Buscar

Depoimento sem dano e suas circunstâncias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEPOIMENTO SEM DANO E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS 
Bárbara Maldonado Dourado 1 (G-FIPAR)
barbaramaldonadodourado@g-mail. Com
Kaíne Amanda da Silva Bueno 
Kaine.amanda@gmail 
Mônica Renata Dantas Mendonça (FIPAR/UFMS)
psimonicadantas@gmail.com
RESUMO
A Lei nº 13.431/2017, identificada como Depoimento Sem Dano (DSD) ou Depoimento 
Especial (DE), estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima 
ou testemunha de violência e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). A escuta consiste na entrevista (oitiva) da criança ou adolescente 
vítima ou testemunha da situação de violência, em local acolhedor que garanta-lhe a 
privacidade. Este estudo objetiva discutir sobre a atuação da(o) psicóloga(o) jurídico no 
desenvolvimento do DSD. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental, 
de caráter qualitativo. Os resultados afirmam que o DSD revitimiza as vítimas, quando 
prioriza a punição do autor do que a proteção do bem-estar psicológico da vítima. Salienta-se 
que os termos "escuta psicológica" (prática psicológica) e "inquirição" (prática jurídica) são 
erroneamente usados como se fossem sinônimos; há a necessidade dessa distinção, uma vez 
que os procedimentos psicológicos e jurídicos são muito específicos, igualá-los seria o mesmo 
que aviltar o Código de Ética da(o) Psicóloga(o), pois a realização da prática de inquirição 
resultaria em desrespeito à ética profissional. Conclui-se que o DSD é uma prática judiciária, 
pois a vítima presta depoimento, é inquirida pelo magistrado por intermédio de um ponto de 
escuta no ouvido da(o) psicóloga(o) [ou da assistente social], simultaneamente se realiza a 
gravação da audiência em CD, sendo este anexado aos autos do processo judicial. Por esse 
motivo, sugere-se que usar a(o) psicóloga(o) para inquirir a vítima ou testemunha, é aviltante 
à ciência psicológica, e cabe à Justiça suscitar e otimizar outros meios para a condenação dos 
agressores.
Palavras-chave: Depoimento sem dano. Revitimização. Prática psicológica. Prática jurídica.

Continue navegando