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Aula43 - Luciano Masson - Das Obrigações e Conceito Princípio Obrigação Natural
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo em Direito Civil tem como foco o Livro I da parte Especial do Código Civil, que trata do Direito das Obrigações. Analisaremos os principais aspectos da teoria geral das obrigações, seus principais conceitos, as fontes e os princípios relacionados à matéria, sempre procurando trazer questões de concursos públicos para o melhor entendimento dessa disciplina.
2. CONCEITO DE OBRIGAÇÕES
Obrigações são vínculos jurídicos, de natureza pessoal, que ligam dois ou mais sujeitos cujo objetivo é uma prestação. As obrigações positivas são as de dar ou de fazer, que pode ser de dar coisa certa ou incerta ou de fazer, que pode ter caráter personalíssimo ou não. Por sua vez, as obrigações negativas são as consideradas de não fazer.
A prestação da obrigação é intitula pela doutrina de débito (schuld) que decorre do que foi ajustado entre os sujeitos na relação obrigacional. Caso haja o descumprimento da obrigação surgirá a responsabilidade (haftung) patrimonial do sujeito. O débito (schuld) e a responsabilidade (haftung) são considerados os elementos essenciais das obrigações.
Os elementos constitutivos das obrigações são: subjetivos, o(s) credor(es) no polo ativo e o(s) devedor(es) no polo passivo; objetivo, é a prestação lícita, possível, determinada ou determinável; e, o vínculo jurídico, alguns doutrinadores o considera um elemento virtual, que liga o polo ativo ao polo passivo da obrigação.
3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
3.1 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DO DEVEDOR
O princípio da responsabilidade patrimonial do devedor, está disposto no art. 391, do Código Civil e recebe o nome de patrimonialidade na execução civil. De acordo com esse princípio, o devedor responde com o seu patrimônio em caso de descumprimento de obrigações decorrentes do direito privado. Tal responsabilidade engloba os bens presentes e futuros do devedor, enquanto não houver o fenômeno da prescrição da obrigação. Contudo, cabe destacar que o art. 5°, inciso LXVII da Constituição Federal veda expressamente a ideia de humanização do direito das obrigações através da restrição à liberdade em caso de descumprimento de uma obrigação.
"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;"
"Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor".
3.2 PRINCÍPIO DO PATRIMÔNIO MÍNIMO
O princípio do patrimônio mínimo se encontra amparado pelo art. 1°, inciso III, da Carta Magna e foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pelo ministro do STF, Edson Fachin. Esse princípio afirma que o núcleo mínimo do patrimônio do devedor é inatingível, ou seja, não constitui objeto de garantia do direito do credor. Dessa forma, o princípio do patrimônio mínimo tem o objetivo de proteger a dignidade da pessoa humana do devedor, garantindo o seu direito social à moradia. Consequentemente, diante do conflito de interesses entre a pretensão do credor de ver sua obrigação satisfeita e do devedor de ter tutelado esse patrimônio mínimo decorrente do seu direito social à moradia, garantindo sua dignidade humana, opta-se pelo segundo caminho. Um exemplo de patrimônio mínimo pode ser encontrado na Lei 8.009/1990, que regula as hipóteses do bem de família legal.
"Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;"
3.3 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ E FUNÇÃO SOCIAL DAS OBRIGAÇÕES
O princípio da boa-fé objetiva tem a função de estabelecer um padrão ético de conduta para as partes de uma relação obrigacional, ou seja, as partes têm o dever de lealdade, honestidade, informação, incluindo os deveres anexos ou laterais que também são previstos no direito das obrigações.
A função social das obrigações corresponde ao interesse da coletividade no correto cumprimento do que foi estipulado na obrigação, tendo em vista que, por trás das obrigações existe o princípio vetor da autonomia privada que é o princípio da liberdade contratual que consiste em contratar se quiser, quando quiser e com quem quiser.
Cabe responsabilização corporal por obrigação civil?
Sim, de acordo com a Constituição Federal, artigo 5º, inciso LXVII, não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e do depositário infiel.
Por se tratar de restrição ao direito fundamental de liberdade de ir e vir, a prisão civil configura exceção, quando determinada judicialmente na hipótese de descumprimento voluntário e inescusável de prestação alimentícia, nos termos da Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso LXVII e § 3º, cumulado com o art. 11 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o art. 7º, § 7º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica).
Cabe destacar que a prisão civil do devedor de alimentos é uma forma de coerção para que seja realizado o cumprimento da obrigação, sendo a única hipótese de restrição de liberdade no direito privado, uma vez que a prisão civil do depositário infiel não é mais admitida pelo STF, devido a força normativa dos tratados internacionais recepcionados pelo direito brasileiro.
4. FONTES DAS OBRIGAÇÕES
A fonte imediata ou primária do direito das obrigações é a lei, principalmente o Código Civil. A fonte mediata ou roupagem é a forma pela qual a obrigação se apresenta no cotidiano, que são: negócios jurídicos, o maior exemplo é o contrato; ato ilícito (arts. 186 e 187, do CC); declaração unilateral de vontade, como, por exemplo, a promessa de recompensa; e, títulos de crédito.
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
5. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
A primeira classificação refere-se ao vínculo: podem ser civis ou perfeitas, como exemplo, podemos citar o débito e a consequente responsabilidade patrimonial em caso de descumprimento; naturais ou imperfeitas, onde existe o débito, mas não ocorre responsabilidade patrimonial como na hipótese de dívida prescrita; ou, morais que são caracterizadas pelo dever de consciência, tais como dar esmolas.
A outra classificação refere-se ao objeto ou conteúdo: dar coisa certa ou incerta, fazer e não fazer. Cabe lembrar, como já foi dito anteriormente, que dar e fazer são prestações positivas e não fazer é uma obrigação negativa que exige uma abstenção do sujeito.
A classificação quanto aos elementos podem ser: simples e composta ou complexa caracterizando uma multiplicidade de objetos, onde a obrigação pode ser cumulativa ou alternativa, e multiplicidade de sujeitos, onde a obrigação pode ser divisível, indivisível ou solidária.
As obrigações propter rem (por causa do bem) podem ser reais ou reipersecutórias e acompanham a coisa. O ônus da obrigação incidirá sobre o novo adquirente, mesmo que as obrigações decorram de fato anterior à celebração do negócio jurídico. O primeiro exemplo que pode ser citado como obrigação propter rem é do adquirente de imóvel que responde pelas dívidas do condomínio (STJ, Resp. 1.119.090-DF). Dispõe o art. 1.345, do Código Civil:
“Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios”.
“Súmula478, STJ: Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o hipotecário”.
Nas obrigações de meio, o devedor se compromete a empregar toda sua habilidade na busca do cumprimento da prestação, mas não garante o resultado. Exemplo: Advogado que, apesar de buscar o êxito na causa, não tem como garantir ao seu cliente o resultado pretendido. Por sua vez, nas obrigações de resultado, o devedor se compromete a atingir determinado resultado específico. Contudo, caso não atinja o resultado contratado, existirá o descumprimento da obrigação contratual e a responsabilização patrimonial por perdas e danos. O exemplo clássico é o da cirurgia estética.
Para finalizar a classificação existem as obrigações de garantia: trata apenas de responsabilidade (haftung) patrimonial, mas não existe o débito (schuld), pois trata da eliminação de riscos que pesem sobre o credor. São exemplos de obrigações de garantia: a do segurador no contrato de seguro e do fiador no contrato de fiança.
6. CARACTERÍSTICAS DAS OBRIGAÇÕES
As características das obrigações em comparação com o direito real são: a transitoriedade, ou seja, as obrigações nascem para se extinguir com o adimplemento; não taxativas, diferentemente dos direitos reais que são previstos taxativamente no art. 1225, do CC; sujeito passivo pessoal determinado ou determinável, como, por exemplo, na promessa doação para quem encontrar cãozinho; recaem sobre relações humanas, tendo em vista que é criado um vínculo entre o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor); e, para finalizar, não existe direito de sequela que é característico dos direitos reais.
7. OBRIGAÇÕES NATURAIS
As obrigações são ditas perfeitas quando apresentam débito e responsabilidade já nas denominadas imperfeitas falta um destes dois elementos constitutivos. No caso das obrigações naturais, há o débito, mas não a responsabilidade. Por esse motivo, as obrigações naturais também são conhecidas como obrigações imperfeitas, pois existe o débito, mas não a responsabilidade patrimonial.
Enquanto as obrigações com responsabilidade são judicialmente exigíveis, as obrigações naturais são judicialmente inexigíveis, tendo em vista que são obrigações sem responsabilidade. Contudo, as obrigações naturais têm um grande efeito jurídico que é o da irrepetibilidade, ou seja, aquele que espontaneamente satisfaz uma obrigação natural não terá direito de reclamar a sua devolução.
Como exemplo de obrigação natural, podemos citar a dívida de jogo tolerado, conforme disposto no art. 814, do CC. Portanto, as dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento, mas não se pode recobrar a quantia voluntariamente paga, salvo se obtido por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
“Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§ 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
§ 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares”.
Outros exemplos de obrigações naturais que podem ser apresentados são: a gorjeta dada em restaurantes e hotéis e as de dívidas prescritas que nascem como obrigações perfeitas, mas, com a prescrição, perdem sua exigibilidade.
Abaixo segue a transcrição dos arts. 882 e 883, do CC, que tratam da hipótese de irrepetibilidade da obrigação natural.
“Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível”.
“Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz”.
QUESTÃO
2017 - FCC - TJ-SC - Juiz Substituto
O recebimento, pelo credor, de dívida prescrita
a) dá direito à repetição se o devedor for absoluta ou relativamente incapaz.
b) dá direito à repetição em dobro, salvo se for restituído o valor recebido no prazo da contestação.
c) dá direito à repetição fundada no enriquecimento sem causa.
d) só não confere direito à repetição, se o credor houver agido de boa-fé.
e) não dá direito à repetição por pagamento indevido ou enriquecimento sem causa, ainda que a prescrição seja considerada matéria de ordem pública.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO
Nessa questão o candidato precisava lembrar que a dívida prescrita é um exemplo típico de obrigação natural ou imperfeita, pois existe o débito, mas ele não é judicialmente exigível. Ademais, era necessário lembrar da única característica que decorre da obrigação natural, que é o da irrepetibilidade e do art. 882, do CC.
Gabarito: alternativa “E”.
Vale ressaltar que a prescrição é matéria de ordem pública e o juiz pode conhecer de ofício, mas antes deve consultar a outra parte. De acordo com o dever de consulta contido no art. 487, parágrafo único, do CPC.
"Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
(...)
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1° do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se".
1
EMENTA: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA DE DÉBITOS CONDOMINIAIS EM FACE DO ANTIGO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. ALIENAÇÃO DO BEM NO CURSO DA EXECUÇÃO. INOCORRÊNCIA DE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO. PROPOSITURA DE NOVA AÇÃO DE COBRANÇA CONTRA OS ATUAIS PROPRIETÁRIOS. LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA. OFENSA AO ART. 267, V, DO CPC. INOCORRÊNCIA. DÍVIDA CONDOMINIAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. 1. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados impede o conhecimento do recurso especial. 2. Consoante o princípio da obrigação propter rem, responde pela contribuição de pagar as cotas condominiais, na proporção de sua fração ideal, aquele que possui a unidade e que, efetivamente, exerce os direitos e obrigações de condômino. 3. O adquirente de imóvel em condomínio responde pelas cotas condominiais em atraso, ainda que anteriores à aquisição, ressalvado o seu direito de regresso contra o antigo proprietário. 4. O trânsito em julgado de ação de cobrança proposta em face dos antigos proprietários, que se encontrava em fase de cumprimento de sentença quando homologada a desistência requerida pelo exequente, não constitui ofensa à coisa julgada, porquanto, de acordo com os limites subjetivos da coisa julgada material, essa produz efeitos apenas em relação aos integrantes na relação jurídico-processual em curso, de maneira que, em regra, terceiros não podem ser beneficiados ou prejudicados. 5. Ante à inocorrência, na espécie, de ofensa à coisa julgada e, levando-se em consideração, ainda, a natureza propter rem das obrigações condominiais, nenhum impedimento havia, portanto, ao condomínio - autor da presente demanda - de propor nova ação de cobrança contra os atuais proprietários do imóvel, recorridos, como de fato fez. 6. Recurso especial não provido. (STJ. REsp 1119090/DF, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, DJe 02/03/2011).
2
EMENTA: AMBIENTAL. PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO INEXISTENTE. INSTITUIÇÃO DE ÁREA DE RESERVA LEGAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM E EX LEGE. SÚMULA 83/STJ. APLICAÇÃO DO ART. 68 DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL. IMPOSSIBILIDADE. DESRESPEITO AOS PERCENTUAIS EXIGIDOS PARA A ÁREA DE RESERVA LEGAL. VERIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DEVER DE AVERBAÇÃO DA RESERVA LEGAL. IMPOSIÇÃO. PROVAS SUFICIENTES. DESNECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO.SÚMULA 7/STJ. PREJUDICADA A ANÁLISE DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. 1. Não há violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. A jurisprudência desta Corte está firmada no sentido de que os deveres associados às APPs e à Reserva Legal têm natureza de obrigação propter rem, isto é, aderem ao título de domínio ou posse, independente do fato de ter sido ou não o proprietário o autor da degradação ambiental. Casos em que não há falar em culpa ou nexo causal como determinantes do dever de recuperar a área de preservação permanente. 3. Este Tribunal tem entendido que a obrigação de demarcar, averbar e restaurar a área de reserva legal nas propriedades rurais configura dever jurídico (obrigação ex lege) que se transfere automaticamente com a mudança do domínio, podendo, em consequência, ser imediatamente exigível do proprietário atual. 4. A Segunda Turma desta Corte firmou a orientação de inaplicabilidade de norma ambiental superveniente de cunho material aos processos em curso, seja para proteger o ato jurídico perfeito, os direitos ambientais adquiridos e a coisa julgada, seja para evitar a redução do patamar de proteção de ecossistemas frágeis sem as necessárias compensações ambientais. 5. Ademais, o art. 68 da Lei 12.651/2012 prevê a dispensa da recomposição, da compensação ou da regeneração, nos percentuais exigidos nesta Lei, nos casos em que a supressão de vegetação nativa tenha respeitado os percentuais de reserva legal previstos na legislação vigente à época dos fatos, o que não ocorreu na hipótese, uma vez a determinação do Tribunal de origem consistiu na apresentação de projeto de demarcação da área de reserva legal, com especificação de plantio, observadas as disposições do Decreto n. 6514/08 e do Decreto n. 7029/09 (fl. 696, e-STJ). Rever o decidido pela Corte estadual encontra óbice na Súmula 7 do STJ. 6. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que o art. 16, c/c o art. 44 da Lei 4.771/1965, impõe a averbação da reserva legal, independentemente de haver área florestal ou vegetação nativa na propriedade 7. A Corte estadual consignou que a falta de reserva legal por si só acarreta degradação ambiental e asseverou que as provas produzidas seriam suficientes para a composição do conflito, sendo desnecessária a realização de perícia técnica. Nesse aspecto, não há como aferir eventual violação dos dispositivos infraconstitucionais invocados sem que se proceda ao reexame do conjunto probatório dos presentes autos (Súmula 7/STJ). 8. Prejudicada a análise da divergência jurisprudencial apresentada, porquanto a negatória de seguimento do recurso pela alínea "a" do permissivo constitucional baseou-se em jurisprudência recente e consolidada desta Corte, aplicável ao caso dos autos. Ademais, não há similitude fática e jurídica apta a ensejar o conhecimento do recurso, em face do confronto da tese adotada no acórdão hostilizado e na apresentada nos arestos colacionados, uma vez que cada um deles, individualmente, traz uma das teses abarcadas no recurso especial e não todas ao mesmo tempo, o que lhe retira a identidade necessária ao conhecimento do recurso. Agravo regimental improvido. (STJ. AgRg no REsp 1367968/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe DJe 12/03/2014).
Material Complementar
Documento
Aula43_D. Civil_Das Obrigações e Conceito Princípio Obrigação Natural.pdf
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BOM DIA 
 Essa semana é nosso ultimo encontro fica o pedido se a professora puder anunciar um planejamento pro ano que vem de algum curso presencial e já liberar uma pré inscrição ficarei animado e farei possível para participar 
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Direito Civil
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