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O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA SEMINÁRIO I - REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO PASSIVA Leitura básica • CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7 ed. São Paulo: Noeses, 2018. Itens 2.6 (Conceitos gerais da obrigação tributária) e 3.1 (Regra-matriz de incidência), da segunda parte. • CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulos X e XI. • CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. III. São Paulo: Noeses, 2016. Tema XXV (Responsabilidade tributária por grupo econômico); e Tema XXVI (Responsabilidade por sucessão decorrente de cisão). Leitura complementar • CARRAZZA, Roque Antonio. Reflexões sobre a obrigação tributária. São Paulo: Noeses . Capítulo VI, primeira parte. • FERRAGUT, Maria Rita. Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002. São Paulo: Noeses. Capítulo I, itens 2.2, 2.3, 2.5 a 2.9 e 2.11 e Capítulo V, itens 5.7 e 5.9 a 5.12. • DARZÉ, Andréa M. Responsabilidade tributária – solidariedade e subsidiariedade. São Paulo: Noeses. Capítulo 3. • CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito: o constructivismo lógico- semântico. São Paulo: Noeses . Capítulos X e XIV. • NEDER, Marcos Vinícius. Responsabilidade solidária e o lançamento fiscal. In: VII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses. • BECHO, Renato Lopes. A responsabilização tributária de grupo econômico. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 221. • FERRAGUT, Maria Rita. Novo CPC: O incidente de desconsideração da responsabilidade jurídica tornando efetivo o direito dos grupos econômicos exercerem o contraditório. Fiscosoft on-line 2015/3452. • CALCINI, Fabio P. Responsabilidade tributária e solidariedade. Algumas considerações ao art. 124 do Código Tributário Nacional. Revista Dialética de Direito Tributário, v. 167, p. 39-54, 2009. Questões 1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a função do consequente normativo? Norma jurídica é a estrutura mínima, mas completa, de atuação do direito. Para Paulo Barros de Carvalho é o “mínimo irredutível de manifestação do deôntico”; além de entender também que a norma jurídica é o juízo hipotético que a O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. percepção do texto provoca no nosso consciente. A RMIT é uma norma jurídica, porém se difere das demais em relação ao seu conteúdo, que é eminentemente tributário e, ainda estabelece uma relação obrigacional entre sujeito ativo e passivo. A função do consequente normativo da RMIT é disciplinar os critérios determinantes para realização da obrigação tributária. 2. Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art. 113 do CTN. Obrigação tributária são relações jurídicas cuja prestação possa ser objeto de apreciação econômica, já os deveres instrumentais são relações jurídicas que disciplinam prestações de fazer ou não fazer de índole tributária, que não expressam apreciação econômica. 3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito passivo; (ii) contribuinte; (iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário – distinguindo: substituição tributária para trás, para frente e convencional (concomitante); agente de retenção e substituição para frente. O responsável (art. 121, II, do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória? (i) Sujeito passivo da relação jurídica tributária é pessoa física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o cumprimento da prestação da obrigação tributária e/ou deveres instrumentais. (ii) Para ser contribuinte é necessário a combinação de dois fatos: realizar o fato jurídico tributário e ser o devedor do tributo. Diante disso, o contribuinte será o sujeito passivo que mantém relação pessoal e direta com o fato tributário. (artigo 121, I, CTN) (iii) O responsável tributário é o sujeito passivo da obrigação indiretamente veiculado ao fato tributário, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. (artigo 121, II, CTN) (iv) Segundo Ferragut, substituição é proposição prescritiva (norma jurídica lato sensu) que prevê, em seu antecedente, uma relação direta ou indireta firmada entre o substituto e substituído, ou direta entre o substituto e o fato jurídico tributário e prescreve, em seu consequente, a obrigação de o substituto cumprir a obrigação tributária gerada em virtude de fato juridicamente relevante praticado pelo substituído, ao mesmo tempo que exonera este último de cumprir com a obrigação. Existem três formas de substituição tributária: (1) Para trás, quando o substituto se torna responsável pelo pagamento de tributos referentes a fatos jurídicos tributários realizados pelo substituído. (2) Para frente, quando o substituto responde por créditos tributários presumidos O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. referentes a fatos jurídicos tributários ainda não praticados pelo substituído. (3) Convencional, quando a responsabilização acontece ao mesmo tempo em que ocorre o fato jurídico tributário. 4. A empresa “A” adquiriu estabelecimento empresarial da empresa “B” e continuou sua atividade. Aproximadamente seis anos depois dessa operação, a empresa “A” foi surpreendida com sua inclusão no polo passivo de execuções fiscais ajuizadas pelo Fisco inauguralmente em face da empresa “B”, para exigir tributos relativos a fatos geradores por ela realizados. No contrato de compra e venda, não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se: a) Pode o Fisco exigir da empresa “A” os tributos cujos fatos geradores foram realizados pela empresa “B” antes da aquisição? Se positiva a resposta, qual o prazo que o Fisco tem para proceder à inclusão da empresa “A” no polo passivo das execuções fiscais? Em relação aos tributos decorrentes de fatos geradores ocorridos anteriormente à compra e venda do estabelecimento ainda não inscritos em dívida ativa no momento da operação, quem deve figurar na CDA: a empresa A, B ou ambas? Há relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I). A empresa A (adquirente) pode ser cobrada pelo Fisco (art 133 CTN), sendo que a responsabilidade dependerá da continuidade ou não das atividades de B (incisos II e III, art 133 CTN). Para fins tributários a cláusula contratual não tem relevância. Pode haver para fins civis. b) A empresa “A” responde pela: (i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros e (iv) multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, se constituídas antes da operação de compra e venda?E se constituídas depois da operação? (Vide anexos II e III). Multa não é tributo. O art 133 de CTN fala em responsabilidade dos tributos. Tributo não é sanção, segundo o CTN, então A não responde pelas multas e juros de antes da operação. Depois da operação também não, pelos mesmos motivos. 5. Quanto aos art. 124 e 135 do CTN, pergunta-se: a) Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V). É responsabilidade pessoal, dessa forma só as pessoas a que se referem os seus incisos é que poderiam ser executados com base nesse dispositivo. Com base nesse artigo, apenas se o sócio exercesse cargo de gerência, e tão somente se ele tivesse agido com excesso de poderes ou infringido lei, contrato social ou estatuto. Pois como dito antes, a reponsabilidade é pessoal e não solidária. c) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso positivo qual sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimplemento do tributo ou do momento em que ocorre a dissolução irregular? (VI e VII e VIII) O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Sim, caracteriza-se infração, nos termos do artigo 135, CTN e da súmula 435 do STJ d) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa para aplicação do artigo 135 do Código Tributário Nacional? (Vide anexos IX e X). Não gera responsabilização, nos termos do artigo 430 STJ. 6. Quanto à caracterização de grupo econômico, pergunta-se? a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a responsabilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento de responsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII). Grupo econômico se caracteriza quando duas ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou a administração de uma delas. Os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica pelo seu abuso são: desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Sim, é necessário fazer um juízo de valor, e então, se for o acaso, aplicar as regras do Código Civil. Sim, implica responsabilização solidária das empresas do grupo, desde que devidamente intimidas. b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos dos arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015), a defesa apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal? 7. Dada a seguinte Lei (fictícia): Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M. 25/10/2015 Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas. Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas. Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel. Art. 4º A alíquota é de 0,1%. Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel. Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano. Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do segundo mês subsequente. 1 § º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo. 2 § º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel. 3 § º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo devido. Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano. Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRS. [...]. O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Pergunta-se: a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do consequente da RMIT. Norma jurídica -> sentido estrito -Antecedente . Critério Material -> prestação de serviço de limpeza em via pública . Critério Temporal -> 1° dia de cada ano . Critério Espacial -> Município de São Pedro -Consequente . Qualitativo-> Sujeito Ativo: Prefeitura de São Pedro -> Sujeito Passivo: Proprietário de Imóvel ou locatário . Quantitativo -> Base de cálculo: Valor Venal do Imóvel -> Alíquota: 0,1 % Norma de responsabilidade tributária -§ 1° do artigo 7 – responsabilidade do locatário -§ 2° do artigo 7 – responsabilidade do adquirente - Artigo 7 – norma para pagamento - Artigo 7, § 3° - multa por descumprimento da obrigação principal - Artigo 8 – obrigação acessória - Artigo 8, § único – multa por descumprimento da obrigação acessória b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois? Segundo Paulo de Barros Carvalho, base de calculo é a grandeza instituída na consequência da regra-matriz tributária, e que se destina, primordialmente, a dimensionar a intensidade do comportamento inserto no núcleo do fato jurídico, para que, combinando-se à alíquota, seja determinado o valor da prestação pecuniária. Paralelamente, tem a virtude de confirmar, infirmar ou afirmar o critério material expresso na composição do suposto normativo. A versatilidade categorial desse instrumento jurídico se apresenta em três funções distintas: a) medir as proporções reais do fato; b) compor a específica determinação da dívida; e c) confirmar, infirmar ou afirmar o verdadeiro critério material da descrição contida no antecedente da norma. Não é compatível. Nenhum dos dois.
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