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DIREITO AMBIENTAL

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO BH
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSORA: LICIANE TRAVERSO
TEMA: INVISIBILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Período: 8º | Noturno
INTEGRANTES
BELO HORIZONTE
2020
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
	Meio ambiente e suas características
	Objetos tutelados do meio ambiente
	Meio ambiente laboral
3.1 Invisibilidade laboral socioambiental
	3.2 Polícia Penal
	3.3 Polícia Civil
	3.4 Polícia Militar
	3.5 Guarda Municipal
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
	O meio ambiente se compõe por diferentes aspectos ambientais que sustentam a sociedade, em todos os seus âmbitos, sejam eles, natural, artificial, cultural, laboral e do patrimônio genético, ou seja, toda a criação de origem genética, contidas em amostras, do meio científico.
	O escopo deste trabalho é desenvolver um estudo sobre o meio ambiente laboral, em relação às funções invisíveis ao valor social, que são essenciais para o andamento socioambiental, funções estas que auxiliam na tutela do patrimônio ambiental.
	O patrimônio histórico e artístico nacional, de acordo com o Decreto-Lei Nº 25, de 30 de novembro de 1937, em seu artigo 1º é conceituado como “o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”, isto quer dizer, que o patrimônio de grande riqueza é protegido não só relacionado ao meio ambiente natural e toda sua essencialidade, mas também daquilo que historicamente e artisticamente é valorizado no país.
	
MEIO AMBIENTE E SUAS CARACTERÍSTICAS
	De acordo com a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, em seu artigo 3º, inciso I, o meio ambiente se dá pelo “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”, sendo assim, o meio ambiente não se materializa apenas através da natureza em sua essência, mas tudo aquilo que compõe o seu entorno.
	O meio ambiente é subdividido em sua essência natural dada a sua origem e seu desenvolvimento ordinário, em sua composição artificial moldada humanamente, culturalmente pela vivência entre os povos, laboral pelo desenvolvimento social que se cria através da necessidade de funções que surgem com o decorrer dos anos e de todo patrimônio genético que se reinventa no meio científico e técnico na medida em que a tecnologia e sociedade avançam paralelamente.
OBJETOS TUTELADOS DO MEIO AMBIENTE
	O meio ambiente cuida a respeito de seus aspectos através de leis, decretos e políticas nacionais que regem as normas ideais, de acordo com a necessidade de cada âmbito.	No âmbito natural, por exemplo, foi-se criada a Lei 9.985/2000 que Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, assim como no meio patrimôniocultural brasileiro onde o Decreto Nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial; o meio ambiente artificial, normatizado em muitas vias, mas constituído federalmente, a partir do projeto de lei que formou a Lei Nº 10.257/2001, conhecido como Estatuto das Cidades, regulamentando assim os artigos 182 e 183 da Constituição estabelecendo diretrizes gerais da política urbana e dando outras providências; e por fim o meio patrimonial regido pela já citada Lei 6.938/81, que em seu artigo 2º, indica a sua aplicação às pessoas naturais, bem como às pessoas jurídicas de direito privado (sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos, empresas individuais de responsabilidade limitada) e as de direito público interno (União, Estados, Municípios, territórios, as autarquias, inclusive as associações públicas).
MEIO AMBIENTE LABORAL
	O meio ambiente laboral, constitucionalmente estabelecido no artigo 7º, conceitua quais são os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros direitos que visem a melhoria social, compondo o meio ambiente equilibrado, de acordo com o que a Constituição Federal prevê no artigo 225, também em relação ao meios laborais, assim como a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança” descrito no inciso XXII.
	Para além disso, o artigo 200, do mesmo dispositivo dá competência ao sistema único de saúde, em seu inciso VIII, para ajudar na proteção do meio ambiente que compreende o meio laboral., ou seja, trazendo tutela no aspecto da saúde do trabalhador, agente integrante do meio ambiente laboral.
3.1 INVISIBILIDADE LABORAL SOCIOAMBIENTAL
	A composição do meio ambiente, se dá, por toda a junção de agentes que fazem com que ele exista. Não só o meio ambiente natural, o mundo vive em constante desenvolvimento, criando outros tipos de meio ambiente que se integram e se completam. No mesmo pensamento, levando em conta o desenvolvimento social, o mundo se rege em constantes mudanças que criam novos âmbitos ambientais. É aí que entra o meio ambiente laboral, este meio reserva grandes funções e agentes que o compõe, objetivando o surgimento de serviços e muitas vezes produtos do meio, que fazem o núcleo do meio ambiente social caminhar.
	As funções essenciais do meio ambiente, vêm crescendo cada vez mais no que diz respeito a necessidade de meios para fins específicos para o andamento social. Sendo assim, muitos serviços que são desenvolvidos, caso não existissem, no meio desta cadeia social, fariam uma lacuna entre o bem-estar social e o meio ambiente natural, isto quer dizer, que para que exista um meio ambiente saudável e essencialmente prazeroso a se viver, é necessário que exista serviços, funções e agentes que integram esse meio, para trazerem o real equilíbrio socioambiental.
	Visto que, a necessidade das funções e serviços são essenciais, pois pela sua falta haverá grandes consequências sociais, percebe-se que a sociedade está rodeada de agentes laborais, também integrantes da sociedade, que muitas vezes de forma invisível exercem suas funções trazendo vivência pacífica e regulamentadora à sociedade.
	A partir do momento em que o Estado fez um contrato com a sociedade, dando-lhe segurança em prol de sua liberdade, atos que antes eram considerados normais passaram a ser limitados por leis, normas, regras que cumprem a sua finalidade de manter ordem social.
	Para que exista ordem e em decorrência disto, o progresso social, os agentes incumbidos destes deveres, são agentes estatais encarregados de tutelar o bem social mais importante, ou seja, a vida, a integridade física e tudo que a compõe. Sendo assim, a necessidade de agentes seguradores da lei, que preservam o equilíbrio social e muitas vezes sem o devido valor, estes agentes integram a segurança de toda a sociedade, ou seja, a segurança pública.
3.2 POLÍCIA PENAL
	Parte da segurança pública necessária é composta por agentes seguradores da lei, e um desses agentes que se encontram na cadeira da segurança pública, se encontram os policiais penais, antigos agentes penitenciários, que tem a função de escolta de presos e segurança de estabelecimentos penais.
	Antes conhecidos como agentes penitenciários, os policias penais tiveram a sua alteração de nome pela PEC 372/2017. De acordo com Pedro Savoldi, advogado do escritório Gouvêa dos Reis Advogados, diz que o Congresso aprovou a PEC 372/2017, de autoria do ex-Senador Cássio Cunha Lima do PSDB, criando a polícia penal, que é a transformação do cargo de agentes penitenciários que passam a ser policiais de carreira, responsáveis pelo cuidado de estabelecimentos prisionais, escolta e custódia dos presos, atuação esta que antigamente era feita pelos policiais civis e militares. Os objetivos da PEC 372/2017 era
“conceder direitos e benefícios concedidos aos policiais civis, e redefinição de competência para liberar policias civis e militares do transporte de presos.”
	Considerada pela OIT(Organização Internacional do Trabalho) como a segunda profissão mais perigosa do mundo, os policias penais, coma nova PEC passaram a ter de certa forma um sobrecarregamento de funções, além das de cunho arriscado que já exerciam, mas com alvo de muitas críticas, as novas atribuições foram retiradas do projeto, inclusive por recebimento de carta negativa vinda do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) dizendo que apenas com alteração de nome do cargo e equiparação com as outras classes policiais não seria o suficiente para mudar a situação dos agentes em relação a insalubridade e riscos de toda saúde, sendo ela, física e mental, sem acompanhamento de política de diminuição de população carcerária, pois o Brasil está apenas de EUA, China e Rússia da maior população carcerária do mundo. De certa forma, o objetivo final da proposta não alteraria a população carcerária, pois a política pública de educação é que mudaria o cenário atual.
AGENTES INTEGRANTES DA POLÍCIA PENAL
	Um presídio é constituído pela direção, que tem o diretor-geral, o diretor adjunto, diretor de segurança e diretor administrativo. Abaixo dos diretores existem os coordenadores gerais de cada plantão que se compõe com um inspetor, um subinspetor, uma equipe de agentes penitenciários de trânsito interno que faz a condução do preso, uma equipe do GETAP(escolta tática penitenciária) e uma equipe do GIR(grupamento de intervenção rápida) caso ocorra motins ou rebeliões.
	Nos presídios existem equipes femininas nos presídios que são responsáveis primariamente pela portaria e pelas revistas femininas e com alguns procedimentos de cunho feminino.
	Existe também os núcleos, como o NSI(Núcleo de Segurança Interna), onde atuam os policias penais da área administrativa, o NSE(Núcleo de Segurança Externa) onde há os atendimentos aos presos.
	O presídio contém um advogado(a), um psicólogo(a), um enfermeiro(a), um assistente social e um zelador, responsável pela produção, como se fosse um gerente ou gestor que faz toda a administração material do presídio.
REMUNERAÇÃO
	De acordo com a entrevista feita ao policial penal CIII ROQUE, o salário-base de um policial penal, inicialmente, é de R$4098,00 reais. Este salário é gradativo de acordo com a progressão e a classe, sendo assim, de dois em dois anos poderá haver a progressão e a classe, classe esta que se altera de cinco em cinco anos.
	As progressões se aumentam em valores de R$250,00 a R$400,00 reais, em média, na medida em que os anos se passam poderá ocorrer o aumento dos servidores efetivos, por meio de benefícios, como diretor, por exemplo, que recebe de R$1.000,00 reais a R$1.200,00 reais a mais pelo cargo acumulado.
	Desta forma, o atual base do policial penal é de R$4.098,00 reais mensais, até o teto de R$10.000 reais, salário este do cargo máximo, com todas as progressões e todas as classes.
RECONHECIMENTO SOCIAL DA FUNÇÃO
	Em relação ao reconhecimento social da função, o entrevistado policial penal CIII ROQUE diz que
“O policial penal hoje, é visto como inimigo, por bandidos, por pessoas contra a lei, e como injustiçado, pelas pessoas do bem. O reconhecimento social das classes é diversificado, ou seja, a pessoa que foi presa, o parente do preso, e as pessoas que tem vida na cadeia não gostam do policial penal, pois o presídio tem normas e regras. Já o cidadão não cometedor de delitos[…], estes sim reconhecem. Mas no âmbito geral, tudo que se impõe regras não é visto com bons olhos, nós não somos reconhecidos socialmente da forma que deveríamos, há muita represália, tratamento discriminativo, na grande maioria das vezes, quando sabem que somos policiais penais e trabalhamos na segurança pública”
JORNADA DE TRABALHO
	O administrativo trabalha no NSI (Núcleo de Segurança Interna), trabalham de segunda a sexta feira, de 07:00 às 16:00 horas, os diretores trabalham em tempo exclusivo no presídio, de segunda a segunda, obrigatoriamente tendo que estar no presídio todos os dias de 08:00 às 17:00. O horário de escala dos agentes, convencionalmente, os de GTI(Agentes de Trânsito Interno), trabalham de segunda a sexta, de 07:00 ás 16:00, os agentes de pavilhão, trabalham em plantão de 12(doze) horas, os agentes de muralha, trabalham em plantão de 24 horas, assim como os da escolta, do GIR(Grupo de Intervenção Rápida) e do canil.
	Existem presídios em que todos os agentes masculinos trabalham 24 horas e as mulheres trabalham de 12 por 36.
ATRIBUIÇÕES E FUNÇÕES DO CARGO
	O diretor-geral é o responsável maior pelo presídio, todos os atos devem ter sua anuência. O diretor adjunto também tem funções paralelas ao diretor geral, mas com algumas limitações, pois o diretor adjunto também precisa da anuência do diretor geral.
	Na segurança em estrutura, existe o diretor de segurança, responsável por toda a estrutura de segurança do presídio, isto é, responsável pelo grupo de escolta, grupo de intervenção rápida, grupo de trânsito interno, muralha, portaria. Todas as ações são realizadas e encaminhadas ao diretor. Também as agentes femininas nas revistas, o diretor de segurança faz o acompanhando quando surge algum imprevisto, ou seja, toda a relação de segurança é comandada pelo diretor de segurança.
	O diretor administrativo, gerencia toda a parte administrativa do presídio, desde implantação de sistema digital, confecção de documentos e qualquer ato administrativo deverá ter sua anuência.
	O NSI (Núcleo de Segurança Interna) é composto por policiais penais, com capacidades técnicas para exercer o cargo administrativo;
	O coordenador de segurança ou coordenador geral de cada equipe de policias, que é o policial penal que coordena o plantão de sua equipe separadamente, que coordena todas as ações do seu plantão, reportando todas as ações diretamente ao coordenador de segurança.
	Inspetor é o lider da equipe de trânsito interno dentro do presídio, ou seja, ele monta uma planilha com todo procedimento de retirada do preso da cela, de levá-lo ao advogado, por exemplo, ou para qualquer outro procedimento. E o subinspetor, realiza as mesmas funções do inspetor, como se fosse seu suplente, mas devendo subordinação ao inspetor. E os outros agentes de trânsito interno, recebem as ordens da inspetoria e executa as atividades internas dentro do pavilhão.
	A escolta, da GETAP, é comandado pelo coordenador geral, onde é passado as escoltas, como levar para hospital, fórum, quais as armas, quantos agente irão para rua e os locais onde deverão ir, por exemplo. O GIR(Grupo de Intervenções Rápidas), recebe o serviço pelo coordenador geral, e realiza os procedimentos rápidos internos do presídio, como por exemplo, levar para o sol, trancar o preso, fazer higienização e etc.
	
QUALIFICAÇÕES PARA EXERCER O CARGO
	Para entrar no cargo é necessário a realização de concurso público, antigamente haviam também contrato que foram extintos no ano de 2019, e desde então, apenas concursos públicos.
	Para alguns cargos específicos existem qualificações, como por exemplo a GETAP(área tático prisional) que necessita de curso de escolta e teste para entrar para o grupo de escolta, o GIR(grupo de intervenção rápida) que necessita de treinamento e teste, o COP(Comando de Operações Especiais) que deve ter três anos de casa e fazer um teste para entrar. Os demais cargos de subinspetor, inspetor, coordenador geral, são de indicações de diretoria e os cargos de diretor geral, adjunto e de segurança, são priorizados por alguns cursos específicos, como gestão de segurança público e privada, direito, assistente social e psicólogo. Já o cargo de diretor administrativo é necessário especialização em administração ou ciências contábeis.
PRESSÕES PSICOLÓGICAS DA FUNÇÃO
	Por ser uma carreira de risco, as pressões transcendem o ambiente laboral. Existem as pressões familiares, o temor pela volta para a casa após jornada de trabalho de risco, o trajeto para o serviço e a volta para casa em segurança, no trabalho a relação entre os colegas de trabalho que podem ser corrompidos e externalizar informações de outros colegas, ameaças dos presos para os policiais penais, pressão hierárquica para mostrar o serviço atualizado, pressão do MinistérioPúblico em relação aos direitos humanos do preso e a relação com os policiais penais, pressão dos advogados dos presos muitas vezes buscando informação dos policias para as famílias dos presos, juízes parcialmente levados para o lado do preso e as leis que colocam nas ruas os policiais sem prerrogativas de sua atuação.
OBSTÁCULOS DA FUNÇÃO NO DIA-A-DIA DA ATUAÇÃO
	 De acordo com o entrevistado Policial Penal CIII ROQUE, um dos maiores obstáculos existentes na sua profissão, são as ameaças onde diz:
“o maior desafio no sistema prisional é a questão das ameaças de morte vindas dos presos. No decorrer da prisão, a polícia civil tem a função de investigar o preso, a polícia militar prende o preso e devolve para a polícia civil que autua o preso e o entregam para nós. Neste momento eles esquecem de todo mundo e lembram apenas de nós. O maior obstáculo que vejo hoje, são as ameças de morte dos presos. Esta é uma das coisas que faz muitos policias penais desistirem da profissão e pararem de trabalhar.”
	Além disso, um dos obstáculos que incomoda muitos policiais penais é a defasagem salarial, pois a vida não tem valor, e o risco da profissão em relação ao valor que lhe é dado, não compensa, mas por amor à profissão, necessidade ou única oportunidade, não resta outra opção, senão aceitar o que é ofertado, apesar da injustiça.
	Por fim, outro obstáculo é a parte legislativa, que não beneficia os policiais penais, fazendo com que toda a atuação destes muitas vezes não sejam amparadas e respaldadas para uma ideal atuação ao que esta polícia é preparada.
POLÍTICA PÚBLICA PARA A POLÍCIA PENAL
	Existem políticas públicas por plano de progressão, plano de carreira, de entrega de equipamentos, da melhora no do trabalho, estrutural e salarial, na teoria, mas não existem escolas de formação que auxiliam estes policiais, que os capacitem e os acompanhem para que se qualifiquem.
	Na polícia penal não existe um espaço em que os policiais penais possam estudar, como por exemplo, para ministração de curso, não há uma política pública específica para que haja eficiência do trabalho.
ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO/FÍSICO DOS POLICIAS PENAIS
	Os policiais penais não possuem plano psicológico que os acompanhem, e o plano de saúde deles não são tão eficazes quanto eles necessitam. Fisicamente também não existe acompanhamento para auxiliar a saúde dos trabalhadores, que precisam estar em dia com seu físico.
	É necessário que haja um cuidado específico para a mente e para o corpo dos policiais penais, pois eles executam suas atividades usando o psicológico na mais alta pressão diária, e seu físico muitas vezes até a exaustão.
	Por falta do cuidado psicológico e físico, apesar da defasagem salarial, os policias penais ainda precisam despender um valor para cuidarem de si próprios, pois o Estado não o faz de acordo com o que eles precisam, e isso desencadeia muitos problemas, levando inclusive a morte de muitos deles.
AUTOEXTERMÍNIO DA FUNÇÃO
	O autoextermínio ocorre com frequência, mas principalmente em muitas funções, principalmente aquelas de profunda pressão e risco. O sentimento de revolta acompanha os policiais penais, que veem o processo do preso indo para o presídio e depois de poucos dias sendo solto, enquanto o policial penal está cumprindo a norma e a regra do presídio, e os presos não entendem essas ordens, e consequentemente ameaçam aqueles que lhe impõe estas ordens para o bom andamento diário do presídio.
	Com todo o sentimento de pressão, os policiais penais, como qualquer ser humano, começam a mudar de certa forma sua personalidade, dentro de casa, afetando o meio ambiente familiar, momento este em que a família percebe a mudança e começam as discussões, a falta de entendimento se inicia e tudo começa a desmoronar em volta deste, que já estava em decadência por muitos motivos e não vê mais razões para continuar, muitas vezes levando ao autoextermínio.
		
INVISIBILIDADE SOCIAL DA FUNÇÃO
	Para muitos, a segurança pública ao tentar passar a sua real imagem de proteção a sociedade, muitas vezes pela coerção necessária no trabalho, pressão psicológica e atuação, são tachados de “monstros” ou “injustos”
“do ponto de vista da sociedade, também nós encontramos muita gente que, por causa da repressão social que viveu na época da ditadura, criou um tipo de mentalidade de total repúdio e de negação das forças policiais.”
(Bueno, Leonardo B – artigo Saúde e Segurança Pública: Desafios em territórios marcados pela violência – pág. 20)
	Os policiais penais são tratados de forma desrespeitosa muitas vezes, pois não são compreendidos. As imagens de mal comportamento muitas vezes são divulgadas, mas a geral, de atuação técnica, de respeito e comportamento comum aos presos não são levadas a publicidade, e muitas vezes há a injustiça social com a função.
Nós só vamos melhorar quando trabalharmos para mais inclusão social, para mais educação formal, para mais respeito ao direito e para menos informalidade. Nós todos estamos submetidos a direitos e a deveres. […] O contrário da violência não é a não-violência, é o exercício de inclusão do indivíduo na sociedade com todos os direitos e deveres que lhe cabem.”	
(Bueno, Leonardo B – artigo Saúde e Segurança Pública: Desafios em territórios marcados pela violência – pág. 21)
	Desta forma, vê-se que a cultura social é de não compreensão com a segurança pública, pois a atuação de certa forma cria uma “casca” que os fazem ter visão diferente sobre a sociedade, sobre os próprios presos e muitas vezes sobre si próprios
“a sociedade nos vê assim, como monstros, como lixo, como algo que não deveria existir e talvez por isto, por esta cultura é que a nossa segurança pública está tão sucateada. Se houvesse uma valorização maior dos governantes, dos nossos líderes, eu creio que seria cultural o bom tratamento com as polícias, e até mesmo o tratamento das polícias com a comunidade, ia melhorar tudo. Mas não existe uma valorização em cima da nossa classe.” 	
(entrevistado Policial Penal CIII ROQUE) 
3.3 POLÍCIA CIVIL
	A Polícia Civil é o órgão responsável pela segurança pública. Sua principal função é prevenir, repreender e investigar crimes, respaldada sua função na Constituição Federal
Art. 144, § 4º, CRFB: “Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.”
	É composta por diversos tipos de profissionais e cada um deles tem funções muito bem definidas dentro da corporação, onde todos são subordinados ao Governo do Estado (ou do Distrito Federal) de onde prestam suas funções. Abaixo elencados os principais cargos exercidos pela Polícia Civil:
	Delegado: Planeja, coordena e supervisiona operações e investigações policiais. Preside os inquéritos, toma depoimentos, investiga a autoria de crimes, elabora relatórios, etc. O delegado também exerce funções administrativas, como fiscalizar a emissão de documentos.	
	Escrivão: Cuida de todo o trabalho burocrático da delegacia. Na hierarquia da Polícia Civil, vem logo abaixo do delegado. Este também acompanha todo o inquérito policial, desde coletar os primeiros relatos até o encerramento do caso. O escrivão faz anotações em livros oficiais, analisa inquéritos, faz indiciamentos, prisões em flagrante e recolhe fianças.	
	Investigador: Realiza inspeções e operações policiais. Investiga a autoria dos crimes e infrações administrativas. É sua responsabilidade levantar informações sobre as vítimas, encontrar testemunhas, investigar indícios e provas até que seja determinado o culpado. Dá cumprimento a mandados de prisão e de busca e apreensão.
	Perito Criminal: Analisa o local onde o crime foi cometido para produzir provas técnicas. Coleta evidências, realiza exames laboratoriais, analisa as armas que foram usadas, faz a identificação e redige os laudos das perícias. O objetivo é entender como o crime aconteceu e produzir provas para serem usadas no inquérito policial.
FORMA DE INGRESSO E FORMAÇÃO NECESSÁRIANão existe um curso específico para se tornar um Policial Civil. Quem deseja trabalhar na Polícia Civil deve prestar concurso público e, depois de aprovado, passar por um curso de formação da própria Polícia.	
	Normalmente o concurso acontece em várias etapas e os candidatos devem cumprir algumas exigências. Elas variam conforme o cargo escolhido, mas de modo geral é preciso preencher os seguintes requisitos básicos, como: ser brasileiro, estar em dia com as obrigações militares (no caso de candidatos do sexo masculino), estar em dia com as obrigações eleitorais, estar com o CPF regularizado, ter curso superior completo, ter idade mínima de 18 anos (alguns editais exigem idade mínima de 21 anos e para alguns cargos a idade máxima é de 45 anos), ter aptidão física e mental, não possuir antecedentes criminais, ter carteira de habilitação com categoria B, no mínimo, ter conduta irrepreensível na vida pública e privada;	 
	Geralmente existe uma prova escrita, uma prova de títulos (para os cargos que exigem uma formação específica), testes físicos e psicológicos. Esses testes são realizados na academia de polícia e incluem flexões, abdominais e avaliação de resistência, entre outros.	
	Quanto a escolaridade, o mínimo exigido é que os candidatos tenham um curso superior completo. Para os cargos de investigador e escrivão, são aceitos diplomas de qualquer área do conhecimento. Para outros cargos é preciso ter formação específica.
	Para o cargo de delegado, por exemplo, o candidato deve ser bacharel em Direito. Não precisa atuar como advogado ou ter a carteira da OAB, basta apresentar um diploma de curso de Direito reconhecido pelo MEC.	
	O cargo de perito criminal pode ser ocupado por profissionais de diferentes áreas. O trabalho da perícia envolve conhecimentos que vão desde tirar fotografias do local do crime até identificar cadáveres pela arcada dentária.
INFORMAÇÕES GERAIS QUANTO A PROFISSÃO	
	Por se tratar de uma profissão com subordinação estatal, cada estado tem sua legislação própria. Em Minas Gerais temos a Lei Complementar 129, de 08/11/2013, que define a competência e dispõe sobre o regime jurídico dos integrantes das carreiras de policiais civis. Nela estão previstos alguns direitos, prerrogativas, planos de desenvolvimento de carreira, como também, dos deveres que um policial civil deve cumprir no exercício de sua profissão.
JORNADA DE TRABALHO
 A realidade de um profissional da Polícia Civil, segue um padrão pouco esperado, começando pelos cuidados que cada corporação tem com seu Servidor. Quanto a jornada de trabalho também pode variar de região para região, podendo ser a tradicional jornada de 40 horas semanais, bem como, escalas de revezamento entre os servidores.
REMUNERAÇÃO
	Os salários dos policiais civis mudam de estado para estado, podem ser mais altos ou mais baixos, dependendo da região, mas, no geral, se mantêm num patamar similar. A Polícia Civil possui diversos cargos, e neles os salários mudam bastante, alguns chegando a ultrapassar a marca de R$ 17.000 por mês.
QUANTO A APOSENTADORIA
	Além da idade mínima de 55 anos para aposentadoria para policiais federais, policiais civis do Distrito Federal e agentes penitenciários e socioeducativos federais, a PEC 6/2019 exige 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício na função.
	Os policiais terão direito à pensão integral em caso de morte decorrente do trabalho e 100% da média dos salários para aposentadoria por invalidez. Para quem está na carreira, a proposta estabelece uma regra de transição: idade mínima de 52 anos (mulheres) ou 53 (homens), com pedágio de 100% do tempo de contribuição que falta.
POLÍTICAS PÚBLICAS
	A manutenção da ordem pública é uma das razões essenciais da própria existência do governo, de maneira que quando um país apresenta sinais de descontrole extremo da segurança pública, eventualmente aponta-se isso como indício de falência do próprio Estado. A preservação da ordem pública pressupõe políticas públicas e ações preventivas, imediatas e restaurativas da normalidade.
Há consequências que refletem tanto no imaginário cotidiano das pessoas, como nas extraordinárias representadas pelos custos diretos da criminalidade violenta. Receosas de serem vítimas de violência, elas adotam precauções e comportamentos defensivos na forma de seguros, sistemas de segurança eletrônicos, cães de guarda, segurança privada, grades e muros altos, alarmes, etc. Embora o temor da violência seja universalmente distribuído em toda a sociedade, as vítimas de fato estão concentradas apenas em alguns setores. 
 Outro problema a ser levado em consideração é que a violência e a criminalidade se concentram nos grandes centros urbanos. O crescimento da criminalidade violenta no Estado de Minas Gerais, nos últimos 12 anos, foi muito mais acentuado nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Cidades menores têm menores taxas, que são mantidas a um ritmo constante ao longo desses anos. Quanto maior a faixa de população, maiores as taxas, sendo que nas faixas acima de 100 mil habitantes, o ritmo de crescimento é cada vez mais vertiginoso.
AMPARO AO SERVIDOR E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
	De acordo com LEI COMPLEMENTAR 129 DE 08/11/2013:
Artigo § 5º O Hospital da Polícia Civil, resultado da transformação do Departamento de Saúde da Polícia Civil, conforme disposto na Lei nº 11.724, de 30 de dezembro de 1994, terá estrutura administrativa no nível de superintendência, na forma de regulamento.
De várias formas, podemos analisar que o estresse é responsável por doenças subjetivas, que integram elementos diversos da vida da pessoa/profissional, não reconhecidas pelo médico clínico, tais como as enxaquecas e as dores de estômago, e por se tratar de sintomas subjetivos, não são levados em consideração pelas chefias e não são tomados a sério quando eles se queixam.
 De modo geral, o sofrimento físico e mental é resultante do conjunto de situações vivenciadas no cotidiano do trabalho. No entanto, identificamos fatores que associam problemas de condições e organização ocupacional; entre eles, escasso treinamento e falta de planejamento das atividades, excessiva jornada de trabalho, pouco tempo para descanso e lazer, precárias condições materiais e técnicas.
Foram analisados os adoecimentos físicos e mentais em ambos os patamares e gestores das Polícias de diversos Estados, e devido as condições de trabalho, a frequência de atividades físicas e atividades profissionais, a realidade desses profissionais é constatada com precárias. Dessa forma, as informações quanto a saúde física desses profissionais resulta em sobrepeso e obesidade, acompanhado de elevados níveis de colesterol. 
Os resultados de estudos indicam que as corporações policiais se destacam da população em geral e de outras categorias profissionais pela pesada carga de trabalho, justificando, portanto, seu maior desgaste físico e mental. As diferentes ações e condições de trabalho das corporações, influenciam suas diferentes formas de adoecer. Os sofrimentos psíquicos derivados das condições e situações de trabalho são muito pouco considerados nos cuidados de saúde oferecidos pelas corporações. Contudo, a verdade é que o Policial Civil ama a Profissão e ama a corporação, mas a questão é que o Policial ama a Polícia Civil, mas a Polícia Civil não gosta dele. Tanto não gostam que os nossos governantes não os valorizam como deveria. Portanto, a maioria considera o trabalho também como fonte de sofrimento e de adoecimento.
Esses sentimentos misturados ao medo, adrenalina, satisfação e estresse, juntam-se com o sentimento de prazer e de amor à profissão, que ambos são verdadeiros. No entanto, esse sentido de pertença é contraposto ao ressentimento pela falta de reconhecimento social, que mais os afligem.
3.4 POLÍCIA MILITAR
O ingresso do soldado policial e bombeiro militar se dá somente por concurso público após autorização governamental.
Remuneração
Não há um valor único de salário para quem segue carreira na polícia militar. Isso porque cada estado tem autonomia para definir os vencimentosiniciais de seus policiais.
 Em geral, o salário inicial de um policial militar no Brasil fica entre R$ 3.391 e R$ 4.930,00. A média salarial da profissão é de R$ 4.058. No entanto, estes valores se referem ao salário recebido ao término do curso de formação para policiais militares e mostram apenas os vencimentos básicos.
Reconhecimento social
 A falta de reconhecimento da dignidade humana pelo Estado com os profissionais que se arriscam diariamente nas ruas é triste e crescente.
 Os números são assustadores em grandes regiões. No Rio de Janeiro, recente levantamento afirmou que um policial morre a cada 57 horas. Neste ano, mais de 100 policiais foram assassinados nas ruas da capital fluminense. Famílias choram e as autoridades assistem caladas.
Jornada de trabalho
A jornada de trabalho do Policial Militar fica definida em 42 horas semanais com a jornada máxima diária de 12 (doze) horas trabalhadas com, no mínimo, 12 horas de descanso, com escalas uniformes de 12X24 por 12X48 em rodízio e escala (diurna e noturna) conforme artigo 3º da Portaria (Redação dada pela Port. Nº 3507 de 25.06.13).
Funções
O trabalho da Polícia Militar é garantir a segurança da população (militar e civil), controlar confrontos, patrulhar áreas e efetuar prisões em flagrante. A Polícia Militar exerce suas funções junto às forças armadas.
Dentre todas suas funções destacam-se as principais:
 -Planejar, organizar, dirigir, supervisionar, coordenar, controlar e executar as ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública;
 - Executar, com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares às Forças Armadas, o policiamento ostensivo fardado para prevenção e repressão dos ilícitos penais e infrações definidas em lei, bem como as ações necessárias ao pronto restabelecimento da ordem pública;
 - Atuar de maneira preventiva, repressiva ou dissuasiva em locais ou áreas específicas em que ocorra ou se presuma possível a perturbação da ordem pública;
 - Exercer o policiamento ostensivo e a fiscalização de trânsito nas rodovias estaduais e, no limite de sua competência, nas vias urbanas e rurais, além de outras ações destinadas ao cumprimento da legislação de trânsito;
 - Desempenhar, nos limites de sua competência, a polícia administrativa do meio ambiente, na fiscalização, constatação e autuação de infrações ambientais e outras ações pertinentes, e colaborar com os demais órgãos ambientais na proteção do meio ambiente;
 - Proceder, nos termos da lei, à apuração das infrações penais de competência da polícia judiciária militar.
Qualificação
Além das provas e testes físicos aplicados pela Polícia Militar Mineira, para ingressar na instituição pelo Curso de Formação de Oficiais ( CFO) é preciso ser bacharel em direito. A exigência tem feito que muitos aspirantes busquem a graduação. Formação superior, em qualquer área , também é exigida pata quem deseja ser soldado da PM.
Pressões no ambiente de trabalho.
No Brasil, a segurança pública sofre com uma realidade que remete ao crescimento contínuo das diversas formas de violência e criminalidade. As políticas adotadas pelas polícias civil e militar se mostram pouco eficazes no combate a essa situação (PONCIONI, 2005). As críticas acerca da segurança pública são muitas, principalmente no que se refere à atuação do policial. Nessa direção, este trabalho se propõe a olhar para os aspectos que permeiam a saúde mental de policiais militares, homens que arriscam suas vidas para a proteção do cidadão em geral. Assim sendo, trata-se de uma temática de interesse acadêmico e social. Independente, ou não, de significar a verdade absoluta dos fatos, revela uma versão para os acontecimentos vivenciados por esses profissionais.
 São considerados servidores militares os indivíduos que, em caráter permanente ou transitório, prestam serviços militares no plano da administração da União e dos Estados. Sendo assim, pode-se dizer que os policiais militares se referem aos profissionais que desempenham atividade no âmbito federal ou no estadual, recebendo por este serviço um subsídio. Para um bom exercício profissional, o militar deve saber lidar com o conjunto de tarefas a ele conferidas e não se abster de cumprir suas obrigações, mesmo que isso implique em algum dilema ideológico pessoal (GASPARINI, 2001; JESUS, 2001).
3.5 GUARDA MUNICIPAL
A Guarda Civil Municipal é uma instituição designada as organizações de proteção ao patrimônio em cunho municipal, estes atuando também na segurança pública. Possuem poder de polícia delegados aos municípios com amparo Constitucional:
“Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei” (CRFB/1988,144,§8º)
Algumas são as nomenclaturas utilizadas em alguns municípios designadas à profissão, sendo elas: “Guarda Civil Municipal “, Guarda Metropolitana” ou “Guarda Civil Metropolitana”. É uma instituição composta por profissionais que possuem carreira e planos de carreira com seus salários definidos. Possuem estatuto próprio que ampara a função, o Estatuto das Guardas Municipais, Lei Federal nº 13.022/2014.
A sociedade carece da atuação desses profissionais pois estes exercem atividades comunitárias de segurança urbana de maneira a proteger e zelar pelo patrimônio municipal cultural, social e ambiental, apoiando e auxiliando outros órgãos policiais objetivando a prevenção contra crimes. Chamamos a reflexão que os problemas combatidos diariamente pelos Guardas Metropolitanos podem refletir diretamente no viés ambiental, o que os tornam ainda mais valorosos pelas inúmeras atuações de caráter preventivo degradatório dentro das Unidades de Conservação.
2. O INGRESSO NA PROFISSÃO
Para se tornar um agente da Guarda Municipal é necessário prestar concurso público, sendo necessário para ser empossado no cargo o atendimento aos requisitos estabelecidos e determinados pela Lei Federal nº 13.022/2014 que dispõe em seu artigo 10 as seguintes exigências de investidura:
Art. 10. São requisitos básicos para investidura em cargo público na guarda municipal:
I - nacionalidade brasileira;
II - gozo dos direitos políticos;
III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - nível médio completo de escolaridade;
V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;
VI - aptidão física, mental e psicológica; e
VII - idoneidade moral comprovada por investigação social e certidões expedidas perante o Poder Judiciário estadual, federal e distrital.
Parágrafo único. Outros requisitos poderão ser estabelecidos em lei municipal. (BRASIL,L13.022/2014,Art.10)
Portanto, o futuro profissional Guarda Municipal deve se ater a mencionada norma vigente ao optar pela escolha de ingresso nessa profissão. Ressaltamos dentre os requisitos impostos, a necessidade de possuir aptidão física, psicológica e mental uma vez que é demandado diariamente da função, pois estes agentes enfrentam de maneira constante situações que demandam preparo e profissionalismo.
Entrevistamos o profissional Guarda Civil Metropolitano, Juliano Ferreira dos Santos (BM.87327-x), atuante na corporação da Guarda Civil de Belo Horizonte/MG, que contribuiu de maneira efetiva com o presente estudo nos possibilitando conhecer mais a fundo sobre a profissão e como é o dia-a-dia desses profissionais.
 Segundo Juliano quanto aos enfrentamentos diários atestou:
“A própria sociedade em si é o maior obstáculo que enfrentamos diariamente. O Guarda Municipal está ali para trazer aos cidadãos maior segurança e exercer sua função em prol da sociedade, mas infelizmente é visto somente como um agente do governo sem respeito e autoridade. Nós Guardas do Município estamos inseridos juntos a sociedade de maneira bem próxima, estamos no momento do fato em detrimento à prevenção, para que não chegue a acontecer crimes e muitas vezes os locais que atuamos são locais de alta periculosidade”
Portanto, podemos concluir que o desconhecimento da sociedade quanto ao profissionalismo e objetivismo da Guarda Metropolitana Civil dificulta o trabalhodos mesmos. Ressaltamos também a importância do preparo físico, psicológico e mental do agente para que de forma sadia possam cumprir seu papel em prol do benefício social.
Ao referirmos sobre benefício social abrangemos em destaque um outro papel de extrema importância realizado por esses agentes, trata-se das orientações às comunidades em prol da educação ambiental. Enriquecemos o presente estudo salientando a importância da educação ambiental pois trata-se de um modelo sustentável de fomento à cidadania mediante políticas públicas na busca de uma sociedade embasada numa responsabilidade ambiental.
3. DETALHAMENTOS SOBRE A PROFISSÃO
O Guarda Municipal é um agente servidor público que atua na área da Segurança Pública, a este é atribuído garantir a proteção da população e cautelar-se em provimento ao cuidado com o patrimônio público. Abrange a toda Guarda Municipal Civil os agentes públicos, as instituições e os quadros hierarquizados de capacitação, os dispostos a darem alcance à finalidade de salvaguardar os regimes patrimoniais municipais e a promoção dos direitos humanos. Isso é possível mediante patrulhamento preventivo, preparos e treinamentos além de embasamentos preservativos no que tange ao uso progressivo da força.
De acordo com o disposto no Estatuto da Guarda Municipal de Belo Horizonte/MG Lei nº9319 de 19 de janeiro de 2007, observemos a seguir algumas curiosidades do cargo:
Quanto a estabilidade
Art. 28 - São estáveis após mil e noventa e cinco dias de efetivo exercício, observado o § 1º do art. 115, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Lei nº 11.153/2019)
Quanto a jornada de trabalho
Art.53 - A jornada de trabalho dos servidores públicos efetivos integrantes da Carreira da Guarda Municipal é de quarenta horas semanais e poderá ocorrer em turnos diurnos e noturnos, inclusive em finais de semana e feriados, de acordo com a especificidade das atividades desenvolvidas, admitindo-se, nos termos do regulamento e conforme a necessidade do serviço, a realização de jornadas especiais. (Redação dada pela Lei nº 11.153/2019)
§ 2º O ocupante de cargo de provimento em comissão cumprirá jornada de 40 (quarenta) horas semanais, podendo ser convocado sempre que houver interesse da administração, sem que tal medida implique pagamento de horas extraordinárias. (Redação dada pela Lei nº 10.497/2012)
Quanto a aposentadoria
Art.52 - O servidor titular de cargo público de provimento efetivo de Guarda Municipal vinculado ao Regime Próprio de Previdência será aposentado consoante as regras estabelecidas na Constituição da República Federativa do Brasil e na legislação pertinente.
Quanto a carreira
Art. 127 - Os ocupantes do cargo público efetivo de Guarda Municipal integram o Plano de Carreira dos Servidores da Área de Atividades de Segurança Urbana e Patrimonial da Prefeitura de Belo Horizonte, que será objeto de lei específica.
Art.131 - A Guarda Municipal oferecerá cursos na sua área de atuação, com o propósito de manter seus integrantes capacitados e atualizados para o desempenho de suas atividades, de participação facultativa ou obrigatória, conforme a hipótese.
Quanto ao salário
“Em geral, o salário de Guarda Municipal na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte é de R$4.085. Os salários de Guarda Municipal na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte estão entre R$3.946 e R$4.682. Essa estimativa tem como base o(s) 3 relatório(s) de salários de Guarda Municipal na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte publicado(s) de forma sigilosa pelos funcionários ou são estimados de acordo com métodos estatísticos. Considerando bônus e remunerações extras, um Guarda Municipal da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte pode receber um salário total médio de R$49.016.” (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE)
Conceituamos a Guarda Municipal como uma resposta constitucional propícia dada à sociedade no instituto da Segurança Pública. Porém levantamos o questionamento quanto ao reconhecimento dessa profissão de suma importância, principalmente devido aos altos índices de violência que aumentam a cada dia e que por estes são enfrentados, ainda pelo importante papel que desempenham educando a sociedade em favor do meio ambiente sustentável.
4. POLÍTICAS PÚBLICAS
Já mencionado no presente estudo que a Guarda Metropolitana Civil desempenha um papel fundamental, porém alguns destes acabam por ficarem de certa forma obscuros, por não se tratarem de um dever legal explícito da função, que é o caso da educação ambiental.
A educação ambiental é norteadora das políticas públicas preventivas, é o princípio que evidencia a função social do meio ambiente de modo a fortalecer a imagem de cidadania com um caráter pedagógico. A atuação da Guarda Municipal em atribuir à sociedade orientações, como deveres e direitos ambientais, é uma ferramenta bastante positiva no que tange a política preventiva eficaz em favor do meio ambiente.
O entrevistado contribui relatando a respeito de mais essa curiosidade, seguimos com os dizeres do guarda Juliano:
“Muitas são as atuações da Guarda Municipal em parques e praças e como nosso principal objetivo é a prevenção, aproveitamos também esses locais para orientar a população para uma conscientização ambiental. Os frequentadores desses locais são os mais variados públicos e estamos sempre alertando-os para conservação do espaço em que usufruem.”
Adentremos de fato nas políticas públicas realizadas pelos Guarda Municipal, sendo essas já documentadas. A Lei Federal 13.022 já mencionada anteriormente, atribui a seus agentes a função da proteção municipal preventiva estabelecendo os princípios balizadores das atuações, sendo eles: a proteção dos direitos humanos fundamentais, o exercício da cidadania e liberdades públicas, preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas, patrulhamento preventivo, compromisso com a evolução social e o uso progressivo da força. De fato, é notório o alto grau de preocupação em detrimento do cidadão que possuem, para mostrar mais claramente esse cuidado expomos com fulcro no Manual de Diretrizes da Rotina Operacional da Guarda Municipal de Belo Horizonte/MG (D.R.O – Versão I de 25 de agosto de 2018), o trabalho de Grupamento de Apoio ao Projeto Escotismo da Guarda.
“Desde o ano de 2004 a Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte tem desenvolvido, com apoio da Secretaria Municipal de Educação e a Fundação de Parques Municipais, o Projeto: Escotismo na GCM-BH, com fins precípuos de estabelecer bases preventivas da violência e da criminalidade entre as novas gerações e garantir o acesso da juventude a bens educacionais, culturais e de lazer, normalmente restritos às camadas mais privilegiadas da sociedade.” (D.R.O V.I de 25 de agosto de 2018, P.73)
Foi pensando nas situações de jovens e crianças moradoras de aglomerados, vilas e bairros de periferia de Belo Horizonte atingidos pela violência social que esse apoio é desenvolvido, buscando educa-los para um futuro próspero e honesto.
“O Projeto Escotismo na GCM-BH busca implantar a filosofia escoteira entre crianças e adolescentes moradores em vilas e bairros de Belo Horizonte, dando-lhes a oportunidade de identificar paradigmas positivos de cidadania e de liderança, contribuindo para que assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter, ajudando-as a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais e afetivas, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em sua comunidade; despertar e sedimentar o caráter humanitário e estimular a cultura do voluntariado entre o efetivo da Guarda Municipal e entre moradores de vilas e bairros de Belo Horizonte”. (D.R.O V.I de 25 de agosto de 2018, P.75)
Ainda, a Guarda Civil Municipal possui o Grupamento Banda de Música regulamentada pelo Decreto Municipal 16.612 de 2017. Trata-se de uma banda instituída por 32 agentes treinados e a mesma possui vários projetos de prevenção social da violência, como o projeto Adote um Músico, Sexta Musical e Banda Itinerante.Além disso realizam concertos com viés didático em educandários, praças e parques municipais. Carregam como missão o seguinte exposto:
“Nos termos da Lei Municipal 9.319, Estatuto da Guarda Municipal, e do Decreto16.612/2.017, a Banda de Música tem como missão a execução de ações de interação com os cidadãos em eventos culturais de interesse do Município de Belo Horizonte, relacionando-se com outras corporações musicais, publicas ou privadas, visando o intercambio de conhecimentos, repertório, aperfeiçoamento dos músicos em eventos culturais de interesse do município.”
5. AMPARO AO SERVIDOR E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Abrimos esse tópico com o dizer de Dejours (2005):
"não há neutralidade do trabalho diante da saúde mental" (p. 35).
Sabemos que o trabalho pode ser um fator estrutural da pessoa seja de maneira positiva ou de maneira negativa, e ao tratarmos da Guarda Metropolitana há que se preocupar com o que diz respeito ao sofrimento no ambiente de trabalho. A jornada desses trabalhadores é de 12 horas diárias, por ser uma jornada extensa de trabalho que muito exige, o prejuízo acaba ficando voltado à saúde que fica em segundo plano. Além de ser uma extensa jornada de trabalho, há que salientar para exaustão no exercício da função devido a periculosidade, por exemplo, o que reflete diretamente em suas vidas pessoais e na saúde física e dos mesmos.
Adentrando na questão psicológica, mostramos mais um trecho da entrevista com o Guarda Civil Metropolitano Juliano Ferreira dos Santos, que neste sentido favoreceu o presente estudo com questões práticas e que de fato, segundo ele, acontecem com uma certa frequência dentre os agentes.
“Em relação ao emocional o que mais abala são as situações vivenciadas em “Upas”, o atendimento é precário e você ali intermediando conflitos e vendo que a culpa é do Sistema. Com o tempo isso se torna uma pressão interna muito grande pessoalmente falando, aquele ambiente de trabalho se torna um estresse contínuo levando a depressão. De uma forma geral o servidor da segurança pública, o Guarda extrai indiretamente muita coisa daquilo vivenciado no dia a dia e muitas das vezes por ser antiético falar sobre, acaba acumulando e trazendo efeitos colaterais por isso a importância de uma assistência psicológica.”
O Instituto da Guarda Civil de Belo Horizonte possui um núcleo de apoio aos agentes, o Núcleo de Atenção e Apoio (NAAG) que tem por objetivo a valorização da função pública exercida por eles. Esse apoio é possível por meio de ações que promovem saúde e a qualidade de vida no meio ambiente do trabalho, bem como estimulam a redução dos efeitos negativos sentidos por eles em relação aos fins e interesses da instituição. Segundo o Manual de Diretrizes da Rotina Operacional expomos:
III – Intervenção do NAAG : As intervenções do núcleo se desenvolverão por meio de atendimento domiciliar, nos locais de trabalho e no espaço do núcleo e serão prioritariamente direcionadas aos agentes da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte: a) em possível processo de adoecimento; b) vítima de violência; c) usuário e/ou dependente de álcool e outras drogas; d) imerso em situação de conflitos interpessoais. (D.R.O-p79)
Entendemos este amparo aos guardas como sendo de extrema importância uma vez que, por meio desse núcleo, os agentes de certa forma estão acolhidos nos casos de adoecimento, serem vítimas de violência, aqueles usuários e/ou dependentes de álcool e outras drogas e ainda aqueles imersos em situação de conflitos interpessoais, que é o caso exposto na entrevista.
A própria Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 225, trata a respeito do direito ao meio ambiente e nos permite reconhecer a existência de um intercâmbio de preceitos entre o Direito Ambiental e o Direito do Trabalho.
225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
Ambos os ramos do direito têm sua origem em comum, sendo a necessidade da proteção humana contra os efeitos nocivos das atividades produtivas. Sendo assim há a busca da proteção da dignidade humana a partir da defesa do meio ambiente, oque inclui o meio ambiente do trabalho.
Outro texto constitucional que é propício a explanar é o disposto no artigo 200, inciso VIII que rege:
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. (BRASIL-CRFB/1988,Art.200,VIII)
Notamos neste dispositivo a introdução definitiva do conceito de meio ambiente do trabalho à ordem social referente à saúde. Aqui a Constituição reconhece de fato as condições às quais são impostos os trabalhadores e que refletem diretamente em sua saúde. Buscamos também uma definição do que por certo seria o meio ambiente do trabalho, assim expomos os ensinamentos de José Afonso da Silva:
“local em que se desenrola boa parte da vida do trabalhador, cuja qualidade de vida está, por isso, em íntima dependência da qualidade daquele ambiente” (SILVA, 2010: 21)
Portanto, concluímos que o que fato estabelece certo local como “meio ambiente de trabalho” é a presença dos trabalhadores realizado suas funções de ofício. Ressaltamos aqui mais uma vez, o brilhante papel da Guarda Civil Metropolitana de Belo Horizonte em desempenhar um papel pedagógico às comunidades no que tange a valoração do meio ambiente como um todo.
VISIBILIDADE SOCIAL
A desembargadora federal Lucia Ursaia, da 10ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região considerou a função de Guarda municipal como sendo especial destacando que a Lei 13.022, de 8 de agosto de 2014, instituiu norma gerais para as guardas, regulamentando o parágrafo 8º, do artigo 144 da Constituição Federal.
 É tratado nessa lei que as guardas municipais são instituições de caráter civil, essas são uniformizadas e armadas, e têm a função de proteção municipal preventiva. Mas cabe dizer que mesmo antes desta lei a profissão já era considerada especial, pois a Guarda Metropolitana trabalha, de forma habitual e permanente, expostos a perigo constante na vigilância, o que é acentuado pelo fato do portar arma de fogo.
Trazemos a reflexão em se tratando da extrema importância da profissão abordada, precisamos valorizar o grande papel e contribuição que desempenham à sociedade. A Guarda Municipal desenvolve um papel que vai além das atribuições legais, e compartilhamos os dizeres do entrevistado guarda Juliano Ferreira dos Santos que nos fez sentir na pele a emoção e responsabilidade que é ser um Guarda Municipal.
“Essa invisibilidade socialmente falando é uma expressão construída historicamente a partir de dois fenômenos psicossociais: a humilhação social e a reificação (transformação em coisa). No caso da segurança pública há pessoas, nem todas elas mas a maioria, que enxerga como uma coisa obrigatória, que os nossos salários saem do bolso delas, e o governo não tem mais que a obrigação de nos colocarmos atuantes na rua, esquecendo do lado humano, as qualificações profissionais e pessoais que aquele servidor possui, os benefícios que a simples presença física no local trás ao meio ambiente, como por exemplo convivência em harmonia e paz além do respeito social. Nós guardas entendemos que a sociedade precisa evoluir humanamente falando, pois por mais que estes episódios sejam frequentes ainda existem pessoas que fazem esta profissão valer a pena. É o caso de quando vemos que contribuímos em prol da vida de uma criança, evitando o tráfico nas escolas e violências por exemplo. É a hora que vemos com orgulho, no olhar puro de uma criança, a admiração por ter a presença da Guarda Civil, isso de fato não tem preço!”
CONCLUSÃO
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	BRASIL, Lei nº 9319 de 19 de janeiro de 2007, Estatuto da Guarda municipal de Belo Horizonte MG.
	BRASIL, Lei Ordinária nº 11.153/2019 de 09 de janeiro de 2019.
	BRASIL, Lei nº 10.497 de 26 de junho de 2012, Plano de Carreira da Guarda Civil de Belo Horizonte MG.
	BRASIL, Manual de Diretrizes da Rotina Operacional da Guarda Municipal de Belo Horizonte/MG, Versão I de 25 de agosto de 2018.
	BRASIL, Decreto Municipal 16.612 de 19 de abril de 2017
	Dejours, C. (2005). A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.
	SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 8ª edição. São Paulo: Malheiros, 2010.https://prefeitura.pbh.gov.br/transparencia, Portal da Transparência do Município de Belo Horizonte MG

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