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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Período Antropológico e Medieval Prof(a). Raquel Marques PERÍODO ANTROPOLÓGICO PLATÃO Fundador da Academia de Atenas, foi aluno de Sócrates e professor de Aristóteles. Foi um dos filósofos gregos mais conhecidos e estudados até os dias atuais, especialmente por sua obra ter sobrevivido praticamente intacta mais de 2400 anos. PLATÃO Foi responsável por termos acesso ao pensamento de diversos filósofos da Grécia antiga, como Sócrates, Heráclito, Parmenides e Pitágoras. Platão foi ainda o introdutor do método de diálogo em filosofia e com sua obra A República fundou a filosofia política ocidental. ARISTÓTELES Nasceu na Macedônia, na cidade de Estagira, em 384 a.C. Seu pai, Nicômaco, trabalhou como médico na corte do rei Amintas II, pai de Felipe II da Macedônia e avô de Alexandre, o Grande. DISCÍPULO DE PLATÃO Frequentou a Academia de Platão Melhor aluno, é destacado para ocupar o cargo de Diretor Impedido de ocupar tal cargo por ser Macedônio - estrangeiro para os atenienses Indignado, se desliga da Academia e funda sua própria escola, o Liceu. ARISTÓTELES FUNDA O LICEU A escola tornou-se famosa e ficou conhecida como Escola dos Peripatéticos. Aristóteles gostava de caminhar com seus alunos pelos jardins do Liceu enquanto ministrava suas aulas. Durante longas caminhadas, as discussões se acirravam e os assuntos se aprofundavam. Por este costume de caminhar divagando, os alunos de Aristóteles ficaram conhecidos como peripatéticos (perambulantes). O Liceu se voltara para estudar o mundo físico, a natureza, e o que entendemos hoje por Biologia e pelas Ciências Naturais. PENSAR ANALITICAMENTE Aristóteles tinha um espírito observador. Olhava atentamente para os seres vivos e percebia que suas partes - folhas, pernas, frutos, olhos, etc. - funcionavam em sincronia e perfeição. Uma coisa influenciava outra e era a causa de outra ainda. Tudo estava relacionado. Então, para compreender uma qualquer coisa era preciso primeiro conhecer as partes que a formavam. Compreendendo a relação que estas partes mantinham entre si, era possível perceber o todo. O ATO DE ANALISAR 1. Separar um todo em suas partes constituintes 2. Observar atentamente e estudar os pormenores de cada uma das partes de um todo, com o objetivo de conhecer sua natureza, suas funções, relações, causas, etc. ARISTÓTELES X PLATÃO • Em primeiro lugar, a visão analítica de Aristóteles rompe com o pensamento de Platão na medida em que valoriza a observação (aparência) e as in formações o fe rec ida s pe los sent idos (IDEALISMO X REALISMO). • Assim, quando Aristóteles afirma ser importante estudar a maneira como os elementos de uma estrutura se relacionam para, a partir da exper iênc ia da obser vação , chegar- se a conclusões sobre o porquê desta estrutura, ele está se afastando da Filosofia e dos métodos utilizados por seu mestre. ARISTÓTELES X PLATÃO • Aristóteles dizia que existem seis formas ou graus de conhecimento: SENSAÇÃO, PERCEPÇÃO, IMAGINAÇÃO, MEMÓRIA, RACIOCÍNIO E INTUIÇÃO. • Platão afirmava ser a experiência produzida pelos sentidos, fontes de erros e de enganos – doxa, como ele mesmo dizia. • Para Platão a única forma de encontrar o caminho da verdade era por meio da razão. Somente a razão seria capaz de conduzir a alma ao mundo claro e iluminado das Idéias. Este mundo material, o mundo onde você e eu vivemos, o mundo da experiência sensível de que fala Aristóteles, era, segundo Platão, apenas sombras da verdadeira realidade. • Para Platão, ser era ser; para Aristóteles, observar era ser. ARISTÓTELES X PLATÃO • Aristóteles, por sua vez, dizia que os sentidos são um ponto de partida importante para a compreensão do mundo. • Só há um mundo e é este que pode ser percebido por nossos sentidos. • Para Aristóteles havia um processo de aquisição de conhecimento: SENSAÇÃO - MEMÓRIA - EXPERIÊNCIA - ARTE - CIÊNCIA • Somente a partir da análise criteriosa do mundo que nos cerca poderemos perceber as relações que as coisas apresentam entre si. • Para Aristóteles, seu mestre cometeu um grave equívoco: duplicou o mundo, e esse não é o melhor caminho para compreendê-lo. ARISTÓTELES X PLATÃO • Assim, segundo Platão e seu dualismo matéria-idéias, primeiramente, no Mundo das Idéias, existe a idéia ou forma perfeita de cachorro. • Essa idéia ou forma perfeita somente é acessível à alma humana por intermédio da razão. • A partir desta perfeição inicial seriam formados os cachorros como os que conhecemos pelos nossos sentidos, latindo, coçando as pulgas e fazendo a maior bagunça. TEORIA ARISTOTÉLICA Causa material: de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos. Causa eficiente: o que fez a coisa?A construção. Causa formal: o que lhe dá a forma? A própria casa. Causa final: o que lhe deu a forma? A intenção do construtor. Há uma hierarquia entre as causas, sendo a causa final a mais importante. A ciência que estuda as causas últimas de tudo é chamada de filosofia. Por isso, a tradição costuma situar a filosofia como a ciência mais elevada ou mãe de todas as ciências, por ser o ramo do conhecimento que estuda as questões mais gerais e abstratas. FILOSOFIA MEDIEVAL A PARTIR DO SÉC. II Patrística (IV-VIII) é o nome dado à Filosofia Cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres, os primeiros teóricos —- daí “Patrística”. Consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos “pagãos" e contra as heresias. Discussão racional com os heréticos. Para converter os pagãos, combater as heresias e justificar a fé, desenvolvem a apologética elaborando textos em defesa do cristianismo. Aliança entre fé e razão. Creio para poder entender ; “nem tudo o que creio, conheço” (Agostinho). Padres recorrem à Filosofia de Platão e sintetizam-na com a doutrina cristã. AGOSTINHO (354-430) • Bispo de Hipona – Norte da África; • Principal nome da Patrística; • Recorre à dicotomia de Platão e substitui o Mundo das Ideias pelas ideias divinas; • Fundamenta a Teoria da Iluminação que diz que o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas; • Trindade; Alma; Mal; Liberdade; Interioridade; QUEDA DE ROMA E INÍCIO DA IDADE MÉDIA Alta Idade Média – Forte influência dos Padres Vários Pensadores retomam à cultura Antiga continuando a adequação às verdades teológicas A PARTIR DO SÉCULO IX Escolástica (IX - XIV) - Filosofia cristã iniciada no séc IX, apogeu no séc XIII entrando em decadência no séc XIV; Continua a aliança entre Razão e Fé; Trazer o real para o racional; Razão teocêntrica; depois, com Descartes, razão antropocêntrica Séc XI – com o renascimento urbano surgem ameaças de ruptura da unidade da Igreja; A Razão busca sua autonomia, surgem as Universidades na Europa TOMÁS DE AQUINO • Em sua época, a Filosofia de Platão é predominante; • Tomás de Aquino, no séc XIII, fundamenta a Filosofia Aristotélica-Tomista; • A Filosofia de Aristóteles ganha força e é utilizada pelos padres dominicanos e jesuítas que desde o Renascimento investem na formação dos jovens; • Juntar a fé e a razão sem uma negar a outra; • Provas da existência de Deus no mundo material e não no sobrenatural (Agostinho). AS 5 PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS Em um de seus mais famosos livros, a Suma teológica, Santo Tomás propõe cinco provas da existência de Deus: 1) O primeiro motor – tudo aquilo que se move é movido por outro ser. Por sua vez, este outro ser, para que se mova, necessita também que seja movido por outro ser. E assim sucessivamente. Logo, conclui Tomás de Aquino, é necessário chegar a um primeiro ser movente, que não seja movidopor nenhum outro. Esse ser é Deus. 2) A causa eficiente – todas as coisas existentes no mundo não possuem em si próprias a causa eficiente de suas existências. Devem ser considerados efeitos de alguma causa. Logo, é necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de efeitos. Essa causa primeira é Deus. 3) Ser necessário e ser contingente – este argumento é uma variante do segundo. Afirma que todo ser contingente, do mesmo modo que existe, pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem deixar de ser, então, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, também agora nada existiria, pois aquilo que não existe somente começa a existir em função de algo que já existia. É preciso admitir, então, que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contingentes. Esse ser necessário é Deus. 4) Os graus de perfeição – em relação à qualidade de todas as coisas existentes, pode-se firmar a existência de graus diversos de perfeição. Assim afirmamos que tal coisa é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa, ou mais verdadeira. Se uma coisa possui “mais ou menos” determinada qualidade positiva, isso supõe que deve existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição. Um ser máximo e pleno. Esse ser é Deus. 5) A finalidade do ser – todas as coisas brutas que não possuem inteligência própria. Existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade, semelhante à flecha dirigida pelo arqueiro. Devemos admitir, então, que existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo. Esse ser é Deus.
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