Buscar

artigo - URCA HISTORIA

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
DERPATAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE HISTÓRIA
AS MEMÓRIAS DO RIO GRANJEIRO: ALTERAÇÃO DA PAISAGEM E IMPACTOS AMBIENTAIS NO CRATO - CE, NO SÉCULO XX
Naiara de Oliveira Silva
Crato-CE
 2013
RESUMO
O tema deste trabalho é a história ambiental tal qual se pode contar sobre o Rio Granjeiro. O objeto da pesquisa é o rio granjeiro e as transformações que ele sofreu ao longo da história, sua importância para a cidade de Crato, num recorte de 52 anos, desde a década de 1950. O objetivo geral do trabalho é o de refletir sobre as interferências mútuas existentes no Rio Granjeiro, na cidade do Crato de um ponto de vista histórico-ambiental. Neste trabalho se procurou avançar em relação a consciência ambiental e identificar numa perspectiva histórica alguns dos obstáculos ao desenvolvimento de ações de preservação e desenvolviemtno do meio ambiente, e do uso racional dos recursos da região.
Palavras-chave: Crato. Rio Granjeiro. Nordeste. Poluição.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
05
CAPITULO 1 A HISTÓRIA AMBIENTAL
07
1.1. BASES TEORICAS DA HISTORIA AMBIENTAL
07
1.2. A REGIÃO DO CARIRI E O RIO GRANJEIRO: PROBLEMÁTICA
09
CAPITULO 2. A participação da sociedade do Crato na 
degradação do Rio Granjeiro.
14
2.1. A vida urbana em Crato
14
2.2. A cidade e o rio
17
2.3. A CIDADE
20
2.4. o rio granjeiro
23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
26
REFERENCIAS
28
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. A REGIÃO E A CIDADE DE CRATO, CE
13
Figura 2. O RIO GRANJEIRO. 1930
16
FIGURA 3. Parte do Rio Granjeiro que corta a cidade de Crato.
17
FIGURA 4. CANAL DO RIO GRANJEIRO. 2011
19
FIGURA 5. Canal do Rio Granjeiro. 2012.
19
FIGURA 6. CIDADE DE CRATO
21
FIGURA 7. PAISAGEM URBANA, CRATO, CE
22
FIGURA 8. IGREJA, CIDADE DE CARTO, CE
22
INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho é a história ambiental tal qual se pode contar sobre o Rio Granjeiro. O objeto da pesquisa é o rio granjeiro e as transformações que ele sofreu ao longo da história, sua importância para a cidade de Crato, num recorte de 52 anos, desde a década de 1950. 
 
Atualmente o quadro do rio granjeiro é caótico para a população cratense, pois o mesmo se encontra totalmente poluído, devido de maneira irracional e irresponsável por partes de alguns agentes da sociedade, onde trouxe uma série de risco á população. A possibilidade de contribuir, ainda que de forma incipiente, para que, em um futuro próximo, o nível de desenvolvimento socioeconômico de um povo tenha como pressupostos a preservação da natureza e o desenvolvimento sustentável.
Dessa forma, o estudo da recuperação e degradação, do Rio Granjeiro importa, enquanto bolsista do PIBID, em uma oportunidade impar de satisfação pessoal, e, ao mesmo tempo, de contribuição para a construção desse novo projeto de desenvolvimento, no qual o meio ambiente equilibrando é condição indispensável.
O estudo da História Ambiental se apresenta como uma nova perspectiva que busca entender a natureza, que adquiriu uma grande importância nas ultimas décadas, é um campo novo para os historiadores do Brasil onde traz um novo objeto de estudo para os historiadores, que será abordagem dos problemas enfrentados pelas sociedades contemporâneas, que são as mudanças nas relações sócias ao logo do tempo e quais as formas de interação da sociedade humana com o mundo natural. 
A História Ambiental e de suma importância para garantir o futuro da humanidade e ao mesmo tempo em que possibilita aos historiadores mais oportunidades de explorar um novo campo de pesquisa e de trabalhar em expansão. Nesse sentido, o trabalho dedica o primeiro capítulo ao entendimento de como se iniciou a história ambiental no meio acadêmico, quais forças a estruturam e qual a importância dela para os problemas que se quer abordar.
O objetivo geral do trabalho é o de refletir sobre as interferências mútuas existentes no Rio Granjeiro, na cidade do Crato de um ponto de vista histórico-ambiental.
Como objetivos específicos se pretende :
a) Analisar a participação da cidade do Crato na degradação do Rio Granjeiro.
b) Compreender qual a relação do Rio Granjeiro com o ordenamento da cidade do Crato.
c) Pesquisar que políticas públicas são direcionadas para o problema do rio atualmente.
A metodologia utilizada na pesquisa deve ser classificada como bibliográfica, pois ela se baseia na busca das fontes da pesquisa em livros, revistas e artigos especializados, matérias jornalísticas, trabalhos publicados e on-line.
 A maior parte desse material foi encontrado nas bibliotecas da cidade de Crato, principalmente na desta Universidade Regional do Cariri. Esse método de pesquisa foi de suma importância para uma melhor consistência teórica na explanação desse trabalho.
Por outro lado, as entrevistas embasaram a visão pragmática dos efeitos que a degradação e poluição do Rio causam no dia-a-dia das pessoas que são atingidas por esse problema. Embora, informalmente, tenham sido entrevistadas várias pessoas, foi colhida, oficialmente, apenas a de duas: a do Senhor Antonio Anselmo de Carvalho, morador desta cidade há 73 anos, cuja lembrança remonta aos tempos em que o Rio era ainda cercado da vegetação nativa, e da Senhora Maria do Rosário, residente, há vários anos, nas imediações do canal.
CAPITULO 1. A HISTÓRIA AMBIENTAL
1.1. BASES TEÓRICAS DA HISTÓRIA AMBIENTAL
A História ambiental é um campo disciplinar novo que começa na década de 1970 a ingressar na academia em várias partes do mundo, foi especialmente iniciada na American Society for Environmental History, criada em 1977 que começou a publicar análises mais consistentes sobre o progresso do conhecimento sobre o meio ambiente, que são marcadas por um caráter não natural da história. 
No escopo dessa nova disciplina se encontram conjugados estudos sociológicos, biológicos, geográficos, históricos, entre outros.
Segundo Pádua (2010)
O primeiro curso universitário Ou seja, a "voz das ruas" teve importância na formalização da história ambiental. Um fator sociológico que pode ser inferido de vários outros depoimentos. (PÁDUA, 2010, p. 2).
 de maior repercussão com o título de "História ambiental" foi ministrado em 1972, na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, pelo historiador cultural Roderick Nash, que em 1967 havia publicado o livro Wilderness and the American Mind, um clássico sobre a presença da imagem de vida selvagem na construção das ideias sobre identidade nacional norte-americana. Ao explicar a concepção do curso, apresentado como indicador de uma nova fronteira no ensino da História, o autor deixou explícito que estava também "respondendo aos clamores por responsabilidade ambiental que atingiram um crescendo nos primeiros meses daquele ano" (Nash, 1972).
A influência estrangeira na academia, no entanto, provocou certo mal estar e também se começou a produzir uma história ambiental “feita na América Latina” (Herrera, 2002). As oportunidades, entretanto vieram também através do estrangeiro, com o investimento financeiro de instituições internacionais. No entanto essa influencia econômica marca uma tendência de tratar a questão ambiental do ponto de vista estrutural, e não temporal.
A tendência cristaliza, portanto, duas abordagens em especial, a tradição de denuncias sobre a expropriação e espoliação do meio ambiente, e o interesse pela geografia histórica e pela história social e cultural. Essa tendência suscitou também críticas dos historiadores nacionais, pois entendem que seria uma influencia poltica sobre o contexto acadêmico, ou seja, uma politização da pesquisa que gera confusão no ambientalismo e na história ambiental. 
Para Peter Burke (2009) a história monetária também foi criada através de uma narrativa sobre a crise inflacionária da década de 20 e a história demográfica pela criação dos babies boomers, de modo que de maneira direta ou indireta a ausência do debate público também vem desafiando os historiadores ambientais, dado que o historiador não está isento de seu tempo e do exame do passado e do presente. Nesse sentido, a história ambiental precisaria perscrutaro que está em torno dela.
Com a chegada de um ambientalismo multissetorial e complexa na década de 70 representou um fenômeno sociológico que pode ser considerado um movimento histórico, mais do que social. O nascimento de uma ecologia histórica passou da academia para a vida social coletiva e engendrou ações, articulações e movimentos sociais.
 A ideia de "ecologia" rompeu os muros da academia para inspirar o estabelecimento de comportamentos sociais, ações coletivas e políticas públicas em diferentes níveis de articulação, do local ao global. Mais ainda, ela penetrou significativamente nas estruturas educacionais, nos meios de comunicação de massa, no imaginário coletivo e nos diversos aspectos da arte e da cultura. O avanço da chamada globalização, com o crescimento qualitativo e quantitativo da produção científico-tecnológica e da velocidade dos meios de comunicação, catalisou uma explosão de temas da vida e do ambiente na agenda política. A discussão ambiental se tornou ao mesmo tempo criadora e criatura do processo de globalização. A própria imagem da globalidade planetária, em grande parte, é uma construção simbólica desse campo cultural complexo. (PÁDUA, 2010, p. 2).
No entanto, a preocupação com a pesquisa da história ambiental é anterior a década de 70. Segundo Pádua (2010) ela já se encontrava entre as preocupações intelectuais de pesquisadores europeus que lidavam com “problemas ambientais” desde o final do século XVIII.
A diferença é que no final do século XX é a difusão do conhecimento e o estimulo a academia para que produzisse um conjunto organizado de pesquisas em economia ecológica, direito ambiental, engenharia ambiental, sociologia ambiental e outras disciplinas que viriam a influenciar as ações públicas. Ou seja, a importância da ecologia e do ambientalismo cresceu em função do aumento do interesse social e governamental sobre o meio ambiente, e levou a academia a focalizar mais amiúde a questão da história ambiental.
O que caracteriza, entretanto a atual a discussão ambiental menos do que o tema da natureza, é sua feição material, que descortina um planeta de grande diversidade geológica e biológica e onde se encontram práticas materiais e percepções culturais em relação ao mundo natural. De maneira geral, na medida em que as sociedades humanas passam a construir seus ambientes engendrados por interações com espaços concretos de um planeta que possui grande diversidade de formas geológicas e biológicas também emergiram inúmeros exemplos de práticas materiais e percepções culturais referidas ao mundo natural. 
Desse modo, entender esse mundo se tornou uma necessidade social, que a academia tomou para si como forma de construir um conhecimento organizado sobre o ambiente natural e sobre as ações sobre esse ambiente. 
1.2. A REGIÃO DO CARIRI E O RIO GRANJEIRO: PROBLEMÁTICA
O Rio Granjeiro e a cidade do Crato - cujo curso do rio corta a cidade no sentido sul/nordeste; - estão intimamente relacionados devido ao surgimento desta e a degradação daquele. 
A gênese do município foram as margens do rio, que atraíram várias pessoas em face das riquezas que suas águas e terras agricultáveis lhes proporcionavam. A condição de povoado se deu com a ocupação entre os morros dos bairros seminário e alto da penha, este conhecido como morro vermelho. No bairro seminário se encontrava a maior parte da população, cujo povoamento ocorreu bem antes do alto da penha. Porém, em ambos, a ocupação se deu de forma desorganizada, e sem qualquer tipo de preocupação com a preservação do Rio Granjeiro.
Vale ressaltar que bem antes do início de sua urbanização, esta região, na qual se encontra esta cidade do Crato, já era ocupada pelos índios carius, proveniente de Missão Velha, os quais eram atraídos pelas farturas do rio. Essa tese é corroborada pela historiografia (Petrone, 1995). Nessa obra, o autor demonstrou que os índios vieram para essa região, principalmente, por causa da abundância de água. Fator vital para essa etnia que vivia da natureza. Com o tempo, eles foram se fixando de modo regular, adquirindo aparência de aldeamento, mas ainda sem característica urbana. 
Essa teoria também pode ser encontrada no livro (Viagens no Brasil em 1838), de George Gardner. O autor percorreu diversas regiões do Brasil, incluído a região do Cariri, onde observou questões sobre os primeiros habitantes da vila real do Crato. Segundo ele, na sua quase totalidade, eram puros e mestiços. Os intrusos (colonos), em número reduzido, ocupavam os postos de mando e exerciam o comercio, e eram os senhores da zona rural e do poder público. 
Ainda segundo George Gardner, estes mandos e desmandos contribuíram para os primeiros processos de ocupação desordenados e degradantes dos elementos naturais da Cidade do Crato, dos quais a vegetação da chapada e o Rio Granjeiro, iniciado, ainda que incipiente, os primeiros impactos ambientais.
Além da questão residencial, as áreas próximas ao rio eram de grande utilidade para a criação de animais, principalmente quando a agricultura ainda não havia ficado pé em suas terras férteis. Isso, certamente, contribuiu para que Missão do Miranda eleva-se à categoria de vila, em 16 de dezembro de 1762, e instalada em 21 de junho de 1764, como Vila Real do Crato, constituindo um dos mais importantes núcleos de povoamento na época colonial no interior do Nordeste. 
Foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 628, de 17 de outubro de 1853. O inicio do aproveitamento da região para atividades agrícolas trouxe ao Crato nova vida, porém não impediu que nos primeiros séculos XIX se apresentasse ainda como aglomerado de palhoças e poucas casas de alvenaria. Seu delineamento urbano só teve efetivo início no final do século XVIII.
A partir de 1912, a cidade começou a sofrer profundas transformações no tocante a sua estrutura urbana e econômica. Aproveitando o curso de água das nascentes do sopé da Chapada Nacional do Araripe foi implantada a energia elétrica em 1939, dando conforto aos seus habitantes e força a cidade. No ano seguinte, também já havia água encanada. A nota triste dessa evolução deve-se ao fato da maior parte dos esgotos residenciais, industriais e hospitalares serem despejados diretamente no Rio Granjeiro, sem nenhuma espécie de tratamento. Isso certamente foi, senão a gênese, o marco substancial do processo de degradação em que se encontra o rio atualmente.
Mas foi durante o golpe militar que começou uma lenta e difícil transição do Cariri, que se verificou principalmente nos aspectos econômicos e que precederam e seguiram uma usurpação de militares a partir do golpe de 1964.
Queiroz (2010) pesquisando a situação anterior ao golpe encontrou que entre 1960 e 1980 a população da região do CRAJUBAR dobrou com acento na população urbana. Até 1960 havia se apresentado um panorama capitalista com a criação da Sociedade “A Aliança de Ouro Comércio e Indústria Ltda.”, seguida da abertura do Banco de Sobral S.A., do Banco do Cariri S.A. e do Banco de Juazeiro S.A., além de outras instituições financeiras e de credito que por meio de encampações sucessivas passou as mãos da família Bezerra. E foi sobre essa condição que o Cariri ingressou em um regime autoritário, em que também a melhoria das condições de vida e econômicas se complexificaram e conduziram a região ao cenário nacional, apesar de seu relativo atraso. Segundo Queiroz (2010):
Quando ocorreu a derrubada do governo constitucional de João Goulart, os golpistas encontraram suporte político e ideológico na fração empresarial dos“modernizadores”, bem como na hierarquia diocesana, que atuara em período próximo como membro societário do Banco do Cariri. No caso dos empresários, como intelectuais orgânicos de uma classe em constituição, não raro, se consagrarão como companheiros de arma do militarismo vitorioso. Aos padres, a quem dedicaremos uma seção à parte, caberá uma função ideológica típica daquilo que Gramsci convencionou nomear de intelectual tradicional, aspecto do problema que não nos furtaremos de examinar no seu devido tempo.Àparte isso, os noviços empresários carirenses - de resto, a maior porção do empresariado brasileiro - perceberam que os fatos vinham tomando uma direção evidentemente arriscada para os seus negócios. Acentuando o seu impulso de ação, a classe trabalhadora urbana e do campo se projetava na conjuntura. Para sermos mais nítidos sobreveio um rápido crescimento dos sindicatos, das lutas de massas e da participação da classe operária. Nisso residia a essência do problema: mais do que o espectro do comunismo, essa, em linhas gerais, era a questão que os homens de empresa consideravam inadmissível por princípio. (QUEIRÓZ, 2010, p. 39).
Na década de 1960 havia a expectativa de industrialização da região que deu origem também ao Plano Asimow. Este foi um plano elaborado dentro da Universidade da Califórnia para ser executado no Cariri, e que levou nove filhos dos empresários locais para os Estados Unidos a fim de aprenderem a ser capitalistas. No entanto, os jovens acabaram ficando por lá e se abriram as portas caririenses para a entrada maciça de bens industrializados que foram ao encontro do projeto de modernização. Tal empreitada resultou em uma parca qualificação da força de trabalho e um fator limitador para o processo de industrialização. (QUEIRÓZ, 2010, p. 45).
No entanto, para Queiroz (2010) por trás do ingênuo plano de industrialização estava “um cálculo político meticuloso e exato”.
Não havendo alternativa, salvo aceitar a revolução como opção para as amplas massas latino-americanas, o governo dos EUA se obrigou a elaborar uma proposta fundamental para manutenção do seu domínio no continente, envolvendo apoio técnico financeiro e ajuda em alimentos como expressão superficial dos seus objetivos mais profundos. Por que superficial? Ora, desde o princípio, os EUA relacionaram a cooperação econômica e a assistência técnica na forma de duas táticas sujeitas a uma estratégia, qual seja: a de se combater internamente, isto é, ao nível das fronteiras internas de cada país da América Latina, o espectro da subversão. (QUEIRÓZ, 2010, p. 49).
Conclui Queiroz (2010) que dificilmente o plano teria ido adiante. Toda a lógica que guiou o projeto, desde o governo até os empresários colocaram como destino dos recursos desta industrialização a sociedade Aliança de Ouro, e quando esse empresariado se escasseou na região o projeto desapareceu.
Essas condições levaram a região a depender mais ainda do rio granjeiro. Não apenas para os habitavam o Crato, mas também para aqueles que moravam distante da cidade.
 FIGURA 1. A REGIÃO E A CIDADE DE CRATO, CE
2. A participação da sociedade do Crato na degradação do Rio Granjeiro.
 2.1. A vida urbana em Crato
A população cratense contribuiu sobremaneira para o processo de degradação do Rio Granjeiro. O marco significativo desse processo foi o ano de 1939, com a implantação da energia elétrica e, logo após, a canalização de água. Esses equipamentos provocaram uma exarcebada urbanização, e, conseqüentemente, excesso de lixo e esgoto, cujo destino, inexoravelmente, não poderia ter outro destino, senão suas margens. Isso era evidente, não só pela falta da consciência ambiental que ainda hoje persiste em nossa população, mas pelas próprias condições socioeconômicas dos moradores nessa época.
Com o passar dos tempos, o processo de degradação do Rio foi proporcional ao crescimento da poluição e ao desenvolvimento econômico da cidade. O excesso de lixo produzido e os esgotos “a céu aberto” foram contaminando suas águas e provocando a extinção dos peixes e todos os animais que fizeram do rio o seu habitat natural. A conseqüência disso tudo foi sua morte e a transformação em um grande canal de esgoto fétido.
O ex-prefeito Walter Peixoto, no inicio da década passada, teve uma grande oportunidade de recuperar o Rio. Para isso, bastava concretizar o projeto de revitalização idealizada pelo saudoso ex-prefeito Raimundo Bezerra e cujos recursos já se encontravam nas contas da prefeitura do Crato. Porém, cedendo ao politiquismo pragmático que é peculiar ao nosso país, desvirtuou o projeto inicial e encimentou toda a sua calha, provocando o que poderia chamar sem nenhum exagero o seu “sepultamento”.
A partir de então, a história de desastres pelo transbordamento do canal – não existe mais o rio - é recorrente. O desastre mais recente ocorreu no dia 28 de janeiro de 2011, quando o excesso de água destruiu pontes, provocou a queda de ribanceiras e alagou várias casas e lojas, além de carregar vários carros, etc. Ao contrário do que foi propalado pelo poder público municipal, não foi o excesso de chuva que provocou esse evento, mas o estreitamento exagerado do rio e o acumulo de lixo em toda sua calha. Além disso, a construção de moradias em locais em que eram, em período de cheias, seu prolongamento.
Segundo Reis Jr. (2011) a região não é totalmente banhada pelas águas e não tem o solo fértil. 
A área com essa configuração é a da Chapada do Araripe, principalmente a da região do Crato, vila até a metade do século XIX, tornando-se cidade no ano de 1853. A chapada proporcionava solos férteis e um manancial de águas que, se não ficavam totalmente imunes ao problema da seca, constituíam-se em reserva importante do continuum agrário cearense. Para Ester Boserup (1965:77-87), ao analisar-se determinado espaço agrário, deve-se considerá-lo em sua totalidade, terras cultivadas e terras não cultivadas, os sistemas de uso da terra, o pousio, a técnica e as relações sociais existentes. No entanto, na descrição dos relatos do século XIX e também nas análises do século XX, todo o Cariri é descrito como terra da fertilidade e dos verdes canaviais. (REIS JR., 2011, p. 2).
A questão da relação entre espaço e tempo foi tomada por Barros (2006) como um alargamento do desenvolvimento da historiografia. No século XX se vai do espaço físico ao espaço social, político e imaginário, o que leva a noção de espaço como “campo de forças”, “que pode inclusive reger a compreensão das práticas discursivas.”. (REIS JR. 2011).
 
Uma noção mais estrita de região identifica um espaço caracterizado pela homogeneidade interna em relação a certos elementos que oferecem identidade a região, e não são imutáveis. Mas a região também pode ser compreendida dentro de uma identidade delimitada pelo s padrão das suas inter-relações de elementos dentro dos seus limites.
 Vale dizer, a região também pode ser compreendida como um sistema de movimento interno. Por outro lado, além de ser uma porção do espaço organizada de acordo com um determinado sistema ou identificada através de um padrão, a região quase sempre se insere ou pode se ver inserida em um conjunto mais vasto. Esta noção mais ampla de região — como unidade que a apresenta uma lógica interna ou um padrão que a singulariza, e que ao mesmo tempo pode ser vista como unidade a ser inserida ou confrontada em contextos mais amplos — abrange na verdade muitas e muitas possibilidades. Conforme os critérios que estejam sustentando nosso esforço de aproximação da realidade, vão surgindo concomitantemente as várias alternativas de dividir o espaço antes indeterminado em regiões mais definidas. Posso estabelecer critérios econômicos — relativos à produção, circulação ou consumo — para definir uma região ou dividir uma espacialidade mais vasta em diversas regiões. (REIS JR., 2011, P. 463)
Assim, a cidade pode ser entendida também pelas mudanças ocorridas nos elementos que se relacionam e dão a ela uma identidade, como é o caso das transformações do rio, ou seja, da sua história ambiental.
 Figura 2. O RIO GRANJEIRO. 1930
FIGURA 3. Parte do Rio Granjeiro que corta a cidade de Crato. 2011.
2.2. A cidade e o rio
O ordenamento urbano da cidade do Crato foi fortemente influenciado pelo Rio Granjeiro. Isso se deu, sobretudo, em face de suas águas, que eram utilizadas para beber, cozinhar, lavar roupas, tomar banho, etc. Seria saudável essa relação, se tivesse havido reciprocidade por parte da população. Acontece que não havia o mínimo cuidado em preservar o Rio. A possibilidadede sua degradação era inteiramente ignorada pela poluição, cuja visão era apenas imediata, ou seja, de tirar proveito de suas águas, como se fosse um bem inesgotável, independentemente de ser ou não tomado os cuidados necessários à sua preservação.
Em um primeiro momento, a, hoje, cidade do Crato, tomou a condição de povoado com a ocupação entre os morros dos bairros seminário e alto da penha, este conhecido como morro vermelho. Todavia, logo em seguida, e alheio a necessidade de preservação do Rio Granjeiro, a cidade foi se ordenando em torno de seu curso. 
Mesmo quem morava distante do Rio Granjeiro também utilizava suas águas para atender as necessidades do dia-a-dia. Durante a pesquisa de campo, foram obtidos vários testemunhos nesse sentido. A título de exemplo, pode-se citar a entrevista com o cratense Antonio Anselmo de Carvalho, de 73 anos idade, residente e domiciliado na Rua Farias Brito, no Bairro São Miguel. Segundo ele, inicialmente, o rio era conhecido como o rio das piabas e não rio granjeiro; nem sempre o rio foi poluído; já beneficiou muito a população do Crato. Ele ainda guarda a imagem do rio quando ele era bem largo e a água bem límpida; uma época em que as casas próximas ao rio eram todas de taipa. Nesse período, a água do rio tinha grande utilidade para sua família, pois sua mãe sempre lavava as roupas e as crianças tomavam banho em suas águas. Ainda segundo seu Antonio, ele tem lembrança de uma época em que a Prefeitura do Crato disponibilizava servidores para vigiar alguns trechos do rio, e que as lavagens de roupas só eram permitidas durante o dia, para que à noite as águas estivessem inteiramente despoluídas. 
 Finalizando a entrevista, seu Antonio, após ser indagado sobre sua visão acerca das causas das enchentes que vem causando sérios prejuízos à população do Crato, seu Antonio foi enfático em elidir as causas naturais, qual seja, o excesso de chuvas. Segundo ele, antes do estreitamento da calha do Rio Granjeiro e da obstrução de seu leito com lixo e entulho não se via esse tipo de problema. 
Para o entrevistado, a causa determinante dessas catástrofes é a falta de cuidado com o Rio, em especial, o estreitamento de sua calha, a falta de limpeza de suas margens, o acumula de lixo em suas proximidades, além do desmatamento de suas margens.
FIGURA 4. CANAL DO RIO GRANJEIRO. 2011.
FIGURA 5. Canal do Rio Granjeiro. 2012.
2.3. A CIDADE
Crato é um município no interior do Ceará, que se tornou importante para o Cariri, pois além de ser um ponto de entroncamento de rodovias, ligando vários Estados, a cidade situa-se no Cariri, conhecido por ser um lugar banhado por águas, um “Oásis do Sertão”.
 
O nome “Crato” é uma corruptela do latim curatus, que significa padre ou lugar onde se possa criar uma paróquia. Este nome pode estar indicando ainda a Vila portuguesa do Crato, em Portalegre, no Alentejo, ou ainda Curato de são Fidélis de Sigiarina que depois foi corrompido para Curato de São Fidelis, Cutato, Crato.
Segundo Benatti (2009) a região do Cariri teve uma estratégia própria para se apossar dos recursos naturais renováveis e isso levou a formação de diferentes propriedades: a propriedade sesmaria, a propriedade senhorial, e a propriedade moderna brasileira que se imbricavam e se combinavam na transição para o capitalismo no Brasil, particularmente no século XIX. (BENATTI, 2009, P. 211-238)
A apropriação dos recursos naturais na região do Cariri cearense, desde o início da ocupação colonizadora, foi pautada em critérios baseados na origem, condição social, riqueza, na possibilidade de participação política, na religião e nos interesses dos governos e dos poderes locais (...). Essa luta expressou não só o domínio sobre o espaço, mas também sobre os homens e mulheres que nele viviam. (BENATTI, 2009, p. 211).
A formação do espaço imaginário em Crato se deu pela imagem de uma região de natureza tão gentil que se constituía em um espaço edênico que combinava ações dos homens e providência divina, proporcionando milagres de curas. (REIS JR. 2009).
A luta dos trabalhadores, livres ou não se dava pelo viés economico ou então pela violência. O controle social, segundo Reis Jr. (2009) “era legitimado pela difusão de valores, imagens, discursos, práticas e estratégias, através do exercício da hegemonia”.
Frederico de Castro Neves ao analisar a crise dos mecanismos tradicionais de dominação provocados pela tragédia da seca de 1877 no Ceará descreve a visão idealizada do mundo rural, elaborada por José de Alencar na obra O Sertanejo, marcada pelo paternalismo e uma “mentalidade senhorial”, vinculada ao regime de propriedade da terra, controle pessoal da mão-de-obra, valorização da obediência e da lealdade (NEVES, 2007: 80-97). E os homens com recursos ofereciam o que para eles, era seu dever para com os pobres (REIS JR., 2009, p. 5)
‘
No século XX Crato ainda era uma região rural onde as classes se impunham de maneira rígida. A religiosidade também domina a paisagem urbana.
FIGURA 6. CIDADE DE CRATO
FIGURA 7. PAISAGEM URBANA, CRATO, CE.
FIGURA 8. IGREJA, CIDADE DE CARTO, CE.
2.4. o rio granjeiro
O rio Granjeiro tem nascente na Chapada do Araripe, no sistema de águas superiores e deságua no Rio Batateiras, que é próximo a Juazeiro do Norte. Ele percorre áreas predominantemente rurais e passa por Crato no médio-baixo curso, ali recebendo muitos dejetos. O rio torna-se poluído ao cruzar a cidade.
Em seu canal fluvial algumas formas são encontradas, formadas, muitas vezes pelo processo de assoreamento, desmatamento da mata ciliar, deposição de rejeitos sólidos lançados ao seu curso pela população, entre outros. Em alguns dos seus trechos, principalmente o médio-baixo curso, é evidente os meandros e os canais abandonados decorrentes da deposição excessiva de material originário da encosta da chapada (alto curso). Forma, ainda, uma série de interflúvios, terraços e planícies aluviais, formando terrenos com declividades. (Guerra e Sampaio, 1996 in Ribeiro, 2004).
O rio possui solo aluvionar profundo e é, portanto propenso à agricultura. Possui outros recursos hídricos 
que faz com que a região apresente uma densidade demográfica muito mais elevada que no seu entorno. No município de Crato ele apresenta-se homogêneo no geoambiente e solos. 
Recebe ventos úmidos do litoral através da calha do Rio Jaguaribe que leva chuvas para a região ao nordeste da Chapada. Essas são águas que compõem a parte superior da Chapada do Araripe, ressurgindo na encosta e dando origem ao rio Granjeiro. 
Suas vertentes laterais são bem visíveis e definidas, dando uma boa noção da área da bacia facilitando sua delimitação. Elas também permitem identificar o centro urbano da cidade do Crato assim como uma parte do rio Granjeiro que se encontra no vale, ou ainda, na área de contato dessas duas vertentes. Na vertente esquerda se encontra o bairro do Seminário, o mais antigo em ocupação, sendo este totalmente ocupado pela população e abrigando o histórico seminário da cidade em seu alto. A vertente direita, o alto da penha (ou Barro Vermelho) com ocupação mais recente, porém não menos degradante, também abriga o bairro do Sossego, um dos mais povoados da cidade. Com camadas geológicas inclinadas para norte-nordeste, a chapada funciona como um potente captador d’água, uma vez que possui um capeamento de arenito poroso (formação Exu) sobre as camadas de folhelho e calcário pouco permeável (formação Arajara). A água que incide em seu topo por precipitação, infiltra com rapidez devido á porosidade e a permeabilidade do arenito superior e a sua estrutura tabular. (FARAI FILHO, 2011, p. 3).
 
O povoamento do Nordeste, segundo Farai Filho (2011) desde o seu interior recebeu no século XVII vaqueiros e gado para enviar ao interior e manter longe das plantações de cana-de-açúcar para assegurar a produção de carne e leite para os engenhos. Vieram ainda índios escravizados e exploradores e esta foi a origem da população local. A colonização da cidade do Crato também se deveu a fatores naturais como a presençada água, e a cidade nasceu a margem direita do Rio Granjeiro, onde foi construída a Igreja matriz e as primeiras residências.
Os engenhos de açúcar vieram de Pernambuco no final do século XVIII e estes afirmam a vocação da região para o cultivo.
Entretanto a ocupação das margens do rio causou impactos sobre o meio ambiente, e vieram os desmatamentos e o uso inadequado dos recursos hídricos.
Com os engenhos se tornaria essencial o desmatamento para plantio da cana-de-açúcar.
Nesse contexto, a microbacia do rio Granjeiro se insere nesse processo de degradação, uma vez que foi elemento determinante para a ocupação da cidade do Crato. Desde os primeiros sinais de ocupação da área pelo homem, o rio vem perdendo volume e vida no decorrer de seu curso. Poluição, assoreamento, desmatamento da mata ciliar, má utilização das suas águas, desvio do seu curso natural, acumulação de lixo no seu interior e nas margens do rio são alguns sintomas da urbanização crescente na área. Atualmente, da nascente até a desembocadura do rio Granjeiro na confluência com o rio Batateiras, é visível a degradação, principalmente no seu baixo curso. Suas águas recebem grande quantidade de dejetos originários dos esgotos domésticos da cidade. (FARAI FILHO, 2011, p. 5). 
As áreas de agricultura próximas a nascente são propriedades privadas, e este é um dado histórico, segundo Farai Filho (2011), pois essas eram terras pertencentes ao Barão do Exu, que se instalou ali na época do Império e criou a Floresta Nacional do Araripe (FLONA) para preservação das riquezas naturais da região e da encosta da chapada. 
Com o falecimento do Barão os herdeiros não foram indenizados e as terras permaneceram como propriedade privada. 
No entanto no alto curso as agressões ao Rio Granjeiro são visíveis e reais. Segundo relato de Farai Filho (2011):
O desvio da água do córrego natural para irrigações, balneários e para o consumo bovino nas áreas próximas a sua nascente são alguns exemplos do mau uso da água no alto curso do rio.Na baixa encosta da Chapada do Araripe, alto curso do rio, a ocupação residencial se tornou o mais recente desafio para a sobrevivência do rio Granjeiro. A especulação imobiliária está levando a ocupação do alto curso pelas classes média e média–alta. Ainda que a ocupação seja efetuada por essa fatia beneficiada da sociedade, não há planejamento nas edificações e na infra-estrutura. Tudo é construído de acordo com os anseios desse mercado consumidor. As casas e os condomínios fechados crescem sem que haja planejamento urbano e nem infra-estrutura sanitária adequada á nova realidade. A vegetação nativa vai dando lugar a avenidas e ruas secundárias inacabadas. Nesses lugares os processos erosivos estão bem presentes e acabam gerando problemas para a própria população local. Os desmatamentos são uma realidade, deixando os solos desnudos e erodidos a fim de se construir ou especular os terrenos que se encontram em um setor privilegiado da cidade, pois o clima ali é mais ameno que nas demais áreas urbanas. (FARAI FILHO, 2011, p. 6).
Farai Filho (2011) conclui que o trecho de maior importância é o que segue pelo canavial em propriedades particulares desaguando no Rio Batateiras, e o que mais sobressai na bacia do Rio Granjeiro e nas demais bacias que integram o Município do Crato é o descaso das autoridades.
 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo refletir sobre as interferências no Rio Granjeiro, na cruza da Cidade do Crato, no Ceará de um ponto de vista histórico e ambiental ao mesmo tempo.
Há um grande numero de pesquisas que tocam o tema da relação entre a história e o meio ambiente, e no Município do Crato se tem também boas fontes de pesquisa, que foram utilizadas neste trabalho.
Após este estudo se verifica que não só a microbacia do Rio Granjeiro, mas em torno da cidade do Crato todas as bacias estão comprometidas pelo uso inadequado dos recurso hídricos e ambientais, e apenas as áreas de propriedade privada se encontram preservadas.
Essa realidade indica claramente que há um grande descaso das autoridades públicas em relação ao Rio e aos recursos ambientais.
Em parte se entende que há um limite para as autoridades municipais em virtude do fato de que todas as nascentes resurgentes do sopé da chapada, e a do rio Granjeiro, inclusive, se localizam em áreas particulares, o que limita muito a ação do poder público.
Entretanto, embora as propriedades privadas não possam ser adentradas para melhoramentos ou mesmo despoluição, de outro lado, cabe as autoridades a fiscalização e lidar com o problema da água, que no Nordeste é de primeira grandeza.
Constata-se ainda que a população é desinformada em relação a ações de preservação e de economia dos recursos, o que também se torna um problema do governo, que não estimula o desenvolvimento de programas e projetos voltados para a educação ambiental.
A falta de informação, aliada a falta de projetos de preservação ambiental indica que é necessário que o poder público e organizações da sociedade civil se voltem para a reversão do atual quadro de abandono e de degradação do Rio Granjeiro.
O rio é perene em função da existência dos canais e das condições climáticas, mas as águas podem e devem ser mais bem aproveitadas para o bem estar da população.
Ainda, e por fim, poderia ser viabilizada a balneabilidade com a construção de piscinas naturais, incentivando o turismo na região.
Outras alternativas estão sendo disponibilizadas para as coletividades, como o aproveitamento da água da chuva, para irrigação, consumo animal, e com condições de filtragem também para consumo humano. Resta apenas a vontade política.
REFERENCIAS
BARROS, José D’Assunção Barros. História, Espaço e Tempo. Interações necessárias. Artigo pub. Varia Historia, Belo Horizonte, vol. 22, nº 36: p.460-476, Jul/Dez 2006.
BENATTI, José Heder. Apropriação privada dos recursos naturais no Brasil: séculos XVII ao XIX (estudo da formação da propriedade privada). In: NEVES, Delma Pessanha (Org.). Processos de constituição e reprodução do campesinato no Brasil, v.2: formas dirigidas de constituição do campesinato. São Paulo: Editora UNESP; Brasília, DF: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009. 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales. São Paulo: UNESP, 1991.
FARAI FILHO, Salim Kalil Aby. Análise dos aspectos ambientais e geomorfológicos na microbacia do Rio Granjeiro, Município de Crato, CE. Departamento de Geografia, UFRN, 2011. Disponível em:<http://www.cchla.ufrn.br/ shXIX/anais/GT05/artigo%20humanidades.pdf>. Acesso em 25 nov. 2013.
GARDNER, George. Viagem ao interior do Brasil: Belo Horizonte: São Paulo; Itatiaia; Editora Edusp, 1975.    
HERRERA, Guillermo Castro. História Ambiental (feita) na América Latina. Artigo pub. Varia Historia, Belo Horizonte, nº 26: p.33-45, Jan 2002.
Jacobi, Pedro Roberto. Cidade e Meio Ambiente: Percepções e Praticas em São Paulo. São Paulo: Editora Annablume, 1999.
Magalhães, Alexsandra Oliveira. Uso e Ocupação da Terra no Alto Curso do Rio Batateira-Município do Crato/CE: Impactos Ambientais, Potencialidades e Limitações. Acesso disponível em: <www.geo.ufv.br/Simposio/Trabalhos/Trabalhos-completos/eixo11/002.pdf>> Acesso em 30 out. 2013.
Martinez, Paulo Henrique. História Ambiental no Brasil: Pesquisa e Ensino. São Paulo: Editora Cortez, 2006.
MARTINS, Marco Lobato. As variáveis ambientais, as estradas regionais e o fluxo das tropas em Diamantina, MG: 1870-1930. Artigo pub. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 26, n°. 51, pp. 141-169, 2006.
Menezes, Claudino Luiz. Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente: A experiência de Curitiba. Campinas, SP: Editora Papiros, 2001.
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. Pub Estud. Av. vol. 24, nº. 68, São Paulo, 2010. 
Petrone, Pasquale. Crato, a Capital da Região do Cariri. São Paulo: Boletim Paulista de Geografia, 2002.
Queiroz Fabio José Cavalcanti de. Padres, coronéis e ativistas sociais: o Cariri à época da usurpação militarista – 1964-1985. Tese de doutorado, Programade Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010. Disponível em:<http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/1146>. Acesso em 29 out. 2013.
REIS JR., Darlan. Natureza e Trabalho no Cariri Cretense. Pub Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011. 
RIBEIRO, Simone Cardoso. Susceptibilidade aos Processos Erosivos Superficiais com Base na Dinâmica Geomorfológica na Microbacia do Rio Granjeiro, Crato/CE. 2004. Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGG, Rio de Janeiro: UFRJ/PPGG, 2004. Disponível em:< http://www.cchla.ufrn.br/ shXIX/anais/GT05/artigo%20humanidades.pdf>. Acesso em 25 nov. 2013.
Silva, Claudemiro Pereira. Estudo da Evolução Urbana da Planície do Rio Granjeiro na Cidade do Crato-CE. (ENVIAR A REFERENCIA CORRETA)

Continue navegando