárias	47
5.2 Das Alterações ao Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65)	47
5.2.1 Da Emissão de Passaporte ou carteira de identidade	48
5.2.2 Do Voto em Trânsito	48
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS	51
1. REFERÊNCIAS	53
INTRODUÇÃO
Uma reforma eleitoral no mês de setembro de 2015 promoveu uma grande mudança no direito eleitoral e esta veio ao encontro de mudanças especificas para o pleito de outubro de 2016. O tema deste trabalho tem por objetivo estudar um pouco sobre o direito eleitoral brasileiro, tendo como principal enfoque esta minirreforma eleitoral. Mudanças são sempre essenciais para o bem estar social, afinal estamos cotidianamente em transformações. Não é interessante que a sociedade evolua, e as leis continuem iguais. As mudanças ocorridas são necessárias para um melhor desenvolvimento do nosso país.
Conforme vemos atualmente, nosso país passa por constantes crises políticas que poderiam ser evitadas se o eleitor tivesse maior preocupação e interesse em saber um pouco sobre a vida dos candidatos antes das eleições. Referidas crises políticas, levaram a população brasileira a, literalmente, ir às ruas noano de 2013, protestando por seus direitos. Desse modo levaram o legislador a se questionar sobre a reforma política brasileira.
Nossos problemas atingiram um nível tão alarmante, tão inaceitável e insustentável, que os próprios parlamentares admitiram a necessidade de mudanças. O alto custo das campanhas eleitorais, a falta de fiscalização, o excesso de candidatos eleitos através do quociente partidário, tudo foi motivo para que essa reforma ocorresse, o que de fato ocorreu.
Manterei um pensamento do filósofo grego da antiguidade Platão[footnoteRef:2], para conduzir este trabalho, quando afirma que “[...] O maior castigo consiste em ser governado por alguém ainda pior do que nós, quando não queremos ser nós a governar [...]”. [2: PLATÃO. A República. Livro I. São Paulo: Atica, 1989. p. 30
] 
Desta forma, não quero aqui mostrar que somos obrigados a participar fervorosamente na comunidade política, mas que ao menos saibamos em quais mãos colocamos o futuro de nossa nação.	
A Lei 13.165[footnoteRef:3] trouxe mudanças significativas no que se refere ao direito eleitoral brasileiro. Mudaram alguns aspectos do Código Eleitoral (Lei 4.737/65), a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95), e também a Lei das Eleições (Lei 9.504/97), esta de forma mais intensa e sistemática. [3: BRASIL. Lei nº 13.165 de 29 de setembro de 2015. Brasilia, DF: Senado Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13165.htm Acesso em 01 de março de 2016] 
Em uma análise rápida as mudanças no processo eleitoral, destaca-se a maior fiscalização nos gastos das campanhas, uma fiscalização de doação de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais, uma punição ao candidato que se rejeitar a prestar contas de campanha e até mesmo, a diminuição no período da propaganda eleitoral em rádio e TV que de 45 dias passa a ser de 35 dias.
O trabalho consiste em mostrar, de forma clara, objetiva e rica em detalhes cada um dos aspectos mais importantes da minirreforma, para que seja de entendimento de todos os eleitores independentemente do seu grau de formação.
A minirreforma eleitoral nos proporciona muitas formas de termos uma eleição mais limpa e prestigiar o voto de cada eleitor da maneira correta. Além do tão falado veto presidencial sobre a doação por pessoas jurídicas nas eleições, temos também a chamada barreira mínima que, em síntese, garante que candidatos que não tiverem um número mínimo de votos, não poderão ocupar cargos, mesmo que o partido tenha tido um número elevado de votos. 
Muitas outras mudanças ocorridas também garantirão que as eleições possam ser mais claras e de fácil entendimento ao cidadão.
Motivo-me pelo pensamento de que quanto maior a eficácia no processo eleitoral, menor serão os problemas nas gestões de governo. Para que assim possamos nos distanciar do que alarmantemente vivenciamos nos tempos de hoje.
Nunca estive envolvido ativamente no meio político, porém com esta oportunidade de elaboração de trabalho jurídico, sinto-me no dever de como cidadão e futuro operador do direito, aprofundar e me capacitar para poder apresentar da melhor forma as mudanças nas leis eleitorais.
Nos próximos capítulos serão abordadas as referidas reformas no processo eleitoral, a importância de se ter uma legislação para as eleições, as minirreformas que ocorreram antes da de 2015 e os princípios que circundam o processo eleitoral como um todo. A partir do terceiro capitulo será enfocado as alterações ocorridas no atual procedimento eleitoral, que já será utilizado no pleito de 2016. Neste terceiro capitulo será abordada as reformas ocorridas na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), esta que é sem duvidas a mais importante para o desdobramento de uma eleição, e por este motivo foi a que mais apresentou alterações. 
Já o capitulo 04, se referirá as alterações pertinentes a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.095/95) e no Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), estas que também sofreram alterações, porém em menor proporção. 
37
1. DIREITO ELEITORAL E SUA BASE CONSTITUCIONAL
Para se iniciar os estudos, é importante salientar que assim como os demais ramos do direito, o Direito Eleitoral também retira seu fundamento de validade da nossa lei fundamental, ou seja, da Constituição Federal promulgada em 05 de outubro de 1988. 
É muito difícil estudar a democracia, ou mesmo pensar em estado de Direito sem falar de Direito Eleitoral. Este ramo do direito é muito pouco trabalhado, porém de uma enorme importância para pensarmos em uma República Democrática.
Uma república implica a possibilidade de qualquer pessoa ter acesso ao cargo público, ou seja, que qualquer pessoa possa exercer esta tarefa de governar o Estado seja em âmbito federal, estadual ou municipal. Desta forma, a república se contrapõe à monarquia. Não é o fato de nosso país não ter um rei, que faz dele uma república. Vale ressaltar que a idéia de república é muito mais exigente que isto. A idéia de república implica que o exercício do poder político se de com base na busca do interesse público, do bem comum. 
O Art. 3º da Constituição Federal Brasileira[footnoteRef:4] estabelece quais são os objetivos fundamentais da república. O mais forte deles, onde pode se analisar a essência do estado brasileiro e como devem atuar os governantes, é o da construção de uma sociedade livre, justa e solidária, pois sem estes requisitos não poderíamos dizer que vivemos em um Estado republicano. [4: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 01 março de 2016.
] 
Além desta idéia de república que terá relação com o conteúdo do exercício do poder político, a república também vai exigir a eleição para o exercício dos cargos públicos e é assim que vamos enfrentar esta relação intrínseca com a idéia do direito eleitoral. 
O direito eleitoral vai estabelecer regras, institutos e a forma como as eleições vão ocorrer, deste modo ele terá o papel de garantir a qualidade democrática. 
Seria democrático apenas existirem eleições? E se pensarmos em eleições com um partido único? Ou com um governante que esta no poder a mais de 30 anos, fazendo sucessivas reeleições, por exemplo? É claro que não são questões favoráveis para o requinte democrático. A democracia vai exigir alguns elementos para a sua existência, e que sem eles se mostrará uma democracia falseada. 
Para Pedro Lenza[footnoteRef:5] pode-se classificar os regimes democráticos em três espécies: [5: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado – 16 ed. rev. , atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2012. P. 1121.] 
· Democracia Direta, em que o povo exerce por si o poder, sem intermédios, sem representantes;
· Democracia Representativa, na qual o povo, soberano, elege representantes, outorgando-lhes poderes, para que, em nome deles e para o povo, governem o país;
· Democracia Semidireta ou Participativa, um “sistema hibrido”, uma democracia representativa, com peculiaridades e atributos da democracia direta, a qual, conforme observação de Monica de Melo, constitui um mecanismo capaz de propiciar, “além da participação direta, concreta do cidadão na democracia representativa, controle popular sobre os autos estatais”.[footnoteRef:6] [6: Revista da PGE/SP, 336, dez. 1993. Disponível em: http://pedrolenza.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html Acesso em: 20 de junho de 2016.] 
Alguns dizem que no Brasil o povo delega o exercício do poder para os representantes políticos. A democracia brasileira garante ao povo não somente a escolha do governante, ou da elite que governara o Estado, permite também que o povo decida diretamente como deve ser exercido o poder do estado. 
Visto isto concluímos que a espécie de democracia presente em nosso país é a Democracia Semidireta. Esta que abrange o poder do povo, porém com representantes eleitos para governar em nome deles. Esta afirmação se concretiza ao observar o parágrafoúnico do art. 1.º da Constituição Federal[footnoteRef:7]: [7: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 01 março de 2016.] 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
(grifo nosso)
E não é só isso, a Constituição Federal ainda orienta as técnicas a ser utilizadas para a participação direta da população. Com base no inciso LXXIII do Art. 5.º da CF[footnoteRef:8], “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. [8: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 01 março de 2016.] 
Além disso, o Art. 14 do mesmo dispositivo nos orienta sobre a soberania popular, que deverá ser exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, mediante plebiscito, referendo ou iniciativa popular.
André Puccinelli Júnior[footnoteRef:9] sustenta que o plebiscito é uma técnica própria da Democracia Semidireta, na qual o cidadão é consultado sobre a criação, supressão ou modificação de certos institutos ou acerca da regulamentação de determinado assunto de interesse coletivo, manifestando-se de forma vinculante e direta sobre o objeto consultado. [9: PUCCINELLI JUNIOR, André. Curso de direito Constitucional – 2. Ed. – São Paulo: Saraiva: 2013.] 
Sob essa ótica Lenza[footnoteRef:10] se refere ao plebiscito como sendo o instrumento de consulta prévia a população sobre determinada decisão, ou seja, primeiro consulta o povo para só então se tomar uma decisão política, ficando o governante condicionado ao que for deliberado pelo voto do povo. [10: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado – 16 ed. rev. , atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2012.] 
Pode-se concluir então que o plebiscito, se utilizado de maneira correta pode fazer um bem imensurável para a Democracia de um País, fazendo com que a vontade do povo prevaleça nas decisões políticas a serem tomadas. 
O instituto do referendo é também uma forma de consulta popular, e por sua vez, é muito parecido com o plebiscito. Porém ambos os institutos não se confundem uma vez que o plebiscito é de consulta prévia e o referendo de consulta posterior a decisão política.
Para Schumpeter[footnoteRef:11], o papel do povo é produzir um governo através do sistema eleitoral, e as proposições sobre o funcionamento e os resultados do método democrático não se devem deter na “volonté générale”, já que o método eleitoral é “praticamente o único disponível a comunidades de qualquer tamanho”, no sentido de decidir quem será a pessoa na liderança. Democracia, nessa perspectiva, “[...] significa apenas que o povo tem a oportunidade de aceitar ou recusar as pessoas designadas para governá-lo”. [11: SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, Socialismo e Democracia. Tradução de Sérgio Góes de Paula. Rio de Janeiro: Zahar, 1984, p. 336- 355.] 
Pode-se parecer um pouco antipático, mas muitos doutrinadores têm enfrentado a democracia a partir deste ponto de vista, de que na verdade o acesso do povo ao poder nada mais é que o acesso do povo a urna. Não tendo assim o papel de preencher a vontade do Estado de maneira direta, nem mesmo o papel de ocupar aquele espaço do poder, ou seja, simplesmente decidindo quem estará a frente do povo.
Quando o estado brasileiro é restituído pela Constituição de 1988, não estamos apenas diante de um renascer do estado. Ou seja, ele faz de fato um grande salto qualitativo. Não precisamos apenas de eleições limpas e autenticas, precisamos de um cidadão que seja capaz de apresentar as suas idéias e formar as vontades do estado. Desta forma o cidadão não terá apenas direitos, ele terá também deveres! Terá o dever de ser vigilante do exercício do poder político e desta forma contribuir para uma democracia autentica.
Vale lembrar que a maioria dos cidadãos não pode decidir e tomar todas as decisões políticas. Conforme a idéia de pluralismo político, estabelecido no texto constitucional, a maioria não pode calar os direitos da minoria. Desta forma nem sempre o critério majoritário será o definitivo para a democracia, que exigirá mais que o consenso da maioria da população.
Ao citar Norberto Bobbio, Vanderlei Antônio Correa[footnoteRef:12] em seu artigo nos mostra que “A evolução tecnológica deveria permitir aos cidadãos maior controle sobre os governantes, mas o que se revela é o contrário: a tecnologia possibilita o máximo controle dos cidadãos por parte de quem detém o poder.” [12: CORRÊA, Vanderlei Antônio. A democracia moderna na concepção de Norberto Bobbio. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2671, 24 out. 2010.] 
Pode-se entender que o uso da tecnologia, em certos casos, poderia influenciar um melhor aproveitamento da democracia, se fosse utilizado de maneira correta e para monitorar os detentores do poder no exercício de suas atribuições.
Vale ressaltar que em um curto intervalo de tempo a tecnologia evolui de uma forma catastrófica e que tudo se pode ver, ouvir e saber em um piscar de olhos. Não seria vantajoso e gratificante ter um contato direto com o poder legislativo, e assim verificar a atuação dos nossos governantes? Não seria esta uma solução para se evitar abusos dos que tem poder?
Nas palavras de Correa[footnoteRef:13]: [13: CORRÊA, Vanderlei Antônio. A democracia moderna na concepção de Norberto Bobbio. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2671, 24 out. 2010.] 
“Bobbio sustenta ainda que a regra da maioria é apenas um artefato utilizado para o cálculo dos votos e que, para o bom funcionamento da democracia, os representantes eleitos não podem exercer mandatos vinculados a interesses particulares. O autor ressalta que é imprescindível que haja ampla divulgação dos atos de governo e adverte: para que o poder estatal esteja em consonância com as vontades dos governados, é preciso que ocorra uma educação para a cidadania.” 
É importante que tenhamos em mente, que para um melhor aproveitamento da democracia os governantes não poderão ter em suas diretrizes o pleno aproveitamento individual, ou seja, não é interessante que estes queiram apenas o que lhes convenham, mas que busque o bem comum.
Uma democracia ideal seria a que o cidadão não estivesse apenas vinculado ao seu direito de votar a cada 2 anos, mas estivesse atentos também ao exercício do mandato dos representantes. Este modelo democrático, a meu ver, poderia enriquecer a democracia. 
Para não nos restar duvida sobre o poder do povo, o art. 2º do Código Eleitoral[footnoteRef:14] preconiza que: “Todo poder emana do povo e será exercido em seu nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis especificas”. [14: BRASIL, Código Eleitoral. Publicada no DOU de 19.7.1965; retificada no DOU de 30.7.1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737.htm Acesso em 01 de março de 2016.] 
1.1. Do Objetivo do Direito Eleitoral
Como já vimos o papel do direito eleitoral vai muito além das urnas, ou seja, muito alem do dia da votação. E é por este motivo que deve ser levado a serio na hora de estudar este ramo do direito. 
Conforme nos mostra Roberto Moreirade Almeida[footnoteRef:15] (2016), o direito eleitoral abrange a organização da Justiça e do Ministério Publico Eleitoral, as diversas fases do processo eleitoral (constituída pelo alistamento eleitoral, a convenção partidária, o registro de candidatos, a propaganda eleitoral, os atos preparatórios à votação, a votação, a apuração e a diplomação dos eleitos), a estruturação dos partidos políticos, a fixação das regras de competência e procedimentos em matéria eleitoral, o estabelecimento de punições administrativas e criminais no âmbito eleitoral, além de muito mais matérias que nortearão as eleições e os pleitos eleitorais. [15: ALMEIDA, Roberto Moreira de. Curso de direito eleitoral – 10. Ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2016.] 
Um pouco mais direto Francisco Dirceu de Barros[footnoteRef:16] resume o objetivo do direito eleitoral em: “[...] estudo das normas e dos procedimentos que regulam o sufrágio e o voto popular, estabelecendo diretrizes para a consolidação do regime democrático”. [16: BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral – 12.ed. – Rio de Janeiro: Forense;São Paulo: Método, 2015.] 
Deste modo podemos concluir que apesar de parecer simples, o direito eleitoral regula uma série de procedimentos que tem por objetivo orientar os cidadãos brasileiros os caminhos para as eleições tanto para os eleitores, quanto para os candidatos.
De acordo com Pinto Ferreira[footnoteRef:17] a competência da Justiça Eleitoral cessa com a expedição do diploma aos representantes eleitos. Este é o pensamento de muitos autores, porem ao observar a Constituição Federal[footnoteRef:18] em seu Art. 14, §10º, pode-se constatar que há uma controvérsia. [17: PINTO FERREIRA. Código Eleitoral comentado. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 1990.] [18: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 01 março de 2016.] 
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
[...]
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.”
Visto isto, concluímos então que a competência da Justiça Eleitoral vai além da diplomação. Ou seja, até o transito em julgado do recurso contra diplomação.
1.2. Dos Princípios Norteadores do Direito Eleitoral
Primordialmente a palavra princípio diz respeito a tudo o que é fundamental, principal, essencial a algum fenômeno, que tem uma base sólida. Para Janio Quadros[footnoteRef:19] tal palavra é “ato de principiar; momento em que se faz alguma coisa pela primeira vez ou em que alguma coisa tem origem; causa primaria; origem; começo; razão fundamental (...)”. [19: QUADROS, Jânio. Novo dicionário prático da língua portuguesa, p. 923.] 
De fato, princípios são importantes para todos os ramos do direito, e não seria diferente para o direito eleitoral. Sendo assim apresento os princípios mais intrínsecos deste instituto jurídico.
1.2.1. Princípio da Anualidade ou da Anterioridade da Lei Eleitoral
Tal princípio está devidamente expresso no texto constitucional em seu Art. 16, que após a EC nº4 de setembro de 1993 passou a vigorar com a seguinte redação: “a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência."
Isto é, ao ser elaborada uma nova lei relativa ao processo eleitoral, esta só poderá ser exigida na eleição seguinte que ocorrer em um intervalo posterior de 1 (um) ano. Sendo assim, uma lei que modifique ou altere o processo eleitoral só produzirá efeito quando publicada no Diário Oficial da União um ano e um dia antes da data da respectiva eleição.
Ao mencionar o termo “lei” no artigo 16 o legislador não deixou claro o seu entendimento. Neste aspecto, Rodrigo Moreira Silva[footnoteRef:20] afirma que: “Trata-se neste caso, de lei em sentido amplo, ou seja, qualquer norma capaz de inovar o ordenamento jurídico”. [20: SILVA, Rodrigo Moreira da. Principio da anualidade eleitoral. Brasília: Revista Eletrônica EJE, nº4, ano 3, 2013] 
Vale notar que, não se trata de vigência, uma vez que esta tem vigência imediata, a data de sua publicação. Trata-se de eficácia, exigibilidade, ou seja, efeito prático.
1.2.2. Princípio da Celeridade
Este princípio está ligado à prioridade relativa ao direito eleitoral, uma vez que há a temporariedade do exercício dos mandatos eletivos. Deste modo, o Poder Judiciário deve sempre dar maior prioridade na apreciação dos feitos eleitoral, apenas ressalvado os casos de “habeas corpus” e de mandado de segurança por terem caráter imediato.
As singularidades deste princípio refletem de forma ampla no processo eleitoral, e desta forma faz com que o este ramo do direito tenha muitas particularidades. 
Em questão recursal a maioria devem ser interpostos no prazo de 5 dias definido no Código Eleitoral[footnoteRef:21] em seu Art. 258: “Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto em três dias da publicação do ato, resolução ou despacho”. [21: BRASIL, Código Eleitoral. Publicada no DOU de 19.7.1965; retificada no DOU de 30.7.1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737.htm Acesso em 01 de março de 2016.] 
Além disso, não cabe no direito eleitoral recorrer a órgão superior, quando a decisão for do TSE, uma vez que conste esta irrecorribilidade no texto constitucional, em seu Art. 121, § 3º: 
“Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
(...)
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança”.
1.2.3. Principio da Isonomia de Oportunidade
Também chamado de princípio da lisura das eleições, está expresso na Lei Complementar n° 64, de 1990, que em seu Art. 23:
“O Tribunal formará a sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e das presunções e prova produzida, atentando para as circunstâncias ou fatos, ainda que não alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público da lisura eleitoral.”
Cabe ao Ministério Público, a Justiça Eleitoral, aos Partidos Políticos e aos Candidatos assegurarem o principio da lisura das eleições, pois estes farão parte do processo eleitoral.
Almeida[footnoteRef:22] sustenta que: [22: ALMEIDA, Roberto Moreira de. Curso de direito eleitoral – 10. Ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2016. P. 50] 
“A garantia da lisura das eleições no Brasil está calcada na idéia de cidadania, de origem popular do poder e no combate à influencia do poder econômico ou político nas eleições”.
Deste modo, é evidente que o parágrafo 1º do Art. 1º da Constituição Federal também tem parcela garantida neste principio, por este tratar da soberania popular, ou como expresso no próprio dispositivo “o poder emana do povo”. Assim conclui o principio que todos os candidatos terão o seu poder por meio do voto do povo, através de uma eleição democrática em que todos os candidatos terão os mesmos direitos e garantias.
1.2.4. Princípio da Responsabilidade Solidária entre Candidatos e Partidos Políticos
Expresso no Art. 241 do Código Eleitoral o principio da responsabilidade solidária entre candidatos e partidos políticos, certifica que os excessos praticados através de uma propaganda eleitoral, serão de responsabilidade dos partidos políticos e por eles paga, porém será atribuída responsabilidade solidária aos candidatos e adeptos.
A Lei 13.165/15, ponto central de nosso estudo, trouxe alteração no que tange a responsabilidade solidária elencada na Lei 9.504/97, que trata sobre as Leis das Eleições, e em seu §11º do Art. 96 traz a seguintereforma:
“§ 11.  As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de disposições desta Lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da conduta, salvo quando comprovada a sua participação.” 
(Grifo nosso)
Isto é, tirou a responsabilidade dos partidos políticos, deixando-a para os candidatos as sanções referentes ao descumprimento da Lei das Eleições. Porém, se houver comprovado envolvimento do partido político pode a responsabilidade ser solidária.
Não podemos esquecer a responsabilidade por crimes penais no âmbito eleitoral, esta que está prevista no Art. 336 do Código Eleitoral:
“Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos artigos. 322, 323, 324, 325, 326, 328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz verificar, de acordo com o seu livre convencimento, se diretório local do partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de delito, ou dela se beneficiou conscientemente.
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena de suspensão de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada até o dobro nas reincidências.”
Ainda que expresso na Lei das Eleições que será responsabilizado os partidos se este concorrer para a prática de qualquer delito previsto em seu teor, Cezar Roberto Bitencourt[footnoteRef:23] referindo-se ao § 5º, do Art. 173[footnoteRef:24] da Constituição Federal afirma que sendo o partido político uma pessoa jurídica, a aplicação de qualquer sanção deverá ser compatível com a sua natureza jurídica e deste modo a responsabilidade penal continuará a ser pessoal. [23: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008, v. 1.] [24: § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.] 
Nas palavras de Bitencourt (2008, p. 231-232):
”Dessa previsão pode-se tirar as seguintes conclusões: 1ª) a responsabilidade pessoal dos dirigentes não se confunde com a responsabilidade da pessoa jurídica; 2ª) a Constituição não dotou a pessoa jurídica de responsabilidade penal. Ao contrário, condicionou a sua responsabilidade à aplicação de sanções compatíveis com a sua natureza.
Enfim, a responsabilidade penal continua a ser pessoal (art. 5º, XLV). Por isso, quando se identificar e se puder individualizar quem são os autores físicos dos fatos praticados em nome de uma pessoa jurídica, tidos como criminosos, aí sim deverão ser responsabilizados penalmente.”
Conclui-se então que tal reforma referente a estes artigos da Lei das Eleições, vieram com o intuito de não deixar dúvidas sobre a parte que será responsabilizada em caso de qualquer descumprimento da mesma lei. 
Anteriormente a esta reforma trazida, era possível o candidato deixar inclusive para os dirigentes de seu comitê eleitoral a responsabilidade, ou seja, o contador responsável pela campanha eleitoral poderia ser responsabilizado pela prática de uma infração. Agora não mais será assim, recaindo toda a responsabilidade para o candidato.
Neste sentido, é importante destacar que para o universo jurídico da campanha eleitoral, apesar da Lei não deixar expresso a obrigatoriedade da constituição do advogado, o Tribunal Superior Eleitoral na Resolução nº 23.463[footnoteRef:25], de 15 dezembro de 2015, em seu artigo 41, § 6º estipula a obrigatoriedade da constituição de advogado para a prestação de contas na campanha eleitoral. [25: BRASIL, Tribunal Superior Eleitoral. Resolução nº 23.463, de 15 de dezembro de 2015. Disponível em: http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2015/RES234632015.html Acessado em 31 de agosto de 2016.] 
Tal obrigatoriedade não é sinônimo de responsabilidade e sendo assim, mesmo o advogado fazendo parte de todas as contratações no período eleitoral, não deve ser ele responsabilizado por infrações cometidas contra a Lei.
2. FINALIDADES DA MINIRREFORMA ELEITORAL DE 2015
Apesar de um tema recente, esta não é primeira reforma que sofreu as legislações eleitorais, esta já é a 4.ª minirreforma eleitoral que foi aprovada pelo Poder Legislativo. Antes desta já ocorreu a edição das seguintes leis:
· Lei nº 11.300/2006, popularmente conhecida como 1.ª minirreforma;
· Lei nº 12.034/2009, 2.ª minirreforma;
· Lei nº 12.891/2013, 3.ª minirreforma.
Em 09 de setembro de 2015, por intermédio do Projeto de Lei nº 5.735/13 na Câmara dos Deputados e nº 75/15 no Senado Federal, que altera dispositivos da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), foi aprovada a chamada Minirreforma Eleitoral de 2015, que será objeto de estudo neste trabalho. 
As inclusões normativas promovidas nas referidas leis e as modificações ocorridas nas regras que se encontravam vigentes, serão brevemente avaliados, tendo em vista a sua relevância para toda a sociedade. Pouco se pode encontrar sobre o tema no universo jurídico, pois o Direito Eleitoral em si é um ramo raramente comentado. Contudo, não se deve esquecer que esta área do direito tem uma influente repercussão no exercício dos direitos políticos e nas regras processuais do direito eleitoral.
Conforme o Projeto de Lei nº 5.735/13[footnoteRef:26] da Câmara dos Deputados, que tem como autores os Senhores Ilário Marques (PT/CE), Marcelo Castro (PMDB/PI), Anthony Garotinho (PR/RJ) e Daniel Almeida (PCdoB/BA) o objeto desta proposição é reduzir os custos das campanhas eleitorais, simplificar a administração dos Partidos Políticos e incentivar a participação feminista. O projeto foi apresentado em 06 de junho de 2013, mas a sua redação final só foi aprovada em 09 de setembro de 2015. [26: DISTRITO FEDERAL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 5.735/2013. Altera dispositivos da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos) e da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições). Disponível em: www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=580148. Acesso em 01 jul. 2016. Texto Original.] 
Desse modo, conforme o disposto na carta constitucional, em seu Art. 16[footnoteRef:27], o principio da anualidade, foi regularmente obedecido, levando em conta o prazo de 01 ano que o artigo menciona para se poder aplicar a alteração no processo eleitoral em eleições. Sendo assim, em relação ao referido princípio, tratado no Capitulo 1, item 1.2.1, deste objeto de estudo, a Lei terá sua eficácia já nas eleições do ano de 2016, que será realizada em 02 de outubro de 2016, ou seja, mais de um ano após a sua aprovação. [27: Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.] 
Ocorre que, o pleito de 2016 será o primeiro que serão integralmente aplicadas as reformas referentes às Leis 12.891/13 e 13.165/15. Pois a reforma de 2013, não obedeceu ao prazo de 01 ano da eleição do ano de 2014, sendo assim, só será efetivamente aplicada nas eleições de 2016.
2.1. Da Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 113A/2015)
Em primeiro lugar, é importante que saibamos que esta Minirreforma Eleitoral de 2015 corresponde à parte infraconstitucional da reforma política, portanto requerida através de uma lei ordinária, fazendo com que o processo legislativo fosse mais simples e tivesse a sua conclusão em 09.09.2015. Porém ainda há discussões de reforma política, tramitando no Congresso Nacional, que engloba outros temas que são de competência constitucional, e só poderão sofrer alterações através de emenda à constituição.
Esta proposta de emenda constitucional, PEC nº113A/2015[footnoteRef:28], já foi concluída pela Câmara dos Deputados e atualmente nas mãos do Senado Federal, sob analise da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania). [28:DISTRITO FEDERAL. Senado Federal. Proposta de Emenda à constituição nº 113A, de 2015. Reforma as instituições político-eleitorais, alterando os Arts. 14, 17, 57 e 61 da Constituição Federal, e cria regras temporárias para vigorar no período de transição para o novo modelo, acrescentando o art. 101 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Disponível em: www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/124425. Acessado em 10 jul. 2016. Texto Original.] 
Esta PEC deverá ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados, casa que propôs a PEC, será a iniciadora. A outra será a revisora, no caso o Senado Federal. O ponto chave de uma emenda encontra-se na fase de votação. 
Segundo o parágrafo 2º[footnoteRef:29], do art. 60 da Constituição Federal, só será aprovada a emenda se obtiver o quórum de 3/5 da totalidade dos membros em dois turnos de votação nas duas casas do Congresso Nacional. Primeiro, na casa iniciadora, após a discussão, será aprovada se obtiver 3/5 dos votos. Sendo assim, para ser aprovada na Câmara dos Deputados Federais, deverá ter no mínimo 308 votos e, no Senado, no mínimo 49 votos. [29: § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.] 
Conforme explicação da ementa esta PEC, já aprovada pela Câmara dos Deputados, trata da:
· Reforma política e eleitoral que permite doações de pessoas físicas ou jurídicas a partidos e apenas de pessoas físicas a candidatos, nos limites da lei; 
· Proibição a reeleição para os cargos executivos; 
· Limitação o acesso aos recursos do fundo partidário e aos programas gratuitos de rádio e TV aos partidos que tenham elegido pelo menos um representante no Congresso Nacional na eleição anterior; 
· Redução as idades mínimas para o exercício de mandatos eletivos, exceto para Presidente e Vice-Presidente da República; 
· Redução dos requisitos para a apresentação de projeto de lei de iniciativa popular; 
· Estabelece que as Resoluções e atos normativos do TSE só terão eficácia após decorridos dezoito meses da data de sua vigência; 
· Determina a impressão e confirmação do voto pelo eleitor na urna eletrônica; 
· Veda a reeleição para os mesmos cargos nas Mesas da Câmara e do Senado; 
· Estabelece condições específicas de elegibilidade para policiais e bombeiros militares.
De um modo geral, o texto infraconstitucional, já aprovado, tem a pretensão de aperfeiçoar a legislação eleitoral e partidária vigente, trazendo alterações pontuais, sem se aprofundar em qualquer questão estruturante do sistema eleitoral e partidário vigente, embora tenha o legislador federal deixado, mais uma vez, de regulamentar dispositivos da legislação carentes de complementação, de modo a torná-los efetivos, principalmente os desprovidos de sanção.
2.2. Comentários Gerais Relativos à Minirreforma Eleitoral
O tema central deste trabalho é a Minirreforma Eleitoral, ou seja, a Lei 13.165 de 2015, texto infraconstitucional já aprovado e que trouxe varias mudanças para o processo eleitoral. O processo eleitoral mudou em vários aspectos que serão plenamente aprofundados no capitulo seguinte. 
É evidente que não será possível abordar artigo por artigo, mas sim uma visão geral a cerca das principais mudanças, que facilmente serão visíveis aos olhos dos cidadãos e eleitores para as eleições de 2016.
Como já dito anteriormente a Lei 13.165/15 trouxe alterações em três Leis que norteiam o Direito Eleitoral, sendo a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97); a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65).
Com o propósito de facilitar uma introdução ao tema, trouxe dividido por tópicos as principais alterações
2.2.1. Do Registro Das Candidaturas
Em relação ao registro das candidaturas é importante que saibamos sobre a alteração pertinente ao período estabelecido, além disso, houve também a diminuição do prazo para realização da convenção. E de acordo com a mudança ficará obrigado o partido a publicar uma ata referente à convenção.
Ainda houve mudança nos prazos de registro para vagas remanescentes, prazos para a formulação e o julgamento do registro, alteração também no número de candidatos a serem registrados, aferição da idade mínima e redução do prazo de filiação a partido político que antes era de 01 ano e agora de 06 meses.
2.2.2. Do Financiamento e Prestação de Contas da Campanha
Uma das principais preocupações da minirreforma eleitoral é a redução dos gastos nas campanhas eleitorais, e para que isso se efetive novas regras foram estabelecidas para fixação dos limites de gastos, administração financeira, abertura de conta bancária e doações.
Muitas foram as mudanças a fim de se tornar mais transparente a finalidade dos gastos, isso se refere também a divulgação imediata das doações recebidas, prestação de contas parcial, comprovação de gastos com passagens aéreas, transferência pelos partidos a candidatos de recursos oriundos de doação e vínculo empregatício na contratação de pessoal.
Além do mais, foi estabelecido novo prazo para apresentação das contas e para seu julgamento.
2.2.3. Da Propaganda Eleitoral
Uma das alterações que será facilmente visualizada pelo eleitor é a nova data de inicio da propaganda eleitoral, pois esta teve seu período reduzido. Além desta mudança algumas outras regras foram alteradas como o tamanho do nome do vice/suplente na propaganda, a configuração de propaganda antecipada, a alteração na regra da propaganda em bens públicos e assemelhados e em bens particulares.
Novas regras também foram estabelecidas para a circulação de carros de som e uso de trios elétricos, para as condutas vedadas às emissoras de rádio e televisão, regras sobre os debates eleitorais. Propaganda no rádio e televisão e distribuição do tempo entre os partidos e coligações, também sofreram mudanças, bem como a propaganda na internet e novas regras para despesas com publicidade dos órgãos públicos.
2.2.4. Disposições da Lei das Eleições
A Lei 13.165/15 dispõe na Lei das eleições que o TSE deverá divulgar comunicados, instruções e propaganda institucional. Uma mudança estabelecida pela alteração da lei é o voto impresso, ou seja, um comprovante que facilitara ao eleitor comprovar se o voto na tela é compatível com o voto impresso. Esta mudança esta prevista também na PEC n° 113A/2015.
2.2.5. Da Lei dos Partidos Políticos
As mudanças relativas à Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) tratam sobre novas regras para o registro do estatuto de partido no TSE, a perda do mandato por desfiliação sem justa causa, a prestação de contas anual, balancetes, prescrição e ausência de movimentação de recursos. Além de exame da prestação de contas, ausência de preclusão na prestação de contas e sanção por desaprovação das contas e por falta de prestação.
Um dos temas mais comentados referente a mudança desta lei é em virtude das doações de recursos financeiros e do incentivo a participação política das mulher.
2.2.6. Do Código eleitoral
Para Almeida[footnoteRef:30] (p. 41), o Código Eleitoral, dispõe acerca da organização e do exercício de direitos políticos, o direito de votar e ser votado, além de fixar diversas regras para o processo eleitoral. [30: ALMEIDA, Roberto Moreira de. Curso de direito eleitoral – 10. Ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2016] 
Esta lei por ser mais antiga já sofreu várias alterações e hoje difere bastante de sua forma inicial. Não é de se surpreender que a Minirreforma Eleitoral trouxe alterações também para o Código Eleitoral. 
Novas regras a respeito da convenção, formulação e julgamento dos pedidos de registro de candidatura e início da propaganda eleitora, regras sobre a renovação de eleição, sobre o voto em trânsito, e muitas outras.
Exposto isto, passamos a aprofundar mais no estudo das mudanças trazidas pela Lei 13.165 de 2015.
3. DAS ALTERAÇÕES RELATIVAS À LEI DAS ELEIÇÕES (LEI Nº 9.504/97)
Como vimos anteriormente, o Direito Eleitoralbrasileiro dispõe de três grandes leis para se regular. Ocorre que, antes da resolução da Lei das Eleições, esta que tem por finalidade estabelecer normas para as eleições, não havia um dispositivo único para as eleições. Ou seja, para cada nova eleição uma lei era elaborada, e após concluído o processo eleitoral esta era descartada. E assim ocorria em cada novo pleito.
Segundo as analises de Castro[footnoteRef:31] (2016, p.11): [31: CASTRO, Edson de Resende. Curso de direito Eleitoral: De acordo com a Lei da Ficha Limpa, com a Lei n. 13.165/2015 e com as Resoluções do TSE para as eleições de 2016 - 8. Ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2016] 
“A chamada Lei das Eleições (Lei n. 9.504/97) é, sem duvida, a mais recente conquista do Direito Eleitoral brasileiro e talvez o mais importante instrumento legislativo de que dispomos para enfrentar os novos desafios da disputa eleitoral”.
Conforme as pertinentes idéias de Castro, “rompendo com essa tradição, a Lei Eleitoral (...), foi aprovada com o enunciado “estabelece normas para as eleições”, e não mais “estabelece normas para as eleições de...”, deste modo a atual Lei das Eleições não tem uma eleição determinada para produzir eficácia. Esta por sua vez terá eficácia em todas as eleições posteriores a sua publicação.
Juntamente com o Código Eleitoral, a Lei das Eleições é quem estabelece as normas aplicadas às eleições. Por ter sido a lei que mais sofreu reformas, este capítulo tratará exclusivamente das alterações ocorridas nesta lei.
3.1. Dos Prazos nas Eleições
3.1.1. Do Prazo para as Convenções Partidárias
É relevante destacar que a convenção partidária é o momento inicial no processo eleitoral, pois é através desta que serão definidos os candidatos a disputa eleitoral. Neste aspecto os artigos 7º a 16 da Lei das Eleições trouxe algumas diretrizes a cerca das Convenções.
“Art. 7º As normas para a escolha e substituição dos candidatos e para a formação de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido, observadas as disposições desta Lei.”
A alteração relevante para esta matéria esta prevista no artigo 8º da mesma Lei. Tal mudança veio em razão da redução do período de campanha eleitoral, sendo assim o prazo para a realização das convenções partidárias foi alterado.
Quadro 01 – Alteração no Art. 8º da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 12 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em 24 (vinte e quatro) horas em qualquer meio de comunicação. 
	Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)	
Ao observarmos o disposto no § 1º, do Art. 8º, desta Lei, vemos que aos detentores de eletivo tem garantido o direito a disputar as eleições. Ou seja, a chamada Candidatura Nata. Contudo o STF na ADIN 2530-9 deferiu a medida cautelar para suspender a eficácia deste dispositivo. Desta forma não há de se falar em privilégio para os que já possuem cargos eletivos, e estes também deverão participar das convenções partidárias e ser escolhidos.
3.1.2. Prazos para Filiação Partidária e Domicilio Eleitoral
Segundo as analises de Ramos[footnoteRef:32] (2016, p.98) “os prazos de filiação partidária e domicilio eleitoral sempre estiveram juntos”. Ocorre que, com a Lei 13.165/15 algumas mudanças ocorreram e referidos prazos passaram a ter diferentes limites. [32: RAMOS, Alexandre. Manual das eleições 2016 – Leme: Ed. J. H. Mizuno, 2016] 
Antes da reforma eleitoral, para um eleitor poder se candidatar ao pleito, este deveria possuir domicílio eleitoral na circunscrição pelo menos um ano antes da eleição, além de estar com a filiação partidária deferida nesse mesmo prazo, conforme previsto no art. 9º, da Lei das Eleições. 
Em virtude a Lei 13.165/15 o prazo para domicílio eleitoral permanece sendo de um ano, porém o de filiação partidária passa a ser de 06 (seis) meses antes do pleito, diminuindo consideravelmente a exigência de tempo, já que o vínculo com o partido político poderá ser firmado pouco dias antes do pleito.
Para melhor demonstrar a mudança, segue abaixo o quadro explicativo.
Quadro 02 – Alteração no Art. 9º da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. 
	Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido no mínimo seis meses antes da data da eleição.	 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
3.1.3. Da Quantidade de Candidatos a Vereador
Pela nova disposição do art. 10 da Lei das Eleições, devemos inicialmente computar o número de eleitores de um determinado município, assim distinguimos entre municípios com mais ou menos de 100.000 eleitores. 
Para os municípios com mais de cem mil eleitores o registro de candidatos é permitido até um total de 150% (cento e cinqüenta por cento) do número de vagas para os partidos políticos ou coligações e o dobro (200%) para os municípios com menos de 100 mil eleitores. 
Ainda nas mutações do art. 10, o §5º trazido pela Lei 13.165/15 orienta aos partidos e coligações a possibilidade de preenchimento das vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito. Pela regra anterior esse prazo era de sessenta dias.
Essas mudanças pode-se observar no comparativo abaixo:
Quadro 03 – Alteração no Art. 10º da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, até cento e cinqüenta por cento do número de lugares a preencher.
§ 1º No caso de coligação para as eleições proporcionais, independentemente do número de partidos que a integrem, poderão ser registrados candidatos até o dobro do número de lugares a preencher.
§ 2º Nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder de vinte, cada partido poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital até o dobro das respectivas vagas; havendo coligação, estes números poderão ser acrescidos de até mais cinqüenta por cento.
§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de trinta por cento e o máximo de setenta por cento para candidaturas de cada sexo.
§ 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior.
§ 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até sessenta dias antes do pleito.
	Art. 10.  Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembléias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinqüenta por cento) do número de lugares a preencher, salvo: 
I - nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder a doze, nas quais cada partido ou coligação poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das respectivas vagas; 
II - nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderáregistrar candidatos no total de até 200% (duzentos por cento) do número de lugares a preencher. 
§ 1º (Revogado).  
§ 2º (Revogado).  
§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.  
§ 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior.
§ 5º  No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito.  
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
3.1.4. Registro de Candidaturas
Anteriormente o prazo limite para que os partidos e coligações solicitassem o registro de candidatura de seus candidatos era 05 de julho, agora com a Lei 13.165/15 o prazo passou para 15 de agosto. Tal mudança ocorreu devido a alteração do período de campanha eleitoral.
Quadro 04 – Alteração no Art. 11 da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
		Redação Atual
	Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições 
	Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
Além desta modificação, o § 2º do mesmo artigo também foi reformado. Esta nova alteração colocou fim a discussão a cerca do momento da aferição da idade mínima para concorrer ao cargo de vereador.
Quadro 05 – Alteração no § 2º do Art. 11 da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 11. (...) 
(...) 
§ 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse. 
	Art. 11. (...) 
(...) 
§ 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
3.2. Dos Financiamentos de Campanhas e da Prestação de Contas Eleitorais
A Lei 9.504/97 traz a partir do Art. 17 até o 32 as normas gerais de arrecadação e aplicação dos recursos, bem como a prestação de contas eleitorais. O caput do Art. 18 já nos garante que os limites de gastos de campanhas serão estabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral com bases nos parâmetros trazidos pela reforma na lei.
Acompanhando as idéias propostas por Reis[footnoteRef:33], o financiamento das campanhas eleitorais no Brasil é realizado por meio do sistema misto, no qual se admite o recebimento de recursos de origem privada e públicos. [33: REIS, Leandro Roberto de Paula. Eleições 2016: o que mudou com as minirreformas eleitorais de 2013 e 2015 – Leme: J. H . Mizuno, 2016.] 
Ocorre que estava havendo muitas criticas acerca deste modo de financiamento, ao ponto que as doações realizadas por empresas visavam conseguir licitações e contratos com a administração pública futuramente.
Observemos o quadro abaixo:
Quadro 06 – Inclusão do Art. 18-A e 18-B e alteração no Art. 20 da Lei 9.504/97
	Redação Anterior 
	Redação Atual
	Não havia art. 18-A. 
	Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas efetuadas pelos candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas. 
	Não havia art. 18-B. 
	Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico. 
	Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a administração financeira de sua campanha, usando recursos repassados pelo comitê, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas ou jurídicas, na forma estabelecida nesta Lei. 
	Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a administração financeira de sua campanha usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas, na forma estabelecida nesta Lei. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
Os novos artigos (Art. 18-A e Art. 18-B) tratam especificamente dos limites de gastos. O Art. 18-A prevê que as despesas efetuadas pelos candidatos e as despesas dos partidos e comitês financeiros que puderem ser individualizadas devem ser contabilizadas no limite de gastos. Já o Art. 18-B prevê a aplicação de multa aos candidatos e partidos políticos que ultrapassarem o limite de gastos fixado, calculada no percentual de 100% do valor ultrapassado, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso de poder econômico.
Quadro 07 – Alteração no Art. 28 da Lei 9.504/97
	Redação Anterior 
	Redação Atual 
	Art. 28. (...) 
§ 1º As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas por intermédio do comitê financeiro, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes. 
§ 2º As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo comitê financeiro ou pelo próprio candidato. 
	Art. 28. (...) 
§ 1º As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes. 
§ 2º As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
Cabe ressaltar que os candidatos serão responsáveis pela administração financeira de sua campanha, podendo designar pessoa determinada para tal, porem ocorrendo esta nomeação a responsabilidade será solidaria entre o candidato e a pessoa designada.
3.2.1. Dos Limites de Gastos na Campanha
A nova redação do Art. 18 da Lei das Eleições[footnoteRef:34] trouxe consigo uma revolução no que se refere aos limites de gastos nas campanhas eleitorais. Com a sua alteração o artigo trouxe que “os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral com base nos parâmetros definidos em Lei”. [34: BRASIL, Lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997. Brasília, DF: Congresso Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504.htm Acessado em 04 de outubro de 2016.] 
Com base neste artigo, pode-se observar que os limites serão definidos pelo TSE. Para as eleições de 2016, a primeira em que a minirreforma eleitoral de 2015 já será regularmente exigida, os limites foram divulgados na data de 20 de julho de 2016. Aproximadamente um mês antes de se iniciar a propaganda eleitoral gratuita no radio ou na televisão. Porém em dezembro de 2015, já havia uma resolução divulgada pelo TSE que trouxe os valores, ainda não devidamente atualizados, destes limites.
De acordo com o Art. 1º e seus incisos, da Resolução nº 23.459[footnoteRef:35] de 15 de dezembro de 2015, o limite de gastos será de 70% (setenta por cento) do maior gasto declarado para o cargo em 2012 na circunscrição. Ou seja, levará em conta o maior gasto na eleição anterior para o mesmo cargo e deste índice será estabelecido o limite de 70%. [35: BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Dispõe sobre os limites de gastos para os cargos de vereador e de prefeito nas eleições municipais de 2016. Resolução nº 23.459, de 15 de dezembrode 2015. Disponível em: http://www.chimera.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2015/RES234592015.html Acesso em 04 de outubro de 2016.] 
O §1º do Art. 1º da resolução, estabelece que o limite para os municípios que possuam até 10 mil eleitores será único, não levando em conta o valor do pleito anterior. Desta forma para o cargo de prefeito será verificado o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e para o cargo de vereador R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Tendo em vista que esta será a primeira vez em que será exercida tal alteração trago abaixo uma simples tabela, com limites estabelecidos pelo TSE para o primeiro turno das eleições, de algumas cidades do Estado de Mato Grosso do Sul. É importante que notemos o número de eleitores e o limite estabelecido para cada cargo. Desta forma poderemos notar o descompasse que ocorreu em relação a algumas cidades que terão seus limites proporcionalmente desiguais ao limite mínimo, estabelecido para cidades com até 10 mil eleitores. Como é o caso do limite para o cargo de Prefeito na cidade de Coxim - MS, que mesmo tendo 15 mil eleitores a mais do que o limite, terá o limite máximo de gasto de R$ 108.039,06, muito próximo ao limite de R$ 100.000,00.
Quadro 08 – Limites de Gastos Atualizados de Acordo com a Resolução nº 23.459/15 do TSE
	Municípios
	Eleitores
	Prefeito
	Vereador
	Até 10 mil eleitores
	10 mil
	R$ 100.000,00
	R$ 10.000,00
	Campo Grande – MS
	595.174
	R$ 6.679.971,85
	R$ 643.105,41
	Aquidauana – MS
	34.436
	R$ 553.816,58
	R$ 91.568,25
	Coxim – MS
	25.216
	R$ 108.039,06
	R$ 26.695,29
	Dourados – MS
	152.169
	R$ 1.277.016,95
	R$ 118.506,44
Fonte: Site do Tribunal Superior Eleitoral[footnoteRef:36] [36: BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Divulgação dos Limites Legais de Campanha. Disponível em: http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2016/prestacao-de-contas/divulgacao-dos-limites-legais-de-campanha Acesso em 04 de outubro de 2016.] 
Tal alteração tem o intuito de trazer eleições mais baratas, onde as propagandas eleitorais sejam limitadas e o candidato não se dê ao luxo de gastar mais do que o estabelecido, assim todos os candidatos terão o mesmo limite de gastos. Para a próxima eleição ao cargo de prefeito e vereador, será verificado o maior gasto da eleição do ano de 2016 e assim será calculado o percentual de 70% (setenta por cento).
3.3. Do Registro Impresso do Voto
Segundo o Art. 59-A da Lei nº 9.504/97, incluído pela minirreforma eleitoral, no processo eletrônico de votação, a urna imprimirá o registro de cada voto, que será depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna eletrônica. 
E ainda, a nova lei determina a sua implementação até a primeira eleição geral subsequente, ou seja, até as Eleições de 2018. Como já dito, essas disposições haviam sido vetadas pela Presidente da República, porém, o Congresso Nacional derrubou o veto em 18.11.2015. Agora, será enviado à Presidente para promulgação.
Em decorrência do principio da anualidade, este artigo ainda que a data da eleição já esteja promulgado, será irrelevante para as eleições de 2016.
3.4. Da Propaganda Eleitoral 
Como já vimos, o principal objetivo da minirreforma eleitoral de 2015 é a redução nos custos das campanhas eleitorais e para que este objetivo seja alcançado, o meio encontrado pelo legislador foi reduzir o período de propaganda eleitoral.
Para Reis[footnoteRef:37], a propaganda eleitoral tem como objetivo levar ao conhecimento do eleitor a candidatura de um cidadão a mandato eletivo, apresentar propostas e qualidades de determinado candidato para que este consiga os votos necessários para alcançar o devido cargo. [37: REIS, Leandro Roberto de Paula. Eleições 2016: o que mudou com as minirreformas eleitorais de 2013 e 2015 – Leme: J. H . Mizuno, 2016.] 
Os mecanismos jurídicos que tratam da propaganda eleitoral visam garantir a todos os candidatos condições mínimas de igualdade, ou seja, estabelecer regras, limites e demais orientações para estabelecer um padrão a ser seguido.
Quadro 09 – Alteração no Art. 36 da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição. 
(...) 
§ 4º Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário, deverão constar, também, o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de Senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 10% (dez por cento) do nome do titular. 
	Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição. 
(...) 
§ 4º Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário deverão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
Conforme se observa no quadro anterior, duas grandes mudanças serão vistas já nas eleições de 2016. No caput do Art. 36 da Lei 9.504/97, o lapso temporal da propaganda eleitoral sofreu alteração e começará a ser veiculada praticamente um mês depois do que estabelecia o artigo anterior. Sendo assim, o dia 16 de agosto será o primeiro dia permitido para que os candidatos e partidos políticos iniciem as campanhas eleitorais. 
Fica claro também a mudança no §4º. Tal mudança diz respeito a propaganda eleitoral dos candidatos a cargo majoritário, onde o tamanho do nome dos candidatos a vice ou suplentes de Senadores foi alterado. Antes a Lei estabelecia um limite não inferior a 10% do tamanho do nome do titular ao cargo, agora com alteração sofrida o tamanho não pode ser inferior a 30%. Deste modo o legislador quis evitar o desconhecimento do eleitor a respeito de um vice, ou suplente, de determinado candidato a cargo majoritário.
3.4.1. Da Propaganda Eleitoral Antecipada
Há de se falar também sobre a propaganda eleitoral antecipada, esta que é a realizada antes de 16 de agosto do ano das eleições e é considerada irregular. Deste modo, o candidato que iniciar a sua campanha antes dos demais, estaria tendo mais tempo para trabalhar e se sobressair aos outros candidatos, por isto o legislador atribui sanções a esta conduta.
As alterações que versam sobre a propaganda eleitoral antecipada são muitas, e estão elencadas no quadro abaixo.
Quadro 10 – Alteração no Art. 36-A da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 36-A. Não serão consideradas propaganda antecipada e poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet: 
	Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet: 
	III - a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária e pelas redes sociais; 
	III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos; 
	V - a manifestação e o posicionamento pessoal sobre questões políticas nas redes sociais. 
	V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais;
	Não havia inciso VI. 
	VI - a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar idéias, objetivos e propostas partidárias.
	Não havia § 1º. 
	§ 1º É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social.
	Não havia § 2º. 
	§ 2º Nas hipóteses dos incisos I a VI do caput, são permitidos o pedido de apoio político e a divulgação dapré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver.
	Não havia §3º. 
	§ 3º O disposto no § 2º não se aplica aos profissionais de comunicação social no exercício da profissão.
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
Com base nas alterações do Art. 36-A, concluímos que não fica proibido ao candidato postar publicações ou vídeos dizendo que é pré-candidato em suas redes sociais antes do período de propaganda eleitoral. Tal conduta se torna irregular se o candidato expressamente pedir votos.
3.4.2. Da Propaganda Eleitoral em Bens Particulares
Não é difícil em época de campanha eleitoral, encontrar adesivos, placas e muitas vezes muros pintados ou adesivados com o nome e número eleitoral de um candidato. Nas eleições de 2014, muitos cavaletes foram espalhados pelas ruas das cidades, além de um gasto exorbitante, uma imensa poluição visual foi causada por este meio de propaganda. 
Para que todos os candidatos possam ter as mesmas condições na disputa eleitoral, foi reduzido o tamanho destas propagandas e algumas ainda foram proibidas pelas novas regras trazidas pela minirreforma.
Conforme será apresentado no quadro abaixo, antes da Lei 13.165 era permitido aos candidatos utilizarem faixas, placas, cartazes, pinturas, e não era especificado o material, apenas a metragem que não poderia ultrapassar 4m². Com a nova redação do § 2º do Art. 37, a propaganda poderá ser feita apenas em papel ou material adesivo e não poderá exceder 0,5m². 
Deste modo foi reduzido drasticamente o tamanho do material gráfico e ficará proibido até aqueles adesivos perfurados que cobriam os vidros traseiros dos veículos.
Quadro 11 – Alteração no Art. 37 § 2º da Lei 9.504/97
	Redação anterior 
	Redação atual 
	Art. 37. (...) 
(...) 
§ 2º Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no § 1º. 
	Art. 37. (...) 
(...) 
§ 2º Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral, desde que seja feita em adesivo ou papel, não exceda a 0,5m² (meio metro quadrado) e não contrarie a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no § 1º. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
3.4.3. Da Propaganda Eleitoral Gratuita no Rádio e na Televisão
Uma das alterações mais fáceis de observar pelo eleitor é a mudança do período da campanha eleitoral, e com isso alterou-se também o inicio da sua veiculação gratuita no Rádio e na Televisão.
Ainda será dividida em dois momentos, uma exibição pela manhã e outra pela noite, porém reduziu-se o período. Antes a propaganda eleitoral gratuita era de 45 dias, e agora não passará de 35 dias. O tempo diário do horário político também foi alterado e reduziu em alguns minutos. Na verdade, não direito que reduziu, apenas foi melhor distribuído.
Nas eleições passadas o horário político era de aproximadamente uma hora no período da manha e uma hora no período da noite, agora ele passará a ser de praticamente 45 minutos. Ocorre que, os minutos que faltaram foi distribuídos em inserções menores no meio da programação, ou seja, um breve anuncio a qualquer momento. Isto tornará menos massacrante para o eleitor o período de campanhas.
Não podemos deixar de citar, que para aqueles pré-candidatos que participam de programas de rádio ou de televisão, como apresentadores ou comentaristas, por exemplo, o limite para se afastar da mídia neste período também foi alterado. Conforme quadro abaixo.
Quadro 12 – Alteração no Art. 45 § 1º da Lei 9.504/97
	Redação Anterior
	Redação Atual
	Art. 45 (...) 
§ 1º A partir do resultado da convenção, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção. 
	Art. 45. (...) 
§ 1º A partir de 30 de junho do ano da eleição, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato, sob pena, no caso de sua escolha na convenção partidária, de imposição da multa prevista no § 2º e de cancelamento do registro da candidatura do beneficiário. 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
A divisão do tempo deste horário para os partidos políticos é estabelecido no § 2º do Art. 47 da mesma Lei, e este também sofreu alterações.
O critério de divisão ainda continua sendo o numero de representantes dos partidos na Câmara dos deputados, porém o quociente que anteriormente era apresentado na forma de fração agora passa a ser mostrado através de percentual e diferente do que era disposto antes.
Antes 2/3 do tempo total (aproximadamente 66%) era dividido proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, e sobrava 1/3 (aproximadamente 33%) para dividir igualitariamente. Com a minirreforma o percentual atual para divisão proporcional aumentou para 90%, sobrando 10% para dividir igualitariamente.
É claro, que favoreceu os partidos que já possuem um número maior de representantes, pois estes terão um tempo maior ainda para apresentarem suas propostas e ideais. Já os novos partidos terão que utilizar o pequeno percentual dentro dos 10% para a mesma finalidade. 
O quadro abaixo mostra claramente esta diferenciação.
Quadro 13 – Alteração no Art. 45 § 2º, incisos I e II da Lei 9.504/97
	Redação anterior
	Redação atual
	§ 2º Os horários reservados à propaganda de cada eleição, nos termos do § 1º, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato, observados os seguintes critérios: 
	§ 2º Os horários reservados à propaganda de cada eleição, nos termos do § 1º, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato, observados os seguintes critérios: 
	I - 2/3 (dois terços) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram 
	I - 90% (noventa por cento) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos casos de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integrem; 
	II - do restante, 1/3 (um terço) distribuído igualitariamente e 2/3 (dois terços) proporcionalmente ao número de representantes eleitos no pleito imediatamente anterior para a Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram. 
	II - 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamente 
Fonte: (Reelaboração Pessoal)
3.4.4. Da Propaganda Eleitoral na Internet
Incluídos na Lei 9.504/97 pela Lei nº 12.304 de 2009 os Art. 57-A ao 57-I, tratam da propaganda eleitoral na internet. Por ser o meio de comunicação que possui uma vasta abrangência e traz uma significável repercussão para a campanha eleitoral de um candidato a Lei 13.165/15 também trouxe uma pequena alteração no que concerne as propagandas na internet.
A alteração trazida no Art. 57-A diz respeito à mudança do período permitido para a propaganda eleitoral na internet. A redação anterior permitia a propaganda a partir de 05 de julho do ano do pleito, já com a minirreforma alterou para 15 de agosto do ano das eleições.
Os demais artigos que tratam dos métodos permitidos e procedimentos a ser tomados não sofreram alterações.
3.5. Das Conclusões a Lei Das Eleições (Lei nº 9.504/97)
De fato vemos que ocorreram muitas alterações na Lei das Eleições, e muitas delas não foram abordadas, por serem de conhecimento mais especifico e relevante para os candidatos e atuantes na diretriz do direito eleitoral.
Com certeza as eleições

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