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Aula 3 - INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL PRINCÍPIOS PARA INOVAÇÃO EM MODELOS DE NEGÓCIOS

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AULA 3 
MODELOS DE NEGÓCIOS 
INOVADORES 
Profª Anelise Jensen 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nas aulas anteriores vimos que o destino de organizações que não 
inovarem está praticamente selado: elas tendem ao desaparecimento num futuro 
não tão distante. 
Vimos, também, que a inovação deve ser um processo contínuo e que 
precisa ser gerenciado pelas empresas por meio de métodos e técnicas 
específicas; afinal, não se pode esperar que uma nova ideia seja simplesmente 
gerada do “nada”. 
Além disso, o processo de inovação precisa ser realizado em um contexto 
adequado, uma vez que a ideia certa nas condições impróprias ao seu 
desenvolvimento pode não vingar, ocasionando perda de tempo e de recursos 
valiosos da organização. É essencial lembrar-se sempre de selecionar as opções 
de inovação que se mostrarem – e comprovarem – mais promissoras. 
Nesta aula, vamos ter contato com princípios importantes para que 
efetivamente ocorra a inovação nos modelos de negócios, além de conhecer 
alguns dos modelos de negócios inovadores que estão sendo implementados na 
atualidade, com suas características e especificidades. 
CONTEXTUALIZANDO 
Quando uma empresa define suas estratégias de atuação e recursos que 
vão conduzi-la e dar suporte nas operações do dia a dia, define, também, como 
consequência, um padrão de valor único que contribui para torná-la e mantê-la 
competitiva e singular no mercado. 
São essas definições de orientação estratégica (e a condução delas) que 
possibilitam ser um destaque no mundo dos negócios. É essa reflexão sobre como 
gerar e entregar valor que dá sentido e descreve então um modelo de negócios, 
lembrando de que, para isso, é necessário realizar uma análise que considere 
tanto o ambiente interno quanto o externo à empresa, assim como forças e 
oportunidades. 
E é nesse intuito que os conhecimentos sobre inovação permitirão às 
empresas fazer a construção de modelos de negócios que expressem 
concretamente um modo mais representativo da atualidade e de como as 
empresas tem buscado gerar valor, bem como da forma como conseguem 
transformar o seu trabalho em ganhos financeiros. 
 
 
3 
TEMA 1 – INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL – PRINCÍPIOS PARA INOVAÇÃO EM 
MODELOS DE NEGÓCIOS 
Tudo começa há muito tempo, com o economista austríaco Joseph 
Schumpeter, que apresenta uma teoria (chamada de destruição criativa), na qual 
propõe que a inovação é o principal indutor do crescimento econômico. 
Schumpeter defende que a concorrência aguça de desejo do 
empreendedor de buscar novas formas de incrementar a tecnologia, 
novas maneiras de fazer negócios e outros tipos de vantagens 
competitivas que poderiam incrementar as margens de lucro e impactar 
diretamente padrão de vida do empreendedor. (Ferreira, 2015) 
Para Scherer e Carlomagno (2016, p. 15), “Schumpeter criou uma linha 
divisória entre dois tipos de descoberta: a invenção e a inovação, estabelecendo 
que a inovação se diferenciava por estar vinculada a um ganho econômico.” 
Muitos autores deram vida a novos conceitos sobre inovação com base nas 
ideias de Schumpeter, o que fez com que vários outros conceitos de inovação 
fossem apresentados na sequência: “É pela adoção da inovação que qualquer 
empresa passa a estar em condições de redefinir os setores em que atua, de criar 
novas indústrias, e de conquistar uma liderança que venha a estabelecer as regras 
da concorrência – em seu próprio benefício, é lógico” (Davila; Epstein; Shelton, 
2009, p. 46). 
Em suma, “inovação não é simplesmente algo novo. É algo novo que traz 
resultados para a empresa. A inovação é a exploração de uma nova ideia com 
sucesso, resultando em grande retorno” (Davila; Epstein; Shelton, 2009, p. 16). 
Ou seja, a maneira como uma empresa inova dependerá de como suas 
diversas áreas e componentes interagem, formando assim processos de inovação 
que são únicos e, portanto, exclusivos. 
Algumas empresas já estão preparadas para as mudanças que estão em 
andamento; outras tantas estão se preparando com o passar dos anos. Muitos 
executivos com visão de futuro e de mercado já esperam inovação nos próprios 
modelos de negócios em um curto espaço de tempo (falamos aqui do horizonte 
de 2020, que está bem próximo). Percebemos, então, que essas corporações não 
tratam simplesmente de trazer inovação tecnológica, mas sim de inserir inovações 
que transpassam a organização como um todo. “[...] a inovação é um processo 
que fornece valor adicionado e um nível de novidade para a organização e para 
seus fornecedores e clientes através do desenvolvimento de novos 
 
 
4 
procedimentos, soluções, produtos e serviços e também de novos métodos de 
comercialização” (McFadzean; O'Loughlin; Shaw, 2005, p. 3). 
Apesar de todo desenvolvimento e avanço que as organizações 
apresentam no cenário atual, que, diga-se de passagem, têm sido constantes, 
ainda assim desenvolver modelos de negócios que sejam inovadores (e viáveis!) 
tem sido um desafio para as organizações do século XXI. 
Foi pensando nisso que Georg Stampfl, pesquisador, palestrante e 
consultor da área de inovação, registrou dez princípios considerados essenciais 
para que possa existir inovação em modelos de negócios (aqui aplicados 
principalmente às grandes empresas). 
Esses princípios foram pautados por uma pesquisa sobre inovação em 
modelos de negócios, que contemplou empresas iniciantes e empresas já 
experientes neste processo, gerando um conceito denominado “anatomia da 
inovação do modelo de negócio” (Stampfl, 2015). 
Vamos conhecer os princípios? 
1. Inovação no modelo de negócio é uma questão da alta direção: como 
mencionamos anteriormente, a inovação é, acima de tudo, uma decisão 
organizacional e, portanto, precisa vir de “cima para baixo”, ou seja, precisa 
do apoio e envolvimento da alta gestão para que funcione. Nesse sentido, 
os lideres precisam demonstrar: 
 Visão estratégica e de longo prazo; 
 Gestão do processo de mudança na empresa e desenvolvimento das 
estruturas requeridas para novos modelos de negócios (lidando com a 
existência desses dois modelos ao mesmo tempo); 
 Fortalecer a cultura organizacional, de modo a incentivar funcionários 
em suas iniciativas; 
 Garantir os investimentos necessários para tal desenvolvimento. 
2. Descoberta proativa de novos modelos de negócios: as organizações 
já atuantes de mercado devem ser estimuladas a buscar, enquanto ainda 
possuem negócios saudáveis, novos modelos de negócios. Isso se explica 
pelo fato de que hoje não podemos ter certeza de que nenhum negócio é 
estável e durará para sempre. 
3. Monitoramento dos ambientes do modelo de negócios: é preciso seguir 
uma metodologia para acompanhar o ambiente de negócios, percebendo 
como o mercado está mudando, as tendências e que tipo de modelo tem 
 
 
5 
maior chance de sucesso e adaptação. O autor da teoria aponta ser 
imprescindível entender quais são as forças externas atuantes, para então 
conhecer seu impacto no desenho do novo modelo de negócio. Para isso, 
ele utiliza duas ferramentas (que são um apanhado de outras ferramentas 
já existentes e usadas no mercado), chamadas de “mapa ambiental do 
modelo de negócios” (Figura 1) e “modelo ambiental do modelo de 
negócios” (Figura 2), respectivamente: 
Figura 1 – Mapa ambiental do modelo de negócios 
 
Fonte: Stampfl, 2015. 
Figura 2 – Modelo ambiental do modelo de negócios 
 
Fonte: Stampfl, 2015. 
 
 
6 
4. Concentração na aprendizagem organizacional e abordagem 
interativa: Stampfl aponta que o processo de inovação em modelos de 
negócio é complexo e de altos custos, dadas suas características 
específicas, alto grau de incerteza, imprecisão de mercados-alvo e no 
volume da demanda. Assim, ele propõe que o foco da inovação esteja na 
aprendizagem organizacional, apoiada numa abordagem de tentativa e 
erro, que representa a lógica da experimentação. Esse princípio prega o 
ajuste do protótipo de modelode negócio ao mercado. 
5. Novas capacidades e estruturas organizacionais: para implementar um 
novo modelo de negócios é preciso desenvolver novas capacidades e 
estruturas organizacionais, estabelecendo relações com novos parceiros e 
prospectando outros clientes. Cabe entender, aqui, como o novo mercado 
se impõe, qual a sua linguagem e, a partir disso, de que maneira o novo 
modelo pode ser eficiente e eficaz. 
6. A falha é a regra; não a exceção: mesmo entre os profissionais de 
inovação experientes, falhar não é nenhuma novidade. Então, é sabido que 
um modelo de negócios inovador por vezes não dará lucro por um bom 
tempo, ou que incluir indicadores de performance cedo demais também 
pode ser arriscado. Além disso, ainda que implantado um modelo de 
negócios viável, é preciso ter em mente que o novo modelo sofrerá ajustes, 
de acordo com as necessidades. 
7. Apoio à colaboração em projetos de design do modelo de negócios: 
os encontros presenciais se mostraram, de acordo com a pesquisa, mais 
efetivos que outras ferramentas, inclusive tecnológicas. No entanto, o 
excesso de informação gerado nesses encontros deve ser filtrado com 
apoio da tecnologia, por meio de plataformas de gestão de processos que 
organizarão e documentarão o trabalho) e de ambientes de colaboração e 
arquivo das ideias, que podem ser compartilhadas e lapidadas. 
8. Uso de padrões e delimitação das hipóteses relacionadas: a utilização 
de templates (padrões prontos) para esboçar o novo modelo de negócios 
contribui para ter uma linha de raciocínio estruturada e simples. Esses 
padrões são bastante completos e oferecem os principais componentes a 
serem pensados e avaliados na concepção do modelo. São a 
representação das hipóteses que mais tarde serão testadas. 
 
 
7 
9. Uso de analogias no modelo de negócios para aprender a partir de 
padrões comprovados: o uso de modelos já testados e validados pelo 
mercado permite a geração de novos insights, a partir da inspiração e do 
pensamento criativo, que se tornam mais soltos. O que acontece aqui é que 
normalmente serão criadas adaptações ou aperfeiçoamentos de modelos 
já existentes (como na grande maioria dos casos); e não modelos 
inteiramente novos. As analogias permitem, então, “emprestar” ideias para 
desenhar o próprio modelo de negócios. 
10. Efeitos colaterais positivos: o desenvolvimento de novos modelos de 
negócios frequentemente pode fazer com que outras ideias e produtos 
surjam, ocasionado assim “efeitos colaterais positivos”. Uma vez que 
modelar desenhos de negócios e produtos estão interligados, a relação é 
recíproca: tanto os modelos de negócios podem sugerir ideias de produtos 
como os produtos podem gerar ideias de negócios. 
Esses princípios traduzem a transformação com que as formas de se fazer 
negócios vêm sendo impactadas na atualidade. 
TEMA 2 – STARTUPS 
No princípio, o conceito de startups referia-se à um grupo de pessoas 
trabalhando em prol de uma ideia diferente que, em teoria, poderia gerar lucros 
financeiros. Também se entendiam por startups os processos de se iniciar uma 
pequena empresa inovadora e colocá-la em funcionamento (Moreira, 2016). 
Alguns investidores também entendiam startup como sinônimo de qualquer 
empresa em estágio inicial, tendo como características marcantes os baixos 
custos de manutenção e as chances de crescimento rápido e expressivo. Para 
Yuri Gitahy, especialista em startup, a melhor (e mais atual) definição para o tema 
de startup é de “um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios 
repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.” 
Mas o que significa isto? 
Significa dizer que hoje em dia não há meios de se garantir que uma 
empresa ou negócio dará certo e funcionará para sempre, dado o elevado grau 
de incerteza e de concorrência do mercado. De outra forma, significa também que 
a organização em questão precisa ter condições de gerar repetidas entregas de 
seu produto ou serviço (em teoria de forma ilimitada), sem grandes repercussões 
 
 
8 
no que diz respeito à customização de produtos para os clientes, sendo, com isso, 
passível de se atingir escala: crescendo em receita, mas com poucos custos. 
Uma startup é um modelo de negócio que preconiza a absorção, adaptação 
e a propagação de novas ideias e novas tecnologias incorporadas aos produtos e 
serviços. É, portanto, um modelo de negócios que investe na adoção de conceitos 
e ideias inovadoras nos estágios iniciais de desenvolvimento. Em geral possuem 
grande potencial de crescimento, mas, ao mesmo tempo, recursos escassos, 
principalmente no começo das operações. No geral, os empreendedores têm 
grande dificuldade para levantar os recursos necessários ao seu pleno 
desenvolvimento. 
Para superar os desafios impostos e seguir no mercado, os 
empreendedores devem superar alguns obstáculos, de acordo com o site da 
consultoria Locus (S.d.): 
Figura 3 – Obstáculos a serem superados pelas startups 
 
Fonte: Locus, S.d. 
Uma startup que se proponha a ser bem-sucedida precisa, antes de tudo, 
de líderes que vão trabalhar muito, e trabalhar duro. Devem ser líderes que 
delegam, contratem as pessoas certas e saibam como lidar com elas, de modo a 
agregar na empresa. 
Esse modelo de negócio será considerado mais um em uma selva 
competitiva. Por isso, é importante buscar a diferenciação e focar nas 
necessidades do consumidor, o que contribui para enfrentar pequenos e grandes 
concorrentes. Nesse sentido, ter cautela é continuamente um ponto importante, 
uma vez que os negócios não têm crescimento ininterrupto, ou seja, não para 
sempre. 
 
 
9 
Cuidar do fluxo de caixa e do planejamento financeiro também é 
obrigatório, pois nem sempre as vendas representam entradas de dinheiro no 
mesmo momento de tempo. Essa gestão é tão essencial quanto ter clareza de 
qual é o produto oferecido pela empresa e para quem, escolhendo o público a 
empresa vai dedicar seus esforços de venda. 
No Brasil, o mercado de startups teve início em meados dos anos 1990 
(Scalzaretto, 2017) e, de acordo com recente pesquisa realizada pela 
ABCStartups, em parceria com a Accenture (2017), encontra-se assim distribuído: 
Figura 4 – Distribuição do mercado de startups no Brasil 
 
Fonte: Matos, 2017. 
É possível notar, por intermédio do gráfico, que São Paulo é o estado que 
concentra o maior número de startups, seguido por Santa Catarina e Minas 
Gerais. 
Uma pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Ministério da Indústria, 
Comércio Exterior e Serviços revelou que cerca de 30% das startups têm 
dificuldade para se manter no mercado, sendo as principais causas para 
fechamento justamente a falta de acesso ao capital financeiro (40%), entraves 
para entrar no mercado (16%), seguido de divergências entre os sócios (12%). 
Curiosidade 
Como forma de dar apoio à manutenção das startups, o Ministério da 
Indústria, Comércio Exterior e Serviços criou o programa Inovativa Brasil, que 
promove ações de assistência às startups. Conheça-o em 
INOVATIVA Brasil. Disponível em: <https://www.inovativabrasil.com.br>. Acesso 
em: 9 set. 2018. 
 
 
10 
A perspectiva para as startups é de crescimento, mas um de seus maiores 
desafios continua sendo a busca por investidores que tenham interesse e 
condições financeiras para suportar os empreendimentos. 
TEMA 3 – COWORKING 
O cenário atual de organização do trabalho vem mudando. Nessa direção, 
existe uma busca cada vez maior pela troca de experiências, consideradas 
cruciais para o desenvolvimento profissional neste novo paradigma (Heckler, 
2012). 
O coworking, enquanto espaço de colaboração, refere-se, assim, a um 
formato de trabalho e ambiente em que diferentes empresas e profissionais 
(normalmente autônomos) compartilham o mesmo espaço, serviços e 
infraestrutura, com o objetivo de reduzir custos do que seriaa manutenção de um 
escritório físico, além das possibilidades de ampliação dos contatos e interação. 
Os coworking são espaços físicos que reúnem profissionais que trabalham 
em escritórios não convencionais, como freelancers, empresários, autônomos em 
busca de interação. O termo foi criado em 1999 por Bernie DeKoven, entendido à 
época como uma extensão do trabalho realizado no sistema home office; um 
trabalho on-line – via internet – realizado da casa do profissional (Leforestier, 
2009). 
Trata-se, de maneira simplificada, de uma forma de organização do 
trabalho, traduzida num espaço de escritório não convencional, em que o 
empreendedor abre mão da administração do local físico, de correr comprar 
móveis, de pagar água, luz, telefone e todos os aspectos que são inerentes ao 
funcionamento de um local de trabalho. Cada usuário paga uma quantia pelo uso 
do espaço e recebe como contrapartida uma série de comodidades com as quais 
não precisa se preocupar. Trata-se, também, da opção e da adoção por um estilo 
de trabalho e de vida diferentes, que antes nem eram possíveis de se imaginar. 
Veja, a seguir, um exemplo de espaço de coworking (observe inclusive que 
a disposição dos espaços e do próprio mobiliário é inusitada!), que o Google abriu 
em São Paulo em 2016. 
Podemos observar, também, por meio da imagem, que os coworking têm 
em sua concepção a adoção de espaços diferenciados. No exemplo, podemos 
ver o que a empresa chamou de sala de silêncio, improvável em muitas grandes 
 
 
11 
corporações. Ou seja, para muitos profissionais da atualidade, a atmosfera do 
ambiente de trabalho é um ponto muito importante. 
Outro aspecto que chama a atenção é que, nesses recintos, reúnem-se 
profissionais das mais diversas especialidades (no geral de empresas de menor 
porte), caracterizando um espaço que incita à inovação, à criatividade, ao espírito 
de comunidade e, acima de tudo, ao aspecto colaborativo. 
Além da economia na parte financeira, a autonomia de tempo e de trabalho 
é certamente um fator muito valorizado pela nova geração de profissionais. Esse 
panorama é muito bem explicado pelo conceito de “modernidade líquida” cunhado 
por Bauman, citado por Gama (2017), no qual ele afirma que a modernidade 
transborda tempo e lugares, e que o indivíduo é livre para buscar sua 
autorrealização, o que demonstra claramente o contexto dos coworking e os 
elementos que orbitam ao seu redor. 
Figura 5 – Capa do livro Modernidade líquida 
 
Crédito: Editora Zahar/Sérgio Campante. 
Temos, então, uma modalidade de trabalho que é mais flexível em muitos 
aspectos, favorável inclusive às startups que comentamos no tema anterior, uma 
vez que é mais procurado por empreendedores e profissionais que querem 
economizar com custos de manutenção de um ponto físico, ao mesmo tempo que 
têm a possibilidade de articular novas relações e contatos de trabalho. 
TEMA 4 – ECONOMIA COLABORATIVA 
É notório dizer que o modo como as pessoas se comunicam, interagem, 
consomem e se relacionam mudou (e continua mudando) com as transformações 
 
 
12 
sociais e tecnológicas que temos acompanhado. Essas alterações trouxeram à 
tona um horizonte de consumidores que não tolera e não deseja mais ter 
experiências e produtos desenvolvidos sem identidade e sem personalidade; ou 
seja, criados de forma massificada. 
Tendo esse cenário como ponto de partida, certa insatisfação (por parte 
dos consumidores) com o modelo de consumo vigente abriu espaço para outro 
modelo, baseado no compartilhamento. Foi assim que economia colaborativa, 
economia em rede ou economia compartilhada passaram a ser expressões que 
definem a mesma ideia: um modelo de negócio amparado no compartilhamento, 
trocas e na colaboração. 
[...] a economia colaborativa é um movimento originado a partir do 
surgimento de novas tecnologias da informação e comunicação. É uma 
nova forma de pensar e agir. Busca a diminuição dos desperdícios, do 
aumento da eficiência, eficácia e produtividade. Sobremaneira, o uso 
consciente e racional dos recursos que o planeta nos oferta. (Lapenda, 
2016) 
Conhecido em inglês pela expressão sharing economy, esse é, sem dúvida, 
um movimento de transformação econômica, no qual há espaço para repensar 
os formatos de modelos de negócios. Isso se explica ao observarmos que, hoje, 
as pessoas compartilham desde a venda de seu automóvel, aos produtos caseiros 
que fazem para comercialização; tanto quanto de espaços de trabalho ou objetos 
usados. Ou seja, engloba praticamente tudo o que possamos imaginar. 
No centro desse conceito está o que se chama de compartilhamento peer-
to-peer, ou seja, o compartilhamento pessoa a pessoa. Segundo o site Consumo 
Colaborativo: 
A cadeia de valor da Economia Colaborativa mostra como empresas 
podem repensar seus modelos de negócios tornando-se “Prestadoras 
de Serviços”, “Fomentadoras de Mercado” ou “Provedoras de 
Plataformas”. As empresas com visão de futuro empregam um modelo, 
enquanto as mais inovadoras empregam todos os três, com a 
corporação no centro, abandonando assim a fórmula de preço, praça, 
produto e promoção. (Krupinsk, S.d.) 
A proposta da economia colaborativa é, a partir disso, de viabilizar projetos 
individuais, conectar desconhecidos, reduzir custos e também gerar lucro, tendo 
se desenvolvido em grande medida por meio da internet e redes sociais. Vamos 
conhecer um exemplo: 
O aplicativo GetNinjas nasceu da busca do engenheiro da Computação 
e empreendedor Eduardo L’Hotellier para contratar prestadores de 
serviços que fossem de confiança, pois, além de demorar para encontrar 
profissionais específicos, quando encontrava o serviço ficava bem 
 
 
13 
abaixo do esperado. O propósito do aplicativo é conectar quem sabem 
com quem sabe fazer, proporcionando a possibilidade de renda extra 
para autônomos, aumento de clientes para pequenas empresas e 
contratar profissionais avaliados e verificados para clientes. Hoje o 
aplicativo é um sucesso, com investimento de 47 milhões de reais e mais 
de 450 mil profissionais cadastrados, entre eletricistas, professores, 
diaristas e mais 200 outros tipos de serviços, recebe cerca de 3 milhões 
de pedidos ao ano e já está presente em mais de 3 mil cidades do Brasil. 
(GetNinjas, S.d.) 
A economia colaborativa também pode ser encontrada como economia 
mesh (Gansky, 2010) ou consumo conectado (Dubois; Schor; Carfagna, 2014). 
Outra denominação é o consumo colaborativo (Botsman; Rogers, 2009), ou 
crowdsourcing, que retrata a reunião de diversas pessoas, que podem ser 
remuneradas ou voluntárias (Afinal..., 2014), tendo como objetivos: resolução de 
problemas em produtos, criação de conteúdos, desenvolvimento de produtos, 
opinião sobre produtos ou teste de produtos. 
Certamente, o consumo colaborativo é uma solução mais barata, que conta 
com opiniões reais de consumidores, evitando fracassos retumbantes de 
mercado. Conheça outro exemplo de aplicação. 
O aplicativo TEM AÇÚCAR? é uma plataforma que conecta pessoas 
dispostas a compartilhar objetos e bens entre a vizinhança. Trata-se de 
um estímulo ao consumo consciente na troca de produtos e serviços, 
além de trabalhar a questão da economia nas famílias. Criado em 2014 
por uma ex-modelo que resolveu empreender, hoje o aplicativo é a maior 
rede de colaboração entre vizinhos da América Latina. São mais de 150 
mil pessoas espalhadas pelo Brasil. (Tem Açúcar?, S.d.) 
Apesar de ainda ser considerado um fenômeno novo, não podemos 
ignorar o fato de que a economia colaborativa se apresenta como uma opção aos 
padrões de negócios tradicionalmente disponíveis. Definido pela Revista Galileu, 
este é um “modelo em que a experiência vale mais do que a posse” (Pinelli, 2017). 
A tecnologia teve um papel de destaque para a economia colaborativa e 
continuará tendo, permitindo que essa transformação se consolide cada vez mais 
e se torne integre nas estratégias das empresas de nível mundial. 
TEMA5 – ESTUDO DE CASO 
Leia o trecho a seguir e responda às questões: 
A ideia do TruckPad nasceu em 2011, depois que Carlos Mira, fundador 
e CEO da empresa, fez uma visita ao Vale do Silício. “Fiquei convencido 
de que havia uma clara oportunidade de utilizar smartphones para 
aumentar a produtividade dos caminhoneiros aqui no Brasil”, explica o 
executivo. O modelo de negócio contribui diretamente para o aumento 
no lucro de profissionais e empresas, pois elimina a figura do 
14 
atravessador, que cobra uma porcentagem sobre o valor da carga 
transportada. 
Por meio do aplicativo TruckPad, companhias podem contratar 
caminhoneiros com maior facilidade. Outro detalhe é que essa prática 
evita que caminhões rodem vazios pelas estradas, contribuindo assim 
para a sustentabilidade do meio ambiente. Atualmente, a empresa conta 
com 450 mil motoristas cadastrados e oito mil empresas contratantes de 
fretes. (Pinelli, 2017) 
1. Que aspectos da tecnologia podem ser vistos nesse caso de economia
colaborativa e que papel exercem neste modelo?
2. Partindo da premissa de um consumo que seja mais consciente no futuro,
é possível notar, por parte da empresa, uma preocupação com o meio
ambiente e práticas sustentáveis? Comente.
3. Do ponto de vista da gestão de empresa, qual é (ou quais são) os impactos
da economia colaborativa neste modelo de negócio?
FINALIZANDO 
O sucesso de muitas empresas fez com que diversos empreendedores se 
animassem com a possibilidade de abrir seu negócio. Em muitos casos, acredita-
se que ter uma boa ideia bastava. Exemplos como o Facebook inspiraram muita 
gente. 
Contudo, o caminho dos modelos de negócio inovadores nem sempre é 
simples e tampouco é fácil. Vemos, por meio das estatísticas, o alto índice de 
empresas que não consegue se manter no mercado, demonstrando a importância 
de se atentar para os princípios de inovação nos modelos de negócio. 
Observamos, nesses novos modelos, uma necessidade premente de 
compartilhar e de se relacionar, em um ciclo de relações econômicas e financeiras 
que abrange as transformações sociais e de consumo que vivenciamos hoje. 
Afinal de contas, consumir sempre fez parte das nossas vidas e continuará 
fazendo, mas certamente de uma maneira mais consciente e sustentável. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
COSTA, R. B. Economia colaborativa: por uma compreensão processual. 38º 
Encontro Anual da Anpocs. Disponível em: 
<https://www.anpocs.com >.
https://www.anpocs.com
15 
Acesso em: 9 set. 2018. 
Texto de abordagem prática 
SCALZARETTO, N. Ecossistema para startups se fortalece no Brasil, mas 
obstáculos permanecem. Época Negócios, 13 out. 2017. Disponível em: 
<https://epocanegocios.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2017/10/epoca-
negocios-ecossistema-para-startups-se-fortalece-no-brasil-mas-obstaculos-
permanecem.html>. Acesso em: 9 set. 2018. 
Saiba mais 
O QUE é economia compartilhada? Arthur Igreja, 16 mar. 2017. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?time_continue=32&v=sUi5_u8dZog>. Acesso 
em: 9 set. 2018. 
Is coworking really the future? CNBC International, 31 ago. 2017. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=HYlwYjRPbPo>. Acesso em: 9 set. 2018. 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
5 OBSTÁCULOS que toda startup deve superar para alcançar o sucesso. Locus, 
19 dez. 2017. Disponível em: <https://www.locusbc.com.br/5-obstaculos-que-
toda-startup-deve-superar-para-alcancar-o-sucesso/>. Acesso em: 9 set. 2018. 
AFINAL, o que é crowdsourcing? Crowdtask, 15 maio 2014. Disponível em: 
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19 
GABARITO 
1) Uma vez que a economia colaborativa teve início a partir do uso da 
tecnologia, especialmente da internet e redes sociais, os aspectos 
tecnológicos que podem ser observados no caso são o uso de smartphones 
como ferramenta do modelo de negócio e o uso do aplicativo como meio 
para que o negócio funcione. 
2) Sim, é possível notar que através do uso do aplicativo da TruckPad os 
caminhoneiros otimizam suas viagens, uma vez que rodam quando são 
contratados, sem andar com cargas vazias. Isto está embutido no modelo 
de negócio desta empresa, configurando uma preocupação com o meio 
ambiente. 
3) Os impactos da economia colaborativa percebidosno modelo da TruckPad 
são a questão da capacidade produtiva, do planejamento, da redução de 
custos, do controle e previsão de entregas, processos logísticos etc.

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