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Atividade Prática Superisionada (APS) - Direito do Trabalho Aplicado Professora: Christiane Passos Beatriz Bellameo Mendonça. RA: 7801293 Bruno Cassio Martins Fontes, RA: 7873604 Fernanda Scagliusi Moreno, RA: 8137608 Gabrielly Lucas de Santana, RA: 8164844 Ian Matos Gomes, RA: 8168189 Jéssica Nascimento Alvarenga, RA: 6984698 Karen Romoff Baader, RA: 7862602 Luis Carlos Rodrigues Costa Júnior, RA: 8171719 TURMA: 3109B02 O aluno deverá apresentar proposta de saneamento trabalhista preventivo para uma empresa de construção civil estabelecida no mercado desde 1980 Federação que possui sede em Salvador e oito filiais em seis Estados da Federação; 1- A proposta deverá considerar que a empresa conta com mais de dois mil empregados distribuídos em cargos de administraççao e operacionais, possui grande passivo trabalhista direto e indireto (este fruto de responsabilidade solidária e subsidiária em decorrência de contratos de terceirização); 2- Considere que a empresa utiliza cartão de ponto manual onde se verifica marcação fixa, sem qualquer variação, o que tem gerado inúmeras ações trabalhistas com pleito de pagamento de horas extraordinárias, a empresa não mantém com seus empregados acordo de compensação de jornada; 3- A empresa também é ré em ínumeras ações trabalhistas 1 relacionadas a assédio sexual e assédio moral; 4- A empresa a despeito das inúmerass tentativas não obtém êxito na redução de sua taxa de acidentes de trabalho, doenças profissionais e doenças do trabalho; 5- Os trabalhadores terceirizados são contratados como forma de redução de custos com salários no patamar de 30% inferiores aos empregados contratados diretamente; A proposta apresentada pelo nosso grupo, afim de evitar futuras demandas, trata-se de um COMPLIANCE TRABALHISTA. I- Da atual situação da empresa: Trata-se de uma empresa consolidada no ramo da construção civil, com alto nível de funcionários em diversos Estados da Federação. As demandas sofridas hoje pela empresa versam sobre os seguintes pontos: I.I: Responsabilidade subsidiária e/ou solidária de empregados terceirizados; I.II: Falta de regime de compensação de horas extraordinárias; I.III: Assédio moral e sexual; I.IV: Altas demandas com pleitos diversos relacionados à acidentes de trabalho, doenças profissionais e doenças de trabalho; O objetivo do presente mecanismo alternativo, é a diminuição das citadas demandas, através de implementações de novas regras e requisitos para a prestação de serviços dentro do estabelecimento comercial. 2 II- Políticas e objetivos da atividade empresarial: II.I- Resolução das demandas indiretas decorrentes do serviço de terceirização, e os novos requisitos a serem impostos para a aquisição dos contratos de terceirização: A empresa aqui citada, é de grande porte, e possui mais de 2 (dois) mil colaboradores, entre a sua sede e suas filiais, e muitos destes colaboradores advém de contratos de terceirização. A terceirização é o ato da empresa tomadora de serviço, entregar, através de um contrato regular, à outra empresa, prestadora de serviços, atividades da empresa tomadora. Assim, há 3 (três) partes envolvidas na terceirização: o trabalhador terceirizado; a empresa de prestação de serviços (prestadora) e; a empresa contratante (tomadora). A relação de emprego se dá entre a empresa de prestação de serviços e o empregado por ela contratado, entretanto o empregado irá trabalhar na empresa contratante O principal objetivo de se utilizar o serviço terceirizado é a mão de obra mais barata, e a delegação de burocracias advindas de contratos de trabalho em massa, contudo, tal tática tem se mostrado ineficiente já que as demandas indiretas decorrem justamente pela responsabilidade subsidiária e/ou solidária dos contratos terceirizados. Isto porque, mesmo diante das alterações feitas pela Lei 13.429/17 (Reforma Trabalhista), foi mantido o inciso IV da Súmula 331 do TST, que estabelece a responsabilidade subsidiária e/ou solidária da tomadora de serviços em casos de inadimplemento das obrigações trabalhistas. Contudo, essa responsabilização só irá ocorrer se a tomadora do serviço estiver na relação processual, e o reclamante provar a falta de zelo pelo cumprimento do contrato com a devida fiscalização. 3 Assim, a fim de não ser mais responsabilizada, a tomadora de serviços adotará medidas de fiscalização sobre a prestadora. No caso em questão, diante do expressivo passivo trabalhista fruto das terceirizações, na qual a empresa já está respondendo de forma subsidiária e/ou solidária, a empresa deverá avaliar o patrimônio das prestadores de serviços para ter conhecimento da capacidade de pagamento delas frente aos débitos trabalhistas. Haverá uma reunião a ser realizada nos próximos 30 (trinta) dias da apresentação deste documento, entre as duas empresas na qual deverá ser apresentado o relatório das ações em quantidade e valor, com este número, será possível verificar se a prestadora de serviços possui condições financeiras para efetuar o pagamento, se sim, a prestadora deverá apresentar um cronograma para a quitação de tais débitos no período de 1 (um) ano. Caso, a prestadora de serviços não possua condições financeiras para a quitação dos débitos o plano será apresentado pela tomadora, que irá complementar de forma integral o valor restante. Após a resolução das demandas já existentes, como medida preventiva, será criado um setor de fiscalização por parte da empresa tomadora, este setor terá por obrigação, reavaliar os contratos com as prestadoras de serviços para verificar a capacidade econômica das empresas contratadas, devendo ser rescindido os contratos com àquelas que não possuirem condições financeiras para arcar com as demandas do seu pessoal. Ademais, a fiscalização deverá apresentar relatórios semestrais informando sobre a possível existência de qualquer demanda dos colaboradores em face da prestadora ou da tomadora, deverá também ser observado se há a prática de atos que ferem à legislação trabalhista e/ou civil, devendo ser informado com uma medida resolutiva. As demandas que surgirem devem ser preferencialmente resolvidas por acordo extrajudicial, conforme disposição e requisitos do artigo 855, alínea B e seguintes da Consolidação das Leis Trabalhistas 4 (CLT) II.II- Da jornada de trabalho, hora extraordinária e regime de compensação: Como já informado a empresa apresenta controle de ponto manual, no qual não há variação de horário, o que tem causado inúmeras demandas trabalhistas, com o pagamento exorbitante de valores referentes à horas extraordinárias. Isto porque, a Súmula 338 do TST dispõe que são inválidos como meio de prova cartões de ponto que apresentam horários uniformes, tendo como validade os horários apresntados pelo colaborador através da presunção de veracidade. Afim de se evitar tais situações a empresa deverá instalar o controle de ponto eletrônico em todos os lugares em que os seus empregados exerçam as atividades, devendo este apresentar horas, minutos e segundos otimizando o controle de horários, deverá ainda emitir documentos para que o empregador tenha controle da sua jornada.a empresa deverá realizar a manutenção do controle de ponto periodicamente. Requisitos e procedimentos que devem ser considerados para o controle de ponto: empregados internos; externos; tele trabalho e exercestes de função de confiança (efetivar o levantamento da situação de cada espécie de trabalhadores a partir das disposições legais e com as condutas que a empresa deve adotar de forma preventiva para evitar novasações trabalhistas. A - Trabalho interno é necessário que a empresa crie um modelo para registro d e ponto manual ou eletrônico (sendo ao ponto de vista o eletrônico a via ideal para o registro), de acordo com a legislação específica indicada pelo Ministério do Trabalhoe Emprego e pela Consolidação das Leis do Trabalho. Para que o registro tenha validade e que a gestão de registro das horas trabalhadas seja realizada de forma adequada é necessário observar o registro de entrada e saída estipulado pelo contrato de trabalho, o horário de pausa para 5 almoço/jantar/café ou outras anotações relativas à pausa. B – Trabalho externo O empregado que executar seu trabalho fora do estabelecimento deverá ser registrado o horário, explicitamente, na ficha ou papeleta de serviço externo, conforme dispõe o artigo 74, §3º da Consolidação das Leis do Trabalho. O artigo 59 da Consolidação das Leis do Trabalho regulamenta a utilização das horas extras, bem como a utilização de banco de horas. N essa linha a compensação da jornada de trabalho indica a possibilidade de negociação entre o empregador e o empregado. Assim, é possível negociar diretamente como será feita a compensação das horas trabalhadas além da jornada máxima. O artigo 59, §6º, da Consolidação das leis Trabalhistas, indica, a compensação de jornada foi ampliada e melhor regulamentada, segundo o qual "é lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês ". O Banco de horas é uma forma de compensação de jornada. Anteriormente, a folga compensatória nessa modalidade era concedida em até 1 (um) ano a partir da prestação dos serviços, no entanto só poderá ser realizado se negociação coletiva. Já o banco de horas semestral determina que o empregado compense em até 6 (seis) meses e pode ser negociado entre o empregado e empregador, ambas as hipóteses observando o limite de 10 horas diárias. II.III- Da ouvidoria: Com o objetivo de tornar a empresa um bom lugar de trabalho para seus funcionários, a empresa irá adotar a criação de uma ouvidoria, na qual haverá ramais em que os colaboradores poderão informar sugestões de melhorias, realizar denúncias de qualquer natureza de forma anônima e sigilosa, apontar insatisfações entre outas coisas que julgar necessário. II.IV- Do assédio moral e sexual: A empresa tem o dever de zelar pela integridade psíquica, bem estar e saúde de seus empregados, sendo de extrema relevância a atuação de identificação nos casos de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, bem como uma atuação de prevenção. Com isso em mente, há a 6 necessidade de conceituar cada uma das modalidades, para q A- Do assédio moral: este é caracterizado por atos hostis reiterados com a intenção de abusar psicologicamente da vítima, colocando o profissional em risco, afastando de todas as pessoas e com claro intuito de prejudicar o ambiente de trabalho. Alguns exemplos frequentes são os trabalhadores em situações vexatórias incubida por seu superior ou colega de trabalho, o principal objetivo deste tipo de assédio é ridicularizar e inferiorizar o sujeito, afetando assim seu desempenho no ambiente de trabalho.São comuns que, em situações de assédio moral, existam tanto as ações diretas por parte do empregador, como acusações, insultos, gritos, e indiretas, ou ainda a propagação de boatos e exclusão social. B- Do assédio sexual: O assédio sexual é tratado no aspecto pena l, disposto no artigo 216 - A do Código Penal que dispõe: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,cargo ou função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. O assédio sexual tem intenção física e sexual, que tem como objetivo contatos físicos forçados, convites inconvenientes, que utilizam as características de se aproveitar para se manter o emprego da vítima, influenciar em promoções, humilhação e intimidação da mesma, pode ser caracterizado por uma única vez. Com isso em mente, a empresa decidiu adotar por canal específico da ouvidoria que será interna e totalmente sigilosa, possibilitando assim o conhecimento por parte do seu superior, de problemas interpessoais de cunho grave entre os funcionários, apresentada a queixa, caberá ao empregado verificar a veracidade e a extensão do problema, para que posteriormente, possa ser aplicada a devida advertência, ou dependendo da extensão do problema o desligamento do acusado da empresa. A empresa utilizará de conciliadores e disponibilizará a consulta com psicólogos ou psiquiátricos se for do desejo do empregado. 7 II.V- Dos trabalhadores terceirizados que recebem remuneração inferior a 30% dos empregados contratados diretamente pela tomadora: É previsto na Lei 6.019 /74 em seu artigo 12, que os trabalhadorestemporários fazem jus à remuneração equivalente aquela percebida pelos empregados da empresa tomadora. Contudo, inexiste previsão semelhante em relação aos trabalhadores terceirizados. A doutrina registra que a terceirização tende a viabilizar tratamento socioeconômico e jurídico inferiorizam-te, criando diferentes classes de trabalhadores. Assim, observa-se que os empregados diretos da tomadora possuem, em regra, salários superiores, contratos mais duradouros, mais benefícios, maior treinamento e qualificação em relação aos trabalhadores terceirizados. Sabendo do desejo de alguns terceirizados em perceber a remuneração ofertada pela tomadora de serviços, a mesma irá implementar um programa para a contratação destes terceirizados diretamente pela empresa, para isto o funcionário que assim desejar, poderá se inscrever pelo canal a ser posteriormente informado, apresentando seu desejo em fazer parte do nosso quadro de funcionários. II.VI- Do alto número de acidentes de trabalho e doença ocupacional: As práticas de saúde e segurança do trabalho são cada vez mais entendidas como investimentos, pois parte do princípio de atuação direta na prevenção. Desta forma, para manter a conformidade dos requisitos legais trabalhistas, regulamentos e princípios para previnir ocorrências danosas aos empregados e terceiros, bem como a propriedade material da empresa. A empresa irá instaurar a CIPA (Comissão interna de Prevenção de Acidentes), a fim de auxiliar na fiscalização e cumprimento de medidas preventivas. Irá fornecer EPI (Equipamentos de Proteção Individual) e EPC (Equipamentos de Prevenção Coletiva), e verificar as condições de uso dos acessórios, além de ensinar os funcionários e cobrá-los sobre a importância de usar. 8 A empresa também irá promover palestras para que os funcionários devam estar cientes de todos os riscos a que estão submetidos no trabalho, gerando dessa maneira a consciência da importância na prevenção dos acidentes e doenças ocupacionais. II.VII- Cursos e atividades: A empresa, com o objetivo de desenvolver ainda mais a sua eficiência irá disponibilizar cursos e atividades de reciclagem e atualizações para que os funcionários estejam prontos para lidar com o novo mercado, e consigam aperfeiçoar suas técnicas já desenvolvidas. Estas atividades serão realizadas no horário de trabalho, e serviram para o banco de horas mencionado no item II.II. III- Das disposições finais e compromisso do compliance: O presente Compliance será atualizado anualmente ou antes de forma excepcional em situações que mereçam urgência. Ademais, este deverá ser cumprido por todos os funcionários da empresa o que incui a alta cúpula e também funcionários terceirizados, sendo que se não houver fiel cumprimento o colaborador será advertido e a depender do caso poderá ser desligado do quadro de funcionários. 9
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