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DIREITO CIVIL IV - CCJ0224 
Aluna : Cristina Ghidetti de Moraes 
Semana Aula: 1 
O Direito das Coisas 
QUESTÃO OBJETIVA 
Assinale a alternativa que contemple exclusivamente obrigação propter rem: 
. (B) a hipoteca e o dever de pagar as cotas condominiais 
Avaliação 
CASO CONCRETO 1 
Wade Wilson alugou um apartamento de propriedade de Peter Parker em Belém(PA). 
O contrato de locação previu: valor e pagamento do aluguel, dever de cuidados com o 
bem, as taxas de condomínio serem de responsabilidade de Wade Wilson (locatário) e 
que a duração do contrato é de 3 anos. Assim durante todo o lapso contratual o 
locatário cumpriu o contrato, pagando em dia o aluguel e o valo da taxa de 
condomínio, bem como manteve o devido cuidado com o bem. Véspera da data de 
devolução do apartamento Peter Parker recebeu comunicação do município de Belém 
informando que havia débito de 2 anos nos valores referente ao IPTU do apartamento. 
Com fulcro no informado responda: 
a) Peter Parker pode cobrar os valores referente ao IPTU de Wade Wilson, vez que 
este era responsável pelo imóvel durante o período? Explique. 
Res.: Não, pois não havia previsão no contrato de aluguel do pagamento da 
taxa de IPTU. 
b) Vencido o prazo de 3 anos do contrato, caso Wade Wilson recuse-se a devolver 
o apartamento, quais características do Direito das Coisas Peter Parker pode 
dispor para impor seu direito de propriedade sobre o bem? Explique. 
Res.: Peter Parker deverá entrar como uma ação reivindicatória, pois Wade 
Wilson tinha a posse temporária do imóvel. E não sendo entregue o imóvel O 
proprietário poderá entrar com ação de despejo. 
 
Semana Aula: 2 
Posse: Elementos e teorias 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB FGV VII EXAME UNIFICADO 2012) Acerca do instituto da posse é correto afirmar 
que: 
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D) a composse é uma situação que se verifica na comunhão pro indiviso, do qual cada 
possuidor conta com uma fração ideal sobre a posse. 
CASO CONCRETO 2 
Mogli comprou uma mansão de 1.200 m² em Balneário Camboriú (SC), tendo realizado 
o devido registro em cartório desta compra. Esta mansão serve apenas como casa de 
veraneio, vez que é uma casa de praia. Pocahontas resolveu passar o carnaval em 
Balneário Camboriú, assim realiza contrato de locação com Mogli, o contrato firmado é 
por temporada (período do carnaval), sendo pactuado o valor e data de devolução do 
imóvel (12:00 h da quarta-feira de cinzas), analisando a presente situação responda: 
a) Pocahontas tornou-se possuidora do imóvel? Qual das teorias sobre a posse abraça 
esta situação? Explique 
Resp.: Sim, conforme a teoria objetiva. Pocahontas realizou o contrato apenas com a 
intenção passar uma curta temporada, assim não há intenção de dispor do bem 
como seu. 
Nesta teoria dispõe-se apenas do corpus, sem necessidade de animus. 
 
b) Classifique a posse apresentada. 
Resp.: Derivada, direta, justa e de boa-fé. 
 
c) Quando Pocahontas chegou à casa conheceu o Sr. Aladdin, caseiro contratado por 
Mogli para cuidar da casa de praia. Pode-se afirmar que Aladdin é possuidor da casa? 
Explique. 
Resp.: Não, Aladdin é detentor de posse, pois ele conserva a posse em nome e em 
cumprimento de ordens. (art. 1.198, CC) 
 
. 
 
 
Semana Aula: 3 
A Posse 
CASO CONCRETO 3 
Sheldon em suas andanças pela cidade do Rio de Janeiro descobriu um apartamento 
em Copacabana desocupado e anunciado para aluguel. Sem conversar com o 
proprietário desse imóvel, Sheldon informou à portaria do prédio que comprou o 
imóvel e entraria para tomar posse. Após adentrar o apartamento ele trocou as 
fechaduras das portas de acesso, colocou uma banheira no banheiro da suíte e 
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apresentou-se a todos do prédio como novo proprietário do imóvel. O Sr. Holowitz, 
verdadeiro proprietário do imóvel, tomou conhecimento da invasão realizada por 
Sheldon 1 mês após o ato e contratou advogado para realizar a proteção dos direitos 
sobre sua propriedade. Assim, pergunta-se: 
a) Qual foi a espécie de ataque a posse? Qual o remédio cabível para defendê-la? 
Explique: 
Resp.: este caso aconteceu ESBULHO, vez que o invasor retira a posse direta do 
proprietário. A forma de defesa será uma ação de reintegração de posse. 
b) Em razão da ação judicial Sheldon deverá devolver o imóvel, quanto à banheira 
instalada no apartamento, ele terá direito de ser indenizado? 
Resp.: Não, pois o possuidor de má-fé somente é indenizado das benfeitorias 
necessárias. 
c) Caso, durante o período que ocupou indevidamente o imóvel, Sheldon tenha 
alugado dois quartos do apartamento para turistas em veraneio na cidade do Rio de 
Janeiro, pelo valor de R$ 10.000,00. Ele poderá ficar com este valor? 
 
Resp.: Não, pois ele alugou bem que não era seu enquanto estava na posse de má-fé, 
assim o Sr. Holwitz terá direito de ser indenizado por estes valores, conforme Art. 
1216. 
 
Semana Aula: 4 
A Propriedade 
CASO CONCRETO 4 
Verônica é proprietária de uma casa em bairro estritamente residencial na cidade de 
João Pessoa (PB). Verificando as possibilidades de negócio a mesma observa que estão 
chegando as festas juninas, como Verônica precisa urgentemente de dinheiro resolve 
montar uma fábrica de fogos de artifício em sua casa, para tanto recebe meia tonelada 
de pólvora e outros itens para a produção dos fogos. Archie, seu vizinho, testemunha a 
entrega destes itens, imediatamente ele a questiona sobre os riscos desta atividade. 
Verônica de forma calma e serena responde que a propriedade da casa é dela e assim 
ela pode fazer o que bem quiser em seu imóvel. Por ser dono a pessoa pode fazer o 
que bem entender no imóvel? Explique. 
Resp.: Neste caso concreto, Verônica não pode fazer o que quer, visto que o que ela 
pretende produzir é algo que coloca em risco toda a vizinhança dela. Para que ela 
possa fazer este tipo fabricação ela precisa de autorização (alvará, abites entres 
outros) dos órgãos competentes. 
 
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CASO CONCRETO 5 
Bentinho é proprietário de um terreno em Ribeirão Corrente (SP), este terreno tem as 
seguintes dimensões: 100 metros de testada (frente), 100 metros de fundos, 500 m na 
lateral esquerda e 500 m na lateral direita(100m X 500m). Seu vizinho é Escobar, que 
possui um terreno muito menor que o de Bentinho, sendo uma área de 40m X 500 m, 
não há cercas entre as duas áreas. Bentinho resolveu plantar Café em seu Terreno, 
tendo contrato diversas pessoas para realizar o plantio, deixando um capataz 
responsável pelos serviços. Ocorre que Bentinho precisou ausentar-se durante o 
período do plantio, infelizmente o capataz não conhecia os limites do terreno, tendo 
usado toda a área de Escobar, em razão da inexistência de cerca. Escobar em diversas 
visitas à área viu o cultivo e nada falou. No dia que foi concluída a plantação, Escobar 
construiu cerca separando seu terreno da área de Bentinho e disse que aquela área 
era dele e ninguém tinha direito a nada sobre aquela plantação. Escobar está correto 
ou Bentinho pode alegar ter algum direito? Qual? Explique. 
Resp.: Betinho entrou no terreno de Escobar com boa fé, pois o capataz não sabia do 
limite e Escobar visitou seu terreno e viu que o mesmo foi invadido e não 
questionou, sendo assim o Escobar fica com a plantação, mais deve indenizar 
Betinho. 
 
Semana Aula: 6 
A Propriedade 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
 (OAB FGV II EXAME UNIFICADO 2011) Sobre o constituto possessório, assinale a 
alternativa correta. 
 (B) Trata-se de modo originário de aquisição da posse. 
 
CASO CONCRETO 06 
Hermione e Rupert conheceram-se em Salvador, durante o carnaval. Após alguns 
meses de namoro resolveram morar juntos. Com muito esforço conseguiram comprar 
uma casa, único imóvel de ambos, cravado em um terreno de 220 m². Com 5 anos de 
relacionamento tiveram um filho, Rupert Júnior. Após 7 anos desta convivência 
Hermione conheceu um rapaz chamado Tom, tendo se apaixonado perdidamente por 
ele. Paixão esta que resultou no abandono do lar, Hermionesimplesmente saiu de casa 
com a roupa do corpo e durante 5 anos não deu notícias. Um belo dia, ao voltar do 
trabalho, Rupert encontra com Hermione na porta da casa. Esta nem mesmo 
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perguntou por Rupert Júnior, apenas afirmou que estava precisando de dinheiro e 
queria que Rupert vendesse a casa, a fim de dividir o valor do bem. Rupert, assustado 
com esta situação, procurou um advogado e o perguntou se não haveria alguma forma 
dele adquirir a propriedade integral desta casa. Caso positivo, diga que modo de 
aquisição é este e seus requisitos. 
Resp.: Neste caso concreto podemos aplicar o art. 1240 cc. Hermione não tem mais 
direito, pois abandonou o lar por mais de 2 anos, dando o direito a Rupert de entra 
com ação de uso capião familiar. 
 
Semana Aula: 7 
A Propriedade 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB FGV II EXAME UNIFICADO 2011) Sobre o constituto possessório, assinale a 
alternativa correta. 
(C) Representa uma tradição ficta. 
CASO CONCRETO 07 
Iracema tem imenso dom artístico, sendo capaz de criar as mais belas figuras sacras a 
partir de pedras de mármore. Apesar de estranhar o tamanho de uma pedra de 
mármore entregue por seu fornecedor em seu atelier, Iracema a considerou ideal para 
esculpir uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. E assim fez, tendo realizado seu 
melhor trabalho! Dias após a conclusão deste trabalho, Brás Cubas, mais famoso 
artesão de Juazeiro do Norte (CE), apresenta-se no atelier de Iracema e informa que o 
fornecedor de mármore entregou erroneamente uma pedra, justamente a que foi 
transformada. Ato contínuo, solicita que Iracema entregue imediatamente a obra, vez 
que feita em material pertencente a ele. Cabe razão a Brás Cubas? Que tipo de 
transformação aconteceu? Como deve ser resolvida? 
 
Resp.: Brás Cubas não tem razão. Aconteceu uma Especificação, conforme art. 
1.269 e segs, CC. É o tipo de aquisição de propriedade em que uma pessoa 
(especificador) transforma matéria-prima alheia, sendo que o produto não pode 
voltar ao estado original. Na presente situação Iracema estava de boa-fé, assim o 
produto final será de sua propriedade, restando a Brás Cubas ser indenizado 
pelo valor da matéria-prima perdida. 
 
 
 
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Semana Aula: 8 
A Propriedade 
 
QUESTÃO OBJETIVA: 
(OAB FGV III EXAME UNIFICADO 2010) Félix e Joaquim são proprietários de casas 
vizinhas há cinco anos e, de comum acordo, haviam regularmente delimitado as suas 
propriedades pela instalação de uma singela cerca viva. Recentemente, Félix adquiriu 
um cachorro e, por essa razão, o seu vizinho, Joaquim, solicitou-lhe que substituísse a 
cerca viva por um tapume que impedisse a entrada do cachorro em sua propriedade. 
Surpreso, Félix negou-se a atender ao pedido do vizinho, argumentando que o seu 
cachorro era adestrado e inofensivo e, por isso, jamais lhe causaria qualquer dano. 
Com base na situação narrada, é correto afirmar que Joaquim 
(B) poderá exigir que Félix instale o tapume, a fim de evitar que o cachorro ingresse 
em sua propriedade, cabendo a Félix arcar integralmente com as despesas de 
instalação. 
 (OAB FGV IV EXAME UNIFICADO 2011) Acerca da servidão de aqueduto, assinale a 
alternativa correta. 
 (D) O proprietário do prédio serviente, ainda que devidamente indenizado pela 
passagem da servidão do aqueduto, poderá exigir que seja subterrânea a canalização 
que atravessa áreas edificadas, pátios, jardins ou quintais. 
 
Avaliação 
CASO CONCRETO 08 
Anita é proprietária de um terreno em Nova Iguaçu, no qual resolveu construir uma 
casa. A edificação realizada está a meio metro de distância do terreno de sua vizinha, 
Valesca. Ainda no início da construção, Valesca observa que a casa que está sendo 
construída por Anita terá uma janela justamente na parede que faz limites com seu 
terreno, bem como o telhado da casa despejará todas as águas pluviais diretamente no 
terreno de Valesca. A construção de Anita obedece ao direito de vizinhança? Explique 
Resp.: O Código Civil Brasileiro vigente, em seu artigo 1.301, prevê que “o 
proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo os 
direitos dos vizinhos e os regulamentos administrativos”. O Código Civil brasileiro 
proibi a abertura de janelas, terraço ou varanda, a menos de um metro e meio do 
terreno vizinho. Assim, caso o vizinho queira realizar a construção de uma janela 
frontal, por exemplo, este deverá verificar a linha de divisória entre o seu imóvel e o 
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de seu vizinho e, deste ponto, estabelecer a distância de um metro e meio para 
iniciar a sua construção. 
No REsp 1.531.094, de relatoria do ministro Villas Bôas Cueva, a Terceira 
Turma entendeu que a proibição de abrir janelas, ou fazer terraço ou varanda, a 
menos de um metro e meio do terreno vizinho – artigo 1.301, caput, do CC – não 
pode ser relativizada, pois as regras e vedações contidas no capítulo relativo ao 
direito de construir possuem natureza objetiva e cogente. 
Ao STJ, a proprietária alegou que a regra do artigo 1.301, caput, do CC evidencia uma 
limitação legal ao direito de construir, que não se limita ao campo de visão e 
independe da aferição acerca da existência ou não de ofensa à privacidade do 
interior do imóvel vizinho. 
 
 
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=65500220&num_registro=201401939992&data=20161024&tipo=51&formato=PDF
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1301

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