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Culpa e Responsabilidade Civil

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Aula20
 Culpa (?)
Tradicionalmente, sempre foi vista como o principal filtro da Responsabilidade Civil. Ihering
(séc. XIX) afirmou que “sem culpa, não há que se falar em reparação”. Porque a
responsabilidade civil estava muito focada no paradigma moral, de modo que só poderia ser
condenado sob viés moralista da responsabilidade quem agiu com intenção de causar o dano
ou com inobservância ao dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia).
Só podeser condenado a resp civil ;Alguém só poderia ser civilmente resp por paradigma moral inobserva dever objetivo de cuidado imprudência imperícia e negligencia 
Modernamente (a partir do séc. XX), o papel da culpa como elemento/filtro da responsabilidade civil está atenuado. Figuras como presunções de culpa, responsabilização objetiva, abuso do direito, boa-fé objetiva, entre outras, geraram uma atenuação do papel da culpa.
Papel da culpa então esta atenuado presunções de culpa atenua papel como ver culpa meramente presumida, figuras como abuso de direito resp civil será independente de culpa 
Figuras 
A erosão do papel da culpa como filtro da responsabilidade civil gera, como consequência, uma atenção ainda maior sobre os demais filtros/elementos.
Assim se não fico discutindo culpa erosão de culpa como filtro gera consequência , atenção maior de demais filtros , acidente de transito com concessionário de serviço público discussão será intensa de nexo e dano 
No século XXI, a doutrina de vanguarda tem trazido conceitos do Direito europeu e americano,
nos quais a culpa vem revigorando sua importância e seus paradigmas em vários cenários.
Debruçar e esquecer esse elemento denominado culpa ,
Penas privadas pena seria algo somente penal não 
Tratam do giro ontológico da culpa, para utilizá-la para incrementar o nível de responsabilidade civil dos autores do dano, servindo como propulsor, trazendo a ideia das penas privadas, das quais o maior exemplo são os punitive damages.
Comportamento na barragem de mariana culpa para incrementar nível de responsabilidades 
A maioria dos autores está confundindo o punitive damages com a função punitiva do dano
moral, e ambos de não apresentam semelhança entre si. Punitive damages: forma de pena
privada, proveniente do Direito anglo-saxão, que visa punir de maneira mais acentuada para
além do dano, desde que se façam presentes os requisitos: presença de conduta ultrajante
(totalmente repugnante, desrespeitosa com direitos alheios); conduta cause lesão a número
relevante de pessoas e interesses; a pena privada (valor da indenização) fixada não seja
revertida às vítimas, mas a um fundo ( Fluid Recovery Fund, no Direito Anglo-saxão; art. 13, Lei
de Ação Civil Pública, no Direito brasileiro), evitando um enriquecimento sem causa, uma
super compensação. Função punitiva do dano moral: pode ser punição por uma conduta
ultrajante, mas não atinge número relevante de pessoas (somente a única vítima), e o valor
pago é revertido para a própria vítima, e não para um fundo coletivo.
TOTO bola fazia passou não devolver dinheiro Totobola condenado a pagar 10 mil com punitive demanges 
 📘 É também relevante, no séc. XXI, a discussão sobre o grau de culpa. Regra geral: este não é
relevante para fins de fixação da indenização. Então, a ideia de culpa gravíssima, grave, média,
leve e levíssima não importa, assim como não importa a ideia de culpa consciente e
inconsciente. O que importa é somente a extensão do dano (art. 944, CC). Exceções (art. 944,
parágrafo único, CC):
- Desproporção entre a gravidade da culpa e a extensão do dano: o juiz pode reduzir
equitativamente o valor da indenização. Para a maioria da doutrina, ainda não é possível ampliar a indenização, se o grau de culpa for muito elevado.
- Culpa concorrente (art. 945, CC): autor e vítima concorrem para ocorrência do resultado, e
necessariamente o juiz terá que fazer essa ponderação para fixar o valor da indenização.
Gral de culpa em regra não é importante para fixação de valor a título de indenização 
Arrumando radio carro bate e mata alguém 
 Nexo causal
É a relação de causa e efeito entre a conduta e o dano. O nexo é a ligação jurídica entre a
atividade antecedente e o resultado danoso, sendo essencial para fins de imputação do dever
de reparação. Estudar a causalidade no Direito é aprender como um evento se forma,
estabelecendo-se as pontes (elos) entre fatos que se sucedem. Com a mitigação da importância da culpa, sobreleva-se a relevância do nexo causal e de suas excludentes, como formas de exclusão da própria responsabilidade civil.
Gral de culpa foca no autor desproporção entre gravidade de culpa e extensão de dano 
 Teorias
As teorias que explicam o nexo causal buscam definir como e quando uma condição se
transforma em causa, permitindo a imputação de responsabilidade.
a) Teoria da conditio sine qua non (ou da equivalência dos antecedentes causais): todas
as condições são causas, uma vez que o resultado será sempre uno e indivisível, sem
possibilidade de fracionamento dos antecedentes. A grande crítica a essa teoria é a
possibilidade do regresso infinito, gerando responsabilidade de sujeitos que não se
ligariam diretamente com o dano. Não é aceita pelo Direito Civil. O Direito Penal
brasileiro adotou essa teoria de maneira mitigada (art. 13, CP), uma vez que a regressão
será interrompida, a partir do momento em que não houver dolo ou culpa das pessoas
que contribuíram para a ocorrência daquele resultado.
b) Teoria da causalidade adequada: somente será causa, a condição que provavelmente
(juízo de probabilidade) teve interferência decisiva no resultado, dentro de uma linha
natural de desdobramento da conduta. Ex.: em um acidente de trânsito por imprudência
do motorista em via carente de manutenção, somente é causa a imprudência do
motorista, pois embora as condições da via estejam ruins, somente ocorreu um acidente
entre milhares de carros que transitaram por aquela mesma via, então o fator decisivo
para o acidente foi apenas a imprudência do motorista. Essa teoria é aceita no Direito
Civil, está no art. 375, CPC:
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela
observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência
técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.
GABRIEL MOURA CURY - 11222430738 - GABRIEL MOURA CURY - 11222430738
c) Teoria do dano direto ou imediato (ou da interrupção do nexo causal): somente será
causa aquela condição que se vincular de maneira direta e imediata ao dano produzido,
devendo ser desconsideradas condições sucessivas ou indiretas. Afasta-se juízo de
probabilidade e trabalha-se somente com a concretude. Ex.: em um acidente causado
em razão de chuva intensa que derruba árvore e mata o motorista, somente é causa a
chuva intensa, e não a árvore que caiu, provavelmente por falta de manutenção da
Prefeitura, porque se não tivesse chovido fortemente, a árvore não teria caído. Essa
teoria é aceita no Direito Civil e está no art. 403, CC:
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Doutrina, jurisprudência (STJ) e legislação adotam igualmente a teoria da causalidade
adequada (que realiza juízo mais abstrato, para fins de ampliação do espectro da
responsabilidade civil) e a teoria do dano direto e imediato (que realiza juízo mais
concreto, para fins de restringir o espectro da responsabilidade civil).
Alguns autores afirmam que, no Brasil, trabalha-se com a ideia de nexo causal flexível,
porque ninguém sabe aplicar suas teorias, configurando-se um verdadeiro decisionismo.
Pesquisar Informativos do STJ que envolvem aplicação da teoria do dano direto e
imediato, dentre eles, 370, 374, 432, 450, 452, 311.
d) Concausalidade: ocorre quando duas ou mais condições se transformarem em causas
para a produção do dano, ou seja, a uma causa inicial, irá aderir uma causa sucessiva.
- Comum: liga-se aos sujeitos(duas ou mais pessoas são responsáveis pelo mesmo
evento) - art. 942, caput, CC. Ex.: caso da boate Kiss.
- Corrente: liga-se às condutas (concorrência entre a conduta do autor do dano e da
vítima, ou entre o fortuito e a omissão) – art. 945, CC.
Volta bêbada atropela um cracudo culpa de ambos 😊

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