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Células e Órgãos do Sistema Imunológico

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IMUNOLOGIA BÁSICA
Ana Victória Mota, Biomedicina. 
· Células do sistema imunológico 
O sistema imunológico é responsável por combater os microrganismos invasores. É constituído por leucócitos, onde os principais são os linfócitos, é também constituído por órgãos que são responsáveis pela formação, amadurecimento e multiplicação desses leucócitos. 
1. Monócitos e macrófagos
Os monócitos são produzidos pela medula óssea, caem na corrente sanguínea onde circulam por um certo tempo e ao migrar para o tecido, se diferenciam em macrófago. 
Realizam principalmente FAGOCITOSE. 
2. Neutrófilos
É o principal leucócito do sangue, fagocitam bactérias e fungos, produzem H2O2 (peróxido de hidrogênio/ água oxigenada). 
3. Eosinófilos
Matam parasitas e participam de processos alérgicos. são responsáveis por fagocitar e eliminar complexos de antígenos com anticorpos que aparecem em casos de alergia. 
4. Mastócitos e basófilos 
Participam de reações alérgicas, produzem mediadores químicos como a heparina, serotonina e histamina. Os mastócitos atraem os leucócitos e causam vasodilatação. 
5. Células Natural Killer (NK) 
São um tipo de linfócito que atuam no sistema imune inato atacando células tumorais e vírus. 
6. Célula dendrídica
Capturam microrganismos estranhos e levam para os órgãos linfoides. São mais abundantes na pele. 
· LINFÓCITOS 
O linfócito é um tipo de leucócito presente no sangue. São produzidos pela medula óssea e podem ser encontrados no sangue, órgãos linfoides e nos tecidos. 
Os linfócitos fazem parte da imunidade adquirida e são as únicas células que possuem memória imunológica. 
· Linfócito B: Produzem anticorpos
· Linfócito T: Participam da imunidade celular. 
 - CD8: Mata célula infectada por vírus (citotóxico).
 - CD4: Estimula a fagocitose pelos macrófagos e ativa o LB para o mesmo se diferenciar em plasmócito e produzir anticorpos (auxiliar). 
· O linfócito T(CD4) estimula o linfócito B a produzir anticorpos, porém ele só produz anticorpos quando se transforma em plasmócito. 
Células apresentadoras de antígeno: Célula dendrídica, macrófago e linfócito B.
· Anatomia do sistema imune
Órgãos gerados, ou órgãos linfoides primários.
· TIMO E MEDULA ÓSSEA.
Tecidos linfoides Órgãos periféricos, ou órgãos linfoides secundários.
· LINFONODO, BAÇO, TECIDO CUTÂNEO.
Imunidade inata: pH; mucosa; pele; microbiota; células (glóbulos brancos).
Imunidade adquirida: Linfócitos. É mais duradoura (apresenta memória). Os linfócitos produzem os anticorpos. 
- Os linfócitos são produzidos pela medula óssea, o LB é produzido e amadurecido na medula, já o LT é produzido na medula e amadurecido no timo. 
- Quando os linfócitos T e B entram na circulação, instalam-se temporariamente nos linfonodos. É durante esse tempo que os linfócitos detectam a presença de invasores trazidos pela linfa.
Linfonodos: órgãos nos quais as respostas imunológicas adquiridas são iniciadas. São tecidos ricos em linfócitos. 
Sistema imune cutâneo: células de Langerhans são como macrófagos modificados. As células dendrídicas são abundantes. 
Baço: Faz uma reciclagem das células sanguíneas envelhecidas. Ex: hemácias e plaquetas. 
· Citocinas
São substâncias proteicas hidrossolúveis que agem estimulando células ou estimulando a produção de outras citocinas. São importantes para respostas imunológicas e processos inflamatórios. 
As citocinas enviam sinais entre as células durante a resposta imune. 
FATOR DE NECROSE TUMORAL: Refere-se a um grupo de citocinas capazes de provocar a morte de células (apoptose) tumorais e que possuem uma vasta gama de ações pós-inflamatórias. Secretado principalmente por macrófagos. 
INF-GAMA (INTERFERON): É uma proteína produzida pelos leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células tumorais. Estimula a atividade de defesa de outras células. 
QUIMIOCINAS: Grupo de citocinas de baixo peso molecular que circulam nos sítios de inflamação, nos líquidos corporais como o sangue, e atraem as células essenciais para a resposta imune para o local onde está ocorrendo a inflamação. 
IL-12: É uma citocina secretada pelos LB, neutrófilos, células dendrídicas e macrófagos após a ativação por células apresentadoras de antígenos. Sua principal função é aumentar a secreção e atividade do IF-GAMA pelas células NK, aumentando as respostas citotóxicas. 
IL-16: É uma citocina que é liberada por uma variedade de células, incluindo linfócitos e células capilares que é caracterizado como um quimioatrator para as células imunitárias que expressam a molécula de superfície celular. 
· Imunidade natural: mecanismos celulares 
Componentes da imunidade inata: Sistema complemento.
- Proteínas plasmáticas (cerca de 30) que são ativadas por microrganismos provocando destruição e a inflamação através da formação de um poro na membrana plasmática. 
VIAS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO
Alternativa: Quando o próprio microrganismo ativa as proteínas;
 Clássica: O microrganismo precisa estar ligado ao anticorpo para poder ativar as proteínas.
Das lectinas: É quando o microrganismo possui uma lectina na sua membrana celular. 
As três vias podem ativar uma enzima chamada C3 convertase, que vai quebrar a proteína C3 em C3a e C3b. O C3a vai promover a inflamação no local da lesão. O C3b é depositado sobre o microrganismo promovendo a opsonização (sinalização de que o antígeno deve ser fagocitado) e fagocitose. O C3b ativa uma enzima chamada C5 convertase, que é responsável por quebrar a proteína C5 em C5a e C5b. O C5a promove a inflamação e o C5b se liga a C6, C7, C8 e C9, formando o complexo de ataque à membrana (MAC).
	
· Mecanismo de ação das células do sistema imunológico. 
Macrófago: 1) Fagocita o microrganismo – 2) Libera quimiocinas, interleucinas – 3) Recruta neutrófilos para o local da inflamação. OBS: As citocinas liberadas pelo macrófago sinalizam para o neutrófilo agir. 
Neutrófilo: 1) Fagocita o microrganismo – 2) Produz espécies reativas de oxigênio (EROs). OBS: As espécies reativas de oxigênio são compostos químicos resultantes da redução ou ativação do oxigênio molecular. Os organismos expostos ao oxigênio produzem EROs no seu metabolismo normal, caso ocorra alguma alteração no organismo (patologia), as EROs irão aumentar, causando um estresse oxidativo. 
Eosinófilo: 1) Ativado por IL-4 e IgE – 2) Libera a PBP (proteína ligante de penicilina); PCE (proteína C reativa) e outras... – 3) Mata parasitas (helmintos). 
Basófilo e mastócito: 1) São ativados pelo contato entre o alérgeno com IgE – 2) Liberam a histamina – 3) Processo alérgico. 
Célula NK: Ataca células tumorais e infectadas por vírus através da liberação de granzima e perforina. OBS: A granzima entra na célula e induz apoptose e a perforina perfura a membrana celular. 
· Anticorpos
1. O organismo é exposto ao antígeno; 
2. As APC’s apresentam o antígeno ao LTCD4;
3. O LTCD4 estimula o LB a se diferenciar em plasmócito e produzir anticorpos.4
4
3
1
2
2
1
1. Região variável (Fab);
2. Cadeia leve; 
3. Cadeia pesada; 
4. Região constante (Fc).
OBS: A região constante é toda a região em rosa claro.
 A região variável é específica para cada antígeno. 
 Epítopo é a região do antígeno que se liga ao anticorpo, essas regiões podem ser lineares ou conformacionais. 
· Classes de imunoglobulinas.
IgE: Está relacionada a alergias e resposta aos parasitas e helmintos; (Envolve eosinófilo, basófilo e mastócito).
IgA: Está presente em todas as secreções como o leite materno, saliva, suor e lágrimas; (Neutraliza vírus e atua como bactericida contra G(-) na presença de lisozima).
IgM: Primeiro anticorpo produzido. IgM + quer dizer que o paciente está doente ou recém vacinado; 
IgG: Presente por muitos anos no organismo, IgG + quer dizer que o paciente está vacinado ou melhorando da doença. OBS: IgG é o único anticorpo que passa pela placenta. OBS: IgG e IgM ativam o sistema complemento. 
IgD: Atua como receptor de superfície do LB. 
Função dos anticorpos:1) Neutralização: O anticorpo se liga ao patógeno e o impede de interagir com a membrana celular; 
2) Opsonização: Revestimento do patógeno por proteínas do sistema imune para facilitar a fagocitose; 
3) Ativação do complemento por IgG e IgM. 
· O complexo principal de histocompatibilidade (MHC). 
Linfócito B: Reconhecem tanto antígenos solúveis como antígenos associados a outras células;
Linfócito T: Reconhecem apenas peptídeos que são apresentados por outras células. 
Região HMC/HLA: Segmento cromossômico (cromossomo 6) que contém genes que codificam moléculas que apresentam antígenos aos linfócitos T. 
Há três classes de moléculas de MHC: 
1) MHC de classe I: Apresentam peptídeos aos linfócitos T citotóxicos (CD8); estão presentes em todas as células nucleadas. 
2) MHC de classe II: Apresentam as células T auxiliares (CD4); estão presentes nas células apresentadoras de antígeno. 
3) MHC de classe III: Não estão envolvidas na indução direta da resposta imune. 
MHC e transplantes: Quanto maior a compatibilidade entre os genes do HLA, menor a chance de rejeição, para isso é feito o exame chamado tipagem HLA, que é feito para verificar a compatibilidade entre doador e receptor. 
· Ativação dos linfócitos Th (auxiliares).
Para que ocorra a ativação é necessário a emissão de dois sinais. 
Célula TCD4 virgem – Célula T em proliferação – Célula T efetora maduraCélula Ta2: Ativa células B
Célula Ta1: Ativa os macrófagos
· Tolerância imunológica
É o estado de não reatividade específica para determinado antígeno, induzindo por prévia exposição ao antígeno. 
Auto tolerância: Impede que o organismo elabore um ataque contra seu próprio organismo. A perda da auto tolerância gera o surgimento de doenças autoimunes. 
Mecanismos de tolerância
Tolerância central: Deleção de clones de linfócitos T e B auto-reativos durante sua maturação nos órgãos linfoides primários. 
· Seleção positiva: Quando os precursores linfociticos se ligam a algum ligante próprio com baixa afinidade e são selecionados a sobreviver e continuar o processo de maturação. 
· Seleção negativa: Reconhecem antígenos próprios com alta afinidade durante os estágios de maturação e são induzidos à apoptose ou mudança de receptor. 
Tolerância periférica: Necessária quando os linfócitos T auto-reativos escapam da seleção negativa. (Ex: Linfócitos reativos contra proteínas presentes apenas em tecidos específicos). 
Há quatro mecanismos de tolerância periférica: Ignorância; anergia; apoptose e supressão imune por LT reg. 
· Reações de hipersensibilidade. 
Resposta imunológica excessiva e inapropriada do organismo a uma substância inócua (alérgeno ou microrganismo). 
· Requer um contato prévio do indivíduo com o alérgeno (sensibilização); 
· Resposta imunológica: humoral ou celular; 
· Causam inflamação sistêmica ou local. 
Existem quatro tipos de reações de hipersensibilidade: 
Tipo I: Hipersensibilidade mediada pelo IgE (imediata)
Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos. Dentro de poucos minutos de exposição ao alérgeno um antígeno se junta ao IgE, e ativa a degranulação dos mastócitos. Mediadores pré-formados ou formados na hora são liberados, e causam vasodilatação, contração do músculo liso visceral, estimulação da secreção de muco pelas glândulas do corpo, aumento da permeabilidade vascular, etc. Existem 2 subgrupos de alergias IgE – mediada: Atópica e anafilática. 
Tipo II: Hipersensibilidade mediada por anticorpo (citotóxica) 
A reação citotóxica envolve uma reação entre IgG ou IgM contra antígeno aderido à célula (do órgão afetado). Isso resulta na ativação da cascata do complemento e destruição da célula, a qual o antígeno está aderido. Um exemplo é a anemia hemolítica ou eritroblastose fetal. 
Tipo III: Hipersensibilidade mediada por imunocomplexo
Anticorpos IgG ou IgM podem formar complexos com o alérgeno e este imunocomplexo se deposita nos tecidos e pode ativar o sistema complemento. Esses imunocomplexos se depositam nos vasos sanguíneos causando uma vasculite. 
1) Formação dos complexos Ag-Ac; 
2) Fixação dos complexos imunes que não foram fagocitados à parede do vaso;
3) Ativação do sistema complemento; 
4) Atração de neutrófilos ao local, iniciando um processo inflamatório;
5) Lesão vascular. 
Tipo IV: Hipersensibilidade tardia mediada por células T
A resposta celular induz lesões nos locais onde o Ag penetra.
A manifestação mais comum deste tipo é a dermatite de contato, no qual o alérgeno causa inflamação na derme por contato direto com a pele. A reação ocorre depois de um período latente de 1-2 dias.
1) Ativação dos LT;
2) Resposta inflamatória;
3) Acúmulo de macrófagos;
4) Formação de granuloma;
5) Lesão tecidual.

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