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Ações
 
das
 
Mercado
 
de
 
Preço
Dividendos
Disciplina: Mercado Financeiro e de Capitais
Autores: Sérgio Augusto Amaral da Fonseca / Alexandre Scaldaferri
Unidade de Educação a Distância
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
Autores: Sérgio Augusto Amaral da Fonseca / Alexandre Scaldaferri
Belo Horizonte / 2012
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA
REITOR
LUÍS CARLOS DE SOUZA VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO
SUDÁRIO PAPA FILHO
COORDENAÇÃO GERAL
AÉCIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TECNOLÓGICA
EDUARDO JOSÉ ALVES DIAS
COORDENAÇÃO DE CURSOS GERENCIAIS E ADMINISTRAÇÃO 
HELBERT JOSÉ DE GOES
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/ LETRAS 
LAILA MARIA HAMDAN ALVIM
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/PEDAGOGIA 
LENISE MARIA RIBEIRO ORTEGA
INSTRUCIONAL DESIGNER
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL
KELLY DE SOUZA RESENDE
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA
EQUIPE DE WEB DESIGNER
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR
GABRIELA SANTOS DA PENHA
LUCIANA REGINA VIEIRA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO
AUXILIAR PEDAGÓGICO
ARETHA MARÇAL DE MACÊDO SILVA
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA
REVISORA DE TEXTO
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO
SECRETARIA
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES
MONITORIA
ELZA MARIA GOMES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
THAYMON VASCONCELOS SOARES
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA
AUXILIAR DE TUTORIA
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS
MIRIA NERES PEREIRA
RENATA DA COSTA CARDOSO
Sumário
5Unidade 1: A Origem da Moeda e da Intermediação Financeira
27Unidade 2: Processo de Formação de Poupança (Investimento) e suas Principais Operações
46Unidade 3: O Sistema Financeiro Nacional
61Unidade 4: Produtos e Serviços do Mercado Financeiro
75Unidade 5: O Mercado de Capitais, Abertura de Capital e a Rentabilidade de Ações
96Unidade 6: As Bolsas de Valores e o funcionamento do Mercado de Ações
117Unidade 7: Mercados Futuros e Derivativos
Ícones
	Comentários
	LPA
Dividendos
	Reflexão
	
	Dica
	
	Lembrete
	
Unidade 1: A Origem da Moeda e da Intermediação Financeira
1.1.1. Nosso Tema 
Nesta unidade, iremos conhecer a origem da moeda, suas facetas e a intermediação financeira, de forma a obtermos embasamento para a compreensão geral do que consiste o nosso tema. 
Ao final desta unidade, você deverá estar apto a entender e fazer as inter-relações com as unidades seguintes e desenvolver a possibilidade de buscar novos conhecimentos fora do escopo deste curso.
Vamos começar?!
Para Refletir
Você sabia que no Brasil, a partir do final dos anos sessenta, passamos por momentos excepcionais e de profunda desesperança que nos levou a adotar, de forma sucessiva, em torno de 8 moedas diferentes?!
Se considerarmos o período entre 1967 e 1994, que culmina no Real, a cada 4 anos, trocamos nossa moeda com todas as conseqüências advindas dessa profusão caótica de passarmos por tantos padrões monetários.
Como você acha que a vida das pessoas seria afetada se mantivéssemos essa inconstância no nosso padrão monetário?
O que aconteceria com a questão do valor intrínseco da moeda como meio de troca?
Não se preocupe. Nas sessões seguintes, você terá as informações necessárias para responder a essas questões. 
Fique atento!
Fonte: Getty Images
2. Conteúdo Didático 
2.1. A Origem e Evolução da Moeda 
Para que pudéssemos desfrutar do atual padrão do sistema financeiro de nossa sociedade, passamos por grandes modificações econômicas e evolutivas que foram sendo estabelecidas para a criação e o desenvolvimento desse sistema.
Scaldaferri (2008) diz:
A partir da busca constante por adaptação e desenvolvimento, passamos por várias fases até chegarmos às possibilidades organizativas atuais de nosso sistema econômico e financeiro. Em um primeiro momento temos a utilização do escambo como forma de satisfazer nossas necessidades. Em seguida, criamos a moeda para facilitar as trocas, e com o passar do tempo a organização dos Estados, de forma centralizadora, contribuiu para a diminuição da quantidade de moedas existentes e a padronização (SCALDAFERRI, 2008, p.5).
Assim, procuramos demonstrar, nesta unidade, a evolução histórica da moeda e da intermediação financeira, bem como das instituições financeiras no Brasil.
A utilização da moeda nas economias modernas está tão generalizada que se torna difícil imaginar uma economia sem nenhum tipo de moeda, ou até mesmo compreender os benefícios gerados pela sua utilização. Assim sendo, vamos analisar, em três estágios, o desenvolvimento da economia desde os primórdios.
Fonte das imagens
	
Disponível em:
<http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA>. Acesso em: 23/06/08.
A moeda, como intermediária nas trocas e meios de pagamento, surgiu com o depósito de bens para atender às necessidades das sociedades primitivas, como eram os casos dos animais (bois, cavalos, porcos, etc.), dos vegetais (tabacos, arroz, etc.), e minerais (sal, conchas, etc.). O elemento comum desses bens era sua capacidade, em determinados momentos e lugares, de representar uma aceitação geral como meio de troca e pagamento.
No alvorecer dos tempos, os primeiros agrupamentos humanos, em geral nômades, teriam vivido sob padrões bastante simples de atividade econômica. Eram grupos que não conheceram a moeda e, quando recorriam à atividade de troca, realizavam trocas diretas em espécie, denominadas escambo. As bases sobre as quais se desenvolviam suas atividades eram, em síntese, as seguintes:
· Necessidades manifestadas pelo grupo eram limitadas e abrangiam apenas itens vitais;
· Membros do grupo tendiam a desenvolver primitivos processos de conservação dos produtos extraídos da natureza, acumulando excedentes que se destinavam, em primeiro estágio, à garantia do suprimento e, em estágio mais avançado de cultura econômica, às trocas dentro do próprio grupo ou com outros grupos com os quais passavam a ter contatos.
Essas formas rudimentares de relacionamento econômico seriam, todavia, profundamente alteradas a partir do instante que se verificou aquilo que os historiadores denominam de primeira revolução agrícola, traduzida pela fixação de certos grupos humanos em determinadas áreas. Aproveitando os crescentes períodos de prosperidade de suas atividades econômicas, esses grupos começaram a praticar nessas regiões a agricultura organizada e a domesticação de animais. O nomadismo foi, gradativamente, cedendo lugar a uma forma sedentária de vida. Dentro dos grupos sedentários, constituiu-se um ambiente socialmente mais complexo.
Para permitir o desenvolvimento de trocas, cada vez mais importante para o progresso econômico e social, o escambo foi dando lugar, gradativamente, a processos indiretos de pagamento. A generalizada aceitação de determinados produtos, recebidos em pagamento das transações econômicas que se tornaram mais intensas, configurou a origem da moeda.
Eleitos como moeda, esses produtos, mesmo que não fossem no momento úteis ou desejados pelos que os recebiam, eram aceitos sem grandes restrições, porque todos os aceitavam. A troca já não é mais direta. Separam-se nitidamente as operações de compra e venda, intermediadas por esses produtos de aceitação geral, que atuam como moeda. Vista assim, a moeda, mesmo em seu estágio mais primitivo, era constituída de mercadorias usadas para intermediar processos rudimentares de troca.
Na era da moeda metálica, ela era cunhada em metal com formato circular. Em virtude das vantagens oferecidas ao comércio, difundiu-se por todo o mundo. Os metais foram escolhidos como moedas por possuírem as seguintes características:
O grande número de moedas metálicas e a utilização de metais como o ouro geravam dificuldades de utilização aos comerciantes, que necessitavam pesar essas peças e verificar o teor do metal utilizado, em operações bastante demoradas. Para facilitar as negociações, os ourives passaram a depositar o dinheiro em bancos; recebendo certificados de depósitos, com a promessa de devolução ao portador da quantia entregue. Esse bilhete, conversível a vista, deu início ao aparecimentoda moeda de papel, ou representativa, que possuía, assim, um lastro de metal nobre. As vantagens que os certificados representavam para o comércio eram enormes, pois inspiravam confiança, sendo aceitos como se fossem a própria moeda.
A partir de meados do século XIX, tornou-se costume o Estado assumir o papel de agente emissor de moeda. As reservas de metais preciosos dos países, como a prata e o ouro, passaram a ser de sua propriedade e serviam de lastro integral para a emissão de moedas metálicas. Isso significava que a moeda continuava a ter um valor intrínseco, uma vez que havia a garantia por parte do Estado da sua total conversibilidade em ouro e prata, ou seja, continuava a ser moeda-papel.
Entretanto, o volume de trocas continuava aumentando nas sociedades e as reservas de ouro e prata não aumentavam na mesma proporção, impedindo o acréscimo do estoque de moeda necessário ao financiamento da circulação de bens e serviços.
Assim, os Estados passaram a adotar sistemas de conversão parcial e, progressivamente, a moeda desmaterializou-se por completo. Modernamente, na maioria dos países, não há nenhum lastro de metais preciosos para emissão da moeda e esta se tornou uma moeda fiduciária, ou seja, baseada na confiança da sociedade. Isso decorreu da consciência, por parte da sociedade, de que não é necessário que a moeda seja garantida por metais preciosos ou por outras mercadorias para que ela 
possa exercer sua função de intermediária das trocas. Basta que todos a aceitem como meio de pagamento para que ela possa exercer tal função. 
Por outro lado, a inexistência de lastro físico para a moeda faz com que o Estado deva controlar, de forma responsável, o poder aquisitivo da moeda, evitando que emissões desenfreadas, sem o correspondente acréscimo na produção de bens e serviços gerem inflação e a conseqüente queda do seu poder de compra.
A moeda fiduciária sem lastro é denominada de papel-moeda e é constituída por moedas metálicas e notas que circulam livremente no país.
O desenvolvimento do sistema bancário e da intermediação financeira levou ao surgimento da moeda bancária ou escritural.
Você sabe como essa moeda é representada? A moeda escritural é representada pelos depósitos nos bancos comerciais e que são movimentados pelos seus titulares através de cheques. É importante notar que a moeda, nesse caso, é o depósito e não o cheque. Se este último fosse moeda, todas as pessoas poderiam emiti-la, bastando preencher cheques sem fundo.
2.1.1. Fases da evolução da moeda 
Agora que já vimos a história da moeda, vamos apresentar a você as fases pelas quais ela passou com os seus devidos impactos sobre a evolução da sociedade até chegarmos à contemporaneidade atual.
Essas fases compreendem desde a etapa da troca pura entre mercadorias, passando pela valorização de itens que tinham a preferência na hora das trocas, definição do conceito de moeda com valor de troca até os tempos atuais com a desmaterialização da moeda. Vejamos o quadro abaixo:
Assim, com o desenvolvimento do conceito de moeda e sua crescente importância para os governos e sociedades, gerou-se a necessidade dos Estados medirem a quantidade de recursos e definirem onde os recursos estão alocados para que pudessem executar suas políticas econômicas.
Dessa forma, para classificar o total de moeda de um país, os economistas criaram um sistema de medidas de oferta de moeda; a essa oferta chamamos agregados monetários ou meios de pagamento, que são definidos como estoque de moeda disponível para uso da coletividade. 
Essa classificação tem como objetivo medir a liquidez, ou seja, as necessidades do setor produtivo privado (exceto o setor bancário), para satisfazer a transações com bens e serviços. Por exemplo, a necessidade de investimentos para expansão do parque industrial. Vejamos, então, os agregados monetários no quadro abaixo.
Segundo Rossetti (1997), os agregados monetários de maior relevância conceitual são:
	Meio circulante
	É constituído por espécies fisicamente dadas, resultantes de processos industriais de impressão ou de cunhagem.
	Papel moeda emitido
	Trata-se do valor agregado que resulta na totalização do meio circulante, expresso nominalmente, ou seja, é o total de papel-moeda legal existente, autorizado pelo Banco Central do Brasil - BACEN. O papel-moeda pode estar em poder do BACEN, dos bancos e do público não bancário.
	Papel-moeda em circulação
	Engloba todas as espécies emitidas do meio circulante. É calculado a partir do papel-moeda emitido, menos o que permanece no BACEN.
	Depósitos à vista no sistema bancário
	Também chamados de moeda escritural, trata-se de um agregado monetário que possui uma particularidade de alta relevância para a regulação da economia como um todo. Possui alto poder de expansão. A maior parte é gerada pelas operações ativas dos bancos.
	Base monetária
	Consiste na soma das duas parcelas: o papel-moeda emitido e as reservas voluntárias e compulsórias.
	Oferta Monetária
	Em sentido restrito, é dada pela totalização dos ativos monetários mantidos pelo público: papel-moeda e depósitos à vista. Em sentido amplo, é dada pelos saldos totalizados de todos os ativos financeiros, monetários e quase monetários.
Para efeito de mensuração da oferta de moeda no mercado, identifica-se a mesma entre M1, M2, M3, M4 e M5, conforme explicado abaixo:
=
1
M
 EMBED Equation.3 )
(
)
(
s
financeira
es
instituiçõ
em
vista
à
depósitos
escritural
Moeda
público
do
poder
em
notas
e
metálicas
moedas
manual
Moeda
+
cos
1
2
Públi
Títulos
M
M
+
=
Poupança
de
Dépósitos
m
M
+
=
2
3
as
Hipotecári
Letras
Câmbio
de
Letra
azo
a
Depósitos
M
M
+
+
+
=
Pr
3
4
crédito
de
cartões
dos
Aquisitiva
Capacidade
M
M
+
=
4
5
Os instrumentos de política monetária têm como finalidade regular a liquidez ou oferta de moeda no mercado. Vejamos, no quadro abaixo, quais são e como funcionam:
	Instrumentos
	Níveis de Liquidez
	Taxa de Juros
	Controle das emissões
	
	
	- Aumento do controle
	Diminuição
	Aumento
	- Diminuição do controle
	Aumento
	Queda
	Compulsório
	
	
	- Aumento da taxa
	Diminuição
	Aumento
	- Diminuição da taxa
	Aumento
	Queda
	Open market
	
	
	- Venda de títulos
	Diminuição
	Aumento
	- Compra de títulos
	Aumento
	Queda
	Redesconto
	
	
	- Aumento dos juros, redução de prazos e de limites operacionais
	Diminuição
	Aumento
	- Diminuição dos juros, redução de prazos e de limites operacionais
	Aumento
	Queda
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2005, p. 28).
Como pudemos ver, a origem e evolução da moeda se dá a partir das necessidades da sociedade em geral que foi se sofisticando e demandando um complexo desenvolvimento econômico à medida que o tempo foi passando.
Assim, concluímos a descrição evolutiva da moeda desde seus primórdios até a atualidade e passamos, então, a apontar os apectos inerentes à sua função.
2.1.2. Qualidades Importantes para Assumir a Função de Moeda 
Com a evolução dos meios de trocas, era de se esperar chegarmos a um padrão que pudesse ser aceito de forma geral e que mantivesse certo conceito de valor que desse a ela a possibilidade de facilitar as trocas. Dessa forma, a moeda se classifica em três tipos. Vamos ver?
	a) Moedas metálicas
	Emitidas pelo Banco Central do Brasil – BACEN, constituindo-se em pequena parcela da oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor e/ou com unidade monetária fracionada (troco);
	b) Papel-moeda
	Também emitidas pelo BACEN, representando uma parcela significativa da quantidade de moeda em poder do público;
	c) Moeda escritural
	Representada pelos depósitos à vista e (contas correntes) nos bancos comerciais (moeda contábil).
Como vimos, a moeda é vista como um bem de uso comum em todo tipo de transação que permite a participação de operação de troca, na qual se realiza compra ou venda simultânea de mercadorias e em operações separadas de intercâmbio, trazendo vários benefícios, entre eles:
Uma mercadoria, para assumir o papel de moeda, deve possuiras seguintes qualidades:
	a) Indestrutibilidade 
	A moeda deve ser durável no sentido de que não se destrua ou deteriore no seu uso ou manuseio;
	b) Inalterabilidade
	A moeda é preservada de eventuais processos de falsificação, por meio de mecanismos que a protegem de alterações;
	c) Homogeneidade
	Quando comparadas, duas unidades monetárias distintas devem possuir valores idênticos e serem rigorosamente iguais;
	d) Divisibilidade
	A moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos para que seja assegurada a realização de transações de valores grandes e pequenos sem dificuldades;
	e) Transferibilidade
	A moeda deve possibilitar a transferência da posse e propriedade de um detentor para o outro, com grande rapidez e agilidade;
	f) Facilidade de manuseio
	O manuseio e o transporte da moeda não devem representar dificuldades para os agentes que a utilizam.
Na economia, a moeda cumpre quatro papéis importantes. Vamos ver quais são eles?
a) Meio de pagamento: é a capacidade que a moeda tem de diminuir dívidas em última instância, ou seja, é um ativo financeiro de liquidez imediata.
b) Reserva de valor: ser um repositório de poder de compra sobre o tempo. Ressalta-se que a moeda serve como reserva de valor apenas para o indivíduo, não para a sociedade, pois o que determina a riqueza de uma nação é a sua produção e não o montante de moeda existente.
c) Unidade-padrão de conta: fornecer uma unidade de conta, ou seja, criar medição de valor na economia.
d) Intermediária de trocas entre os agentes: sendo um meio ou instrumento de troca geralmente aceito pelos agentes econômicos na concretização de suas transações, a moeda desempenha sua mais importante função na economia, que é a de intermediária de troca entre os agentes econômicos.
Portanto, para que determinado meio assuma o papel de padronização que facilite as trocas ele precisa conter em si mesmo as carcterísticas descritas acima de forma a assumir a função de moeda.
Veremos, agora, as condições primárias necessárias para que houvesse a possibilidade de intermediação financeira.
2.1.3. As Pré-condições para a Existência da Intermediação Financeira 
Qualquer economia que tenha superado o estágio primitivo de troca direta e possua bases institucionais para a operacionalidade do mercado financeiro e tenha agente econômico deficitário e superavitário dispostos a transacionar nesse mercado fatalmente terá desenvolvido condições para o 
estabelecimento da intermediação financeira.
Você já pensou quais podem ser as pré-condições para a existência da intermediação financeira? Vamos conhecê-las? São elas:
· Superação do escambo;
· Existência da moeda;
· Excedente financeiro;
· Bases institucionais para o funcionamento do mercado de intermediação financeira e
· Existência de agentes econômicos dispostos a trocar ativos monetários por ativos financeiros, dados os riscos e os ganhos reais possíveis.
A intermediação financeira justifica-se pelas imperfeições apresentadas pelo mercado que provocam a superioridade dos custos associados ao investimento direto nos mercados de valores, quando comparadas aos custos de intermediação. Essas imperfeições, amplamente tratadas na literatura econômica, são basicamente os custos de transação gerados pela mediação e a transformação de ativos, e a existência de informação assimétrica.
Os problemas de informação assimétrica se baseiam no distinto conhecimento que os agentes deficitários e excedentários de financiamento têm sobre a situação do emprestador. Enquanto o emissor de títulos conhece a informação relevante sobre sua situação financeira, os demais agentes no mercado não a conhecem, uma vez que é entre eles que se encontram os emprestadores potenciais. Por exemplo, quando uma pessoa ou organização solicita empréstimo para algum fim, eles detêm a totalidade das informações financeiras a seu próprio respeito e podem não fornecer ao emprestador determinados aspectos dessa situação.
O processo da intermediação financeira funciona por meio da transferência de recursos entre ofertadores e tomadores. Para realizar essa transferência, cumprem-se as seguintes funções:
· Gestão do sistema de pagamentos na economia;
· Responsabilidade fiduciária perante os ofertadores;
· Gestão entre ativos/passivos, reduzindo os riscos de liquidez, preços e créditos;
· Compatibilização dos prazos entre agentes superavitários e deficitários; e
· Aumento da eficiência do sistema todo, alocando os recursos nos melhores projetos.
A transferência de recursos entre agentes superavitários e deficitários é viabilizada pela transformação de títulos primários (emitidos diretamente pelos tomadores iniciais) em títulos secundários (emitidos por terceiros), tornando-os atrativos para os poupadores e aumentando sua liquidez. Ao executar essa transferência, os intermediários financeiros têm uma série de vantagens em relação aos mecanismos primitivos de escambo, entre elas:
Os intermediários financeiros interpretam papel importante na transformação dos ativos financeiros, que têm uma forma pouco desejável para o grande público, em outro tipo de ativos que esteja mais adequado às necessidades dos investidores. Essas transformações implicam algumas funções econômicas que são:
· Redução do risco mediante a diversificação;
· Adequação às necessidades de emprestadores e tomadores;
· Gestão do mecanismo de pagamentos.
Assim, entendemos o papel da intermediação financeira na economia e quais as bases necessárias para que ela possa ocorrer. Veremos, agora, a contextualização histórica das instiutições financeiras no Brasil.
Na sua aula on-line você conhecerá mais sobre esse assunto. Não perca!
2.2. Breve Hstórico sobre as Instituições Financeiras no Brasil
Antes da criação das instituições financeiras, especificamente os bancos, a população em geral tinha de criar meios e formas que garantissem a segurança do seu dinheiro e guardavam seus recursos nos mais variados locais como, por exemplo, dentro de vasilhas, em baixo dos “colchões”, enterravam e utilizavam toda a sua criatividade para encontrar um local seguro. Somente com a criação dos bancos esse cenário mudou, mas ainda assim nem todos tinham acesso ao mesmo.
No Brasil, por exemplo, apenas em 1808 com a autorização dada pelo, então, Príncipe Regente Dom João, que aprovou a abertura do Banco dos Estados Unidos do Brasil, é que essa possibilidade passou a existir, mas nem tudo era fácil. O modelo bancário trazido ao Brasil pelo império foi o europeu e entendiam-se como atividades básicas de um banco as operações de depósitos e empréstimos (descontos). Outros serviços praticamente inexistiam.
Os bancos sempre guardam, através do tempo, uma característica excessivamente nobre ou, por que 
não dizer, austera. Um exemplo desse rigor eram as próprias gerências operacionais, as quais obrigatoriamente deveriam manter contato com o público e ficavam situadas no fundo das agências com portas muito bem trancadas, por onde poucos ousariam entrar.
Segundo Fortuna (2008), o sistema financeiro nacional passou pelas seguintes fases:
· Término do período colonial caracterizado pelo início da intermediação financeira;
· Etapa compreendida entre a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão;
· Período Pós Grande Depressão e as reformas institucionais em 1965 e
· A partir das reformas até os dias atuais.
Assim, podemos entender como foi a evolução do setor bancário nacional desde a sua criação até hoje, dentro das características impostas por cada época. Apontaremos, agora, as primeiras instituições que aqui se instalaram.
2.2.1. Os Primeiros Bancos Instalados no Brasil 
Com a crescente ligação entre a Corte Portuguesa e a colônia brasileira e tranferência desta para o Brasil, em 1808, e em função da abertura dos portos brasileiros às nações amigas e témino das restrições à produção nacional, o Brasil passou a ser o centro das atenções com grande importância comercial e econômica.
Assim, a necessidade de instalção de instituições financeiras próprias em consequência desses eventos culminou com a assinaturade autorização por D. João VI para a criação do primeiro banco brasileiro que tinha na sua composição de capitais mistos, ou seja, privado e do estado. Dessa forma, a história dos Bancos no Brasil inicia-se em 1808, conforme quadro abaixo:
	Bancos
	Ano de Criação
	Banco dos Estados Unidos do Brasil
	1808
	Banco Comercial do Rio de Janeiro
	1838
	Banco do Brasil - Privado
	1851
	Banco do Brasil - Público
	1854
Como podemos observar, os primeiros bancos instalados no Brasil obedeciam ao modelo europeu e podem ser classificados como instituições tradicionalistas que tinham como serviços apenas depósitos e empréstimos. 
Vejamos a fase intermediária do sistema bancário nacional. 
2.2.2. A Fase Intermediária do Setor Bancário
	
	Disponível em:
<http://www.iadb.org/idbamerica/images/
nov04_banco2(lr).jpg>. Acesso em: 23/06/08.
A partir 1945, solidificaram-se as posições brasileiras, explodindo aos poucos seu potencial econômico.
Propagaram-se os bancos e, com eles, os primeiros sintomas de uma debilitada capacidade empresarial para administrá-los. Mais de 500 matrizes funcionavam na ocasião. 
Neste ano, através do Decreto-Lei nº 7.293, foi criada a conhecida SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito), em substituição a critérios inadequados de fiscalização, que tiveram início em 1920 com a Inspetoria Geral de Bancos. Seu objetivo imediato era exercer o controle do mercado monetário.
O mesmo decreto criava como instrumento de controle do volume de crédito e dos meios de pagamento, o depósito compulsório.
Inúmeros bancos encerraram suas atividades. Outros tantos desapareceram, através de fusões e incorporações. Saneou-se e, ao mesmo tempo, solidificou-se o Sistema Financeiro Nacional.
Agora, passamos ao sistema atual da sociedade brasileira.
2.2.3. Os Bancos Atuais
A reforma bancária de 1964 (Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964) e a Reforma do Mercado de Capitais (Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965) definiram uma política que procurava acabar com a controvérsia relativa às instituições financeiras, ou seja, evolução no sentido europeu, pela qual os bancos são as principais peças do sistema financeiro, operando em todas as modalidades de intermediação financeira, ou adoção de modelo americano, no qual predomina a especialização.
Por tais normas, o banco ficaria com o segmento de capital de giro e outras operações de curto prazo. Passando a existir as empresas de crédito, financiamento e investimento desde 1959, criaram-se os bancos de investimento, em 1965, e as associações de poupança e empréstimo, em 1969. Na área oficial, já existia o Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), desde 1951, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desde 1952. Em 1964, foi criado Banco Nacional de Habitação (BNH).
Nos anos recentes, foram extintos o BNCC e o BNH, absorvido pela Caixa Econômica Federal. O Banco do Brasil ficou como banco comercial misto, operando também em longo prazo, enquanto os Bancos da Amazônia (reorganizado em 1966) e do Nordeste (criado em 1962) exerceram funções típicas de bancos comerciais e de agentes da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), respectivamente.
Apesar dessa opção, em virtude de condicionamentos econômicos e, em especial, da necessidade de buscar economia de escala e melhor racionalização do sistema, os bancos passaram a assumir o papel de líderes de grandes conglomerados. Eles atuam coordenadamente todas as modalidades de instituições financeiras que, embora com grande quantidade de pequenos bancos regionais, detêm o maior volume de negócios de intermediação financeira e prestação de serviços.
A estrutura atual do sistema financeiro resulta, portanto, dessa reforma institucional do biênio 64/65, que criou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil, além da regulamentação das diferentes instituições de intermediação, entre as quais as integrantes do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). 
A estrutura do SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL atual é inspirada no modelo de especialização de instituições existentes no EUA, sendo segmentado de acordo com as destinações dos recursos captados. Quer saber mais? Veja no quadro abaixo:
	Especialização
	Instituições
	Crédito de curto e curtíssimo prazos
	Bancos Comerciais, Caixa Econômica Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos com carteira comercial;
	Crédito de médio e longo prazos
	Bancos de Investimento, Bancos de Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos Múltiplos com carteira de investimento ou desenvolvimento;
	Crédito ao consumidor
	Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos (“Financeiras”) e Bancos Múltiplos com carteira de crédito financiamento e investimentos;
	Crédito habitacional
	Caixa Econômica Federal, Associações de Poupança e Empréstimo, Companhias Hipotecárias, Sociedades de Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário;
	Intermediação de títulos e valores imobiliários
	Sociedades Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Imobiliários, Bancos de Investimentos e Bancos Múltiplos com carteira de investimentos;
	Arrendamento Mercantil
	Sociedades de Arrendamento Mercantil e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil.
Posteriormente, foi incorporado ao quadro institucional do sistema a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela Lei nº 6.385, de 7 de fevereiro de 1976.
Mais recentemente, a Resolução nº 1.524/38, de 22 setembro de 1988, facultou às instituições sua organização como uma única instituição com personalidade jurídica própria, vulgarmente denominada banco múltiplo.
 
Você já ouviu falar em Órgãos Normativos e Entidades Supervisoras do SFN? Vamos ver quem são eles? Veja no quadro abaixo.
	Entidades
	Estrutura e Função
	Conselho Monetário Nacional - CMN
	Composição: Ministro da Fazenda (Presidente); Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do BACEN.
Sua principal atribuição é regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do país.
	Banco Central do Brasil - BACEN
	Controla a oferta da moeda e do crédito. Desempenha a função de executor das políticas monetária e cambial de um país.
	Comissão de Valores Mobiliários - CVM
	Regula, controla e disciplina a emissão e a distribuição de valores mobiliários, bem como as atividades das instituições e empresas que participam do mercado de capitais.
O processo de globalização, a abertura econômica e o Plano Real provocaram, em seu conjunto, com o apoio do PROER
, do Fundo Garantidor de Crédito - FGC, do PROES
 e da adesão do Brasil ao Acordo da Basiléia, um processo de saneamento, privatização e fusão de instituições bancárias que, atualmente, no limiar de 1998, podemos dizer que inicia uma revolução nos métodos e práticas de nossa atividade bancária, sem dúvida, para melhor.
Você sabia que o Acordo da Basiléia tem o I e o II? Quer saber mais sobre o Acordo da Basiléia? Acesse o endereço 
<http://www.bancodobrasil.com.br/portalbb/page51,136,3696,0,0,1,8.bb?codigoNoticia=7724&codigoMenu=413&codigoRet=5618&bread=9_1_4> e fique por dentro.
2.3. A Função Social dos Bancos
Dentro da própria característica dos serviços e produtos do setor bancário, temos intrinsecamente a função social sendo cumprida uma vez que, por lógica, as instituições financeiras são intermediadoras entre aqueles que possuem sobras e querem poupar e aqueles que necessitam de recursos para as mais diversas funções que envolvem o financiamento ou investimento de pessoas e organizações.
Portanto, é através dessa alocação ótima que as instituições financeiras exercem seu papel social, contribuindo para a geração de riquezas, criação de empregos e desenvolvimentos regionais e nacionais.
Vejamos, então, quais são as formas passivas de função social conforme o próximo item.
2.3.1. A prestação de Serviços Bancários
Você já pensou nos serviços que seu banco presta? Já pensou na importância deles? A partir dessas questõesé que vamos ver como se dá essa prestação de serviços. 
Dificilmente se poderá identificar uma data a partir da qual os bancos passaram a exercer as funções de grandes prestadores de serviços.
Procurando atrair sempre um maior número de clientes, os bancos passaram a oferecer serviços mais rápidos e sofisticados, que, com o tempo, acabaram se tornando rotina. Essa agilidade beneficiou sobremaneira os correntistas, principalmente os institucionais.
Os primeiros carnês de pagamento levaram muito tempo para serem aceitos pelos bancos. Hoje, existem milhares de convênios assinados com empresas.
O banco atual instala caixas avançados em grandes clientes, retira numerário, paga seus empregados e fornecedores, credita a cobrança no mesmo dia de pagamento, oferece caixas automáticos (ATM), cartões de crédito, cheques especiais, cheques de viagem, custódia e ordens de pagamento, oferece ainda outros produtos como depósitos a prazo fixo, fundos, seguros e poupança.
Há bancos mais ativos que, como reciprocidade, oferecem serviços de controle de faturamento, contabilidade, fluxo de caixa, mercados externos e até micros on-line, com uma série de informações. Desnecessário mencionar, é claro, todas as operações ativas tradicionalmente postas à disposição 
dos clientes.
A facilidade de atendimento ao grande público levou os órgãos da administração pública a utilizar intensamente a rede bancária nacional na arrecadação de sua receita. Junto com esses recebimentos, surgiram outras atribuições, tais como o pagamento a funcionários públicos e beneficiários da Previdência, assim como a prestação de serviços burocrático-administrativos, que obrigaram os estabelecimentos bancários a criar controles para posterior informação ao Governo e aos clientes.
2.3.2. A Arrecadação de Tributos e Pagamentos de Benefícios
Você sabia?! Até a década de 60, quase todo o relacionamento entre povo e órgão público era feito diretamente entre as partes. Cada entidade mantinha a própria estrutura para arrecadação de impostos e taxas de serviços, ou para pagamento de benefícios.
Assim, na maioria dos municípios, eram mantidas as Coletoras Federais e Estaduais. As empresas de serviços públicos (luz, água, gás e telefone), por sua vez, mantinham órgãos específicos para arrecadação das taxas que lhes eram devidas. É fácil perceber, portanto, o custo do recebimento dos atributos e das taxas de serviços, pois cada uma dessas atividades arcava o ônus de todo um aparato arrecadador.
Por outro lado, os bancos constituíam-se em pequenas redes de agências, voltadas basicamente para os serviços de depósitos e descontos. As funções de caixa e empréstimo a clientes eram os objetivos únicos da empresa bancária.
Com o desenvolvimento econômico da sociedade brasileira e, conseqüentemente, a crescente complexidade das relações econômicas, o aumento na execução de serviços públicos e a concessão de benefícios, o sistema de arrecadação passou a consumir recursos crescentes, já que obrigava os órgãos públicos a manterem sistemas e estruturas que, em alguns casos, não cobriam os custos de arrecadação. 
Para o contribuinte, isso passou a significar uma crescente perda de tempo na execução de pagamentos e no recebimento de benefícios. Extensas filas, em diversos locais, obrigavam-no a uma maratona impiedosa e desgastante.
Para os bancos, o desenvolvimento econômico possibilitou a disseminação de sua rede de agências por todo o território nacional, para atender à crescente necessidade de transferência de ativos financeiros entre as entidades econômicas.
Estruturados para processar com rapidez as transferências de numerário, os bancos passaram a substituir as coletorias e postos de recebimento de taxas de serviço público e pagamento de benefícios, servindo de intermediários entre órgão público e o contribuinte.
Com isso, o custo social do sistema foi tremendamente reduzido, já que o contribuinte passou a fazer os pagamentos e recebimentos num só local, e os órgãos públicos puderam desativar ou reduzir de forma drástica suas estruturas de atendimento.
O custo de processamento de arrecadação foi transferido para os bancos e, em geral, ressarcido pela aplicação do dinheiro arrecadado, durante o prazo de permanência. É notório o ganho de escala propiciado à sociedade pelos bancos, através da absorção do processamento da arrecadação. A atividade bancária brasileira possui características próprias.
O nosso banco tem múltiplas funções. Muitas tarefas às vezes consideradas até como estranhas à área financeira, acabam sendo transferidas aos bancos, que souberam, de alguma forma, assimilar essas peculiaridades.
Como prestadores de serviços, tanto a clientes oficiais quando a particulares, como a agentes reguladores do mercado financeiro, como intermediadores na movimentação dos valores ou mesmo como absorvedores de mão-de-obra, com centenas de milhares de funcionários, os bancos estão engajados e firmemente arraigados no cenário econômico-financeiro-social do país.
Com o advento do Plano Real e a conseqüente queda das receitas geradas pela inflação, as atividades da prestação de serviços começaram a ser fortemente tarifadas, ao mesmo tempo que se iniciou um processo de descentralização dessas atividades para outros agentes econômicos com rede de distribuição ampla. A última alternativa é viabilizada pelo desenvolvimento da tecnologia teleinformática e pela maior credibilidade da população nos instrumentos tecnológicos à disposição.
Chegamos ao final da unidade 1. Na próxima, falaremos de Processo de Formação de Poupança (Investimentos) e suas Principais Operações. Então, até lá e não deixe de consultar a sua aula on-line!
3. Teoria na Prática
Selecionamos para você uma situação real em que pode colocar em prática seus conhecimentos. Leia a parte da reportagem abaixo e, com base nos conhecimentos adquiridos até o momento, procure analisar a situação e relacionar as situações expostas com o que viu até o momento. 
Entrevista com Paul Singer
Como funcionam os Clubes de Troca?
Os membros se reúnem periodicamente. Todos se conhecem face-a-face. Nas reuniões, cada pessoa se apresenta, diz o que pode fazer e o que tem para vender. Nesse grupo há desde psicanalistas até mecânicos de automóveis, mulheres que fazem artesanato, cultivam verduras orgânicas...é um negócio muito amplo e diversificado. E cada um diz também o que gostaria de comprar, ou o que precisa.  Pode ser desde de um tratamento de asma de um filho, por exemplo, até outros tratamentos médicos mais diversos... No LETS de Toronto (Canadá), a saúde tem muito peso nessa área, como eu vi num jornal que eles fazem com o objetivo de divulgar o que é oferecido. Então, quando a pessoa diz o que precisa, os outros que estão ouvindo ficam alerta, porque, por exemplo, se ali há um professor que está interessado em dar aulas de francês, ele também pode receber, em troca, aulas de espanhol de outra pessoa especializada, se for do seu interesse... Ou uma pessoa que dá aulas de matemática, quem sabe pode dar aulas de informática também... Então, vão se criando relações comercias e comunitárias, que são muito importantes porque a miséria e o desespero vem do isolamento.
 
 O drama do desempregado – eu falo muito dos desempregados porque essa é a crise brasileira e argentina e de muitos outros países – é que quando a pessoa perde o emprego ele também perde a identidade social. Se ele era um executivo, um metalúrgico, ou era alguém até ontem, hoje ele é um "ex". Não está mais no Sindicato e na empresa, está somente procurando ganhar a vida de alguma forma. Quando o desempregado entra num clube trocas, entra também numa comunidade de iguais, onde ele é alguém, onde é um participante ativo que compra, vende e participa.
Procure identificar as questões sobre meios de troca e escambo com a reportagem acima. Se quiser ler a íntegra, basta acessar <http://integracao.fgvsp.br/11/trocas.htm>.
Entrevista com Paul Singer. Disponível em: <http://integracao.fgvsp.br/11/trocas.htm>. Acesso em 07/06/2008.
4. Recapitulando
Até o momento,abordamos a origem e evolução da moeda como meio de troca e as características necessárias para uma efetiva intermediação financeira como a existência de moeda, excedente financeiro, instituições financeiras e agentes dispostos a efetuar trocas. 
Vimos um breve histórico sobre as instituições financeiras no Brasil, os primeiros bancos, a fase intermediária e a fase atual que se iniciou com a criação do Banco Central do Brasil em 1964.
Aprendemos ainda sobre a função social do setor bancário que está intrinsecamente relacionada com a própria prestação de serviço dos bancos que envolve a alocação eficiente de recursos, promovendo o desenvolvimento econômico e social.
Dessa forma, completamos a unidade 1, na qual devemos ser capazes de fazer as inter-relações dos seus conceitos com a história econômica e condições do mercado recente e atual brasileiro.
Unidade 2: Processo de Formação de Poupança (Investimento) e suas Principais Operações
1. Nosso Tema
Nesta unidade, iremos aprender sobre o processo de formação de poupança (Investimento) e suas principais operações, de forma a obtermos o embasamento para a compreensão geral do que consiste nosso tema. Abordaremos os aspectos a seguir:
As nossas metas de aprendizagem serão:
Ao final desta unidade, você deverá estar apto a entender e fazer as inter-relações das unidades seguintes e desenvolver a possibilidade de buscar novos conhecimentos fora do escopo deste curso.
Para Refletir
Como vimos na unidade 1, a intermediação financeira tem como uma de suas bases a presença de agentes ofertadores de recursos, dispostos a assumir determinado risco, disponibilizando seus capitais superavitários àqueles que necessitam desses capitais e estão dispostos a pagar um incremento financeiro para obtê-los. 
Vamos pensar um pouco?!
· Você saberia dizer como é possível que tenhamos agentes superavitários? 
· O que você pensa que acontece para chegarmos a essa situação?
É exatamente a possibilidade de formação de poupança que permite ao mercado ter a condição de agir em prol da busca da eficiência para a alocação de recursos, oferecendo ganhos para aqueles que são excedentes ao relacioná-los com aqueles que são deficitários.
2. Conteúdo Didático
Para explicarmos a formação de poupança
, é fundamental entendermos, primeiro, o funcionamento do sistema econômico e a participação de seus agentes no processo, bem como as relações entre eles.
A atividade econômica acontece a partir da relação existente entre os agentes econômicos através da distribuição do produto e da renda gerados por essa atividade. Assim, esses interlocutores econômicos são responsáveis pela dinâmica do sistema econômico e podem ser identificados de acordo com suas características próprias. Vejamos, de acordo com Pinheiro (2005, p.13 – 14), quais os agentes e sobre o que eles trabalham para fazer essa relação:
	Agentes
	Famílias
	São todos os tipos de unidades domésticas com potencial produtivo, com movimentação financeira e/ou proprietários de terras.
	Empresas
	São todos os entes que recebem os recursos de produção disponíveis para os setores, primário, secundário e terciário do mercado produtivo.
	Governo
	Considerado centro de produção coletivo com finalidade pública e sistema de arrecadação tributário.
	Setor externo
	São todos os agentes envolvidos em relações econômicas entre países.
	Bens e Serviços 
	Bens de capital
	São utilizados como fator multiplicador e que não se desgastam totalmente durante o processo produtivo. Sua função é integrar o meio de transformação para a produção de outros bens que não ele próprio.
	Bens de consumo
	São aqueles destinados à satisfação das necessidades dos indivíduos da sociedade.
	Bens intermediários
	São utilizados como meio de transformação de outros bens sendo consumidos totalmente durante o processo de transformação.
	Fatores de produção
	Trabalho
	Principal fator de produção; é constituído pelo total de mão-de-obra disponível para o sistema produtivo.
	Terra
	Recursos naturais disponíveis.
	Capital
	Conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade.
Dessa forma, os agentes associam os bens e serviços com os fatores de produção, com o intuito de aumentar suas riquezas. As famílias e empresas se relacionam gerando bens e serviços que juntamente irão determinar o ciclo da renda na economia.
Todos os agentes cumprem os papéis de fornecedores e consumidores dos recursos disponibilizados pela dinâmica do mercado produtivo e, a partir dessas relações, gera-se renda que não é totalmente consumida, determinando, assim, a existência do excedente de recursos, que é chamado de poupança. Portanto, a poupança é a parte dos recursos gerados pela inter-relação dos agentes que não é consumido nesse processo.
Vejamos, no quadro abaixo, como se dá a dinâmica do mercado financeiro: 
Quadro: Dinâmica do Mercado Financeiro
Conforme verificamos no quadro, famílias, empresas e governo se relacionam na troca de fatores de produção por bens de capital e serviços. O governo provê a necessidade de uma ordem social e o mercado financeiro faz a intermediação das relações com capital, de forma a unir os tomadores de recursos aos possuidores de poupança e, assim, aumentar a eficiência desse sistema.
Dessa forma, para sanar as necessidades dos agentes econômicos, o mercado financeiro se subdivide em mercado de crédito, capitais, câmbio e monetário. É através desses mercados que os interlocutores financeiros provêem e são providos dos recursos necessários ao alcance dos seus objetivos. E, dessa forma, nesses mercados são criados e desenvolvidos uma série de instrumentos e produtos que possam facilitar a relação desses participantes da sociedade.
Como pudemos ver, a geração de poupança é função da renda gerada pelas relações entre os agentes econômicos intermediados pelos mercados de crédito, capitais, câmbio e monetário, de forma a aumentar a eficiência da alocação dos excedentes do sistema, como veremos no tópico seguinte.
Acesse sua aula on-line e veja o processo de formação da poupança.
2.1. Mercado de Crédito
Dentro do mercado financeiro, temos o mercado de crédito, que busca suprir as necessidades dos vários agentes econômicos no que tange a recursos que possam financiar as atividades desses agentes. Normalmente, essas operações visam financiar o consumo, a expansão ou a necessidade de caixa imediato e são administrados por bancos, financeiras e outros entes do sistema financeiro.
Dessa forma, segundo Pinheiro (2005, p. 88),
“O Mercado de Crédito supre as necessidades de crédito de curto e médio prazo, por exemplo, capital de giro para as empresas e consumo para as famílias.”
Vejamos a fig. 1, a seguir, que demonstra a dinâmica geral do mercado de crédito:
Figura 1: Dinâmica do Mercado de Crédito
Podemos entender a figura Dinâmica do Mercado de Crédito com o seguinte exemplo:
Imagine que você depositou R$ 1.000,00 no CDB a 1% am no Banco Alfa (Portanto, você é um fornecedor de recursos) e que a empresa www.Enovidade.com.br solicitou ao Banco Alfa (Intermediário financeiro) um empréstimo de capital de giro (Crédito) no valor de R$ 1.000,00 (Portanto, a empresa é uma tomadora). O banco pega os seus R$ 1.000,00 e empresta à empresa a 3% am e, quando a empresa quita seu empréstimo, o ciclo se conclui.
Assim, podemos ver que o mercado de crédito tem grande importância como organizador e destinador dos recursos excedentes daqueles que possuem poupança para aqueles deficitários que necessitam de recursos como provimento de renda, operações financeiras e investimentos que proporcionem o aumento da riqueza e estejam dispostos a pagar pelo uso desse capital.
Acesse a sua aula on-line e veja o ciclo desse mercado.
Vejamos, agora, como o Mercado de Crédito faz para viabilizar essas trocas.
2.1.1. Principais Operações de Captação e Aplicação de Recursos
Para que o Mercado de Crédito possa ser eficiente no cumprimento da sua função de atendimento das necessidades dos agentes econômicos como fornecedores e tomadores de recursos, é necessário o desenvolvimentode operações que facilitem a captação e, posteriormente, a aplicação desses recursos. Observe o quadro abaixo:
Conforme Assaf Neto (2001, p. 106 - 110), as principais operações de crédito são:
· Desconto de títulos: desconto de duplicatas ou notas promissórias;
· Contas garantidas: limite de crédito pré-estabelecido pela instituição financeira, que normalmente tem como base os recursos mantidos na instituição pelo solicitante; 
· Créditos rotativos: são parecidos com as contas garantidas, porém são avalizados por carteiras de duplicatas;
· Hot Money: empréstimos feitos para financiar necessidades de curtíssimo prazo normalmente com base em taxas do mercado interbancário;
· Empréstimos de capital de giro: normalmente, é necessária uma formalização contratual, estabelecendo as bases da operação inclusive suas garantias; 
· Crédito comercial: Crédito Direto ao Consumidor (CDC) voltado ao financiamento do consumo;
· Crédito para pagamento de tributos: são adiantamentos feitos para as empresas quitarem impostos e tarifas públicas;
· Crédito consignado: crédito vinculado à folha de pagamento do solicitante;
· VENDOR: operação em que uma instituição financeira paga à vista a uma empresa por suas vendas a prazo em troca de uma taxa de juros de intermediação;
· Repasse de recursos externos – Resolução 63: regulamentada pelo Banco Central do Brasil, constitui-se de repasse de recursos contratados por meio de captações em moeda estrangeira;
· Assunção de dívidas: operação destinada a empresas que busquem a quitação de dívida futura, transferindo ao banco a responsabilidade desse pagamento em troca de aplicações financeiras;
· Adiantamentos de contratos de exportação ACC e ACE: 
· Adiantamento de Contrato de Câmbio - ACC: a instituição financeira autorizada a operar com câmbio adianta ao exportador os recursos lastreados em contratos de câmbio firmados com importadores internacionais ainda na fase de produção;
· Adiantamento de Contrato de Câmbio já Entregue – ACE: a instituição financeira, autorizada a operar com câmbio, adianta ao exportador os recursos lastreados em contratos de câmbio firmados com importadores internacionais na fase pós-embarque das mercadorias para entrega ao importador.
Como pudemos ver, o mercado de crédito está estruturado de forma a atender às necessidades dos agentes nas mais diversas categorias e critérios que estejam adequados a cada tipo de operação.
Você sabe como funciona o Mercado de Capitais? Vamos ver?
2.2. Mercado de Capitais
O mercado de capitais busca suprir as necessidades de longo prazo das empresas, normalmente, quanto a recursos para investimentos que proporcionem expansões de suas operações.
Dessa forma, segundo Pinheiro (2005, p. 134),
O mercado de capitais representa um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas... e seu surgimento ocorreu quando o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades.
A seguir, vejamos a FIG. 2, que demonstra a dinâmica geral do mercado de capitais:
Figura 2: Dinâmica do Mercado de Capitais
Podemos entender a figura Dinâmica do Mercado de Capitais com o seguinte exemplo:
Imagine que você tem R$ 10.000,00 e pretende investir na Bovespa (Portanto, você é o investidor). A empresa www.Enovidade.com.br solicitou ao Banco Alfa (Intermediário financeiro) a colocação de 1.000.000 de títulos na Bovespa, com o objetivo de captar recursos para adquirir um concorrente no mercado internacional. O banco, com a sua corretora, lança os títulos na Bovespa e lhe oferece a oportunidade de comprá-los. Você investe seu capital nessas ações e, ao final do primeiro ano, além de receber dividendos, teve suas ações valorizadas em 50% e o ciclo continua.
Assim, podemos ver que o mercado de capitais tem grande importância como alavanca do desenvolvimento da economia ao integrar, no mesmo sistema, aqueles que estão buscando aplicar seus recursos em oportunidades de aumento da riqueza e aqueles que buscam sanar suas necessidades financeiras de longo prazo.
Veja, na sua aula on-line, as duas etapas do mercado acionário.
Vejamos, agora, como o Mercado de Capitais faz para viabilizar a inter-relação entre investidores e demandadores de recursos.
2.2.1. Principais Títulos e Valores Mobiliários Negociados
Para que o Mercado de Capitais cumpra eficientemente sua função de atendimento das necessidades dos agentes econômicos como fornecedores e tomadores de recursos e proporcione as bases para o desenvolvimento da economia, é necessária a criação de operações que facilitem a captação e alocação adequadas dos recursos.
Assim, para o cumprimento de suas funções, o Mercado de Capitais reestruturado com base no acordo de integração em 2000, que definia a união das bolsas de valores do mercado brasileiro, teve suas funções definidas e operacionalizadas conforme segue:
· Entidades reguladoras e de monitoramento:
· Conselho Monetário Nacional; 
· Comissão Técnica da Moeda e do crédito;
· Banco Central do Brasil;
· Comissão de Valores Mobiliários; 
· Entidades operativas:
· Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa: Responsável por todos os negócios com ações;
· Bolsa de Valores do Rio de Janeiro – BVRJ: Responsável por todas as transações com títulos públicos;
· Demais Bolsas regionais: Responsáveis pelo desenvolvimento regional e prestação de serviços locais;
· Sociedades Corretoras, Distribuidoras, Bancos de Investimento e Desenvolvimento:
· Distribuídas pelas regiões e autorizadas a operar nas Bolsas.
As negociações neste mercado podem ocorrer nos segmentos institucional e não-institucional, onde: 
Juntamente com a unificação das bolsas de valores, os setores público e privado vêm tomando iniciativas que possam favorecer o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro, conforme segue:
· Reforma da Lei das Sociedades por Ações;
· Aprimoramento dos padrões contábeis das empresas abertas e exigência de transparência para empresas fechadas a partir de certo tamanho;
· Regulamentação da previdência privada complementar para os setores público e privado, incentivando hábitos de poupança a longo prazo;
· Revisão da Lei de Falências, visando favorecer a realocação eficiente do custo do crédito;
· Novo sistema operacional: Megabolsa.
Ainda em relação ao mercado de capitais, podemos classificar os investidores conforme segue: 
	Investidores individuais
	São pessoas físicas ou jurídicas que participam diretamente no mercado, seja comprando ou vendendo ações, por si próprios, assumindo individualmente o risco.
	Investidores institucionais
	São as pessoas jurídicas que movimentam grandes recursos, destinados à reserva de risco ou à renda patrimonial, e que investem no mercado de capitais por determinações governamentais que os obrigam a investir parte de seus capitais no mercado de ações, constituindo uma carteira de investimento como, por exemplo:
	
	· Sociedades seguradoras;
	
	· Entidades de previdência privada ou fundos de pensão. 
	Clubes de investimento
	Associações voluntárias de investidores que se consorciam com a finalidade de realizar aplicações no mercado de capitais, administrando diretamente essas carteiras com assistência e assessoria de instituições especializadas;
	Sociedades de capitalização
	Também por lei são obrigadas a destinar um percentual da provisão matemática constituída para pagamento do montante a ser restituído ao investidor em aplicações financeiras de renda fixa ou variável, sejam em títulos públicos ou privados.
	Fundos externos de investimento
	Formados pelas sociedades de investimento no Brasil, com a finalidade de realizar investimentos no Brasil com recursos oriundos da poupança de investidores externos. São constituídos, obrigatoriamente, por Bancos de Investimentos e Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários.
	Fundos mútuos de investimentoSão como um condomínio que investe em um portfólio diversificado. São entidades financeiras que, pela emissão de títulos de investimento próprios, concentram capitais diversificados de títulos e valores mobiliários.
Quanto aos tipos de ações que podem ser negociados no mercado temos, basicamente, dois tipos:
· Ordinárias: possui todos os direitos de participação na administração da sociedade e nos resultados financeiros, portanto têm como característica básica o direito do voto;
· Preferenciais: em troca de determinados privilégios (preferência nos resultados da empresa) têm privado o seu direito de voto.
Quanto às formas de circulação, as ações podem ser classificadas conforme segue:
· Nominativas:
· Emitidas com o nome do comprador: só podem ser transferidas mediante termo de transferência assinado pelo comprador e pelo vendedor em livro próprio da companhia. 
· Endossáveis: que se transferem na prática por endosso, mas não dispensam o termo de transferência na companhia, que continua a reconhecer como seu acionista aquele em cujo nome as ações estão registradas em seus livros;
· Ações ao portador: emitidas sem constar o nome do comprador e são transferidas de uma pessoa a outra por transferência manual, mas essa forma de circulação está proibida no Brasil;
· Ação escritural: dispensa a emissão de título de propriedade, funcionando como conta corrente. Nesse caso, não ocorre a movimentação física dos documentos, sendo sua transferência realizada por meio da empresa custodiante.
Veja, abaixo, o quadro comparativo:
	Título e Ações
	Tipos
	Formas
	Ordinárias: Direito a voto, ou seja, podem influir diretamente nas decisões estratégicas da Cia.
	Nominativas: Em nome do comprador, ou seja, quem compra recebe o título em seu nome.
	Preferenciais: Prioridade no recebimento dos resultados, ou seja, quando da distribuição dos lucros, este grupo receberá primeiro que todos os outros.
	Ao Portador: Quem tiver sua posse física é o dono do mesmo modo que o dinheiro também é de quem está com ele
*Proibida no Brasil 
	
	Escritural: Não são emitidas fisicamente, existem como meio eletrônico.
Quanto ao valor, as ações seguem as seguintes denominações:
· Valor nominal: é o valor de face de uma ação, é aquele estabelecido pelos estatutos da companhia e que vem impresso na ação, correspondendo ao capital dividido pelo número de ações;
· Valor patrimonial: é o valor global do patrimônio líquido do exercício considerado dividido pelo número de ações. Pode servir de referência para o exercício de direitos do acionista;
· Valor contábil: é o valor lançado no estatuto e nos livros da companhia. Pode ser explícito (valor nominal e preço de emissão) ou indiscriminado (sem valor). Se explícito, pode servir de referencial para o exercício de direitos do acionista;
· Valor de liquidação: é o valor avaliado em caso de encerramento das atividades da companhia;
· Valor intrínseco: valor real avaliado no processo de análise fundamentalista;
· Valor de subscrição: é o preço de emissão fixado em subscrição para aumento do capital (não pode ser inferior ao valor nominal contábil);
· Valor de mercado: é o valor que os compradores estão aceitando pagar e os vendedores receber para fazê-lo em mercados organizados.
As ações têm rendimentos e resultados distribuídos pela própria companhia, ou seja, benefícios propiciados a seus acionistas, sob a forma de proventos (dividendos, bonificações) ou de direito de preferência na aquisição de ações (subscrição); e outros decorrentes dos movimentos de preços dos mercados organizados.
Quanto à rentabilidade do investimento, independentemente da valorização (ou desvalorização) das ações em bolsas, as ações podem proporcionar benefícios aos seus possuidores ligados aos Resultados da Companhia e à Comercialização das Ações (lucro na venda), como vemos no QUADRO 1 a seguir.
Quadro 1: Ganhos com Ação
	Resultados da Companhia
	· Dividendos
· Bonificações
· Alterações no valor nominal (substituições)
· Juro sobre capital próprio
	Comercialização das Ações (Lucro na venda)
	· Nominal ou real: nominais, quando não se relacionam com inflação; ou reais, quando se desconta a inflação sobre a data de compra
· Positivo ou negativo
De acordo com sua estrutura, o mercado acionário pode ser dividido em duas etapas: mercado primário e mercado secundário, conforme abaixo:
Quadro 2: Ganhos com Ação
	MERCADO PRIMÁRIO
	
	MERCADO SECUNDÁRIO
	· Criação de títulos;
· Capitalização das empresas.
	
	· Negociação de títulos;
· Troca da propriedade do título.
	· Abertura de capital;
· Documentação legal e contábil;
· Registros na CVM e na bolsa;
· Colocação dos papéis e repasse dos recursos para a companhia.
	
	· Proporciona liquidez aos títulos e incentiva o mercado primário.
A diferença básica entre o mercado primário e o secundário é que enquanto o primeiro se caracteriza pelo encaixe de recursos na empresa, o segundo apresenta mera transação entre compradores e vendedores de ações, não ocorrendo, assim, alteração financeira na empresa.
O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, no qual a empresa obtém recursos para seus empreendimentos. Quando a emissão é subscrita totalmente pelos antigos acionistas, embora a empresa seja registrada em bolsa, chama-se de subscrição particular e é feita diretamente na empresa ou por meio da bolsa de valores. Nessa etapa, ocorre a primeira negociação da ação e o dinheiro da venda vai para a empresa.
 Assim, esse importante segmento do mercado de capitais, o mercado de ações, exerce sua função de canalizar recursos dos que poupam para o investimento nas atividades produtivas.
O mercado de capitais envolve uma série de estruturas e normas que buscam garantir a transparência e reduzir os riscos envolvidos para aqueles que dispõem de recursos, além daqueles que têm a obrigação, por força de lei, de alocar parte de seus investimentos neste mercado. Isso é determinado em função do efeito que esse mercado tem sobre a economia em geral.
Você conhece o mercado cambial? Sabe para que ele serve? Vejamos, agora, o mercado cambial.
2.3. Mercado de Câmbio
O mercado de câmbio busca facilitar as negociações com moedas estrangeiras em função de transações internacionais que envolvam comércio, prestação de serviços, investimentos, entre outras.
Para Pinheiro (2005, p. 88),
O mercado cambial supre as necessidades quanto à realização das operações de compra e venda de moeda estrangeira (fechamento de câmbio). Como exemplo destas necessidades, temos as importações (necessidade de compra de moeda estrangeira) e as exportações (necessidade de venda de moeda estrangeira) por parte das empresas.
O mercado de câmbio, com suas trocas internacionais, tem sido, desde o começo dos tempos, uma área extremamente importante para os negócios e países. Essa importância se dá na mesma medida em que cada país ou região se integram, no intuito de promover o desenvolvimento econômico. É através da possibilidade de intercâmbio entre as diversas moedas utilizadas, cada qual no seu respectivo país, que se cria a dinâmica do mercado de câmbio. Para que isso possa ocorrer, esse mercado precisa ser estruturado de forma a facilitar a inter-relação entre as diversas regiões dispostas a serem um agente no mercado global.
E é exatamente esse mercado global que vem transformando rapidamente os mercados regionais, com a redução das barreiras comerciais, simplificação de processos com aumento da rapidez a partir da grande evolução tecnológica que experimentamos. Toda essa evolução facilita enormemente as trocas de moedas tanto por importação quanto por exportação e também todos os tipos de operações advindas desse mercado. 
Veja, na aula on-line, a dinâmica geral do mercado cambial. Não deixe de acessá-la.
Podemos entender a figura Dinâmica do Mercado de Câmbio com o seguinte exemplo:
Imagine que a empresa www.Enovidade.com.br (Empresa nacional), no Brasil (mercado local), adquiriu de um fabricante americano (empresa estrangeira) um lotede produtos eletrônicos. Assim, a www.Enovidade.com.br deverá solicitar ao Banco Alfa (intermediário financeiro) que efetue a transação de troca de moedas e deposite na conta do fornecedor o respectivo valor na data acordada na moeda do país exportador.
Acesse sua aula on-line e veja como funciona no geral esse mercado.
Assim, podemos ver que o mercado de câmbio afeta diretamente a capacidade de se integrar aos mercados internacionais, principalmente com o advento da globalização, que dinamizou consideravelmente as relações comerciais e financeiras entre os países. Assim, um mercado cambial desenvolvido e atualizado com as mais modernas estruturas facilitará o incremento que as empresas e os países necessitam para seu pleno crescimento.
Vejamos, agora, as principais operações envolvidas neste mercado.
2.3.1. Principais Operações envolvidas
Para que o Mercado de Câmbio possa ser eficiente no cumprimento da sua função de facilitar as trocas internacionais, de forma a garantir o atendimento das necessidades dos agentes econômicos como importadores e exportadores, é necessário o desenvolvimento de operações que facilitem a captação e, posteriormente, a aplicação desses recursos.
Conforme Assaf Neto (2001, p. 121 - 124), as principais operações cambiais são:
· Taxas Internacionais de Juros: os financiamentos internacionais são comumente realizados através das taxas internacionais LIBOR (London Interbank Offered Rate) e a prime rate. A LIBOR é a taxa interbancária do mercado de Londres e a Prime Rate é a taxa cobrada pelos bancos americanos de seus clientes preferenciais;
· Vale lembrar que o mercado comumente avalia o risco através da diferença entre a Prime Rate e taxa paga pelos títulos públicos americanos.
· Operações Futuras: equivalem à negociação no presente da paridade e quantidade de moeda para entrega em uma data futura;
· Arbitragem de Câmbio: quando ocorrem variações no valor das moedas em diferentes centros financeiros ao mesmo tempo, é possível negociar nesses mercados comprando a moeda em um centro em que o valor esteja mais baixo e vender em outro centro financeiro em que o valor esteja mais alto.
No Brasil, de acordo com Fortuna (2008), a estrutura do mercado de câmbio foi unificada em 04 de março de 2005 pela resolução 3.265 do Conselho Monetário Nacional, que determinou a unificação dos mercados de câmbio de taxas livres (Dólar Comercial) e taxas flutuantes (Dólar Flutuante). Assim, todas as operações de câmbio passaram a ter uma regra única. As pessoas físicas e jurídicas passaram a poder negociar moedas estrangeiras sem limite de valor, desde que obedecida à legislação.
Como pudemos ver, o mercado de câmbio representa uma interface de grande importância para o desenvolvimento de um país que poderá mais facilmente ou não se integrar ao mercado comercial e financeiro internacional, podendo proporcionar desenvolvimento local.
Vamos conhecer, agora, o que é o mercado monetário?
2.4. Mercado Monetário
O mercado monetário tem como função o controle da liquidez na economia através do controle da oferta de moeda e das taxas de juros feitos pela emissão ou resgate de títulos públicos e encaixes determinados para recolhimento junto ao Banco Central.
O mercado monetário, como o próprio nome diz, trata do dinheiro ou moeda disponível em um determinado mercado e tem como função regular a liquidez deste mercado, ou seja, regular a quantidade de moeda necessária para sanar as necessidades do governo e dos agentes. Isso significa que o Estado, através das necessidades de executar sua política monetária, utiliza determinados instrumentos que irão aumentar ou diminuir a quantidade de recursos disponíveis aos agentes para sanarem suas necessidades de caixa. Isso é feito a partir do controle da oferta da moeda e das taxas de juros dos títulos públicos e compulsório sobre os recursos depositados nos intermediários financeiros. 
Para Pinheiro (2005, p. 88), “O mercado monetário supre as necessidades do governo de fazer política monetária e dos agentes intermediários de caixa. Nesse segmento são realizadas operações de curto e curtíssimo prazo e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias.”
Vejamos a figura a seguir, que demonstra a dinâmica geral do mercado cambial:
Figura 3: Dinâmica do Mercado Monetário
Podemos entender a figura Dinâmica do Mercado Monetário com o seguinte exemplo:
Imagine que o Governo brasileiro (autoridade monetária), em função de aumento na inflação, queira reduzir o estoque de moeda no mercado (liquidez) e, para isso, eleva o compulsório bancário (instituições financeiras) para 50% (meio de pagamento). 
Para que o Mercado Monetário possa ser útil na determinação da política monetária, faz-se necessário sua estruturação e normatização. Conforme Assaf Neto (2001, p. 95 - 103), suas operações decorrem da seguinte forma:
· Sistema de Custódia e Liquidação de Títulos: Como a maior parte dos títulos negociados no mercado são escriturais, eles não são emitidos fisicamente e suas negociações são fiscalizadas por dois sistemas:
· Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC: Voltado a operar com títulos do Banco Central e do Tesouro Nacional. Tem como finalidade liquidar as operações de compra e venda desses títulos e manter sua custódia física;
· Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados – CETIP: tem seu funcionamento à semelhança do SELIC, porém trabalhando com títulos privados como CDB, RDB, debêntures, CDI entre outros. Esse sistema funciona através da transferência de fundos e somente nas respectivas compensações efetua a transferência da custódia dos títulos;
· Títulos Públicos: As diversas instâncias de governo captam recursos através da emissão de títulos da dívida pública. Os títulos federais têm maior aceitação e liquidez do que os títulos estaduais ou municipais;
· Mercado Aberto: Para captar recursos no mercado aberto, o Banco Central oferta títulos por meio de leilões primários, em que as instituições financeiras fazem seus lances através de Dealers
. Nessa modalidade, o Banco Central pode aceitar ou não a oferta feita;
· Atuação dos bancos Comerciais: Os bancos comerciais captam recursos no mercado através de depósitos à vista e emissão de títulos de sua propriedade para financiarem as suas diversas operações. Para controlar o efeito multiplicador dessas operações, o Banco Central determina o depósito compulsório de parte do valor captado;
· Mercado de Títulos de Divida Externa: este mercado diz respeito à negociação de dividas com credores privados externos ou organismos internacionais com FMI e BID. Os títulos mais comuns brasileiros são os Bond’s;
· Precatórios: após julgamento judicial em que as diversas instâncias de governo são declaradas culpadas, não cabendo mais recursos algum, é definida a obrigação financeira e emitido o precatório. Esse documento poderá ser utilizado para receber a divida do Estado ou negociado em um mercado de precatórios. As negociações normalmente se dão com um desconto sobre o valor de face do precatório.
Como vimos, o mercado monetário tem grande importância na política monetária do governo que procura regular a liquidez do mercado e financiar suas próprias necessidades financeiras.
Assim, concluímos o estudo da unidade 2 de nossa disciplina, em que pudemos conhecer os principais aspectos que envolvem a formação de poupança e que dão base para o funcionamento do mercado financeiro e de capitais.
3. Teoria na Prática
Dentro do mercado internacional, é o mercado de câmbio que permite que os negócios sejam efetuados para que os investidores ou demandantes de recursos possam alcançar seus objetivos de aumento de riqueza. Assim, veja, abaixo, a destinação dos recursos brasileiros no exterior: 
	BANCO CENTRAL DO BRASIL
	Capitais Brasileiros no Exterior – CBE
	
	
	
	
	
	
	Tab.1 - Distribuição por Modalidade 1/ 
	
	
	
	
	
	em US$ milhões
	 
	2001
	2002
	2003
	2004
	2005
	2006
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL
	68.598
	72.325
	 82.692 
	 93.243 
	 111.741 
	 152.214Investimento Direto Brasileiro no Exterior
	 49.689 
	 54.423 
	 54.892 
	 69.196 
	 79.259 
	 114.175 
	investimento direto (a partir de 10%)
	 42.584 
	 43.397 
	 44.769 
	 54.027 
	 65.418 
	 97.715 
	empréstimos intercompanhia 2/
	 7.104 
	 11.026 
	 10.123 
	 15.169 
	 13.842 
	 16.460 
	Investimento em Carteira
	 5.163 
	 4.449 
	 5.946 
	 8.224 
	 9.586 
	 14.429 
	portfólio - participação societária
	 2.517 
	 2.317 
	 2.502 
	 2.258 
	 2.725 
	 2.811 
	BDR
	 483 
	 71 
	 94 
	 94 
	 84 
	 943 
	portfólio - título da dívida - Longo Prazo (bônus/notas) 3/
	 577 
	 941 
	 1.491 
	 2.899 
	 3.602 
	 6.185 
	portfólio - título da dívida - Curto Prazo (market instruments) 4/
	 1.585 
	 1.120 
	 1.859 
	 2.973 
	 3.176 
	 4.490 
	Derivativos
	 42 
	 105 
	 81 
	 109 
	 119 
	 113 
	Financiamento
	 155 
	 313 
	 186 
	 68 
	 98 
	 70 
	Empréstimo
	 696 
	 537 
	 687 
	 631 
	 726 
	 562 
	Leasing/Arrend. Financeiro Longo Prazo
	 1 
	 3 
	 0 
	 - 
	 1 
	 1 
	Depósitos
	 9.441 
	 7.890 
	 16.412 
	 10.418 
	 17.077 
	 17.200 
	Outros Investimentos
	 3.411 
	 4.605 
	 4.488 
	 4.597 
	 4.875 
	 5.664 
	Número de Declarantes
	11.659
	10.164
	10.622
	11.245
	12.366
	13.404
	Fonte: <http://www4.bcb.gov.br/Rex/CBE/ftp/CBETab2006.xls>. Acesso em 30/06/2008.
4. Recapitulando
Nesta unidade, abordamos o processo de formação de poupança que passa, obrigatoriamente, pela geração de renda a partir das relações estabelecidas pelos diversos agentes econômicos e, posteriormente, identificamos suas principais operações. 
Dentro desse contexto, vimos o que é e quais as principais operações dos mercados de crédito, capital, câmbio e monetário. 
No mercado crédito, pudemos identificar a importância dos meios definidos para a captação e alocação dos recursos, tanto para ofertadores quanto tomadores de crédito.
No mercado de capitais, verificamos seu funcionamento, regulação, produtos e meios que possibilitam o seu desenvolvimento.
No mercado de câmbio, identificamos as formas utilizadas para integrar o país ao mercado comercial e financeiro internacional.
No mercado monetário, conhecemos os diversos instrumentos de política monetária utilizados pelo governo, de modo a regular a liquidez da economia.
Dessa forma, completamos a unidade 2, na qual devemos ser capazes de fazer as inter-relações dos seus conceitos com as condições do mercado recente e atual brasileiro. 
Unidade 3: O Sistema Financeiro Nacional
1. Nosso Tema
Nesta unidade, iremos aprender a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, seus componentes, responsabilidades e funções, de forma a entendermos seu funcionamento e dinâmica. Para isso, abordaremos os aspectos a seguir:
· Organograma do Sistema Financeiro Nacional;
· Os Subsistemas Normativo e de Intermediação Financeira;
· Agentes do Subsistema Normativo;
· Agentes do Subsistema de Intermediação.
Os nossos objetivos de aprendizagem são:
· Explicar a estrutura do Sistema Financeiro Nacional;
· Conceituar Subsistema Normativo;
· Demonstrar o funcionamento do Subsistema Normativo;
· Identificar os Agentes do Subsistema Normativo;
· Apresentar o funcionamento do Subsistema de Intermediação;
· Definir Subsistema de Intermediação;
· Apontar os Agentes do Subsistema de Intermediação.
Ao final desta unidade, você deverá estar apto a entender o Sistema Financeiro Nacional e fazer as inter-relações das unidades seguintes e desenvolver a possibilidade de buscar novos conhecimentos fora do escopo deste curso.
Vamos começar?!
Para Refletir 
Você sabia que para ocupar cargos diretivos no Sistema Financeiro Nacional (SFN) é preciso que o pretendente seja exposto ao crivo público no qual a população ou seus representantes poderão fazer objeções ou ratificar suas indicações?
É isso mesmo. De acordo com a Resolução 3041/02, para o exercício de cargos no Sistema Financeiro Nacional, é necessário ter reputação ilibada e publicar em meio de comunicação de grande capilaridade na sociedade em geral de declaração de propósito para que a sociedade possa opinar e fazer objeções quanto à ocupação daquele cargo por parte daquela pessoa.
Portanto, para se tornar um dos Gestores do Sistema Financeiro Nacional, é preciso ser eleito ou nomeado e passar por processo de ratificação perante a sociedade.
Isso é fruto da grande importância do SFN para o país, sua economia e mercados produtivos.
Vejamos, então, como funciona o Sistema Financeiro Nacional e sua estrutura.
2. Conteúdo Didático 
Como vimos na Unidade 1, em 1808, tivemos o estabelecimento do primeiro banco no Brasil em função da presença da Coroa Portuguesa na Colônia. A partir daí, começou-se a estruturar o Sistema Financeiro no Brasil, que foi evoluindo de acordo com a necessidade e o aprofundamento da complexidade e diversidade que o mercado foi alcançando e das necessidades que o Estado tem de estabelecer sua política econômica e financeira.
2.1 Organograma do Sistema Financeiro Nacional
Para garantir o controle sobre as atividades financeiras, especificamente do setor bancário, que crescia enormemente desde o estabelecimento do primeiro Banco do Brasil, foi criada a Inspetoria Geral de Bancos no final dos anos 20, que serviria como alicerce para o estabelecimento da Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC – que passou a ser responsável pela regulação e fiscalização do setor bancário.
No entanto, com o advento da Segunda Guerra Mundial, a expansão do setor bancário acelerou-se com o aumento da complexidade, o que agravou consideravelmente a dificuldade de controle e fiscalização das suas operações com impactos diretos na capacidade de gestão da política econômica do Estado.
Esse processo se desenrolou até 1964, quando efetivamente o Estado brasileiro lançou uma série de leis que, inclusive, estabeleceu a criação do Sistema Financeiro Nacional como conhecemos hoje. De acordo com Fortuna, (2008, p. 15 e 16) as principais leis foram:
· Lei 4.357/64: estabelece a correção monetária com normas para indexação de contratos, débitos fiscais e títulos públicos;
· Lei 4.380/64: estabelece a criação do Plano Nacional de Habitação com a criação do Banco Nacional de Habitação – BNH;
· Lei 4.595/64: cria o Sistema Financeiro Nacional com suas normas, rotinas, procedimentos e componentes e estabelece o Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil;
· Lei 4.728/65: estabelece as normas e regulamentos para o mercado de capitais;
· Lei 6.385/76: define a criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM;
· Lei 6.404/76: regulamenta as sociedades anônimas – S.A.
· Lei 10.303/01: conhecida como a Nova lei das S.A, que estabelece maior proteção ao acionista minoritário e reforça o poder de regulação e fiscalização da CVM;
· Resolução CMN
 3.040/02: estabelece as normas de constituição, transferência, fechamento e funcionamento das instituições financeiras com autorização prévia do Banco Central.
Como pudemos ver, foi a partir de 1964 que o atual Sistema Financeiro toma corpo e vem dar a sustentação necessária ao funcionamento do mercado financeiro e às necessidades do governo, resolvendo uma série de questões e de problemas, aumentando a segurança e a dinâmica. Assim, desenha-se o organograma atual do Sistema Financeiro Nacional, conforme figura 1 a seguir, em que cada entidade pública ou privada tem sua subordinação, regulação e funções definidas.
Dentrodesse novo ordenamento, temos um aglomerado de instituições voltadas ao estabelecimento das melhores condições de alocação de recursos entre superavitários e deficitários do mercado financeiro e produtivo, garantindo o fluxo de recursos necessários ao desenvolvimento econômico do país, que deverá se manter em constante evolução.
“Um conceito bastante abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituições que se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores” (Fortuna, 2008, p. 16).
Vejamos, agora, o organograma geral do Sistema Financeiro Nacional.
Figura 1: Organograma do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Adaptado de Fortuna (2008, p.18).
O organograma do SFN
 demonstra claramente a estruturação e subordinação dos diversos entes que compõem esse sistema e sua dinâmica de funcionamento.
Passaremos, agora, a detalhar o funcionamento dos seus Subsistemas.
2.2 Os Subsistemas: Normativo (Órgãos Governamentais) e de Intermediação Financeira (Instituições Financeiras)
Como vimos no organograma do Sistema Financeiro Nacional, ele é dividido em dois subsistemas:
· O normativo e
· O de intermediação.
Essa separação envolve a determinação das funções de cada subsistema em que o primeiro tem caráter regulatório e de fiscalização; e o segundo tem caráter operativo.
Veja, de forma dinâmica, essa relação na sua aula on-line.
Dentro de sua característica regulatória, o Subsistema Normativo elabora e difunde as normas que deverão ser cumpridas e balizará o funcionamento de todo o sistema, evitando abusos e fazendo cumprir a política econômica e financeira determinada pelo Governo. Para que suas atribuições sejam cumpridas, o subsistema normativo é composto pelas autoridades monetárias.
Abaixo, veja a estrutura do subsistema normativo:
Figura 2: Estrutura do Subsistema Normativo do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2005, p.57).
Veja como o Sistema Financeiro atua através do Subsistema Normativo.
Copom poderá voltar a elevar os juros em 0,75 ponto, indica ata 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central disse, em ata divulgada ontem, que "a política monetária deverá atuar vigorosamente, enquanto o balanço dos riscos para a dinâmica inflacionária assim o requerer". Analistas econômicos interpretaram essa frase como uma sinal de que o BC irá aumentar mais uma vez os juros básicos em 0,75 ponto percentual na sua reunião de setembro, de 13% ao ano para 13,75% ao ano.
Fonte: http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/financas.html
Veja que, para manter a inflação sobre controle, a expectativa é de que o COPOM eleve os juros, executando orientações da Política monetária do Governo Federal.
Já o Subsistema de Intermediação é aquele composto pelas instituições financeiras que fazem o sistema funcionar dando capilaridade, eficiência e eficácia à sua capacidade de alocar recursos entre poupadores e tomadores nas mais diversas estruturas de captação e destinação de capital que favoreça o desenvolvimento econômico do país, gerando crédito, gerindo riscos e intermediando os interesses dos vários participantes desse mercado.
Figura 3: Estrutura do Subsistema de Intermediação do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Adaptado de Fortuna (2008, p.18).
Portanto, o Sistema Financeiro Nacional é dividido em subsistema normativo. Ele envolve órgãos governamentais chamados de autoridades monetárias que definem o funcionamento geral do mercado financeiro através de regulamentação, normatização e fiscalização; e subsistema intermediário, que envolve instituições públicas e privadas que executam suas funções, operando diretamente no mercado financeiro, buscando uma alocação ótima dos recursos disponíveis.
Vejamos, agora, os agentes do Subsistema Normativo.
2.3 Agentes do Subsistema Normativo
Como vimos no item anterior, o Sistema Financeiro é composto por vários agentes cada qual com sua característica própria.
No Subsistema Normativo, temos:
· Conselho Monetário Nacional – CMN: Órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional de caráter essencialmente normativo, pois não tem finalidade executiva de perfil monetário, composto desde o advento do Plano Real pelos Ministros da Fazenda e do Planejamento e Presidente do Banco Central;
· Banco Central do Brasil – BCB: Autarquia Federal com a missão de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda regulando e fiscalizando o sistema financeiro;
· Comissão de Valores Mobiliários – CVM: Autarquia Federal incumbida de regular e desenvolver o mercado de capitais.
Vejamos, agora, as responsabilidades e funções de cada agente.
2.3.1 Principais Atribuições e Funções Básicas
De forma geral, o Subsistema Normativo tem a atribuição de regular, fiscalizar e fazer cumprir a política monetária do Governo e isso se dá através dos seus agentes.
· Conselho Monetário Nacional – CMN: Tem como finalidade a formulação da política de crédito e moeda para atender às necessidades econômicas e sociais do país. Para isso, segundo Assaf Neto (2001, p. 70 e 71), tem como funções:
· Fixar as diretrizes e normas da política cambial e regular às operações de câmbio objetivando o controle de paridade da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos;
· Regulamentar, quando julgar necessário, as taxas de juros, comissões e qualquer forma de remuneração praticada pelas instituições financeiras;
· Regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras e zelar por sua liquidez;
· Estabelecer as diretrizes para as instituições financeiras através da determinação de encaixes, capital mínimo e normas de contabilização;
· Determinar medidas de prevenção e correção de desequilíbrios econômicos;
· Regular os tipos de crédito e orientar as instituições financeiras quanto à aplicação de seus recursos;
· Disciplinar as operações de redescontos e as operações no mercado aberto.
· Banco Central do Brasil – BCB: tem como finalidade conduzir a política monetária, creditícia e cambial, bem como estabelecer as relações financeiras com o mercado externo, gerir e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional. Para isso, segundo Fortuna (2008, p. 20 e 21), tem como funções:
· Emitir moeda nas condições e autorizações do CMN;
· Receber os depósitos compulsórios e voluntários das instituições financeiras;
· Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
· Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
· Efetuar a compra e venda de títulos públicos federais e emitir títulos próprios dentro dos limites determinados pelo CMN;
· Exercer o controle do crédito e a fiscalização das instituições financeiras;
· Estabelecer a forma de operação e autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
· Definir as condições para o exercício de quaisquer cargos nas instituições financeiras privadas;
· Fiscalizar a interferência de outros entes no mercado financeiro e de capitais;
· Controlar o fluxo de capitais estrangeiros;
· Definir, através do Copom
, a taxa de juros de referência – SELIC.
· Comissão de Valores Mobiliários – CVM: tem como finalidade a regulamentação e fiscalização do mercado de valores mobiliários, que é composto por: Bolsa de Valores; Bolsa de Mercadorias e Futuros; Entidades do mercado de balcão; Entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários
. Para isso, segundo Pinheiro (2005, p.59), tem como funções:
· Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários promovendo a expansão e funcionamento eficiente do mercado de ações;
· Garantir o eficiente funcionamento dos mercados da bolsa e de balcão;
· Proteger os titulares e investidores em valores mobiliários coibindo questões que envolvam o artificialismo no mercado de valores mobiliários;
· Assegurar o acesso indiscriminado às informações sobre o mercado de valores mobiliários e as organizações que os tenham emitido;
· Assegurar o cumprimento das normas creditíciasfixadas pelo CMN. 
É através desses agentes e das funções que o Sistema Financeiro Nacional regula, fiscaliza e faz cumprir as determinações de política econômica do Governo Federal.
Observe o esquema abaixo:
Assim, o Sistema Financeiro Nacional segue as determinações do CMN, que são levadas a cabo pelos BCB e CVM.
Vejamos, agora, quem são os agentes operativos do Subsistema de Intermediação.
2.4 Agentes do Subsistema de Intermediação
O Subsistema de Intermediação tem caráter operativo e é constituído por instituições financeiras públicas e privadas, que operam diretamente no mercado. Vejamos quais são essas instituições:
	Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
	Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE
	Factoring
	Bancos de Desenvolvimento
	Sociedades de Arrendamento Mercantil, Crédito, Crédito Imobiliário e Investimento
	Empresas de Cartão de Crédito
	Bancos Comerciais e Múltiplos
	Agências de Fomento
	Administradoras de Consórcio
	Bancos Cooperativos
	Companhias Hipotecárias
	Entidades Previdenciárias e Seguradoras
	Bancos de Investimento
	Bolsa de Valores e de Mercadoria e Futuros
	Sistema de Liquidação e Custodia – CBLC, SELIC e CETIP
	Cooperativas de Crédito
	Corretoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários
	
As instituições financeira bancárias e não bancárias e sistema de distribuição de valores se distribuem da seguinte forma:
	Instituições Financeiras Bancárias e Não Bancárias
	Sistema de Distribuição de Valores
	Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos estaduais
	Bolsa de Valores
	Bancos de desenvolvimento e bancos de investimento
	Sociedades corretoras e distribuidoras
	Bancos comerciais e múltiplos
	Agentes autônomos
	Cooperativas de crédito
	Sociedade de compensação e liquidação
	Sociedades de caráter financeiro
	 
	Associações de Poupança e Empréstimo
	 
Agora que conhecemos os principais agentes do Subsistema de Intermediação, veremos como esses organismos atuam.
2.4.1 Operações Típicas e Funções Básicas
Dentro do Subsistema de Intermediação, cada agente tem uma função própria que determina sua atuação. Vejamos, então, essas funções, segundo Pinheiro (2005, p. 61 a 76):
· Banco do Brasil: Sociedade Anônima de capital misto com controle da União. Hoje é um banco múltiplo, agente financeiro do Governo Federal que tem como função atuar em todos os seguimentos financeiros, ser agente financeiro do governo federal e executar suas políticas de crédito rural e industrial. Opera como banco múltiplo nas áreas de atacado, varejo, governo e recursos de terceiros;
· Bancos de desenvolvimento: São instituições criadas pelo Governo Central ou outros entes da Federação para promover o desenvolvimento econômico e social das diversas regiões que tem como função promover o desenvolvimento econômico e social do país e das suas várias regiões, aportando recursos com agente financeiro através de financiamentos de médio e longo prazo;
· Bancos Comerciais: Instituições de controle público ou privado, prestadores de serviços bancários e concessão de crédito que têm a função de atender às necessidades de curto prazo de empresas e público em geral e operam no varejo ou atacado, oferecendo serviços de conta corrente, depósitos, pagamentos de cheques, transferência de fundos, ordens de pagamento, cobranças, custódia e guarda de valores, aluguel de cofres, serviços de câmbio, desconto de títulos, adiantamentos e crédito.
· Bancos Múltiplos: Possuem autorização para atuar com diversas carteiras além dos serviços básicos de banco comercial, que tem a função de racionalizar as estruturas financeiras, concentrando, em uma mesma instituição, as operações de banco comercial, investimento, crédito geral e imobiliário, financiamento, arrendamento mercantil e desenvolvimento;
· Bancos Cooperativos: Instituições formadas por cooperados que garantirá a permanência dos recursos na própria região dos cooperados. Têm tem a função de ampliar a atuação das cooperativas de crédito que podem abrir seus próprios bancos de estrutura comercial. Assim, passam a oferecer a seus cooperados as mesmas operações dos bancos comerciais;
· Caixa Econômica: De caráter público, funciona como um banco múltiplo e operacionaliza a política de habitação do Governo Federal, que tem a função eminentemente social, atuando na concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos de assistência social, saúde, educação, trabalho, transporte urbano e esporte, além de atuar como banco múltiplo;
· Cooperativas de Crédito: São instituições constituídas por seus cooperados ou associados com finalidade própria e que não são sujeitas à falência. Têm a função de atender às necessidades de seus associados no que diz respeito principalmente à concessão de crédito para os mais diversificados fins;
· Bancos de Investimento: Instituições voltadas ao suprimento das necessidades de médio e longo prazo do setor privado. Têm a função de financiar as necessidades de médio e longo prazo das empresas do mercado privado, através de operações de empréstimo e financiamento, subscrição de debêntures e ações;
· Sistema brasileiro de poupança e empréstimo – SBPE: Constituído pela Caixa Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e bancos múltiplos;
· Associações de poupança e empréstimo – APE: Têm a função de financiar a construção ou aquisição da casa própria e operam com recursos dos seus associados;
· Sociedades de Arrendamento Mercantil: Operam com financiamento de médio e longo prazo de equipamentos que podem ser ou não adquiridos ao final do contrato que tem a função de disponibilizar ao cliente máquinas e equipamentos através do sistema de locação em que o cliente pode ou não optar por sua compra ao final do contrato;
· Sociedades de Crédito e Investimento: Operam por meio da colocação de letras de câmbio e títulos de créditos, captando recursos e financiando o consumo. Têm a função de financiar bens duráveis por meio do crédito direto ao consumidor;
· Agências de Fomento: Instituições de caráter público que buscam incentivar a instalação de projetos na sua região de atuação, através de financiamentos para capital fixo e/ou giro;
· Companhias hipotecárias: Instituições voltadas ao mercado imobiliário;
· Bolsa de Valores: Associações civis vinculadas às corretoras de valores que funcionam como meio de intermediação;
· Bolsa de Mercadorias e Futuros: Instituição que reúne os diversos agentes interessados no mercado agrícola e de manufaturáveis com característica especifica;
· Corretoras e distribuidoras de valores mobiliários: Organismos específicos que operam na compra, venda e distribuição de valores mobiliários;
· Factoring: Instituições de fomento mercantil não regulada pelas autoridades monetárias;
· Empresas de Cartão de Crédito: Instituições administradoras de crédito pré-aprovado através da emissão de um cartão de plástico;
· Administradoras de Consórcio: Organizações voltadas à formação de grupos para compra ou construção de determinado bem;
· Entidades previdenciárias: Instituições restritas a certo grupo de trabalhadores que contribuem periodicamente, no intuito de gerar renda futura;
· Entidades seguradoras: Organizações voltadas à garantia de recursos por alguma forma de dificuldade do seu cliente.
Conhecemos os agentes atuantes no mercado com suas funções e operações e, agora, identificaremos suas fontes de recursos.
2.4.2 Fonte de Recursos
O Subsistema de Intermediação tem a função básica de interligar poupadores e tomadores da maneira mais eficiente, garantindo o fluxo de recursos daqueles que tencionam fazer algum tipo de investimento para aqueles que têm necessidade de capital, seja para financiar seus próprios investimentos, sanar dificuldades momentâneas ou adquirir bens e serviços.
Assim, é fundamental identificar as fontes de recursos que propiciaram o funcionamento adequado desse sistema. Vejamos, então, as principais fontes:
	Depósitos em conta corrente
	Títulos públicos
	Depósitos diversos
	CDB
, RDB
	Títulos privadosCobranças
	Poupança
	Comissões, Juros e Taxas
	Custódia e Guarda de valores
	Fundos de investimento
	Serviços financeiros
	Aluguel de cofres
	Investimento em Renda Fixa
	Aquisição de Ações
	Float
	FGTS
	Serviços de câmbio
	Recolhimento de impostos
	Loterias
	Colocação de ações
	Depósitos judiciais
	Capital Social
	Captação de recursos externos
	Recursos governamentais
	Depósitos a prazo
	Colocação de Debêntures
	Colocação de letras de Câmbio
	Colocação de letras imobiliárias
	Repasses de outras Instituições
	Créditos Especiais do BCB
	Refinanciamentos
	Subscrição de valores
	Contratos de ouro, dólar, café, boi, algodão e outros
	Serviços de compensação
	Derivativos
	Obrigações no Brasil e Exterior
	PIS/PASEP
	
	
De acordo com a função de cada Instituição Financeira, ela poderá captar ou receber recursos que serão realocados de acordo com a necessidade operativa da instituição e de seus clientes, cumprindo seu objetivo maior de intermediador do mercado.
Aqui, acabamos o estudo da unidade 3. Conhecemos a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, bem como seus participantes e sua dinâmica. Agora, vamos conhecer como é a prática disso?
3. Teoria na Prática
Veja que a Instituição Banco Central exerce sua função de condução da política monetária do governo e que, para isso, utliza o controle da Taxa Selic como ferramenta para manter a inflação sob controle.
Meirelles: Banco Central está atuando e continuará a agir sobre o controle da inflação
Em palestra recente, O presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, reiterou a disposição do Banco Central de manter sobre controle, via política de juros, a inflação.
Meirelles discorreu sobre a situação geral da economia internacional e especificamente do Brasil e garantiu que o Banco Central manterá sua atuação de acordo com as necessidades internas do país agindo sempre que necessário sem esperar a atuação de Bancos Centrais de outros países.
Para explicar tal postura, Meirelles destacou a importância de uma atuação rápida das decisões monetárias, tendo em vista a maior eficácia de medidas tomadas logo nas primeiras evidências de alguma alteração econômica.
BC continuará a agir!
Finalizando seu discurso, Meirelles deu sinais mais evidentes da continuidade da trajetória de atuação do Banco Central. "O Banco Central já vem atuando e continuará a agir" para trazer a inflação para próximo das metas, salientando ainda "que não se espere deste BC uma atitude complacente em relação à evolução dos preços". 
Adaptado. Fonte: Disponível em: <http://br.news.yahoo.com/s/080710/22/gjpml0.html>. Acesso em 18/07/08.
4. Recapitulando
Nesta unidade, abordamos a formação do Sistema Financeiro Nacional, que teve início em 1808 com o estabelecimento do primeiro banco brasileiro. Vimos as necessidades de regulação que foi se apresentando à medida que o sistema crescia e se tornava mais complexo. 
Dentro desse contexto, vimos o atual organograma do Sistema Financeiro Nacional, que pode ser dividido em Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação Financeira. 
Conhecemos os principais agentes do Subsistema Normativo, que têm a função reguladora e fiscalizadora do mercado financeiro.
Vimos que o Subsistema de Intermediação envolve a parte operativa do Sistema Financeiro Nacional e conhecemos seus diversos agentes e funções.
E, por fim, identificamos as várias fontes de recursos disponíveis no Sistema Financeiro Nacional.
Dessa forma, completamos a unidade 3, na qual devemos ser capazes de fazer as inter-relações dos seus conceitos, com as condições do mercado brasileiro recente e atual, dentro da sua estrutura normativa e operativa.
Unidade 4: Produtos e Serviços do Mercado Financeiro
1. Nosso Tema 
Nesta unidade, iremos conhecer os produtos e serviços disponibilizados pelo Mercado Financeiro dentro da sua estrutura, de forma a dinamizar a alocação eficiente dos recursos disponíveis para as mais diversas finalidades. Para isso, abordaremos os aspectos a seguir:
· Principais Operações Bancárias;
· Principais Produtos e Serviços Financeiros Oferecidos no Brasil;
· Siglas comuns utilizadas no Mercado Financeiro;
· Denominações, finalidades e características dos produtos e serviços.
Os nossos objetivos de aprendizagem são:
· Apresentar as principais operações bancárias;
· Identificar os produtos e serviços do mercado financeiro;
· Conhecer a nomenclatura utilizada no mercado financeiro;
· Explicar as finalidades dos produtos e serviços do mercado financeiro;
· Apontar as características dos produtos e serviços do mercado financeiro.
Ao final desta unidade, você deverá estar apto a especificar os produtos e serviços do mercado financeiro e fazer as inter-relações das unidades seguintes, desenvolvendo a possibilidade de buscar novos conhecimentos fora do escopo deste curso.
Vamos começar?!
Para Refletir
Para que o mercado financeiro funcione de forma dinâmica e eficiente, gerando para a sociedade facilidades que irão tornar seu desenvolvimento mais propício, as instituições financeiras trabalham constantemente no desenvolvimento de operações que possam facilitar a vida daqueles que atuam no mercado financeiro.
Essas operações são cada vez mais complexas e interligam outras operações e mercados de países diferentes como, por exemplo, operações de importação e exportação ou até captação de recursos no exterior.
Quando adquirimos no Brasil um produto fabricado no Reino Unido não refletimos sobre todas as operações necessárias para que este produto estivesse ao alcance de nossas mãos nas prateleiras dos varejistas nacionais.
Como seria possível viabilizar uma operação de exportação que envolve, por exemplo, moedas diferentes que variam sua cotação de acordo com as peculiaridades do mercado local e global em contratos com taxas de juros internacionais para pagamento futuro com riscos reduzidos?
Pois bem, os bancos oferecem operações para atender a essa necessidade e muito mais.
Nesta unidade, procuramos demonstrar as operações, produtos e serviços disponibilizados pelas instituições financeiras para que você entenda como eles atuam e facilitam nossa vida.
Bom Estudo!
2. Conteúdo Didático
Até agora, vimos como aconteceu o surgimento da moeda e da intermediação financeira, como se dá o processo de formação de poupança e a estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Porém, para que tudo isso possa efetivamente funcionar, é preciso desenvolver os meios que irão dinamizar a operacionalização do sistema. Assim, foi criado um conjunto de produtos e serviços que possibilitarão o atendimento das necessidades dos diversos públicos participantes e interessados nesse mercado.
E são exatamente esses produtos e serviços que iremos conhecer a partir de agora!
2.1. Principais Operações Bancárias
Para atuar no mercado, cumprindo seu objetivo como integrante do Sistema Financeiro, as instituições bancárias desenvolveram uma série de operações. Essas podem ser aplicadas na sua totalidade ou não de acordo com a estratégia e posicionamento de cada instituição. Vejamos, abaixo, as principais operações bancárias:
	Mercado Bancário
	Operações
	Conceito
	Produtos de Serviço
	Serviços cuja receita é obtida através de float
 ou pela cobrança de tarifas. Exemplo: depósito em conta corrente.
	Home Baking, EDI
 e Remote Banking
	Serviços a distância que evitam o deslocamento do cliente até a agência facilitando sua vida e troca de documentos com segurança e padronização.
	Produtos de Captação
	Conhecidas como operações passivas normalmente executadas pelas mesas de operações. Exemplo: CDB
 e RDB
.
	Produtos de Empréstimo
	Conhecidas como operações ativas onde os recursos captados são repassados para os agentes deficitários. Exemplo: Cheque especial.
	Dinheiro de Plástico 
	Cartões de crédito, débito e benefícios.
	Financiamento Imobiliário
	Produtos de financiamento imobiliário.
	Crédito Rural
	Produtos de financiamento às atividades rurais.
	Financiamento para Investimento
	Produtos específicos para financiar o desenvolvimento empresarial.Leasing
	Aluguel de máquinas e equipamentos utilizados pela empresa na produção ou funcionamento.
	Operações de Garantia
	Operações onde o banco é solidário com o cliente em risco assumido pelo mesmo.
	Títulos de Capitalização
	Investimento de longo prazo com característica de um jogo.
	Caderneta de Poupança
	Investimento fácil e de acesso generalizado.
	Operações de Intermediação
	Conjunto de operações em que os bancos assumem o gerenciamento ou intermediação de certa operação guando para isso uma comissão. Exemplo: Colocação de Debêntures
 no Mercado.
	Captação de Recursos Privados no Exterior 
	Operações que buscam a captação de recursos em outros países principalmente pela emissão de títulos de dívida no exterior.
	Operações de Swap
	Operações de trocas de contratos que possibilitam a redução do risco.
Fonte: Adaptado de Fortuna, 2008 p.141 a p. 376
A partir dessa base de operações, o sistema bancário dentro da estratégia de cada instituição se divide operacionalmente para atender aos segmentos diferenciados de mercado ou focam sua atuação em um segmento específico.
Assim, cada banco dentro de sua própria política e estratégia define sua atuação que, normalmente, compreende quatro segmentos principais:
· Corporativo: voltado para grandes clientes empresariais com demandas específicas;
· Private Bank : voltado a pessoas físicas com alto poder aquisitivo e grande estoque patrimonial;
· Middle Market: atende clientes de renda média, pequenas e médias empresas;
· Varejo: voltado ao público em geral com produtos e serviços totalmente padronizados.
Os bancos poderão atuar em vários segmentos ou até em um nicho de mercado. Essa decisão influenciará diretamente no portfólio de operações que irá disponibilizar a sua base de clientes.
Vejamos, agora, as principais características dessas operações.
2.1.1. Classificação e Principais Características
As operações bancárias se dividem em grupos, em função das suas características comuns que envolvem o conceito desse conjunto de operações. Assim, veremos, abaixo, as características e normas que envolvem essas operações, de acordo com Fortuna (2008, p. 144 a p. 391):
· Produtos de serviços: remuneram o banco através do float ou de tarifas.
· Serviços Essenciais: depósitos em contas correntes ou de poupança;
· Serviços prioritários: movimentação das contas correntes e de poupança;
· Serviços Especiais: crédito rural, crédito imobiliário e micro finanças;
· Home banking, EDI e Remote Banking: Operações a distância.
· Central de Atendimento;
· Computadores e softwares de gerenciamento e troca de documentos;
· Sistemas de trocas de documentos;
· Internet e e-mail;
· Telefone, fax, Celular e SMS;
· Caixas eletrônicos;
· Produtos de captação: operações desenvolvidas nas mesas de operações que envolvam a fixação de taxas de juros e definição do Spread
.
· Formação de taxa para captação através dos CDB e RDB
· Produtos de empréstimo: operação clássica de um banco que capta recurso em uma ponta e o empresta em outra ponta com um spread positivo.
· Empréstimos de curto, médio e longo prazos com valores pré-aprovados ou discutidos em comitê de crédito.
· Voltados às necessidades de geração de caixa e investimentos das empresas e pessoas físicas e ao financiamento de consumo dos clientes.
· Dinheiro de Plástico: cartões tecnológicos utilizados para movimentação das contas pelos clientes e para o consumo.
· Movimentação financeira, crédito pré-aprovado para compras nacionais e internacionais e benefícios com uso exclusivo como vale-transporte, refeição e outros. 
· Financiamento Imobiliário: Operações específicas voltadas à aquisição de casa própria pela população em geral.
· Financiamentos vinculados a recursos de poupança, FGTS
 e outros.
· Crédito Rural: Produtos e serviços destinados ao fortalecimento do setor de agronegócios.
· Financiamentos de máquinas, equipamentos e produção do setor rural que envolve recursos, incentivos e políticas de governo.
· Financiamento para investimento: financiamentos voltados ao desenvolvimento econômico de setores e regiões específicas.
· Normalmente concedidos por instituições financeiras oficiais como o BNDES
.
· Leasing: Operações que envolvem contratos de locação com opção de compra ao final do contrato.
· Concedem a um arrendatário o direito de uso sobre determinado bem em um prazo determinado.
· Operações de garantia: neste tipo de operação, o banco se torna garantidor solidário em certas operações de financiamento que seu cliente necessite.
· Nesse caso, o banco somente entrará em negócios com clientes que possuam uma relação muito positiva e grau de risco muito pequeno ou nulo.
· Títulos de capitalização: São aplicações de longo prazo com a especificação de sorteios que possibilitarão ao seu sorteado auferir ganhos superiores.
· Essas operações normalmente perdem em rendimento para a maioria das aplicações existentes, exceto para aqueles que forem sorteados e, portanto, trazem embutido o componente de sorte.
· Poupança: Aplicação simples de baixo risco de acesso generalizado.
· Os recursos da poupança são utilizados, por força de regulamentar, para determinados fins de política econômica governamental como, por exemplo, financiamento imobiliário. 
· Operações de intermediação: Envolvem operações no mercado de capitais onde a instituição financeira assume o papel de gestora para a colocação de títulos neste mercado.
· São normalmente operações de abertura de capital ou emissão de debêntures para a capitação de recursos no mercado de capitais.
· Captação de recursos no exterior: Operações que envolvem dar acesso a investidores e recursos de outras instituições no exterior.
· São captações feitas normalmente através da emissão de títulos de dívidas. 
· Operações de SWAP: Envolvem a troca de contratos financeiros que buscam reduzir os riscos das operações.
· Como exemplo, uma empresa que tenha contratos de exportação de commodities com preço variável, pode fazer uma operação de Swap e transformar o preço variável em fixo reduzindo o risco da operação.
Dentro do mercado nacional e internacional, as instituições financeiras trabalham com as mais diversas operações como descrito acima. Elas, como vimos, vão muito além da função clássica dos bancos de captar recursos e emprestá-los. Dessa forma, podemos compreender o desenvolvimento do mercado financeiro e toda sua complexidade, ainda mais se considerarmos que a cada dia são desenvolvidas novas operações com todas as suas intrincadas relações.
Vamos verificar o exemplo abaixo:
Consideremos que o Banco Bom Lucro ofereça ao mercado aplicações pré-fixadas a uma taxa de 1,5% ao mês. Nesse mesmo banco, a taxa para empréstimo de capital de giro é de 4,5%. Ainda neste banco, o cliente B depositou na conta corrente R$ 1000,00 no dia 01/05/2008 e sacou no dia 01/06/2008.
Pede-se: Calcule o Spread e Float do banco 
Spread = 4,5% - 1,5% = 3%
Float = 01/06/2008 – 01/05/2008 = 31 dias
Resposta: Spread = 3% Float= 31 dias
Vejamos, agora, quais os principais produtos e serviços as instituições financeiras no Brasil oferecem aos seus clientes.
2.2. Principais Produtos e Serviços Oferecidos no Brasil
Após conhecermos as operações que as instituições financeiras disponibilizam aos seus consumidores, verificamos que existe uma gama enorme de produtos e serviços que são enquadrados nessas operações, conforme descrito abaixo:
	Principais Produtos e Serviços Oferecidos no Brasil
	Conta corrente, poupança, especial, salário e de investimento
	Depósitos e transferências de todas as naturezas
	Fornecimento de talão de Cheques, cartão de débito e cartão de crédito, entre outros
	Cobrança de títulos públicos e privados
	Desconto de títulos, empréstimos, financiamentos, leasing, consórcios e Hot Money
	Crédito imobiliário e crédito rural
	Alienação Fiduciária e hipoteca
	Débito em conta e compensação de cheques e outros documentos
	Aluguel de cofres para guarda de valores, documentos e outros
	Certificados de Depósito Interbancário (CDI)
	Antecipaçãode obrigações por empréstimos, adiantamento de Vendas ou antecipação de recebíveis
	Operações para importação e exportação
	Investimentos em renda fixa, variável, poupança, CDB e RDB
	Colocação de títulos no mercado de capitais
	Transações de pagamentos e recebimentos nacionais e internacionais
	Transações de Swap
	Serviços de agência bancária, rede de terminais ou internet
	
Listamos, aqui, os principais produtos e serviços de atuação das instituições instaladas em solo nacional e, agora, vamos conhecer suas principais características.
2.2.1. Classificação e Principais Características
Os produtos e serviços das instituições financeiras possuem características e funcionalidades próprias que os individualizam para atender às necessidades gerais e específicas dos públicos evolvidos em cada tipo de operação. Veremos, abaixo, as características dos principais produtos e serviços das instituições brasileiras.
· Conta corrente: código em que são armazenados os dados financeiros e do cliente que serve como base para toda movimentação financeira do cliente que envolva, além dele mesmo, o banco ou outras entidades ou todos ao mesmo tempo;
· Conta especial: é aquela aberta pelos bancos para atuar no microcrédito, dando acesso a pessoas de baixa renda que não têm condição de participar do sistema normal. Essas contas só podem ser movimentadas por cartão ou cheque avulso e não podem ser tarifadas na sua abertura, movimentação ou manutenção. Possuem limite e restrições quanto ao seu saldo e movimento de depósitos e poderá ser bloqueado se descumprir suas regras para verificação e auditoria;
· Conta salário: conta específica para o recebimento dos proventos do trabalho de assalariados. Atualmente, o trabalhador poderá escolher qual instituição ele quer que seu salário seja depositado, oferecendo para isso o nº de sua conta;
· Conta de investimento: Conta criada para que as movimentações entre aplicações não sofressem a incidência da CPMF;
· Conta poupança: conta específica para aplicação na caderneta de poupança;
· Depósitos: valores recebidos em cheques ou dinheiro nas contas correntes e contas poupança;
· Cheques: ordem de pagamento à vista;
· Cartão de débito: Também conhecido como cheque eletrônico;
· Cartão de crédito: crédito pré-aprovado fornecido através de cartões para aquisição de bens e serviços em estabelecimentos credenciados;
· Cobrança de títulos públicos e privados: cobrança dos recebíveis das empresas, impostos e taxas governamentais;
· Empréstimos: recursos repassados a clientes mediante uma taxa de juros. Algumas formas:
· Cheque especial: limite pré-aprovado vinculado à conta do cliente;
· Conta Garantida: limite definido pelas contrapartidas dos clientes com o banco;
· Capital de Giro: recursos voltados para cobrir deficiência de caixa dos clientes;
· Hot Money: empréstimo de curtíssimo prazo, normalmente de 1 dia;
· Descontos de títulos: antecipação de recebíveis dos clientes;
· Crédito direto ao consumidor: Financiamentos voltados ao consumidor final para aquisição de bens ou serviços;
· Leasing: contrato de locação para fins de utilização de determinados bens na produção ou funcionamento da empresa ou para pessoa física;
· Penhora: operações de penhora de bens pela CEF;
· Consignação: empréstimos vinculados a desconto na folha de pagamento;
· Consórcios: conjunto de pessoas que promovem um fundo comum para aquisição de determinados bens;
· Crédito imobiliário: financiamentos específicos para a aquisição da casa própria com incentivos governamentais;
· Crédito rural: financiamentos e específicos para o meio rural com incentivos governamentais;
· Transferências de fundos: alocação de recursos em contas no mesmo banco ou em outros bancos;
· Pagamento de títulos: diversos do próprio banco ou de outros bancos:
· Débito em conta: autorização prévia para pagamento de títulos;
· Compensação de cheques e outros documentos: este serviço permite transações entre bancos via câmara de compensação o que facilita a cobrança de títulos, depósitos de cheques, transferências, pagamentos de títulos e obrigações. A câmara de compensação é gerida pelo Banco do Brasil;
· Aluguel de cofres para guarda de valores, documentos e outros: serviço de guarda de bens e documentos para clientes;
· Certificados de Depósito Interbancário (CDI): Título emitido de um banco para outro banco para transação interbancária;
· Antecipação de obrigações por empréstimos vinculados a algum tipo de obrigação assumida pelo cliente;
· Operações de importação de ativo: financiamentos em moeda estrangeira para aquisição de equipamentos de outros países;
· Operações de exportação: Adiantamento de contrato de câmbio (ACC) e Adiantamento de contrato de Exportação (ACE);
· Renda fixa: investimento em títulos públicos e privados com remuneração predeterminada;
· Renda variável: investimento em títulos, ouro, commodities e outros cuja remuneração seja pós-fixada; 
· CDB e RDB: São títulos de dívida emitidos pelos bancos remunerados de forma pré ou pós-fixada. Estes títulos têm como base a sua captação de depósitos. Apenas o RDB poderá ser emitido por instituições financeiras não bancárias como as cooperativas de crédito;
· Colocação de títulos: colocação de Ações e debêntures no mercado de capitais;
· Relações internacionais: transações de pagamento e recebimento em outros países;
· Agências Bancárias: área física onde o cliente é atendido para realizar suas operações financeiras;
· Serviços pela rede de terminais ou internet: com a evolução tecnológica foi possível disponibilizar a clientes no Brasil ou no exterior praticamente toda a gama de operações que podem ser feitas em uma agência física. Assim, os bancos reduzem a ida do cliente à agência, gerando mais comodidade, uma vez que os horários foram flexibilizados e o cliente pode operar inclusive da sua própria casa.
Todos os produtos, serviços ou operações realizadas pelas instituições financeiras são regulados pelo Banco Central. Você deve atualizar constantemente as informações a esse respeito, pois este é um mercado extremamente dinâmico que cria constantemente novos produtos e serviços mais adaptados às necessidades de seus clientes.
Vejamos agora a nomenclatura e siglas de uso comum no mercado financeiro.
2.3. Siglas Comuns utilizadas no Mercado Financeiro
O mercado financeiro utiliza uma gama de siglas no seu jargão do dia-a-dia, o que podemos considerar quase que uma língua própria que, se não for conhecida, trará dificuldade àqueles que nele pretendem atuar.
Muitas dessas siglas são originárias do inglês em função do grau de relação e abertura que esse mercado comporta em relação aos mercados e organismos internacionais. Vejamos, então, as principais siglas e nomenclaturas:
	Andima: Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro
	BB: Banco do Brasil
	BC: Banco Central
	BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento
	BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento
	CC: Conta Corrente
	CCB: Cédula de Crédito Bancário
	CCI: Cédula de Crédito Imobiliário
	CDB: Certificado de Depósito Bancário
	CDI: Certificado de Desconto Interbancário
	CEF: Caixa Econômica Federal
	CETIP: Central de Títulos Privados
	CH: Cheque
	CMN: Conselho monetário Nacional
	COOP: Cooperativas
	CVM: Comissão de Valores Mobiliários
	CTVM: Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
	DTVM: Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
	FAT: Fundo de Amparo ao Trabalhador
	Float: tempo de permanência de recursos do cliente no banco sem que seja remunerado
	FMI: Fundo Monetário Internacional
	LFT: Letra Financeira do Tesouro
	LTN: Letra do Tesouro Nacional
	NTN: Notas do Tesouro Nacional
	RDB: Recibo de Depósito Bancário
	SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia de Títulos Públicos
	SFI: Sistema Financeiro Internacional
	SFN: Sistema Financeiro Nacional
	SOMA: Sociedade Operadora do Mercado de Ativos
	Spread: é a diferença entre o valor de compra e venda de produtos financeiros
	TAC: Taxa de Atualização de Cadastro
	TBAN: Taxade assistência do Banco Central
	TBC: Taxa Básica do Banco Central
	TBF: Taxa Básica Financeira
	TJLP: Taxa de Juros de Longo Prazo
	TR: Taxa Referencial
Como vimos, o mercado financeiro utiliza de muitas siglas e jargões para se comunicar e definir suas operações, produtos e serviços e a lista acima não pretende cobrir todas as possibilidades existentes. Isso abre caminho para que você pesquise e se atualize constantemente junto ao mercado financeiro.
Concluímos, aqui, o estudo da unidade 4, que tratou das Instituições financeiras, seus produtos e serviços. Vejamos, agora, um exemplo de como ele funciona.
3. Teoria na Prática
As instituições financeiras desenvolvem produtos e serviços cada vez mais complexos. Veja a situação descrita abaixo por Fortuna (2008, p. 371) de uma operação de Swap de Juros. 
Imagine que sua empresa (A) buscou no mercado internacional um empréstimo com taxa flutuante de Libor + 0,75% e uma outra empresa (B) também pegou um empréstimo no exterior à taxa fixa de 9,8%. Através de uma instituição financeira, a empresa A e B procedem a troca de contratos ou taxa de juros conforme descrito abaixo:
A empresa A fica com o encargo de pagar taxa fixa de 10% ao banco que pagará à empresa B a taxa de 9,9%. Assim, o Banco terá um spread de 0,1% e a empresa B recebe 9,9%, enquanto seus encargos eram de 9,8%. A empresa B paga ao banco a taxa Libor sobre o valor do empréstimo, pois trocou sua taxa fixa por uma taxa flutuante. O Banco paga à empresa A a mesma taxa Libor. Assim a Empresa A trocou sua taxa de juros flutuante por uma taxa fixa (10+0,75=10,75%), e todas as duas empresas conseguiram uma diminuição do custo original dos seus empréstimos, além de ficarem com as operações desejadas inicialmente.
4. Recapitulando
Nesta unidade, abordamos as principais operações das instituições financeiras, como operações de captação, de empréstimo, relações internacionais, serviços de conta corrente, financiamento imobiliário, crédito rural e outros. 
Dentro desse contexto, vimos os principais produtos e serviços financeiros oferecidos no Brasil que vão desde serviços essenciais como contas correntes, contas especiais, empréstimos de curto, médio e longo prazo, produtos de investimento como renda fixa, renda variável, CDB, RDB e poupança, serviços e produtos para exportação e importação entre outros.
Conhecemos as principais siglas e nomenclaturas utilizadas no mercado financeiro que será fundamental para o entendimento dele.
Dessa forma, completamos a unidade 4, na qual devemos ser capazes de fazer as inter-relações dos seus conceitos com as condições do mercado recente e atual brasileiro dentro da sua estrutura bancária.
Unidade 5: O Mercado de Capitais, Abertura de Capital e a Rentabilidade de Ações
1. Nosso Tema
Nesta unidade, aprofundaremos nossos estudos sobre os mercados de capitais, as formas de abertura de Capital das Empresas e a Rentabilidade das Ações.
 
Ao final dela, você deverá estar apto a compreender o funcionamento do mercado de capitais, as funções reguladoras, fazer as inter-relações com as unidades seguintes e desenvolver a possibilidade de buscar novos conhecimentos fora do escopo deste curso.
Vamos começar?!
Para Refletir
Você sabia que o sucesso dos investimentos produtivos está cada vez mais dependente da participação dos acionistas, cujos interesses de participação nos resultados impulsionam o crescimento das empresas?!
E que as empresas têm diversas alternativas de financiamento, obtidas principalmente de empréstimos (capital de terceiros), geração e reinvestimentos de lucros e aporte de capital de acionistas.
Dessa forma, o mercado à vista é geralmente entendido como o que liquida (paga) todas as operações de compra e venda de ações no prazo máximo de dois dias.
2. Conteúdo Didático 
Introdução 
O Mercado de Capitais pode ser definido como um conjunto de instituições financeiras não bancárias que intermedeiam negociações de títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores (investidores) para os agentes vendedores (emissores). 
Ou seja, o mercado de capitais representa um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas.
O mercado de capitais abrange operações de financiamento do capital de giro e do investimento das empresas, respectivamente, por meio da colocação de ações, bônus de subscrição de ações, commercial papers e debêntures no mercado doméstico, ADR
 e eurobonds no mercado internacional. 
Mas, você deve estar se perguntando: quando surgiu o mercado de capitais?
A partir do momento em que o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades. Desse modo, seu surgimento foi fundamentado em dois princípios:
1º ) contribuir para o desenvolvimento econômico, atuando como propulsor de capitais para o investimento, estimulando a formação da poupança privada; e
2º) permitir e orientar a estruturação de uma sociedade pluralista (diversificada), baseada na economia de mercado, permitindo a participação coletiva, de forma ampla na riqueza e nos resultados da economia.
O sistema de distribuição e prestação de serviço do mercado de capitais brasileiro é composto por sociedade corretoras de valores mobiliários, sociedades distribuidoras de valores mobiliários, bancos de investimentos e bancos de desenvolvimento. Existem também as empresas de liquidação e custódia de valores. 
No Brasil, não existem títulos ao portador e quase a totalidade dos títulos negociados é escritural, o que demanda alto grau de sofisticação operacional das empresas de liquidação e custódia. Todos os negócios em bolsas de valores são realizados por meio das sociedades corretoras. As comissões praticadas são estabelecidas de forma competitiva e todos os negócios são executados em nome do cliente final.
Você sabia que podemos subdividir o mercado de capitais em dois grandes segmentos? Um institucionalizado e um não institucionalizado. Vamos conhecê-los detalhadamente:
O segmento não institucionalizado é aquele que não está sujeito à regulamentação e ao controle das autoridades. Nesse mercado, a negociação é de forma direta entre empresa e investidor sem a participação de instituições financeiras. Geralmente, as negociações desse mercado ocorrem no mercado de balcão.
As negociações no segmento institucionalizado brasileiro são controladas pelos órgãos de controle e acompanhamento de mercado. O sistema de regulação do mercado de capitais brasileiro é formado por quatro principais organismos: 
Cada um desempenha uma ou mais funções de normatização, regulamentação, fiscalização e assessoria relativa às atividades do sistema de distribuidor de títulos e valores mobiliários. Exercem igualmente papel relevante às entidades auto-reguladoras, como é o caso das bolsas de valores e mercadorias.
Para realizar seu monitoramento do mercado, a CVM utiliza sistemas on line e off line. O controle on line ocorre durante os pregões e o off line ocorre à noite, após o encerramento das negociações, com o objetivo de rastrear as causas das variações que não se enquadraram nos limites previamente estabelecidos.
Além dos controles realizados pela CVM, existem também os executados pelas próprias bolsas de valores que garantem e protegem os clientes que acompanham o mercado. Um exemplo é o sistema do Circuit Break, que interrompe o pregão sempre que ocorrem oscilações bruscas nos preços das ações.
Outras formas de controle e acompanhamento do mercado são os mecanismos de garantias, que são administrados pelas câmaras de compensação, constituídos por:
· margens de garantias depositadas por clientes;
· garantias do agente de compensação;
· fundo de garantia da câmara de compensação; e
· patrimônio da câmara de compensação.
Falaremos mais sobre o assunto na próxima unidade do curso.
Aqui, colocamosalgumas questões realmente importantes e que devem ser consideradas antes de se aplicar em ações.
Lembre: quem compra ação vira sócio da companhia e deve participar das assembléias para conhecer melhor os negócios. Deve estar atento à saúde financeira da empresa e às variáveis do mercado.
Quais são os Planos de crescimento?
O resultado financeiro pode ser influenciado se a empresa pretende expandir suas operações para outros mercados ou se quiser ser líder de mercado.
Como será financiada a expansão?
Para crescer, as instituições podem usar parte do lucro, fazer empréstimos ou lançar ações para aumentar o capital. Se o financiamento for de longo prazo e com juros altos, pode ter reflexos no resultado financeiro, no preço das ações e na distribuição do lucro.
A liquidez das ações pode aumentar?
Quando a companhia cresce, a tendência é que as ações sejam mais negociadas e fiquem mais fáceis de serem compradas ou vendidas.
Como funciona a transparência na administração?
Ela é fundamental para que o acionista (você) saiba as mudanças que vão afetar seus investimentos. Se a empresa não tem um departamento específico, o investidor pode exigir um material explicativo sobre o assunto.
A Companhia pretende migrar para o nível máximo de governança corporativa da Bolsa?
Essa questão está ligada ao grau de transparência e à maior prestação de contas ao investidor.
2.1. A Abertura de Capital das Empresas
As ofertas de títulos (ações, debêntures, notas promissórias e bônus de subscrição) têm por objetivo a abertura de capital, o aumento de capital, a emissão de títulos de dívida de uma sociedade anônima ou a transferência de títulos entre investidores. Sendo que essa transferência pode ser feita através de subscrição particular ou de oferta pública.
Dizemos que a subscrição particular ocorre quando a emissão é totalmente subscrita por antigos detentores das ações ou quando ela é direcionada a um determinado grupo restrito.
Já a subscrição por oferta pública ocorre através da divulgação ampla no mercado, permitindo ser realizada nos mercados primários (underwriting) e secundários (block trade).
As operações de underwriting, ou seja, emissão de novos títulos realizada por uma empresa privada, por intermédio de uma ou mais instituições financeiras, que estruturam e distribuem esses títulos. Os recursos “aportados” refletem diretamente no caixa da empresa emissora.
Enquanto a oferta secundária (block trade) consiste na oferta, por meio de leilão, de uma quantidade considerável de ações já emitidas e pertencentes a uma pessoa física ou jurídica. Nesse caso, não há impacto no caixa da empresa, pois as transferências ocorrem apenas entre os investidores.
Veja, na sua aula on-line, como é o esquema do funcionamento de lançamento de ações!
Com relação à composição acionária de uma companhia aberta, quando se ouve falar do valor de determinada ação, geralmente se faz referência a seu preço em bolsa, o que se denomina cotação. Mas, em algumas ocasiões, ouve-se falar em valor nominal e, em outras, de valor contábil ou de liquidação. Portanto, conforme as circunstâncias, as ações apresentam valores monetários diferentes. Para simplificar o seu manejo, essa terminologia será definida de forma simples, a seguir:
•
Valor nominal: é o valor facial de uma ação, quer dizer, é aquele estabelecido pelos estatutos da companhia e que vem impresso na ação. O valor nominal corresponde ao capital dividido pelo número de ações;
•
Valor patrimonial: valor global do patrimônio líquido do exercício considerado dividido pelo número de ações. Pode servir de referência para o exercício de direitos do acionista;
•
Valor contábil: valor lançado no estatuto e nos livros da companhia. Pode ser explícito (valor nominal e preço de emissão) ou indiscriminado (sem valor). Se explícito, pode servir de referencial para o exercício de direitos do acionista;
•
Valor de liquidação: valor avaliado em caso de encerramento das atividades da companhia;
•
Valor intrínseco: valor real avaliado no processo de análise fundamentalista;
•
Valor de subscrição: preço de emissão fixado em subscrição para aumento do capital (não pode ser inferior ao valor nominal contábil);
•
Valor de mercado: é o valor que os compradores estão aceitando para pagar e os vendedores recebendo para fazê-lo em mercados organizados. Saber o valor de mercado de uma ação dependerá de onde a ação foi negociada, se em bolsa ou no mercado de balcão. Se for em bolsa, basta consultar o prospecto de lançamento para saber o valor de mercado; por outro lado, se foi no mercado de balcão, não há meios práticos para saber o valor de mercado. A cotação de uma empresa não tem por que coincidir com o seu valor nominal, contábil ou de liquidação. Em certas ocasiões, o preço das ações não tem nenhuma relação com o desempenho da empresa.
Lembre: uma ação vale hoje o que o mercado está disposto a pagar por ela.
Fique atento ao investir em ações. Faça sempre uma análise criteriosa do cenário econômico, político, das alterações do mercado e das expectativas da companhia.
“Ambev em queda” (Você S/A – Edição 122 ago/2008, p. 88)
“Os executivos da Ambev estão com os cabelos em pé. É que a empresa premia os seus profissionais com ações da companhia. O problema é que o preço dos papéis caiu 26% desde o começo do ano para cá. As ações preferenciais que valiam R$121,70 no começo de janeiro de 2008, chegaram a ser negociadas a R$90,42 no dia 25 de julho de 2008. Um dos motivos da queda é o fato de a empresa belgo-brasileira Inbev, grupo do qual a Abev faz parte, ter comprado por U$52 bilhões a companhia americana Anheuser-Bush, fabricante da cerveja Budweiser. A compra pode representar um desembolso financeiro no caixa da Inbev. E, além disso, a expectativa da empresa é de com o rigor da Lei Seca, que limita o consumo de álcool entre motoristas, o faturamento da cervejaria seja afetado negativamente.”
AMBV4
Preço R$
jan
121,70
 
 
fev
137,56
 
 
mar
130,07
 
 
abr
123,94
 
 
mai
113,40
 
 
jun
101,27
 
 
jul*
90,42
 
 
* até 25/06/2008
-
50,00 
100,00 
150,00 
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul*
AMBEV4 
-
R$
Fonte: Economática
2.2. Mercado Primário de Ações
O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, no qual a empresa obtém recursos para seus empreendimentos.
Neste tópico, estudaremos as formas de emissões de ações no mercado primário, ou seja, é a operação na qual a sociedade emitente coloca seus valores mobiliários no mercado primário, mediante a intermediação de uma instituição financeira. Nesse esquema, a sociedade atrai novos sócios pela subscrição e integralização de novas ações (capital), cujos recursos financeiros são direcionados para financiar seu crescimento.
No processo de colocação das ações junto ao público, a empresa realiza geralmente uma central (mostra) de suas principais informações disponibilizadas para avaliação dos investidores interessados na subscrição das ações.
De acordo com sua estrutura, o mercado acionário pode ser dividido em duas etapas: mercado primário e mercado secundário, conforme quadro abaixo:
Fonte: Adaptado de Pinheiro (Mercado de Capitais, 2005, p.151).
Conforme vimos anteriormente, a diferença básica entre o mercado primário e secundário é que o mercado primário se caracteriza pelo encaixe de recursos na empresa. O segundo apresenta primordialmente a transação entre compradores e vendedores de ações, não ocorrendo, assim, alteração financeira na empresa.
2.2.1. Subscrição de Ações
O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, o lugar no qual a empresa obtém recursos para seus empreendimentos. Quando a emissão é subscrita totalmente pelos antigos acionistas, embora a empresa seja registrada em bolsa, chama-se de subscrição particular e é feita diretamente na empresa ou por meio da bolsa de valores. Nesta etapa, ocorre a primeira negociação da ação e o dinheiroda venda vai para a empresa.
Assim, esse importante segmento do mercado de capitais, o mercado de ações, exerce sua função de canalizar recursos dos que poupam para o investimento nas atividades produtivas.
A respeito do mercado primário, vamos conhecer um pouco mais sobre as seguintes formas de Underwriting:
- Garantia firme;
- Stand by (residual);
- Best efforts (melhores esforços) e
- Bookbuilding.
- Garantia firme: é a operação em que a instituição financeira coordenadora garante a colocação de determinado lote de ações a um preço previamente acordado com a empresa emissora, responsabilizando-se pelo risco da emissão.
- Stand by (residual): caracteriza-se pelo compromisso assumido quanto à subscrição após determinado prazo, daquelas ações ofertadas para determinado prazo, mas que não obteve êxito na venda de tais papéis.
- Best Efforts (melhores esforços): conforme o próprio nome a define, significa o compromisso da instituição emissora em desenvolver os melhores esforços para revender o máximo de uma emissão junto a seus clientes nas melhores condições possíveis por prazo definido, embora não haja compromisso formal para a viabilidade da colocação;
- Bookbuilding: significa a oferta das ações de determinada empresa de forma global, ou seja, no País de origem e no exterior. Tal operação exige maior transparência nas informações sobre a empresa emissora e sobre a operação de subscrição. Não há uma definição prévia de preço pela qual a ação será vendida, ou o volume final da operação, mas sim a definição de um range (intervalo) de preços justos que os coordenadores da emissão e a empresa emissora acordam ser viável, de forma a atrair os investidores, garantindo uma boa liquidez do título na alocação.
A emissão de valores mobiliários envolve grandes valores e a estruturação da operação requer uma série de providências a serem tomadas no lançamento de ações ou debêntures (underwriting).
2.2.2. Ações Ordinárias x Ações Preferenciais
As ações são classificadas basicamente em dois tipos: ordinárias e preferenciais
As ações ordinárias são as que comandam a assembléia de acionistas de uma empresa, conferindo ao seu titular o direito de voto. Os acionistas ordinários podem eleger e destituir os membros da diretoria e do Conselho Fiscal da companhia; decidir sobre o destino dos lucros; reformar o estatuto social; autorizar emissões de debêntures e aumentos de capital social; votar contas patrimoniais etc.
Cada ação ordinária equivale a um voto. O poder de decisão se concentra no investidor (ou grupo de investidores) que detenham a maior quantidade de ações.
Em economias mais desenvolvidas, com uma maior presença do mercado de capitais na formação do crescimento nacional, o controle das grandes sociedades pode ser feito com reduzida participação acionária (pode atingir a menos de 5% em alguns casos), tornando seus preços de mercado bastante competitivos diante da maior disputa pelo controle da companhia. Em mercados menores, onde o controle acionário costuma ser exercido com participação superior a 5%, os preços de mercado das ações não refletem o valor efetivo da empresa, por não incorporarem o prêmio pelo seu controle acionário. A perda do controle acionário nesse mercado é bastante difícil, e as negociações ficam restritas a um reduzido número de ações.
As ações preferenciais não atribuem a seu titular o direito de voto, porém conferem certas preferências como:
- prioridade no recebimento de dividendos, geralmente um percentual mais elevado que o valor das ações ordinárias;
- prioridade no reembolso do capital na hipótese de dissolução da empresa.
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, uma empresa terá obrigatoriamente que emitir, no mínimo, 1/3 do seu capital social em ações do tipo Ordinária e no máximo 2/3 em ações do tipo Preferencial. Essa determinação repercute na emissão das ações, no sentido de que:
•
Ações Ordinárias (O) podem ter uma emissão mínima de 1/3;
•
Ações Preferenciais (P) podem ter uma emissão máxima de 2/3.
Com base nessas proporções (33,33% do total da emissão seria de ações ordinárias e 66,67% de ações preferenciais), pode-se constatar que existe uma intenção de proteção aos interesses dos proprietários originais, já que para se obter o controle acionário de uma empresa, normalmente, seriam necessárias 50% mais uma das ações ordinárias. Porém, com essas proporções, para manter esse controle, basta possuir maioria absoluta sobre os 33,33% do total das ações emitidas. Na prática, isso se traduz em apenas 17% do total (50% mais uma dos 33,33% das ordinárias).
Para o acionista preferencial, o lucro é mais importante que o controle da companhia, priorizando a distribuição dos resultados.
Se uma companhia passar três anos consecutivos sem distribuir dividendos preferenciais, essas ações adquirem o direito de voto, situação capaz de alterar o controle acionário. De outro modo, as ações preferenciais podem ter o direito de voto se estipulado no estatuto social da empresa.
As ações preferenciais são mais atraentes em pequenos mercados onde não existe uma maior diluição do capital volante (ordinário), caindo o interesse por esses valores conforme o mercado cresce, tornando mais disputado o controle de uma empresa.
Para qualquer decisão de investimento em ações, deve ser analisado o estatuto da companhia no que se refere, principalmente, à forma de distribuição de dividendos ao capital preferencial e ordinário, tipos de ações preferenciais e direitos previstos, além de uma análise criteriosa do balanço patrimonial dela.
Uma sociedade também pode emitir ações com objetivos específicos com relação aos direitos dos acionistas. Por exemplo, o estatuto da companhia pode prever dividendos diferenciados a determinados acionistas, limitando investimentos estrangeiros, etc. Para identificar esses objetivos, são emitidas ações com diferentes classes: PNA (preferenciais nominativas classe A), PNB (preferenciais nominativas classe B), e assim por diante. A sociedade pode criar quantas desejar.
2.3. A Rentabilidade das Ações e os direitos dos Acionistas 
A fixação do preço de emissão de uma ação é importante para o sucesso da operação de subscrição pública. 
A preocupação básica da sociedade emitente é de estabelecer um preço que viabilize a colocação integral das novas ações no mercado, garantindo os recursos necessários para financiar seu crescimento.
Na prática, as ações vêm sendo colocadas no mercado primário por um preço inferior ao praticado no mercado secundário, tornando o direito de subscrição um bom negócio para o acionista que exercer seu direito. Qualquer acionista somente manifestará seu interesse na aquisição se o preço de lançamento das ações estiver fixado abaixo do valor de mercado no momento da aquisição.
A principal vantagem da abertura de capital para uma sociedade é o prazo indeterminado dos recursos levantados, não apresentando esses valores prazos fixos para resgate. A remuneração do capital integralizado depende, ainda, do sucesso do empreendimento, estando seu pagamento vinculado às condições econômicas e financeiras apresentadas.
A abertura de capital pode também permitir arranjos societários para a solução de conflitos internos de controle acionário determinados, por exemplo, pela saída de um acionista com participação expressiva no capital, ou problemas sucessórios bastante comuns em empresas familiares.
Basicamente, o acionista tem apenas uma obrigação: desde que tenha subscrito ações de um aumento de capital (a prova é o boletim de subscrição), é obrigado a integralizar sua parte no capital (isto é, pagar o valor das ações que subscreveu). Entretanto, no Brasil, a Lei nº6.404/76, que regulamenta o funcionamento das sociedades anônimas, lhe confere uma série de direitos que nem o estatuto social nem a assembléia geral lhes podem tirar. Vamos conhecê-los:
· Direito à participação nos lucros sociais: 
O lucro que uma empresa obtenha em um exercício se destina, em primeiro lugar, a compensar as perdas dos anos anteriores, se existirem,depois se devem pagar os impostos correspondentes; a parte restante poderá destinar-se a reservas e dividendos.
· Direito de transmissão:
Todo acionista tem o direito a receber a parte proporcional que lhe corresponda, resultante da liquidação da sociedade; isso não significa que tenha direito a solicitar à sociedade que lhe devolva o valor de seu investimento em qualquer momento. Sem dúvida, todo acionista tem o direito de transmitir suas ações, sempre e quando encontre um comprador. No caso das ações que são negociadas em bolsa, a transmissão está praticamente assegurada, dado que uma das principais funções da bolsa é precisamente dar liquidez aos valores negociados.
· Direito a voto
Os acionistas ordinários têm direito ao voto na Assembléia Geral da empresa, que é a reunião em que os acionistas fazem, ordinariamente, uma vez ao ano, e, extraordinariamente, em determinadas circunstâncias, para tomar decisões principalmente relativas à empresa, e entre elas aprovar os exercícios concluídos, nomeamentos, etc.
· Direito a informações
Os direitos dos acionistas não se restringem apenas às distribuições. A lei lhes assegura o acesso a todas as informações que dizem respeito à empresa e que possam afetar os seus interesses como sócio.
A empresa é obrigada por lei a divulgar balanços, balancetes e diversos outros demonstrativos contábeis, acompanhados de notas explicativas do relatório da diretoria, do parecer dos auditores independentes e do conselho fiscal. Esse conjunto de informações deve ser divulgado ao público, amplamente. A periodicidade é estabelecida pela CVM.
Além disso, a empresa deve, também, informar todas as decisões tomadas por assembléias gerais ordinárias ou extraordinárias e qualquer fato importante que possa afetar o preço ou o futuro de suas ações no mercado. Ou seja, fatos relacionados com a gestão dos seus negócios.
· Direito de preferência na subscrição de novas ações
Os acionistas de uma companhia têm preferência na compra de novas ações emitidas por ela: é o chamado direito de preferência na subscrição. Esse direito é também assegurado por lei, e consiste na prioridade comum a todos (acionistas) de adquirir, pelo preço de emissão, uma parcela das novas ações proporcionadas às já possuídas.
O acionista terá que exercer esse direito de preferência de subscrição, em determinado período de tempo fixado pelo estatuto ou pela assembléia geral, em período não inferior a 30 dias. Em qualquer aumento do capital de uma sociedade anônima, os acionistas têm o direito de subscrever ações na proporção do capital que possuíam.
· Direito de retirada
A assembléia geral dá ao acionista o direito de retirada da sociedade, mediante o reembolso do valor de suas ações, nos seguintes casos:
- criação de ações preferenciais ou aumento de classes existentes sem guardar proporções com as demais, salvo se já previstas ou autorizadas pelo estatuto;
- alterações nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais ou criação de nova classe mais favorecida;
- alteração do dividendo obrigatório;
- mudança do objeto da companhia;
- incorporação da companhia em outra, sua fusão ou cisão;
- dissolução da companhia ou cessação do estado de liquidação;
- participação em grupo de sociedade;
- desapropriação de ações do controle da companhia em funcionamento por pessoa jurídica de direito público;
- aquisição, pela sociedade aberta, do controle de sociedade mercantil se o preço pago superar determinados limites. O acionista dissidente tem o direito de se retirar da companhia mediante o reembolso do valor de suas ações, se o reclamar à companhia, no prazo de 30 dias, contados da publicação da ata da assembléia geral. O estatuto pode estabelecer normas para determinação do valor de reembolso, que, em qualquer caso, não será inferior ao valor patrimonial das ações, de acordo com o último balanço aprovado pela assembléia geral.
2.4. Dividendos e Bonificações
A decisão de investir em ações deve ser precedida de uma análise das expectativas dos rendimentos a serem auferidos ao longo do prazo de permanência em determinada posição acionária e, também, da valorização que venha a ocorrer nesses valores mobiliários. Em verdade, a principal tarefa de um investidor se centra na avaliação do retorno esperado de seu capital aplicado, o qual deverá ser condizente com o risco assumido.
Instrumentos de distribuição de dividendos:
- Bonificação;
- Recompra das ações;
- Juros ao capital próprio (valorização).
Os modelos de avaliação procuram, em essência, projetar o comportamento futuro dos ativos financeiros, formulando previsões com relação às variações de seus preços no mercado. 
Os indicadores de dividendos procura relacionar os dividendos distribuídos pela empresa com alguma medida que ressalte a participação relativa desses rendimentos. São bastante adotadas as seguintes análises:
Indica os dividendos distribuídos aos acionistas como uma porcentagem do lucro por ação (LPA). Por exemplo, para um LPA de $1,40, a distribuição de $0,49/ação de dividendos determina um índice payout de 35% ($0,49/$1,40). De outra forma, revela que a empresa reinvestiu 65% de seus lucros apurados no exercício, distribuindo o equivalente a 35% a seus acionistas.
Indica a remuneração do acionista realizada sobre o capital investido (valor pago pela ação).
Há de se ressaltar que a distribuição convencional de dividendos reduz a disponibilidade de caixa das empresas, e, portanto, a capacidade de autofinanciamento.
As bonificações consistem no recebimento gratuito de um número de ações proporcional à quantia já possuída. Resultam do aumento de capital, por incorporação de reservas ou lucros em suspenso. 
Para o patrimônio da empresa nada representam, uma vez que apenas há transferência de um valor inscrito em uma conta (do patrimônio líquido – reservas de lucros, reservas de reavaliação, etc.) para outra (de capital). Excepcionalmente, pode ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro.
Os juros sobre capital próprio (valorização) são uma forma de remuneração ao acionista da empresa, originada pelo lucro retido em períodos anteriores. Normalmente, essa remuneração é paga em dinheiro pela empresa aos seus sócios.
Nesse caso, o acionista espera que o preço de mercado das ações atinja um valor superior ao do preço de compra corrigido por algum índice de referência, obtendo, assim, o ganho (potencial ou, se ele vender nesse momento, efetivo). A situação contrária e adversa pode ocorrer, gerando perda ou desvalorização
Elas se baseiam nas reservas de lucro, ou seja, nos lucros apresentados nos anos anteriores e que ficaram retidos na empresa. Para a empresa, a principal vantagem da distribuição de juros sobre o capital, em vez de dividendos, é que o valor pago ao acionista é contabilizado como custo e, portanto, reduz o montante do Imposto de Renda pago pela companhia.
2.4.1. Split (desdobramento) 
Distribuição gratuita de novas ações aos acionistas pela diluição do capital em maior número de ações, com o objetivo de dar liquidez aos títulos no mercado.
Nesses últimos anos, difundiu-se, entre as companhias abertas, o uso do split ou desdobramento do número de ações, pelo qual as empresas emitem novas ações que vão desde uma, duas, três, ou quatro novas para cada ação antiga, até várias dezenas ou mesmo centenas.
Exemplo: Uma empresa que possua 400.000 ações, negociadas a R$ 50,00 cada, e que decida fazer um “split” na razão 2 para 1 (ou seja, 2 ações novas valerão uma da antiga), dividirá cada ação antiga em duas partes.
Assim, a empresa terá o dobro de ações: 800.000. Para compensar, cada parte nova valerá R$ 25,00, a metade do que valia a ação antes do “split”.
2.4.2. Inplit (agrupamento)
Condensação do capital em um menor número de ações com conseqüente aumento do valor patrimonial da ação. É realizado, geralmente, com o objetivo de ajustar o valor nominal da ação.
Exemplo: Uma empresa que possua 300.000 ações, negociadas a R$ 2,00 cada, e que decidafazer um “inplit” na razão 1 para 15 (ou seja, 1 ação nova valerá 15 ações antigas) agrupará 15 ações em uma única. Assim, a empresa terá 15 vezes menos ações: 20.000. Para compensar, cada ação agrupada nova valerá R$30,00, 15 vezes o que valia a ação antes do “inplit”.
Perceba a diferença entre a bonificação e o “split”: Na bonificação, houve um ajuste contábil que aumentou o capital social da companhia, e por isso o acionista recebeu novas ações. No “split”, o capital social continuou o mesmo, apenas as ações foram divididas. Note que nos dois casos, bonificação e “split”, o valor do acionista investido na companhia continua o mesmo.
2.5. Tributação sobre Aplicações Financeiras de Renda Variável
Imposto de Renda
No caso das aplicações em ações, o “fato gerador” do Imposto de Renda – IR (ou seja, o ato que dá origem ao imposto) é a transmissão do título, como, por exemplo, a venda de uma ação. Assim sendo, a base de cálculo das ações é a diferença positiva entre o valor da venda e o valor médio do preço de aquisição, descontados os custos como corretagem.
Exemplo:
Uma ação cuja aquisição aconteceu em dois momentos. A primeira compra de 1.000 ações foi realizada pelo valor de R$ 100,00 e a segunda compra, também de 1.000 ações, foi realizada pelo valor de R$150,00. Logo, o preço médio de aquisição é de 2.000 ações a R$ 125,00, totalizando R$ 250.000,00. Se todas as ações forem vendidas por R$ 130,00, a base de cálculo será R$ 10.000,00 (130,00 – 125,00) x 2000.
Dessa base de cálculo, podem ser deduzidos os custos e as despesas necessários à realização das operações, como corretagens, emolumentos, etc. No exemplo acima, imagine que houve uma despesa de R$ 1.200,00 para realização da operação. Dessa forma, a base de cálculo passa a ser R$ 8.800,00. 
O IR deve ser apurado (calculado) mensalmente e pago até o último dia do mês subseqüente ao da apuração. Em nosso exemplo, se houvesse apenas aquela operação, o imposto seria de R$ 1.320,00 (R$8.800 x 15% de alíquota).
Em outras palavras, isso significa que o investidor deve somar todos os ganhos auferidos no mercado de renda variável, deduzir os valores pagos para realização das operações e oferecer a diferença à tributação, com a alíquota de 15%.
Observação importante: a alíquota de imposto de renda é de 15%, todavia, estará isenta de IR a pessoa física cujo o somatório de ações no mercado à vista de Bolsa de Valores e em operações com ouro financeiro realizadas no mês for inferior a R$20.000,00. O pagamento do imposto é pago no mês subsequente através de DARF.
Emolumentos
São cobrados pela Bovespa e pela CBLC ( Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), são cobrados 0,035% para o mercado à vista e 0,025% para operações de Day Trade*. O ISS é cobrado sobre a corretagem e varia segundo o município onde o serviço é cobrado pelo acionista. Todos esses valores deverão constar nas notas de corretagem da corretora responsável pela operação. 
*A operação Day Trade é aquela em que um mesmo investidor compra e vende, no mesmo dia, a mesma quantidade de ativos de uma mesma empresa. Normalmente, denomina-se Day Trade a compra e a venda do mesmo ativo, mas não somente nessa ordem, ou seja, se o agente vender um ativo (que já possuía de dias anteriores) pela manhã e recomprá-lo ao final do dia, caracteriza-se também um Day Trade.
Compensação de perdas
As perdas em renda variável podem ser compensadas com ganhos obtidos no próprio mês ou nos meses subseqüentes, gerados por outras operações que também sejam tributadas como renda variável (a menos das operações de day trade - operações iniciadas e encerradas no mesmo dia - que têm um tratamento tributário diferente, conforme explicado anteriormente)
2.6. O Mercado Secundário das Ações (Bolsa de Valores)
Como as instituições financeiras não são obrigadas a carregar o papel comprado em leilão primário até o seu vencimento, é prática comum a venda desses títulos a outras instituições, seja de forma definitiva ou através de operações compromissadas criando, assim, o mercado secundário, que tem no mercado aberto (open market) o seu principal instrumento.
Nesse mercado, registra-se unicamente a transferência de propriedade dos títulos e valores mobiliários, não determinando variações diretas sobre os fluxos de recursos das sociedades emitentes. Conforme já comentado anteriormente, uma empresa somente obtém novos recursos por meio de subscrição de capital no mercado primário, não se beneficiando diretamente das negociações do mercado secundário.
O funcionamento do mercado secundário ocorre principalmente nas Bolsas de Valores, as quais viabilizam aos investidores a oportunidade de realizarem novos negócios com títulos anteriormente emitidos.
As Bolsas de valores se constituem em associações civis sem fins lucrativos, cujo objetivo básico é o de manter um local em condições adequadas para a realização, entre seus membros, de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários.
O funcionamento do mercado secundário ocorre principalmente nas Bolsas de Valores, as quais viabilizam aos investidores a oportunidade de realizarem novos negócios com títulos anteriormente emitidos.
Assim, os investidores emitem uma ordem de compra ou venda de determinada ação a uma Sociedade Corretora membro da Bolsa de Valores . A Corretora, em atendimento ao cliente, compromete-se a executar a ordem recebida no pregão da bolsa.
As negociações (compra ou venda) com ações são executadas conforme os procedimentos seguintes:
- o investidor procura uma Sociedade Corretora e define a operação que deseja realizar (compra ou venda de ações) e também as condições do negócio;
- a ordem de negociação é executada pela Corretora, de acordo com o tipo definido pelo investidor;
- finalmente, é processada a liquidação física (entrega dos papéis) e a liquidação financeira (pagamento/recebimento) da operação realizada.
Há vários tipos de ordens de compra ou venda, citando-se a ordem a mercado, ordem limitada, ordem casada, ordem administrada e ordem discricionária.
A ordem a mercado é dada quando não há qualquer limitação quanto ao preço de negociação, procurando o operador de bolsa executar a ordem recebida pelo melhor preço possível identificado no momento de realização do negócio.
A ordem discricionária é gerada por administradores de carteira de títulos e valores mobilários (ou representates de mais de um investidor) que estabelece as condições prévias para a execução da ordem de negociação (compra ou venda de papéis).
A ordem limitada estabelece um limite ao preço de negociação, fixando geralmente um preço mínimo para a venda e um preço máximo para a compra. Comparativamente à ordem de mercado, essa é uma operação mais lenta, uma vez que o negócio somente se concretizará ao atingir o valor fixado. Todavia é uma operação mais garantida, uma vez que o negócio não será realizado a um preço pouco atraente.
A ordem casada envolve a realização obrigatória de uma operação de compra e outra de venda. A execução da ordem casada somente é possível se as duas transações puderem ser realizadas. 
Na próxima unidade, aprenderemos um pouco mais sobre o funcionamento das Bolsas de Valores, seus objetivos sociais, sistemas de regulação, etc.
3. Teoria na Prática
A seguir, apresentamos-lhe uma situação real para fazê-lo refletir sobre a surreal entrada no tão empolgante mundo das ações. Deve-se ter atenção à euforia produzida por altos ganhos em pouco período de tempo. Procure analisar e relacionar as situações expostas com o que viu até o momento. 
Ações: Investimentos de longo prazo
Em agosto de 1929, em declaração dada a uma reportagem sobre como ficar rico investindo em ações, um executivo financeiro de grande empresa americana disse que, aplicando meros 15 dólares por mês em ações um investidor conseguiria acumular 80 mil dólares em 20 anos. Isso porque, segundo ele, os Estados Unidos experimentariam uma enorme expansão industrial.
Logo no início do mês seguinte à publicação da reportagem, o índice Dow Jones, que medeo comportamento das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York, alcançava 381 pontos, batendo um recorde de alta. A euforia, porém, durou pouco. Sete semanas depois, os americanos passavam por uma das piores quebras da história do mercado de ações mundial.
O executivo que fez aquela previsão foi transformado numa espécie de símbolo do investidor que ignora o risco inerente ao mercado de ações. Por anos seu vaticínio otimista foi motivo de piada nos círculos da Bolsa de Nova York.
Várias décadas mais tarde, já nos anos 80, uma revista americana foi checar o que acontecera nos anos seguintes à tal declaração. E constatou que o executivo não estava tão errado assim.
Mesmo passando pelo crash de 1929, quem tivesse aplicado pacientemente 15 dólares mensais por 20 anos teria acumulado 9 mil dólares, e por 30 anos, 60 mil dólares.
Embora não sendo tão alta quanto a projetada pelo citado executivo, essa última cifra era produto de uma valorização média anual de 13%, bem maior que o ganho médio anual propiciado no mesmo período por uma aplicação conservadora como os títulos do tesouro americano. A quebra de 1929, portanto, teve uma influência pequena nos resultados de quem aplicou em bolsa e soube esperar por 20 ou 30 anos. E certamente nula quando esses resultados com ações são comparados com os de renda fixa.
E aí, você acha que já está preparado para imergir neste mercado???
4. Recapitulando
Nesta unidade, conhecemos um pouco mais sobre o funcionamento do Mercado de Capitais, a abertura de capital das empresas, e a rentabilidade das Ações. Vimos como o mercado intermedeia as ações e valores mobiliários, a fim de canalizar recursos financeiros e proporcionar liquidez para os papéis das empresas.
Estudamos sobre subscrição de ações, seus tipos, preferencial e ordinária, além da composição acionária das companhias abertas, enfatizando a rentabilidade das ações e os direitos dos acionistas.
Conhecemos os instrumentos de distribuição de dividendos, payout e dividend yield, além das formas de bonificações oferecidas pelo mercado e as respectivas tributações ocorridas sobre tais operações.
Aprendemos, ainda, que o mercado secundário registra unicamente a transferência de propriedade dos títulos e valores mobiliários, não determinando variações diretas sobre os fluxos de recursos das sociedades emitente e os possíveis tipos de ordens de compra ou venda de ações.
Unidade 6: As Bolsas de Valores e o funcionamento do Mercado de Ações
1. Nosso Tema
Agora que já conhecemos o Mercado de Capitais, as formas de Abertura de Capital e a Rentabilidade das ações, daremos prosseguimento em nosso estudo, aprendendo sobre as Bolsas de Valores e o funcionamento do Mercado de Ações.
Ao final desta unidade, você deverá estar apto a compreender o funcionamento do mercado de capitais e as funções reguladoras, fazer as inter-relações com as unidades seguintes e desenvolver a possibilidade de buscar novos conhecimentos fora do escopo deste curso.
Para Refletir
Num ambiente cada dia mais globalizado, em que as informações são disponibilizadas quase que instantaneamente, as bolsas de valores começam a se popularizar e tornar-se acessíveis a um maior número de pessoas. O crescimento e o desenvolvimento econômico permitem ao cidadão comum a possibilidade de geração de poupança, facilitando a entrada no mercado de capitais, antes um mercado distante para a maioria da população brasileira.
Mas, movidos pela emoção e vontade de ganho rápido de dinheiro, muitos acabam colocando em risco suas economias para descobrir o que realmente o mercado pode oferecer a eles. 
Este mercado é amplo, possui características peculiares que devem ser observadas, como, por exemplo, os tipos de companhias mais seguras, ou as que permitem maior ganho em menor tempo, ou mesmo as que possuem maior risco para investir suas ações.
Nesta unidade, você conhecerá os principais índices, “benchmark”, para avaliar a rentabilidade dos papéis que você investe ou investiria. Descrevemos o que significa governança corporativa e quais são os critérios de classificação das empresas nos níveis 1, 2 e o Novo Mercado. Quais são as funções das bolsas sob a perspectiva dos investidores, tomadores, da economia e a sua importância social. Como a Bolsa de Valores pode interferir nas negociações e quais mecanismos podem ser utilizados de forma a manter um bom nível de liquidez dos negócios.
Você está pronto para começar?
2. Conteúdo Didático 
Introdução 
Com o processo de globalização, que resultou em um intenso intercâmbio entre os países, cada vez mais o mercado acionário vem adquirindo uma crescente importância no cenário financeiro internacional.
Seguindo essa tendência mundial, os países em desenvolvimento procuram abrir suas economias para poder receber investimentos externos. Assim, quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais.
Por ser um canal fundamental na captação de recursos que permitem o desenvolvimento das empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso do País, o mercado acionário também se constitui em uma importante opção de investimento para pessoas e instituições.
As bolsas de valores são associações civis, sem fins lucrativos e com funções de interesse público. Atuando como delegadas do poder público, têm ampla autonomia em sua esfera de responsabilidade.
Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às aplicações de curto e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante desse apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.
2.1. A Origem da Palavra “Bolsa”
A Bolsa (nome comum para Bolsa de Valores) é o local onde se compram e vendem ações.
Uma ação é uma unidade de títulos emitidos por uma empresa, representando uma fração do seu capital social. Quem adquire ações de uma empresa torna-se investidor e sócio dessa mesma empresa.
Em qualquer momento, as ações podem ser convertidas em dinheiro, consoantes o seu valor. Esse pode aumentar ou diminuir, dependendo da saúde econômica e financeira da empresa, das suas perspectivas de negócio e até de fatores que nada têm a ver diretamente com a empresa - por exemplo:
Há quem faça remontar a origem da Bolsa de Valores, numa forma mais simples, ao período do Império Romano. As transações tinham lugar na cidade de Roma, mais precisamente no Fórum, perto do templo de Castor, ao ar livre, como qualquer mercado que se prezasse.
Conforme citado por Jorge P. Freitas
 (12/2007)
O "comércio com papéis" só se popularizou a partir do século XIII, numa das regiões mais prósperas da Europa: o Condado de Flandres, cujo território abrangia uma parte da França, Bélgica e Holanda atuais. Aí, na cidade de Brugges, as transações efetuavam-se na casa de um homem chamado Van der Beurse. Com o decorrer dos tempos, o nome "Beurse" tornou-se comum por toda a Europa - e é fácil perceber de onde deriva a palavra portuguesa "Bolsa", já utilizada no reinado de D. Dinis.
As primeiras companhias por ações formalmente constituídas surgiram no século XVII, na Holanda. A Bolsa de Amsterdão foi muito próspera até aos finais desse século, quando Londres lhe atribuiu a fama e o proveito. Apesar do intenso movimento de negócios concentrados na zona conhecida simplesmente por City, os londrinos não tinham nenhum edifício especificamente dedicado a albergar a Bolsa. Os negócios eram realizados nos cafés daquela região, geralmente em meio a insultos e grandes brigas entre investidores rivais. Somente a partir de 1698, o mercado de valores se estabeleceu definitivamentenum único café - o Jonathan's Coffey-House. Mais tarde, transferiu-se para um clube privado, com o nome que ainda perdura: o Stock Exchange.
Apesar da enorme importância para a economia global, as transações efetuadas nas Bolsas de Valores de todo o mundo estão sujeitas aos riscos decorrentes do imprevisto, daquilo que o ser humano não controla, mas também da ganância e falta de escrúpulos de algumas pessoas. Foi assim em 1929, no Crash da Bolsa de Nova Iorque, e em casos mais recentes, como o do Banco Northern Rock (2007). Como disse Isaac Newton no século XVIII, após ter perdido 20.000 libras na Bolsa de Londres: "Eu consigo calcular o movimento das estrelas, mas não a loucura dos Homens".
Apesar de todas as dificuldades passadas, as bolsas de valores atravessaram por diversas mudanças até atingirem o nível de evolução em que se encontram atualmente. Várias regras foram criadas e novos tipos de negócios surgiram, possibilitando a entrada de empresas e acionistas com diferentes necessidades de investimentos. 
No decorrer desta unidade, estudaremos as principais características, objetivos e regulamentos das Bolsas de Valores. Vamos começar?
2.2. Objetivos Sociais das Bolsas
Responsabilidade social corporativa representa práticas éticas capazes de gerar “Lucros Sociais”, ou seja, melhores perspectivas e oportunidades sociais e, conseqüentemente, o fortalecimento financeiro do país do ponto de vista de investimentos de curto, médio e longo prazo.
A primeira Bolsa de Valores do mundo a aderir ao Pacto Global foi a Bovespa, tamanha responsabilidade da Bolsa no Brasil e no mundo. O Pacto Global é uma iniciativa da ONU que defende a atuação do segmento corporativo para o momento do desenvolvimento econômico sustentável, a inclusão social e a redução da pobreza no país.
A Responsabilidade Social desenvolvida é um exemplo para que as instituições do mercado de capitais lancem programas que valorizem e se multipliquem mundo afora.
Ressaltamos que as ações sociais desenvolvidas pelo setor privado têm contribuído de forma crescente para o desenvolvimento sustentável do Brasil, refletindo no bem-estar da sociedade como um todo. 
Ao estimular a transparência e a cidadania empresarial, as Bolsas vão ao encontro da tendência do mercado financeiro de valorizar ações socialmente responsáveis. Além disso, a divulgação de “ativos não-financeiros” tende a aumentar o valor de mercado de uma companhia, uma vez que a prática afeta positivamente a forma como o mercado vê a instituição e valoriza suas ações.
2.3. Regulamento das Bolsas de Valores
Conforme sabemos, a bolsa é o mercado em que se compram e vendem ações. Nela, concorrem os investidores (compradores/vendedores) e as instituições financeiras. Está aberta a todo tipo de indivíduos e instituições e é regulada oficialmente. Suas características fundamentais são:
· Mercado público, onde se negociam títulos e valores;
· Somente são contratados os títulos das entidades que tenham sido admitidas à negociação;
· As transações estão asseguradas jurídica e economicamente. Isso é conseqüência da regulamentação existente, garantindo operações robustas e qualidades dos valores.
A Bolsa deve proporcionar livre concorrência e pluralidade de envolvidos, de modo que exista um grande número de participantes, investidores e instituições financeiras, sem permitir sobreposição deles no mercado. Busca-se homogeneidade nos produtos para facilitar a contratação e ainda deve oferecer credibilidade e confiança na transparência da fixação de preços.
Os participantes das bolsas são tomadores de capitais - empresas para obterem recursos para seus investimentos, ofertadores de capitais – empresas ou participantes que estão interessados em colocar suas sobras de liquidez, com a finalidade de obter ganho, e os mediadores – instituições financeiras que aproximam as demandas dos compradores com as ofertas dos vendedores de títulos.
A postura adotada pelos participantes pode variar. Conforme as situações que se apresentam, podemos assim defini-las:
- especuladores: são pessoas que não se preocupam com os tipos de ações que estão comprando. Utilizam esses mercados para obter lucros financeiros a curto prazo. Podem ser considerados apostadores, que, em função das variações bruscas apresentadas no mercado, buscam oportunidades de ganho na compra e venda de ações;
- investidores: utilizam esses mercados para obterem rendimentos de longo prazo, fazendo uma analogia mais complexa das ações que estão adquirindo;
- gestores financeiros: necessitam desses mercados para realizar a gestão das empresas, ou seja, para captar recursos a baixo custo e investir recursos sem risco, com prazos adequados.
Funções da bolsa de vários pontos de vista:
	Ponto de Vista
	Funções
	Investidor
	 - Facilitação da canalização da poupança pela concentração na bolsa de empresas de todos os portes.
 - Canalização das poupanças dos poupadores para atividades mais produtivas.
 - Refúgio para os investidores contra a depreciação monetária em períodos inflacionários.
 - Segurança jurídica e econômica, baseada nas regulamentações do mercado.
 - Liquidez para o investimento de valores.
	Tomadores
	 - Facilita a obtenção de fundos de longo prazo.
	Economia
	 - É um dos fatores determinantes na formação dos preços bursáteis*. Por sua vez, os índices de ações constituem importantes indicadores conjunturais.
 - Ao favorecer o financiamento empresarial, constitui um importante elemento na expansão e no crescimento econômico.
 - Submete as empresas a um julgamento de racionalidade econômica. A cotação bursátil reflete o desempenho da empresa. 
	Social
	 - Facilita a poupança de pequenos poupadores e a oportunidade de investimento.
 - Facilita o conhecimento do preço do mercado, o que serve de proteção à poupança.
 - Favorece a estabilidade social, ao tornar possível o incremento do número de poupadores-investidores.
A organização bursátil dá segurança ao tráfico jurídico mercantil.
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2005, p.183) 
*Capitalização Bursátil é o valor de mercado das empresas emissoras de ações integrantes da carteira teórica dos índices. O mercado bursátil é um sistema de interações institucionalizadas, predominantemente voltadas para operações de compra e venda de valores, realizadas em lugar determinado (pregão), operadas por mediadores (corretores) e que visam à troca de poupança.
As bolsas no Brasil são associações civis, sem fins lucrativos e com funções de interesse público. Atuam como delegadas do poder público e têm ampla autonomia nos domínios de suas responsabilidades.
2.4. Sistema de Negociação da Bolsa
O local onde são realizadas as diversas transações de compra e venda de ações registradas em Bolsas de Valores é denominado de pregão. Todos os participantes do pregão devem ter amplo acesso às informações e aos fatos relevantes que possam influir sobre os preços de negociações. Procura-se evitar, com maior igualdade, a obtenção de informações, o acesso privilegiado de alguns investidores a dados que permitam uma melhor avaliação das precificações de mercado.
Nesses pregões, somente têm acesso os representantes credenciados pelas Sociedades Corretoras (conhecidos como operadores da Bolsa), que negociam ações, segundo ordens de compra e venda expedida pelos investidores. 
As negociações com ações em bolsas de valores podem ser processadas de duas formas: 
· Viva Voz (Pregão Físico): em que as ofertas de compra e venda de ações são lançadas nos pregões viva voz pelas corretoras, identificando as várias características da operação (quantidade, preço e tipo de ação). Nesse pregão, em geral, são somente negociadas ações de maior liquidez;
· Sistema Eletrônico de Negociação: permite que as sociedades corretoras executem as ordens de seus clientes por meio de terminais de computadores, sem a necessidade de presença física de seus representantes nos pregões das bolsas.
Após o fechamento do mercado, o pregão pode continuar realizando eletronicamente as operações de compra e venda de valores mobiliários,por operadores e corretores credenciados, o que é conhecido por pregão after market.
Essas negociações fora do horário normal se realizam somente no mercado à vista e através do sistema eletrônico, estando somente autorizadas ao pregão ações que tenham base de preço formada no horário regular de negociação (pregão diurno).
O home-broker é um sistema de negociação que permite o envio de ofertas de compra e venda de ações pela internet às Sociedades Corretoras. Esse sistema permite, ainda, o acesso às cotações das ações e as demais informações de interesse dos investidores. Essas negociações seguem as mesmas regras presentes nas operações tradicionais em Bolsas de Valores, conforme estabelecidas pela CVM. 
Para se operar no mercado, existem três modalidades: as operações à vista, a termo e opções. 
No mercado à vista, a entrega dos títulos vendidos ocorre no segundo dia útil, após a realização do negócio. A Corretora adquirente recebe os títulos transacionados e repassa-os ao investidor, formalizando-se a liquidação física.
O pagamento e o recebimento respectivos do valor da operação são processados no terceiro dia útil posterior à negociação. Na prática, a liquidação financeira é realizada somente após a entrega física dos papéis, sendo efetuada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CLBC).
Já no mercado a termo, as operações são formalizadas por meio de um contrato preestabelecido firmado entre comprador e vendedor, o qual estipula uma quantidade determinada de ações, prazos do negócio em determinada data futura, ao preço acordado entre as partes. A liquidação antecipada pode ocorrer a qualquer momento antes do vencimento.
Para realização desse negócio, a Bolsa de Valores costuma exigir uma margem de garantia, que pode ser entendida como um limite máximo para a transação e o depósito de certo valor na CLBC.
Existem duas formas de garantia: a cobertura e a margem. 
A cobertura é o depósito dos títulos, objetos da operação a termo na CLBC pelo vendedor. Ao oferecer a garantia, o vendedor dos papéis a termo fica desobrigado a oferecer garantias adicionais.
Já na margem, um valor monetário é depositado pelos investidores (compradores e vendedores de ações). O montante é definido pela CBLC com base na liquidez e volatilidade dos papéis negociados no mercado, sendo revisto de acordo com as eventuais alterações de mercado.
Conforme Assaf Neto (2001, p. 277), as principais vantagens apontadas para uma operação a termo podem assim serem resumidas:
· Ganhos futuros: um investidor é atraído a adquirir a termo sempre que prever uma alta em seu preço de mercado. Sendo o preço de compra definido no momento do contrato, podendo beneficiar-se de sua valorização apurando um ganho de capital;
· Diversificação do risco: em operações a termo, o investidor pode diversificar suas aplicações adquirindo diversas ações de diferentes segmentos empresariais;
· Alavancagem: as operações no mercado a termo possibilitam a um investidor a compra de uma quantidade de ações acima de sua capacidade financeira à vista naquele momento.
· Financiamento: uma alternativa de fazer caixa para o investidor é vender suas ações no mercado à vista e adquirir, simultaneamente, o mesmo papel a termo. Assim, o investidor não se desfaz de suas ações e é capaz de gerar recursos de caixa rápido.
O mercado de Opções envolve negociações diretas de compra e venda de ações, com prazos de liquidação e preço preestabelecidos. O investidor adquire, através do pagamento de um prêmio, o direito de comprar ou vender determinado lote de ações a outro investidor do mercado, em condições de prazo e preços preestabelecidos. O comprador pode ainda negociar o prêmio pago ao mercado, se não desejar exercer seu direito de compra ou venda até a data de vencimento da opção.
2.4.1. Market Markers competitivos
Market Makers são profissionais contratados por companhias abertas, acionistas ou empresas controladas, que mantém oferta firme de compra e venda de ações negociadas em mercado de bolsa, de balcão ou eletrônico, para promover sua liquidez nas negociações.
Esse profissional não pode ter acesso a informações privilegiadas, não divulgadas publicamente pela empresa contratante. Pode ser financiado pela empresa contratante, e sua contratação ou dispensa deve ser comunicada ao mercado como fato relevante.
Normas referentes à sua atividade são emitidas pela Bolsa de Valores, com objetivo de impedir que sejam criadas condições artificiais de demanda, oferta ou preço de ações.
Esses criadores de Mercados assumem uma importante função no mercado, uma vez que garantem níveis adequados de liquidez e a qualidade das ofertas, influenciando diretamente nos processos de formação de preços das ações.
 Nos mercados organizados, os Market Makers assumem a obrigação de expor ofertas de compra e de venda, simultaneamente com limites mínimos de quantidade e limites máximos de spread – diferença existente entre as taxas de compra e venda -, para um dado número de contratos e durante um curto período de tempo definido, tendo, como contrapartida, benefícios diretos negociados com a entidade gestora do mercado.
2.4.2. Suspensão de Negociações (Circuit Breaker)
Circuit breaker é o mecanismo utilizado pela BOVESPA que permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento e o rebalanceamento das ordens de compra e de venda. Esse instrumento se constitui em uma “proteção” à volatilidade excessiva em momentos atípicos de mercado.
Conforme a Bovespa, as regras do Circuit Breaker são:
1 - Quando o Ibovespa atingir limite de baixa de 10% (dez por cento) em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os negócios na BOVESPA, em todos os mercados, serão interrompidos por 30 (trinta) minutos.
2 - Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa de 15% (quinze por cento) em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os negócios na BOVESPA, em todos os mercados, serão interrompidos por 1 (uma) hora.
Para se ter uma idéia do funcionamento desse mecanismo, em setembro de 2008, um dos grandes momentos turbulentos da economia norte-americana, a Bolsa interveio nas negociações diárias das ações, objetivando, assim, amenizar as quedas e situações anormais e equilibrar a volatilidade delas. 
Anteriormente a esse período, a última vez que a Bovespa havia utilizado este recurso foi em janeiro de 1999. Veja como ocorreu a intervenção em setembro de 2008, nove anos depois.
“O pregão da Bolsa de Valores de São Paulo foi suspenso esta tarde após o índice Bovespa cair mais de 10%, o que levou a Bovespa a suspender os negócios por cerca de meia hora. O mecanismo foi acionado pela última vez em 14 de janeiro de 1999. 
As vendas se aceleraram após o Congresso americano rejeitar o pacote de bilhonário de ajuda ao setor financeiro. 
Todas as 66 ações do índice operaram em terreno negativo apresentando significativas perdas em seu valor unitário.
De acordo com o Manual de Procedimentos Operacionais da Bolsa, os negócios foram retomados, mas caso o índice atingisse perdas superiores a 15%, os negócios seriam novamente interrompidos por mais uma hora.”
Para saber mais, acesse a notícia publicada no link://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2008/09/29/ult4469u31312.jhtm.
Agora que já conhecemos a importância dessa intervenção, falaremos a respeito dos principais índices das Bolsas de Valores.
2.5. O Índice de Bolsa de Valores – IGC
O índice de Bolsa de Valores é um valor que mede o desempenho médio dos preços de uma suposta carteira de ações, refletindo o comportamento do mercado em determinado intervalo de tempo. O valor absoluto do índice expressa o valor de mercado da carteira de ações negociadas na Bolsa de Valores, sendo as variações verificadas de um período para outro, entendidas como a sua lucratividade.
A carteira deve conter ações que expressem, da forma mais próxima possível, o comportamento registrado pelo mercado, mostrando-se sensível às oscilações nos preços de negociação. Como as cotações das ações seguemgeralmente a mesma tendência apresentada pelo mercado, o índice de bolsa de valores permite que se estude o comportamento de determinado título, tomando-se como referência o índice da Bolsa.
O Índice do mercado acionário é bastante útil, ainda, por refletir o comportamento dos investimentos em ações e, em conseqüência, as tendências gerais da economia. Por meio de suas variações periódicas, é possível distinguir certos ciclos que caracterizam o funcionamento da economia, formando as expectativas dos investidores com relação a seu comportamento esperado.
2.5.1. O Índice de Bolsa de Valores – IBOVESPA
A composição da carteira deve priorizar as ações que tenham grande representatividade nos negócios realizados na Bolsa de Valores, atingindo um percentual expressivo do volume transacionado no mercado à vista. A cada ação é atribuído um peso, representativo de sua importância no volume de negócios da carteira.
As ações seguem, normalmente, o comportamento geral do mercado, permitindo que se compreenda a oscilação de uma ação a partir do desempenho estabelecido pelo mercado como um todo. Em verdade, uma parte considerável das flutuações das ações pode ser explicada pela evolução do mercado, uma vez que tendem a refletir-se no índice da Bolsa de Valores.
No Brasil, o índice mais importante como indicador de mercado, referenciando o desempenho das cotações das ações é o índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o IBOVESPA.
Criado em 1968, a partir de uma carteira teórica de ações expressa em pontos, seu valor inicial foi de 100 pontos, refletindo sua pontuação atual de acordo com a variação ocorrida na carteira desde 1968.
Com o objetivo de atualizar a amostra, tornando-a mais representativa do mercado busátil, periodicamente, a Bolsa de Valores procede à atualização de sua hipotética carteira de ações, incluindo os papéis mais representativos do último período e excluindo aqueles com menor participação. 
Assim, a cada quadrimestre a Bolsa procede a uma reavaliação do mercado de ações, identificando o desempenho de seus principais papéis nos últimos 12 meses, procurando identificar alterações nas participações das ações, constituindo uma nova carteira teórica a partir das participações relativas verificadas no período.
O IBOVESPA é apurado em tempo real, considerando os negócios com ações realizados no mercado à vista de forma instantânea e com divulgação on line. Seu valor publicado em pontos é determinado pelo produto da quantidade de cada ação que compõe a sua carteira técnica, e o seu respectivo preço de mercado. Por exemplo, suponhamos que o índice de bolsa seja composto de somente quatro ações: A, B, C e D, com as participações de sua carteira definidas em, respectivamente, 40.000, 35.000, 70.000 e 30.000 pontos.
Abaixo, descrevemos o valor das ações ao final de dois pregões consecutivos, assim como a valorização ocorrida.
Ação
Participação na 
CarteiraPreço da AçãoPreço x QuantidadePreço da AçãoPreço x Quantidade
A 40.000R$ 1,6064.000R$ 1,8072.000
B35.000R$ 2,7094.500R$ 2,5488.900
C70.000R$ 3,80266.000R$ 4,10287.000
D30.000R$ 2,2066.000R$ 2,1063.000
490.500510.900
1º Pregão2º Pregão
Tabela foi desenvolvida pelo autor Sérgio Fonseca.
De um pregão para outro, o índice apurou uma variação de 4,16% [(510.900/490.500)-1], revelando uma valorização média das ações que o compõem.
O índice da Bolsa de Valores de São Paulo somente considera em sua carteira teórica as ações com o maior grau de negociabilidade, sendo esse indicador dado pela expressão seguinte:
Onde: 
n = número de negócios no mercado à vista observado com a ação em referência no período;
N = número total de negócios realizados no mercado à vista da Bovespa;
V = montante ($) dos negócios realizados com a ação no mercado à vista da Bovespa;
V= montante ($) de todos os negócios realizados no mercado à vista da Bovespa.
Para ser incluída na carteira teórica do índice Bovespa, é necessário também que a ação tenha uma boa participação em termos de volume negociado na Bolsa. As ações selecionadas devem representar 80% do volume negociado no mercado à vista nos últimos 12 meses e apresentar, ainda, um mínimo de 80% de participação nos pregões da bolsa no mesmo período. 
Uma ação é excluída da carteira da Bovespa somente se deixar de atender a pelo menos dois dos critérios de seleção descritos. Sociedades em regime de concordata preventiva ou processo de falência também não podem integrar a carteira da Bovespa.
2.5.2. Outros índices de Ações no Brasil
Outros índices importantes de bolsas de valores no Brasil são:
- Índice de Bolsa de Valores do Rio de Janeiro – IBV;
- Índice Brasil de Ações – IBX;
- Índice Brasileiro de Ações – IBA;
- Índice Setorial de Energia Elétrica;
- Índice de Ações de Governança Corporativa Diferenciada – IGC;
- Índice Valor Bovespa – IVBX-2;
- Índice Setorial de Telecomunicações – ITEL.
O IBV é um índice que reflete o comportamento médio das ações negociadas na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, apresentando características metodológicas parecidas com o índice Bovespa. Sua carteira é composta pelas ações que apresentam maior liquidez no mercado, ponderadas na formação do índice pelo valor de mercado da empresa (quantidade de ações em circulação multiplicada pelo preço da ação). A carteira teórica é reavaliada periodicamente.
O IBX, Índice Brasil, é um índice de preços referente a uma carteira teórica composta pelas 100 ações de maior negociação (número de negócios e volume financeiro) na Bolsa de Valores de São Paulo. Sua metodologia de cálculo é parecida com a do índice Bovespa.
O IBX-50 mede o retorno total de uma carteira teórica de ações formada pelos 50 principais papéis negociados na Bovespa. O IBX-50 possui as mesmas características do IBX, composto por 100 ações, porém com a vantagem operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado.
Ao final de cada período, a carteira teórica de ações do IBX-50 é reavaliada segundo critérios de exclusão e inclusão, de papéis definidos pela Bovespa.
O IBA é um índice de maior amplitude de mercado de capitais, incorporando um volume bastante diversificado de ações. Seu cálculo e divulgação são de responsabilidade da Comissão Nacional de Bolsa de Valores (CNBV).
O objetivo do índice é o de revelar o comportamento das ações num contexto mais abrangente do mercado, introduzindo uma carteira com maior representatividade nacional.
O IEE – Índice Setorial de Energia Elétrica - é um índice setorial de empresas de energia elétrica relacionadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Tem por finalidade refletir o comportamento da lucratividade das companhias que operam nesse segmento de mercado, visando incentivar novas alternativas de negócios.
Sua carteira teórica é composta pelas ações de empresas do setor de energia elétrica que registraram participação em pelo menos 80% dos pregões realizados nos últimos 12 meses à formação da carteira, e que tenham sido objeto de pelo menos 2 negócios.
O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por objetivo apurar o desempenho de uma carteira teórica composta somente por ações de companhias que se revelem bons níveis de governança corporativa. Essas ações são negociadas no Mercado Novo ou nos níveis 1 e 2 da Bovespa.
O IVBX-2 é um índice de ações elaborado pela Bovespa e pelo jornal Valor Econômico desde 1999, e tem por objetivo medir o retorno de uma carteira teórica composta por 50 papéis classificados a partir da 11ª posição de uma classificação que leva em conta o valor de mercado e a liquidez (índice de negociabilidade).
Dessa forma, não integram a carteira base de cálculo do IVBX-2 as dez ações com índices de negociabilidade mais altas, e também as dez ações com os maiores valores de mercado.
O Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL) é um índice de ações representativo de setor de telecomunicações, e tem por objetivo oferecer, da mesma forma que o IEE, uma visão segmentada do mercado acionário brasileiro. O ITEL incorpora tanto as ações de companhias de telefonia fixa comotelefonia celular em circulação na Bovespa.
Agora que você já conheceu os índices mais utilizados pelos investidores, conheceremos os tipos de mercado e os níveis de classificações que cada empresa pode estar inserida.
2.6. O “Novo Mercado”
O Novo Mercado é um segmento especial da Bovespa em que são listadas para negociação ações de empresas que se comprometem, de forma voluntária, com adoção de boas práticas de governança corporativa, maior transparência e qualidade na divulgação de informações aos acionistas, e concordância em submissão de divergências e conflitos à Câmara de Arbitragem de Mercado da Bovespa.
As práticas de governança corporativa adotadas pelas empresas listadas no Novo Mercado devem ser, em princípio, mais rígidas que as previstas na legislação societária brasileira. O objetivo é o de ampliar os direitos dos acionistas e atribuir maior importância na melhoria da relação com os investidores, elevando o potencial de valorização dos ativos emitidos pela companhia no mercado. O Mercado avalia que os investidores estarão dispostos a pagar mais pelas ações de empresas que demonstrem respeito aos direitos dos acionistas minoritários e adotem boas práticas de governança corporativa. Essas práticas são fundamentadas, em essência, em maior transparência e integridade dos procedimentos de gestão, e nas prestações de contas de acordo com padrões internacionais aceitos.
As principais exigências adicionais à legislação para as empresas ao Novo Mercado são:
· Emissão somente de ações ordinárias com direito a voto. Não é permitida a emissão de ações preferenciais pela companhia participante;
· Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;
· Manutenção em circulação no mercado de, pelo menos, 25% das ações emitidas pela sociedade;
· Extensão a todos os acionistas minoritários das mesmas condições obtidas pelos controladores no caso de negociação do controle da sociedade;
· Maior transparência na divulgação das informações e disponibilização do balanço anual de acordo com as normas internacionais de contabilidade USGAP ou IASCGAAP;
· Fixação de mandato unificado de um ano para todo o Conselho de Administração, sendo permitida a reeleição. O Conselho é constituído por, no mínimo, cinco membros, eleitos pela assembléia geral de acionistas;
· Obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas as ações em circulação, avaliadas por seu valor econômico, em caso de fechamento de capital ou cancelamento do registro de negociação no novo mercado;
· Submissão à Câmara de Arbitragem da Bovespa para solução de disputa e controvérsia relacionadas ao regulamento do Novo Mercado.
Para ser inserida no Novo Mercado, ocorre a celebração de um contrato com a Bovespa e a sociedade pleiteante por prazo indeterminado, em que é confirmada sua aceitação e especificadas todas as regras e as exigências de atuação no Novo Mercado.
2.6.1. Os Níveis de Governança Corporativa
As práticas de governança corporativa são também identificadas como Nível 1 ou Nível 2, dependendo do grau de compromissos assumidos pela sociedade. Esses níveis criados pela Bovespa têm exigências menos rigorosas do que as do Novo Mercado, mas são usados para destacar as empresas empenhadas em oferecer um tratamento diferenciado aos acionistas. 
O Nível 3 de Governança Corporativa é o próprio Novo Mercado no qual somente são permitidas negociações de ações ordinárias (ON).
As empresas listadas no nível 1 se comprometem, entre outras, com as seguintes práticas de governança corporativa:
· Manutenção de ações em circulação no mercado em quantidades equivalentes a, pelo menos, 25% de todo o capital social da sociedade;
· Realização de ofertas públicas de colocação de ações, usando mecanismos que facilitem a dispersão do capital;
· Melhor qualidade e transparência das informações prestadas, divulgação de balanços trimestrais e do demonstrativo do fluxo de caixa;
· Divulgar todos os acordos de acionistas existentes e programas de opções de compra.
Para a classificação como Nível 2, as empresas, além de aceitarem cumprir todos os compromissos do Nível 1, devem aderir a um conjunto mais amplo de práticas de governança corporativa. Os principais compromissos são:
· Mandato unificado de um ano para os membros do Conselho de Administração;
· Divulgação de balanço anual, de acordo com as normas do US Gaap ou Iasc Gaap;
· Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias (ON) das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia (tag along), e de 70% desse valor para os detentores de ações preferenciais;
· Em caso de cancelamento do registro no Nível 2 ou fechamento de capital, a empresa tem a obrigação de efetuar a compra de todas as ações em circulação, por seu valor econômico;
· Adesão à Câmara de Arbitragem de Mercado da Bovespa para solução dos problemas societários;
· Direito de voto às ações preferenciais em determinadas matérias relevantes, como: transformação, incorporação, cisão e fusão; estabelecimento de contratos entre empresas do mesmo grupo; entre outras.
Os níveis de mercado classificam as empresas de forma a transmitir aos investidores maior nível de confiança e solidez nas ações que adquirem. Ao mesmo tempo, as exigências para que as empresas sejam qualificadas nesses níveis de governança as deixam extremamente expostas, uma vez que são obrigadas a divulgarem seus balanços, índices de rentabilidade e até mesmo as estratégias de investimentos.
Dessa forma, a empresa e o próprio investidor devem avaliar em qual nível é mais vantajoso a empresa estar classificada, fazendo uma avaliação entre a transparência e tendo em mente a exposição da mesma frente às empresas concorrentes do mesmo setor, as quais não apresentam seus balanços completos.
Na próxima unidade, abordaremos outro tipo de mercado, no qual estudaremos os Mercados Derivativos e os Mercados Futuros, que são aplicações mais complexas e que exigem um grau maior de conhecimento para aplicações. 
3. Teoria na Prática
A seguir, apresentamos-lhe algumas dicas de situações reais que se deve tomar cuidado antes de entrar no mercado de ações. 
Passos iniciais e dicas de que um iniciante no mercado da Bolsa de Valores deve priorizar:
1.
O investidor deve procurar uma Corretora Membro da Bovespa e preencher um cadastro contratando seus serviços. Esse é um passo importante, pois a corretora, além de cuidar de seu dinheiro, vai orientar você principalmente em seus primeiros passos. 
2.
Com a assessoria da Corretora, o investidor escolhe a ação ou as ações que deseja comprar e dá a ordem para a Corretora. O seu corretor vai conversar com você e tentar descobrir qual o seu perfil de investidor, se mais arrojado ou alguém que busca mais segurança e lucros certos ainda que menores. Ele vai orientá-lo sobre que dinheiro é melhor investir na bolsa, qual é o valor mínimo para começar e que postura assumir no início, enquanto aprende mais sobre o mercado de ações. 
3.
A Corretora executa a ordem dada pelo investidor, comprando a ação na Bovespa. É simples assim. Você faz uma ligação para o seu corretor e, em menos de um minuto, sua ordem é cumprida. Suas ações estão vendidas ou já foram compradas. 
4.
O cliente efetua o pagamento para a Corretora - com recursos previamente depositados. Antes de tudo, você deposita o valor a ser investido na sua conta na corretora. E só então as ações são compradas de acordo com suas ordens. 
5.
A Corretora credita as ações adquiridas pelo investidor em sua conta de custódia, na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. A CBLC nada mais é do que a responsável pela compensação e liquidação de operações realizadas no mercado à vista da Bovespa.
Leia, abaixo, algumas dicas do que não é indicado para quem deseja investir na Bolsa.
Pense sempre assim: “Eu não investiria em ações...”
1.
… que não fossem integrantes do Índice Bovespa. Particularmente, eu ficaria nas cinco primeiras maiores participações do índice.
2.
… que nãoestivessem em clara e absoluta tendência de alta.
3.
… se ainda não conseguisse identificar uma tendência primária, secundária e terciária do curso das ações. Essas tendências podem ser observadas de acordo com os gráficos temporais, ou seja, o comportamento das ações ao longo de um período de tempo. 
4.
… se não soubesse identificar topos, fundos, suportes e resistências. 
5.
… sem saber como dar ordens de stop e, sabendo, não compraria ações sem imediatamente dar ordens de stop. 
6.
… se não tivesse conversado franca e pessoalmente com pelo menos duas pessoas que já têm uma boa experiência nos mercados. 
7.
… se já não tivesse lido pelo menos um bom livro sobre a bolsa de valores. 
8.
… se não lesse diariamente sobre a bolsa de valores em portais de notícias e em blogs especializados em finanças e bolsa de valores. 
9.
… se não tivesse a disciplina para acompanhar diariamente, ou ao menos semanalmente, as cotações daquelas que eu tiver comprado. 
10.… com todas as minhas economias. 
11.… se não tivesse total responsabilidade sobre meus atos. 
12.… com dinheiro emocionalmente comprometido. 
13.… se não pudesse encarar possíveis e muito prováveis perdas. 
14.... E mais importante: eu não investiria em ações se não tivesse entendido o motivo de absolutamente todos os itens desta lista.
Os trechos são adptações do site: 
http://iniciantenabolsa.com/2007/07/03/5-passos-simples-para-comecar-a-investir-na-bolsa-de-valores
4. Recapitulando
Nesta unidade, aprendemos sobre as Bolsas de Valores e seus objetivos. Como funcionam e para que servem os índices das Bolsas. Entendemos sobre o tão falado IBOVESPA, a composição da carteira teórica desse índice e de outros existentes no mercado e que funcionam de acordo com a necessidade de cada investidor.
Sabemos o quanto é importante a participação das Bolsas pelo lado social, principalmente no tocante à sua responsabilidade com os investidores, resguardando a seriedade nas operações, seja de compra ou venda de ações.
Para entrar nesse mercado, você, investidor, deve estar sempre atento aos acontecimentos globais, além de buscar sempre um aprendizado na área que deseja. Esteja ligado ao site da BOVESPA, BMF e outros sites de consultorias especializadas nesse assunto. Leia jornais renomados e de grande circulação, e muito, mas muito cuidado com os boatos sobre as empresas, pois eles podem deixá-lo muito satisfeito, mas também podem lhe transmitir o sentimento do fracasso. 
Unidade 7: Mercados Futuros e Derivativos
1. Nosso Tema
Nesta última unidade, aprofundaremos nosso conhecimento sobre um mercado bastante peculiar e específico, que é o mercado de futuros e derivativo. Esse mercado é tão importante quanto o mercado à vista, e vem crescendo cada dia mais como uma forma alternativa de investimento.
Então, vamos lá?!
Para Refletir
Vivemos em um momento de globalização acelerada em que fatores externos podem influenciar significativamente as decisões e expectativas futuras das empresas de nosso país. 
Tais decisões podem ser positivas, gerando boas oportunidades de ganhos para as empresas, assim como a possibilidade de expansão de seus negócios para outros países. Todavia, essas decisões podem ter impactos negativos, acarretando desde a depreciação do capital da empresa até a sua liquidação.
Um dos impactos negativos pode ser resultado de negociações em moedas estrangeiras, vendas de produtos sem proteção adequada de Hedge, gerando desvalorização do produto vendido ou supervalorização do produto comprado.
Ao longo desta unidade, entenderemos um pouco mais sobre algumas estratégias que podem ser adotadas para proteger esses tipos de negociações. Além disso, demonstraremos a você algumas ferramentas “perigosas” que as empresas utilizam para alavancar seu capital, esperando retornos elevados, sendo expostas a altos riscos de mercado.
Vamos começar!
2. Conteúdo Didático 
2.1. Introdução ao Mercado Derivativo
Os Derivativos são instrumentos derivados do valor de um ativo, não apresentando valor próprio, ou seja, derivando-se de um valor de um bem básico como commodities, ações, taxas de juros, entre outros.
O objeto dos contratos de derivativos deve ter seus preços livremente estabelecidos pelo mercado. As transações desses derivativos são realizadas nos mercados futuros, a termo, opções, swaps, etc.
Os derivativos proporcionam uma proteção contra prejuízos, ocasionados por alterações desfavoráveis nas cotações dos ativos. Os mercados futuros e de opções permitem que investidores não integralizem os investimentos em seus vencimentos, podendo ser liquidados antecipadamente, de forma a evitar prejuízo em situações adversas do mercado.
As principais vantagens no uso de derivativos, entre outras, são a maior atração ao capital de risco, criar defesas contra oscilações negativas nos preços dos ativos e estimular a liquidez do mercado físico. Através da utilização desse mercado, podemos melhorar o gerenciamento do risco e, em conseqüência, reduzir o preço dos bens, além de possibilitar a realização de negócios de grandes volumes, com aporte relativamente pequeno de capital e com um nível de risco conhecido.
A bolsa formalmente estabelecida para negociar os instrumentos futuros no Brasil é a Bolsa de Mercadorias & Futuros – BMF - que, como as demais bolsas de valores, cumpre a função básica de facilitar a realização de negócios e controle das operações, permitindo a livre formação dos preços, das garantias às operações realizadas e oferece ainda mecanismos de custódia e liquidação dos negócios.
Em essência, os participantes formadores dos mercados derivativos são o hedger, o especulador e o arbitrador.
	O hedger é um agente participante do mercado, com a finalidade de desenvolver proteção diante de riscos de alterações nos preços de diversos derivativos ativos (câmbio, ações, commodities etc.) e nas taxas de juros. Assim, esses operadores tomam nos mercados futuros uma posição contrária àquela assumida no mercado à vista, com o intuito de minimizar o risco de perda financeira diante de uma eventual variação nos preços de mercado.
	Já o especulador adquire o risco do hedge, instigado pela possibilidade de ganhos financeiros, uma vez que assume o risco das variações de preços.
	O arbitrador procura tirar vantagens financeiras ao perceber que os preços em dois ou mais mercados se apresentam distorcidos. Opera com risco relativamente baixo, e tem uma importância significativa para o mercado na manutenção de certa relação entre os preços futuros e à vista.
2.2. Mercado de Opções
No mercado de opções se negociam não o ativo-alvo, mas o direito sobre eles. Dessa forma, são negociados os direitos de uma parte comprar ou vender a outra, até determinada data, certas quantidades de ativos-objetos a um preço preestabelecido. Assim, não é negociado o produto (ativo-objeto), mas sim os direitos dos detentores deles.
Nesse tipo de mercado, temos as seguintes opções:
· A Opção americana, que pode ser exercida em qualquer momento, até a data de vencimento;
· A Opção européia, que só pode ser exercida na data de vencimento;
· A Opção asiática, cujo valor no vencimento não depende do preço do ativo-objeto neste momento, mas sim da média de seus preços em determinado período.
No Brasil, os tipos mais comuns de opções utilizados são:
· Opções sobre ações;
· Opções sobre índices da bolsa;
· Opções sobre taxas de juros;
· Opções sobre títulos ou bônus;
· Opções sobre futuros; e 
· Opções sobre mercadorias.
A tributação sobre esses contratos funciona da seguinte forma: o investidor paga à bolsa de valores uma taxa de registro sobre o valor da opção (prêmio) e uma taxa de corretagem às sociedades corretoras, à base da tabela para as operações à vista e incidentes também sobre o valor do prêmio, além da tributação vigente.
Se a opção for de compra, o direito será de comprar. Em contrapartida, pode-se comprar o direito de venda em determinada data.
Um cliente no mercado de opções pode lançar, fechar posições, exercer, comprar e vender opções e aindafazê-lo da forma day-trade (operações de compra e venda de opções de uma mesma série, por uma mesma corretora, e por conta de um mesmo cliente no mesmo pregão).
Ressalta-se que o nível de risco nesse mercado é considerado alto pelos participantes, principalmente em posições descobertas, pela alta volatilidade apresentada neste tipo de negócio.
A volatilidade é o grau de oscilação a que as opções estão expostas e aos inúmeros fatores que podem influenciar suas cotações. É muito comum observar oscilações superiores a 30% em um único pregão em diversos tipos de opções. Também é muito importante observar a liquidez das opções, que reduzem significativamente com a proximidade de seu vencimento.
Não é um mercado para iniciantes e inexperientes, exige-se tempo para acompanhar o mercado e para tomar decisões planejadas e estruturadas. Deve-se, ainda, estar consciente de que o investidor pode perder até 100% de seu capital.
Toma-se que este mercado serve como excelente termômetro das expectativas realmente sentidas pelos investidores presentes no mercado à vista, revelando suas previsões a curto prazo sobre o futuro comportamento das ações objeto.
O mercado de opções tem um importante papel no aprimoramento do mecanismo formador dos preços das ações no mercado à vista, o qual se torna mais perfeito, previsível e líquido à medida que se expande paralelamente o mercado de opções.
Identicamente aos contratos futuros, as opções podem também ser utilizadas em alternativas de hedge. Tome que um investidor deseje proteger sua posição contra uma possível desvalorização de mercado, ele pode adquirir opções de venda de ações a um preço preestabelecido. Esse contrato garante ao investidor o direito (não é uma obrigação) à venda das ações no futuro a um preço fixado no presente.
O titular de uma opção de compra acredita que o preço da ação irá subir, enquanto o lançador a descoberto acredita que irá cair. Em contrapartida, o titular de uma opção de venda acredita que o preço de uma ação irá cair, enquanto o lançador espera que as cotações subam de forma a não ser exercido. 
Conforme Pinheiro (2005, p. 339), os ganhos e perdas com opções ocorrem da seguinte forma:
Adaptado de Pinheiro (2005)
2.2.1. O Prêmio de Opção
Ao adquirir uma opção, o investidor deve pagar um prêmio cujo valor é definido pelas forças de oferta e demanda do mercado. Esse valor não é devolvido ao vendedor da opção, independente de o contrato de opção ser ou não exercido. Dessa forma, não interessado ao investidor exercer seu direito previsto no contrato de opção adquirido, ele perderá o prêmio pago ao vendedor. 
Esse prêmio é negociado entre o comprador e lançador, pelos representantes no pregão da bolsa. Ele reflete fatores como oferta e demanda, prazo de vigência, diferença entre o preço de exercício e o preço à vista da ação objeto, bem como outras características da ação-objeto.
O prêmio de uma opção, antes de seu vencimento, é geralmente superior ao seu valor intrínseco. A remuneração que o lançador exige pela imobilização de recursos depende basicamente de suas expectativas, do prazo da opção e da taxa de juros vigentes no mercado financeiro.
Da mesma forma, o aplicador também deseja ser remunerado pelos riscos e pelas suas obrigações como lançador de opções. Dessa forma, de acordo com o nível de risco que é apresentado pelas ações, o lançador estabelece a remuneração que deseja. 
Assim, os juros e a remuneração pelo risco vão se reduzindo gradualmente ao longo do período de vigência de uma opção, de forma que, na data do vencimento, o preço da opção corresponda a apenas o seu valor intrínseco. Após a data do vencimento acordada em contrato, as opções não exercidas não têm mais valor.
2.2.2. Exemplo de uma Operação de Opção
Admita que, em certa data, foram negociadas 50 opções de venda de ações de uma empresa na Bovespa, com vencimento para 30 dias. O preço de exercício da opção foi de $30,00/ação, e o prêmio do negócio estava em $0,50.
Através dessa negociação, entende-se que o investidor adquiriu o direito de vender as ações-objeto do contrato por $30,00 cada, na data de vencimento, pagando-se $0,50/ação.
A expectativa do comprador da opção é de desvalorização do preço da ação para um valor inferior ao preço de exercício de $50,00/ação. Se, na data de vencimento da opção, a ação estiver avaliada abaixo de $50,00, ele exerce o direito de venda e realiza um lucro. Caso o preço esteja fixado no mercado acima do preço de exercício $50,00, o investidor não exerce o direito de venda, perdendo o prêmio pago.
Resumidamente, teremos:
- Preço de venda da Ação no mercado à vista = $30,00
Opção de venda é exercida pelo investidor
	Valor recebido pela venda
	$50,00
	Valor de Mercado
	$30,00
	Prêmio pago
	$ 0,50
	Resultado (Lucro)
	$19,50/ação
- Preço de Venda da Ação no mercado = $56,00
Opção de venda não exercida
	
	
	
	
	Resultado (Prejuízo)
	$0,50/ação
2.3. Mercado Futuro
O mercado futuro é aquele que se negociam lotes padrões de ações com datas futuras de liquidação, entre aquelas prefixadas na bolsa. Esse mercado permite aos participantes de uma transação rever sua posição antes da data de vencimento prefixada.
Assim, cada investidor se relaciona com a caixa de liquidação da bolsa e não com seu parceiro original. Isso permite que ambos tenham o direito de liquidar sua posição antecipadamente, desde que haja liquidez no mercado.
Os vencimentos dos contratos são padronizados pela Bolsa, de forma a proporcionar liquidez no mercado futuro. Essas operações são fechadas para aqueles vencimentos que se encontram em aberto.
O investidor abre posição no mercado futuro quando transmite a uma Sociedade Corretora de Valores uma ordem de compra ou venda de contratos. O fechamento da posição do investidor ocorre por meio de uma operação inversa à original. Por exemplo, quando ele abre uma posição, vendendo 100 contratos futuros de ações com vencimento em determinada data. A posição é encerrada quando ele adquirir 100 contratos futuros de ação com o mesmo vencimento. A posição pode ser fechada no mercado futuro no mesmo pregão, é a operação denominada day trade. 
A fim de assegurar o cumprimento de todos os compromissos, são exigidas as margens de depósitos pelos detentores das posições de compra ou venda, as quais oscilam de acordo com a variação dos preços no mercado à vista.
A única diferença desse mercado para o mercado à vista é a data de liquidação das operações. Assim, as duas partes intervenientes realizam operações de compra ou de venda.
Geralmente, os preços no mercado futuro diferem daqueles praticados no mercado à vista. São geralmente superiores, pela presença de custos de carregamento em determinada posição física até a data de vencimento do contrato. Esse custo de carregamento inclui o armazenamento do produto, os locais apropriados para conservação, o transporte, os seguros e o custo financeiro do capital aplicado no estoque. Além disso, deve ser incluído também um prêmio pela incerteza quanto ao comportamento dos preços no mercado, influenciado por diversos fatores.
Enquanto no mercado à vista as duas partes estão efetivamente comprando e vendendo a ação, na operação a futuro, as partes estão assumindo o compromisso de comprar e vender a ação, em data futura previamente determinada. Ressalta-se que esses contratos podem ser encerrados antes de seu vencimento ou transferidos a terceiros.
Os preços no mercado à vista e futuro apresentam um movimento convergente, mas, apesar de se moverem na mesma direção, esses preços não se igualam necessariamente no futuro, em razão da incerteza associada às previsões do custo de carregamento e do comportamento experimentado pelo mercado à vista.
Para que o preço à vista de uma commodity possa ser utilizado como parâmetro para liquidação dos contratos futuros, ele deve atender aos seguintes requisitos:
· Possuir uniformidade e representar um padrão para o mercado;
· Ser de conhecimento público e amplamente divulgado;
· Possuir imunidade à manipulação pela partes;· Ser independente de sua localização.
Normalmente, os preços em mercados futuros são cotados da mesma forma que no mercado físico.
Em relação ao vencimento, os contratos futuros podem ser negociados para vários meses de vencimento, de acordo com o que determinar a bolsa e o contrato. Normalmente, existe um intervalo de um a três meses entre um vencimento e outro, e o período coberto pelos meses autorizados podem alcançar até dois anos.
2.3.1. Posição em futuro
Uma posição é o saldo líquido dos contratos negociados pelos clientes por meio de operações a futuro. O equilíbrio de cada contrato pode ser dado pela recompra ou revenda pelo titular do objeto da posição que mantém, é o saldo de todas as suas operações com uma commodity até determinado momento.
O comprador de um contrato futuro é aquele que tem uma posição aberta no futuro. Ele ganha dinheiro se o preço do ativo-objeto sobe, e perde se o preço cai.
Na outra ponta, temos o vendedor do contrato futuro que também possui uma posição aberta, mas possui um perfil contrário de risco em relação ao comprador. Ele aufere ganho se o preço do ativo-objeto cai, e perde quando sobe. 
2.4. Mercado a Termo
Conforme já comentado, no mercado a termo, o investidor se compromete a comprar ou vender certa quantia de uma ação por um preço fixado dentro de um prazo predeterminado. Ou seja, é a compra ou venda de determinada quantidade de ações para liquidar em prazo determinado, a contar da data da operação no pregão, resultando em um contrato entre as partes interessadas. A maior parte das operações é realizada no prazo de 30 dias, mas pode ser realizada em 60, 90, 120 ou até 180 dias.
As operações a termo são firmadas em contratos específicos, emitidos e registrados na bolsa em nome das corretoras participantes. Esse contrato é um acordo firme entre as partes, compradores e vendedores, para a entrega ou recebimento de um lote (quantidade e qualidade especificadas) de determinada mercadoria para data definida no pregão BM&F.
Existe uma imensa gama de matérias-primas e ativos subjacentes negociados na BM&F, que vão desde metais preciosos, produtos de energia, taxas de juros, taxas de câmbio, etc. 
Conforme Pinheiro (2005, p. 330), um contrato a termo pode resumir-se da seguinte maneira: 
2.4.1. Preço a termo
A princípio, o preço de um contrato se determina somando um custo de manutenção ou custo líquido de financiamento ao preço à vista correspondente ao momento da transação.
Os contratos poderão ser realizados com modalidades de liquidação integral ou pró-rata. Na liquidação integral, será efetuada pelo valor total contratado, enquanto na pró-rata será efetuada no vencimento, pelo total do valor do contrato ou quando da liquidação antecipada.
Os contratos a termo são vinculados e não negociáveis feitos de acordo com a necessidade do cliente e não são objetos de informação. Eles são negociáveis em relação ao tamanho do contrato, ao grau de entrega do ativo, ao local e à data de entrega prevista.
Para ilustrar, suponha que, em 5 de março de 2008, o preço a termo para o ouro para a entrega em 5 de setembro de 2008 é de $350,00 por onça (unidade padrão utilizada para negociação do ativo ouro). Desconsiderando o spread de compra e venda, uma companhia faz um contrato a termo, comprometendo-se a comprar o ouro nesse preço. Dessa forma, o preço de $350,00 se torna referência ao preço acordado como a promessa de entrega para a companhia que o comprou. À medida que o tempo passa, o preço de entrega desse contrato permanece constante, ou seja, $350,00 por onça. 
Antes de começar a operar, o investidor deve estar cadastrado devidamente no Sistema Nacional de Compensação de Negócios a Termo S.A. O cadastro pode ser efetuado por qualquer membro da compensação que compõe o sistema. No momento, o cliente receberá um limite operacional, para, quando desejar operar, somente precisará entrar em contato com a mesa de operações e passar suas ordens de compra ou venda por telefone.
O sistema de negociação do mercado a termo é semelhante à negociação no mercado à vista, que exige a intermediação de uma sociedade corretora. O preço a termo de uma ação resulta da adição ao valor cotado no mercado à vista, de uma parcela correspondente aos juros que são fixados livremente em função do prazo do contrato.
2.4.2. Liquidação do contrato a termo
As operações contratadas poderão ser liquidadas na data do vencimento ou em data antecipada solicitada pelo comprador, vendedor ou por um acordo entre ambas as partes, sendo que o tipo de antecipação do prazo de liquidação deve ser indicado no momento de realização da operação. Caso contrário, prevalecerá o acordo entre as partes.
A liquidação de uma operação a termo, no vencimento do contrato ou antecipadamente, implica a entrega dos títulos pelo vendedor e o pagamento da contraparte pelo preço estipulado em contrato. A liquidação é realizada na Bovespa, sob garantia, fiscalização e controle, o que assegura o cumprimento preciso dos compromissos assumidos no pregão.
As formas de liquidação a termo são:
· Liquidação por entrega: processa-se por meio da entrega da mercadoria contratada pelo cliente vendedor e o recebimento da mercadoria contratada pelo cliente comprador.
· Liquidação por diferença: ocorre quando o cliente faz uma operação oposta à posição que ele tem no mercado, antes do vencimento do contrato. O processo é comum nas bolsas, representando aproximadamente 98% dos contratos negociados.
O funcionamento da liquidação por diferença é o seguinte, digamos que o comprador de um contrato de café para o mês de setembro possa vender esse contrato em agosto, a diferença entre o preço em que a transação foi efetuada e aquele em que foi liquidada será o lucro ou prejuízo do negociante.
Esse mecanismo representa uma simples operação financeira que permite utilizar a operação do mercado a termo para hedgear (proteger) as posições no mercado à vista.
2.4.3. Garantias do contrato a termo
Toda e qualquer transação a termo requer, como garantia, um depósito na corretora autorizada pela Bovespa. Além disso, a corretora pode solicitar de seus clientes garantias adicionais àquelas exigidas pela Bovespa, que são prestadas através dos mecanismos de cobertura ou margem.
Na Cobertura, um vendedor a termo que possua títulos-objeto pode depositá-los na Bovespa como garantia de sua obrigação, dispensando-o de prestar outras garantias. 
Já no caso da Margem, o valor inicial requerido é um percentual do contrato. Nesse caso, a Bolsa avalia a volatilidade e a liquidez das ações e as condições gerais das empresas emissoras, classificando os papéis em grupos, com níveis de margem diferenciados. Os papéis com maior liquidez se enquadram nos grupos de menor margem inicial de garantia. Periodicamente, há reavaliação dos indicadores da ação da empresa, o que pode exigir uma recolocação em um grupo que exija maior ou menor margem em relação a sua nova posição no mercado.
A garantia inicial corresponde no mínimo a 20% do valor do contrato, e no máximo a 100%, dependendo da ação objeto e sua classificação nos últimos seis meses. 
Além do depósito inicial, existe um mecanismo de segurança, chamado Ajuste Diário, que exige dos participantes que apresentam prejuízos nas operações o envio de uma importância complementar diária para cobrir tal prejuízo. Por outro lado, aqueles cuja posição é contrária, ou seja, possuem rendimentos, recebem diariamente tais importâncias.
Sempre que ocorrer redução no valor de garantia do contrato, decorrente das oscilações na cotação dos títulos depositados como margem ou dos títulos-objeto, é exigido um reforço da garantia inicial, que pode ser feita através do depósito em dinheiro ou através de títulos/valores mobiliários autorizados pela Bovespa.
2.5. Resumo Termo, Futuro e Opções
No quadro a seguir, apresentamos-lhe uma comparação sintetizada das operações a Termo, Futuro e Opções:
	
	Termo
	Futuro
	Opções
	Características
	Compra de ativos no futuro.
	Compra de ativos no futuro.
	Direito de compra / vendade ativos no futuro.
	Liquidez
	Baixa
	Alta até 3 meses
	Alta até um ano
	Desembolso inicial
	Não
	Não
	Sim
	Ajustes diários
	Não
	Sim
	Não
	Garantias
	Não
	Sim
	Sim/Não
Fonte: Pinheiro (2005, pg. 356) adaptado pelo Autor. 
Agora já conhecemos mais os mercados Derivativos, Futuros e de Opções, cada qual com sua particularidade que deve ser aproveitada de acordo com o perfil e necessidade de cada investidor. 
Lembramos-lhe, ainda, de que é um mercado extremamente volátil e que apresenta um elevado risco. Algumas modalidades não necessitam de desembolso inicial, mas sofrem ajustes diários, que podem acarretar perdas irrecuperáveis em uma empresa, caso não possua caixa o suficiente para cobrir suas despesas.
Encerramos aqui nossa disciplina sobre o Mercado Financeiro e de Capitais, agradecendo seu esforço e dedicação despendida e deixando uma mensagem de que este é apenas o começo da caminhada, e que o crescimento pessoal e profissional se sustenta no amadurecimento das idéias e na busca incessante pelo conhecimento. 
3. Teoria na Prática
Na adaptação de uma notícia de um renomado jornal de grande circulação e importância econômica, podemos ter idéia do quanto é arriscado atuar neste mercado. No trecho abaixo, vemos a utilização dos principais conceitos descritos no decorrer desta unidade.
Mercado avalia perdas com dólar em derivativos – Valor Econômico 08/10/2008 Ano 9 nº 2110
As operações de alto risco no mercado de derivativos que deram prejuízo a algumas empresas estão reduzindo a liquidez no mercado interno ao sangrar também o caixa dos bancos que atuaram como contraparte e que têm que pagar ajustes diários na BM&FBovespa toda a vez que o dólar sobe. O Valor teve acesso a ofertas feitas pelos bancos a empresas exportadoras para um hedge (proteção) contra a queda do dólar. Nessa operação de alto risco, chamada “target forwad”, a empresa aposta duas vezes que ela vai se valorizar. Fica vendida em dólar em dólar futuro duas vezes. Primeiro, vende o dólar para o banco no mercado futuro, uma tradicional venda de dólar a termo, com cotação prefixada. Essa transação pode não representar exposição a risco cambial se for casada com uma receita em dólar que a empresa tive a receber.
Porém, na operação realizada pelas empresas que chegaram a beira do caos em setembro de 2008, elas vendiam o dólar de novo para o banco no futuro, por meio de uma transação mais arriscada: a venda de uma opção de compra. Nela, o banco paga um valor à empresa para ter o direito de comprar o dólar a uma cotação pré-estabelecida no futuro. Os riscos foram assumidos porque as empresas não acreditavam que o dólar subiria tanto no curto prazo naquela época, a ponto de ultrapassar a cotação alvo e porque conseguiam ganhos maiores do que no dólar a termo, embora estes tivesse um limite e as perdas, não.
4. Recapitulando
Aprendemos, no decorrer deste curso, o funcionamento geral do mercado financeiro, quanto a suas aplicações e formas operacionais de aplicação e investimentos.
Especificamente nesta unidade, vimos como o investidor pode se relacionar com os Mercados Futuros e Derivativos.
Vimos que é um mercado que vem ganhando a cada dia mais relevância sobre os instrumentos financeiros e as alternativas de investimentos.
Como sempre, recomendamos-lhe cautela e, acima de tudo, a busca constante de conhecimento. Esta Disciplina não encerra seu aprendizado sobre o mercado financeiro, mas lhe proporciona uma visão geral para a continuidade e o aperfeiçoamento de seus estudos.
5. Referências 
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Origem e evolução da moeda – Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA>.Acesso em: 25/05/2008.
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 17ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.
FREITAS, Jorge P. A origem da Bolsa de Valores. Disponível em: <http://comhistoria.blogspot.com/2007/12/origem-da-bolsa-de-valores.html>. Acesso em: 06/10/08.
MELLAGI FILHO, Armando; ISHIKAWA, Sérgio. Mercado Financeiro e de Capitais. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SCALDAFERI, A. Apostila de Análise de Crédito e Cobrança. Belo Horizonte: Newton Paiva, 2008.
PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Razões para a abertura de capital
- captação de recursos para investimentos ou reestruturação de passivos;
- arranjos societários;
- liquidez patrimonial;
- profissionalização;
- novo relacionamento com funcionários,
- imagem institucional.
O Conselho Monetário Nacional;
A Comissão Técnica da Moeda e do Crédito;
O Banco Central do Brasil;
O Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
O Mercado Primário de Ações;
A Composição Acionária de uma Companhia Aberta;
A Rentabilidade das Ações e os Direitos dos Acionistas;
O Mercado Secundário das Ações;
Subscrição de Ações;
Ações Ordinárias x Preferenciais;
Dividendos;
Bonificação;
Desdobramentos e
Grupamentos.
Abordaremos os aspectos a seguir:
Empréstimo a taxa fixa 9,8%
Empréstimo a taxa flutuante Libor + 0,75
10% Libor
Instituição Financeira
Introdução ao Mercado Derivativo;
Mercado de Opções;
Mercado Futuro;
Mercado a Termo;
Resumo Termo, Futuro e Opções.
Dessa forma, aprenderemos:
A Origem da Palavra Bolsa;
Os Objetivos Sociais das Bolsas;
Regulamento das Bolsas de Valores;
O Sistema de Negociação da Bolsa;
Market Makers Competitivos;
O Índice de Bolsa de Valores - IBOVESPA;
Suspensão de Negociação (Circuit Break);
O Novo Mercado;
Os níveis de Governança Corporativa;
Regulamento e Principais Características;
O Índice de Bolsa de Valores IGC.
Estudaremos na seqüência:
Operações Compromissadas significa a recompra com prazos e preços previamente definidos
Data da declaração da distribuição de dividendos:
 (Art. 205 da lei 6.404/76)
Dividend Yield = �EMBED Equation.3���
Payout = �EMBED Equation.3���
Bookbuilding
9,9% Libor
Empresa B
Empresa A
Pense!
Operações de Balcão realizadas diretamente entre empresa e investidor sem a tutela e controle das entidades reguladoras e de monitoramento.
Não-Institucionais
Negociações controladas pelas entidades reguladoras e de monitoramento.
Institucionais
Explicar como acontece a formação de poupança;
Contextualizar a importância da poupança no mercado financeiro em geral;
Identificar as principais operações de captação de recursos;
Conhecer as principais formas de aplicação de recursos.
Mercado de Crédito;
Mercado de Capitais;
Mercado de Câmbio;
Mercado Monetário.
Conhecimento especializado do mercado de capitais;
Economias de escala;
Volumes suficientes para diversificação e estabilização de riscos.
Best Efforts
 Redução no tempo gasto nas trocas;
 Eliminação da necessidade de dupla coincidência de desejos.
Era da Moeda Escritural
Era do Papel-Moeda
Era da Moeda-Papel
Era da Mercadoria Moeda
Era da troca de Mercadorias
Ponto de fusão elevado
Propriedades Industriais
Grande poder aquisitivo
Identidade
Grande valor
Raridade relativa
Dureza
Facilidade de reconhecimento
Valor intrínseco
Pequena variação de valor
Descrever o histórico das Instituições Financeiras no Brasil;
Compreender a função social dos bancos;
Contextualizar a importância da moeda para sistema financeiro;
Explicar a origem e evolução da moeda;
Compreender a função da moeda;
Identificar as pré-condições para a intermediação financeira;
Conhecer os serviços bancários;
Explicar as questões envolvidas na arrecadação de tributos e pagamentos de benefícios.
As nossas Metas de Aprendizagem serão:
Histórico das Instituições Financeiras no Brasil;A função social dos bancos;
Condições básicas para a intermediação financeira;
A origem e evolução da moeda e sua função;
Serviços bancários;
Arrecadação de tributos e pagamento de benefícios.
Abordaremos os aspectos a seguir:
Garantia Firme
Stand By
� Disponível em: <http://www.gettyimages.com/Search/Search.aspx?contractUrl=1&language=en-US&family=creative&lic=rf&p=
currency&src=standard#3>. Acesso em: 23/06/08.
� Escambo - Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA>. Acesso em: 23/06/08
Moeda – Disponível em: <http://www.gettyimages.com/Search/Search.aspx?contractUrl=1&language=en-
US&family=creative&lic=rf&p=currency&src=standard#4>. Acesso em: 23/06/08. 
Intermediação financeira – Disponível em: <http://www.gettyimages.com/Search/Search.aspx?contractUrl=1&language=en-US&family=creative&lic=rf&p=bank&src=standard#3>. Acesso em: 23/06/08.
� Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - PROER é um programa brasileiro e tem a finalidade de recuperar instituições financeiras que estejam com problemas financeiros. Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/ProerAcesso em 11/06/2008.
� Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária - PROES baixado pela � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Medida_provis%C3%B3ria" \o "Medida provisória" �MP� nº 1.514, de 7.8.96, e sucedâneas. Este programa visa ao financiamento dos Estados brasileiros, e o tema está ligado a aspectos relativos à � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Divida_Mobili%C3%A1ria_Federal&action=edit&redlink=1" \o "Divida Mobiliária Federal (ainda não escrito)" �Divida Mobiliária Federal�. Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Proes >Acesso em 11/06/2008. 
� Ao utilizarmos a palavra poupança, queremos dizer todo e qualquer recurso excedente nas mãos dos agentes econômicos. Portanto, não entendemos aqui poupança como produto financeiro disponível nas instituições financeiras.
� Dealears: Instituições Financeiras escolhidas pelo BACEN como seus representantes.
� CMN: Conselho Monetário Nacional
� SFN: Sistema Financeiro Nacional
� COPOM: Comitê de Política Monetária do Banco Central
� Valores Mobiliários: Títulos, ações, debêntures e quotas de fundos de investimento coletivos.
� CDB: Certificado de Depósito Bancário
� RDB: Recibo de Depósito Bancário
� Float: permanência de recursos transitórios dos clientes no banco.
� EDI: Electronic Data Interchange – Sistema de troca de documentos padronizados.
� CDB: Certificado de Depósito Bancário.
� RDB: Recibo de Depósito Bancário.
� Debêntures: Título emitidos por Sociedades Anônimas não financeiras de capital aberto com a garantia de seu ativo que remunera o comprador em um certo prazo sem dar direito de participação nos bens ou lucros da empresa.
� Spread: Diferença entre o preço do recurso captado e do recurso aplicado.
� FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
� BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento
� American Depositary Receipts é a forma como as ações de empresas estrangeiras são negociadas no mercado acionário norte-americano. É um recibo representativo de uma ação de uma empresa estrangeira que se encontra depositada em um banco no país de origem, negociados nos Estados Unidos.
� Disponível em
<http://www.comoinvestir.com.br/anbid/CalandraRedirect/?temp=5&proj=anbid&pub=T&comp=Acoes&db=&docid=DF89507565EACC8683257102006D45EA>. Acesso em: 22/09/08.
� Disponível em: <http://comhistoria.blogspot.com/2007/12/origem-da-bolsa-de-valores.html>. Acesso em: 06/10/08.
Unidade de Educação a Distância | Newton Paiva
 3 | P á g i n a 
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