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Este arquivo contém todo o conteúdo da Unidade 8 desta disciplina. O material final - com a formatação da Unigranrio - estará disponível em breve. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD) LIVRO DIDÁTICO Equipe de produção NEAD Curso: Física Coordenador: Elvio Machado Martins Junior Disciplina: Mecânica dos Sólidos Prof. Conteudista: Reniene Maria dos Santos Bandeira Designer Instrucional: Roberta Prevedello APRESENTAÇÃO Capítulo 8. Reações de Apoio Para início de conversa… Olá Nesta Unidade de Aprendizagem iremos trabalhar com o conceito de reações nos apoios. Para isso é preciso ter o conhecimento de corpos rígidos em equilíbrio. Lembrando que para um corpo estar em equilíbrio significa que todas as resultantes das forças que atuam sobre ele são nulas e a soma dos momentos são nulos. Estes requisitos são condições suficientes e necessárias para haver equilíbrio. O diagrama de corpo livre é a etapa mais importante para a solução de problemas de cálculo de reações nos apoios. É necessário representar claramente e completamente todas as cargas atuantes no corpo rígido. Há um detalhe importante como, a omissão de uma carga ou a inclusão de qualquer carga não existente no corpo isolado em questão, acarretará em resultados errados. Aqui estudaremos uma questão suficiente que está na característica dos vínculos. Vínculos significa o impedimento de movimento. Esse movimento impedido é representado pelas cargas reativas. Essas serão determinadas com a utilização das equações de equilíbrio. Dado o exposto, ficará claro determinar por exemplo quantas reações existem em apoios ou vínculos tipo rolete, ou articulação, ou fixo. Além de ser possível definir o valor escalar dessas reações nos apoios, direção e sentido. Então, vamos começar? Objetivos de Aprendizagem - Aplicar os conhecimentos construídos em análise de estruturas, determinando as reações de apoio. 1. Definição e classificação A principal função dos apoios é restringir o grau de liberdade da estrutura por meio das reações de apoios. Existem três graus de liberdade, tais como: Translação no eixo X; Translação no eixo Y; Rotação. Por conseguinte, se um apoio impede a translação de um determinado corpo em uma direção, logo uma força é desenvolvida no corpo nessa direção. E se a rotação é restringida, um momento de binário é exercido sobre o corpo. Os apoios simples de primeiro gênero são aqueles com objetivo de restringir os esforços em relação a uma direção, ou melhor, em um só eixo X ou Y (Figura 1 e 3). Dessa forma, permite a translação no outro eixo assim como a rotação. Sendo assim, tem-se apenas uma reação de apoio (Figura 2 e 4). Este apoio é conhecido, por exemplo, como rolo ou balancim. Figura 1: Simbologia do apoio simples de 1° gênero vertical. Fonte: autora. Figura 2: Representação das reações no apoio de 1° gênero vertical. Fonte: autora. Figura 3: Simbologia do apoio simples de 1° gênero horizontal. Fonte: autora. Figura 4: Representação das reações no apoio de 1° gênero horizontal. Fonte: autora. Os apoios de segundo gênero são aqueles com objetivo de restringir os esforços em relação a duas direções, ou melhor, ao eixo X ou Y (Figura 5 e 7). Dessa forma, não permite a translação em nenhum eixo, porém permite a rotação. Sendo assim, tem- se agora duas reações de apoio (Figura 6 e 8). Este apoio é conhecido, por exemplo, como apoio de articulação ou pino. Figura 5: Simbologia do apoio de 2° gênero vertical. Fonte: autora. Figura 6: Representação das reações no apoio de 2° gênero vertical. Fonte: autora. Figura 7: Simbologia do apoio de 2° gênero horizontal. Fonte: autora. Figura 8: Representação das reações no apoio de 2° gênero horizontal. Fonte: autora. Os apoios terceiro gênero são aqueles com objetivo de restringir os esforços em relação a duas direções, ou melhor, ao eixo X ou Y e também permitem a rotação. (Figura 9). Sendo assim, tem-se agora três reações de apoio (Figura 10). Este apoio é conhecido, por exemplo, como engaste ou apoio fixo. Figura 9: Simbologia do apoio de 2° gênero horizontal. Fonte: autora. Figura 10: Representação das reações no apoio de 2° gênero vertical. Fonte: autora. A Tabela 1 ilustra alguns tipos de apoios para corpos submetidos a sistemas de forças coplanares, sendo que em todos os casos o ângulo θ é conhecido. Aqui é apresentado todos os símbolos utilizados para representar esses apoios e os tipos de reações que ocorrem devido ao contato. Tabela 1: Apoios para corpos rígidos sujeitos a sistemas de forças bidimensionais. Fonte: Hibbeler, 2012 2. Identificação dos tipos de apoio na estrutura Neste tópico é ilustrado algumas imagens reais de apoios em estruturas representando algumas conexões apresentadas na Tabela 1. Tabela 2: Exemplos de apoios em estruturas. Estrutura Tipo de conexão O cabo exerce uma força sobre o apoio na direção do cabo. Conexão 1 Ponte da 14th Street sobre o Rio Potomac em Washington. Esta sobre um apoio de rolo. Conexão 3 Viga-mestra sobre um apoio oscilante, neste caso tem-se um movimento horizontal de forma que a ponte possa se expandir e contrair de acordo com as variações de temperatura. Conexão 5 Viga-mestra apoiada sobre uma base que deve agir como uma superfície de contato lisa. Conexão 6 Estrutura Tipo de conexão Viga apoiada no apoio de pino. Conexão 8 Dobradiça conectando portas. Conexão 8 Estas vigas de uma construção são de piso e elas são soldadas formando engastamento. Conexão 10 3. Cálculo das reações de apoio Para realizar o cálculo de reações de apoio em corpos rígidos com forças coplanares e momentos binários atuantes devemos seguir os procedimentos abaixo: Procedimento 1: Desenho diagrama de corpo livre do corpo rígido, ou seja: Estabeleça os eixos coordenados x e y; Desenhe de uma forma esquemática o corpo rígido em análise; Represente todas as forças e momentos binários que atuam sobre o corpo; Rotule todas as cargas e especifique suas direções em relação aos eixos; Observação: o sentido de uma força reativa e momento binário reativo de intensidade desconhecida, mas com uma linha de ação conhecida deve ser assumida. Indique as dimensões do corpo que são necessárias para o cálculo de momento de forças. Procedimento 2: Aplique as equações necessárias e suficientes para o equilíbrio do corpo rígido, tais como: �𝐅𝐅𝐱𝐱 = 𝟎𝟎 �𝐅𝐅𝐲𝐲 = 𝟎𝟎 �𝐌𝐌𝐎𝐎 = 𝟎𝟎 Comece com a equação de equilíbrio de momento em relação a um determinado ponto, ∑𝐌𝐌𝐎𝐎 = 𝟎𝟎. Assim é possível determinar uma força reativa que é especificada como incógnita. Aplique as equações de equilíbrio de força em relação ao eixo y (∑𝐅𝐅𝐲𝐲 = 𝟎𝟎) e em relação ao eixo x (∑𝐅𝐅𝐱𝐱 = 𝟎𝟎). Caso a solução das equações de equilíbrio produza uma intensidade de força ou momento como um escalar negativo indica que o sentido é oposto ao que foi assumido no diagrama de corpo livre. Exemplo 1: Determine as reações no apoio fixo (ponto A) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 11: Viga de apoio engastado e carga concentrada. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre Neste caso temos um apoio de 3° gênero, ou seja, temos três forças reativas. Este apoio pode ser verificado na Tabela 1, apoio de conexão número 10. Figura 12: Diagrama de corpo livre da viga de apoio engastado. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equaçõesde equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +400 ∙ 6 − MA = 0 MA = 2400Nm ↻ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy + 400 = 0 RAy = −400 RAy = 400N ↓ Neste caso a solução da equação de equilíbrio produziu uma intensidade de força como um escalar negativo, isso indica que o sentido é oposto ao que foi assumido no diagrama de corpo livre. Somando forças em direção x, temos: ƩFx→+ = 0 +RAx = 0 Exemplo 2: Determine as reações nos apoios de rolo (ponto A e B) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 13: Viga em apoio simples móvel e carga concentrada. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre Neste caso temos dois apoios de 1° gênero, ou seja, temos uma força reativa. Estes apoios podem ser verificados na Tabela 1, apoio de conexão número 3. Figura 14: Diagrama de corpo livre de viga em apoio simples móvel. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equações de equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +RBy ∙ 20 − 400 ∙ 10 = 0 RBy = 200N ↑ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy − 400 + RBy = 0 RAy = 200N ↑ Exemplo 3: Determine as reações nos apoios de rolo (ponto A e B) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 15: Viga em apoio simples móvel e cargas concentradas. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre Figura 16: Diagrama de corpo livre de viga em apoio simples móvel. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equações de equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +RBy ∙ 40 − 400 ∙ 30 − 400 ∙ 10 = 0 RBy = 400N ↑ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy − 400 − 400 + RBy = 0 RAy = 400N ↑ Exemplo 4: Determine as reações no apoio de pino liso (ponto A) e no apoio de rolo (ponto B) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 17: Viga em apoio simples fixo e carga concentrada inclinada. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre Neste caso temos no ponto A um apoio de 2° gênero, ou seja, temos duas forças reativas. Este apoio pode ser verificado na Tabela 1, apoio de conexão número 8. No ponto B, de 1° gênero. Neste caso, para simplificar, a força de 100N é representada por suas componentes x e y. Figura 18: Diagrama de corpo livre de viga em apoio simples fixo. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equações de equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +RBy ∙ 20 − 100 ∙ sen45° ∙ 10 = 0 RBy = 35,4N ↑ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy − 100 ∙ sen45° + RBy = 0 RAy = 35,4N ↑ Somando forças em direção x, temos: ƩFx→+ = 0 +RAx − 100 ∙ cos45° = 0 RAx = 70,7N → Exemplo 5: Determine as reações no apoio de pino liso (ponto A) e no apoio de rolo (ponto B) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 19: Viga em apoio simples fixo e carregamento distribuído. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre São os mesmos apoios do exemplo 4. Neste caso, para simplificar, o carregamento distribuído é representado como uma única força principal que nada mais é que a área da figura geométrica. A localização dessa força principal está no centroide da superfície da viga. Figura 20: Diagrama de corpo livre de viga em apoio simples fixo. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equações de equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +RBy ∙ 10 − 80 ∙ 5 = 0 RBy = 40kN ↑ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy − 80+ RBy = 0 RAy = 40kN ↑ Somando forças em direção x, temos: ƩFx→+ = 0 +RAx = 0 Exemplo 6: Determine as reações no apoio de pino liso (ponto A) e no apoio de rolo (ponto B) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 21: Viga em apoio simples fixo e carregamento distribuído. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre São os mesmos apoios do exemplo 5. Neste caso, é necessário também determinar as forças principais que representam os carregamentos, assim como, as suas localizações. Figura 22: Diagrama de corpo livre de viga em apoio simples fixo. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equações de equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +RBy ∙ 20 − 20 ∙ 15 − 40 ∙ 5 = 0 RBy = 25kN ↑ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy − 40 − 20+ RBy = 0 RAy = 35kN ↑ Somando forças em direção x, temos: ƩFx→+ = 0 +RAx = 0 Exemplo 7: Determine as reações no apoio de pino liso (ponto A) e no apoio de rolo (ponto B) da viga ilustrada. Despreze o peso da viga. Figura 23: Viga em apoio simples fixo com carregamento distribuído e carga concentrada. Fonte: autora Resolução: Procedimento 1: Diagrama de corpo livre Figura 24: Diagrama de corpo livre de viga em apoio simples fixo. Fonte: autora Procedimento 2: Aplicação das equações de equilíbrio. Escolha é o somatório de momentos em relação ao ponto A. ↶ +ƩMA = 0 +RBy ∙ 20 − 40 ∙ 5 = 0 RBy = 10kN ↑ Somando forças em direção y, temos: +↑ ƩFy = 0 +RAy − 40+ RBy = 0 RAy = 30kN ↑ Somando forças em direção x, temos: ƩFx→+ = 0 +RAx − 2 = 0 RAx = 2kN → Para resolver problemas de equilíbrio de corpo rígido antes de qualquer coisa é necessário desenhar o diagrama de corpo livre considerando todas as forças e momentos de binários que atuam sobre o corpo. É importante ressaltar que se um apoio impede a translação de um corpo em uma determinada direção logo o apoio exerce uma força sobre o corpo nessa direção. Também é válido lembrar que se a rotação é restringida então o apoio exerce um momento de binário sobre o corpo. Para o cálculo de reações de apoio é necessário, após o diagrama de corpo livre, aplicar as equações de equilíbrio de momento em relação a um determinado ponto e após aplicar as equações de equilíbrio de forças em relação aos eixos x e y. Não se esquecendo de que se a solução produzir um escalar negativo indica que o sentido é oposto ao assumido no diagrama de corpo livre. Referências BEER, F.P.; JOHNSTON, R.E.; MAZUREK, D. F.; EISENBERG, E.R. Mecânica vetorial para engenheiros: Estática. Porto Alegre: Bookman, 1994-2012. v.1. (Minha Biblioteca) HIBBELER, R. C. Estática – Mecânica para Engenharia. 12°edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2011. (Minha Biblioteca) HIBBELER, R. C. Estática – Mecânica para Engenharia; tradução Daniel Vieira. 14°edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2017. (Biblioteca Virtual) MERIAM, J. L; KRAIGE, L. G. – Engineering Mechanics Statics. Volume 1. 15° edição. John Wiley & Sons, 2002.
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