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-------·~~~·~- ELETROTÉCNICA ( P.J. MENDES CAVALCANTI \ \Y'\f \ \ .. · ir-· Fundamentos de Eletrotécnica PARA TÉCNICOS EM ELETRÔNICA 17.a Edição (Revista e melhorada) LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A. Rua 7 de Setembro, 127/129 - 2().050 - Rio de Janeiro - RJ Rua Maria Freitas, 110-A - 21.351 - Rio de Janeiro - RJ Rua 15 de Novembro, 62/66 - 01013 - São Paulo - SP Rua Domingos de Morais, 2.414 - 04036 - Vila Mariana - SP Rua Luis Góes, 2.111-A - 04043 - lbira.puera - Sp CAPíTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPíTULO CAPÍTULO fNDICE átomps - I - CONSTITUIÇAO DA MATMIA Matérla e substância - Moléculas e Prótons e eléctrons · ...... •'• ........... . II - PRODUÇAO DE CARGAS EU:TRICAS Eletrização - Eléctrons livres - Condutores e isolantes .............................. , ..... . III - CORRENTE EL:d:TRICA. LEI OE OHM. SENTIDO DA CORRENTE ELli:TRICA Quantidade de eletricldaQe - Inten·sidade de uma corrente elétrica - Diferença de potencial - Resistência elétrica - Lei de Ohm - Sen- tido da corrente elétrica - Tipos de correntes elétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . IV - TRABALHO ELln'RICO. ENERGIA ELJ!:TRICA. POT:d:NCIA ELJ!:TRICA. LEI OE JOULE Trabalho elétrico - Energia elétrica - Queda de tensão - Potência elétrica - Dissipação de calor num resistor - Rendimento - Lei de Joule .............................. . V - CIRCUITOS DE e.e. EM SlmIE, EM PARALELO E MISTOS. PONTE DE WHEA'rsTONE . Fatores de que depende a resistência de um corpo; resistividade - Resistores - Associação de resistores em série, em paralelo e mista - Condutividade - Condutividade percentual - Circuitos de e. C. em série, em paralelo e mistos - Resistência interna de uma fonte - Ponte de Wheatstone ......... . VI - NOÇÕES ELEMENTARES DE PILHAS PRIMA- RIAS E SE"CUNDARIAS. ASSOCIACAO DE PILHAS Pilhas primârias e .secunáárias - Constantes de uma pilha - Polarização - Pilha primârla de zinco-carvão - Pilha secundâria de chum- bO-âcido - Associação de pilhas VII - ELETRIZAÇÃO POR FRICÇÃO, POR CONTATO E POR INDUÇÃO Carga por fricção, por contato e por indução - Eletroscópios - Máquinas eletrostáticas .. 1: 1' 2 ' 5 5 6 CAP_tTULO CAPÍTULO CAPfTULO CAPÍTULO CAP!TULO CAPfTULO CAPt'l'ULO CAPÍTULO VIII - DISTRIBUIÇAO DAS CARGAS ELl!:TRICAS. CONCEITO ELEMENTAR DE CAMPO ELt'l'RICO. FLUXO ELÉTRICO E DENSIDADE DE FLUXO ELl!:TRICO Distribuição das cargas elétricas - Densidade elétrica superficial - Campo elétrico e fluxo elétrico - Densidade de fluxo elétrico - Leis de Ou Fay e de Coulomb . IX - CAPACITANCIA. CAPACITORES. ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES. RIGIDEZ DIELJ!:TRICA Capacitar e capacitância de um capacitar - Associação de capacitares - Rigidez dielétrica e tensão de ruptura ........ . X - TEORIA DOS DOMfNIOS MAGNÉTICOS. GRAN- DEZAS MAGNÉTICAS FUNDAMENTAIS ímãs naturais, artificiais, permanentes e tem- porários - Teoria dos imãs molecularés (teoria de Weber-Ewing) - Teoria dos dominios mag- néticos - Campo magnético - Magnetismo ter- restre - Grandezas magnéticas fundamentais: força magnetomotriz, força magnetizante, fluxo magnético, densidade de fluxo magnético, per- meabilidade, permeância e relutância - "Lei de Ohm" para magnetismo XI - FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA. LEI DE LENZ Indução eletromagnética - Lei de Lenz - Re- gra da mão esquerda para determinar o sentido de uma f. e. m. Induzida - Regra de Fleming - Cálculo da f.e.m. induzida XII - AUTO-INDUTANCIA E INDUTANCIA MOTUA Indutância: auto-indutância e indutância mú- tua - Força contra-eletromotriz - Coetlciente de auto-indutância - Fatores que determinam a auto-indutância de uma bobina - Coeficiente de indutância mútua - Fatores que determi- nam a indutância mútua entre duas bobinas - Coeficiente de acoplamento - Associação de indutâncias XIII - PRODUÇÃO DE UMA CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL Produção de uma C.A. senoidal; valores ins- tantâneos - Freqüência de uma e.A. - Grau elétrico de tempo - Valores médio, eficaz e pico a pico de uma f. e. m. ou corrente senoidal XIV - REATANCIAS INDUTIVA E CAPACITIVA. RE- SISTI!:NCIA EFETIVA. IMPEDANCIA. POTtNCIA EM C.A. FATÓR DE POTtNCIA Reatância Indutiva - Reatâncla capacitiva - Resistência efetiva - Impedância - Potências real, aparente e reativa - Fator de potência XV - VARIAÇÃO DA RESISTtNCIA ELÉTRICA COM A TEMPERATURA Resistência zero inferida - Coeficiente de tem- peratura da resistência - Supercondutividade 60 63 72 81 85 93 100 105 ' C&P1TULO XVI - TERMOELETRICIDADE Efeito Seebeck - Termocuplo - Efeito Pelller - Efeito Thomson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 C&PtTUL0 XVII - ESTRUTURAS DE CORRENTE CONTtNUA Leis de Kirchhoff - Teorema da superposição - Método da<; correntes cicllcas de Maxwell - Teorema de Thévenin · - Transformações triângulo-estrela e estrela-triângulo . . . . . . . . . 113 CAPtTULO XVIII - INTENSIDADE DE CAMPO ELtTRICO. LEI DE COULOMB. CAPACITANCIA Teorema de Gauss - Intensidade de campo elétrico - Permissividade - Lei de Coulomb - Gradiente de potencial elétrico - Cálculo de capacitares de placas planas e paralelas 128 CAP:t'tULO XIX - CIRCUITOS MAGN1:TICOS Conceito de circuito magnético - Relutâncias em série e em paralelo - Leis de Kirchhoff para circuitos magnéticos - Curvas de magne- tização - Cálculo dos circuitos magnéticos - Força magnética entre duas superfícies que li- mitam um entreferro - Materiais diamagné- tlcos. paramagnéticos e ferromagnéticos - His- terese; equação de Steinmetz - Correntes de Foucault - ímãs permanentes 135 CAPfTULO XX - CARGAS ELETRICAS EM MOVIMENTO NUM CAMPO MAGNJ!:TICO Força sobre uma carga elétrica em movimento num campo magnético - Força que age sobre um condutor que conduz corrente num campo magnético - Regra da mão direita - Regra de Fleming para motores - Força entre conduto- res paralelos que conduzem correntes 144 CAPfTULO XXI - TRANSIENTES EM CORRENTE CONTlNUA Circuito R-C - Constante de tempo de um cir- cuito R-C - Circuito R-L - constante de tempo de um circuito R-L - Resolução gráfica - Energia armazenada num capacitar - Ener- gia armazenada num campo magnético 148 CAPfTULO XXII - VETORES E QUANTIDADES COMPLEXAS Grandezas vetoriais e vetores - Representação vetorial de ondas senoidais - Vetores em coor- denadas polares - Vetores em coordenadas re- tangulares - Conversão de forma polar em re- tangular e vice-versa - Operações com vetores na torma polar - Operações ·com vetores na forma retangular 156 CAP!TULO XXII! - CIRCUITOS MONOFASICOS IDEAIS Circuito puramente resistivo - Circuito pura- mente capacitivo - Circuito puramente indutivo 162 CAP!TULO XXIV - C1RCUITOS MONOFASICOS DE C.A. (CIRCUI-· TOS EM Sli:RIE, TIPOS R-C, R-L E R-L-C) Associação de impedâncias - Circuito em série tipo R-C - Circuito em série tipo R-L - Cir- cuito em série tipo R-L-C - Ressonância em circuitos em série 166 8 CAPITULO XXV - CIRCUITOS MONOFASICOS DE C.A. rCIRCUI- TOS EM PARALELO E MISTOS) Associação de lmpedànclas - Admitàncla, con- dutância e susceptãncla - Ressonância em cir- cuitos em paralelo - Correção do fator de po- tência ........ . CAPITULO XXVI TRANSFORMADORES MONOFASICOS O transformador ideal - Perdas no cobre e perdas no ferro - Impedância refletida - Ca- - sarnento de impedâncias - Circuito equivalente de um transformador - Eficiência e regulação de um transformador - Testes em circuito aberto e em curto-circuito - Autotransfor- mador .............. . CAPITULO XXVII -- NOÇõES DE MAQUINAS DE CORRENTE CON- TINUA Partes constituintes e princípio de funciona- mento - Tipos deacordo com a excitação - 176 187 Reação da armadura - O coletor I 97 CAPtTULO XXVIII - NOÇOES DE MAQUINAS DE CORRENTE ALTER- NADA !ALTERNADORES) Exc!tatriz - Geradores síncronos e de indu- ção - Geradores monofásicos e polifásicos - Sistemas trifásicos: equilibrados . . . . . . . . 200 CAPÍTULO XXIX - NOÇOES DE MAQUINAS DE CORRENTE ALTER- NADA CMOTORESl Campo rotativo - Motores trifásicos síncronos e de indução - Velocidade síncrona - Desliza- mento ("slip") - Motores monófáslcos de In- dução, de repulsão e universais 204 APli:NDICE 1 - Medidores Elétricos 209 APJ!:NDICE 2 - Bitola AWO cAmerican Wire QageJ 212 AP!NOICE 3 - Limite de condução de corrente de condutores isolados 214 AP:S:NDICE 4 - Constantes dielétricas 215 APli:NDICE 5 - Rigidez dielétrica de algumas substâncias 216 APÊNDICE ts - Coeficiente de Temperatura da Resistência de Metais e Ligas 217 APltNDICE 7 - Resistividade, a 20º C, d~Algumas Substâncias 219 AP:S:NDICE 8 - Relações Trigonométricas 220 APit:NDICE 9 - Condutividades percentuais 221 AP.!NDICE 10 - Curvas de Magnetização 222 AP2NDJCE 11 - Curvas Exponenciais Universl.lls 223 ------------ PREFACIO DA 1.ª EDIÇÃO O ensino de Eletrônica em nível médio está dando os seus primeiros passos em ,nosso país. A falta de obras com a finalidade específica de atender à pre- paração dos nossos jovens, nesse campo tão atraente e promissor, tem sido um dos problemas enfrentados e vencidos com galhardia e muito sacrifício pelos nossos mestres ·e estudantes. Como solução temporária recorre-se a livros es- cntos para atender a outros cursos, mesmo de nível superior, os quais, pela dis- tribuição e tratamento dos diversos assuntos, tomam mais árduas as tarefas dos alunos e dos professores. Mas, outras dificuldades se oferecem ao professor do 2. 0 ciclo do ensino industrial, e, entre elas, a falta quase total de conhecimento científico dos alu- nos egressos do 1.0 ciclo do ensino médio, ben1 como a sua natural insuficiente base matemática para a perfeita compreensão de certos fenómenos estudados nas disciplinas "Eletrotécnica" e "Eletrônica" dos cursos técnicos de eletrônica. Acresce ainda um fator de ordem psicológica que não pennite que se deixe a iniciação em Eletrônica para a 2.ª série dos cursos em apreço. Quando in- gressa em um estabelecimento para formação de técnicos em Eletrônica, o jovem sente-se frustrado quando é obrigado a passar pelo menos um ano sem aulas sobre circuitos eletrônicos com válvulas e transistores, no nível que se espera de uma escola técnica, embora recebendo os ensinamentos de eletrici- dade indispensáveis àqueles estudos. Não queremos com estas observações afirmar que o ensino deva ser orientado ao gosto do estudante, mas achamos que deva atender aos seus anseios, desde que isto não afete a sua qualidade. Tendo em vista todos esses problemas, escrevi este livro de Eletrotécnica, que não tem a pretensão de ser uma solução definitiva, mas que se caracteriza por uma seqüencia realmente nova na programação dos assuntos a serem estu- dados, permitindo que o estudante progrida nesta matéria à medida que reforça seus conhecimentos em outras disciplinas, e possibilitando a iniciação simul- tânea em Eletrônica. Os leitores observarão que nos quatorze primeiros capítulos o estudante já adquiriu uma noção geral de todos os assuntos básicos de eletricidade, e que O'> capítulos finais visam o reforço desses conhecimentos e a apresentação de novos temas que, pelo seu nível, deixaram de ser considerados na parte inicial. O tratamento sucinto dispensado a certos assuntos, tais como tipos de com- ponentes de acordo com seus aspectbs físicos e materiais constituintes, máqui- nas elétricas e medidores elétricos, poderá parecer estranho a alguns leitores, 10 mas lembramos que o livro tem um objetivo bem definido, e que a fonnação bâsica de um técnico em Eletrônica não exige conhecimentos profundos de determinados assuntos que, para um Eletrotécnico, seriam indispensáveis. Além disso, o estudo dos componentes e dos instrumentos de medição é feito nor- malmente nas disciplinas de "Tecnologia" e de " Medidas Elétricas'', em fases diversas do curso, com a riqueza de detalhes que fogem ao escopo desta obra. Apesar de ser dirigido aos estudantes de Eletrónica, acredito que os alunos dos cursos de Eletrotécnica do mesmo níveL e mesmo todas as pessoas inte· ressadas no esfudo da eletricidade, encontrarão neste trabalho a base indis- pensável aos seus estudos posteriores. Adotei neste traball10 o sistema MKS racionalizado (Giorgi) de unidades. Julgo não ser necessária uma justificativa para esta medida, dada a utilização praticamente universal do sistema em questão, principahnente no estudo das grandezas elétricas. . Quero agradecer a todos os amigos, colegas e alunos sem cujo incentivo e apoio nio teria realizado este trabalho. Desejo que este livro atinja o objetivo visado, abrindo aos jovens o caminho para a reaüzação dos seus ideais no campo desta maravilha que é a Eletr6nica. Paulo João Mendes Cavalcanti PREFÁCIO DA 2.ª EDIÇÃO Esta 2.ª edição de "Fundamentos de Eletrotécnica para Técnicos em Ele- trônica" apresenta a mesma seqüência da anterior, na programação dos diversos assuntos a serem estudados, mantendo assim a orientação justificada no prefácio daquela edição. O livro, porém, apresenta-se com nova roupagem e livre de alguns senões; além disto, foi atualizado em conformidade com o Decreto n. o 63.233, de 12 de setembro de 1968, que aprovou o novo Quadro Geral das Unidades de Medida legais no Brasil Quero, nesta oportunidade, agradecer aos Srs. Professores e aos estudiosos de Eletricidade e Eletrônica pela acolhida dispensada a este trabalho que, sem ser uma solução definitiva, contribui, sem dúvida, para minorar o problema do livro técnico df' nível médio em nosso país. O Autor Aos meus pais, por todo o sac:rifício e co1npreensão, dedico este livro . • • • Aos 1neus professores, 1ninha gratidão. CAPITULO 1 CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA Matéria e Substância Aquilo que constitui todos os cor- pos e pode ser percebido por qual- quer dos nossos sentidos é MATÉRIA. A madeira de que é feito o quadro- negro e o vidro de que se faz o bulbo de uma lâmpada são exemplos de ma- téria. Vemos que o nome MAT.€RIA se relaciona com uma variedade grande de coisas. Cada tipo particular de ina- téria é uma SUBSTANCIA, e, por- tanto, existem milhares de substâncias diferentes. Moléculas e Átomos Qualquer substância é fonnada por partículas muitíssimo pequenas e in- visíveis (mesmo com- o, auxílio de mi- croscópios) chamadas MOLÉCULAS. A molécula é a 1nenor parte en1 que se pode dividir uma substância, e que apresenta todas as caracterís- ticas da mesma. Por exemplo, uma molécula de ácido sulfúrico é a me- nor quantidade deste ácido que pode existir. As moléculas são constituídas por ÁTOMOS. O número de átomos que compõe1n uma molécula varia de acor- do com a substância. Assim, nun1a mo- lécula de água encontra1nos 3 átomos; a de ácido sulfúrico é um conjunto de 7 átomos, etc. Os átomos de uma molécula podem ser iguais ou não. Quando são iguais, a substância é SIMPLES, e cada áto- mo é conhecido com o mesmo nome da substância. Como exemplos de substâncias silnples podemos citar o ferro, o cobre, o zinco, o alumínio, o oxigênio, o hidrogênio, etc. Quando os átomos são diferentes, a substância é COMPOSTA, e, neste caso, os átomos não são designados do mesmo modo. Exemplos de subs- tâncias co1npostas: água, ácidos, sais. 1·tc. Atualmente são conhecidos 103 ti- pos diferentes de átomos. Cada ti1>0, como sabe1nos, recebeu um nome e tem suas características próprias. São esses átomos que, combinados, vari~ ando ri qllantidade,a qualidade e o modo de combinação, originam as di- ferentes moléculas das substâncias simples e compostas. Prótons e Eléctrons O que distingue um átomo de outro? Os átomos não são indivisíveis, como se poderia concluir pelo signi- ficado da palavra átomo (indivisível). 14 São aglomerados de partículas, cuja disposição é geralmente comparada à de um sistema solar em miniatura (ÁTOMO DE BOI-;IR). Este esquema, embora não seja a concepção mais moderna do átomo, atende hem aos nossos objetivos, e representa o áto- mo como u1n conjunto formado por um NúCLEO, em tomo do qual gi- ram minúsculas partículas chamadas ELllCTRONS. Os eléctrons giram em órbitas di- versas, Uns e1n um sentido e outros em sentido oposto, variando o nlnne- Oxigênio ro de eléctrons em cada órbita. O ntí- cleo é na verdade um conjunto de partículas de várias espécies, das quais nos interessam mais as chamadas PRóTONS (o home1n já identificou mais de uma dezena de partículas di- f erentei;: prótons, neutrons, mésons, neutrinos, etc.). lt o número de prótons existentes no núcleo de um átomo - NúMERO ATÔMICO - que determina o tipo de átomo. Ein um átomo nas condi9'Jes normais, o número de eléctrons é igual ao nú1nero de prótons. ) Hidrogênio e Hélio Carbono e Néon MODELOS DB ÁTOMOS FIG. J.1 CAPITULO II PRODUÇÃO DE CARGAS ELÉTRICAS Eletrização Normalmente, como foi dito, um átomo possui eléctrons em quantida- de igual à dos prótons existentes en1 seu núcleo. € possível, porém, fazer os átomos de: .um corpo perderem eléctrons ou adquirirem um excesso de eléctrons, transformando-os em IONS, isto .é, em ÁTOMOS CARREGADOS DE ELE- TRICIDADE. Isto ocorre porque os eléctrons são partículas (a~ menores) com carga elé- trica negativa e os prótons· com carga elétrica positiva. Numericamente, a carga de um próton é igual à de um eléctron, porém, como seus efeitos ou ações são opostos, uma é considerada positiva e a outra negativa. Em um átomo sem carga elétrica, as cargas de um tipo são anuladas pelas de outro tipo, e dizemos que o átomo está ELE- TRICAMENTE NEUTRO ou NOR- MAL. Se, porém, o átomo perder ou receber eléctrons, aquele equilíbrio de cargas deixará de existir e ele se transformará em um lON. Se ficar com falta de eléctrons, será um 10N POSITI\TO ou CATION; se ficar com excesso de eléctrons, tornar-se-á um iON NEGATIVO ou ANíON. Um corpo cujos átomos perderam eléctrons adquiriu CARGA POSITI- V A; se seus átomos ficaram com um número de eléctrons superior ao nor- mal, adquiriu CARGA NEGATIVA. .E: comum dizermos também que um átomo ou um corpo ficou ELE- TRIZADO ou IONIZADO, significan- do que adquiriu carga elétrica. O ato de fazer com que um corpo adquira uma carga elétrica é conhe- cido como IONIZAÇÃO ou ELETRI- ZAÇÃO. Há vários processos para desequi- librar eletricamente os átomos de um rorpo. Vejamos sucintamente alguns deles, que serão estudados com maio- res detalhes no decorrer do curso. O primeiro processo de que se tem notícia é o da ELETRIZAÇÃO POR FRICÇÃO. Sabe-se que quando um corpo é friccionado com l'.>Utro, ambos adquirem cargas elétricas, um por perder eléctrons e o outro por rece- bê-los; aquele fica com falta de eléc- trons, que corresponde a uma carga positiva, e este com carga negativa ou excesso de eléctrons. Qualquer 1naterial pode ser eletrizado deste modo, e suas cargas podem ser cons- tatadas por experiências simples como a da atração de pequenos corpos le- ves (bolinhas de sabugueiro, pedaci- nhos de pape:!, etc.). Quando a luz incide sobre determi- nadas substâncias provoca uma emis- 16 são de eléctrons, o que, evidentemen- te, redunda em uma carga elétrica. A eletricidade produzida deste modo é denominada FOTOELETRICIDADE. O calor também é causa de emissão de eléctrons por parte de certos ma- teriais. O filamento de uma válvula de rádio, por exemplo, que é seme- lhante ao filamento de uma lâmpada incandescente comum, emite eléctrons quando sua temperatura se torna su- ficientemente alta. Neste caso, fala- mos de TERMOELETRICIDADE. Certos cristais, co1no o quartzo, os sais de Rochelle e a turmalina ficam co1n átomos ioniza<fos, quando são submetidos a pressões mecânicas. Tra- ta-se do fenô1neno conhecido como PIEZOELETRICIDADE, de grande aplicação. A maior parte da energia elétrica que consumimos é obtida fazendo-se passar fios de cobre atrav_és do espa- ço entre pólos de ímãs; este o princí- pio de funcionamento dos geradores nas grandes usinas elétricas, dos dí- namos de automóvel, etc. São muito conhecidos, pelo grande uso que deles fazemos em rádios, lan- ternas, automóveis, etc., os GERADO- H.ES ELETROQUlMICOS ou PI- LHAS. Nestes dispositivos consegui- mos obter cargas elétricas por meio de reações químicas entre diferentes substâncias. Seu estudó faz parte da ELETROQUIMICA. Também pelo choque de partículas co1n átomos (eléctrons com átomos de certos gases, en1 algumas válvulas de rádio, por exemplo), ou com certos materiais, é possível obter cargas elé- tricas, em conseqüência da emissão de eléctrons causada pelo impacto. -------- - Como já foi dito, um estudo desen- volvido de cada processo citado será efetuado na devida época. Como terá sido observado, falamos de PRODU- ÇÃO DE ELETRICIDADE sempre que os corpos adquirem cargas elétri- cas, perdendo eléctrons ou ficando com u1n excesso dessas partículas. Eléctrons Livres J;: importante salientar que os eléc- trons que se libertam dos átomos são aquéles que giram mais afastados dos respectivos núcleos. Os eléctrons or- bitais e os prótons do núcleo exercem atrações mútuas e, graças ao movi- 1nento de que estão animados, os eléc- trons se mantêm em suas órbitas. Em alguns materiais, porém, os eléc- trons das últimas órbitas sofrem mui- to pouco a ação do núcleo e normal- mente se deslocam de átomo para áto- mo, numa espécie de rodízio desorde- nado; são os ELgCTRONS LIVRES. Os eléctrons livres existem em gran- de número nos materiais chamados BONS CONDUTORES de eletricida- de, e não existem, ou praticamente não existem, nos chamados ISOLAN- TES. It esta particularidade que permite a distinção entre essas duas classes de materiais. Como exemplos de mate- riais bons condutores, podemos citar a prata, o cobre, o alumínio, o ferro, o 1nercúrio. Como exemplos de ma· teriais isolante6 temos: a madeira, o vidro, a porcelana, a mica, o papel e a borracha. il: importante salientar, desde já, que não há condutor ou iso- lante perfeito. CAPITULO Ili CORRENTE ELÉTRICA. LEI DE OHM. SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA Quando um áton10 adquire carga elétrica, sua tendência natural é vol- tar às condições normais, isto é, ficar eletricamente neutro. Evidentemente, um corpo eletrizado tende a perder sua carga, libertando-se dos eléctrons em excesso ou procurando receber eléctrons para satisfazer suas necessi- dades. Assim, é fácil concluir que basta unir corpos em situações elétri- cas diferentes, para que se estabeleça, de um para o outro, um fluxo de eléc- trons - UMA CORRENTE EL:E:- TRICA. Este fenómeno pode ocorrer, por- tanto, em qualquer uma das possibili- dades abaixo: a) entre um corpo com carga posi- tiva e outro com carga negativa; b) entre corpos com cargas positi- vas, desde que as deficiências de eléc- trons não sejam iguais; e) entre corpos com cargas nega- tivas, desde que suas cargas não te- nham o mesmo "'alar; d) entre um corpo com carga posi- tiva e ·outro neutro; e) entre um corpo com carga ne- gativa e outro neutro. Para se ter uma idéia exata da gran- deza (INTENSIDADE) de uma cor- rente elétrica, tomou-se necessário es- tabelecer urr1 padrão, e, deste modo,fala-se do maior ou menor número de eléctrons que passam por segundo num determinado ponto de um con- dutor, quando se quer dizer que a corrente é mais forte ou mais fraca. Falar em eléctrons que passam por segundo é, porém, deixar, de ser prá- tico, pois as quantidades envolvidas nos problemas correspondem a núme- ros muito grandes. A fim de eliminar esse inconveniente, faz-se uso de uma unidade de carga - o COULOMB (C) - que corresponde a 6,28 X 1018 eléctrons. Quando se diz que a carga de um corpo é de - 3 e, isto significa que ele tem um excesso (indicado pelo si- nal) de 3 X 6,28 X 1018 eléctrons. Se sua carga fosse indicada pelo valor +5,8 e, compreenderíamos que lhe faltavam (carga pdSitiva) 5,8 X 6,28 X X 1018 eléctrons. Vê-se que é grande a conveniência de usar o coulomb como unidade de carga elétrica e de falar do número de coulombs que passam por segundo, para indicar a INTENSIDADE DA CORRENTE ELllTRICA (1). Uma intensidade de corrente de 1 COULOMB POR SEGUNDO (1 18 C/s) é o que chamamos de 1 AM- PE.:RE (A). Se, por exemplo, tives- sem passado 30 coulombs por um cer- to ponto, no tempo de 10 segundos, diríamos que a intensidade da cor- rente era de 3 amperes (3 coulombs por segundo). Naturalmente que, du- rante as considerações que fizemos, foi admitida uma corrente de valor uniforme. Do exposto, c:oncluímos que a in- tensidade de uma corrente elétrica é a quantidade de eletricidade (ou car- ga elétrica) que passa num determi· nado ponto, na unidade de tempo. Representando por "Q" a quantidade de eletricidade, por "t'' o tempo e por ··1" a intensidade da corrente: Q 1- t donde Q Q - 1 t e t- 1 1 - em AMPÉRES (A) Q em COULOMBS (C) t - em SEGUNDOS (s) EXEMPLOS, 1 - Pelo filamento de uma lâmpa- da incandescente passaram S C. Sa- bendo que ela esteve ligada durante 10 segundos, determinar a intensida- de da corrente elétrica. SOLUÇÃO, Q- 5 e t - 10 s Q 5 1- --- - 0,5 A t 10 2 - Pelo filamento de uma válvula eletrónica passou uma corrente de in- tensidade igual a 0,15 A. Sabendo que a válvula esteve funcionando du- rante 2 horas, detenninar a carga que percorreu seu filamento. SOLUÇÃO: Uma corrente de 0,15 A significa que em cada segundo passa 0,15 e pelo filamento. Logo, em 2 ho- ras - 7.200 segundos passarão 0,15 X X 7.200 = 1.080 coulombs, ou, I-0,15A t=2h=7.200s Q- It- 0,15 X 7.200- l.080C 3 - Durante quanto tempo esteve ligado um aparelho elétrico, para que pudesse ter sido percorrido por 50 C? A intensidade da corrente era de 2,5 A. SOLUÇÃO: Se em cada segundo passavam 2,5 e, os 50 e gastaram 50 -- = 20 segundos para percorrer 2,5 o aparelho. Ou, Q 50 e 1 2,5 A Q 50 t- 20 s 1 2,5 Sabemos que é normal a utilização de circuitos elétricos durante horas, e, par isso, utiliza-se uma unidade prática de quantidade de eletricida- de muito conveniente chamada AM- Pi':RE-HORA (Ah). Um ampere-hora é a quantidade de eletricidade que passa por um ponto de um condutor em 1 hora, quando a intensidade da corrente é de 1 am- pere. € fácil concluir que 1 Ah cor- responde a 3. 600 coulombs: lC lAXls !Ah lAXlh 1 h 3.600 s EXEMPLO, • O elemento aquecedor· de um ferro elétrico foi percorrido durante 3 ho- ras por uma corrente de intensidade igual a 7,5 A. Qual a quantidade de eletricidade que circulou por ele? Dar a resposta em coulombs e em ampe- res-horas. SOLUÇÃO• I t Q Q 7,5 A 3 h 10.800 s I t 7[> X 10.800 ~ 81.000 C 7,5 X 3 ~ 22,5 Ah Diferença de Potencial (d. d. p.) e Resistência Elétrica 19 geralmente pela letra .. E.. e algumas vezês por "V' ou "U'" . MOVIMENTO DE ELaCTRONS EM UM CON- DUTOR SOLIDO LIGANDO DOIS PONTOS EM SITUAÇôES ELaTRICAS DIFERENTES. OBSBR- V AR O MOVIMENTO DE EL:tctRONS LIVRES FIG, 111-1 Saben1os agora que, se hOuver uma d.d.p. entre dois pontos e eles. fo- rem postos em contato1 haverá a pro- / dução de uma corrente elétrica. 11: ,/' Sempre que utn corpo é capaz de evidente que o meio (o material usa- enviar eléctrons para outro, ou dele do para ligar os dois pontos) irá ofe- . receber estas partículas, dizemos que . recer uma certa dificuldade ao deslo- \J"slm POTENCIAL ELtTRICO. Se camento dos eléctrons; esta oposição um corpo .. A" manda eléctrons para que uin 1naterial oferece à passagem um outro corpo "B", DIZ-SE QUE "A," de uma corrente elétrica é denomi- E .NEGATIVO EM RELAÇÃO A "B", nada RESISTENCIA ELETRICA (R). e, naturalmente, "~",, lt POSITIVO Como conseqüência natural da difi- E~!\.~L.'.'.5~~-~~ A · ----....., ·. culdade em apreço, podemos citar a _1/ Dois corpos entre os quais pode se '. produção de calor em qualquer cor- ( estabelecer um fluxo de eléctrons : po percorrido por uma corrente elé- ( apresentam uma DIFERENÇA DE) \Jri~ e podemos tomar como UNI- \..._I'<JTE!'ÇIAL,,. . ... - ··-·-- ---' ÕADE DE RESISTENCIA ELl':TRl- ,...--......___yimos, assim, que entre dois cor- CA A RESISTl!:NCIA DE UM COR- Í p~:r'(ou dois pontos quaisquer de um PO EM QUE t PRODUZIDA UMA ' circuito elétrico que apresentam si- QUANTIDADE DE CALOR DE UM uaçoes e etricas diferentes há sem- JOULE, QUANDO ELE t ATRA- P'º a POSSIBILIDADE DE SE ES· VESSADO POR UMA CORRENTE TABELECER UMA CORRENTE DE UM AMP~RE, DURANTE UM EL!tTRICA, isto é, existe uma DI- SEGUNDO. Esta unidade é chamada 'r..EERENÇA DE POTENCIAL. OHM e indicada com a letra íl, do / Esta grandeza é conhecida também alfabeto grego. 1 como F O R Ç A ELETROMOTRIZ Quando unimos dois pontos por \ (f.e.m.), TENSÃO, VOLTAGEM e meio de um fio, cuja resistência sabe- \ PRESSÃO ELtTRICA. t designada mos que é de 1 OHM, e nele se esta- ' 20 belece uma corrente de intensidade igual a 1 AMP~RE, dizemos que en- tre os pontos considerados existe urna unidade de diferença de potencial, chamada VOLT (V) .. Lei de OHM George Simon Ohm estudou as re- lações entre a tensão (E), a intensi- dade de uma corrente elétrica (I) e a resistência elétrica (R), e chegou à _ seguinte conc_lusão conhecida como LEI DE OHM' · ··. NUNCA se deve concluir, porém, ao observar as expressões acima, que a resistência é diretamente proporcio- nal à tensão e inversamente 1>roporcio- nal à intensidade da corrente; como veremos adiante, a resistência elétrica de um corpo depende apenas de ca- racterísticas físicas por ele apresen- tadas. Quanto à tensão, é bom lembrar que é CÃUSA e não EFEITO. EXEMPLOS, "A INTENSIDADE DA COR-\_ 1 - Que corrente passará pelo fila- RENTE ELJ;:TRICA NUM CON- . mento de uma lâmpada, se ela for li- ·,. gada aos terminais de um gerador dt DUTOR i;: DIRETAMENTE PRO- /100 V? Seu filamento tem uma resis- PORCIONAL À FORÇA ELETRO- .. tência de 20 ohms. M O T R 1 Z E INVERSAMENTE. PROPORCIONAL A SUA RESIS- TllNCIA ELllTRICA." Em outras palavras: 'se mantivermos constante a resistência elétrica, a in- tensidade da corr.ente aumentará se a tensão aumentar, e diminuirá se a ten- são diminuir. Se a tensão for manti- da constante, a intensidade da corren- te decrescerá se a resistência aumen- tar e crescerá se a resistência for re- ' cJuzida- ~'E:is a equação que corresponde à lei de Ohm: E 1--- R I intensidade da corrente em AMPJ;;RES (A) E tensão, em VOLTS (V) R = resistência elétrica, em OHMS (íl) Da expressão acima, podemos de- duzir que: R~ 1 ! -::..· ·, .~, .1 SOLUÇÃO' NOTA: Antes de resolvermos o pro- blema acima, chamamos a atenção para o seguinte fato: Denominamos de gerador de eletri- cidade a um dispositivo em que exis- tem dois pontos (os terminais) corn po- tenciais elétricos diferentes. Ao ligar- mos os dois pontos, como neste pro- blema, há a produção de uma corren- te elétrica,com a tendência de igua- lar elétricamente os mesmos; tal obje- tivo não é conseguido devido aos fe- nómenos que ocorrem no interior do gerador e que· mantem a d. d. p. e a corrente. Vejamos o problema: E 100 V R 20 ohms E 100 1 - 5 A R 20 Se recordarmos a definição de volt que foi dada, poderen1os raciocinar que a tensão de 100 volts poderia causar uma corrente de 100 A, se a resistência fosse de 1 ohm. Esta, sen- do, porém, 20 vezes maior, a corren- te terá que ser 20 vezes menor que 100 A, isto é, 5 A. 2 - Que resistência tem um pedaço de fio que, ligando dois pontos entre os quais há uma d. d . .p. de 1,5 V, é per-conido por uma corrente de 2 A? SOLUÇÃO, E 1,5 V 1 - 2 A E 1,5 R 0,75 ohm I 2 3 - Que tensão foi aplicada a um aparelho elétrico de resistência igual a 5 ohms, se ele foi percorrido por uma corrente de 4 amperes? SOLUÇÃO, R=5ohms 1 = 4 amperes E-IR~4X5~20V Condutância (G) .. .. ··, Condutância é o inverso da resistên'::. eia; -refere-se, portanto, à facilidade . encontrada pelos eléctrons ao se deslo- carem em um corpo qualquer. A uni- dade de condutância é o SIEMENS {S). De acordo com a definição de con- dutância, 1 1 e· ~ ou G .R E G = em SIEMENS (S) / ' I em AMP~RES (A) 1 ' E em VOLTS (V) 1 / R em OHMS (íl) 21 EXEMPLOS, 1 - Que condutância apresenta o filamento de um válvula, cuja resis- tência é de 20 ohrns? SOLUÇÃO' 1 1 G- -- -= 0,00 s R 20 2 - Qual a condutância de um apa- relho elétrico que, ao ser ligado a uma fonte de 20 V, pennite a passagem de uma corrente de 4 A? SOLUÇÃO' 1 4 G~ ~ 0,2 s E 20 É útil observar que a resistência elétrica de um, corpo exprime a ten- são necessária para produzir uma cor- 1ente de 1 AMP}';:RE no mesmo (OHM - VOLT/AMPERE). A,,im, um corpÔ com uma resistência de 5 ohms exige que lhe seja aplicada uma tensão de 5 volts para ser percorrido por uma corrente de 1 ampêre; da mesrna fonna exigiria uma tensão de 30 volts, se a corrente desejada foSse de 6 a1npêres. A condutância de um corpo, porém, exprime a intensidade da corrente que se pode produzir num corpo, para cada volt de tensão aplic_ada ao mes- mo (SlEMENS - AMPllREjVOL T). Se a condutância de um corpo é de 2 SIEMENS, isto significa que será produzida uma corrente de 2 ampêres sempre que fo·r aplicada ao mesmo uma tensão de 1 volt. ÇJ'~~~Ído, da Corrente Elétri~~ No início deste capítulo, chamamos de corrente elétrica ao movimento dos eléctrons e, portanto, consideraremos • 22 sempre o sentido do fluxo de eléctrons como sendo o sentido da corrente elé- trica. Entretanto, este é um assunto que, em virtude de uma simples ~uestão de denominação, traz dificuldades ao es- tudante, apesar de nada ter de difí• cil ou complexo. Isto porque, antes de adquirir os conhecimentos atuais sobre a constituição da matéria, o ho-- mem já fazia uso da eletricidade e di- zia que "algo" percorria os conduto- res; tendo chamado este fenômeno de corrente elétrica e arbitrado um sen- tido para a mesma. Com o conheci- mento dos eléctrons, verificou que eram eles que se movimentavam nos condutores e produziam os efeitos atribuídos àquele "algo". Havia, po- rém, um imprevisto: o sentido do mo- vimento dos eléctrons não era o mes- mo que havia sido convencionado para a chamada corrente elétrica! Teria sido muito simples (em nos- sa opinião) mudar o sentido da corren- te até então adotado, e considerar a corrente elétrica e o fluxo de eléctrons como uma única coisa. Contudo, dois grupas se constituíram: um deles de acordo com o ponto de vista que abra- çamos e o outro considerando corren- te elétrica e fluxo de eléctrons duas coisas distintas e de sentidos opostos. Quando o sentido da corrente elé- 1rica é considerado igual ao dos eléc- trons, fala-se em SENTIDO ELETRÔ- NICO; quando se admite que o senti- do da corrente é oposto ao do movi- mento dos eléctrons, fala-se em SEN- TIDO CONVENCIONAL ou CLAS- SICO. Mas, em que consiste essa corrente, de sentido. oposto ao do fluxo de eléc- lrons? Na realidade, nada está se movi- mentando no condutor ao contrál-io dos eléctrons; o sentido convencional, hoje em dia, exprime apenas o senti- do que teria uma corrente elétrica, se fosse constituída por cargas positivas em movimento no condutor. Os terminais de certos geradores de eletricidade recebem os sinais (-) e ( +) para que se saiba de onde saem os eléctrons (-) e para onde se diri- gem ( + ), conforme convenção a que nos referimos na seção deste capítulo que tratou de diferença de potencial e de resistência elétrica. De acordo com o que foi exposto, indica-se a corrente elétrica saindo do negativo para o positivo do gerador, quando se trabalha com o SENTIDO ELETRôNICO; se o senti<J,a. utiliza- do é o CONVENCIONAL, a corren- te é indicada saindo do terminal posi- tivo para o terminal negativo do ge- rador. Convém ressaltar, porém, que tudo é apenas uma questão de_ denqmina- ção, porque nao ha ~divergência: entre os dois grupos no que se refere ao sentido do movimento dos eléctrons. A Fig. 111-2 resume todas as nos- sas observações. FIG. III-2 Tipos de Correntes Elétricas Há dois tipos gemis de correntes elétricas: corrente continua (C.C.) e corrente alternada (C.A.). Sabemos que uma corrente elétrica ' -.mi condutor sólido é u1n fluxo de . eléctrons. Quando ligamos um apare- ·_ llo elétrico a uma fonte de eletrici- dadr, e os eléctrons que percorren1 o aparelho SAEM SEMPRE DO MES- MO TE:Rl\tlINAL do gerador, dizemos que a CORRENTE € CONTINUA, isto é, tem sempre o mesmo sentido; neste caso, a fonte é um GERADOR DE CORRENTE CONTINUA. O gerador de C.A. é aquele de onde os eléctrons saem, ora de um termi- nal ora do outro. Conseqüentemente, os eléctrons ficam num vai-e-vem no circuito; durante algum tempo, um dos terminais é negativo em relação ao outro e, logo a seguir, as coisas se invertem. Esta mudança de sentido é no1mahnente periódica, variando, de acordo com o gerador, o número de vezes por segundo em que há mu- dança no sentido da corrente. A C.A. é, por natureza, de intensi- dade ·variável. A C.C .. pode ter ou não um valor constante. Co1no exemplas mais co1nuns de fontes de e.e. podemos citar as pi- lhas. Os geradores existentes nas gran- des usinas (Paulo Afonso, etc.) são fontes de C.A. Múltiplos e Submúltiplos Usuais A seguir relacionamos os múltiplos e submúltiplos, geralmente usados, das unidades já estudadas: Quantidade de Eletricidade (Q) Quilocoulomb (kC) Coulomb (C) Milicoulomb (mC) Microcoulomb (µC) - LOOOC - IC ~ 0,001 c - 0,000.001 c Intensidade de Corrente (I) Quiloampf.re (kA) Ampere {A) 1.000 A - IA Miliampere (mA) Microampere (µ.A) - O,OOlA - 0,000.001 A Tensio (E) Megavolt (MV Quilovo]t (kV) Volt (V) Mi1ívolt (mV) Microvolt (µV) !.OOO.OOOV - l.OOOV - lV - 0,001 V - O,OI0.001 V Resistência (R) Megohm (MQ) Quilohm (kO) Ohm (Q) Miliohm (m{)) . Microhm (µD) 1.000.ooog 1.ooog l ll - 0,0011) ~ 0,000.0011) Condutância (G) Siemens (S) Mi1issiemens (mS) Microssiemens (µS) - 1 s - 0,001 s. ~ 0,000.001 s PROBLEMAS QUANTIDADE DE ELETRICl· DADE. LEI DE OHM. CON· DUTANCIA 1 - Detenninar o nú1nero de eléc- trons que percorreran1 o filamento de u1na lâmpada, em 10 segundos, saben- do que u1n amperímetro acusou uma corrente de 2 amperes. R.: 125,6 X 10.u eléctrons 2 - Qual o tempo necessário para que o filamento de uma válvula seja percorrido por uma carga de 0,003 C, se a corrente que ele solicita é de 0,03 A? R.: 0,1 s 3 - Um ferro elétrico esteve ligado durantemeia hora, e u1n medidor co· locado no circuito acusou uma cor- ,, / 24 rente de 5 A. Qual a carga que pas- sou pelo ferro? R., 9.ooo e 4 - Se a quantidade de eletricidade que percorreu um circuito foi de 2 e, no tempo de 10 segundos, qual era a intensidade da corrente no mesmo? R,, 0,2 A 5 - U1na bateria de acumuladores com uma "capacidade" de 30 Ah, que corrente máxima pode fornecer du- 1ante 5 horas? )1,, 6 A 6 - Um resistor de 30 ohms foi li- gado a uma fonte de 150 V. Qual a quantidade de eletricidade que o per- correu em 3 horas? R., 54.ooo e 7 - Un1a lân1pada ligada a uma fonte de 110 V solicita uma corrente de 500 1niliamperes. Qual a resistên- cia do seu filamento? R.: 220 ohms 8 - Nu1n circuito, um amperímetro indica uma corrente de 10 A. O apa- relho que está ligado tem uma resis- tência de 300 ohms. Qual a tensão do gerador? R,, 3.000 V 9 - O fabricante de uma válvula de rádio diz que seu filamento deve ser percorrido por uma corrente de 30 mA, para que funcione nom1almen- te. Qual a tensão que lhe deve ser aplicada, sabendo.se que sua resistên- cia é de 200 ohms? Determinar, tam- bém, a quantidade de eletricidade que passa pelo filamento em 3 horas. R., 6 V, 324 C 10 - Uma lâmpada tem indicada no seu bulbo uma tensão de 120 V. Qual a corrente que ela solicita quan- do é ligada a uma fonte de 112,5 volts? A resistência do seu filamento é de 200 ohms. R,, 0,.562 .. 5 A 11 - Através de um resistor de 10 ohms passa uma quantidade de ele- tricidade de 1 Ah no tempo de 360 se- - gundos. Calcular a tensão aplicada. R,, 100 V 12 - Uma lâmpada ligada a um gerador solicita uma corrente de 0,5 A. Sabendo que esteve ligada durante 10 horas e que seu filamento tem uma resistência de 250 ohms, calcular: a) a tensão que lhe foi aplicada; b) a quantidade de eletricidade que passou pelo seu filamento; e) a condutância do filamento. R., 125 v, 18.000 C; 0,004 S 13 - Que valor deverá ter_ um re- sistor, para solicitar uma corrente de 0,5 A, ao ser ligado a uma fonte de 30 V? Dizer também qual será sua condutância e que quantidade de ele- tricidade irá percorrê-lo em meia hora. R.: 60 oh1ns; O,Ol6S; 9()()(: 14 - Por un1 resistor não deverá passar uma quantidade._ de eletricida- de superior a 2,4 C, em 120 segundos, quando ele for submetido a uma di- ferença de potencial. de 30 V. Qual o valor do resistor a ser usado? Qual a sua condutância? Qual a intensidade da corrente que irá percorrê-lo? R.: 1.500 ohn1s; 0,000.6 S; 0,02 A 15 - Uma torradeira elétrica é pro- jetada para solicitar 6 A, quando é aplicada uma tensão de 110 V aos seus terminais. Qual é o valor da corrente na torradeira, quando lhe .são aplica- dos 120 V? Determinar também a con- dutância do elemento aquecedor da torradeira e a quantidade de eletrici- dade que o percorreu (corri. os 120 V) em dois minutos. R., 6,5 A; 0,05 S; 780 C r • CAPITULO IV TRABALHO ELÉTRICO. ENERGIA ELÉTRICA. POTJ;:NCIA ELÉTRICA. LEI DE JOULE Trabalho Elétrico Sabemos que está sendo realizado um trabalho, toda vez que um corpo se movimenta. Quando unimos com un1 condutor dois pontos entre os quais existe uma d. d. p., e nele se estabelece uma cor- rente elétrica, que é constituída por eléctrons em movimento, estamos evi- dentemente realizando um trabalho que, pela sua natureza, é denomina- do TRABALHO ELllTRICO. O trabalho elétrico· produzido de- pende da carga elétrica conduzida; quanto maior o número de coulombs que percorrem o condutor, em conse- qüência de uma determinada d. d. p. aplicada aos seus extremos, maior o trabalho realizado. Também é fácil concluir que, quanto maior a tensão aplicada aos e~tremos do mesmo con- dutor, maior a· intensidade da cocren- te e, portanto, maior o trabalho elé- trico. Uma grandeza que depende direta- n1ente de duas outras depende tam- bém do produto delas, o que nos per- mite escrever que - W ~ EQ W = trabalho elétrico E - tensão Q - carga elétrica O trabalho realizado para transpor- tar Uf\..f COULOMB de um ponto a outro, entre os quais existe uma d.d.p. de UM VOLT, é o que chamamos de UM JOULE (J), 1 JOULE - I VOLT X 1 COULOMB W E Q São os seguintes os múltiplos e sub- múltiplos usuais do joule: MEGAJOULE (MJ) QUILOJOULE (kj) JOULE ()) MILIJOULE (mj) MICROJOULE (µJ) 1.000.000 J 1.000 J 1 J 0,001 J 0,000.001 J Da equação vista acima, podemos tirai outras fónnulas úteis no cálculo do trabalho elétrico. Vimos que Q It Portanto, W = Elt w E 1 t em JOULES CT) em VOLTS (V) em AMPBRES (A) em SEGUNDOS (s) 26 Quando estudamos aprendemos que E 1 --- ' R Assim, a lei de Ohn1, E - IR E t R W---- R e também W Elt - !Rlt \V~ l"Rt Qualquer das equações estudadas permite a determinação de um traba- lho elétrico, desde que sejam conhe- cidos os dados necessários à sua uti- lização. Energia Elétrica Energia é a capacidade de produzir trabalho. Quando dizemos que uma pilha elétrica tem energia, isto signi- fica que ela é capaz de produzir um trabalho elétrico num condutor ligado aos seus terminais. Se a pilha, depois de algum tempo de uso, não pode produzir uma corrente no condutor, dizemos que ela não tem mais ener- gia, ou seja, não é mais capaz de rea- lizar trabalho. Ora, se o corpo só tem energia en- quanto pode realizar trabalho, é evi- dente que o máximo de trabalho que e1e poderá efetuar corresponde ao má- ximo de energia que possui, isto é, o trabalho que é realizado sempre c.or· respoiide a uma eerta quantidade de energia gasta, Convém não esquecer, porém, que energia é algo que, pela sua natureza, pode ser comparado à inteligência de uma pessoa, o que nada tem de material, mas que não va- cilamos. em dizei' que a pessoa tem em maior ou menor escclla, sempre que esse indivíduo é capaz de exe- cutar determinadas tarefas. A inteli- gencia "de uma pessoa é, então, a ca- pacidade que ela apresenta de reali." zar determinadas tarefas, e não algo material que a pessoa conduz ou pos- sui em seu corpo! Em face do ·exposto, designamos a energia gasta com as mesmas unida- des de trabalho e utilizamos as mes- mas equações para calcular o traba- lho realizado e a energia consumida. Queda de Tensão A expressão· em apreço é usada· para designar a diferença de potencial en- tre dois pontos quaisquer num circui- to, principalmente entre os extren1os de um elemento do mesmo, tal como um resistor (peça construída com o objetivo de oferecer uma determina- da resistência à passagem de uma cor- rente elétrica); chamamos a atenção para a confusão normalmente causa- da pela palavra QUEDA, utilizada neste caso para exprimir CONSUMO DE ENERGIA. A tensão que se mede entre os ter- minais de um elemento constituinte de um circuito elétrico REPRESEN- TA A ENERGIA GASTA PARA TRANSPORTAR A UNIDADE llE CARGA ELETilIGA llE UM PARA O OUTRO 'fERMINAL. Se medilnos 120 VOLTS entre os terminais de uma lâmpada, devemos concluir que estão sendo gastos 120 JOULES de energia (ou está sendo realizado um trabalho de 120 JOU- l.ES) toda vez que l COULOMB per- corre o filamento da lâmpada. Potbtcía Elétrica Potência é a rapidez com que se gasta energia, ou a rapidez com que se produz trabalho. Podemos dizer ta1nbérn que é a energia gasta na uni- dade de te1npo. Sob a forma de equa- ção, a potência é igual a w p t W energia em JOULES (J) t tempo em SEGUNDOS (s) P potência em JOULES/SEGUN- DO G/,) O joule/segundo é conhecido tam- hé1n co1no WATT (W) e é a potência quando está sendo realizado um tra- balho de 1 JOULE EM CADA SE- GUNDO. Assim, se umadeterminada rnáquina fizesse um trabalho de 30 JOULES e1n 10 SEGUNDOS, teria gasto energia na razão de 3 JOULES POR SECUNDO, e, portanto, n po- tência seria de 3 WATTS. A potencia elétrica é, evidente1nen- te, calculada do 111esnH1 modo e 1ne- dida na mesma unidade. Antes de prosseguinnos coin o cál- culo da pott·ncin, considereinos o uso da palavra poté·ncia e1n alguns casos diferentes. Tomen1os iniciahnente o caso de u1n gerador de eletricidade. A poten- cia elétrica de u1n gerador é a ener- gia que ele pode fornecer na unidade de tcmpq, ou o trabalho elétrico que ele pode realizar na unidade de te1npo. Já a potencia de uina lfunpada. va- lor que esta1nos habituados a l1·r no bulbo da f!les1na (por exemplo, 100 W), significa a energia elétrica que é gas- ta na lâmpada em cada unidade de tetnpo. A lâmpada não. fornece ener- gia elétrica como o gerador, e sim atua como um consumidor de energia elé- trica. É verdade que podemos fazer referência à energia luminosa ofere- cida pela lâmpada, mas no momento interessa-nos, apenas, a energia elétri- ca que está sendo consumida. Outro caso importante é o da po- tência indicada num resistor, Os resis- tores são designados pelos seus valores em ohms e também em termos de watts. Nu1n resistor, a energia elétri- ca é transformada em calor (energia térmica), e isto acontece numa deter- 1ninada rapidez. Calor é energia e, con10 tal, é dado também em joules. Un1 resistor é calculado para fun- cionar numa determinada temperatu- ra e, para que não seja ultrapassada t>ssa especificação, deve ser capaz de se libertar (de dissipar) do calor com a n1esma rapidez con1 que ele é pro- duzido, e para isso concorre1n sua for- ma e din1ensões. A escolha adequada de u1n resistor ilnplica em saber qual a quantida.de de calor de que ele pode sé libertar na unidade de ten1po, para que ele não seja utilizado de modo incorreto, o que pode resultar na destruição da peça. Em cqnclusão, um resistor de 20 W. por exemplo, pode ser usado e1n qual- quer circuito, desde que a quantidade de calor produzida no mesmo (resul- tante da transfom1ação de u1na quan- tidade igual de energia elétrica) não seja superior a 20 joules e1n cada se- gundo, pois assin1 sua teinperatura po- de·rá permanecer constante e dentro do li1nite de segurança previsto pelo fabricante. (;onvén1 não esquecer, po- rén1, a influência que poderá ser exer- cida por outros fatores, tais co1no a ventilação, etc. 28 Voltando ao cálculo da potência, te- mos que w P- t Como W = E It - 1~R t R a potCncia elétrica pode ser determi- nada também com as seguintes ex-. pressões: P-EI P=l2 R P= P ~ em WATTS (W) E - em VOLTS (V) I - em AMPE:RES. (A) R ~ em OHMS (íl) E' R São os seguintes os múltiplos e sub- múltiplos usuais do WATT: MEGAWATT (MW) QUILOWATT (kW) MILIWATT (mW) MICROWATT (µW) EXEMPLOS, 1.000.000W LOOOW 0,00! w 0,000.001 w 1 - Qual o trabalho efetuado numa làmpada, em 3 horas, se a corrente que percorreu seu filamento era de 0,5 A?. A d.d.p. entre os tenninais da lâmpada era de 120 V. Determinar também a potência da lâmpada e à energia gasta no mesmo tempo. " SOLUÇÃO: Se a tensão na lâmpada era de 120 V, estava sendo realizado um trabalho de 120 J toda vez que um col!lon1b passava pelo filamento da lâffipada. Ora, uma corrente de 0,5 A corr'es- ponde a uma carga de 0,5 ç_· passando pelo filamento em cada segundo, e, assim, foi feito um trabalho de 60 J em cada segundo, o que representa urri trabalho total (em 3 horas) de 60 X 10.800 - 648.000 J. Ou, E-120V 1 0,5 A t = 3h = 10.800 s: W - Elt -120 X 0,5 X 10.800 w - 648.000 J . A potência elétrica é o trabalho rea- lizado por segundo, ou 60 W: P - EI - 120 X 0,5 - 60W .A energia é, como vimos, calculada do mesmo modo que o trabalho, dada nas mesmas unidades e designada com a mesma letra: w - 648.000) 2 - Um resistor de 100 ohms será sub1netido a uma d.d.p. de 500 V. Qual será a quantidade de calor pro- duzida no tnesmo por segundo? Sa- bendo que o resistor em apreço foi construído para uma dissipação de 30 W, dizer se o mesmo estará sendo utilizado de modo acertado. SOLUÇÃO: No resistor em apreço a potência, isto é, a rapidez com que estará sendo transformada a energia elétrica, será de E" 500' P = -- - -- ~ 2.5.00W R 100 Isto .quer dizer também que estarão sendo produzidos, por segundo, 2.500 joules de calor Como o resistor. foi construído para dissipar apenas 30 joules de calor por segundo, não su- portará o excesso de calor resultante da ligação e se inutilizará. 3 - Com que rapidez estará sendo ,· .., lnlbalho elétrico num resistor de 1f ohms, percorrido por uma corren· le elétrica de 5 A? Qua1 a energia gas- ta no mesmo em 2 h? SOLUÇÃO' P -·12 R--S2 X10-250W W - P t - 2.50 X 7.200 - 1.800.000 J Outras Unidades de Energia, Trabalho e Potência Elétricos Além das unidades apresentadas nos parágrafos anteriores, são muito utili- zadas na prática, pela maior conveni- ência em certos casos, as seguintes: Trabalho e Energia WATT-HORA (Wh) - 3.600 WATTS- SEGUNDOS - 3.600 JOULES QUILOWATT-HORA (kWh) - 1.000 Wh - 3.600.000 JOULES Potência HORSEPOWER (H.P.) - 746 Watts CAVALO-VAPOR (cv) - 736 Watts Rendimento ou Eficiência (1)) Sempre que_ um dispositivo qualquer é usado na transferência de energia, com ou sem transformação de um tipo em outro, como os geradores de ele- tricidade, os motores elétricos, os transformadores, etc., uma pa'tte da referida energia é consumida para fa- zer funcionar o próprio aparelho, constituindo o que chamamos de PERDA DE ENERGIA. Assim, a energia entregue pelo apa- relho é sempre menor que a energia· que ele recebe e que, em condições 29 ideais, deveria entregar totalmente. Um dínamo, por exemplo, recebe energia mecânica e entrega energia elétrica; esta última representa ape- nas uma parte da primeira. O mesmo acontece num motor elétrico, que re- cebe energia .elétrica e entrega ener- gia mecânica, esta última inferior nu- mericamente à primeira. A RELAÇÃO ENTRE A ENERGIA QUE O APARELHO ENTREGA (ENERGIA DE SA!DA) E A ENER- GIA QUE ELE RECEBE (ENERGIA DE ENTRADA) l!: O· SEU RENDI- MENTO (OU EFICil!:NCIA)' w. w. " w. "- w • energia de saída energi~ de entrada rendimento Como vimos, há sempre perdas, e portanto o rendimento será sempre menor que l; só o aparelho IDEAL (sem perdas,) apresentaria rendimento unitário. O rendimento é expresso em número decimal ou em· percentage1n. Podemos obter também o rendimen- to, trabalhando com potências: P. P, potência de saída potência de entrada EXEMPLO, Um gerador de eletricidade exige uma potência mecânica de 5 H. P. (3. 730 W) para seu furicionamento e pode fornecer energia elétrica até 3. 200 W. Qual a sua eficiência? 30 SOLUÇÃO; P. ~-- P, Lei de Joule 3.200 --- -= 0,8 ou 80% 3.730 A lei de Joule refere-se ao calor pro- duzido por uma corrente elétrica num condutor, e seu enunciado é o se- guinte: "A QUANTIDADE DE CALOR PRODUZIDA NUM CONDU- TOR POR UMA CORRENTE ELETRlCA ll DIRETAMENTE PROPORCIONAL a) AO QliADRADO DA INTEN- SIDADE DA CORRENTE ELETRICA; b) À RESISTllNCIA ELllTRICA DO CONDUTOR; e) AO TEMPO DURANTE O QUAL OS ELllCTRONS PER- CORREM O CONDUTOR. Sob a forma de equação: Q, - i' R t Q 0 = quantidade de calor em JOULES O) 1 = intensidade da corrente em AMPERES (A) R = resistência do condutor em OHMS (ílJ t = tempo em SEGUNDOS (s) Evidentemente, QUALQUER UMA DAS EXPRESSOES QUE VIMOS PARA CALCULO DA ENERGIA ELllTRICA SERVE PARA DETER- MINAR A Q UANTIDA D E DE CALOR PRODUZIDA POR UMA CORRENTE ELETRICA. F:: comum determinar a quantidade de calor em CALORIAS (cal), o que implica em escrever a equação na for- ma abaixo: Q,, =- 0,24 I" R t 0,24 == fator pira transformação dt' joules em calorias. O calor produzido por uma cor- 1 ente elétrica tem aplicações diversas (aquecimento de água, fusão de mate- riais, emissão de eléctrons numa vál- vula de rádio, etc.). A título 4e exercício, relacionemos a lei de Joule com a equação abaixo, que nos pennile determinar a quanti- dade de calor absorvida ou libertada por um corpo, quando sua temperatu- ra é variada: Qc - quantidade de calor, em CA- LORIAS (cal) m - massa do corpo em GRA- MAS (g) e - calor específico do material que constitui o corpo (dado en1 tabelas) fJ - variação de temperatura em graus da escala de Celsius. Com esta equação podemos, por - exemplo, calcular a quantidade de ca- lor necessária para fazer vaiiar a tem- peratura de uma certa quantidade de água e, com - o resultado obtido (Q ) podemos determinar o tempo necessá- rio para que uma dada corrente elé- trica, percorrendo um aquecedor elé- trico, produza a variação desejada. EXEMPLO, Qual o tempo necessário para que uma corrente de 2 A, em um elemen- t-O aquecedor de 30 ob.ms dt• resistc\n- eia, faça variar dt• 80º C a te1npera- tura de 2.000 g de água? SOLUÇÃO: m = 2.000 g e: = 1 (no caso da água) fJ """' 80° e Q, ~ m ,. 8 - 2.000 X 80 ~ 160.000 mi t 2 A Q,- R - 30 ohms 160.000 cal Q, 5.555 s 0,24 X 2' X 30 Pl\OBLEMAS TRABALHO ELETRICO. ENERGIA F.LETRICA. POTENCIA ELETRICA. RENDIMENTO. LEI DE JOULE l - Un1 c:ondutor ligado a uma fon- te de 50 V é percorrido por uma cor- rente de 2 .\. Calcular: a) a quanti- dade de eletricidade que o percorre l"lll 3 'horas; h) a energia consu1nida ~10 1nes1no ten1po e c) a sua condutân- cia. · R. 21.600 C; 1.080.000 J; 0,04 S. 2 - Um fogão elétrico solicita 6 A, <1uando é ligado a uina fonte de l~O V. Qual a despesa com o seu funciona- mento durante 5 horas, se a compa- nhia cobra Cz$ 1,20 por kWh? R.; Cz$ 4,32 3 - O fio usado em um aquecedor elétrico tem uma resistência de 57 ohn1s. Calcular: a) a energia que con- so1ne em 3 horas, sabendo que solici- ta uma corrente de 2 A; b) a tensão 31 da fonte a que está ligado e c) a con- dutância do fio. · R.; 2.462.400 ); 114 V; 0,017 S 4 - Que tensão deYe ser aplicada a utn aquecedor de 600 \V, para que so- licite u1na corrente de 12 A? Determi- nar tan1bê1n sua resistCncia e a ener- gia que <COnsoinc e1n 3 horas. R.: 50 V; 4,1 ohms; 6.480.000 J 5 - A potencia requerida para fazer funcionar um rádio. é de 90 W. Se o conjunto for utilizado 2 horas por dia, durante 30 dias, qual será o ·custo de operação. na base de cz$ 1,20 por kWh? R.; Cz$ 6,48 6 - Um gerador de corrente con- tinua, con1 uma potência de 500 W, está fornecendo uma corrente de 10 A ao circuito externo. Determinar: a) a t>nergia consumida no circuito exter- no, em meia hora; b) a tensão do ge- rador; c) a resistência do circuito ex- terno. Desprezar a resistCncia interna do gerador. R.; 900.000 J; 50 V; 5 ohms i - A corrente solicitada por un1 1notor de ·corrente contínua é 75 A. A tensão nos tenninais do motor é 230 \-'. Qual é a pot('>ncia de entrada do mo- tor e1n kW? R., 17,25 kW 8 - Um gerador de corrente con- tínua apresenta os seguintes dados en- tre suas características: 150 kW e 275 \'. Qual é sua corrente nominal? R.; 545,4 A 32 9 - Um dispositivo elétrico que tra- balha com 250 V tem 8 ohms de re- sistência. Qual é a sua potência no- minal? ª·' 7.812,5 w 10 - Qual deve ser a dissipação mí- nima de um resistor de 20. 000 ohms, para que possa ser ligado a uma fon- te de 500 V? a., 12,5 w • 11 - Num resistor lê.se o seguinte: "10 ohms - 5 watts". ~.ser ligado a uma fonte de 20 V? Justifique a res- posta. R.: NÃO, porque seria produzida uma quantidade de calor por segun- do maior do que a que ele pode dis- sipar. 12 - Qual é a corrente na ru1tena, quando um transmissor está entregan- do à mesma uma potência de 1 kW? A resistência da antena é de 20 ohms. R., 7 A 13 - Qual a corrente máxin1a que pode passar por um resistor que apre- senta as seguintes características: "5.000 ohms - 200 watts"? R., 0.2 A 14 - Numa lâmpada estão gravados os seguintes dizeres: 60 W - 120 V. Determinar a resistência (a quente) do filamento da lâmpada, a intensidade da corrente que a percorre e a ener- gia gasta na lâmpada em duas hor~s. R., 240 ohm•; 0.5 A; 432.000 J 15 - Um aparelho elétrico solicita 5 A de uma fonte de 100 V. Calcular: a) sua resistência b) a potência do aparelho; e) a energia, em joiiles e em kWh, consumida pelo aparelho depois de 3 horas de furicionamento; d) o trabalho elétrico realizado no aparelho após 2 horas de fun- cionamento contínuo. R.: 00 ohms; 500 W; 5.400.000 J; 1.5 kWh; 1 kWh 16 - Qual é a corrente máxima que se pode obter de um gerador de e. e: de 50 V, acionado a motor, quando este está desenvolvendo uma potên'- cia de 5 H. P., se o gerador tem uma eficiência de 85%? • a., 6.l,4 A 17 - Um motor de corrente con- tínua foi projetado para solicitar 30,4 amperes de uma fonte de 230 V. Sa- bendo que sua eficiência é de BO"lo, de- terminar sua potência de saída. ª·' 5.593,6 w 18 - Um motor de corrente con- tínua ligado a uma rede de 120 V for- nece a potência de 5 H. P. e seu ren- dimento é de 85%. Determinar: a) a intensidade da corrente de alimenta- ção; b) as energias absorvida e forne- cida pelo motor em 8 horas de funcio- namento. R., 36,5 A; 35.105,6 Wh; 29.840 Wh 19 - Determinar a quantidade de calor necessária para aumentar de 50° e a temperatura de 3,5 kg de água. R.: 175.000 cal 20 - Uma lâmpada acesa é co1nple- ta1nente mergulhada ein um vaso con- tendo 6 .000 g de água, e, após 5 nli- nutos, a temperatura da água aumen- ta de 3º e. Qual a potencia na lân1- pada? R., 250 W 21 - Que resistencia deve ter um resistor destinado a libertar 72 calorias por segundo, ao ser ligado a uma fon- te de 100 V? R.: 33,3 ohms 22 - Qual é a resistencia de uma bobina, se a diferença de potencial en- tre seus terminais é de 40 V e o calor que desenvolve por segundo é de 800 calorias? R.: 0,4 ohm 23 - Um resistor de 12 ohms é liga- do a uma fonte de 120 volts e intro- duzido em um bloco de· gelo de 1 kg a Oº C. Se o resistor permanecer li- 33 gado durante 2 minutos., calcular a n1assa de gelo que não se fundirá. Sabe-se que para fundir 1 g de gelo a 0° C são necessárias 80 calorias. R., 568 g 24 - Se uma chaleira elétrica soli- cita 3,8 A, quando é ligada a uma fon- te de 230 volts, determinar o tempo. necessárici para que 1,7 kg de água atinjatn o ponto de ebulição, admitin- do que a temperatura inicial da água era de 12º e, e que a eficiência da chaleira é de 70%. R.: 1.018 s 25 - Um aquecedor elétrico deve ~er usado para aquecer 5 litros de água. O dispositivo solicita 2 ampe- res quando é submetido a uma fonte de 110 V. Desprezando o calor dissi- pado pelo tanque, determinar o tem- po necessário para elevar a tenipera- tura da água de 15º para 80° e. R.: 6.155 s 5 CAPITULO V CIRCUITOS DE c. C. EM SÉRIE, EM PARALELO E MISTOS. PONTE DE WHEATSTONE Resistores Todos os corpos apresentam resis- tência elétrica, ou seja, oferecem opo- sição à passagem de uma corrente elé- trica. A resistência de um corpo é deter- minada pelas suas dimensões e pelo material que o constitui, e pode va- riar conforme a sua temperatura. Se medirmos a resistência de vários corpos condutores,todos com a mes- ma seção transversal, feitos do mesmo n1aterial e na mesma temperatu1a, ve- rificaremos que apresentará maior re- sisténcía aquele que tiver o maior com- primento, o que nos permite concluir que A RESISTJlNCIA ELllTRICA ll DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO COMPRIMENTO DO CORPO. Do mesmo modo, se tomarmos vá- rios condutores de comprimentos íguais, todos feitos com o mesmo ma- terial e na mesma temperatura, obser- varemos que apresentará maior resis- tência o que tiver menor seção trans- versal, e poderemos concluir que A RESIST:RNCIA EL:€TRICA l!: IN- VEHSAMENTE PROPOHC!ONAL À SEÇÃO TRANSVERSAL DO CORPO. Por último, poderíamos medir a re- sistência de vários condutores, todos com o mesmo comprimento, a mesma seção transversal e na me!">111a tempe- ratura, porém feitos de materiais di- ferentes. Verificariam os que, apesar de serem iguais os fatores já conside-: rados, haveria diferenças nas medi- çõe!> efetuadas. Isto faz-nos concluir que O MATERIAL QUE CONSTI- TUI O CORPO, isto é, a sua estmtu- rn, INFLUI NA RESISTJlNC!A QUE OFERECE. Para podermos avaliar a influência que os materiais de que são constituí- dos os corpos exercem sobre as suas resistências elétricas, tomamos a1nos- tras dos mesmos com dimensões (com- primento e seção transversal) escolhi- das, todas na mesma temperatura, e medimos suas resistências. Os valores encontrados são resistências correspon- dentes a comprimentos e seções co- nhecidos, e como sabemos que a re- sistencia é diretamente proporcional ao comprimento e inversamente pro- porcional à seção transversal será fá- c-j} deter1ninar a resistência de um cor- po feito de um determinado material e co1n seção transversal e eomprimen- to conhecidos. i ' ' ! i 1 Os valores a que nos referimos no item anterior são organizados em ta- belas, nas quais são esclarecidas as Hnidades de comprimento e seção uti- lizadas. Esses valores são conhecídos como RESISTf:NCIAS ESPECl1''1- CAS ou RESISTIVIDADES dos n1a- teriais a que- se referem. Não é difícil concluir que a resis- tência de um corpo é direta1nente pro- porcional à sua resistividade, que de- signamos com a letra grega p (rhô). Do exposto nos parágrafos anterio- res, podemos escrever que R, p, l R, - --- s resistCncia do corpo nun1a de- tenninada temperatura "t". l\esisténcia ohm ohn1 Seção mm' m' m m 35 l =- comprimento do corpo S - área da seção flans\l'ersal do coqx> p, - resistividade do IWllaW de que é feito o corpo, na meaaa tem- peratura "t" em que .: ..... determinar a resistência. Deduz-se que R, S p, - --- l A resistividade pode ser dada em várias unidades, conforme as unidades escolhidas para "R", "S" e "l", o que pode ser observado na tabela abaiio: ohm ohm cm2 CM cm Co1nprünento Resistividade ohn1.mn12/m ohm.m2/1n pé ohm.c1n•/c1n oh1n CM/pé ou ohm.m N O TA : CM é a abreviatura de CIRCULAR MIL, uma unidade inglesa de área circular. t definida como a área de um círculo com um diiime- tro igual a um MILJ!:SIMO DE PO- LEGADA (um MIL). · Corresponde a 1/1973 do milímetro quadrado. De acordo com o que já foi estu- dado, é perfeitan1ente possível fazer u1n corpo com uma detem1inada re- sistência, con1 o fim específico de, por exemplo, limitar a corrente nun1a de- te_nninada ligação ou produzir uma certa queda de tensão. Esses ele1nen- tos, éncontrados em praticamente to- dos os aparelhos elétricos e eletrôni- cos, são os llESISTORES, que são fa- hricados c111 for1nas e valores diverso.~, ou oh1n. cn1 ben1 c:oino para dissipações variadas (ver o capítulo anterior). Co1no é Ób\'io, não é possível fabri- car ess;\S peças em todos os valores que possan1 ser desejados pelos que projetan1 equipamentos _elétricos ou t"letrônicos, de 1nodo que é necessário C'Ombiná-los para obter os valores que 5ão requeridos. Associação de Resistores Essa c:oinbinação ou associação de resistOres pode ser efetuada de três modos: em Sf:l~IE em PARA.LELO MISTA 36 A associação em série resulta num aumento de resistência, pois as resis- tCncias dos di\'ersos re~istorcs se so- mam: R, = R, + R2 + R, + H, resistêricia total ou equivalente R,, R,, R,, etc. = resistências dos di- versos resistores. OBS.: Se todos os resistores tiverem o mesn10 valor, bastará multiplicar -C'sse valor pelo número de peças usa- das, para obter R,. Para ligar resistores em série é ne- cessário unir um dos tern1inais de um deles a um dos terminais do outro. A resistência total é a que existe entre os terminais livres. Se fossem três ou mais resistores em série, ligaríamos todos eles de modo a constituírem um único caminho para qualquer coisa que tivesse de se des- locar de um extremo ao outro da li- gação. A resistência elétrica de um resistor ou de wn corpo qualquer é simboli- zada da seguinte 1naneita: OIJ ) I l RESISTORES S!MBOLO DE RESIST:tNCIA FIG. V-1 Cma ligação de resistores em série é repre~entada e~qucn)aticarncnte como se segue: R • A 0---.1\,(\ R R TRl!:S RESISTORES EM StRJE "A .. E "B" =o EXTREMOS DA LIGAÇÃO FIC. V-2 Associar resistores em paralelo é li- gá-los de tal modo que os extremos de Cada um fiquem ligados diretamente aos extre1nos correspondentes dos ou- tros, e os dois pontos que resultam das uniões são os extremos da ligação: R A R TRE':S RESISTORES EM PARALELO "A" E "B" =e EXTREMOS DA LIGAÇÃO FIG. V-3 /\ resistência total neste caso é sen1- pre 1nenor do que o menor valor uti· lizado na ligação e é determinada do seguinte modo: l l l l + + + R, R, Quando trabalhamos com apenas dois resistores, pode1nos usar a expres- são abaixo, derivada da anterior: R, + R~ R, e R~ = valores dos resistores Quando todos os resistorcs tem va- lores iguais, basta dividir o valor de uni deles pelo número de peças uti- lizadas na associação: R R, - n R valor de um dos resistores iguais n quantidade de elementos usados na associação Mas, con10 poderia ser explicada a diminuição de resistência resultante da associação en1 paralelo? Tentaremos responder a esta per- gunta. Se os te1minais de um resistor f0Ssen1 ligados aos terminais de um gerador, os eléctrons que saíssem de um terminal do gerador para o outro DISPORIAM APENAS DE UM CA- MINHO, com uma determinada resis- tência, e a intensidade da corrente se- ria limitada a um certo valor. Se em seguida· ligássemos outro resistor do 1nesmo modo, outro ca1ninho seria es- 37 tahelecido, e por Csse nüvo caminho passariam outros eléctrons; o nú1nero total de eléctrons que poderia1n pas- sar por segundo de um tenninal para ootro seria 1naior do que antes, pois seria a soma das intensidades nos dois caminhos. Ora, embora a ligação de outro resistor não modificasse a situa- çiio no primeiro resistor, PARA TO- DOS OS EFEITOS A DlFICllLDA- DE TOTAL SERIA i\fENOR, porque o nún1ero total de eléctron.~ que se deslocariam por segundo de uin ter- lllÍna] para o outro aun1entaria, embo- ra a tensão entre os tern1i~1ais do ge- rador nân tivt•sse 1nudado (rever a lei de Ohtn). A ligas:ão de outros resistores au- n1entaria o nún1ero de caminhos e, em conseqüência, 1naior seria a intensi- dade total da corrente; como a tensão entre os dois pontos cons~derados se- ria sempre a mesma, concluiríamos que a dificuldade total oferecida pelo conjunto de resistores seria menor do que quando tínhamos apenas um re- sistor. O que foi afirmado nos parágrafos anteriores se aplica també1n à associa- ção de quaisquer outros elementos que apresentein resistência elétrica e que sejam associados nas formas estudadas. A associação mista é simples1nentea combinação das· formas anteriores, e apresenta simultaneamente a~ carac- terísticas mencionadas. Condutividade (K) Condutividade de u1n nlaterial é o inverso da sua resistividade e, portan- to, refere-se à condutância de uma a1nostra do mesmo, co1n dimensões de· terminadas: l ! K p .R S 38 Damos a seguir as unidades usuais de condutividade: l/ohm. metro __, siemeris/metro l/ohm. centímetro . m/ohm. mmi pé/ohm. CM Condutividade Percentual (K %) Um tipo de cobre que apresenta uma resistência de 0,153 9.8 ohm por grama de peso e por metro de com- prin1ento, na temperatura de 20º e, é' considerado como o PADRÃO INTER- NACIONAL DO COBRE. A condutividade de qualquer tipo comercial de cobre é, então, compa- rada à do cobre padrão, e expressa em termos de percentagem. A condu- tividade dos tipos de cobre normal- mente usados e1n Eletrotécnica é me- nor do que a do padrão. Também é comum exprimir a condutividade de qualquer outro material condutor em relação ao cobre padrão. Circuitos de C.C. Para que tenha1nos um circuito bas- ta que liguemos um dispositivo elé- trico qualquer a um gerador (ou qual- quer coisa que nos proporcione uma diferença de potencial). O dispüsitivo que recebe a energia elétrica fome· cida pelo gerador é chamado CARGA ou CONSUMIDOR. A ligação da car- ga ao gerador é feita quase sen1pre por .meio de fios de material condu- tor de eletricidade. Vários . aparelhos ou peças podem ser ligados ao mesmo gerador (à mes· ma fonte de eletricidade), constituindo circuitos mais complexos. · De acordo cc1n o modo como es- tão ligados todos os elementos que atuam como consumidores de energia no circuito, este pode ser classificado en1 um dos três tipos abaixo: S~RIE PARALELO MISTO Características de circuitos em série Nun1 circuito em série, todos os ele- mentos ligados à fonte estão em sé- rie, e os e léctrons dispõem de um uni- co caminho unindo os terminais da lante. -1 1 .. CIRCUITO EM St.RIE SIMBOLO DE PILHA FIG. V-4 Neste tipo de circuito, a dificuldade total oferecida à passagem dos eléc- trons é dada pela equação já estudada para a associação de resistores em série: R, = resistencia total ou equiva- lente R,, R,, Ra. etc. = resistências dos diversos elementos ligados à fonte. A intensidade da corrente é a mes- ma em qua.lquer parte do circuito, isto é, em qualquer seção do circuito estará passando o mesmo número de eléctrons por segundo. Vejamos um fato com certa seme- lhança, para compreendermos este fe- nômeno. Se numa rua estivesse sendo realizada uma parada militar, e todos os soldados marchassem com a mes- ma cadência, várias pessoas colocadas em pontos diferentes da rua veriam passar o mesrno número de soldados na unidade de tempo. Assim acontece com os eléctrons em .movimento no circuito em série. É conveniente fri- sar que não são os mesmos eléctrons que passam na unidade de tempo en1 todos os pontos do circuito, e que o importante é a quantidade de elé~ trons que passam na unidade de tem~ po em qualquer ponto do circuito pois disto é que dependem os efeito~ da corrente elétrica. Do exposto, I, corrente total, ou seja, nú- mero de eléctrons que dei- xam por segundo o termi- nal negativo da fonte (ou que chegam por segundo ao terminal positivo da fonte). I,, 12, 13, etc. = designações da- das à corrente ao passar pelos elementos cujas resis- tências são, respectivamen- te, Ri. R", Rh etc. A diferença de potencial entre os terminais da fonte é igual à soma das diferenças de potencial entre os ex- tremos de cada un1 dos elementos as- ~iados e1n série, e que constituem a carga do circuito: 39 E, = E, + E2 + E, + ... E, ~ d.d.p. entre os terminais do gerador (fonte), com o circuito em funcionamento; tensão aplicada aos ele- mentos alimentados pela fonte. E,, E,,-E3, etc. - d.d.p. entre os terminais, respectiva- mente, de Ri, R2, R3, etc. ' Esta afirmação está de acordo com o que estudamos a respeito. de tensão e queda de tensão; a eÍ1.ergia gasta para transportar um coulomb de um t.erminal a outro do gerador (tensão total) deve ser igual à soma das ener- gias gastas para fazer o mesmo cou- lomb. atravessar todos os componentes do circuito {tensões parciais ou que- das de tensão). Características de Circuitos em Paralelo Nun1 circuito em paralelo, todos os elen1entos ligados à fonte estão em pa- ralelo e, assim, os eléctrons dispõem de vários caminhos ligando· os termi- nais da fonte. A resist€ncia total é calculada con10 foi estudado na associação de resisto- tes em paralelo: 1 1 1 1 + + + R, R, = resistê.ncia total dos diver- sos componentes associados e1n paralelo e ligados ao gerador (fonte). R,, R,, R0 , etc. = resístencias dos componentes. 40 _CIRCUITO EM PARALELO -1 CONJUNTO ))E PILHAS - -T (BATERIA) FIG. V-5 A intensidade total da corrente (nú- 1ncro total de eléctrons que abando- nan1 o terminal negativo da fonte em cada segundo, ou que chegam ao ter- n1inal positivo em cada segundo) é a soma das intensidades medidas nos di- versos braços (diversaS derivações) do circuito: I, = I, + I, + I., + A explicação dada para justificar a diminuição da resistência na associa- ção de resistores em paralelo se apli- ca a esta equação. Como neste tipo de circuito os ter- minais de cada componente devem, ser ligados aos terminais da fonte, cada un1 deles está sendo submetido à di- ferença de potencial que existe entre os terminais da fonte. Portanto, E, - E, -= E2 = E;, ....... E, = d.d.p. entre os tenninais da fonte, com o circuito em funcionamento. Ei, Ez, E~, etc. = d.d.p. entre os tenninais, respectiva- mente, de Ri. R2 , R;;, etc. Características dos Circuitos 1\-listos Estes circuitos apresentan1, sünul- tàneamente, as características dos cir- c·uitos em série e e1n paralelo, pois !--ÜO combinações dos dois tipos. R • R R, + R o CIRCUITO MISTO FIG. V-6 Observações Todos os geradores ou fontes de ali- mentação apresentam resistCncia 'pró- pria, que é conhecida como RESIS- TJ!NCIA INTERNA. Esse valor deve ~er co1nputado como se fosse um dos componentes do circuito, EM SJ;:RIE com o conjunto dos outros compo- nentes. Quando consideran1os a resistCncia interna da fonte, o valor de E, (e1n qualquer circuito) corresponde à dife- rença de potencial entre os terminais da fonte, sem qualquer coisa ligada aos mesmos (fonte en1 circuito aber- to). i;: necessário lembrar·que a ener- gia gasta para levar un1 coulo1nb de u1n terrninal ao outro da fonte inclui a parcela gasta internamente na pró- pria fonte. Assim, é comum limitar o uso da expressão FORÇA ELETROMOTRIZ para designar a d. d. p. entre os ter- 1ninais da fonte quando nada está li- gado aos mesmos; a força eletromo- triz de uma fonte é, portanto, sempre 1naior do que a d.d.p. entre seus ter- minais, quando ela está alimentando um circuito qualquer. EXEMPLOS• 1 - Deten11inar a resistCncia a 20°C de um condutor de alun1ínio de 100 pés de comprimento e de 133.000 C!-.1 de seção t;ansversal. A resistividade do alun1ínio, a 20º C, é 17 ohms.CM/ pé. SOLUÇÃO• p.,,l 17 X 100 R,0 =- -- -= - 0,01 ohm s 133.000 2 - Três resistores (10, 30 e 50 ohms) fora1n ligados em série. Em seguida foi aplicada ao conjunto uma tensão de 270V. Determinar: a) R,; b) 11, 1,, le e !;,; e) E,, E 2 e E,; d) energia total gasta no circuito em 3 horas; e) po- tência em R". SOLUÇÃO• R ~ R, + R,, + R, .- 10 + 30 + '+so 90 ohms E, 270 1, --- 3A R, 90 1, 1, - e - l, - 3A E, 1, R, 3 X 10 - 30V E, 1: R2 3X30-90V E, = 1, Rs = 3 X 50