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A abordagem clássica da administração Abordagem Clássica da Administração No início do século XX dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da Administração. Muito embora ambos não tenham se comunicado e tenham partido de pontos de vista diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas ideias constituem as bases da chamada Abordagem Clássica da Administração, cujos postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama administrativo das organizações. Abordagem Clássica da Administração Um era o americano Frederick Winslow Taylor, que desenvolveu a Escola da Administração Científica. (aumento da eficiência da indústria através da racionalização do trabalho do operário. Abordagem Clássica da Administração O outro era o europeu, Henri Fayol, que desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a eficiência através da estruturação e disposição dos órgãos componentes das organizações e suas inter-relações. A origem da abordagem clássica O panorama industrial no início do século XX tinha todas as características e elementos para inspirar uma ciência da administração: uma imensa variedade de empresas, com tamanhos diferenciados, problemas de baixo rendimento dos recursos utilizados, desperdício, insatisfação generalizada entre os operários, intensa concorrência, alto volume de perdas por decisões mal formuladas, etc. A administração científica O nome Administração Científica se deve à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da administração a fim de aumentar a eficiência nas industrias da época. Administração Científica • Taylor - seus estudos colocam ênfase nas tarefas dos operários. Seguidores : Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth, dentre outros • Objetivo - busca da eficiência das organizações por meio das tarefas (trabalho dos operários). • Os principais métodos científicos aplicados aos problemas da administração são a observação e a mensuração. A Obra de Taylor Primeiro período de TAYLOR Publicação do livro “Direção nas fábricas” (Shop management) ‐ 1903 Trata das técnicas de racionalização do trabalho do operário => por meio do Estudo dos Tempos e Movimentos. Segundo período de TAYLOR Publicação do livro “Princípios de Administração Científica” ‐ 1911 Relata que a racionalização do trabalho do operário => deveria ser acompanhada de uma estruturação geral da empresa. Primeiro Período de Taylor 1. Objetivo de uma boa administração é pagar salários melhores e ter baixos custos de produção. 2. A administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa para estabelecer processos padronizados. 3. Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colocados em seus postos com condições de trabalho adequadas para que as normas sejam cumpridas. Primeiro Período de Taylor 4. Os empregados devem ser treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar sua tarefa de forma eficiente. 5. A administração precisa criar um bom ambiente psicológico para que ocorra a cooperação entre operários e patrões. Segundo Período de Taylor Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males: • Vadiagem dos funcionários (que levava ao menor desempenho funcional e a redução da produção). • Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para a sua realização. • Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho. Organização Racional do Trabalho (ORT) • Os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas por meio da observação dos companheiros vizinhos. • Há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, que podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica e um acurado estudo de tempos e movimentos, em vez de ficar a critério pessoal de cada operário. • Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT). Aspectos da ORT 1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos. 2. Estudo da fadiga humana. 3. Divisão do trabalho e especialização do operário. 4. Desenho de cargos e de tarefas. 5. Incentivos salariais e prêmios de produção. 6. Conceito de homo economicus. 7. Condições ambientais do trabalho (iluminação, conforto etc.). 8. Padronização de métodos e máquinas 1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos • Eliminação do desperdício do esforço humano e de movimentos inúteis. • Adaptação dos operários à própria tarefa. • Treinamento dos operários para melhoria da eficiência (produtividade maior) • Maior especialização de atividades. • Estabelecimento de normas detalhadas para a execução do trabalho. 2. Estudo da Fadiga Humana O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na fisiologia humana. Gilbreth identificou que a fadiga é um redutor de eficiência e predispõe o trabalhador para: • Diminuição da produtividade e qualidade do trabalho. • Perda de tempo. • Aumento da rotatividade do pessoal na fábrica. • Doenças e acidentes e diminuição da capacidade de esforço. Princípios de economia de movimentos (segundo Gilbreth) Para reduzir a fadiga, Gilbreth propôs princípios de economia de movimentos classificados em três grupos: • Relativos ao uso do corpo humano (adequação dos movimentos do corpo ao trabalho). • Relativos ao arranjo material do local de trabalho (adequação do ambiente). • Relativos ao desenvolvimento das ferramentas e do equipamento (adequação para o uso do trabalhador). 3. Divisão do trabalho e Especialização do trabalhador O estudo dos tempos e movimentos permitiu o surgimento: => Da divisão do trabalho e da => Especialização do trabalhador. O operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passou à execução automática e repetitiva, durante toda sua jornada de trabalho. Um operário desempenha a tarefa total Vários operários desempenham em paralelo partes da tarefa Vários operários desempenham em série partes da tarefa total 4. Desenho de Cargos e Tarefas Tarefa – é toda atividade executada por uma pessoa no seu trabalho dentro da organização. Cargo – conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. Desenhar um cargo – é especificar seu conteúdo (tarefas), métodos de executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. Cargo Tarefa 4. Desenho de Cargos e Tarefas 1. Admissão de empregados com qualificações mínimas e salários menores, reduzindo os custos de produção. 2. Minimização dos custos de treinamento. 3. Redução de erros na execução, diminuindo os refugos e as rejeições. 4. Facilidade de supervisão, permitindo que cada supervisor controle um número maior de subordinados. 5. Aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior produtividade. 5. Incentivos salariais e prêmios de produção • O operário que produz pouco ganha pouco e o que produz mais, ganha na proporção de sua produção. • Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça é acrescida de um prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à medida que se eleva a eficiência do operário. Prêmio de produção 100% 110% Peças produzidas e nível de eficiência R e m u n e r a ç ã o Plano de Incentivo Salarial 6. Conceito de Homo Economicus • Segundo esse conceito o homem é motivado exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais (dinheiro). • O homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. • O homem é motivado a trabalhar por medo de fome e pela necessidade de dinheiro para viver. 7. Condições de Trabalho • Adequação de ferramentas de trabalho e equipamentos de produção para minimizar o esforço do operário e a perda de tempo na execução da tarefa. • Arranjo físico de máquinas e equipamentos para racionalizaro fluxo da produção. • Melhoria do ambiente físico de trabalho para evitar que ruído, ventilação, iluminação e conforto no trabalho não reduzam a eficiência do trabalhador. • Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores, seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos inúteis. 8. Padronização • Na Administração Científica a padronização passa a ser vital para a melhoria da eficiência, simplificando processos e reduzindo custos. • Ocorre a padronização das máquinas, das ferramentas, das matérias-primas, do produto e da mão-de-obra, eliminando o desperdício e aumentando a eficiência. Princípios da Administração Científica A preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever normas de conduta ao administrador levou os engenheiros da Administração Científica a pensarem que tais princípios pudessem ser aplicados a todas as situações possíveis. Entre a profusão de princípios defendidos pelos autores da Administração Científica, os mais importantes são os seguintes: Princípios de Administração Científica (segundo Taylor) 1. Princípio de Planejamento - substituição da improvisação e do empirismo, por métodos baseados em procedimentos científicos. 2. Princípio de Preparo – selecionar os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor. 3. Princípio do Controle – controlar o trabalho para se certificar de que este está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos. 4. Princípio da Execução – distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada. As contribuições de Henry Ford para a Administração Científica • Promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa. • Inovou na produção de maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. • A racionalização da produção (produção em série ou em massa) permite a padronização do produto, das máquinas e da mão-de-obra, o que permite a redução de custos. Curiosidade!!!! Essa inovação teve maior impacto sobre a maneira de viver do homem do que muitas das maiores invenções do passado da humanidade. Em 1913, já fabricava 800 carros por dia. Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controle acionário da empresa. Estabeleceu o salário mínimo de 5 dólares por dia e jornada diária de 8 horas, quando, na época, a jornada variava entre 10 e 12 horas. Em 1926, já tinha 88 fábricas e empregava 150 mil pessoas, fabricando 2 milhões de carros por ano. Princípios Básicos de Ford Ford adotou três princípios para acelerar a produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico. • Princípio de Intensificação – diminuir o tempo de produção do automóvel e agilizar a rápida colocação do produto no mercado. • Princípio de economicidade – reduzir o volume do estoque da matéria-prima, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima e dos salários. • Princípio de produtividade – aumentar a capacidade de produção do homem por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção. Apreciação Crítica da Administração Científica Mecanicismo A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos fatores diretamente relacionados ao cargo e à função do operário. Embora a organização seja constituída de pessoas, deu-se pouca atenção ao elemento humano e concebeu-se a organização como “um arranjo rígido e estático de peças”, ou seja, como uma máquina. Apreciação Crítica da Administração Científica Superespecialização do operário O taylorismo propõe diminuir o número de atribuições de cada indivíduo e especializar as atribuições de cada chefe. Isso é a negação de apreender a situação total em cada nível. Trata-se de uma decomposição analítica das funções, a recusa de reconhecer os grupos e a negação da visão da situação a cada nível. Apreciação Crítica da Administração Científica Visão microscópica do homem A Administração Científica visualiza cada empregado individualmente, ignorando que o trabalhador é um ser humano e social. Com base em sua concepção negativista do homem – na qual as pessoas são preguiçosas e ineficientes – Taylor enfatiza o papel monocrático do administrador. Apreciação Crítica da Administração Científica Ausência de comprovação científica A Administração Científica é criticada por pretender criar uma ciência sem o cuidado de apresentar comprovação científica das suas proposições e princípios. Em outros termos, os engenheiros norte-americanos utilizaram pouquíssima pesquisa e experimentação científica para comprovar suas teses. Apreciação Crítica da Administração Científica Abordagem incompleta da organização A Administração Científica é incompleta, parcial e inacabada, por se limitar apenas aos aspectos formais da organização, omitindo a organização informal e os aspectos humanos da organização. Essa perspectiva incompleta ignora a vida social interna dos participantes da organização. Apreciação Crítica da Administração Científica Limitação do campo de aplicação A Administração Científica também ficou restrita aos problemas de produção na fábrica, não considerando os demais aspectos da vida da organização, como financeiros, comerciais, logísticos, etc. Apreciação Crítica da Administração Científica Abordagem prescritiva e normativa A Administração Científica caracteriza-se pela preocupação em prescrever princípios normativos que devem ser aplicados como receituário em todas as circunstâncias para que o administrador seja bem sucedido. Essa abordagem prescritiva e normativa padroniza situações para prescrever a maneira como elas devem ser administradas. Apreciação Crítica da Administração Científica Abordagem de sistema fechado A Administração Científica visualiza as organizações como se elas existissem no vácuo ou como se fossem entidades autônomas, absolutas e hermeticamente fechadas a qualquer influência vinda de fora delas. Em resumo... • A Administração Científica - iniciada por Taylor e seus seguidores constitui a primeira teoria administrativa. • A preocupação em criar uma Ciência da Administração começou com a experiência concreta e imediata do trabalho de operários e com a ênfase nas tarefas. • O desenho de cargos e tarefas enfatiza o trabalho simples e repetitivo das linhas de produção e montagem, a padronização e as condições de trabalho que assegurassem a eficiência. Em resumo... Seus alicerces fundamentais são: • Comando e controle • Uma única maneira certa • Mão de obra e não recursos humanos • Segurança e não insegurança
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