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Prova discursiva do professor manoel guedes

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UNIVERSIDADE AUGUSTO MOTTA 
UNIDADE CAMPO GRANDE 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUNS PONTOS DO PROCESSO DE 
EXECUÇÃO 
(À luz do Código de Processo Civil de 2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2020 
 
 
 
LILIANE DE SANT’ANNA – 18201473 
 
 
 
 
 
 
 
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUNS PONTOS DO PROCESSO DE 
EXECUÇÃO 
(À luz do Código de Processo Civil de 2015) 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito para 
obtenção de nota da Disciplina Direito das 
Execuções e Ação Monitória, ministrado pelo 
professor Manoel Guedes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2020
 
 
 
Resumo 
 
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de apresentar pontos específicos do 
Processo de Execução. A elaboração do mesmo se deu cerceada pelo número reduzido de laudas 
permitidas, diante da extensão e complexidade do tema. 
Assim, objetivou em curtas linhas demonstrar alguns elementos subjetivos inerentes à 
temática, ressaltando a característica do mesmo como ramo autônomo do Direito Material. Fato 
que acompanha todo o ramo do Direito Processual Civil. Bem como o fato de que apesar desta 
autonomia o mesmo se pauta pelos princípios contemplados na Constituição Federal, na esfera 
do Direito Penal, assim como pelos valores resguardados pelo Código Civil, e Legislação 
trabalhista que procurem resguardar a dignidade da pessoa humana. 
 
 
Palavras-chave: Processo de Execução, Penhora, Novo Código, Processo Civil, Brasileiro. 
 
 
 
 
Abstract 
 
The present academic work intends to bring specific points of the Civil Execution 
Process. Although the reduced number of pages allowed made it difficult to explain the 
complexity of the theme, we tried to emphasizing its characteristic as an autonomous branch of 
Material Law. As well as the fact of his autonomy be guided by principles contemplated in the 
Brazilian legal system who intends to regard the human rights. 
 
Keywords: Civil Execution Process, Human, Rights, New, Order, Brazilian, garnishment. 
 
 
 
 
 
Introdução 
O Direito Processual Civil é Direito Formal, considerado, na atualidade, um ramo 
autônomo em relação ao Direito Material. Apesar de assim ser tratado, não seria coerente 
vislumbrar um conjunto de procedimentos que visassem conduzir o nada a lugar algum. Neste 
sentido, a autonomia a que se refere a doutrina se encontra vinculada a algumas situações nas 
quais não existe a necessidade de se acionar primeiramente um direito material para que haja a 
movimentação na esfera Processual Civil. 
Do processo de execução 
Para que qualquer ação seja proposta é necessário cumprir os elementos que lhe confiram 
existência e validade. Dentre estes encontra-se a legitimidade para a propositura da mesma. 
Assim, também no Processo de Execução há necessidade de figurar partes legítimas e capazes 
tanto no polo ativo quanto no passivo. 
As partes legítimas podem ser originárias ou superveniente. Serão originárias se figuraram 
desde a origem da obrigação. E serão supervenientes quando figurarem em subsequência em 
relação à formação originária. Os legitimados supervenientes poderão figurar tanto no polo 
ativo quanto no polo passivo da obrigação exequenda. Quando aquele que sucede figura no 
polo passivo recebe o nome de responsável pela obrigação. Este tipo de substituição processual 
encontra-se elencada no art. 778 do NCPC. 
Cumpre ressaltar a nomenclatura dos polos, posto que a palavra passivo vincula aquele que 
sofrerá a decisão. E o polo ativo vincula aquele que dará impulso às etapas que levarão à 
decisão. 
O NCPC dividiu o Processo de Execução em dois tipos. Aquele oriundo e fundamentado 
em título judicial que será tratado como sequência do Processo de Conhecimento, na 
modalidade cumprimento de sentença. Ainda que possua a força de uma Execução. E o 
Processo de Execução propriamente dito, fundamentado em título extrajudicial. O Processo de 
Execução em sentido lato, possui natureza executória, ou seja, nele não existe a análise do 
mérito. Por isso, faz-se necessário que seja consubstanciado com um título executivo judicial, 
nos moldes do Art.515 NCPC ou título extrajudicial elencados no Art. 784 do NCPC, nos 
moldes do Art. 771 do NCPC.1 
 
1 Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, 
também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de 
cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva. 
 
 
Da inexistência de análise de mérito e suas consequências 
 
As condições inerentes ao título para cobrança de crédito vem expressa no Art. 783 
NCPC: A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, 
líquida e exigível. E isso se dá justamente porque não haverá a análise de mérito. Diante do 
Processo de Execução não poderá haver dúvida sobre as partes, o direito envolvido, a prestação 
a ser cumprida, e o título que valida o fato. 
Inexistindo a análise de mérito o que se busca no processo de Execução? Um 
cumprimento que restitua ao credor parte do patrimônio seu que está em poder do devedor. 
Assim, o caráter satisfativo tanto utilizado na Doutrina, pode ser traduzido como o cumprimento 
de um acordo feito de livre consciência (não passível de vícios) entre as partes, que gerou 
obrigações para ambos os lados. E que uma das partes, mesmo tendo cumprido a sua obrigação, 
não recebeu a contraprestação da outra. E assim, portando título líquido, certo, e exigível 
mediante o ordenamento vigente busca o Estado-Juiz para conduzir a parte ré (não cumpridora 
da obrigação) ao cumprimento da mesma. 
Dos títulos 
As principais características dos títulos judiciais para fins de Execução são a presunção de 
veracidade, liquidez (ou iliquidez, caso em que se procurará apurar a mesma) e auto 
executividade. O fato que a doutrina atual denomina como procedimento incidental sincrético, 
no Novo Código de Processo Civil de 2015 deixa de ser realizado em duas fases (Conhecimento 
e Execução) passando a ser condensado em somente uma que recebe o nome de cumprimento 
de Sentença. E para estes casos a defesa do acusado será a impugnação nos moldes do art. 520 
e do Art. 525 do NCPC. Deste modo, o Processo de Execução propriamente dito será 
fundamentado pelos títulos extrajudiciais. E para estes o procedimento de oposição são os 
Embargos nos moldes do Art. 914 do NCPC. 
Pela natureza do trabalho, não existiria espaço para detalhar amplamente a natureza de 
cada título descrito. Assim, os Judiciais estão descritos no Art. 515 do NCPC2 . Mencionados 
no rodapé desta página. 
 
2 Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não 
fazer ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; 
 
Uma vez que o NCPC preceitua no Inciso I do Art. 803 É nula a Execução se: o título 
extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível. Assim, resta compreender 
as características com que se revestem estes títulos de modo a traduzirem tal expressão. Os 
mesmos estão elencados no Art. 784 do NCPC que para fins didáticos serão divididos de acordo 
com a natureza pública ou particular do título. 
Títulos Executivos Extrajudiciais de natureza Pública – Seriam aqueles cuja confecção ou 
assinatura se deu em algum estabelecimento vinculado a Administração Pública ou Cartórios. 
Trata-se de títulos fornecidospor algum órgão da administração pública, ou alguém que em seu 
nome exerça atividade. A característica principal é a presunção de veracidade. Ou seja, 
presume-se verdadeiro o documento em virtude do estabelecimento que o emitiu. São eles: 
 A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
 O instrumento de transação referendado pelo ministério público, pela defensoria 
pública, pela advocacia pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou 
mediador credenciado por tribunal; 
 O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e 
aquele garantido por caução; 
 O crédito decorrente de foro e laudêmio; 
 A certidão de dívida ativa da fazenda pública da união, dos estados, do distrito federal 
e dos municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
 A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de 
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas 
tabelas estabelecidas em lei; 
 
Títulos Executivos Extrajudiciais de natureza Privada – Seriam aqueles que poderiam ser 
preenchidos em privado, sem a presença de alguém que pela característica do cargo, ou função 
concedesse presunção de veracidade ao documento. São eles: 
 A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
 O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
 O contrato de seguro de vida em caso de morte; 
 O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como 
de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título 
singular ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
 
 
 O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio 
edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde 
que documentalmente comprovadas 
 
Dos títulos Inexequíveis e suas consequências 
Pode ocorrer que o processo de execução seja fundamentado em título fraco, por 
consequência, inexequíveis. Por exemplo, cumpre ter cautela com o instrumento particular 
assinado pelo devedor e por duas testemunhas, pois que ninguém teria dúvidas de que ao 
assinar um cheque estaria se comprometendo a pagar. Também, quem estivesse comprando 
uma televisão, não teria dúvidas que o contrato que assina se trata de obrigação assumida. 
Contudo, um contrato particular (de gaveta) vinculando um bem móvel ou imóvel poderia 
esconder no seu bojo algum vício fraudulento que o destituiria da qualidade exigida para fins 
de título líquido, certo e exigível. Contudo, o réu sempre poderá arguir a nulidade de acordo 
com o Art. 803 do NCPC. 
Sobre o tema assinalamos a seguinte jurisprudência: 
 
TJ-RS - Apelação Cível AC 70074145673 RS (TJ-RS) 
TÍTULO JUDICIAL INEXEQUIVEL. Extinção do Feito - Na espécie, não há 
título judicial apto 
a amparar a presente execução, que condene o ente público ao pagamento dos 
reajustes sobre a função gratificada de assistente especial (FG-08). A sentença 
proferida na ação de 
conhecimento, que fez coisa julgada, condenou o ente público ao pagamento dos 
reajustes sobre a gratificação de direção, o que se mostra inexequível, tendo em vista 
que a parte 
autora exerceu esta função em período não abrangido pelo cálculo em razão da 
prescrição quinquenal - de 30/12/1999 a 15/07/2001. Mantida a extinção do feito. 
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO. UNÂNIME. 
(Apelação Cível Nº 70074145673, 
Vigésima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Helena Marta 
Suarez Maciel, Julgado em 29/08/2017) 
 
Da penhora 
Penhora é um ato presente no ordenamento jurídico de caráter expropriatório que 
permite ao credor apreender dentre os bens do devedor um quantum que lhe seria devido à título 
de prestação inadimplida pelo mesmo. Objetivando preservá-los para posteriormente substituir 
o crédito que lhe teria sido acrescido caso a prestação tivesse sido cumprida em seu momento 
 
vincendo. Ou seja, penhora3 é o movimento realizado diante do devedor solvente no qual serão 
enumerados os bens deste que serão recolhidos para fins de cumprimento ao término da 
Execução. E serão estes tantos quantos forem suficientes para saldar a dívida.4 
Se penhora é a capacidade de gravar com ônus de modo a impedir a alienação de bens, 
então, o seu oposto a impenhorabilidade define que determinados bens não sairão da esfera de 
livre disponibilidade do seu proprietário. 
Restrições à execução e impenhorabilidade 
Ficaram para traz os séculos bárbaros, antes dos primórdios do Direito, período no qual 
os loucos e débeis travestiam sua ignorância cobrando no corpo da pessoa a dívida patrimonial 
adquirida. Assim, o ordenamento vigente impede condenações vinculadas a qualquer ato 
vexatório. Atribuindo a estes inclusive penalidades. 
Neste sentido, cumpre ressaltar a esfera jurídica do réu. Posto que não seria adequado 
ao Estado-Juiz mobilizar toda a estrutura judiciária para fins persecutórios fundamentado em 
ações onde pairassem dúvidas de mérito, de modo que gerassem sentenças viciadas passíveis 
de reforma. Ou nas palavras de FERNANDES (2016) resguardando a liberdade patrimonial e 
a segurança psicológica do cidadão.5 
Então, quando se fala em Execução e suas consequências sabe-se que as mesmas estão 
limitadas aos parâmetros permitidos pelo ordenamento jurídico vigente. Ou seja, todos os 
Direitos Civis, Penais, Constitucionais do réu serão respeitados, pois estes são considerados 
inalienáveis e impenhoráveis. 
Consoante com este entendimento alguns bens são expressamente designados no Art. 
833 do NCPC como impenhoráveis. Isto existe para resguardar o mínimo existencial para o 
 
3 Penhora segundo Humberto Theodoro Jr. 
“... a penhora sendo um ato do processo executivo, objetivando a individualização e a preservação dos bens que são submetidos 
ao processo de execução, ou seja, penhora é um ato de apreensão judicial de bens do devedor e tem a finalidade de garantir a 
satisfação do direito de crédito do credor Theodoro Júnior, 2004 (Apud SILVA, Beatriz Ormonde, et al). 
 
4 Para NORA (2018) ... é a maneira de restringir a venda de um determinado bem, a fim de resolver a obrigação, ou parte 
dela, com determinado credor. 
5 Na mesma direção, faz-se um rápido esclarecimento de que a esfera jurídica do réu, no caso de condenação, não pode ser 
invadida por meio executivo não previsto na lei, garantindo-se assim a liberdade patrimonial e a segurança psicológica do 
cidadão. Essa segurança seria derivada da certeza do direito, ou da garantia de que somente poderiam ser utilizados os meios 
executivos tipificados em lei, devido ao princípio da tipicidade. O réu sempre terá, todavia, meios para se defender através de: 
impugnação no cumprimento de sentença, ou embargos no processo de execução, dada a imperatividade dos princípios do 
devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. 
 
 
devedor. Dentre estes cumpre mencionar o salário, a moradia6, bens necessários à própria 
existência, bens para fins de trabalho, em meio a tantos outros. 
Em relação à permissão de penhora para frutos de bens inalienáveis, disposta no Art. 
834 do NCPC também existe uma restrição caso se tratasse de meio de sustento. Ou seja, o 
pequeno agricultorque tivesse na venda dos frutos de seu pomar o seu meio de subsistência, 
não poderia ter os mesmos penhorados. Se fosse de outro modo, haveria contrassenso. 
Outrossim, cabe ressaltar que o processo de Execução busca devolver ao credor aquilo 
que é seu. De modo que se emprestou a devedor solvente, então, este terá patrimônio para saldar 
as dívidas. Se de algum modo tiver explorado a miséria alheia. Então, terá que executar os bens 
de alguém que não os possui. Este é o devedor insolvente. Aquele que não possui com o que 
quitar a dívida. 
Dos bens penhoráveis 
O Art. 835 do NCPC7 descreve o rol dos bens penhoráveis, bem como a sua preferência. 
Mencionando no parágrafo primeiro a penhora preferencial em dinheiro. E no parágrafo 
segundo que para fins de substituição de penhora são equiparadas a fiança bancária, e o 
seguro de garantia judicial. Ou seja, se o credor quiser substituir os bens penhorados, então, 
 
6 No que concerne aos bens de família, a lei 8009/90 determina os bens de família que não poderão ser penhorados no processo 
de execução. Lembrando que de acordo com o Art. 833 § 1º NCPC o bem imóvel poderá ser penhorado se a dívida for para 
“aquisição” do próprio imóvel, ou para dívida relativa ao mesmo, ou seja, dívida que vincule o próprio imóvel e não 
fundamentada em vínculo pessoal. 
7 Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I. dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II. títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; 
III. títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV. veículos de via terrestre; 
V. bens imóveis; 
VI. bens móveis em geral; 
VII. semoventes; 
VIII. navios e aeronaves; 
IX. ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X. percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI. pedras e metais preciosos; 
XII. direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; 
XIII. outros direitos. 
 
 
poderá utilizar-se destas modalidades desde que em valor não inferior aos solicitados na 
petição inicial. 
 
Considerações Finais 
O Processo de Execução, em lato sensu, é um meio de fazer cumprir em esfera Cível 
utilizado nas obrigações de fazer, de não fazer, de entrega de coisa certa ou incerta, obrigação 
de pagar, obrigações contra a fazenda pública, execução fiscal, prestação de alimentos e 
execução coletiva. 
 Um leigo poderia entender que se trata de um instrumento de coação8, e não coerção9. 
Principalmente quando se utilizam expressões como execução forçada, satisfação do credor, 
dentre outras que em um contexto longe dos parâmetros de Direito, poderia indicar algum tipo 
de relação ditatorial hierarquizada de um ente forte e poderoso, em detrimento da parte fraca. 
Contudo, se fosse assim, o próprio Direito nem teria razão de existir podendo cada um sacar de 
suas armas e voltar aos tempos das barbáries. 
Assim, cumpre fazer um trocadilho entre a palavra vigente e a expressão “vi gente” que 
remonta à lei de talião, olho por olho e dente por dente. No Direito vigente, não é sobre o corpo 
da pessoa que recai a cobrança da dívida. E tanto credor quanto devedor já estão cientes que 
em caso de inadimplência de devedor insolvente, o credor “ficará no “ora veja”. E esta é a 
punição dada em forma de responsabilidade subjetiva àquele que ciente de que o devedor não 
tem como arcar com a dívida assumida, assim o faz à custa da exploração da miséria alheia. 
Deste modo, nestes tempos a responsabilidade que se busca não é somente àquela 
vinculada ao pacta sunt servanda. Como também, a responsabilidade que vise ao equilíbrio 
social no qual cada ente da sociedade é credor e devedor de Direitos e Obrigações para com o 
todo compartilhado. E assim, busca-se o Estado-Juiz para restaurar o equilíbrio entre as partes. 
 
 
8 
Coação consiste na ação de coagir, ou seja, forçar alguém a fazer algo contra a sua vontade. < 
https://www.significados.com.br/coacao/> 
 
 
9 A coerção social é um conceito do sociólogo e antropólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), aplicado em sua teoria 
sobre o fato social (princípios, regras e forma de controle e organização de uma sociedade). < 
https://www.significados.com.br/coercao/> 
 
 
 
 
https://www.significados.com.br/coacao/
https://www.significados.com.br/coercao/
 
 
Referências Bibliográficas 
Comentários do artigo 831 ao artigo 836 do Novo CPC. Disponível em < 
https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-831-a-836-do-novo-cpc/> Acessado em 08/04/2020. 
Das espécies de bens impenhoráveis – Resumo. Disponível em 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/as-especies-de-bens-impenhoraveis/> 
Acessado em 08/04/2020. 
Espécies de processo, cumprimento de sentença e execução de títulos executivos 
extrajudiciais. Disponível em <https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/121/Execucao-civil-
introducao-Novo-CPC-Lei-no-13105-15> Acessado em 07/04/2020. 
FERNANDES, Leonardo Ronny. O processo de execução à luz do Novo Código de Processo 
Civil. 2016. 26 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) - Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Caicó, 2016. 
<https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/rcursodeespecializacao_latosensu/direito_processual_c
ivil/edicoes/n6_2017/pdf/LeonardoBrandaoMagalhaes.pdf> Disponível em acessado em 
07/04/2020>. 
NORA, Anagley. Da penhora: Definições e finalidade. Disponível < 
https://jus.com.br/artigos/65877/da-penhora-definicoes-e-finalidade> Acessado em 
07/04/2020. 
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2018/2015/lei/l13105.htm> Acessado em 07/04/2020. 
ROMANO, Rogério Tadeu. Os títulos executivos no código de Processo Civil de 2015. 
Disponível em < https://jus.com.br/artigos/51032/os-titulos-executivos-no-codigo-de-
processo-civil-de-2015> Acessado em 07/04/2020. 
SILVA, Beatriz Ormonde, et al. Penhora: Anotações do Código Civil. Disponível em < 
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SOBREIRO, Renan Teixeira. As teorias da ação no direito processual civil. Disponível em 
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07/04/2020. 
https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-831-a-836-do-novo-cpc/
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/as-especies-de-bens-impenhoraveis/
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/121/Execucao-civil-introducao-Novo-CPC-Lei-no-13105-15
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/121/Execucao-civil-introducao-Novo-CPC-Lei-no-13105-15
https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/rcursodeespecializacao_latosensu/direito_processual_civil/edicoes/n6_2017/pdf/LeonardoBrandaoMagalhaes.pdf
https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/rcursodeespecializacao_latosensu/direito_processual_civil/edicoes/n6_2017/pdf/LeonardoBrandaoMagalhaes.pdf
https://jus.com.br/artigos/65877/da-penhora-definicoes-e-finalidade
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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