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Aulas 23 e 24 Socioantropologia 2020 1 PDF

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SOCIOANTROPOLOGIA UNEC 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA – NEAD 
Prof. Cláudio Soares Barros: claudiobarros0108@gmail.com Página 1 
 
 
 
3.5 Globalização, Modernidade e Cultura 
Renato Ortiz 
Unicamp 
 
No debate atual sobre o mundo contemporâneo uma certeza se impõe cada 
vez mais: vivemos um momento de mudanças aceleradas e profundas. Na esfera da 
política, a debacle soviética, o fim da Guerra Fria, a constituição da Comunidade Eu-
ropeia, a emergência do Japão e dos "tigres" asiáticos, redefinem o desenho geopo-
lítico herdado do pós-guerra. Dentro deste contexto, a divisão bipolar entre comu-
nismo x liberalismo, União Soviética x Estados Unidos, é ultrapassada por novas 
relações de forças determinando outra configuração da ordem internacional. No do-
mínio econômico, a consolidação de um mercado global traz ainda aberturas e dile-
mas para o século XXI. Deslocalização da força de trabalho, controle administrativo 
transnacional, capitalismo flexível, avanços tecnológicos, fazem com que a lógica da 
produção tenha cada vez mais uma abrangência planetária. 
De alguma maneira esse processo de mudanças 
se traduz pelo acúmulo de termos que surgem para com-
preendê-lo: pós-modernidade, globalização, sociedade 
pós-industrial, sociedade de redes, pós-colonialismo, etc. 
Por isso as Ciências Sociais, neste início do século XXI, 
buscam por novos conceitos que consigam apreender 
este movimento de redefinição das coisas. No fundo, a 
discussão sobre a "crise paradigmática" exprime a inade-
quação do estoque de conceitos do qual dispomos e a realidade que os desafia a 
todo o momento. A dimensão da cultura não escapa a essas transformações. 
Aula 23 
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Prof. Cláudio Soares Barros: claudiobarros0108@gmail.com Página 2 
A "revolução" tecnológica (computadores, internet, satélites, fibras óticas, mi-
niaturização dos aparelhos eletrônicos etc.) permite uma circulação planetária dos 
bens culturais numa escala inteiramente nova. Eles já não mais se circunscrevem a 
esse ou aquele país, transbordando as fronteiras nacionais. A cultura tornou-se ain-
da uma esfera da expres-
são de conflitos diversos, 
disputas étnicas, funda-
mentalismo religioso, 
afirmação de gêneros, 
trazendo a discussão das 
identidades para um pri-
meiro plano. Nesse senti-
do, o debate sobre a ordem internacional tornou-se mais complexo, pois, ao lado 
das contradições anteriores, interesses econômicos, divisão entre países desenvol-
vidos e subdesenvolvidos, acrescenta-se outra: a afirmação de identidades culturais 
diferenciadas e algumas vezes antagônicas. 
Se as mudanças no panorama mundial são claras resta, no entanto um pro-
blema: como qualificá-las? Neste ponto os diagnósticos muitas vezes caminham em 
direções opostas. O debate se faz hoje sob o signo de uma contradição aparente. 
Afirmam-se simultaneamente conceitos que muitas vezes parecem ser excludentes: 
integração, globalização. 
Alguns analistas de marketing não hesitam em preconizar a existência de um 
planeta homogêneo, unidimensional, 
unificado apenas pelos vínculos de uma 
sociedade de consumo. Em todos os 
sítios os indivíduos teriam em princípio 
as mesmas necessidades básicas. Ca-
beria ao mercado e aos bens materiais 
padronizados satisfazê-las. Uma visão 
antagônica encontra-se entre aqueles 
que sobrevalorizam os movimentos ét-
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nicos (seja para afirmá-los como elementos de construção de identidades locais, 
seja para rejeitá-los como uma ameaça a qualquer movimento de unificação). 
O declínio do Estado-nação teria inaugurado uma era de fragmentação social, 
salutar ou perigosa, de acordo com as inclinações mais ou menos otimistas. Longe 
de ser unilinear, o mundo contemporâneo seria constituído por espaços desconexos, 
por fragmentos (alguns dizem "fractais") diversos, independentes uns dos outros. 
No contexto da formação dos blocos econômicos, por exemplo, a Comunida-
de Europeia, a mesma polaridade analítica se reproduz. No início a ênfase é coloca-
da no primeiro termo, a integração. Privilegia-se assim a dimensão da expansão das 
fronteiras - moeda única europeia, mercado comum, 
livre circulação das pessoas, intercâmbio entre os 
países etc. Porém, uma vez considerado este aspec-
to integrador, como se por receio, retorna-se imedia-
tamente a uma premissa anterior: a diferença cultu-
ral - a idiossincrasia1 das regiões, a riqueza das 
culturas locais, a variedade dos povos e das culturas 
nacionais. 
O debate oscila desta forma da "totalidade" à "parte", da "integração" à "dife-
rença", da "homogeneização" à "pluralidade". Tem-se a impressão de estar diante 
de um mundo esquizofrênico. Por um la-
do pós-moderno, multifacetado ao infi-
nito, por outro uniforme, idêntico em 
todos os lugares. 
Esta bipolarização ilusória se agra-
va quando é rebatida no plano ideológico. 
Totalidade e parte deixam de ser momen-
tos da análise intelectual para se trans-
formarem em pares antagônicos de dis-
posições políticas. De um lado teríamos o 
"todo", apressadamente assimilado a totalitarismo, de outro as "diferenças", ingenu-
amente celebradas como expressão genuína do espírito democrático. 
 
1
Na religião, idiossincrasia é o comportamento estranho ou diferente do usual das pessoas, diferente do comum. Pode-
mos entender o termo nesse sentido como uma aversão à ideia diferente ou oponente. 
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Modernidade x pós-modernidade, escolher uma dessas trincheiras torna-se 
um imperativo de sobrevivência epistemológica.2 Tudo se passa como se vivêsse-
mos uma Guerra Fria no plano dos conceitos. Esta seria a única forma de superar-
mos a contradição aparente entre "integração" e "diferenciação", encolhendo-se ca-
da um em seu universo seguro e compartimentado. Mas seriam as sociedades pas-
síveis de serem compreendidas desta forma? 
Creio que não. É inteiramente falso imaginar o processo de globalização co-
mo sendo equivalente ao de homogeneização do planeta. Por isso propus uma dife-
renciação entre os conceitos de globalização e de 
mundialização. Quando falamos de uma economia 
global, nos referimos a uma estrutura única, subja-
cente a toda e qualquer economia. Os economistas 
podem inclusive mensurar a dinâmica desta ordem 
globalizada por meio de indicadores variados: as 
trocas e os investimentos financeiros. Pode-se di-
zer o mesmo da tecnologia na medida em que ela é 
a mesma em todo o planeta. Podemos assim falar 
em economia e em tecnologia global. 
No entanto, a esfera da cultura não pode ser 
considerada da mesma maneira. O processo de 
mundialização da cultura não implica necessaria-
mente o aniquilamento das outras manifestações culturais: ele coabita com elas e 
delas se alimenta. Nesse sentido, não existe nem existirá uma cultura global única, 
idêntica em todos os lugares. O que se tem é a consolidação de uma matriz civiliza-
tória, a modernidade-mundo, que em cada país se atualiza e se diversifica em fun-
ção de sua história particular. 
 
 
 
 
 
2
 A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, e também é conhecida como 
teoria do conhecimento e relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência. É uma das principais áreas da filo-
sofia, compreende a possibilidade do conhecimento, ou seja, se é possível o ser humano alcançar o conhecimento total e 
genuíno, e da origem do conhecimento. 
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3.5.1 Globalização e mundialização 
A modernidade-mundo carrega um elemento diferenciador: eis sua natureza. 
Isso significa que a mundialização é simultaneamente uma e diversa. Uma enquanto 
matriz civilizatória cujo alcance é planetário. Nesse sentido, parece-me impróprio 
falar em "modernidade japonesa", "modernidade europeia", "modernidade latino-
americana", como se fossem estruturas distintas. Uma 
matriz não é um modelo econômico no qual as variações 
se fazem em função dos interesses em jogo ou das 
oportunidades de mercado. Capitalismo, desterritoriali-
zação, formação nacional, racionalização do saber e das 
condutas, industrialização, urbanização, avanços tecno-
lógicos, são elementos partilhados por todas essas "mo-
dernidades". Os sociólogos podem considerá-las parte 
de um tronco comum revelando seus nexos constituti-
vos. 
Mas, a modernidade é simultaneamente diversa. Ela atravessa de forma dife-
renciada cada país ou formação social específica. Sua realização ocorre segundo as 
histórias dos lugares. As nações são diversas porque cada uma atualiza de maneira 
diferenciada os elementos de uma mesma matriz. A modernidade varia, portanto, de 
acordo com as situações históricas (possui uma especificidade na América Latina, 
outra no Japão ou nos Estados Unidos). Talvez pudéssemos qualificar o processo 
de globalização como uma "situação" que reordena os elementos que a constituem. 
Não se trata, pois de um "novo" paradigma que torna o "velho" obsoleto, mas de um 
contexto histórico no qual o todo e as partes adquirem outro significado. 
Mas quais seriam as implicações dessas mudanças recentes? A primeira de-
las diz respeito ao Estado-nação. Desde a Revolução Industrial a nação afirmou-se 
como um elemento de aglutinação social. Sua totalidade integrava a economia, a 
vida social e política dos povos. Cada nação definia assim uma territorialidade e uma 
centralidade próprias, no seu bojo, pelo menos em princípio, se realizariam os so-
Aula 24 
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nhos de emancipação, de democracia e de liberdade. Cada território, cada país, en-
volvia seus cidadãos dentro de uma identidade particular, distinta da de outros paí-
ses. 
A nação se apresentava assim como um espaço dotado de autonomia capaz 
de ordenar a sociedade nacional de acordo com sua historicidade, suas forças eco-
nômico-sociais, enfim, suas contradições internas. O processo de globalização rede-
fine este quadro de equilíbrio. A modernidade-mundo é uma tendência que extrapola 
as fronteiras nacionais. Isso não significa que o Estado-nação esteja prestes a de-
saparecer. Apenas uma visão ideológica pode alimentar este tipo de ilusão. Entre-
tanto, a globalização retira muito de sua autonomia anterior. 
Primeiro a autonomia política (o que é um dilema crucial do século XXI). Parte 
substantiva do poder já não mais se en-
contra circunscrita ao território do Esta-
do-nação. Ele se situa no interstício das 
forças transnacionais (corporações, ban-
cos, G-7, FMI etc.). Neste sentido, a ideia 
de "projeto nacional", que durante todo o 
século XX prevaleceu particularmente na 
América Latina (desenvolvimentismo, 
varguismo - de Getúlio Vargas, no Brasil, 
peronismo - de Peron, na Argentina), torna-se cada vez mais uma proposta política 
irrealizável. Isso significa que o destino da nação já não pode mais ser equacionado 
em termos preponderantemente endógenos. 
Segundo, autonomia cultural. Sabemos que durante os séculos XIX e XX o 
destino das nações é diferenciado. No entanto, pode-se dizer que cada uma delas 
se configura em um núcleo de irradiação cultural. A nação define um espaço geográ-
fico no interior do qual se realizam as aspirações políticas e os projetos pessoais. O 
Estado-nação não é apenas uma entidade político-administrativa, ele é uma instân-
cia de produção de sentido. A identidade nacional galvaniza as inquietações que se 
exprimem em sua territorialidade. Certamente, sua afirmação não se faz sem pro-
blemas, afinal a sociedade moderna é clivada pelo antagonismo de classes. Por ou-
tro lado, para se constituir enquanto tal, a nação deve acomodar os interesses dos 
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grupos diversificados - as nacionalidades, os povos indígenas, as populações de 
origem negra. Até mesmo a língua, um de seus elementos unificadores, tem de con-
quistar sua legitimidade, isto é, demarcar sua autoridade diante da diversidade lin-
guística e dos dialetos locais. 
Entretanto, mesmo assim, o Estado-nação consegue equacionar minimamen-
te o conjunto dessas contradições. Diante de outras orientações alternativas, a iden-
tidade nacional se afirma como hegemônica, ou para utilizar uma expressão weberi-
ana, o referente nação detém o monopólio da definição do sentido do que seria a 
"autêntica" identidade nacional. Ele é o princípio dominante de orientação das práti-
cas sociais. As outras identidades possíveis estão a ele subsumidas. Isso ocorre 
desde que as contradições existentes sejam contidas no interior das fronteiras do 
Estado-nação. No entanto, no momento em que a modernidade-mundo se radicali-
za, acelerando as forças de descentramento e de individuação, os limites anteriores 
tornam-se exíguos. 
A "unidade moral, mental e cultural" nacional (para falarmos como Marcel 
Mauss) é implodida. Se até então a nação era a fonte privilegiada da produção de 
sentido coletivo, temos agora ao seu lado outras instâncias identitárias (etnias, cultu-
ras populares, civilizações). Cada uma delas é produtora de sentido afirmando suas 
idiossincrasias de maneira concorrente ou complementar. 
Dentre as implicações da globalização um último aspecto merece ainda ser 
apontado, trata-se de uma dimensão que afeta diretamente o universo da cultura. O 
processo de mundialização incide sobre a própria noção de espaço. Na história das 
sociedades humanas a cultura sempre esteve, de alguma maneira, enraizada no 
meio físico que a envolvia. A tribo, a cidade-estado, a civilização, a nação, são áreas 
geográficas com fronteiras bem delimitadas. Dentro delas se exprimem as identida-
des culturais de cada povo. 
 
 
 
 
 
 
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1) Sobre a ideia de mundialização de Renato Ortiz é CORRETO afirmar que: 
a) Tal ideia refere-se a uma forma mais avançada de internacionalização com 
aumento da integração funcional das atividades econômicas e serviços e, con-
sequentemente, refere-se à organização de um mercado de consumo mundial. 
É um conceito contemporâneo que permite, inclusive, tratar da questão do con-
sumo cultural. 
b) É uma expressão correlata ao conceito de “sociedade global” e complementar 
ao conceito de globalização. Tal como o conceito de “sociedadeglobal”, a ideia 
de mundialização permite refletir sobre a homogeneização cultural que engloba 
todas as culturas e visões de mundo. 
c) Substitui o conceito de globalização com vantagens, pois o amplia levando em 
conta a diversidade de culturas e de mundos. Mas, a constatação de que há 
uma tendência à uniformidade é inerente tanto ao conceito de mundialização 
como ao de globalização. 
d) O processo de mundialização da cultura não implica necessariamente o aniqui-
lamento das outras manifestações culturais: ele coabita com elas e delas se 
alimenta. Nesse sentido, não existe nem existirá uma cultura global única, idên-
tica em todos os lugares. 
 
2) O processo atual de globalização gera cada vez mais uma “cultura internacio-
nal-popular”. Analise as afirmações retiradas da obra Mundialização e Cultura 
de Renato Ortiz (1994): 
 
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I. A língua oficial, a escola, a administração pública, a invenção de símbolos naci-
onais (bandeiras, comemorações de independência, heróis etc.) são elementos 
culturais que geram valores partilhados pelos cidadãos de um mesmo país. 
II. Nos pontos mais distantes, Nova York, Paris, Zona Franca de Manaus, na Ásia 
ou na América Latina nos deparamos com nomes de marcas em objetos cultu-
rais conhecidos – Sony, Ford, Mitsubishi, Phillips, Renault, Volkswagen. 
III. Uma região já não se define apenas pela presença de um número limitado de 
alimentos cultivados ou fabricados em suas áreas. Os alimentos descolam de 
suas territorialidades para serem distribuídos em escala mundial (cervejas, 
chocolates, biscoitos, refrigerantes, fast-food etc.) 
IV. O culto dos mortos no México estabelece um vínculo entre os homens e seus 
ancestrais. Uma forma de se vivificar as relações sociais e o presente. 
As afirmações que apontam para a tendência de globalização e padronização de 
uma cultura internacional popular são apenas: assinale a alternativa CORRETA. 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
 
 
 
 
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