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seção 2- Resposta à Acusação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 02ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DO AMAPÁ/AP
PROCESSO N° 00000000000
PAULO LAS VEGAS, Casado, Servidor público, com CPF sob nº XXXXXXXXXXX, endereço eletrônico, domiciliado no endereço XXXXXX, nascido em 1º de janeiro de 1991, na cidade de Amapá, no estado do Amapá, por meio de seu advogado vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
Com fundamento no art. 406 do CPP, nos autos da Ação Penal movida pelo Ministério Público do estado do Amapá pó pelos de fato e de direito a seguir expostos:
Se faz necessário aclarar antes da exposição fática, que a resposta a acusação se encontra tempestiva, posto que o Réu foi citado no dia 02 de setembro de 2011, tendo até a presente data como prazo final.
I – DOS FATO S
O réu foi denunciado pelo ministério público no dia 10 de maio de 2011 (terça-feira), no qual lhe imputou a suposta prática de crime descrito no art.121 do código penal qualificado em razão do crime ter ido praticado por motivo fútil, e de recurso, que impossibilitou a defesa da vítima.
Ocorre que o Promotor de Justiça embasou sua acusação nos fatos e argumentos apresentados pelo Réu (legítima defesa). Assim, ele não se valeu daquela primeira versão, trazida por parte do vizinho Douglas Texas, deixando de narrar, na denúncia, fatos ilícitos e que se relacionem às qualificadoras, ou seja, não apresentou circunstâncias atinentes ao crime e às suas qualificadoras.
No dia 5 de junho de 2011, os autos foram conclusos ao magistrado, que não recebeu a denúncia, alegando, para tanto, ausência de pressupostos processuais, nos termos do art. 395, II, do CPP. Inconformado, o Ministério Público recorreu em sentido estrito, tendo a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amapá, em 5 de agosto de 2011, publicado acórdão que deu provimento ao recurso ministerial, sem, contudo, ter havido qualquer intimação do Réu ou sua defesa para apresentação de contrarrazões recursais. 
Comunicada a decisão proferida pelo Tribunal de Justiçado Amapá, já transitada em julgado, ao magistrado de Amapá, o Réu foi citado em 2 de setembro de 2011 (sexta-feira) para apresentação da resposta a acusação, sendo que o mandado cumprido foi devidamente juntado aos autos no dia 8 de setembro (quinta-feira), e a publicação acerca do recebimento da denúncia somente em 9 de setembro (sexta-feira).
II – DAS PRELIMINARES
Antes de adentrar ao mérito da questão, importante destacar que houve desrespeito a uma das garantias fundamentais do ser humano no qual o art. 5°, LV:
“assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral, o contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes” 
Indispensável lembrar também o que diz a Súmula 707, do STF, no qual informa que: 
“constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”.
Desse modo Excelência, é irrefragável que a ausência de intimação do Réu para apresentar contrarrazões resultou em prejuízo para o mesmo, devendo, portanto, os atos praticados a partir dessa ausência, ser anulados como dita o art. 564, III, alínea “o” do CPP e também o inciso IV, do mesmo artigo, gerando os efeitos “ex tunc”.
III – DO MÉRITO
Superado o tópico preliminar, verifica–se necessário o desenvolvimento, no que tange ao mérito.
Inicialmente cumpre destacar que o ministério público embasou sua acusação nos fatos e argumentos apresentados pelo Réu, deixou de narrar, na denúncia, fatos ilícitos e que se relacionem às qualificadoras, imputadas na denúncia, não apresentou circunstâncias atinentes ao crime, desse modo, imperioso destacar o disposto no art. 395, II do CPC: 
“A denúncia ou queixa será rejeitada quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal” 
Verifica-se que pelo fato do ministério público não ter apresentado fatos ilícitos, e tão somente embasando a acusação nos fatos e fundamentos apresentados pelo Réu, no qual alegou legítima defesa que é uma das excludentes de ilicitude conforme determina o art.23 do CP, ou seja, o fato não constitui fato ilícito, em virtude disso, nota-se a ausência do requisito “possibilidade jurídica do pedido” posto a acusação deve possuir o “ fumus commissi delicti” (fumaça da prática de um direito punível).
Devemos repisar Excelência, de que o Réu agiu em total e legitima defesa, para salvar sua filha, como já dito em seu interrogatório, devemos também nos ater a as provas juntadas nos autos como câmera de segurança, que filmou a dinâmica dos fatos, insta destacar que foram descobertas testemunhas oculares dos fatos que serão qualificadas logo abaixo.
Conforme nos exatos moldes esposados, o Réu requer absolvição sumaria com base no art. 396, I do CPC, apesar dos procedimentos de competência do tribunal do júri, seguir um rito especial no, nada impede de ser utilizado o artigo anteriormente já dito, posto que o art.394 §4° determina que “as disposições do art. 395 a 398 do código penal aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste código.
Não sendo o entendimento de Vossa Excelência, a absolvição sumaria do Réu, o que não se espera, requer o regular processamento do feito, com a devida audiência de instrução e julgamento, no qual pretende o Réu provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, e em especialmente a inquirição de testemunhas.
IV – DO PEDIDO
Por fim, mediante aos fatos aqui expostos, requer-se:
 
a) seja decretada a nulidade dos atos posteriores, diante da ausência de intimação do Réu para contrarrazoar o recurso em sentido estrito oferecido pelo ministério público, com base no art. 5°, LV c/c a Súmula 707, do STF
b) se não for o entendimento de Vossa Excelência de nulidade, seja reconsiderado o recebimento da Denúncia, para rejeitar liminarmente a inicial com base no inciso II do art. 395, do Código de Processo Penal;
c) no caso do recebimento da denúncia seja o réu absolvido, com base no art. 397, I do CPP haja vista a impossibilidade de ter praticado o crime por estar em legitima defesa. 
d) o arrolamento das seguintes testemunhas:
ALINE - profissão (...), idade (...), endereço (...)
BÁRBARA - profissão (...), idade (...), endereço (...)
CARLOS - profissão (...), idade (...), endereço (...)
DOUGLAS TEXAS - profissão (...), idade (...), endereço (...)
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento
Amapá 14 de setembro de 2011
Advogada/OAB

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