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DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO ORGANIZACIONALORGANIZACIONAL Me. Romante Ezer Rodrigues I N I C I A R introdução Introdução Historicamente, a invenção da escrita modi�cou o mundo. Tornou-o mais fácil de se entender e de se compreender os pensamentos uns dos outros. Com o passar do tempo, os sistemas de escrita foram ganhando maior complexidade quando os símbolos passaram a representar sons. No ambiente empresarial não é diferente, a modelagem de macroprocessos e processos seguem essa evolução e de forma bastante signi�cativa utilizando simbologias para expressar uma cadeia de atividades e procedimentos, bem como as suas relações dentro de uma instituição ou relativa às necessidades de produção de um produto ou serviço. Paralelamente, a necessidade de simpli�cação dos processos de forma mais macro para representar toda a organização através de simbolismos, foi tornando o sistema mais compacto e funcional. Esta unidade apresenta como as simbologias são utilizadas para representar os �uxos de processos administrativos, de produção e de suporte dentro das organizações. Um diagrama é uma representação grá�ca que apresenta informações de forma esquematizada, visando representar as atividades de um determinado setor, área ou processo. Este tipo de tipogra�a é utilizado nos diversos setores da sociedade, pois permite enxergar o que é conhecido Estruturação deEstruturação de Macroprocessos:Macroprocessos: DiagramasDiagramas como “cadeia de valor”, cujo entendimento é fundamental para se saber se os esforços organizacionais estão sendo empregados de forma correta e estão gerando os resultados esperados, partindo das suas relações com os fornecedores e ciclos internos de transformação/produção e de venda e distribuição. O macroprocesso, apresentado na Figura 3.1, refere-se a um procedimento de aquisição de uma grande corporação que requer detalhamentos de atividade e adição de inúmeras informações para que toda a cadeia de valor esteja completa: macroprocesso de licitação pública. Mapas de Processos O esforço para representar gra�camente e decompor a estrutura de uma organização até o nível das suas atividades torna possível identi�car e analisar o comportamento dos custos, assim como as necessidades de outros recursos e fontes disponíveis, além das particularidades de cada processo do negócio, permitindo, assim, aplicar ações para tornar os processos menos onerosos, otimizando o valor �nal do seu produto para o cliente. Conforme a concepção de Juran (1994, p.17), os macroprocessos representam uma visão geral dos processos principais da organização. Esta representação reúne atividades controladas e interligadas capazes de tornar entradas (insumos) em saídas direcionadas ao cliente por meio do uso de recursos para agregação de valor. Os macroprocessos reúnem os processos funcionais principais, os processos de suporte e os processos administrativos em uma mesma representação grá�ca. A representação por macroprocessos permite a compreensão das estratégias organizacionais, da cultura organizacional, das relações e inter-relações internas e externas com os produtos e insumos necessários para o “andamento” das atividades da organização. Ter boa compreensão dos macroprocessos re�ete diretamente na compreensão do cumprimento da missão, da visão, dos valores e das estratégias, das aderências entre as ações empresariais, do uso dos recursos e, consequentemente, dos resultados obtidos. Nota-se, portanto, que a visão gerencial por macroprocessos inclui três conceitos (ou pilares) principais: o cliente; o �uxo de trabalho e o produto. A adoção de macroprocessos pela gestão pode evidenciar a necessidade de mudanças imediatas, e em alguns casos, abruptas e disruptivas (mais drásticas). Por esta razão, é de suma importância que haja um projeto planejado e estruturado para transformar uma ideia (melhoria) em realidade (resultados). Ações dessa natureza podem assegurar não apenas a melhoria contínua dos resultados organizacionais, mas também a promoção de uma compreensão clara dos objetivos estratégicos e da forma como os recursos estão sendo utilizados. A Figura 3.2 nos apresenta um macroprocesso geral de produção em uma empresa; quando assim vislumbrada, permite identi�car gargalos organizacionais, situações de perdas em um patamar mais macro (pouco detalhado) e paralelamente a existência de oportunidades internas e/ou externas. Figura 3.2 - Macroprocesso geral de produção Fonte: Elaborada pelo autor. praticar Vamos Praticar Os macroprocessos são diagramas utilizados para identi�car as relações entre o trabalho, os insumos e os produtos/serviços da organização. A gestão por processos é uma abordagem sistêmica dos negócios adotada nas organizações, que visa alcançar melhores resultados através do aperfeiçoamento das suas atividades de trabalho. Macroprocessos representam um conjunto de processos permitindo a visão mais estratégica das ações da organização, bem como as relações com fornecedores e clientes. (SLACK, N. et. al. 2013, p. 138). De acordo com a hierarquia dos macroprocessos, assinale a alternativa correta. Subprocesso; Macroprocesso; Tarefas; Atividades; Processo. Processo; Macroprocesso; Subprocesso; Tarefas; Atividades. Macroprocesso; Processo; Subprocesso; Atividades; Tarefas. Processo; Subprocesso; Macroprocesso; Tarefas; Atividades. Tarefas; Atividades; Macroprocesso; Subprocesso; Processo. Antes que seja abordado o tema sobre as técnicas de mapeamento e modelagem de processos, devemos de�nir a modelagem de processos, que está voltada, na maioria das vezes, para a perspectiva do �uxo do processo, características e controle de sua efetividade, pois fornece uma visão Técnicas deTécnicas de Mapeamento eMapeamento e Modelagem deModelagem de ProcessosProcessos sistêmica das variáveis do processo e suas inter- relações. Nesta ótica do controle de �uxo das tarefas, os processos são exemplos de sistemas concorrentes que podem ser compostos por um grande número de tarefas e relacionamentos. Paim, R. et al. (2009, p. 188) explicam que, na modelagem do sistema atual, o processo de levantamento pode seguir diferentes abordagens, dependendo da necessidade e/ou da disponibilidade de dados ou do conhecimento destes. Os levantamentos podem ocorrer de baixo para cima em um determinado processo, bem especí�co, subindo até um subnível ou subprocesso, até que se tenha uma visão na qual as suas interações estejam claramente visíveis e compreensíveis, permitindo, por sua vez, as intervenções necessárias. Os autores de�nem que a modelagem de processos segue uma forma natural de investigação, partindo do levantamento de dados empíricos, escritos ou informais através de incursões junto aos envolvidos nos processos. A modelagem de processos se inicia, geralmente, com a realização de entrevistas com os principais líderes da organização, gerando, como resultado inicial, um diagrama da visão agregada da situação atual da organização. Posteriormente, esse diagrama macro deve ser decomposto em diagramas mais detalhados que representem tanto as atividades internas quanto as interfaces de cada uma das unidades organizacionais. Finalmente, são desdobrados os modelos detalhando cada uma das atividades identi�cadas e explicando entradas e saídas, documentos, executores, sistemas e outras informações associadas a cada função da linguagem selecionada. O uso desses níveis de detalhamento não é uma regra rígida, e �ca a critério de cada organização de�nir a estrutura de detalhamento de modelagem que lhe parece mais favorável e adequada. (PAIM et al., 2009, p. 188). Para que se proceda, no entanto, de forma assertiva no mapeamento de processo, é necessário conhecer as diferenças básicas mais comuns entre os diferentes tipos de processos e separar os processos de produção de bens e serviços, os processos relacionados com a gestão da empresa e os processos de apoio, os quais podem ser identi�cados claramente nos mapas de macroprocessos de uma organização. Entretanto tais processos necessitam sercompreendidos separadamente, apesar das tratativas serem bastante similares, conforme pode-se observar na obra de Harrington (1991, p.128). A maioria dos autores separam os processos empresariais em três categorias básicas: a) os processos de negócio (ou de cliente), aqueles que caracterizam a atuação principal da empresa e que são suportados por outros processos internos, resultando na atividade-�m da empresa (produto ou serviço) entregue a um cliente externo; b) os processos organizacionais (ou de integração), aqueles centralizados na organização e que viabilizam o funcionamento simultâneo e coordenado de todos os subsistemas da organização, e c) os processos de negócio focados na gestão da organização e que incluem as ações de medição e controle do desempenho. Dada a compreensão da existência destas categorias, pode-se então partir para uma análise mais focada na abordagem dos processos de gestão que propiciam uma visão geral dos resultados obtidos da aplicação e uso dos recursos da organização. Para aplicar-se a modelagem de processos de negócio é necessário compreender a construção de um conjunto de visões integradas, promovendo um entendimento geral da organização. O conhecimento sobre o assunto vai tomando várias abordagens baseadas nas experiências e nas necessidades de cada organização. Existem, por essa razão, várias abordagens para modelagem de processo de negócio, e cada uma delas apresentam diferentes notações (representações) e linguagens de modelagem. Para os autores Sharp, A.; Mcdermott, P. (2001, p.345) existem alguns modelos mais usuais para a modelagem de processos, independente da abordagem utilizada. Os seguintes modelos descritos abaixo podem ser considerados como modelos pelos analistas. a) Organizacional: corresponde às unidades organizacionais, seus papéis, dependências e relacionamentos. b) Objetivos: direcionados à apresentação das metas estratégicas e como são subdivididas. c) Processos: apresentam os macroprocessos do negócio, os respectivos processos e os �uxos das atividades que os compõem. d) Atividades: apresentam os relacionamentos entre as atividades e seus responsáveis, informações, requisitos e regras do negócio. Como se pode observar, as abordagens para modelagem de processos são diversas. Geralmente, tais abordagens sugerem conjuntos de passos para auxiliar a organização das ideias na construção do modelo pretendido de processos. Cada abordagem é direcionada para um objetivo especí�co, seja melhoria de processos, sejam mudanças, inovações e outras necessidades. Este estudo utiliza a abordagem de Sharp; Mcdermott (2001, p.345) que apresentam uma abordagem para melhorar os processos e permitir o desenvolvimento de aplicações. Segundo essa abordagem, as principais atividades realizadas para o levantamento e de�nição dos processos, que são parte da abordagem ASPE/MSC, podem ser especi�cadas desta maneira: a) planejamento da modelagem do processo; b) levantamento do processo alto-nível através de o�cinas; c) detalhamento do processo e Figura 3.3 - Abordagem de modelagem de processos Fonte: Adaptada de Sharp; Mcdermott (2001, p. 345). d) revisão do modelo do processo. (WEBER, 2005, p.1). Método de Análise e Melhoria de Processos Nesse mundo cada vez mais competitivo, busca-se incansavelmente aprimorar os nossos processos e reduzir sempre os desperdícios de forma a aumentar nossa e�ciência e expandir nossos resultados. É nesse sentido que se impõem diversos esforços, entre os quais está a necessidade de aprimorar os resultados organizacionais por meio do conhecimento dos principais conceitos similares, ou propriamente dentro do “Mapeamento do Fluxo da Cadeia de Valor”, ou Value Stream Management (VSM), um caso simples de utilização deste processo. Pode-se ter em mente que na atualidade estão presentes uma in�nidade de abordagens, ferramentas e métodos para nortear e canalizar os esforços de melhoramento organizacional e �nalmente conseguir o aumento da competitividade, o aprimoramento da amplitude de atendimento ao mercado (cliente) e, por consequência, a melhoria signi�cativa dos resultados �nanceiros, que são a razão de existir da maioria das organizações. A seguir estão listadas as principais ferramentas utilizadas na engenharia de processos apresentadas por Rodrigues et al. (2010, on-line): a) “Lean-manufactoring ou Sistema de Produção Enxuta, conhecido também como Sistema Toyota de Produção, proporciona a aplicação de métodos como o Just-in-Time, Kanban, Jidoka e outros que auxiliam e dão suporte ao processo produtivo, minimizando os custos, aumentando a qualidade e fornecendo um ambiente seguro aos seus colaboradores. b) SPMI (Sistemas Produtivos de Manufatura Integrada) Black (1998), o que Womack chama de Manufatura Enxuta e acrescenta dizendo que o SPMI pode ser aplicado em qualquer tipo de processo de fabricação. c) Kaizen, a �loso�a de melhoria contínua propaga a de�nição de um programa de melhoria racional e estruturado pelas empresas que busquem ser enxutas. Nesta conjuntura, fez-se necessário a criação de métodos para planejar, analisar e controlar o sistema de produção, principalmente focando o chão de fábrica, assim como suas relações com clientes e fornecedores externos [...]. d) MFV, surgiu para preencher os objetivos supracitados, enfocando todo o �uxo de produção de um produto ou família de produtos, visando à implantação da Produção Enxuta em todo o �uxo, Segundo Rother & Shook (1999), o MFV, a técnica objeto deste trabalho. A aplicação destes princípios, também chamados de enxutos (ou sem desperdícios), em empresas nas quais os processos são tradicionais, “[...] baseados na produção em massa vem enfrentando sérias di�culdades.” (RODRIGUES, R. et al. 2010). Respondendo a esta necessidade, Menezes (2003, p. 87) a�rma que, inspiradas por essa demanda, foram criadas ferramentas que objetivam o alcance de produção com alto desempenho e totalmente orientada ao cliente, chamada de mapeamento do �uxo de valor “[...] utilizando-se de algumas características da produção especializada (alta qualidade e customização de produtos) e da produção em massa (produção em larga escala para atender à demanda com preços reduzidos [...]”, eliminando os desperdícios e entregando produtos com menor custo de produção (MENEZES, 2003, p. 87). Neste contexto, uma análise crítica do mapeamento de processos, independentemente da metodologia empregada, permitirá tanto a representação em diagrama do �uxo do processo, quanto a sua representação tipo mapo�uxograma. Em um mapo�uxograma obtém-se a representação do processo em seu layout físico, permitindo outras intervenções de caráter conhecidas como “métodos e movimentos”. Muito empregados como ferramenta no processo de identi�cação como Kaizen, para a implementação inicial dos conceitos Lean Manufacturing. Por meio de linhas e setas, indica-se a direção do movimento, consequentemente, os símbolos do grá�co do �uxo do processo são inseridos nas linhas indicadoras de �uxo, representando o que está sendo executado. Esta junção de representações e signi�cados é denominada de “mapo�uxograma” (BARNES, 1982). A representação do mapeamento de processos por mapo�uxograma é utilizada principalmente quando há necessidade de investigar e compreender melhor algum setor ou tipos de atividades realizadas nos centros de trabalho com determinadas atividades. O mapo�uxograma do processo é considerado por Correia et al. (2002) de suma importância quando se considera que o deslocamento é parte relevante no processo. Os autores apontam ainda que a grande vantagem é a possibilidade de visualização das atividades inter-relacionadas com as características do layout da área. Esta visualização dos movimentos das pessoas e máquinas, das atividades de transportes de matérias-primas, de componentes e de produtos acabados, pode ter suas rotas de�nidas no mapa, possibilitando vislumbrar as necessidades de melhorias da produção. Além disso, ser levada em consideração, durante a fase de de�nição dasmelhorias dos processos, objetiva a facilidade de aplicação desta técnica se comparada a outros métodos de mapeamento de processos. A Figura 3.5 apresenta um “Mapo�uxograma” de um processo de produção, mapeado como estado atual para que se possa sugerir mudanças a �m de aprimorar os seus indicadores. Legenda: 1 - Transporte da argamassa até o estoque. 2 - Inspeção no recebimento da argamassa. 3 - Estoque geral de argamassa. 4 - Transporte até a central de argamassa. 5 - Estoque na central de argamassa. 6 - Transporte da argamassa até a argamassadeira. 7 - Produção de argamassa. 8 - Estoque de argamassa até a masseira. 9 - Transporte da argamassa até a equipe. 10 - Estoque de argamassa junto à equipe. 11 - Transporte de argamassa até o andar. 12 - Estoque de argamassa na masseira do andar. Uma vez construídos os diagramas de macroprocesso, mapo�uxograma e �uxo de processos atuais e o estado futuro desejado, junto com o cronograma de todo o projeto, obtém-se uma lista ou listas de atividades que resultarão nas mudanças necessárias para se atingir os desejos e/ou necessidades da estratégia da empresa. Esta etapa permite que se tenha certeza da quantidade de recursos, tempo e quais serão os objetivos a alcançar que, por sua vez, precisarão da aprovação por parte da direção da organização. Para suportar e poder se conduzir tais esforços em projetos de melhoria é primordial que os gestores (gerentes e diretores) compreendam que todo resultado precisa partir do entendimento e das suas diretrizes. Para que se possa compreender, fora das linhas de produção das empresas, algumas metodologias estão voltadas mais para a realidade ou visão dos pro�ssionais relativa às funções mais administrativas, ou seja, ferramentas mais focadas na gestão dos processos principais e dos processos de suporte. Em sua obra dedicada à explicação desses conceitos e abordagens, Pradella, S. (2011, p. 50) apresenta o Método de Análise e Melhoria de Processos (MAMP), criado pelo Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear(IBQN), como uma metodologia de gestão de processos baseada no ciclo PDCA de melhoria contínua de Deming. O Ciclo PDCA (DEMING, 1950 apud PRADELLA, 2011, p. 51) tem como estágio inicial o planejamento da ação; em seguida, tudo o que foi planejado é executado, gerando a necessidade de checagem das ações implementadas. Este é um método gerencial que a�rma assegurar o alcance das metas estabelecidas para cada processo. Legenda: P - planejamento das ações. D - execução do plano. C - checagem ou veri�cação sobre o que foi feito versus o que foi planejado e se as ações resultaram nos objetivos desejados; se sim, inicia-se um novo planejamento para outras melhorias, se não, corrige-se o plano e realiza-se um novo ciclo, sempre com foco nos objetivos. A - ação, aplicação das ações resultantes da veri�cação. Pradella (2009, p. 50) destaca o Ciclo PDCA como ferramenta para a execução da metodologia MAMP, entretanto, é possível a utilização de diversas ferramentas na busca pela melhoria e pelo Figura 3.6 - Ciclo PDCA de Deming Fonte: Alexei Ivanov / 123RF. aperfeiçoamento dos processos, a exemplo de: estrati�cação; folha de veri�cação; grá�co de Pareto; diagrama de causa e efeito; histograma; medidas de locação de variabilidade; índices de capacidade de processos (Cp. e Cpk.); diagrama de dispersão; grá�co de controle; amostragem; intervalo de con�ança, testes de hipóteses, análise de variância; análise de regressão; planejamento de experimentos e otimização de processos; análise multivariada; índice de con�abilidade e avaliação dos sistemas de medição. Todas essas ferramentas estão disponíveis como métodos de análises e melhoria dos processos, contudo a melhoria não tem como foco os processos propriamente ditos, mas sim a melhoria dos processos organizacionais como um todo. Para que se possa ter uma visão holística da organização com olhos de processos, tem-se como benchmarking a utilização do Business Process Management (BPM), o que signi�ca a Gestão de Processos de Negócio, que proporciona uma visão mais ampla da organização para os seus administradores. A metodologia BPM, refere-se a um conjunto de técnicas de gestão que, assim como todas as outras, tem o intuito de auxiliar as empresas a conhecerem, compreenderem e administrarem, de forma mais ampla e integrada, todos os seus processos, mas com um foco um pouco maior na visão estratégica e gerencial. A utilização da BPM proporciona o aprimoramento dos processos e, ao mesmo tempo, torna-os mais e�cientes e e�cazes, aumentando a competitividade do negócio. O grande impacto é percebido quando da formulação e execução de ações de aprimoramento dos processos que podem incluir: mapeamento rápido e mais completo; condução mais e�ciente; maior controle sobre a cadeia de valor; modelagem mais quali�cada; otimização contínua; análise mais ampla e redução dos custos. Orientados pelos conceitos dos objetivos da organização, o BPM fornece informações precisas e atualizadas sobre o estado atual, as necessidades latentes e os caminhos mais prováveis e imediatos para se atingir os objetivos traçados dentro de um determinado espaço de tempo. Diante dessa ótica, pode-se compreender que o foco do BPM é o de modelar, esclarecer e aprimorar constantemente o �uxo de todos os processos empresariais internos e externos de uma organização. O BPM permite que a gestão tenha uma visão holística de todos os processos internos de uma organização, potencializa os controles e automatiza as ações de intervenção nos indicadores e/ou até mesmo nas próprias atividades. A Figura 3.7 exempli�ca, de forma um pouco exagerada, como os processos podem estar tramitando dentro de uma organização, causando perdas irreparáveis para os resultados �nais esperados. As razões imediatas para que uma organização necessite mapear e modelar os seus processos para o aprimoramento dos resultados são diversas, entretanto pode-se ressaltar os apresentados a seguir: a) baixa produtividade comparada aos custos sofridos; b) alocação ine�ciente de recursos (humano, estrutural ou �nanceiro); c) di�culdade na tomada de decisão; Figura 3.7 - Direção de escolhas e mudanças Fonte: rawpixel / 123RF. e) atrasos ou perda de tempo; f) aumento do número de erros e retrabalhos; g) descontrole gerencial, dentre outros. Com os eventos e facilitações da automação nos negócios e em todos os processos empresariais, o BPM traz consigo essa grande vantagem, pois permite de forma bastante simpli�cada a sua integração com praticamente todos os softwares e programas de gestão ou auxiliares, facilitando identi�car, criar e/ou modi�car processos para otimizar a cadeia para atender às necessidades do negócio e, por conseguinte, melhorar o desempenho organizacional. Com o auxílio da tecnologia bem como da automação, o mapeamento torna-se bem mais simples e mais completo, o que traz mais clareza sobre os processos e procedimentos de como as atividades estão distribuídas dentro da organização. A metodologia BPM funciona da mesma forma que tantas outras, serve para aprimorar os resultados dos processos. Da mesma maneira, procede-se com uma investigação para levantamento de todas as informações das atividades e tarefas do processo. Na sequência, parte-se para o modelamento do processo, considerando as diversas informações adicionais que possam vir a agregar sucesso ou di�culdades na execução das atividades. Uma vez conhecendo o design do processo (Notação do BPM), pode-se alterá-lo (continuamente) para atingir melhores resultados com a aplicação de softwares para facilitar e agilizar a modelação e avaliação dos processos. O BPM permite que um processo seja desenhado e executado, respeitando as regras do negócio para cada atividade, por meio de um modelo próprio de processo, no qual assegura seu monitoramento. Além disso, permite a avaliação mais e�ciente da execução de cada tarefa ou atividade, simpli�cando a mensuração dos resultados do negócio frente aos custos, nível de infraestrutura utilizada e outrosfatores relevantes para a organização, e gerando dados e relatórios para mensurar o desempenho de cada um. Permite ainda a checagem de erros e inconformidades. O Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) permite que as empresas possam facilmente monitorar os resultados de atividades dos processos e compará-los com os de outras empresas, por exemplo. Assegura também que os indicadores de resultados sejam de simples entendimento para que se possa compará-los com os padrões esperados. O BPM permite ainda que os dados coletados em tempo real ou monitoramento dos processos sejam feitos por softwares, tornando ainda mais simples as tomadas de decisão, assegurando aos gestores suporte ágil de informações sobre os processos e facilitando qualquer intervenção, quando necessário. Finalizando, com a utilização da metodologia BPM, pode-se visualizar as inter-relações de um processo com as atividades, com outros processos dentro e fora da organização, de forma bastante estratégica, além de monitorar os resultados de cada KPI em tempo real e poder tomar decisões assertivas sempre que necessário. Com o mesmo intuito de aprimorar os resultados dos processos, as metodologias utilizadas também são aprimoradas e adaptadas. Assim foi desenvolvida a metodologia Blueprint, que é voltada mais para uso em processos de serviços diretamente aos clientes. A estrutura de serviços Blueprint é considerada uma ferramenta �exível, conforme pôde ser observado na evolução das ferramentas de análise e melhoramento de processos, desde as ferramentas de processos de produção no chão das fábricas. No início do século, chegando ao BPM, a Blueprint, quando comparada às demais técnicas de mapeamento de processos, é bem mais leve; sua estrutura detalha de forma bem simpli�cada todas as etapas em múltiplos níveis de análise, favorecendo as pequenas intervenções e/ou mudanças necessárias na estrutura da organização. A metodologia Blueprint pode ser descrita por meio de cinco componentes básicos que auxiliam na relação cliente-empresa. A blueprint, assim como explica Shostack et al. (1984, p. 134), é facilmente caracterizada pela forma de interação entre o cliente e o prestador de serviço, na qual o processo se inicia com o que ele denomina de “evidência física”, a entrada que dá “start” no processo, e o recebimento, por parte do cliente, é a “evidência física” de saída do processo (physical evidence). As evidências físicas na entrada do processo interno da organização são recebidas e conhecidas em detalhes pelos funcionários na fase que os autores acima chamam de “linha de interação“ (line of interaction). Na sequência, a linha de visibilidade (visibility line) relativa às ações dos empregados na transformação. A linha de interação interna (internal interaction), também chamada de bastidores, refere- se aos trabalhos de suporte à produção. A Figura 3.8 apresenta as características básicas da metodologia Blueprint, lembrando que, da mesma forma que as demais metodologias, requer conhecimentos para a sua aplicação, uma vez que exige um pequeno esforço para adequá-la dentro do sistema de TI da organização. Analisando a metodologia na sua forma representativa, segue uma explicação simbólica que pode representar como a ideia estrutural da metodologia funciona: 1. Primeiro nível: trata-se da “evidência física”: representa as interações entre o cliente e a organização, ou seja, as ações executadas pelo cliente, que incluem todas as atividades realizadas pelos clientes como parte do processo; 2. Segundo nível: é chamado de palco (front o�ce): corresponde a ações executadas pelo time da organização em contato visível junto do cliente; 3. Terceiro nível: é chamado de retaguarda (back o�ce): é o ambiente em que ocorrem todas as ações de longo do contato com o cliente, ou seja, preparação, chamadas telefônicas, programações etc.; 4. Processos de apoio: são todas as atividades realizadas por colaboradores cujas funções são primordiais para a conclusão do processo de serviços. Devido à sua maleabilidade no que tange à aceitação de mudanças durante um procedimento de prestação de serviços, por exemplo, esta metodologia vem ganhando espaço. Sua aplicação tem se tornado referência para o planejamento e a programação do fornecimento de serviços. Da mesma forma que o BPM, pode ser armazenado eletronicamente e compartilhado para todos colaboradores para efeito de integração das áreas, com a facilidade de poder ser alterado rapidamente em qualquer processo ou atividade. praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “A melhoria de processos tem várias �nalidades, como: aperfeiçoar o desempenho �nanceiro, a satisfação dos clientes, a e�cácia operacional, a con�abilidade. Para tanto, cada propósito requer que se faça um tipo especí�co de modelo. Daí, a necessidade de identi�car e registrar as oportunidades/expectativas de melhoria extraídas junto aos usuários/clientes para servirem de objetivo do trabalho a ser executado, bem como para justi�carem o apoio da alta administração.” (PRADELLA, 2009, p. 104). Responda: Os diagramas de �uxo de processo, �uxogramas, macroprocessos e mapo�uxogramas são ferramentas utilizadas para se ter uma visão realística da estrutura dos processos e sua atividades. Pode-se dizer então que: Os diagramas são ferramentas usadas apenas para representar desenhos da estrutura de uma organização e são construídos geralmente de forma manual. Mapo�uxograma serve para distribuir mais objetivamente as atividades e os recursos em determinado processo, reduzindo tempo e desperdício de recursos. Fluxos de processos são ideias aleatórias de força de trabalho de uma empresa e devem ser sempre circulares e redundantes para garantir os resultados �nais. Blueprint é um sistema de representação de processos que é caracterizado basicamente pela sua representação em linhas azuis de um diagrama de processos. A melhor alternativa para se avaliar efetividade dos mapas de processos e mapo�uxogramas é analisar de um ponto de vista mais alto dentro do setor de produção de uma empresa. Compreender os processos, como e para que servem, o que representa cada estação de trabalho, as especi�cações de cada parte dos trabalhos, bem como das funções, entradas e saídas e todo o esforço de aplicação dos recursos, é parte fundamental para poder embrenhar em esforços de Fluxograma deFluxograma de ProcessosProcessos aprimoramento dos resultados dos processos, Oliveira et al. (2009 apud Barnes, 2004, p. 79) explica as principais ferramentas e suas aplicações: a) Fluxograma de processo, utilizado para se registrar um processo de maneira compacta, por meio de alguns símbolos padronizados. b) Mapo�uxograma, utilizado para representar o processo em uma planta de edifício ou na própria área em que a atividade se desenvolve. c) Integrated Computer Aid Manufacturing (IDEF), que permite uma análise completa e complexa dos processos por meio de suas entradas, saídas, restrições e interações, empregando a “família”. d) Diagrama sistemático do Uni�ed Modeling Language (UML), criado para desenvolvimento de sistemas de software e adaptado para se modelar sistemas diversos que não os de software. e) Service Blueprint, uma técnica desenvolvida para o mapeamento dos processos de serviços, diferenciando-se dos �uxogramas por considerar o aspecto da interação com o cliente, representando todas as transações que constituem o processo de entrega do serviço, inclusive aquelas atividades de retaguarda. f) Mapa do serviço, uma técnica para o mapeamento dos serviços derivada do Service Blueprint que envolve a gestão do serviço como um todo e não somente o processo de entrega do serviço. Trata-se de uma técnica gerencial para representar cronologicamente as tarefas e atividades realizadas pelo cliente, pelo pessoal de linha de frente e pelo pessoal de suporte no desempenho de um serviço. Segundo os autores Oliveira et al. (2009, p. 80), estas técnicas apresentadas acima englobam todos os serviços de mapeamento de processos. Os �uxogramassão representações que caracterizam início, meio e �m de um determinado processo, considerando que todo processo necessita ter estas três etapas claramente especi�cadas. Os �uxogramas permitem que isso ocorra e que sejam facilmente compreendidas por todos os interessados. Para que se possa empreender em um processo de aperfeiçoamento organizacional, faz-se necessário compreender a organização como um todo e assim seja possível identi�car qual setor ou processos precisa de atenção prioritária. Todo diagrama de processos possui a sua representação grá�ca padrão para que se possa compreender fora dos limites de qualquer empresa. A Figura 3.9 exempli�ca o uso de um �uxograma de macroprocesso de um setor de escritório de gestão de projetos em uma organização: Fluxograma Vertical Na concepção de Chiavenato (2011, p. 179), o �uxograma vertical serve para representar rotinas de trabalho por meio de linhas e de colunas, “[...] que traduzem as diversas tarefas ou atividades necessárias para a execução da rotina.” Abrange, dessa forma, atividades, tarefas, funções e funcionários das operações dentro de um espaço de tempo e espaço dentro da organização. O autor também denomina o �uxograma vertical de grá�co de análise de processo por ser amplamente utilizado na engenharia de processos das empresas de produção. A Figura 3.10 apresenta um exemplo simpli�cado de �uxo de processo vertical utilizado nas empresas para descrever processos gra�camente, facilitando o entendimento de todos sem a necessidade de leitura detalhada das informações. Esta estrutura de �uxo vertical assemelha-se com a estrutura funcional dos organogramas das empresas, isto se dá pela inspiração nas estruturas mais arcaicas da teoria da administração, quando a diretoria se postava acima da estrutura organizacional, enquanto a área produtiva localizava-se na parte inferior da estrutura. Esta visão auxilia na compreensão de início e �m dos processos, atribuindo as principais metas às diretorias da empresa, e não aos seus gerentes, desdobrando-as para os níveis mais baixos até a sua conclusão ou atingimento. Há também outras formas de utilização de mapeamento vertical de processo conhecido como �uxo descritivo de processo. Este torna o mapeamento dos processos da empresa condição obrigatória, em se tratando de estruturação dos procedimentos operacionais, por exemplo, para a realização das atividades cotidianas da organização, da mesma forma que a construção de um organograma é pré-requisito para que uma unidade da empresa exista. Há também outras formas de utilização de mapeamento vertical de processo conhecido como �uxo descritivo de processo. Este torna o mapeamento dos processos da empresa condição obrigatória, em se tratando de estruturação dos procedimentos operacionais, por exemplo, para a realização das atividades cotidianas da organização, da mesma forma que a construção de um organograma é pré-requisito para que uma unidade da empresa exista. Finalizando, é necessário compreender que o objetivo principal da gestão por processos é o aprimoramento dos resultados organizacionais. Para que isto seja alcançado e a gestão por processos sirva como uma forma complementar harmoniosa e colaborativa, deve-se utilizar os diagramas de �uxo vertical de trabalho, pois eles eliminam a necessidade da hierarquia funcional e substituem pela hierarquia de atividade, explanando o quê, como, quando e por quem determinada atividade precisa ser executada. praticar Vamos Praticar Fluxo é uma coleção de atividades em sequência. Os �uxos estão presentes em praticamente todas as esferas sociais e nos ambientes organizacionais; são a forma como as empresas realizam a sua missão. Neste sentido, assinale a alternativa que indique como é chamada a representação dos �uxos. Fluxograma pode ser chamado de diagrama, pois corresponde ao andamento das ações de um dia inteiro. Diagramas são representações das funções dos trabalhadores de uma empresa. Fluxogramas são representações detalhadas das sequências dos processos organizacionais, bem como das suas relações com funções, áreas e setores da organização. Os �uxos podem ter vários sentidos, com total liberdade de ir e vir, assegurados pela constituição nacional. Qualquer diagrama é um �uxograma, pois todas empresas têm diagramas. O mapeamento de processos das organizações pode ser realizado de diversas formas, modelos, abordagens e utilizando uma vastidão de ferramentas de acordo com a expertise de cada analista, combinando a realidade e a necessidade de cada organização. Para que cada vez mais se Notação BPMNNotação BPMN possa atingir resultados melhores que os anteriores, novas ferramentas e formas de utilizá- las surgem ao longo do tempo.No intuito de que sejam aplicadas melhorias nas atividades de mapeamento e para que se permita rápida ação corretiva, inovações são agregadas nas ferramentas que demonstram melhor desempenho. A Association Of Business Process Management Professionals International (ABPMP) fundada nos EUA em 2003, vem cuidando de aprimorar o Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) e o de�ne como “[...] uma nova forma de visualizar as operações de negócio que vai além das estruturas funcionais tradicionais [...]” (ABPMP, 2003, p. 45). Partindo dessa ótica, pode-se compreender que toda atividade executada resultará em uma entrega do serviço ou produto desejado pelo cliente, proveniente de algum processo. A função principal da Business Process Management Notation (BPMN) é suportar BPM, segundo o OMG, fornecendo uma gra�a padrão que é compreensível para os usuários de negócios. Esta simbologia ainda representa a semântica do complexo processo para usuários técnicos e facilita a compreensão dos não técnicos. Utilizando elementos característicos padrão para representar papéis, atividades, entradas e saídas dos processos, a metodologia BPMN tem seu uso ampli�cado para a modelagem de processos de negócios. Campos (2017, p. 5) de�ne processo como “[...] uma sequência de atividades realizadas com objetivo especí�co.” Isso signi�ca que, quando se executam todos os passos necessários de um processo, atinge-se o objetivo esperado dentro do prazo especi�cado. As atividades podem ser executadas por pessoas, atores ou máquinas e, por se tratarem de ações, precisam ser descritas por verbos, exemplo: estudar; analisar; realizar compra; baixar do estoque; emitir guia; enviar e-mail, etc. O autor ainda alerta para equívocos cometidos no momento da descrição das atividades que podem causar falhas posteriormente de entendimento, exemplo: baixa de estoque; impressão de boleto. O mesmo autor esclarece e de�ne a estrutura do BPMN e os denomina “elementos” segundo as suas particularidades, de forma a fornecer clareza nas simbologias e nas suas representações, pois dessa forma qualquer pessoa pode fazer uma leitura clara e assertiva sobre as características do processo, bem como dos passos a seguir e, por consequência, identi�car oportunidades e/ou falhas no desempenho destas atividades, a saber: 1. Piscina (Swimlane): representação utilizada quando o diagrama descreve atividades ocorridas entre duas ou mais áreas de negócio ou participantes, respeitando as suas separações físicas. De�ne “quem faz o quê” colocando os eventos e os processos atribuídos por área ou responsável. 2. Atividade ou tarefa: descrição genérica para toda aplicação de esforço ou trabalho a ser executado. As atividades correspondem às tarefas ou subprocessos. O subprocesso no BPMN é distinguido por uma cruz no centro inferior da �gura, representando um agrupamento de tarefas de um determinado objeto de negócio. 3. Eventos: são ocorrências durante o processo que podem afetar o seu �uxo. São classi�cados por três tipos: start ou início, intermediário e end ou �nal, ou evento mensagem que representa troca de mensagens entre duas atividades. 4. Gateways ou passagens: todo processo administrativo ou de produção passa por momentos de decisão; os gateways são usados para controlar a divergência e a convergênciada sequência de um �uxo e podem ser do tipo inclusivo, exclusivo ou paralelo. 5. Fluxo de sequência ou �uxo de dados: determina a ordem (sequência) de ocorrência das atividades. Para a modelagem de processos, a ferramenta de suporte eletrônico é comumente utilizada por ser de fácil manuseio, vez que é gratuita no nível de usuário individual, permitindo que qualquer interessado possa tê-la em mãos para aprender e praticar. Fala-se do Bizagi Modeler Software, bastante e�ciente e completo, uma aplicação intuitiva, rápida e de fácil uso. É uma ferramenta de suporte totalmente focada no BPMN para criação de �uxogramas e diagramas em geral. Este software permite que os usuários, analistas de negócios e gerentes de produto, designers e desenvolvedores técnicos, arquitetos de sistemas e corporativos usem de forma efetiva todas as facilidades da notação do BPM em sua rotina do dia a dia. Conforme se pode observar, o BPMN está se consolidando como o mais importante padrão de notação grá�ca de processos aberto e editável para desenhar e modelar processos de negócios, entender detalhes técnicos, monitorar e mensurar o negócio através de indicadores de desempenho baseados nas atividades dos �uxos de processos automatizados. A Figura 3.11 exempli�ca uma representação de um processo de vendas, utilizando o BPMN no software Bizagi, para a compreensão e exempli�cação dos elementos, conforme descritos por Campos (2017). Processos e Estrutura Organizacional Ao abordar este tema, é evidente que se caminha para o completo e pleno entendimento das organizações do ponto de vista de processos. É natural, portanto, que, se as tendências contemporâneas sinalizam para essa prática, todas as organizações estejam trabalhando de forma correta no que diz respeito ao melhoramento dos seus resultados, aprimoramento dos lucros, maior satisfação dos clientes e, consequentemente, mais clientes, o que, por sua vez, aumenta a competitividade, assegurando a sobrevivência e a expansão dos negócios das empresas. A utilização do BPM como automação das atividades, indicadores de desempenho, que facilitam a elaboração e a revisão de relatórios, sugere, muitas vezes, mudanças nos objetivos e modi�cações na estrutura organizacional, o que tem sido uma realidade cada vez mais comum. A BPM é reconhecida como uma magní�ca ferramenta de análise e melhoria nos processos, atende aos objetivos de ser um meio de iniciático das transformações no mundo dos negócios. A busca pela excelência dos processos é uma característica notável e necessária a uma organização para sobreviver e ter sucesso no mercado atual. Quando a maturidade na gestão dos processos começa a dar os seus primeiros frutos, e o BPM “rodando direitinho”, torna-se necessária a criação de mecanismos mais amplos de governança consolidada para orientar as ações de gestão dos processos de todo o negócio. Conhecida como Business Process Management O�ce (BPMO), a governança estrutural zela por diretrizes e regras para conduzir as ações de BPM, ditando regras, responsabilidades e os responsáveis pelas ações. Dessa forma, torna mais sólido e e�caz o alinhamento estratégico entre a gestão dos processos e os do negócio. Também conhecidos como "centro de excelência de processos", muitas empresas estão criando grupos de especialistas para fornecer à organização modelagem, análise e desenho de processos de forma mais padronizada e a aplicação das “melhores práticas”, que nada mais são do que lições aprendidas de outros processos ou de benchmarking externo na melhoria dos processos como um todo. Além de conhecimento especializado de processos, este grupo atua como uma consultoria interna. De acordo com o nível de maturidade na gestão de processos que uma organização vai adquirindo, ela tende a estruturar um BPMO, supervisionar e suportar o seu portfólio de processos para alinhar, priorizar e autorizar esforços de transformação. Um escritório de gerenciamento de processos de negócio possui uma visão holística da organização, de todos os seus processos, suas estratégias, expectativas de negócios e da sua visão de longo prazo. Relatório de Diagnóstico Todo esforço que se precede dentro de uma organização tem um objetivo principal: tornar os resultados organizacionais mais proveitosos e aprimorados quando comparados aos resultados do estágio de partida do projeto. A maturidade na gestão dos processos de uma organização é o resultado de grande esforço nesse sentido, que tem por critério o envolvimento de todos os que participam do processo num esforço conjunto de melhoria contínua Os relatórios servem obviamente para fornecer dados analisáveis sobre o que se pretende estudar. Neste caso, os relatórios de diagnóstico de processo trazem informações sobre como estão os resultados versus o esperado e quão madura a organização está na gestão de seus processos. Quando a alta direção de uma empresa decide por investir em um diagnóstico de processos, é sinal de que está focada na melhoria dos seus resultados organizacionais. Vale ressaltar que diagnosticar nada mais é que investigar as variáveis versus os padrões estabelecidos e a validade destes padrões, se não relatar e apontar observações acerca de pontos de falhas e/ou de melhoria em especí�cos. A partir desta análise, os gestores obtêm maior conhecimento, controle e orientação acerca do que se passa internamente na organização que mereça atenção especí�ca, uma vez que o diagnóstico no processo produtivo é de fundamental importância para promover o crescimento. E a�nal, qual é a razão de se realizar um diagnóstico de processos organizacionais? É preciso conhecer minuciosamente os processos que possibilitam comercializações, construções, contratações e até os próprios processos de melhorias. Compreender os processos organizacionais é essencial para não desperdiçar tempo nem dinheiro, que são os recursos mais importantes de uma empresa. A relevância de um diagnóstico de processos vai muito além de se conhecer melhor a organização como um todo; o diagnóstico de processos também possibilita enxergar problemas existentes e problemas potenciais, enquanto aponta soluções simples, rápidas e e�cientes. O nível de detalhamento e profundidade de um diagnóstico depende dos objetivos da organização. Destaca-se, porém, que pode ser feito um diagnóstico preliminar menos profundo para averiguar melhor as necessidades da organização, antes de partir para um mais abrangente a �m de saber, de forma de�nitiva, como estão se desenvolvendo os processos internos. O diagnóstico de processos deve servir também como um agente de mudanças, como um instrumento que leve em consideração os diferentes aspectos organizacionais, assim como a cultura, para uma análise mais imparcial e direta. Na execução de um diagnóstico de processo organizacional, alguns pontos podem e devem ser questionados, por exemplo: a) As metas estão claras e bem de�nidas? Elas são indispensáveis motivadoras de processo; nenhum empreendimento evolui se não possui qualquer estruturação direcionada ao crescimento. Estas metas estão sendo atingidas? Números soltos não motivam, nem engajam ninguém. b) Como está o processo de trâmite de informação? Isto acontece quantas vezes até que um processo seja realizado com sucesso? A falta de informação, a falta de clareza ou informação incompleta é um grande vilão dos processos. Quanto maior o número de mãos pelas quais uma informação percorre, pode signi�car perda e retrabalho de informação, causando riscos de ine�cácia, que tem como consequência a lentidão e a sujeitção a erros e falhas. Quem nunca ouviu falar no telefone sem �o! Pelas mesmas razões, no próprio BPM é realizado diagnóstico para a compreensão da efetividade das práticas atuais de BPM realizadas na organização. Isto é feito por meio da análise de processos-chave já modelados/implantados e da análise da aderência das práticas dentro da organização aos seus objetivos estratégicos. Como resultado destas análises, são detectados os pontos fortes e fracos nas práticas adotadase oportunidades de melhoria baseadas nas melhores práticas consolidadas pela comunidade de BPM. reflitaRe�ita “Algo que devemos ter em mente, em se tratando de melhorias, é a simplicidade. Soluções simples, implementação rápida e fácil, simpli�cação das atividades e processos, tudo isso deve estar no horizonte quando pensarmos nas oportunidades a serem exploradas. Quanto mais simples de compreensão e execução forem as atividades, menor a possibilidade de falhas e erros.” Fonte: Silva (2015, p. 65). praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “BPM é uma disciplina de gerenciamento e um conjunto de tecnologias que provê suporte ao gerenciamento por processos. Uma convergência de tecnologias de �uxo de trabalho, integração de aplicações corporativas, gerenciamento de documentos e conteúdos, gerenciamento de regras de negócio, gerenciamento de desempenho e lógica, entre outras [...]” (CBOK, 2009, p. 11). Devido à competitividade e à necessidade de se manter as organizações em sintonia com as novas tecnologias com o mercado e assegurar a melhor performance, as organizações têm utilizado técnicas de mapeamento dos seus processos com a perspectiva de melhoria e, consequentemente, a sobrevivência organizacional. Nesse sentido, assinale a alternativa que indique qual o objetivo principal da aplicação desse esforço. Identi�car e avaliar os processos tais como são realizados e validar um modelo que subsidie a posterior de�nição da proposta de melhoria dos macroprocessos. Avaliar os processos como estão sendo realizados e validar um modelo que sirva de base à organização na tomada de decisão, visando à melhoria contínua dos seus processos. Avaliar os processos e validar um modelo que subsidie a tomada de decisão, visando ao redesenho de todos os processos organizacionais. Identi�car e avaliar os processos como são realizados e validar um modelo que sirva de base para posterior tomada de decisão, visando ao alinhamento dos processos, aos objetivos e estratégias da organização. Identi�car e avaliar os processos tais como são realizados na organização e validar um modelo que subsidie a de�nição da proposta de melhoria de todos os processos organizacionais. indicações Material Complementar LIVRO Gestão e Melhoria de Processos: Conceitos, Técnicas e Ferramenta Leandro Costa da Silva Editora: Brasport ISBN: 978-85-7452-749-9 Comentário: Um bom exemplo da aplicação de ferramentas nos esforços de “gestão da melhoria contínua”, compreendendo o complexo ambiente organizacional, de forma simples e e�caz. FILME Tempos Modernos - Charlie Chaplin Ano: 1936 Comentário: Este clássico �lme, que foi previamente utilizado como ilustração para o novo sistema de produção conhecido hoje em dia como “Fordismo de Taylor”, mostra, na perspectiva de hoje dos processos, uma visão muito clara de �uxo de processos errôneos que submetem uma organização ao fracasso. Uma crítica bem- humorada sobre processos obsoletos que não agregam valor ao produto �nal. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível em: T R A I L E R conclusão Conclusão Todas as abordagens, ferramentas e técnicas estudadas têm um objetivo comum: melhorar os resultados organizacionais. O diagnóstico, consequentemente, o mapeamento e, como resultado, a modelagem dos processos organizacionais proporcionam oportunidades para se conhecer uma organização e suas particularidades. As representações grá�cas são caminhos necessários para o atingimento dessa compreensão e posteriores ações de correção e/ou melhoria de processos. Os diagramas de �uxo de processos, macroprocessos e mapo�uxogramas estão presentes e disponíveis para todas as ações de melhoria dentro das empresas, além do que todos os envolvidos devem utilizar estas formas grá�cas para repassar informações a �m de registrar e analisar as características de cada processo. Deve-se selecionar um tipo de ferramenta considerando o tamanho da empresa, o tipo de mercado e quais objetivos estão na mira dos esforços de melhoria, utilizando de benchmarking, visto que todas as ferramentas já foram testadas em diversas organizações e que se pode alcançar os melhores resultados em níveis ainda maiores. referências Referências Bibliográ�cas CBOK. Guide to the Business Process Management Body of Knowledge. 1. ed. Brasília, 2009. CAMPOS, A. L. N. Modelagem de processos com BPMN. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2017. (Ebook Kindle). CAMPOS, V. F. TQC: controle da qualidade total no estilo japonês. 9. ed. Belo Horizonte: Falconi, 2013. CHIAVENATO, I. 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