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1 FACULDADE DE ENSINO DE MINAS GERAIS FACEMG – UNIDADE VENDA NOVA III Amanda Sousa Aguiar Bárbara Carolina Ribeiro de Novaes Gabrielle Matos Novaes Ida Cassia Abouid Moreira Maíra Evelyn Silva Angelino Maria Helena Martins Paulo Luiz Lopes Rafaella Stephanie Paixão Ferreira MICRORGANISMOS PRODUTORES DE BETALACTAMASE Belo Horizonte 2018 2 MICRORGANISMOS PRODUTORES DE BETALACTAMASE Atividades Práticas Supervisionadas, do Curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Ensino de Belo Horizonte – FACEMG, como requisito parcial para conclusão do semestre. Orientador: Profª Débora Costa Reis. Belo Horizonte 2018 3 SUMÁRIO 1. Introdução...............................................................................................................4 1.1 ESBL no Brasil.......................................................................................................4 2. Patologias causadas por ESBL................................................................................5 2.1 INFECÇÕES URINÁRIAS....................................................................................5 2.2 PNEUMONIA.........................................................................................................6 2.3 INFECÇÕES POR FERIDAS OPERATÓRIAS....................................................6 3. Betalactamase.........................................................................................................7 3.1 Histórico..................................................................................................................7 3.2 Origem da resistência..............................................................................................8 3.3 Mecanismo de resistência.......................................................................................9 3.4 Tratamento............................................................................................................10 3.5 Prevenção..............................................................................................................10 3.5.1USO GERENCIADO DE ANTIBIÓTICOS .....................................................10 3.5.2HIGIENE DAS MÃOS......................................................................................11 4. Importância clínica das β – lactamase .................................................................11 5. Considerações finais.......... ..................................................................................11 6 Referências bibliográficas .....................................................................................11 4 Resumo A produção de betalactamases de espectro estendido (ESBL) constitui o principal mecanismo associado à resistência aos antibióticos betalactâmicos, como penicilinas, cefamicinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenens. A disseminação de bactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (ESBL) têm sido retratadas como grande problema de saúde pública, especialmente no que diz respeito a patógenos associados às infecções relacionadas com a assistência à saúde. No Brasil, a maior preocupação inclui as altas taxas de resistência a Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, embora as ESBL estejam amplamente disseminadas entre os membros da família Enterobacteriaceae e sejam descritas como enzimas do tipo TEM, SHV, CTX-M, VEB, BES e GES em diferentes estados. As enzimas dos grupos CTX-M-2, CTX-M-8 e CTX-M-9 são as mais prevalentes em território brasileiro. Além do ambiente hospitalar, as ESBL de origem comunitária e ambiental têm sido retratadas. Dessa forma, faz-se necessária a regulamentação do uso de antimicrobianos, a fim de evitar a disseminação de bactérias resistentes. Palavras-chave: ESBL, betalactamases, resistência bacteriana. Abstract The production of extended spectrum betalactamases (ESBL) is the main mechanism associated with resistance to beta-lactam antibiotics, such as penicillins, cephamycins, cephalosporins, monobaccharides and carbapenems. The dissemination of ESBL-producing bacteria has been portrayed as a major public health problem, especially with regard to pathogens associated with health care-related infections. In Brazil, the highest concern includes high resistance rates to Klebsiella pneumoniae and Escherichia coli, although ESBL are widely disseminated among members of the Enterobacteriaceae family and are described as TEM, SHV, CTX-M, VEB, BES, and GES in different states. The enzymes of the CTX-M-2, CTX-M-8 and CTX-M-9 groups are the most prevalent in Brazil. In addition to the hospital environment, ESBLs of community and environmental origin have been portrayed. Thus, it is necessary to regulate the use of antimicrobials in order to avoid the spread of resistant bacteria. Key-words: ESBL, betalactamases, bacterial resistance. 1. Introdução As bactérias são seres unicelulares procariontes, encontradas em forma de colônias ou isoladas. Algumas delas são inofensivas (benéficas) para o seu hospedeiro, outras causam patologias graves. A produção de β–lactamases de espectro estendido (ESBL) é o principal mecanismo de resistência das bactérias gram-negativas aos antimicrobianos β-lactâmicos. A produção de enzimas β-lactamases, tem sido relatada como um importante mecanismo de resistência a antibióticos β-lactâmicos, hidrolisando o anel beta-lactâmico pela quebra da ligação amida, perdendo assim, a capacidade de inibir a síntese da parede celular bacteriana (Williams, 1999). por genes presentes em elementos genéticos móveis, como plasmídeos, transposons e integrons, os quais também carregam genes de resistência a outras classes de antibióticos, de modo que o isolamento de cepas produtoras de ESBL multirresistentes é a principal causa de falha terapêutica, levando ao aumento considerável de morbidade por infecções bacterianas. 1.1 ESBL NO BRASIL As ESBL tornaram-se o principal problema de saúde pública no que diz respeito às infecções nosocomiais e comunitárias por membros da família Enterobacteriaceae, destacando-se a rápida disseminação dessas enzimas. No Brasil, a produção de ESBL 5 em Enterobacteriaceae também é alarmante, uma vez que variantes do tipo TEM, SHV, CTX-M, OXA, BES, GES e VEB têm sido descritas. (Figura 1). Em relação à família Enterobacteriaceae, o isolamento de ESBL é descrito em diversos patógenos de origem hospitalar e comunitária, inserindo Klebsiella spp, Escherichia coli, Salmonela enterica, Citrobacter spp, Enterobacter spp, Proteus mirabilis e Serratia marcescensi. Contudo, o ponto de urgência clínica tem sido a alta prevalência de ESBL em Klebsiella spp. e Escherichia coli, os principais enteropatógenos. Figura 1 - Distribuição de ESBL em Enterobacteriaceae no Brasil. 2. Patologias causadas por ESBL 2.1- INFECÇÕES URINÁRIAS As infecções urinárias hospitais geralmente se manifestam após a manipulação do trato urinário, mais frequentemente com cateteres. Cerca de 1% dos pacientes que são submetidos a uma única sondagem, ocorre infecção. Pacientes que utilizam a SVD, o risco de infecção sobe para 3% a 6% por dia de sondagem. Após 10 a 14 dias, pacientes sondados apresentam bacteriúria. Isso significa que todos os pacientes sondados por SVD, em algum momento apresenta infecção. A microbiota entérica é a causa usual de infecções urinárias e as infecções do trato urinário constituem cerca de 30% a 40% de todas as infecções hospitais. Os microrganismos que mais frequentemente causam infecções urinárias nosocomiais, de acordo com os dados do programa National Nosocomial InfectionSurveillance (NNIS) são, Escherichia Coli, espécies de Enterocuccus, P.aeruginosa, espécies de 6 Candida, Klebsiella pneumoniae, espécies de Enterobacter, Proteus mirabilis, estafilococos coagulase-negativos, outros fungos, espécies de Citrobacter e S. aureus. (Goldman, 2009). 2.2 PNEUMONIA As infecções pulmonares podem ocorrer após a aspiração de secreções que carregam microrganismos do trato respiratório ou de conteúdo gástrico regurgitado. As taxas de pneumonia em pacientes imunocomprometidos variam de 6% a 30%, com risco de 1% a 3% por dia de intubação e ventilação mecânica. Os agentes microbianos que mais frequentemente causam pneumonia nosocomial, de acordo com os dados do NNSI, são S. aureus, P. aeruginosa, espécies de Enterobacter, Klebsiella pneumoniae e E. Coli. A maioria dos pacientes que contraem pneumonia nosocomial esteve sob ventilação mecânica em uma UTI. Vários fatores determinam o risco de pneumonia nosocomial nesses pacientes. Em um paciente em estado grave, em supino e ventilação mecânica, as secreções orofaríngeas se acumulam na orofaringe e no espaço isoglótico, acima do balão do tubo traqueal, formando um reservatório de secreções altamente contaminadas. São aspiradas para o parênquima pulmonar ao longo do tubo endotraqueal. O uso de um aparelho que forneça sucção isoglótica, ajuda a evitar o acúmulo dessas secreções e consequentemente reduz a taxa de aspiração e pneumonia precoce associada ao ventilador ( Goldman,2009). 2.3 INFECÇÕES DE FERIDAS OPERATÓRIAS Historicamente, as infecções de feridas operatórias eram quase inevitáveis devido às condições ambientais inadequadas, sanitárias dos hospitais. Hoje, o cenário é oposto, os procedimentos são rigorosamente realizados de acordo com as normas de procedimentos assépticos. Os agentes microbianos causadores de infecções em sítios cirúrgicos são: S. aureus, estafilococos coagulase-negativos, bacilos Gram–negativos, como E. coli, Enterobacter spp. Klebsiella, Serratia e Candida Fatores relacionados cirurgia- paciente contribuem para o risco de infecções cirúrgicas. Ainda que haja medidas de prevenção e os cuidados oferecidos sejam os mesmos, podem ocorrer diferenças nas taxas de infeção pós – cirúrgicas por vários motivos: Maior prevalência nos casos de morbidade entre os pacientes encaminhados para tratamento cirúrgicos (obesidade, diabetes mellitus, doenças vasculares), resulta altas taxas de infecções pós-cirúrgicas. Presença de espaço morto e a presença de tecido morto na ferida (uso excessivo de bisturi). Tricotomia realizada no dia anterior do procedimento cirúrgico. O momento da profilaxia antimicrobiana é uma importante variável para as infecções das incisões cirúrgicas. É necessário certificar de que os antimicrobianos de espectro apropriado sejam administrados com tempo para que níveis do fármaco sejam 7 adequados e tenham sido atingidos no momento da entrada do bisturi na pele e que sejam mantidos durante a cirurgia é a chave para que se tenha sucesso profilático peri- operatória. É de procedimento operacional padrão administrar antibióticos dentro de uma hora antes da incisão para garantir níveis séricos adequados e devem ser administrados se o procedimento levar mais de quatro horas. Por fim, os antibióticos administrados por profilaxia não devem ser continuados por mais de 24 horas após o fim do procedimento, frequentemente não sendo necessários no pós- operatório. Pacientes com feridas intrinsecamente contaminada (apêndice supurado) correm um risco muito maior de infecção intra-abdominal, a despeito de todas as medidas preventivas de infecções. Isso ocorre devido a grande exposição a grandes inoculações microbianas, podendo a infecção está estabelecida antes mesmo no inicio da cirurgia. A descontaminação das vísceras antes do ato cirúrgico é uma das formas eficazes na redução do risco de infecções no pós-operatório. Por fim, as taxas de infecção no pós- operatório também podem ser reduzidas fornecendo-se aos cirurgiões informações sobre esse tipo de complicação (Goldman, 2009). 3. Betalactamase A produção de betalactamases constitui o principal mecanismo associado à resistência aos antibióticos betalactâmicos, como penicilinas, cefamicinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapênicos (Figura 2). A enzima associa-se não covalentemente ao anel betalactâmicos. O anel é, então, atacado pela hidroxila livre do lado do sítio ativo do resíduo de serena, resultando na formação de um grupo acil-éster. A hidrólise finalmente libera a enzima ativa e o antibiótico hidrolisado inativo, formando água e ácido peniciloico. Figura 2- Mecanismo de hidrólise de um antibiótico betalactamico por ESBL 3.1 Histórico A primeira Betalactamase codificada por elemento genético móvel foi identificada na Escherichia coli, isolada de um paciente chamado Temoneira, nome que designou a enzima TEM-1. A localização em plasmídeos e transposons de TEM-1 possibilitou sua disseminação por transferência horizontal, além de outras espécies de 8 Enterobacteriaceae em Pseudomonas aeruginosa, Haemophilus influenza e Neisseria gonorrhoeae. Da mesma maneira, SHV-1 tornou-se mundialmente disseminada. Devido à prevalência e à disseminação das betalactamases, as cefalosporinas de terceira geração foram introduzidas na prática médica na década de 1980, tendo estrutura molecular resistente à ação das enzimas descritas até então. Porém, a pressão seletiva exercida pelo uso intensivo dessas novas drogas ocasionou a emergência de cefalosporinases com espectro de atividade estendido, de modo que, em 1983, foi feita a primeira descrição de uma ESBL, denominada SHV-2, por diferir-se de apenas um aminoácido da enzima SHV-1. Na América Latina, a primeira descrição de ESBL foi feita no Chile, sendo reportada a presença de SHV-5 em K. pneumoniae. 1990, Bauerfeind reportou na Alemanha a produção de uma cefalosporinas e não pertencente às famílias TEM ou SHV, denominada de CTX-M-1, idêntica à enzima MEN-1, identificada na França. No mesmo período, vários relatos da enzima CTX-M-2 ocorreram na Argentina. Posteriormente, o sequenciamento do gene codificador da enzima FEC-1 ( descrita no Japão em 1986, demonstrou sua similaridade com outras enzimas do tipo CTX-M; foi esta a primeira descrição de enzima do tipo CTX-M. Desde então, as enzimas da família CTX-M disseminaram-se de forma acelerada nos cinco continentes. Dados presentes na literatura sugerem que elas se tornaram mais prevalentes que as enzimas do tipo TEM e SHV. No Brasil, a primeira enzima do tipo CTX-M foi identificada na década de 1990. Outras famílias de ESBL têm sido identificadas em menor número: PER, GES, VEB, BES, TLA, SFO e IBC. Infelizmente, não existem programas de vigilância de abrangência nacional referentes à resistência bacteriana e a seus mecanismos, tornando-se difícil estimar a proporção de produtores de ESBL na federação. Por outro lado, as enzimas pertencentes à família CTX-M são predominantes na América do Sul, assim como na Espanha e no Leste Europeu ( Bonnet,2000). 3.2 Origem da resistência A resistência a antibióticos está associada á expressão fenotípica dos organismos procariontes, e que pode apresentar três formas: resistência natural, adquirida ou por susceptibilidade. A resistência natural faz parte das características do microrganismo, ou seja, faz parte da sua herança genética, que é transmitida de maneira que não ocorra a perda da característica para a prole. O que determina nesse tipo de resistência é a presença ou ausência do alvo para ação do antimicrobiano. A resistência adquirida se dá , quando ocorre o aparecimento de resistência em uma determinada espécie bacteriana anteriormente sensível a droga, que resultou da mutação de genes reguladoresou estruturais. Os genes geralmente são adquiridos através de elementos móveis, como os plasmídeos. Já a susceptibilidade aos antibióticos, se resulta da ausência total de mecanismos de resistência, dando a possibilidade das bactérias sobreviverem na presença de determinados fármacos. 9 3.3 Mecanismo de resistência Existem vários mecanismos de resistência que podem impedir a ação de antimicrobianos. O fármaco atua através de processos essenciais a multiplicação e sobrevivência da célula bacteriana, inibindo a membrana plasmática e a síntese proteica, ácidos nucleicos e da parede celular. (MURRAY ET al., 2005). A resistência bacteriana é um mecanismo de defesa natural, assim para cada fármaco desenvolvido, em algum momento as bactérias adquirem resistência. O mecanismo que confere resistência surge ocasionalmente da combinação de impermeabilidade da membrana com β-lactamase cromossômicas (Ampc) ou de amplo espectro (ESBL). Entre as bactérias gram-negativas a produção de β-lactamases é o principal fator que ocasiona a multirresistência a antibióticos β-lactamâmicos. Essas enzimas são capazes de hidrolisar os antibióticos, assim geram compostos sem atividade antimicrobiana. Os genes para essas enzimas podem estar nos cromossomos ou nos plasmídeos. São secretadas no espaço periplasmático, espaço entre a membrana celular interna e externa. Algumas dessas enzimas comuns nos bacilos gram-negativos são TEM-1, TEM-2 e PSE-1, elas inativam as penicilinas e algumas cefalosporinas e as cefalosporinas de terceira geração (Figura 3). Todas essas enzimas têm a tendência a ser susceptíveis á inibição pelos chamados inibidores da β- lactamase ( ácido clavulânico, subactam e tazobactam). Altos níveis dessas enzimas podem ser reduzidos ou desreprimidos estavelmente, ocasionando dessa forma, a resistência ás combinações de penicilinas e a maioria das cefalosporinas. Estas β-lactamases Ampc também se disseminaram para a Klebsiella pneumoniae e para E. coli. Os carbapenêmicos, não são inativados por essas β- lactamases. A identificação de um microrganismo é feita através de testes bioquímicos que demonstram a atividade metabólica do isolado. Se a identificação não for possível por métodos bioquímicos convencionais, podem ser realizados métodos alternativos, como a resistência natural das espécies conhecidas e produção de β-lactamases. Existem outras formas de diagnósticos e elas são: focalização isoelétrica, disco-difusão, E-test, e teste de Hodge modificado ( Goldman,2009). Figura 3 - Estrutura dos antibióticos beta-lactâmicos 10 3.4 Tratamento As cefalosporinas de primeira geração são ativas contra os estafilococos, estreptococos, bacilos gram-negativos, como Klebsiella pneumoniae. Usados primeiramente como alternativa para a penicilina nas infecções estafilocócicas e estreptocócicas e em métodos profiláticos cirúrgicos. As cefalosporinas de segunda geração tem maior atividade contra H. influenzae, incluindo as cepas produtoras de β- lactamase. São usados como agentes alternativos nos casos de infecções dos tratos respiratórios superiores e inferiores. As cefalosporinas de terceira geração são de 10 a 100 vezes mais potentes que as cefalosporinas de segunda geração. O aztreonam é um agente alternativo, o único monobactâmico disponível capaz de ser ativo apenas em bactérias gram- negativas e que não parece causar reação adversa em pacientes com reações alérgicas a outros β-lactâmicos. 3.5 Prevenção 3.5.1 USO GERENCIADO DE ANTIBIÓTICOS Aperfeiçoar ou diminuir o tempo de uso dos antimicrobianos é uma das maneiras de controlar as infecções resistentes aos antibióticos. As bactérias podem sofrer mutações cromossômicas naturalmente ou por adesão de material genético de outras bactérias, tornando-as resistentes aos antibióticos.O uso prolongado de antibióticos pode promover uma pressão seletiva para a sobrevivência desses patógenos. É estimado que, em sete dias de uso de fármacos antimicrobianos, há um aumento significativo ao risco de emergência de resistência antimicrobiana. Desse modo, o uso inapropriado ou prolongado de antibióticos pode selecionar patógenos resistentes aos antimicrobianos. Estudos associaram que o uso de antimicrobianos e a colonização ou infecção por organismos resistentes se dá, pelo uso de agentes de amplo espectro ( Goldman,2009). 3.5.2 HIGIENE DAS MÃOS A higienização das mãos realizada adequadamente reduz consideravelmente a transmissão nosocomial de organismos resistentes. A realização inadequada da lavagem das mãos é geralmente considerada como o maior fator de transmissão paciente- profissional-paciente das infecções associadas aos cuidados com a saúde. Mãos visivelmente sujas ou contaminadas devem ser lavadas com água e sabão, e as mãos que não há sujidades visíveis devem ser descontaminadas com solução de base alcoólica. Esses produtos tem ação bactericida rápida, fáceis de manusear, sem necessidade de usar pia, aperfeiçoam o tempo ( Goldman,2009). 11 4. Importância clínica das β – lactamase A incidência crescente da produção de β-lactamases por patógenos presentes na comunidade como em hospitais, tem exercido um impacto considerável na maneira de prescrever os antimicrobianos. No tratamento de infecções comuns adquiridas pela comunidade tais como infecções do trato urinário (ITU), otite média ou pneumonia, o uso de penicilinas tem diminuído, aumentando assim, o uso de associações de penicilinas ou cefalosporinas de segunda e terceira geração com algum inibidor de b- lactamase (Nicolas-Chanoine, 1996). Os microrganismos produtores de ESBL ocorrem com frequência em surtos e causam um dilema terapêutico devido ao padrão de resistência a múltiplas drogas. Esses microrganismos também causam uma preocupação com o controle da infecção devido à disseminação de cepas de paciente para paciente, e pelo aparecimento de cepas policlonais devido à transmissão de elementos genéticos entre cepas e gêneros distintos de bacilos Gram-negativos (Patterson, 2000). 5. Considerações finais A pesquisa sobre microrganismos produtores de betalactamase é de grande importância e de modo altamente relevante, tornando possível limitar a sua disseminação, através de métodos de gerenciamento de antimicrobianos. A ampla resistência dessas microrganismos mostra a necessidade de limitar ao máximo o uso de antibióticos β-lactâmicos, preveção através de ações e medidas de higienização das mãos e cuidados de enfermagem aos pacientes imunossuprimidos, evitando surtos endêmicos. 6. Referências bibliográficas BONNET, R. et al. A novel CTX-M β-lactamase (CTX-M-8) in cefotaxime-resistant Enterobacteriaceae isolated in Brazil. Antimicrob Agents Chemother, v. 44, n. 7, p. 1936-42, 2000. DA SILVA , Ketrin Cristina ; LINCOPAN, Nilton . Epidemiologia das betalactamases de espectro estendido no Brasil: impacto clínico e implicações para o agronegócio. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v48n2/a04v48n2.pdf > acesso em 12/10/2018. GOLDMAN, LEE ; ALSIELLO, DANIEL. Cecil Medicina.v 2, 23rd .Elsevier. Rio de Janeiro,BRA,2009. 12 JACOBY, G.A. Desenvolvimento da resistência em patógenos Gram-negativos. Relatório especial de Hospital Practice “Patógenos emergentes nas doenças infecciosas”, McGraw-Hill Company, p. 14-19, 2000. MURRAY,P.; ROSENTHAL, K.; PEALLER, M. Microbiologia Médica. 5 ed. Elsevier .Mosby,USA , 2005. NICOLAS-CHANOINE, M.H. Impact of β-lactamases on the clinical use of β-lactam antibiotics. Intern. J. Antimicrob. Agents, 7:21-26, 1996. PATERNSON, D.L. β-lactamases de amplo espectro. Relatório especial de Hospital Practice “Patógenos emergentes nas doenças infecciosas”, McGraw-Hill Company, p. 22-27, 2000. WILLIAMS, J.D. β-lactamasesand β-lactamase inhibitors. Inter. J. Antimicrob. Agents, 12: 3-7, 1999. 13 14
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