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Circulação Extracórporea Dra. Giovana Weber Hoss Biomedicina Florianópolis – Maio, 2020 Fístula da artéria coronária – Grupo 5 2 Fístula da artéria coronária 3 Artéria coronária se comunica com alguma cavidade cardíaca, como ventrículo esquerdo, ou vaso como artéria pulmonar ou seio coronário. Manifestação clínica variável: Como não manifestar sintomas, Isquemia miocárdica Insuficiência cardíaca congestiva. A evolução da doença pode levar à dilatação aneurismática da artéria coronária. O tratamento pode ser realizado por cateterismo cardíaco com fechamento por balão destacável; Tratamento cirúrgico deve ser sempre considerado, levando-se em conta: Magnitude da fístula, Grau de isquemia miocárdica Risco de rotura da artéria Risco de endocardite infecciosa e doenças associadas. A correção cirúrgica busca o fechamento distal da fístula. 4 Fístula da artéria coronária Materais e Biocompatibilidade 5 Materais e Biocompatibilidade A célula endotelial é a única superfície não trombogênica conhecida; Tal atributo é conseqüência de processos metabólicos especiais, impossíveis de serem reproduzidos por qualquer material inerte. Durante a CEC o sangue circula por um conjunto de elementos como oxigenadores, tubos, reservatórios, filtros e conectores, com os quais tem contato íntimo e prolongado. Os materiais que entram em contato com o sangue ou outros tecidos, devem ser criteriosamente escolhidos e testados. 6 “ As superfícies sintéticas ativam o fator XII, plaquetas e leucócitos. A ativação do fator XII e a liberação de substâncias pró-coagulantes dos leucócitos ativa a cascata da coagulação do sangue. As plaquetas ativadas, aceleram algumas etapas da cascata da coagulação, pela liberação de fosfolipídeos da sua membrana. A conseqüência da ativação celular e do fator XII do sistema de coagulação é uma reação inflamatória generalizada do organismo que pode cursar com discrasias sanguíneas, edema generalizado, insuficiência pulmonar e óbito. 7 Materais e Biocompatibilidade Devem ser: • Resistentes aos impactos - evitar roturas ou fraturas durante o uso, • Não devem reagir quimicamente com os componentes do sangue • Não devem liberar resíduos químicos na corrente sanguínea; • Não devem apresentar variações importantes de resistência ou de consistência quando expostos ao calor ou ao frio. • Coeficiente de absorção de água muito baixo ou nulo - impermeáveis à água e também aos gases, exceto no caso das membranas usadas nos oxigenadores. • As superfícies dos materiais com as quais o sangue entra em contato devem ser polidas ou muito lisas e apresentar potencial de cargas elétricas negativas para diminuir a formação de grumos celulares. 8 Nos primórdios da CEC - materiais selecionados por experimentação animal / tentativas e erros. O vidro e a borracha, dentre os materiais disponíveis, foram considerados como atóxicos e pouco traumáticos ao sangue. O alumínio, usado inicialmente, foi abandonado, em virtude da sua toxicidade. Aço inoxidável foi utilizado com sucesso, para a fabricação de diversos componentes. Usado até hoje, para componentes reaproveitáveis dos circuitos, como conectores e cânulas. Com o progresso da química fina, foram desenvolvidos diversos materiais plásticos e polímeros orgânicos, como o polietileno, poliuretano, metacrilatos, policarbonatos, resinas de epoxi e silicones. Materais e Biocompatibilidade Materais e Biocompatibilidade As peças devem ter bordas arredondadas ou boleadas, sem arestas vivas e sem recessos onde bolhas gasosas, grumos celulares ou fibrina possam ser acumulados. Diversos métodos são utilizados para o teste dos materiais: Avaliação das propriedades físicas e mecânicas dos materiais; Avaliação da compatibilidade dos materiais com o sangue e os tecidos biológicos. 10 Testes mecânicos e físicos Os testes mecânicos e físicos avaliam: ■ resistência dos materiais, ■ dureza, ■ resistência à corrosão, ■ durabilidade, ■ estabilidade térmica, ■ natureza da superfície ■ suas cargas elétricas, ■ flexibilidade e elasticidade, ■ porosidade e impermeabilidade, ■ suscetibilidade à ação dos adesivos ou colas para a união de diferentes partes ou diferentes materiais. 11 Testes hematológicos e biológicos Quais parâmetros hematológicos podem ser testados para avaliar se um produto é biocompatível? Os métodos hematológicos visam: estabelecer a existência e a extensão de alterações do sangue causadas pelo contato com o material. Os principais indicadores são: ■ Retardo da coagulação do sangue não heparinizado, ■ Liberação de hemoglobina das hemácias, ■ Contagem das plaquetas e dos leucócitos, estudo das proteinas plasmáticas, ■ Estudo dos fatores da coagulação. 12 Testes hematológicos e biológicos Que testes / experimentos podemos usar para avaliar se um produto é biocompatível, para avaliar presença e o grau de toxicidade dos materiais para os tecidos? a) Implante de fragmentos do material em animais de experimentação; b) Perfusão do coração isolado com soluções contendo extratos do material ou a utilização de circuitos construídos do material em estudo; c) Culturas de bactérias e de tecidos, em meio contendo fragmentos do material. d) Alternativas a e c estão corretas. e) Alternativas a, b e c estão corretas. 13 14 Pontas de cânulas, aspiradores, e conectores - aço inoxidável elevada resistência à corrosão, adequada maleabilidade mecânica, flexibilidade, elevada inércia bioquímica, facilmente limpo e esterilizado por métodos químicos e térmicos. Tubos para os roletes - borracha de silicone, PVC, poliuretano ou tubos de tygon (cloreto de polivinil) - devem ser flexíveis, levemente elásticos, manter condições padrão após ação de forças deformadoras e trocas de calor. Tubos do circuito - PVC – são claros e transparentes, tem memória, elasticidade, dureza, rigidez, inércia química, tolerância à esterilização, superfícies polidas e repelem a água Peças e Materais Biocompatíveis 15 Oxigenadores, reservatórios, filtros e conectores – plásticos duros - policarbonato, o polietileno, poliuretano, tetrafluoroetileno (teflon), alguns metacrilatos, silicones e resinas de epoxi. Muitos dos materiais plásticos são termolábeis e não resistem à esterilização pelo calor, sendo esterilizados por agentes químicos, como o óxido de etileno. Membranas– diversos materiais plásticos podem ser manufaturados em lâminas delgadas, com porosidade controlada e servem para a construção das membranas usadas na oxigenação artificial. Silicone, o téflon e o polipropileno. Peças e Materais Biocompatíveis Porções da Máquina coração-pulmão artificial Oxigenadores Na oxigenação natural, em condições normais e de repouso, circulam cerca de 5 a 6 L/min de sangue pelo leito capilar pulmonar. Durante o exercício, quando as necessidades de oxigênio aumentam consideravelmente, os pulmões tem capacidade de oxigenar até 30 L/min. Os sistemas de oxigenação artificial não tem idêntica capacidade de oxigenação ou reserva. Mas as necessidades de oxigênio durante a cirurgia, equivalem às do indivíduo em repouso absoluto, os oxigenadores são capazes de suprí-las integralmente. 17 Oxigenadores e Reservatórios Oxigenadores - aparelhos usados em CEC para fazer as trocas gasosas, ou seja, introduzir o oxigênio no sangue e eliminar o gás carbônico, produto final do metabolismo do organismo. Os oxigenadores diferem entre sí, fundamentalmente, pela forma como o oxigênio é oferecido ao sangue para combinação com a hemoglobina. a. Oxigenadores em que há contato direto entre o gás e o sangue. Este tipo inclui os oxigenadores de películas (telas, cilindros e discos) e os oxigenadores de bolhas. b. Oxigenadores sem interface direta com o gás – oxigenadores de membranas . 18 1. Capaz de oxigenar até 5 a 6 L/min de sangue venoso, com uma saturação entre 95 e 100%;2. Capaz de remover CO2 em quantidades apropriadas, evitando a sua retenção (acidose respiratória) ou a sua eliminação excessiva (alcalose respiratória), mantendo uma tensão parcial no sangue (pCO2) compatível com a temperatura e o nível do metabolismo existente; 3. Grande capacidade de trocas gasosas, para permitir a sua operação com um pequeno volume de perfusato; 4. Os fenômenos mecânicos para as trocas gasosas devem ser suficientemente delicados para evitar a destruição dos elementos figurados do sangue ou a desnaturação das proteinas plasmáticas (incluem-se os fatores de coagulação); Oxigenador “ideal” 5. Construção simples e segura, para permitir a oxigenação adequada por longos períodos de tempo; 6. Fácil e rápido de montar e operar; 7. Mínima ou nula tendência à formação de microêmbolos (gás, grumos celulares ou fibrina); 8. O mais completo possível, evitando aparelhos adicionais ou accessórios para aprimorar as suas funções intrínsecas; 9. Deve ser construido com materiais atóxicos, quimicamente inertes, biocompatíveis e resistentes aos choques acidentais e às alterações da temperatura do seu conteúdo; 10. Deve ter acoplado em seu corpo um eficiente sistema de termo- regulação (permutador térmico). Oxigenador “ideal” Oxigenadores de bolhas São os mais antigos. O oxigênio é dispersado no interior de uma coluna do sangue, em microjatos, que produzem bolhas. As trocas gasosas se processam na superfície das bolhas. Os componentes dos oxigenadores de bolhas, são: a.câmara de oxigenação; b. câmara de desborbulhamento; c. reservatório arterial, d. permutador de calor Oxigenadores de membranas São os mais modernos. Membrana semi-permeável que separa o sangue do oxigênio e as trocas gasosas são feitas por difusão dos gases através a membrana ou através de poros existenes nas membranas. Simulamas trocas gasosas que ocorrem nos pulmões Oxigenadores 21 “ Nos Estados Unidos da América do Norte, no ano de 1983, os oxigenadores de bolhas foram usados em 75% das operações realizadas; em 1990, 91% dos oxigenadores utilizados foram de mebranas. Nos dias atuais, os oxigenadores de membranas são usados em todos os casos. Essa mesma tendência ocorreu na Europa e demais continentes, com maior ou menor velocidade, dependendo, essencialmente, da redução dos custos das membranas. 22 Oxigenador de Membranas Reduzir os inconvenientes e o traumatismo da oxigenação artificial do sangue pelos oxigenadores de bolhas - método de oxigenação artificial o mais semelhante possível à oxigenação natural. O primeiro uso clínico com sucesso, de um oxigenador de membranas foi publicado em 1958, por Clowes e Neville. A passagem dos gases através da membrana depende do tipo de material de que a membrana é constituida, da sua espessura e porosidade. Diversos materiais foram utilizados para a construção das membranas, como: celofane, polietileno, teflon (politetrafluoroetileno), silicone e polipropileno. 23 24 Qual é mais eficiente? A diferença de pressão de um gás, entre os dois lados de uma membrana é a principal força física que impulsiona o gás através da membrana. Qual a diferença de pressão na membrana? Sangue venoso: PO2 de 30 mmHg PCO2 de 45 mmHg X Oxigênio puro - PO2 de 760 mmHg Controle de oxigenação Iniciar a perfusão com relação 1:1 entre fluxo de gás e fluxo arterial; Gás com concentração de oxigênio de 60-80% (FiO2 = 0,6 - 0,8); Logo após estabilizada a perfusão, deve-se analisar os valores de PO2 e PCO2; Os ajustes devem ser feitos em pequenas alterações de ± 5% na concentração de oxigênio e de ± 10% no fluxo do gás. 25 Após qualquer alteração na ventilação do oxigenador, os gases arteriais devem ser analisados. Obrigada Dúvidas? giovana.weber@gmail.com 26
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