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PAPER PROCESSO ADMINISTRATIVO(1)

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POCESSO ADMINISTRATIVO
Pontifícia Universidade Católica De Minas GERAIS - PUC Minas
Faculdade Mineira de Direito - Direito Administrativo III
17/05/2018
RESUMO E PALAVRAS-CHAVE
Tendo como base a Lei 9.784/1999 o processo administrativo é responsável pela defesa dos direitos dos administrados e um cumprimento prudente e satisfatório dos fins da Administração. Diferente da justiça comum, só tem legitimidade para atuar como parte no processo administrativo, pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais, aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada, as organizações e associações representativas, as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Faz se necessário elencar os princípios que regulamentam o processo administrativo, pois os mesmos são norteadores das condutas de todos envolvidos, assim como os atos praticados por meio eletrônico devem observar os mesmos requisitos de validade dos atos administrativos em geral. Em tempos de aumento expressivo da interferência estatal na vida social e na atividade econômica, as finalidades de garantia, controle e justiça do processo administrativo, denotam a imprescindibilidade desse instrumento para uma correta atuação administrativa.
Palavras-chave: Lei 9.784/1999; Processo Administrativo; Princípios da Administração.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo, tratar sobre os principais pontos do processo administrativo, bem como os princípios que o rege, as legislações, seus requisitos e competências.
O processo administrativo tem como base a Lei 9.784/1999 que é responsável pela defesa dos direitos dos administrados e um cumprimento prudente e satisfatório dos fins da Administração, instituindo na esfera da Administração Federal tanto direta quanto indireta normas basilares sobre o processo administrativo. São regulados também por essa lei os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, no tocante ao desempenho de suas funções administrativas.
O processo administrativo visa a garantia dos direitos dos seus administrados, bem como estabelece os deveres a serem cumpridos por eles. O processo administrativo pode ser instaurado ou de oficio, ou a pedido dos interessados. Diferente da justiça comum, só tem legitimidade para atuar como parte no processo administrativo, pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais, aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada, as organizações e associações representativas, as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
	No presente trabalho também falaremos dos princípios que regulamentam o processo administrativo, são eles: Principio da publicidade, que assegura o acesso ao processo; Principio da oficialidade, pode ser instaurado de oficio; Principio da obediência, a forma e aos procedimentos, mesmo não sendo uma forma rígida; Principio da gratuidade, ausência de onerosidade; Principio da ampla defesa e do contraditório, direito das partes de se defender diante do processo; Principio da atipicidade, se baseia em um fato; Principio da pluralidade de instancias, direito de recurso; Principio da economia processual, busca agilidade no processual, buscando resolver o mérito mais rápido; Principio da participação popular, participação na gestão e no controle.
2. ETMOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Etimologicamente a palavra processo atribui-se o sentido de algo que tem prosseguimento, ou seja, desenvolvimento continuo, Zanella aput Marques (2017, p.849) explica que o processo é sempre forma, instrumento, modo de proceder é “fenômeno em desenvolvimento”.
O termo processo remete uma atividade voltada a um determinado objetivo. Fato é que quando pensamos em processo administrativo, logo pensamos em pilhas da papeis e arquivos. No entanto, conforme os dizeres de Gasparini (2005, p.857) “Processo administrativo, em sentido prático e amplo é o conjunto de medidas jurídicas e matérias praticadas com certa ordem de cronologia necessária ao registro dos atos da administração pública”.
Faz-se necessário discernir que o processo administrativo e o processo judicial não distintos, segundo Zanella (2017, p.849) mesmo que ambos obedeçam aos princípios da competência, da formalidade, da predominância do interesse público sobre o particular, eles encontram distinções nos demais princípios aplicáveis.
Sinteticamente, como leciona Gubeissi (2010) o processo administrativo é uma relação jurídica bilateral, que pode ser instaurada mediante provocação do interessado ou por iniciativa da própria Administração, pois a mesma não é um terceiro estranho ao processo, sendo parte integrante dele, diferente do judicial, no qual o processo se instaura por iniciativa de uma parte, que por ser titular de um interesse conflitante com o da outra parte, necessita da intervenção do Estado.
No mesmo sentido de que a Administração é parte interessada no processo administrativo tem-se a gratuidade desse tipo de processo, em contraposição à onerosidade do processo judicial, em que o Estado atua como terceiro e a pedido dos interessados. (GUBEISSI, 2010)
Como elucida Mello (2009, p. 480), as decisões proferidas no processo administrativo não têm caráter de coisa julgada, das quais podem ser revistas pelo Poder Judiciário, a quem competirá fazer controle de legalidade e até de mérito dos atos administrativo.
 Neste sentido, o processo administrativo se apresenta de maneira ordenada e em fases: a) Instauração: Ocorrerá de oficio pela administração pública ou por parte de terceiro de um interessado. È feito um requerimento com a apresentação dos fatos e direito; b) Instrução: Tem-se a finalidade de averiguação, comprovação e convencimento da Administração Pública para que tome uma decisão. Neste momento a administração pública toma diligências, busca provas e determina a realização de perícias. Deve-se esclarecer os fatos não tomando parte de provas ilícitas; c) Defesa: Assegura-se a garantia constitucional do contraditório e ampla defesa; d) Relatório: É uma apreciação célere e sucinta de tudo que foi informado, colocado, como: provas, fatos, etc. É peça apenas opinativa, não vinculando a autoridade julgadora. Geralmente apresenta uma proposta de aplicação de pena, fazendo a indicando os fundamentos que induziram a essa conclusão, ou, uma proposta de absolvição; e) Decisão: O prazo que a Administração tem para prolatar a decisão é 30 dias, prorrogáveis por igual período, desde que devidamente fundamentada, sendo obrigatória a sua divulgação em função do princípio da publicidade (ALEXANDRINO, 2009. p.854). 
	
2.1 Processo e procedimento
O procedimento administrativo é importante para controlar as fases do processo até a formação da decisão judicial; é necessário, pois, sem este rito de gerencia seria impossível ao poder público manter a celeridade dos processos. Esta necessidade surgiu a partir do momento em que o Estado deixou de ser liberal, e assumiu o papel de cuidar da esfera social e econômica. (CAMARGO, 2017)
Segundo Camargo (2017) existem ao menos 3 requisitos são necessários para que exista um procedimento: a) cada um dos atos da cadeia deve ser autônomos; b) estes atos tem que ter conexão; c) deve haver uma coisa que provoque a necessidade de sucessão destes atos ate que atinja o atos final.
No que se refere a distinção entre processo e procedimento, há tempos não se fazia uma distinção entre ambos. Contudo, Oscar Bulow publicou o livro “Teoria das Exceções Processuais” que marcou esta distinção. Ele doutrina que processo é o instrumento através do qual se obtém a prestação jurisdicional. É o caminho formado por atos processuais que obedecem a uma regra e que vão culminar em uma sentença. Quanto ao procedimento, configurou-secomo o modo em que se executar estes atos processuais.
Desta forma, conclui-se definindo o procedimento como a forma que o processo será conduzido. Quanto ao processo, ele é o instrumento que está à disposição da sociedade para resolver os seus conflitos, tendo conteúdo de direito material.
3. PRÍNCIPIOS
O objeto de estudo da teoria geral do processo é constituído por princípios, princípios esse norteadores das condutas de todos envolvidos, sendo eles: princípio da publicidade, ampla defesa, do contraditório, do impulso oficial, da participação popular, da economia processual, da pluralidade instâncias e da obediência à forma e aos procedimentos, estabelecidos em lei.
É oportuno mencionar, que alguns dos princípios citados acima são comuns tanto no âmbito do processo judicial, quanto no âmbito administrativo, já outros são próprios do direito administrativo, como o da gratuidade, atipicidade e oficialidade. (DI PIETRO, 2017, p.857)
Princípio da publicidade:
O princípio da publicidade visa assegurar o acesso aos processos e está positivado no Art. 7º, caput, da Constituição Federal. Tal princípio é aplicado no processo judicial e administrativo, mas cada qual, com suas peculiaridades, conforme explicação da autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2017, p.858), vejamos: 
Esse direito de acesso ao procedimento administrativo é mais amplo do que o de acesso ao processo judicial; neste, em regra, apenas as partes e seus defensores podem exercer o direito; naquele, qualquer pessoa é titular desse direito, desde que tenha algum interesse atingido por ato constante do processo ou que atue na defesa do interesse coletivo ou geral, exercício do direito à informação assegurada pelo art.5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal. (DI PIETRO, 2017, p.858)
No entanto, o direito ao acesso não pode ser exercido de forma abusiva, isto é, de modo a atingir o andamento do processo ou causar algum prejuízo, por este motivo, tal direito pode ser restringido por medidas de segurança à sociedade e ao Estado. (DI PIETRO, 2017, p.858)
Princípio da oficialidade: 
O princípio em questão, também é utilizado no processo judicial e administrativo, no entanto, neste último, é aplicado de uma forma mais ampla, uma vez que, visa assegurar a possibilidade de instauração do processo por iniciativa da Administração Pública, independentemente de provocação. (DI PIETRO, 2017, p.858)
Di Pietro (2017, p.859) faz menção à três fases em que a oficialidade está presente, e que a Administração Pública pode agir ex officio, são eles: no poder de iniciativa para instaurar o processo, na instrução do processo e, por último, na revisão de suas decisões.
Princípio da obediência à forma e aos procedimentos:
Ao contrário do exposto até então, esse princípio é aplicado de uma forma muito mais rígida no âmbito judicial do que no administrativo, por esse motivo o mesmo também é chamado de princípio do informalismo. (DI PIETRO, 2017, p.860)
Mister frisar que o informalismo citado acima, é aplicado no sentido de que não está sujeito a formas rígidas, e formal ao que tange a exigência de conter documentos de todos os andamentos que ocorre em seu desenvolvimento e ser reduzido a escrito. (DI PIETRO, 2017, p.860)
Entretanto, Di Pietro (2017, p.860) exemplifica que quando o procedimento envolver interesses particulares, como ocorre nos processos de licitação, tributário e disciplinar, é exigido uma formalidade maior.
Princípio da gratuidade:
Segundo Di Pietro (2017, p.861) uma das partes que compõe o processo administrativo é a Administração Pública, sendo assim, entende-se que não há motivos para que seja aplicado a mesma onerosidade que existe no processo judicial.
Esse princípio encontra-se positivado no Art.2º, parágrafo único, inciso XI, da Lei nº 9.784/99, e possui previsão expressa quanto a cobrança de despesas processuais, ressalvando as exceções das previstas em lei. 
Princípio da ampla defesa e do contraditório:
Ambos os princípios, estão elencados na Lei 9.784/99, no art. 2º, na qual se sujeita a Administração Pública.
Em atendimento a esses princípios, a lei assegura ao administrado o direito a ter conhecimento da tramitação dos processos em que tenha interesse, podendo obter cópias, apresentar documentos antes da decisão, ter vista dos autos, formular alegações, dentre outros. (DI PIETRO, 2017, p.862)
Princípio da atipicidade: 
O princípio da atipicidade, no âmbito administrativo, ainda é aplicado de forma limitada, se comparado aos demais direitos materiais, uma vez que o direito administrativo exige a antijuridicidade, isto é, que o ilícito administrativo tem que ter expressa previsão legal. 
Ocorre, porém que a tipicidade nem sempre está presente, tendo em vista que muitas infrações administrativas não estão normatizadas com a devida precisão (DI PIETRO, 2017, p.864). Nesse caso, é cabível a Administração Publica apreciar e decidir quais medidas serão adotadas no caso concreto, enquadrando o ilícito cometido como: falta grave, procedimento irregular, ineficiência do serviço entre outras infrações previstas no Estatuto, levando em consideração as consequências que o ato causou ao serviço público e sua gravidade por si só. 
Entretanto, é importante ressaltar que, a Administração não pode basear nas razões de conveniência e oportunidade no momento de decidir a pena a ser aplicada. Nesta seara, Di Pietro (2017, p.864) explica que:
Não se pode dizer que a Administração Pública, possa basear-se em razões de oportunidade ou conveniência para decidir qual a penalidade a ser aplicada; ela terá que escolher, diante dos fatos, qual a sanção cabível para punir o servidor, cumprindo a finalidade punitiva prevista na lei. Ela terá que levar em conta o principio da razoabilidade, em especial, em seu aspecto de proporcionalidade dos meios aos fins. (DI PIETRO, 2017, p.864)
Desse modo, a Administração Pública, em sua função julgadora, deverá demonstrar a proporcionalidade e o correto enquadramento da falta á pena aplicada, na punição administrativa. 
Princípio da pluralidade de instâncias:
Segundo Di Pietro (2017, p.865), o princípio da pluralidade de instâncias é decorrente do poder de autotutela de que dispõe a Administração Pública, na qual permite a revisão de seus próprios atos, quando forem ilegais, oportunos ou inconvenientes. 
O que se objetiva, com a aplicação desse princípio é o reexame, e a preservação da legalidade administrativa. Tal objetivo só não é alcançado e não deve ser aplicado quando a decisão já partiu da autoridade máxima. Nesse caso, é cabível apenas um pedido de reconsideração, que se não for atendido, o administrando poderá recorrer ás vias judiciais. (DI PIETRO, 2017, p.865)
Princípios da economia processual:
O princípio da economia processual parte do pressuposto de que os processos, como instrumentos de aplicação da lei devem ser proporcionais a finalidade que se pretende alcançar, evitando assim o cometimento de excessos quanto as formalidades, não essenciais á legalidade. (DI PIETRO, 2017, p.866)
Princípio da participação popular: 
O princípio da participação popular possui previsão expressa na Constituição Federal, e é atinente a participação da população na gestão e no controle da Administração Pública, enfatizando o Estado Democrático de Direito. 
Além da previsão constitucional, Di Pietro (2017, p.867) esclarece que o controle e a gestão da atividade administrativa popular, também é abordado pela legislação infraconstitucional de inúmeras normas que versam sobre a participação do cidadão, como por exemplo as audiências publicas e o disque-denuncia.
4. PROCESSO ADMINISTRATIVO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - LEI 9784/99
A Lei 9.784/1999 tem por objetivo a defesa dos direitos dos administrados e um cumprimento prudente e satisfatório dos fins da Administração, instituindo na esfera da Administração Federal tanto direta quanto indireta normas basilares sobre o processo administrativo. Aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário daUnião, no tocante ao desempenho de suas funções administrativas, também são regulados pela Lei 9.784/1999.
O processo administrativo é utilizado para conservar a organização de suas atribuições seguindo princípios constitucionais que corroboram para a preservação dos direitos dos administrados. Segundo Di Pietro (2017, p.851) o processo administrativo pode ter sua aplicação em diversos sentidos, podendo ser um “conjunto de atos coordenados para a solução de uma controvérsia no âmbito administrativo” como também pode ser considerado uma ‘série de atos preparatórios de uma decisão final da Administração” significando o vinculo jurídico entre a Administração e seu usuário.
4.1 Critérios para a atuação da administração pública
Nos processos administrativos devem ser observados critérios que iram regulamentar sua atuação, elencados no art 2º da lei 9.784/99, serão analisados, dentre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
4.2 Direitos e Deveres dos Administrados
O fato de que para desempenhar suas atribuições o agente administrativo necessite ser empossado de uma quota-parte de poder público, o a parte contrária (usuário) deve também ser protegida e tem seus direitos e deveres elencados nos capítulos II e III da Lei 9.784/99, dos quais sejam:
Ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; 
fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
No tocante aos deveres do administrado, ele deverá proceder da seguinte forma: 
expor os fatos conforme a verdade; 
proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
não agir de modo temerário; 
prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
4.3 Início do Processo Administrativo
O processo administrativo inicia-se pela própria administração pública, podendo se dá de duas formas, de ofício em atendimento ao princípio da oficialidade ou por requerimento do interessado, como disposto no artigo 5º do dispositivo legal.
Já no art. 6º, parágrafo único proíbe a recusa imotivada de documentos, onde o servidor deve orientar o administrado tais falhas; o art. 7º dispões que para assuntos que importem pretensões equivalentes a elaboração modelos ou formulários devem ser padronizados pelos órgãos da administração; o art. 8º da Lei 9.784/99 admite a possibilidade de serem formulados em um único requerimento pedidos iguais de uma pluralidade de interessados, salvo preceito legal contrário.
4.4 Legitimados como interessados
	Em rol taxativo e não exaustivo os legitimados como interessados no processo administrativo encontram-se elencado no art. 9º e 10º da Lei 9.784/99, dos quais são:
pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; 
as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Com quanto no art. 10º dispõe da capacidade, da qual se considera capaz, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
4.5 Competência
Segundo CAVALCANTI (1973. p. 67), o entendimento do conceito de competência e suas formas é o que leva para a análise da validade dos atos administrativos, de tal forma que o ato só tem a sua validade se o agente administrativo tiver autorização jurídica (investidura legal) para tal.
Disposto a partir do art. 11 da Lei 9.784/99 a irrenunciabilidade é o primeiro dentre os temas tratados, a irrenunciabilidade de competências administrativas tem sua compreensão através do entendimento que o agente público, em regra, não pode abrir mão de seus deveres elencados em lei, ele não pode por mera liberalidade renunciar ao seu cumprimento, pois o Estado não pode ser reduzido a mero meio da pratica de vontades daqueles que se dizem agentes públicos. A irrenunciabilidade só é permitida nos casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Quando não houver impedimento legal, um órgão administrativo e seu titular poderão delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Cumpre ressaltar que os procedimentos de competência aplicam-se também à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
CARVALHO FILHO (2007, p.122) esclarece que não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade e se faz necessário provar que existem razões de natureza técnica, social, econômica, jurídica ou territorial que justificam a delegação.
4.6 Impedimentos e suspeição
Segundo NEVES (2008) as normas de impedimento e suspeição existem a partir dos princípios constitucionais da imparcialidade, impessoalidade, contraditório e ampla defesa dentre outros, ele ocorre partindo da premissa de que a suspeição é subjetiva, ou seja gera uma presunção relativa de parcialidade do membro da comissão em determinado processo, ou seja ele gera dúvidas quanto a imparcialidade e independência com que estão atuando. Nesse sentido Di Pietro (2017, p.323) leciona que “a suspeição gera uma presunção relativa de incapacidade, razão pela qual o vício fica sanado, se não for arguido pelo interessado no momento oportuno”.
 Já no ato de impedimento ocorre em situações objetivas, pois a parcialidade do membro deve ser absoluta, sendo a proibição de atuação imposta em lei.
Nesses processos o comprometimento dos administradores com o ato não pode prejudicar a sua imparcialidade. 
4.6.1 Casos de Impedimento
Elencados no art. 18 da Lei 9.784/99, é impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que tenha interessedireto ou indireto na matéria, que tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau, que esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Assim, a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Ao omitir-se do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
4.6.2 Casos de Suspeição
Como disposto no art. 20 do dispositivo legal, pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Sendo que no art.21 dispões que o indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
4.7 Prioridades na tramitação
No ultimo capitulo do dispositivo legal que dispõe sobre as disposições gerais elucida sobre a s prioridades existentes nos processo administrativos, tais prioridades tem por base que os direitos das pessoas com deficiência, com doenças e mais velhas é um instrumento de justiça e inclusão social, sendo igualmente um direito que deve ser respeitado e garantido pelo atual Estado Democrático de Direito, respeitando sempre o principio da dignidade da pessoa humana e da igualdade.
Dispostos a partir do art. 69-A terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:
pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; 
pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
O individuo interessado na aquisição do benefício, deverá juntar prova de sua condição, requerendo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas. Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
5. PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNICO
No que cerne o uso de meios eletrônicos para a realização do processo administrativo, tanto no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta quanto autárquica e fundacional, foram instituídas normas que regulam os atos processuais que são registrados e disponibilizados em meio eletrônico por intermédio do Decreto nº 8.539, de 07/10/2015. Di Pietro (2017, p.855) esclarece que tais normativas só valem na esfera federal, deveram baixar as suas próprias normas, Estados e Municípios que queiram adotar o modelo.
Di Pietro (2017, p.857) ao exemplificar os artigos do Decreto nº 8.539, de 07/10/2015 frisa que a implantação dos meios eletrônicos na realização do processo administrativo devem se dá com segurança, transparência e economicidade, assegurando assim, a eficiência, eficácia e efetividade das ações governamentais. Devendo facilitar o acesso dos cidadãos às instâncias administrativas promovendo a sustentabilidade ambiental.
6. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Os processos administrativos disciplinares possui caráter obrigatório, e compreendem a sindicância e a verdade sabida, além de ser um meio adotado para apurar os ilícitos administrativos. 
Segundo Di Pietro (2017, p, 869), o processo em questão se desenvolve a partir das seguintes fases, a saber: instauração, instrução, defesa, relatório e decisão.
A obrigatoriedade da adoção dos processos administrativos disciplinares para a aplicação das penas de suspensão, demissão cassação de aposentadoria e disponibilidade, dentre outras, possui previsão expressa na Lei 8.112/90.
Esse processo é celebrado por comissões disciplinares formadas por funcionários estáveis e não interinos ou exoneráveis ad nutum, visando assegurar uma maior imparcialidade na instrução do processo, partindo do pressuposto que a comissão é um órgão estranho a relação entre as partes. (DI PIETRO, 2017, p.870).
7. PROCESSO SUMÁRIO
7.1. Sindicância
No que cerne o uso de meios eletrônicos para a realização do processo administrativo, tanto no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta quanto autárquica e fundacional, foram instituídas normas que regulam os atos processuais que são registrados e disponibilizados em meio eletrônico por intermédio do Decreto nº 8.539, de 07/10/2015. Di Pietro (2017, p.855) esclarece que tais normativas só valem na esfera federal, deveram baixar as suas próprias normas Estados e Municípios que queiram adotar o modelo.
O procedimento de sindicância apenas pode ser realizado através de um agente administrativo (funcionário) ou por uma comissão desses. De acordo com os artigos 143 e 145 da Lei Federal nº 8.112/90 a sindicância para a apuração de irregularidade pode resultar em arquivamento do processo, aplicação de penalidade, de advertência, na suspensão de até 30 dias ou até mesmo na instauração do processo disciplinar.
7.2. Verdade sabida
O dispositivo da verdade sabida não é mais aplicável no ordenamento brasileiro com fulcro no art. 5º, LV da Constituição, do qual exige o contraditório e ampla defesa nos processos administrativos. Assim, mesmo que trabalhada a ideia do conhecimento pessoal e direto da falta pela autoridade competente para aplicar a pena quando se tratar de repreensão e suspensão, Di Pietro (2017, p.872) esclarece a sua não aplicabilidade e não previsão na lei federal.
8. CONCLUSÃO
Com a superação do Estado Liberal, quando era mínima a intervenção pública na sociedade, o Estado passou a atuar como agente promotor do desenvolvimento social e econômico, com a sua consequente intervenção para ajustar condutas aos interesses públicos albergados pelo ordenamento jurídico.
Com o incremento da intervenção do Estado no quotidiano das pessoas, o processo administrativo ganhou relevância ao se mostrar como instrumento apto a assegurar o melhor cumprimento dos fins da Administração, a proteção dos direitos dos administrados e a participação destes na formação da vontade estatal.
Essa nova concepção da organização estatal vem trazer uma contribuição bastante importante para o Direito Administrativo, que é o conceito de administração legal. A partir desse momento, a atividade administrativa passa a dever obediência à lei e aos interesses dos indivíduos que, com o seu consentimento, dão origem ao poder estatal. Mas a relação da Administração com a lei é bastante diferente daquela entre a lei e o particular. É que, enquanto o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administração somente pode fazer aquilo que a lei permite. 
Daí a imensa importância do processo administrativo para a administração pública, a análise realizada evidencia que o processo administrativo sobressai pelos seguintes aspectos; possibilita o controle da atividade da administração pelos particulares e pelo judiciário; permite uma administração mais clarividente; resguarda os administrados contra atitudes arbitrárias por parte do Poder Público; legitima a atividade administrativa.
Em tempos de aumento expressivo da interferência estatal na vida social e na atividade econômica, as finalidades de garantia, controle e justiça  do processo administrativo, que  são cumulativas e  possuem vínculos entre si, denotam a imprescindibilidade desse instrumento para  uma  correta atuação administrativa, pautada na observância dos direitos e liberdades individuais dos administrados e nos interesses públicosa serem alcançados,  em busca da realização da justiça no caso concreto.
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