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Fungicidas protetores

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Fungicidas protetores
Ricardo Balardin
Inorgânicos:
1) COBRE: são todos inorgânicos. São os fungicidas mais utilizados possuem 
um largo espectro de ação contra fungos e bactérias. Sua ação é erradicante 
protetora, atuando especificamente sobre a germinação dos esporos. 
1.1) Calda bordalesa: obtida pela mistura de CuSO4. 5H2O e suspensão de 
CaO, constituindo-se em uma série de compostos em processo de transição, em 
vez de ser um produto final bem definido.
As proporções em peso de sulfato de cobre e ml variam de: 0,5Hg/0,5Hg; 
1Hg/1Hg; 2Hg/2Hg para 100 litros de água, obtendo-se calda bordalesa – 
0,5:0,5:100; - 1:1:100; - 2:2:100
A) Solução de sulfato de cobre -> 10Hg do produto + 50 litros H2O (um 
recipiente que não seja de ferro ou latão)
B) Suspensão concentrada de ml -> 10Hg de CaO + 50 litros H2O
Misturar sob agitação constante as diluições em um terceiro recipinete.
Reação química:
CuSO4 . H2O + Ca (OH)2 -> CaSO4 + Cu (OH)2
CuSO4 -> fator de aderência
Cu (OH)2 -> ingrediente ativo
Cuidados: uso imediato após o preparo, pois após 24h sofre 
transformações que dificultam sua posterior distribuição e aderência na 
planta e o seu efeito fungicida é diminuído. 
Ex.: 100 l de C. Bordalesa a 1%
 5 l de A
 5 l de B
...........90 l de H2O
- Incompatível com inseticidas orgânicos, mas compatível com os orgânicos;
- Compatível com óleo mineral para controle simultâneo sw cochonilhas em 
citrus. Calda a 1% e óleo a 1%;
- Sulfato com pureza mínima de 97% e a ml de 95%;
- Deve ser neutra (cor azul celeste), ou alcalina;
Reação ácida (esverdeada) – fitotóxica, menos estável, maior ação fungicida.
Reação alcalina (esbranquiçada) – melhor aderência, menor ação 
fungicida, maior poder residual.
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Plantas sensíveis:
+ rabanete, repolho, couve flor (crucíferas);
+ abóbora, abobrinha, chuchu, melancia, pepino, morango (cucurbitáceas) 
 ameixeira, cerejeira, macieira;
+ batata, pimentão, pimenta (solanáceas);
+ particularmente em plantas ou órgãos de plantas nos estádios iniciais de 
desenvolvimento e sob baixa temperatura.
Uso:
Videira Míldio Plasmopara vitícola
 Antracnose Elsinoe ampalina
Café Ferrugem Hemileia vartatrix
Citrus Antracnose Colletotrichum glosporioides
 Melanose Diaposthe citri
 Verrugose Elsinoe fawcetti
Pessegueiro ............ Taphirina deformaus
Banana Mal de sigatoria Cercospora musae
1.2) Oxicloreto de cobre
DL50 = 10.000 mg/Hg
Poder residual = 7 – 10 dias; não há período de carência. Pouco solúvel em 
água.
Compatível com a maioria dos inseticidas, exceção aos oleosos ou alcalinos, 
não devendo ser combinados ao TMTD, calda sulfo-cálcica, ditiocarbamatos.
Fitotoxidez relativamente baixa, exceto para alho, rosáceas frutíferas, 
cucurbitáceas, batatinha e cenoura.
Uso:
Café Ferrugem Hemileia vartatrix
Citrus Antracnose Colletotrichum glosporioides
 .................. Phytophthora parasitice
 P. citrophthora
 Melanose Diaposthe citri
 Verrugose Elsinoe fawcetti
Solanáceas Pinta preta Alternaria solani
 Antracnose Colletotrichum ...................
 Cancro bacteriano ............. 
 Mancha bacteriana Xanthomonas .............
Videira Antracnose Elsinoe ampelina
 Míldio Plasmopasa vitícola
Formulações comerciais: .... 144
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1.3) Sulfato de cobre
DL50 = 300 mg/Hg
Poder residual de 21 dd
Não tóxico para o homem e não fitotóxico, pode causar injúria em macieira, 
citrus e algumas variedades de pera.
Compatível com a maioria dos defensivos agrícolas, podendo ser empregado 
na correção de deficiência de cobre.
Rosáceas frutíferas somente devem ser pulverizadas durante o repouso 
vegetativo.
Parte bordalesa
Para pincelamento em citrus ou cidreira (Tratamento de inverno)
Sulfato de cobre 2,0 Hh
Cal virgem 3,0 Hg
Água 24,0 l
2) ENXOFRE
Alta eficiência no controle dos oídios, atuando como curativos ou terapêuticos.
São eficientes também como acaricidas;
Não apresenta resíduos tóxicos; não é sugerido tolerância de resíduos após 
utilização de enxofreg
Compatível com inúmeros defensivos; o enxofre PM não deve ser misturado 
aos óleos agrícolas ou alguns inseticidas.
Enxofre misturado a Cal (calda sulfo-cálcica) torna-se incompatível com a 
maioria dos inseticidas e fungicidas.
Também podem controlar: pinta preta da roseira, sarna da macieira, sarna do 
pessegueiro, podridão parda do pessegueiro.
Efeito fitotóxico principalmente em cucurbitáceas e rosáceas frutíferas. Reduz 
o crescimento das folhas, queda na produção, queimadura e até desfolha 
prematura, particularmente em temperaturas acima de 28oC durante a aplicação.
Macieira e groselheira – mais sensível
Calda sulfo-cálcica – mais fitotóxica do que o enxofre elementar
Nunca misturar com formulações oleosas por causa da fitotoxicidade; manter 
mais ou menos um intervalo de 20 dias entre ambos os tratamentos.
Abaixo de 15oC são pouco eficientes devido à pouca volatilização.
É lentamente hidrolisado em água.
Calda sulfo-cálcica
Cal virgem – 2,5 Hg
Enxofre em pó – 5,0 Hg
Água – 9,0 l
Combinação de cal hidratada e enxofre
- Muito solúvel em água;
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- Decomposto por ácidos formando H2S;
- Não se deve misturá-la com pesticidas orgânicos instáveis em solução alcalina;
- Bastante fitotóxica quando a temperatura é elevada;
- Maior emprego durante o período repouso vegetativo (trat. De inverno);
- Fungicida erradicante e protetor nas regiões de clima temperado, como 
forma de eliminar fontes de inóculo nas plantas;
Preparo: amassar o S em água; 2,5 Kg de cal + água e quando começar a 
queimar adicionar o S já preparado; adicionar o restante de água para 25l; ferve-
se a mistura durante 1 hora; devido à ação corrosiva guardá-la em recipientes de 
madeira, vidro ou plástico. Para diluição, determinar a quantidade de água pela 
medida de concentração com um aerômetro de Baumé.
As dosagens variam segundo as plantas que se pretende tratar e a época do ano.
Inverno: 0,5 a 8o – Baumé até 12;
Primavera-verão – 1,5o Baumé
Fungicidas protetores orgânicos
1) Ditiocarbamatos
Baixo grau de fitotoxidez;
Amplo espectro de ação; não atua em oídio;
Baixa toxidez para o homem e animais;
Compatível com a maioria dos inseticidas e adjuvantes;
Incompatível com a maioria dos inseticidas e adjuvante;
Usados para controle do maior número de doenças, um maior número de 
culturas; ótima aderência e espalhamento;
Alto efeito funjitóxico e estabilidade;
Derivados do ácido ditiocarbônico -> aminas + bisulfureto de carbono
A) Ditiocarbamatos metálicos - Ziram, Ferbam
B) Bisulfureto de Thiram:
C) Etileno biodiotiocarbamato metílico: Nabam, Maneb, Zineb, Mancozeb
ZINEB
Etileno biodiotiocarbamato de Zinco.
DL50 = 5.200 mg/Kg Poder residual.: 7 dd.
Pó-molhável, insolúvel em água.
Imutável na presença de umidade e calor.
Baixa fitotoxicidade; pode causar injúria em plantas sensíveis ao Zinco (fumo, 
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cucurbitáceas).
Incompatível com caldasulfocílcica, calda bordalesa, produtos de reação 
alcalina.
MANEB
Etileno biodiotiocarbamato de Manganês.
DL50 = 4.000 mg/Kg Poder residual: 7 – 15 dd.
O produto de decompõe rapidamente quando em contato com a umidade e a 
luz solar.
Fitotoxicidade baixa, com exceção a mudas de fumo e tomate.
Normalmente é formulado em pó-molhável contendo 80%.
Usado principalmente como protetor de folhagem, devendo ser aplicado em 
caráter preventivo.
Normalmente é usado com a adição de adjuvantes de propriedades aderentes, 
principalmente em dias chuvosos.
MANCOZEB - PM
Dimetil ditiocarbamato de Ferro.
DL50 = 17.000 mg/Kg.
Pelo fato de ser um pó preto possui a desvantagem de deixar um resíduo 
escuro nas frutas, quando aplicado antes da colheita.
Incompatível com substâncias alcalinas, calda sulfo-cálcica, calda bordalesa.
Néo é fitotóxico.
Usado como protetor de folhagem.
THIRAN – PS e PM
Bisulfureto e Tetra Metil Thiran;
DL50 = 780 mg/Kg Poder residual.: 10-15 dd;
Não deve ser aplicado em frutas que se destinam à indústria pois pode 
provocar manchas;
Usado principalmente no tratamento de sementes;
Compatível com a maioria dos defensivos agrícolas;
Baixa fitotoxicidade;
Além de controlar os fungos externos à semente, proteje-as durante a fase 
inicial de germinação contra os fungos de solo;
São sensíveis ao Thiran: Fusarium sp.; Rhizoctonia solani; Pythiuns.
2) Nitrogenados
Grupo Triclorometiltico.
Os fungicidas mais importantes: Captan e Folpet.
Podem ser usados no tratamento de sementes, solo, pré-colheita e em pulverização.
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CAPTAN
DL50 = 9.000 mg/Kg Poder residual.: 7-14 dd.
Muito usado em pulverizações da parte aérea e tratamento de sementes.
Ineficiente contra ferrugens, oídios e míldios.
Não é fitotóxico a maioria das plantas, exceto alguma variedade de maçã no 
início da brotação.
Formulado a PS 5 a 10%; e PM 50 a 75%.
Incompatível com os produtos alcalinos, a base de óleo e cúpricos.
Hidrolisa vagarosamente no solo e pouco influenciado pela população 
microbiana e % M. O.
Tratamento de solo: Pythium; Fusarium; Rhizoctonia.
Aumenta a eficiência quando misturado com PCNB.
Protetor de sementes.
FOLPET
DL50 = 10.000 mg/Kg Poder residual.: 7-10 dd.
Estável quando seco, hidrolisando lentamente em água à temperatura 
ambiente e, rapidamente à temperaturas elevadas.
Geralmente não é fitotóxico, em altas temperaturas e umidade, doses 
excessivas podem causar injúrias em videira e mudas de cucurbitáceas.
Incompatível com produtos fortemente alcalinos e produtos à base de cobre e óleos.
Formulado em PM e PS.
Usado como fungicida de folhagem.
3) Fungicidas aromáticos
3.1) Aromáticos moleculares
3.1.1) Fenólicos
Altamente fitotóxicos.
Destacam-se os nitrofenóis e fenóis halogenados.
a) Nitrofenóis: Fenol + NO2 resulta em ação fungicida que varia em função da 
posição na qual NO2 é incluído no núcleo aromático.
DINOCAP
DL50 = 1.190 mg/Kg Poder residual.: 7-45 dd.
Apresnta boa atividade acaricida.
Recomendado no controle de oídios até em temperaturas muito baixas (4 oC).
Muito usado no controle de oídios das cucurbitáceas onde o enxofre é fitotóxico.
Pode causar fitotoxicidade com temperaturas a 32o C.
Ação erradicante e protetora.
* DINOSEB - VI
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3.1.2) Nitro-benzeno Halogenados
PCNB (Pentacloronitrobenzeno)
DL50 = 12.000 mg/Kg Período de carência.: 21 dd.
Não volátil, pouco solúvel em água, não é um biocida.
Específico para fungos fitopatogênicos que formam esclerócio Rhizocthonia, 
Selerotium, Sclerotinia, Mamophomina, Botrytis.
Ineficiente contra ficomicetos: Pythium e Phytophthora.
Cucurbitáceas e tomateiro são muito sensíveis ao produto, pois causa danos 
às suas raízes.
Pouco afetivo contra Fusarium, Pythium e Phytophthora.
Incompatível com produtos de ação alcalina, como calda bordalesa e calda sulfo-cálcica.
Formulado em PS, PM e CE.
Pode ser usado no tratamento de sementes, solo e pulverizações em pós-emergência.
Tratamento de sementes -> 200 a 300g / 100 Kg.
Tratamento de solo -> 1 Kg / 100 l 2 l/m2 de solo
DICLORAN
DL50 = 4.000 mg/Kg.
Selecionado pela sua especificidade contra Botrytis sp.
Alta instabilidade, à hidrólise e à oxidação.
Não é fitotóxico.
Protetor da parte aérea, tratamento de sementes e em pós-colheita.
3.1.3) Nitrilas
Chlorotalonil
DL50 = 10.000 mg/Kg.
Não pode ser misturado com espalhantes, pois pode resultar uma menor 
fungitoxicidade a maior fitotoxicidade.
Incompatível com formulações oleosas.
Protetor da parte aérea, podendo atuar como erradicante.
Amplo espectro de ação.
DOCLINE
DL50 = 1.500 mg/Kg.
Incompatível com cloro-benzilato, óleos, cal, e emulsão.
Grande eficiência no controle da sarna da macieira.
Alta atividade na superfície, permitindo cobertura mais eficiente.
Ativo em quantidades pequenas; o filme protetor é facilmente espalhado na superfície;
Alta tenacidade na sua formulação.
Longo efeito residual.
Possui eficiente ação protetora e erradicante.
Possui ação local de profundidade.
Fitotóxico para grande número de espécies de plantas (pêssego, pêra, ameixa, maçã).
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Não se recomenda a sua aplicação durante ou imediatamente após períodos 
de baixas temperaturas.
5) Fungicidas a base de Estanho
Protetores de folhagens.
Longo efeito residual.
Trifenil acetato de estanho funciona como estimulador do crescimento.
Altamente tóxico ao homem
DL50 = 100 a 125 mg/Kg.
Fitotóxicos para grande número de culturas (principalmente em alta temperatura).
Não devem ser usados para pulverizar frutas e hortaliças das quais se 
consome a parte aérea.
Trifenil Acetato de Estanho
DL50 = 125 mg/Kg Poder residual: 7-14 dd.
Fitotóxicos em altas temperaturas e quando misturados com formulações 
oleosas.
Espectro de ação semelhante aos cúpricos.
Incompatível com CE e óleo mineral.
Pulverizações suspensas 21 dias antes da colheita.
Trifenil Hidróxido de Estanho
DL50 = 108 mg/Kg.
Fitotoxicidade aumentada quando misturado a óleo ou CE.
Não é recomendado uso de adjuvantes.
Geralmente são fitotóxicos à folhagens.
Formulações em pó molhável.
Bem efeito residual e alguma atividade inseticida.
Fungicida derivado do Dinitrofenil
Binapanil
DL50 = 120 mg/Kg.
Fungicida-acaricida.
Grande eficiência no controle de oídios.
Fitotóxico quando misturado com formulações oleosas e alguns 
inseticidas organofosforados.
Não pode ser aplicado em períodos inferiores a 20 dias antes ou após o 
emprego de formulações oleosas na parte aérea.
Fungicida derivado do Diclorofenil
Iprodione
DL50 = 3.500 mg/Kg.
Baixa fitotoxicidade.
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Compatível com a maioria dos defensivos.
Produto somente com ação de contato.
Largo espectro de ação.
Vinclozolin
DL50 = 10.000 mg/Kg.
Não é fitotóxico.
Efeito protetor da parte aérea, ação sistêmica local e efeito curativo até 36 
horas após a infecção, atua como fungicida de contato com efeito germitático.
Incompatível com produtos de reação alcalina.
Fungicida derivado de Antraquinona
Dithianon
DL50 = 638 mg/Kg.
Amplo espectro de ação com algum efeito erradicante.
As aplicações devem ser suspensas 21 dd antes da colheita.
Baixa fitotoxicidade, exceto para algumas variedades de maça.
Incompatível com produtos de reação alcalina e óleos minerais.
Não possui ação inseticida.
Fungicida Fosforado
Edifurfós
DL50 = 150 mg/Kg.
Ação de proteção da parte aérea.
Incompatível com produtos de reação alcalina.
Tratamento de inverno -> Produtos erradicantes ou de contato
Finalidade: Limita-se à parte aérea das plantas perenes, durante a estação 
de dormência, visam a diminuição do potencial de inóculo primário.
Características que devem ser consideradas:
- Alta fungitoxicidade: estruturas de resistência dos patógenos.
- Capacidade de penetração nas células mortas.
- Fitotoxicidade: não é considerada pois são aplicados antes da brotação e 
nunca em folhas, flores ou frutos.
Métodos de aplicação:
a) Pincelamento: calda bordalesa.
b)Pulverização: cuidado com citros.
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Cuidados antes do tratamento:
a) Poda e queima;
b) Raspagem dos ramos e troncos (usado em videira)
(A) Cobre – Sulfato de cobre (calda bordaleza).
(B) Polisulfureto de cálcio – Calda bordaleza.
(C) Dinoseb -
DL50 = 50 mg/Kg Poder residual: 14 – 21 dd.
Ação fungicida, herbicida, inseticida e acaricida.
Compatível com a maioria dos defensivos.
Altamente fitotóxico às folhas de citros; não deve ser usado no período 
vegetativo.

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