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A1 - Tutelas de Consumo

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FMU
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU CURSO DE DIREITO 
AVALIAÇÃO – A1
Professor: Marcelo Mingrone
Disciplina: Tutelas Coletivas de Consumo e Meio Ambiente
Grupo: 
Dayene Ribeiro Gonçalves – RA: 703399-7
Edvania S. de Carvalho – RA: 709167-3
Joel de Oliveira Rios – RA: 729913-4
Marisa Conceição R. Leocádio – RA: 496740-3
Turma: 003210C02 – 10° semestre
A TUTELA DO CONSUMIDOR NO SISTEMA CONSTITUCIONAL.
As relações de consumo visam o estabelecimento de uma relação comercial entre fornecedores e consumidores a fim de fazer a moeda circular, de gerar empregos e de manter a economia do país. Contudo, para que esta relação seja saudável para todos os envolvidos, sobretudo, para os usuários, foi necessário promover por força da lei a proteção ao consumidor, que é o elo mais fraco desta relação. Assim, as relações de consumo passaram a ter natureza jurídica de modo a possui lei específica destinada a garantir ao consumidor proteção contra abusos e má fé dos fornecedores. Tal lei denominada Código de Defesa do Consumidor foi instituída tendo por bases os princípios constitucionais como a dignidade humana, a ordem econômica, os valores sociais do trabalho e a justiça social[footnoteRef:2]. [2: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a-protecao-ao-consumidor-como-direito-fundamental-constitucional-as-garantias-consumeristas/] 
HISTÓRIA DA TUTELA DO CONSUMIDOR 
As primeiras leis de proteção ao consumidor começam a surgir na década 20 do século XX. No entanto, a efetiva preocupação foi marcada pelo discurso de John F. Kennedyy na década de 60 destacando a necessidade de tutela dos direitos dos consumidores por reconhecer que “Consumers, by definition, include us all”. Conforme ressaltado por Marcelo Gomes Sodré, esse discurso revelou os quatro direitos básicos dos consumidores: segurança, informação, livre escolha e o direito de ser ouvido e, a partir de então, houve uma preocupação geral de sistematização desses direitos. 
No Brasil, a Constituição do Império de 1824 e a Constituição da República de 1891 eram marcadas, a primeira, pelo traço eminentemente autoritário e, a segunda, pelo coronelismo que visava assegurar que a oligarquia agrária detivesse o poder e o controle estatal. Na década 20, com o colapso financeiro mundial e profunda crise na produção do café, acentua-se uma crise na chamada “Política Café com Leite”, que derrotaria na Revolução de 1930 liderada por Getúlio Vargas e instituição, no plano constitucional, dos Direitos Sociais.
A partir da Constituição Federal de 1934, todas as posteriores Constituições Brasileiras passaram a tratar sistematicamente dos Direitos Sociais, mas especialmente e especificamente dos Direitos dos Trabalhadores, considerando que o conflito predominante no século XX se deu entre capital e trabalho.
Então na Constituição de 1988 que o direito do consumidor vem amplamente amparado dentre os direitos individuais e coletivos segundo o texto do artigo 5, XXXII: “o Estado promoverá, na forma da lei a defesa do consumidor”, fator esse que garante sua condição de cláusula pétrea, conforme se depreende da leitura do art. 60, § 4º, IV, do mesmo Diploma legislativo.
Após inserido na carta magna, a defesa do consumidor normatizou-se através do cumprimento ao art. 48 da ADCT, promulgando assim, o tão esperado instituto de defesa do consumidor, a lei nº 8.078 de 11 de agosto de 1990, que consolidou o Código de Defesa do Consumidor, regulando daí em diante todas as relações de consumo. Sua entrada em vigor deu-se em 11 de março de 1991, buscando alcançar toda e qualquer relação de consumo, seja em qualquer ramo do direito em que ela se encontrar, público ou privado.
DOS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
O artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição Federal estabelece que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor” e a interpretação deste dispositivo constitucional permite abstrair importantes conclusões para a interpretação e aplicação do Direito do Consumidor.
A partir da interpretação do dispositivo constitucional, é o reconhecimento constitucional de que o consumidor é vulnerável na sociedade de consumo e de que é necessária a intervenção estatal de forma a promover a defesa do consumidor. 
Outra grande decorrência deste dispositivo constitucional é o estabelecimento da necessidade de edição de legislação infraconstitucional para dispor acerca da forma com que o Estado iria promover a defesa do consumidor. O Código de Defesa do Consumidor, editado em 1990, cumpre a disposição constitucional e estabelece no Capítulo II, do Título II, a Política Nacional das Relações de Consumo que “tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo” (artigo 4º, caput, do Código de Defesa do Consumidor).
Assim, verifica-se que o princípio da vulnerabilidade do consumidor encontra fundamento constitucional e não apenas no artigo 4º, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor. A bem da verdade, a legislação infraconstitucional, ao reconhecer a vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo, apenas reiterou princípio que já advinha da norma constitucional.
A segunda decorrência deste dispositivo constitucional é a constituição de uma obrigação do Estado promover a defesa do consumidor, sendo uma norma programática, mas de eficácia positiva impondo ao Estado a obrigação de defesa do consumidor mediante implementação de políticas públicas.  
Cumpre ainda dizer que o consumidor recebe por força de lei proteção do Estado em razão de ser a parte mais fraca dessa relação de consumo. Claudia Lima Marques informa sobre tal aspecto que
"[…] necessitamos de uma lei que tente prevenir o superendividamento dos consumidores e preveja algum “tratamento” ou remédios caso o consumidor (e sua família, pois acaba sempre sendo um problema familiar) caia em superendividamento. (MARQUES, 2006:34)"
O Código de Defesa do Consumidor em seus incisos VI, VII e VIII do artigo 6° do CDC demonstram mais alguns dos direitos do consumidor que reforçam a ideia acima:
 "Art. 6º São direitos básicos do consumidor: […] VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; (BRASIL, 2015:790)"
Assim, o consumidor possui acesso a órgãos judiciários e administrativos para prevenir e reparar danos causados nas relações de consumo. Além disso, é direito do consumidor prevenção e reparação dos danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos oriundos dos problemas nas relações de consumo. Neste sentido, foi desenvolvida a Política Nacional das Relações de Consumo, no intuito de assegurar proteção e respeito aos consumidores (artigo 4°, caput).
A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR NO DIREITO NO DIREITO INTERNACIONAL
Nesta parte Iremos abordar a evolução internacional do direito do consumidor e fazer referência ao direito comparado cm base em antecedentes legislativos e o direito internacional. 
É sabido que o resguardo jurídico do consumidor tornou-se marco histórico, possuindo corrente internacional, sendo tratado em diversas convenções e tratados da União Européia e Mercosul. Pois bem, o direito do consumidor é tema supranacional abrangendo a totalidade dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. 
Abaixo apresentamos com base nos estudos de Newton De Luccaquadro sintético desta proteção: No Direito Comparado e no Direito Internacional.
	Direito Comparado
	Direito Internacional
	Discurso do presidente Kennedy ao Congresso Americano (março/62)
	A iniciativa de cinco países (Estados Unidos, Alemanha, França, Bélgica e Holanda), em 1969, no sentido de criar, no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, uma "Comissão para a política dos consumidores"
	Lei sobre documentos contratuais uniformes de Israel (1964);
	A comissão das Nações Unidas sobre Direitos do Homem, considerou serem 4 os direitos de todo o consumidor:
1. direito à segurança;
2. direito de ser adequadamente informado sobre os produtos e os serviços, bem como sobre as condições de venda;
3. direito de escolher sobre bens alternativos de qualidade satisfatória a preços razoáveis;
4. direito de ser ouvido no processo de decisão governamental.
	Lei fundamental de proteção aos consumidores no Japão (1968);
	A aprovação de vários documentos pela Assembléia do Conselho da Europa – Diretiva 85/374, de 24.7.85, no tocante aos países membros do CEE;
	Numerosos textos legais, a partir da década de 60, nos EUA: Consumer Credit Protection Act, Uniform Consumer Credit Code, Uniform Consumer Sales Act, Safety Act, Truth in Lending Act, Fair Credit Reporting Act e Fair Debt Collection Act;
	No Âmbito da ONU – Resolução 39/248, de 9.4.85, apontada como a verdadeira origem dos direitos básicos do consumidor.[footnoteRef:3] [3: Lucca, Newton De. Direito do Consumidor, 2ª Edição, Ed. Edipro, São Paulo-2000, p. 25/30.] 
	Lei de caráter geral ou específica no seguintes países: Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Bélgica, França, México, Portugal e Espanha.
	
Conforme denota-se, os EUA foi o grande impulsor da mensagem protecionista do consumidor, de modo a influenciar grandemente diversos países com esta doutrina. Destaca-se, também, que o mesmo tema fora debatido em praticamente todos os países da Europa.
Neste sentido ainda, cabe destacar a vulnerabilidade do consumidor, enquanto parte em uma relação de consumo internacional, ou seja, que busca a compra de produto ou serviço fora de seu país de origem, se mostra ainda mais indefeso. Isso ocorre, pois o consumidor se encontra em um espaço físico diferente, muitas vezes sem o domínio da língua ou costumes e sujeito a um ordenamento jurídico distinto do seu. E mesmo que a compra internacional seja realizada por meio eletrônico no conforto de sua residência, também há que se chamar atenção para a sua vulnerabilidade em face da existência de inúmeros produtos e fornecedores por ele desconhecidos.
Outras questões que se colocam, além das acima problematizadas é a hipótese de o consumidor ter que ser parte em um processo no estrangeiro, na qual a própria definição da jurisdição competente para julgar litígios de aquisições ou serviços internacionais pode tornar difícil o acesso do consumidor à justiça. Essa questão de competência, devido a sua relevância, será analisada posteriormente em um tópico próprio.
Caso o consumidor tenha que litigar em juízo no estrangeiro, ele poderá se deparar com um cenário incerto e complicado: há uma grande diversidade de normas e ordenamentos jurídicos distintos que podem ser aplicados ao caso concreto; o processo tramitará seguindo as normas próprias de cada país; a instrução probatória será realizada em uma nação diferente e o cumprimento e execução de eventual sentença estrangeira também, tudo dificultando a discussão judicial das questões consumeristas.
No que toca essa vulnerabilidade sob a ótica do Direito Internacional, importante trazer que esse ramo do Direito não se limita a apenas indicar qual a lei aplicável ou o juiz competente para julgar determinado litígio que envolva o estrangeiro, tomando em consideração a prévia definição de um critério que permita tal indicação (que seria, como se sabe, a definição do elemento de conexão). Pelo contrário, o Direito Internacional visa também proteger a parte mais vulnerável na relação jurídica, devendo aplicar sempre a lei mais favorável.
Há mais de 55 anos, quando o ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy se dirigia ao Congresso Americano, ele dizia “consumers, by definition, include us all”[footnoteRef:4]. No Brasil, essa célebre frase ficou conhecida como “consumidores somos todos nós”. Isso implica que a economia depende dos consumidores para crescer, pois compõem o maior grupo da economia, mas ao mesmo tempo, é o único grupo cujos interesses muitas vezes são deixados de lado. [4: KENNEDY, J. F. "Special Message to the Congress on Protecting the Consumer Interest.," March 15, 1962. Online by Gerhard Peters and John T. Woolley, The American Presidency Project. <http://www.presidency.ucsb.edu/ws/?pid=9108>. Acesso em: 11 maio 2017.] 
“They are the largest economic group in the economy, affecting and affected by almost every public and private economic decision. Two-thirds of all spending in the economy is by consumers. But they are the only important group in the economy who are not effectively organized, whose views are often not heard.”[footnoteRef:5] [5: Tradução livre: vel “Eles são o maior grupo econômico, afetando e afetado por quase todas as decisões econômicas públicas e privadas. Dois terços de toda a despesa na economia é realizada pelos consumidores. Mas eles são o único grupo importante na economia que não são efetivamente organizados, cujas opiniões muitas vezes não são ouvidas.”] 
Nesse sentido, levando em conta a relevância do consumidor no e para o mercado, é imprescindível que se tenha uma base de direito comum que enseje a proteção do consumidor no nível internacional, de modo a diminuir o desequilíbrio existente. Conforme sustenta Antônio Herman Benjamin[footnoteRef:6], a proteção da parte vulnerável na relação de consumo passou a ser um problema supranacional, exigindo uma proteção internacionalizada, única forma de assegurar a desejada proteção jurídica aos consumidores. [6: BENJAMIN, A.H. A proteção do consumidor nos países menos desenvolvidos: a experiência da America Latina. Revista de Direito do Consumidor. Vol. 8. São Paulo: Ed. RT, 1993.] 
Esse também é o entendimento de Eduardo Antônio Klausner, citado por Ramos e Ferreira em “Por um Direito Comum ao Consumidor: A órbita global de consumo e a proteção internacional” (2016):
“(...) a contemporaneidade se faz por uma sociedade globalizada, estruturada no comércio internacional e no consumo. Assim, o princípio da vulnerabilidade do consumidor volta-se ao princípio da proteção em direito internacional.(...) Considerando a insuficiência dos atuais instrumentos jurídicos, da metodologia utilizada e da ineficácia das teorias existentes que pensar, como sugere, um Direito Internacional do Consumidor, é oportuno para adequar a tutela consumerista ao ambiente globalizado, ou seja, a proteção internacional do consumidor”.
Não há dúvidas que com o aumento da globalização, novos mecanismos de proteção capazes de auxiliar o consumidor internacional foram surgindo. Um exemplo é o ICPEN[footnoteRef:7], sigla em inglês para International Consumer Protection and Enforcement Network. O ICPEN é uma rede global de autoridades de defesa do consumidor que se empenha na resolução de litígios e incentiva a cooperação entre os organismos responsáveis pela aplicação da lei em casos de controvérsias envolvendo o comércio internacional. Essa rede é composta por autoridades de diversos países membros, destacando-se os países da União Europeia e os Estados Unidos, todavia o Brasil ainda não é um membro efetivo do grupo. [7: International Consumer Protection and Enforcement Network. Disponível em: <https://www.icpen.org/for-consumers>. Acesso em: 12 de maio de 2017.] 
Outro importante marco na proteção do consumidor no âmbito internacional é a Resolução 39/248 da Organização das Nações Unidas. Essa resolução tem como objetivo manter e reforçar uma política forte de proteção ao consumidor, trazendo uma série de diretrizes que devem ser seguidas,levando-se em conta a saúde, segurança, educação e interesses dos consumidores.
As Nações Unidas também aprovaram em Dezembro de 2015 a Revisão das Diretrizes sobre Proteção dos Consumidores (UN Guidelines for Consumer Protection), conforme bem observado por Cláudia Lima Marques[footnoteRef:8] essa revisão trouxe: [8: MARQUES, C.L. 25 anos de Código de Defesa do Consumidor e as sugestões traçadas pela revisão de 2015 das diretrizes da ONU de proteção dos consumidores para a atualização. In: MARQUES, C.L.; MIRAGEM, B.; OLIVEIRA, A. F. 25 anos do Código de Defesa do Consumidor: trajetórias e perspectivas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.] 
“importantes sugestões para tratar os novos temas da sociedade de consumo, como o consumo à distância por meios eletrônicos e móveis, a privacidade, a proteção dos consumidores hipervulneráveis, os serviços financeiros e de crédito, o turismo e transporte de massa, a densificação do poder das agências de proteção administrativa dos consumidores, como os Procons e a SENACON, e o consumo internacional.”
Além disso, no ano passado, o Comitê Internacional de Proteção do Consumidor (Committee on the International Protection of Consumers), da International Law Association editou sua Resolução nº 1[footnoteRef:9], que reconhece a falta de um modelo universal de proteção ao consumidor. A Internation Law Association já reconhecia vários princípios, dentre eles: princípio da vulnerabilidade, da proteção mais favorável ao consumidor e da justiça contratual. Entretanto, com essa recente resolução, é sugerido que a lei aplicável aos contratos de consumo seja a da residência habitual do consumidor, o que é um grande avanço. [9: International Law Association. RESOLUTION No.1/2016. COMMITTEE ON THE INTERNATIONAL PROTECTION OF CONSUMERS. Disponível em: <http://www.ila-hq.org/images/ILA/docs/No.1_Resolution_2016_ProtectionOfConsumers_4Models.pdf>. Acesso em: 12 maio 2017.] 
Todavia, mesmo com esses novos mecanismos de proteção, ainda não há uma uniformidade no que toca às relações consumeristas internacionais. E mesmo a proteção do consumidor sendo essencial para o fortalecimento econômico, muitas dessas resoluções e princípios não são executados.
A efetiva proteção do consumidor é um grande desafio diante do processo crescente de globalização. E para além de mais resoluções reconhecendo a vulnerabilidade do consumidor, faz-se necessário a implementação pelos Estados integrantes da comunidade internacional de medidas concretas para reduzir as práticas abusivas, assegurar padrões de segurança e de qualidade, e aumentar o acesso a informações claras e não manipuladas e assegurar efetiva proteção aos consumidores.
O PORQUÊ DA TUTELA? 
Ao falar em Tutela se faz necessário analisar que nada mais é do que um instituto jurídico que representa uma proteção exercida em relação a alguém ou a algo mais frágil. Sendo assim a Tutela dos Consumidores não surgiu por acaso, veio para proteger os direitos do consumidor que o mesmo é a parte mais vulnerável de uma relação de consumo, pois está á mercê das empresas, que dispõem dos mecanismos mais sofisticados para exercer os seus deveres.
As relações comerciais sempre existiram em função da necessidade da sociedade de se organizar economicamente, pois as pessoas precisavam de alguns produtos que outros possuíam e vice-versa, e assim foi se construindo o comércio e os negócios baseados primeiramente em trocas, e depois no dinheiro. Em frente destas previsões, nota-se que com o passar dos tempos as relações consumeristas passaram a ter maior importância na área jurídica, pois é base para a ordem econômica.
Advindo de que os consumidores é a parte mais fragilizada da relação de consumo, é dever do Estado conforme o artigo 5° da Constituição Federal de tratar igualmente a todos e promover a defesa do consumidor e com isto o Estado da origem ao Código de Defesa do Consumidor- CDC, que tutela as relações de consumo, a fim de evitar conflitos e descabimentos maiores em relação às possibilidades de consumo.
Todavia as relações de consumo se configura pela relação entre bem consumível, se há quem presta e quem consome esse bem, há o consumo e, portanto, ao se estabelecer uma relação entre quem presta e quem consome, há uma relação que deve ser regida tendo por base os direitos e deveres de ambos os envolvidos, regidos pelo Código de Defesa do Consumidor - CDC.
 Não está previsto no Código de Defesa do Consumidor - CDC a definição da relação de consumo. O CDC trata somente dos elementos desta relação, que é composta por elementos subjetivos e objetivos. Os elementos, portanto, são responsáveis por esboçar a relação de consumo que é uma relação jurídica. Onde o consumidor e fornecedor são, portanto, elementos subjetivos, produtos e serviços são definidos como elementos objetivos.
Sendo, assim, ambos são pontos pilares da estrutura da relação de consumo e sem estes elementos não existe relação de consumo, e visto que Código de Defesa do Consumidor – CDC prevê no artigo 4° que a atuação do Estado é importante na proteção e defesa do consumidor.
Estas relações de consumo são resultado de uma era digitalizada, globalizada, com tráfego intenso de informações, no qual as relações de consumo são maximizadas e a cultura do ter impera[footnoteRef:10]. [10: (DAVID e ZAMBIAZI, 2017). ] 
Referências Bibliográficas
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-149/fundamentos-constitucionais-do-direito-do-consumidor/ consulta em 16/04/2020
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2017/O-CDC-e-a-necessidade-de-tutelar-a-relacao-de-consumo consulta em 16/04/2020
https://jus.com.br/artigos/62654/a-protecao-do-consumidor-no-ambito-internacional/3 consulta em 17/04/2020
https://jus.com.br/artigos/2694/protecao-constitucional-do-consumidor consulta em 17/04/2020
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a-protecao-ao-consumidor-como-direito-fundamental-constitucional-as-garantias-consumeristas/ consulta em 16/04/2020
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2017/O-CDC-e-a-necessidade-de-tutelar-a-relacao-de-consumo consulta em 16/04/2020
https://cracb01.jusbrasil.com.br/artigos/732555607/qual-o-papel-do-estado-na-tutela-das-relacoes-de-consumo consulta em 16/04/2020
São Paulo
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