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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ-FASE
PESQUISA 
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRASMISSIVEIS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSORIA /MENOPAUSA E CLIMATERIO/HERPES /GARDNEELLA VAGINALIS/TRICOMONAS VAGINALIS EM GESTANTES
LUCIANA SANTOS PORTO VENÂNCIO
Disciplina Saúde da Mulher
IST
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.
Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. De maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.
O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.
A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais.
A falta de prevenção no início da vida sexual vem preocupando o órgão, afirma Adele Schwartz Benzaken, diretora do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais.
"Nos últimos anos, temos observado que a população mais jovem está reduzindo o uso do preservativo", diz ela à BBC Brasil.
Mas é no Carnaval que as campanhas de prevenção se intensificam. Até o fim da festa, peças publicitárias do governo estarão em TVs, revistas e redes sociais propagando o slogan "No carnaval, use camisinha - e viva essa grande festa!".
As campanhas miram, sobretudo, o alto número de pessoas no Brasil que têm HIV mas ainda não sabem - aproximadamente 112 mil brasileiros - e os cerca de 260 mil que vivem com o vírus mas ainda não se tratam, aumentando o risco de propagação da doença.
Apesar de o principal foco continuar sendo a prevenção de HIV/Aids, especialistas alertam para o risco de propagação de outras doenças, como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C e, especialmente, sífilis.
Saiba mais sobre cada doença abaixo. Todas podem ser evitadas com o uso do preservativo
HIV/Aids
O vírus da imunodeficiência humana é o causador da Aids, que ataca o sistema imunológico e derruba o sistema de defesa do organismo.
No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é considerada estabilizada, mas vem avançando entre os mais jovens.
Na última década, o índice de contágio mais que dobrou entre jovens de 15 a 19 anos, passando de 2,8 casos por 100 mil habitantes para 5,8 casos.
Também aumentou na faixa etária entre 20 a 24 anos, chegando a 21,8 casos a cada 100 mil habitantes.
"Isso mostra que nossa população jovem está mais vulnerável ao HIV e precisa acessar mais conhecimento e os serviços de saúde para se testar", afirma a infectologista Brenda Hoagland, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e AIDS do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
"Como a nova geração não assistiu à epidemia quando o HIV ainda não tinha tratamento, é possível que não tenha uma percepção sobre a gravidade do HIV, o que aumenta nossa responsabilidade de informar sobre sobre riscos e prevenção", acrescenta ela.
Atualmente, cerca de 827 mil pessoas vivem com o HIV no país, e aproximadamente 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não o sabem.
O tratamento contínuo ao HIV pode controlar a doença, garantir a sobrevida dos infectados e tornar o vírus indetectável (o que equivale a prevenir a transmissão com uma segurança de 96%). Mas não pode curá-la. O teste rápido costuma detectar a infecção cerca de 15 dias após o contágio.
As campanhas costumam focar no uso da camisinha como método de prevenção, mas é essencial conhecer também a proteção disponível para casos de relação de risco desprotegidas, frisa Brenda - a chamada profilaxia pós-exposição, ou PEP, um conjunto de medicamentos contra o HIV que devem ser ingeridos por 28 dias no período imediatamente após o possível contágio.
"Se uma pessoa teve uma relação sexual desprotegida em que suspeite de risco para o HIV, ela deve procurar um serviço de saúde até no máximo 72 horas após a relação. Ou seja, se a camisinha rompeu ou deixou de ser usada, a pessoa pode buscar o atendimento numa emergência e o serviço é gratuito", ressalta a infectologista, acrescentando que quanto mais cedo se inicia o tratamento dentro dessas 72 horas, maiores suas chances de eficácia.
Sífilis
Transmitida pela bactéria Treponema pallidum, a infecção apresenta diferentes estágios, do primário ao terciário, e tem maior potencial de infecção nas duas primeiras fases, que costumam ocorrer até 40 dias após o contágio. É transmitida por relações sexuais ou pode ser passada da gestante para o bebê."A sífilis congênita, que é notificada compulsoriamente no Ministério da Saúde, é transmitida de mãe para filho e teve aumento de quase 200% ao longo dos últimos dois anos", alerta a infectologista Brenda Hoagland, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).Os sintomas são feridas na região genital (na fase primária) e manchas no corpo que sugerem uma alergia (na fase secundária). O tratamento da doença é gratuito na rede pública, feito com penicilina.O problema é que os sintomas podem se curar sozinhos e passar despercebidos.O fato de uma pessoa não ter mais sintomas não significa que esteja curada. Esse é o grande problema e faz com que o diagnóstico esteja muito abaixo do necessário.A sífilis terciária pode aparecer de dois a quarenta anos após o início da infecção, podendo causar lesões neurológicas, cardiovasculares e levar à morte."Pessoas com vida sexual ativa e que tenham relações desprotegidas devem fazer o teste para a sífilis independentemente dos sintomas, da mesma forma que devem fazer testes para o HIV e serem vacinadas contra Hepatite B", ecomenda Brenda, lembrando que a sífilis aumenta o risco de infecção por HIV.O acompanhamento da gestante no pré-natal também é fundamental para evitar a transmissão da doença para o bebê.
A sífilis pode levar à má-formação do feto, surdez, cegueira e deficiência mental.
Menopausa e climatério
Menopausa é o nome que se dá à última menstruação, um episódio que ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.
 Muitas vezes, o termo menopausa é empregado indevidamente para designar o climatério, que é a fase de transição do período reprodutivo, ou fértil, para o não reprodutivo na vida da mulher.
A principal característica da menopausa é a parada das menstruações.
No entanto, em muitas mulheres, a menopausa se anuncia por irregularidades menstruais, menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos frequentes. Outros sinais e sintomas característicos como ondas de calor (fogachos), alterações do sono, da libido e do humor, bem como atrofia dos órgãos genitais, aparecem em seguida.
 Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida têm sua origem em células germinativas (ou folículos) dos ovários já presentes no instante do nascimento. Essa reserva é usada desde a primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). Mulher nenhuma é capaz de formar novos folículos para repor os que se foram. Quando morrem os últimos deles, os ovários entram em falência e as concentrações dos hormônios femininos, estrogênio e progesterona, caem irreversivelmente.
Entre outras causas possíveis da menopausa, estão as cirurgias ginecológicas que incluem a retirada dos ovários.
DIAGNÓSTICO
 
O diagnóstico da menopausa só pode ser feito “a posteriori”, depois que a mulher passou doze meses sem menstruar. Já o diagnóstico do climatério leva em conta os sintomas,o exame clínico e alguns exames laboratoriais de sangue. Mamografia, Papanicolaou, ultrassom transvaginal e densitometria óssea são exames complementares que devem ser repetidos com regularidade.
SINTOMAS
 
Em alguns casos, a fase da menopausa e climatério é assintomática. No entanto, a maioria das mulheres começa a apresentar sintomas de intensidade variável já no início do climatério, sintomas que se intensificam com a diminuição progressiva das concentrações dos hormônios sexuais femininos. Os mais comuns são:
· Ondas de calor ou fogachos : episódios súbitos de sensação de calor na face, pescoço e parte superior do tronco, geralmente acompanhados de rubor facial, sudorese, palpitações cardíacas, vertigens, fadiga muscular. Quando mais intensos, podem impor limitações nas tarefas do dia a dia;
· Irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;
· Manifestações urogenitais, tais como dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e premência para urinar, incontinência urinária, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor à penetração e diminuição da libido;
· Sintomas psíquicos: a redução dos níveis de estrógeno e progesterona interfere com a liberação de neurotransmissores essenciais para o funcionamento harmonioso do sistema nervoso central. Como consequência, aumentam as queixas de irritabilidade, labilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;
· Alterações na pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e quebradiços;
· Alterações na distribuição da gordura o corpo: o tecido fibroglandular mamário é substituído por tecido gorduroso que também se deposita mais na região abdominal;
· Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;
· Risco aumentado de doenças cardiovasculares: a doença coronariana é a principal causa de morte depois da menopausa.
 
TRATAMENTO
 
A terapia de reposição hormonal tem a vantagem de aliviar os sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal, incontinência urinária) no climatério. Além disso, funciona como proteção contra a osteoporose e assegura melhor qualidade de vida para a mulher. No entanto, existem contraindicações que devem ser criteriosamente avaliadas, tais como o risco de doenças cardiovasculares, trombose, câncer de mama e de endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de origem desconhecida.
· Estudos mostraram que a isoflavona de soja tem ação semelhante a do estrogênio no controle das ondas de calor.
Alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool, cuidados com a saúde bucal são algumas medidas simples, que incorporadas aos hábitos diários de vida, podem ser úteis para minimizar os sintomas negativos do climatério. Não considere que depois da menopausa a mulher está dispensada do acompanhamento ginecológico que deve continuar sendo feito com regularidade;
· Cuide da alimentação e evite ganhar peso;
· Evite a ingestão de álcool e não fume;
· Encontre tempo para a prática diária de atividade física. Além de ser importante para o bem estar físico, ela é fundamental para o controle da pressão arterial, prevenir a osteoporose e doenças cardiovasculares e atenuar as alterações do humor.
Gardnerella vaginalis
 Os esquemas terapêuticos mais indicados são:
1. Metronidazol comprimidos de 500 mg, por via oral, duas vezes ao dia por 7 dias.
2. Gel de metronidazol 0,75%, um aplicador completo (5 g) por via intravaginal, uma vez ao dia por 5 dias.
Herpes genital
O tratamento para a herpes genital não cura a doença, no entanto, ajuda a diminuir a gravidade e a duração dos sintomas. Para isso, deve ser iniciado nos primeiros 5 dias desde o surgimento das primeiras lesões na região genital.
Normalmente, o urologista ou o ginecologista receita o uso de antivirais em comprimidos, como:
· Aciclovir;
· Fanciclovir;
· Valaciclovir.
O tempo de tratamento vai depender do remédio escolhido e da dose de tratamento, mas normalmente é de cerca de 7 a 10 dias, podendo também ser associado o uso de uma pomada com os mesmos princípios ativos.
Tratamento para herpes genital recorrente
Já nos casos de herpes genital recorrente, com mais de 6 episódios por ano, o médico pode prescrever um tratamento para herpes com Aciclovir comprimido, diariamente, até 12 meses, reduzindo as chances de transmissão e surgimento de novas crises de sintomas.
Pomadas para herpes genital
Embora possam ser utilizadas, as pomadas antivirais para herpes genital não devem ser a primeira opção de tratamento, já que não penetram adequadamente na pele e, por isso, podem não ter o efeito desejado. Dessa forma, o tratamento deve ser sempre iniciado com comprimidos antivirais para diminuir a gravidade da infecção e só depois deve ser associada uma pomada, para tentar facilitar a cicatrização.
Na maioria das vezes, as pomadas antivirais contêm aciclovir e devem ser aplicadas na região afetada até 5 vezes por dia.
Além dessas pomadas, o médico pode também receitar cremes anestésicos, contendo lidocaína, para diminuir a dor e o desconforto causado pelas lesões. Esses cremes devem ser usados de acordo com a indicação de cada médico e deve-se evitar o uso de anestésicos contendo Benzocaína, já que pode levar ao agravamento das lesões.
Tricomoníase
O tratamento mais comum para tricomoníase, inclusive durante a gravidez, é tomar uma dose alta de metronidazol, secnidazol ou tinidazol. O medicamento ministrado por via oral é muito mais eficaz para tricomoníase que a inserção de um creme ou gel no órgão sexual. O Metronidazol e o Tinidazol são as duas opções de tratamento para a tricomoníase. A taxa de cura com esses antibióticos é superior a 90% e nenhuma outra droga apresenta tamanha eficácia. O esquema indicado consiste em 2 gramas de Metronidazol ou Tinidazol por via oral (4 comprimidos de 500 mg) em dose única.

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