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Resposta da acusação

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE IRETAMA/PR
	MARÍLIA, nacionalidade..., estado civil..., nascida em 18/09/1990, profissão..., residente e domiciliada em lugar incerto e não sabido na cidade de Iretama/PR, vem por meio de seu advogado (mandato em anexo), com endereço profissional a Rua..., nº..., bairro... na cidade/UF..., com endereço eletrônico..., onde recebe intimações e notificações, INTERPOR – RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fulcro no artigo 396-A do CPP, em face do Ministério Público domiciliado na Rua..., nº..., bairro... da cidade de Iretama/PR, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
1) DOS FATOS:
Em 24 de dezembro de 2019, não mais suportando a situação do filho, que chorava, doente, pela falta de alimento, sem conseguir emprego ou auxílio, a ré ingressou no supermercado Bom Pão na cidade, escondendo na roupa 03 pacotes de bolachas, cujo valor totalizava R$19,00. 
No entanto, o fiscal do supermercado percebeu a conduta da Ré pelo sistema de monitoramento do estabelecimento e a abordou no momento em que a mesma estava se retirando do local., momento em foi presa em flagrante e confessou o ocorrido, alegando não ter como pagar as bolachas, justificando-se pelo estado de necessidade que passava seu filho.
Foi realizado inquérito policial, oferecido e recebida a denúncia, qual foi fundamentada no tipo penal tentativa de furto, conforme artigo 155 caput c/c artigo 14, inciso II, ambos do CP.
2) DO DIREITO:
	Conforme acima relatado, facilmente percebe-se que a ré agiu pura e simplesmente em ato de desespero, visando minimizar a situação de necessidade extrema que se encontrava seu filho. Nota-se, ainda Excelência, que, não houve animus por parte da ré de causar algum prejuízo ao estabelecimento, mas apenas a exteriorização do desespero de uma mãe ao ver seu próprio filho sofrendo de fome.
	Deste modo, conforme previsto no art 23, inciso I do Código Penal, inexiste crime na conduta praticada pela ré, eis que agiu somente em função do estado de necessidade. Conduta esta que cumpre todos os requisitos do artigo 24, do Código Penal, pela qual facilmente se reconhece o que a subtração dos pacotes de bolacha foram unicamente com o objetivo de satisfazer a alimentação do seu filho, cujo sacrifício não era razoável exigir-se nas circunstancias em que se encontravam mãe e filho.
	Sendo, assim, por existir excludente de ilicitude do fato, dispõe o art 397, em seu inciso I, do Código de Processo Penal que deverá o juiz, absolver a ré sumariamente.
3) DO PEDIDO:
Diante do exposto requerer: 
	A absolvição sumária da acusada, com base no exposto no artigo 397 inciso I do CPP;
	Concessão da gratuidade de justiça.
Rol de testemunhas:
Simone.
	Nestes termos, 
	pede e espera deferimento.
	Iretama, 12 de Março de 2020
	
	Advogado …
	OAB/UF...

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