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1 UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS COMUNICAÇÃO – ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS VÍNCULO PROCESSOS ORGANIZACIONAIS SÃO PAULO 2021 2 YARA PEREIRA DOS SANTOS – C306HC-0 YNGRID PEREIRA DOS SANTOS – C308ED-0 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS VÍNCULO PROCESSOS ORGANIZACIONAIS ATIVIDADES PRATICAS SUPERVISIONAIS – APS PIPA III – TRABALHO APRESENTADO COMO EXIGÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DO 3º SEMESTRE DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE PAULISTA. (DEPENDÊNCIA) SÃO PAULO- SP 2021 3 SUMÁRIO - Resumo .............................................................................................4 - Introdução ........................................................................................ 5 1.0 A Visão Organizacional .............................................................. 6 1.1- Departamental ................................................................................7 1.1.2 A visão de processos ...................................................................9 1.1.3 Tipos de processos ......................................................................10 1.1.4 Vantagens da visão por processos ..............................................11 1.1.5 Gerenciar os processos para agregar valor.................................12 2.0 Identificação por processos organizacionais .............................13 2.1 Macroprocesso ...............................................................................15 3.0 –Modelagem e análise PO............................................................. 20 3.1- Descrição dos processos organizacionais chave ............................22 3.1.2 –Modelo de processo.....................................................................24 3.1.3- 5 benefícios da modelagem de processos....................................25 3.1.4- Análise de processos organizacionais .........................................26 3.1.5 –O que é análise de processos organizacionais ...........................26 3.1.6- Quando fazer análise de processo............................................... 27 4.0 –Avaliação e desempenho de processos organizacionais.........28 4.1 Os indicadores de desempenho de processos.................................30 5.0- Aperfeiçoamento do PO conceitos básicos................................31 5.1- Análise e modelagem de processos................................................32 6.0 Aperfeiçoamento de PO modelagem ............................................36 6.1- Análise e modelagem de processos................................................ 39 7.0- Normalização de PO ......................................................................41 7.1- NBR Isso 9001:2008........................................................................42 8.0-A ISO 9001 e abordagem de processos .......................................44 Considerações finais ................................................................................45 Referências ...........................................................................................46 4 RESUMO O presente trabalho trata-se de um estudo sobre as organizações, relacionando de forma descritiva, variados tipos de vínculos de processos organizacionais, que são ferramentas utilizadas para empresa. O conhecimento dos vínculos dos processos organizacionais permite que os administradores de empresas dominem técnicas racionais e intelectuais, para a condução de um modelo de gestão qualificado e objetivo, de maneira que seja possível descreve-la, explica-la e controla-la. Esta pesquisa tem como objetivo geral, descrever o que é um vínculo de processos organizacionais, envolvimento com os seus projetos e objetivos, assim como o comprometimento com seus problemas, políticas, desempenho e resultados. . 5 INTRODUÇÃO . Processo organizacional é qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Os processos fazem para um cliente interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados concretos. Um processo consiste em um conjunto de tarefas executadas sequencialmente com a finalidade de gerar um resultado identificável, que pode ser um bem, um serviço, dados, ou informações. O resultado do processo é sempre direcionado a um cliente seja ele interno ou externo que é quem define e avalia o resultado. Processo é um conjunto de atividades sequenciais que apresentam relação logica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos da empresa. 6 1.0 A Visão Organizacional A visão organizacional é a situação em que empresa deseja estar em um período de tempo definido. Representa, portanto, aonde ela quer chegar, seu objetivo principal e o que deseja alcançar a curto, médio e longo prazo. Ao identificar e moldar a visão organizacional, o processo decisório em todos os níveis da empresa fica menos complicado. E os administradores tem papel central no manejo de uma cultura orientada a uma visão ética e sustentável de negócio. A visão organizacional diz respeito ao proposito e a ideologia da empresa, ou seja, algo que define sua direção e orientar a forma pela qual ela interage com os seus mais variados grupos de interesse. A visão organizacional define o que a organização deseja ser no futuro, ou seja, o que ela vislumbra atingir em termos de ambições no mercado. A visão descreve um cenário futuro que identifica todas as aspirações organizacionais, alinhadas em um clima de sinergia e comprometimento para o alcance dos objetivos futuros. Ao se definir com clareza onde se pretende chegar, a empresa pode controlar e ajustar os desvios ao longo do caminho, independente das dificuldades que venham a surgir. Por isso diz-se que a visão organizacional é vista como a direção, ou seja, o seu verdadeiro rumo. As organizações podem também ser agrupadas por processos, compreendendo- se que a cada tarefa afeta o resultado final e que uma tarefa influencia ou depende da outra. Para entregar um produto, este precisa estar disponível e em perfeitas condições, isto é, deverá ter sido fabricado, ter tido suas peças compradas e ter passado por um projeto que, supõe-se, atenda aquilo que o cliente solicitou. Burns e Stalker (1961) estudaram os métodos e os processos administrativos que vigoram em diversas organizações. Concluíram que, conforme eram administrados, eles poderiam ser classificados em dois tipos ou sistemas: Sistema Mecanicista: Caracterizado por processos bem definidos, pessoal especializado, integração vertical (chefe, subchefe,etc), controle facilitado, sistema fechado e estrutura burocrática; Sistema Orgânico: Caracterizado pela transformação constante e pelas decisões fazendo parte de todos os níveis, além de contar pessoal com conhecimento generalizado e um sistema aberto e desburocratizado. 7 1.1- Departamental Conforme Paludo (2012), a globalização e as inovações tecnológicas trouxeram diversas mudanças nas organizações, exigindo que as mesmas se adaptem e evoluam para os padrões mundiais de produção de bens e serviços. Caracterizado por processos bem definidos, pessoal especializado, integração vertical (chefe, subchefe, subordinados, etc.), controle facilitado, sistema fechado, estrutura burocrática. O mecanismo é uma característica da chamada administração cientifica, em que as organizações eram vistas como um arranjo rígido, construídas a partir de um projeto e montadas como peças mecânicas. A máxima eficiência ara procurada através da avaliação pormenorizada do seu funcionamento. O lado humano, as emoções e os relacionamentos eram ignorados. As pessoas eram consideradas preguiçosas e ineficientes e precisavam ser controladas e estimuladas financeiramente para que cumprissem suas obrigações. O modelo gestão mecanicista é o modelo ideal para as organizações que tem a produção em série como sua meta principal, quer seja no setor primário, secundário ou terciário. Este modelo de gestão é o mais indicado quando a precisão, a segurança e a responsabilidade são valorizadas. Malamut (2005) faz uma comparação de visão departamental x visão de processos. Dizendo que o pensamento por processo é uma orientação gerencial para Agir pro ativamente na identificação de oportunidades de melhoria nos processos; Aplicar conceitos de processos na solução de problemas organizacionais; Atingir ganhos com transferência de conhecimento e do pensamento por processos para funcionários, clientes e parceiros. A visão por processo procura entender ``o que precisa ser feito e como faze- lo``. Nela, as tarefas não são definidas exclusivamente em função dos departamentos da organização. Ao se decidir o que precisa ser feito, tem-se em mente as atividades que agregarão valor para a organização sem se preocupar inicialmente em saber qual o departamento que se executará. Conforme mostrado abaixo, um processo pode cruzar departamentos e solicitar serviços de cada um deles dependendo da atividade a ser executada. Harrington solicita especial atenção aos ``4 Rs`` que podem prejudicar uma empresa com visão departamental: Recursos: Exige uma quantidade limitada de recursos disponíveis, e os processos atuais devem continuar a operar, enquanto são aperfeiçoados. Frequentemente, isso significa que um novo processo, vai operar em paralelo 8 com o antigo, para verificação do novo. Não crie sobrecargas não administráveis. Retornos :Avalie com cuidado o retorno potencial para a organização. O processo reduzirá os custos, tornará a organização mais competitiva, criará uma vantagem comercial. Riscos: Normalmente, quanto maior for a necessidade de mudanças, maior será o risco de fracasso. Mudanças profundas são sempre acompanhadas de grandes resistências. Atividades inovadoras são aquelas que geram o maior retorno, mas também são as mais propensas ao fracasso. Recompensas: Quais são as recompensas aos empregados e para os membros da equipe que trabalharão no aperfeiçoamento do processo, em quanto a qualidade de vida deles vai melhorar, essa atribuição cria novos desafios e possibilidades de desenvolvimento. Duas Características correspondem a processos (tarefas) bem definidos que implicam facilidade de controle, pois sabe-se que esperar, e domínio das atividades por parte executante, que as repete constantemente. Por outro lado, num mundo cada vez mais sem fronteiras, cada vez mais competitivo e no qual novas situações surgem a cada momento, aparecem novas formas de execução das tarefas, o que dificulta a organização com visão departamental. Entre os funcionários da corporação, há sempre o pessoal especializado que, por ser profundo conhecedor do que deve ser feito, ter mais dificuldade para ajustar (mudar) o que faz. Uma característica do sistema mecanicista é a integração vertical: cada um possui apenas um chefe direto, não sendo permitida a comunicação direta com outros departamentos, o que, quando envolve mais de um departamento, leva a um maior morosidade no processo de decisão, além de implicar também uma maior possibilidade de erros de comunicação entre departamentos, pela existência de muitos filtros (chefias) no processo, tendência de os custos serem mais altos por não haver integração das atividades desenvolvidas na organização, e descomprometimento com o atendimento ao cliente, uma vez que cada departamento tem duas próprias regras e controles voltados para seus próprios resultados, os quais, geralmente, não estão relacionados ao suprimento das necessidades do cliente, seja ele interno ou externo. Ao adotar esse tipo de gerenciamento, percebe-se que organizações pequenas, em fase inicial de crescimento e desenvolvimento focadas num mercado local, podem se sair bem durante algum tempo, mas para fazer frente ao mundo globalizado, em constante mutação que exige sempre novas formas de executar tarefas, o sistema mecanicista de administração (de visão departamental) se mostra insuficiente ou até mesmo inadequado. 9 1.1.2 A Visão de Processos O que é um processo Segundo Harrington (1993, p10), processo é qualquer atividade que recebe uma entrada (imput), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados concretos. O processo de fabricação recebe como entrada uma solicitação do cliente e matéria- prima segundo as especificações do produto e gera o produto solicitado pelo cliente. Segundo Malamut (2005), a visão por processo procura entender o que precisa ser feito e como fazê-lo. Nela, as tarefas não são definidas exclusivamente em função dos departamentos da organização. Ao se decidir o que precisa ser feito, tem-se em mente as atividades que agregarão valor para a organização sem se preocupar inicialmente em saber qual o departamento que as executará. A visão de processo da a empresa uma compreensão mais clara da sua eficácia na satisfação das necessidades do cliente e também na realização do seu trabalho (Leal; Pinho; Corrêa, 2005.p.4). Os autores afirmam que uma das razões para se executar uma análise do processo está no fato de poder reduzir custos, tempos de ciclos, promover a melhoria da qualidade do processo dentre outros esforços. A organização orientada por processos pressupõe que as pessoas trabalham de forma diferente. Em lugar de trabalho individual e voltado para tarefas, a organização por processos valoriza o trabalho em equipe, a cooperação, a responsabilidade individual e a vontade de fazer o trabalho melhor (Gonçalves, 2000b, p 11). Ou seja, os processos são organizados de forma que todos os funcionários entendam e se responsabilizem pela execução dos mesmos criando um vínculo para o alcance dos objetivos organizacionais. A visão por processo é conhecida desde a época medieval com a atuação dos artesãos responsáveis por todas as etapas do processo de produção.Com o advento da revolução industrial e da administração cientifica, ocorreu a produção em escala e a divisão do trabalho criando assim a especialização e a necessidade de coordenar lateralmente: comunicação + atividades. Esta lógica da divisão do trabalho produziu organizações funcionais, estas organizaçõestem por objetivo a otimização dos indicadores de desempenho departamental em que as atividades, indicadores e efeitos resultam numa distorção de percepção. Nordsieck 1934, e Gaitanides, (1983), destacam que a visão de processos está presente nos estudos organizacionais alemães desde a década de 30 com o conceito de `` ablauforganisation`` (organização por processos a qual consiste na estruturação por processos dos potenciais organizacionais (Corsten, 1996). A ideia central por trás da visão de processos é a de que as empresas são tradicionalmente organizadas por meio de funções organizacionais (departamentos e unidades), 10 através dos quais fluem os processos criadores de valor, Tal visão funcional exige o gerenciamento das diversas interfaces entre as funções, causando perdas de tempo e aumento de custos nos processos de negócios merecem a atenção prioritária dos esforços gerenciais, com as diferentes funções cumprindo um papel de apoio. Um processo de negócio típico é o desenvolvimento de novos produtos, o qual flui normalmente através das funções de pesquisa de desenvolvimento, manufatura e marketing, por exemplo. De acordo com Rohm (1998), cada visão orientada por processos apresentada por pesquisadores ou empresas de consultoria pode ser enquadrada entre a melhoria de processos (Business Process improvement – Harrington, 1991) e a Reengenharia de processos (Process Reengineering –Hammer e Champy, 1994), as quais podem ser consideradas como abordagens limites do gerenciamento de processos. Além disso, a orientação por processos está também por trás de outros conceitos, como produção enxuta, organização horizontal e redes organizacionais, por exemplo (Waltert, 1999). A melhoria de processos envolve basicamente as mesmas ideias do Kaizen japonês, consistindo na otimização continua dos processos existentes, em geral por mio de técnicas de gestão da qualidade, tais como controle estatístico do processo. 1.1.3 Tipos de Processos Existem três categorias básicas de processos organizacionais: os processos de negócio (ou de cliente ou produtivo) são aqueles que caracterizam a atuação da organização e que são respaldados por outros processos internos, resultando no produto ou serviço que é recebido por um cliente externo, os processos organizacionais ou de integração organizacional são centralizados na organização e viabilizam o funcionamento coordenado dos vários subsistemas da organização em busca de seu desempenho geral, focalizados nos gerentes e nas suas relações (Gavin 1998) e incluem as ações de medição e ajuste do desempenho da organização. Exemplos de processos produtivos (de negócio ou cliente): Vendas; Desenvolvimento de produtos; Distribuição; Cobrança; Atendimento de pedidos; Atendimento de garantia; Fabricação; Manutenção de máquinas 11 Exemplo de processos organizacionais: Planejamento estratégico e tático; Orçamento organizacional; Recrutamento e seleção; Compras; Treinamento operacional; Armazenamento Exemplo de processos gerenciais: Fixação de metas; Avaliação do resultado da organização; Gestão integrada; Destinação de recursos. 1.1.4 Vantagens da visão por processos A representação da organização como um conjunto de processos é uma maneira mais intuitiva e natural de compreende-la. Ao se orientar por processos, a organização estará trabalhando de forma holística, integrada, considerando todas as dimensões do seu negócio e poderá utilizar, não mais de forma isolada, todos seus esforços para adquirir diferenciais e vantagens competitivas. As principais vantagens potenciais, associadas a visão por processos de uma organização são: A organização passa a ser direcionada aos clientes; As atividades passam a ser melhor coordenadas e integradas; Possibilidade de tempos de respostas menores; Permitem que a organização antecipe e controle as solicitações do mercado; Auxiliam a organização a gerenciar integradamente seus inter- relacionamentos; Possibilitam uma visão sistêmica das atividades da organização; Possibilitam a prevenção de erros; Permitem o desenvolvimento de um sistema integrado de avaliação, considerando todo o negócio; Possibilitam maior satisfação com o trabalho aos colaboradores, pela maior interação e participação no dia a dia da organização. 12 1.1.5 Gerenciar os Processos para agregar valor a Organização Gerenciamento de Processos de Negócio é um conjunto de práticas que tem por objetivo otimizar os processos de negócio para aumentar os resultados da organização e gerar valor aos clientes. O Gerenciamento de Processos de Negócio é frequentemente referenciado como BPM (Business Process Management) ou Gestão de Processos de Negócio. O gerenciamento de processos de negócio, portanto, é uma disciplina gerencial. Ou seja, NÃO É uma metodologia nem uma ferramenta! Pelo contrário, o gerenciamento de processos de negócio decide quais são as melhores formas de aplicar metodologias e ferramentas na gestão de processos. Para isso, ele se baseia nas melhores práticas. Trazer essa definição é muito importante para compreender de verdade o que é gerenciamento de processos de negócio, pois a forma como os processos são geridos está ligada ao que se define como processo de negócio. Além disso, é importante destacar o conceito de ponta a ponta, que resume a principal ruptura que o BPM trouxe em relação ao gerenciamento de processos de negócio do passado. Processo Ponta a Ponta: Processo Ponta a Ponta é aquele que reconhece que os processos são construídos a muitas mãos e, portanto, envolve vários departamentos. O gerenciamento de processos de negócio moderno deixou de lado a velha história de processos por setores e passou a enxerga-los como processos que cruzam várias áreas de negócio. Isso porque os processos possuem o objetivo de gerar valor ao cliente. Então, eles dificilmente vão estar vinculados exclusivamente a um único departamento. Para o cliente não faz muita diferença saber qual foi o setor que errou no processo, ele deseja obter a entrega de valor prometida. https://www.euax.com.br/2015/06/bpm-business-process-management-o-que-e/ https://www.euax.com.br/2019/04/gestao-de-processos/ 13 2.0 Identificação por processos organizacionais Mintzberg (1983) entende a estruturação como um processo de desenho, em que os elementos que influenciam a divisão do trabalho e com os mecanismos de coordenação desta divisão de trabalho são dispostos e combinados. Esses elementos são denominados de parâmetros de desenho. Os parâmetros de desenho são dispostos e combinados para modelar uma nova estrutura por meio de sua combinação como é parte integrante da mesma. Assim, Mintzberg (1983) também denomina esses parâmetros de desenho de nove componentes básicos de estrutura organizacional são eles: Especialização do trabalho, formalização do comportamento, treinamento e doutrinação, agrupamento das unidades, tamanho das unidades, sistema de planejamento e controle, dispositivos de ligação, descentralização vertical e descentralização horizontal. Segundo Tachizawa e Scaico (1997) a metodologia de padronização de processos tem como objetivo a análise, racionalização e padronização dos processos. Sendo assim devem ser observadas as sete etapas a seguir: Etapa 1- Identificar os processos chave da empresa; Etapa 2- Estabelecer por processos de forma completa; fornecedores, insumos, produtos e clientes; Etapa 3- Elaborar e analisar a matriz de responsabilidades do processo; Etapa 4- Estruturar indicadores por tarefas prioritárias; Etapa 5- Elaborar procedimentosoperacional para cada tarefa que compõe o processo; Etapa 6- Efetivar a implantação dos processos, padronizados; Etapa 7- Monitorar e acompanhar a operacionalização do processo por meio de auditoria. Fernandes (2008) ressalta que o processo identificatório tem sido investigado por várias áreas do conhecimento, que sempre destacam, numa perspectiva pessoal ou social, as relações das pessoas com os outros, com os grupos, com as organizações e com as nações. Entre essas várias perspectivas, neste estudo nos interessa a que enfoca as relações das pessoas com as organizações. Nesse sentido, Fernandes et al. (2009, p. 688) ressaltam que o entendimento deste processo possibilita compreender. Pode-se dizer que a identificação organizacional é apenas uma das possíveis formas de identificação social, ou seja, os indivíduos passam a se autodefinirem como membros de uma organização (Ashforth & Mael, 1989; Dutton et al., 1994). Portanto, um indivíduo sente-se identificado com a organização da qual faz parte quando incorpora os atributos desta em seu autoconceito. A organização, entendida como categoria social, é vista como possuidora de um conjunto de atributos ou características que seus membros internalizam como seus, criando um importante vínculo dos empregados com a organização. Dutton et al. (1994, p. 39) afirmam que 14 a identificação organizacional é "o grau em que um membro define a si mesmo pelos mesmos atributos que ele ou ela acredita que define a organização". A identificação não deve ser confundida com comprometimento organizacional na medida em que envolve vínculos cognitivos e afetivos e descreve a relação do indivíduo com a organização em termos de autoconceito (Pratt, 1998; Ashforth et al., 2008). Para os autores, o comprometimento está associado a variáveis atitudinais como a satisfação no trabalho, enquanto a identificação está relacionada às variáveis que sugerem atratividade, distintividade e destino compartilhado com a organização. As definições de identidade e identificação se aproximam em vários momentos, cabendo, portanto, uma diferenciação. Identidade é essencialmente o conjunto de crenças ou significados que respondem à pergunta "quem sou eu?" (Mead, 1967), e a identificação refere-se a quem é o indivíduo em relação ao outro ou aos outros (Pratt, 1998). É por meio da identificação que os indivíduos se reconhecem como distintos uns dos outros, sendo capazes de contestarem, argumentarem e compreenderem a vida social. Na visão de Ashforth e Mael (1989), a identificação pode ser definida como o reconhecimento, a manifestação de afinidades e a atração que é oriunda de um processo de internalização e incorporação de crenças, valores e atitudes de um grupo social. Complementando, Pratt (1998) afirma que a identificação é um processo no qual as crenças dos indivíduos sobre uma entidade ou organização são tomadas como suas referências ou definição de si. Entretanto, como afirma Pratt (1998), a questão de como ocorre a identificação organizacional ainda tem recebido pouca atenção. Vários pesquisadores têm proposto que os membros fazem diversos tipos de comparações de "identidade" e que essas comparações afetam suas atitudes e comportamentos em relação à organização (Ashforth & Mael, 1989; Pratt, 1998; Dutton et al., 1994; Ashforth et al., 2008). Quanto maior o nível de congruência resultante desse processo de comparação, maior o nível de identificação do sujeito. Segundo Foreman e Whetten (2002), esse processo de comparação de identidade tem sido operacionalizado de duas maneiras: 1. a avaliação do indivíduo sobre as crenças e os valores dominantes na organização com base na sua própria autodefinição (Ashforth & Mael, 1989); ou 2. a comparação entre as percepções dos próprios membros do que é a identidade dominante da organização (real) com o que eles preferiam que fosse (ideal). Em ambos os modelos de identificação referidos, o processo de comparação implícita ou explícita da identidade envolve um componente de avaliação e a intenção dos membros do grupo em reduzir a dissonância entre as percepções sobre "quem sou eu" e "quem nós somos" (Foreman & Whetten, 2002). Segundo Pratt (1998), o processo de identificação está associado a quatro aspectos fundamentais: segurança psicológica, afiliação, autovalorização e significado. Por segurança psicológica entende-se que a identificação serve como um mecanismo de imitação que os indivíduos se utilizam para solucionar suas próprias inconsistências emocionais. Por sua vez, a ideia da afiliação está vinculada à necessidade que as 15 pessoas têm de se perceberem como membros de um grupo para evitarem o sentimento de solidão. Com o intuito de se autovalorizar, um indivíduo procura imitar o comportamento de outro ou outros indivíduos que, na sua visão, são importantes para seu engrandecimento, gerando um autoconceito positivo. Por último, entende- se como significado a busca que o indivíduo faz por valores de referência, que possam trazer uma razão para sua vida, incorporando-os a suas atitudes. Assim, podemos dizer que a identificação é o nível de congruência entre percepções, expectativas e necessidades dos indivíduos. Quanto maior o nível de congruência, maior a intensidade com que os indivíduos se identificam. Alguns estudiosos denominam estas variabilidades dimensões expandidas de identificação que se configuram em super identificação, desidentificação, identificação ambivalente ou conflituosa e identificação neutra ou apática (Dukerich et al., 1998; Kreiner & Ashforth, 2004) 2.1 Macroprocesso Tomando por referência a representação do sistema de gestão de qualidade definida pela NBR ISSO 9011: 2008, observamos as principais macroprocessos organizacionais: 16 Considerando os macroprocessos apresentados, consegue-se perceber seu desmembramento em processos: Para a realização do produto, necessita-se da integração dos processos de marketing, vendas e de produção; A gestão de recursos abrange os processos financeiro, de transporte, de materiais e de recursos humanos; É responsabilidade da administração a gestão administrativa; Para o atendimento aos stakeholders ou as partes interessadas em qualquer negócio, acionistas, proprietários, clientes, colaboradores, fornecedores e sociedade. É necessário acompanhamento contínuo de todos os processos através de medições, análises dos resultados e propostas de aperfeiçoamento. Pode se representar o fluxo dos processos organizacionais conforme a seguir: 17 3.0 Modelagem e Análise de PO Modelagem de Processos de Negócio ou Business Process Modeling é a representação dos processos de negócio de uma organização, com o objetivo de documentar, entender e analisar os processos, permitindo a transformação e a automatização. Através da diagramação de processos é possível obter uma visão lógica das atividades e mostrar, de forma simples e intuitiva, como o trabalho é (ou deve ser) feito em uma empresa. A modelagem de processos pode resultar em um diagrama, mapa ou modelo, conforme o grau de detalhamento necessário ao objetivo da modelagem. Em alguns casos, um diagrama simples, como o fluxograma, pode dar conta do recado. Mas, em outros, quando o nível de complexidade é maior, exige-se um modelo mais completo. Diagrama, mapa e modelo são termos normalmente utilizados como sinônimos, mas não é bem assim. Cada um dos termos representa diferentes estágios de desenvolvimento do processo, agregando mais ou menos informação no diagramação do processo. A representação gráfica de como os processos são feitos denomina-se fluxograma. Os fluxogramas são um importante instrumento para a compreensão e a avaliação de como os processos são realizados, indicando sua sequência,analisar se ela é a que representa a melhor forma de desenvolver o processo, considerando sua eficiência, eficácia e flexibilidade, se as pessoas (em suas funções) que participam do processo são as mais adequadas, e observar se existe duplicidade em sua execução ou se há tarefas dispensáveis. A partir da identificação das oportunidades de melhoria ou inadequações dos processos, pode-se propor melhorias (otimizações) ou mudanças nesses processos. Ao se montar um fluxograma, deve-se ter em mente que o nível de detalhamento deverá ser aquele necessário para o bom entendimento do processo e, principalmente, deve-se considerar a quem ele se destina ou quem o utilizara-lo (aquilo que é óbvio para alguns não o é para outros). Principais vantagens do uso do fluxograma para representar um processo: Identificação fácil de duplicidade de tarefas, de tarefas desnecessárias e que podem ser fundidas; Percepção da melhor sequência das tarefas a serem executadas; Facilidade de compreensão do processo, principalmente em condições de treinamento; Permite a visão holística (sistêmica) dos processos, representada pelo fluxograma do macroprocesso Para que os fluxogramas apresentem um processo, é necessário: 18 A definição do que será representado (processo de compras, processo de escovar os dente, processo de estudar, processo de armazenamento, etc); A definição de onde começa e termina o processo em questão; Que se identifique cada uma das tarefas que compõem o processo; Que se identifiquem os registros (formulários, instruções, normas) utilizados no processo. Tipos e padrões de fluxogramas Existem várias formas de representar graficamente um processo. Serão apresentadas três delas, as mais comumente encontradas nas organizações: diagrama de blocos, que fornece uma visão geral do processo; fluxograma padrão do American National Standards Institute (Ansi), que apresenta o processo de forma mais detalhada, considerando seus inter- relacionamentos; fluxograma funcional, que apresenta o fluxo do processo entre organizações ou áreas, considerando os responsáveis pelas tarefas apresentadas. Diagrama de blocos: Um diagrama de blocos é a representação mais simples de um processo. É o mais simples dos fluxogramas, indicado apenas as atividades realizadas sem diferenciá-las por tipos; - Utilizado para umas visualizações rápida do processo; - Pode ser horizontal ou vertical; - Devem ser utilizadas frases curtas que identifiquem as atividades realizadas. Exemplo: 19 Fluxograma funcional Um fluxograma padrão Ansi apresenta uma representação detalhada de um processo, mais rica que aquela dada por um diagrama de blocos. Normalmente, o diagrama de blocos é usado como ponto de partida, um rascunho do processo a ser representado. Já no fluxograma funcional, pode-se apresentar um processo no nível de detalhamento desejado/necessário. Embora esse tipo de fluxograma tenha vários blocos para representar as diferentes atividades de um processo, este pode ser representado pelo conjunto dado a seguir: 20 O fluxograma funcional retrata o movimento entre as diferentes áreas de trabalho, uma dimensão adicional que se torna particularmente útil quando o tempo de ciclo é um problema. O mesmo processo de compras representado no diagrama de blocos será agora representado de forma mais detalhada. 21 3.1 Descrição dos processos organizacionais- chave Toda organização possui processos que descrevem seu dia a dia. Esses processos podem ser divididos em processo-chave e de apoio. Os processos- chave são aqueles que representam os processos de marketing e produção. Eles são considerados processos- fim ou que atendem a finalidade do negócio: O marketing tema função inicial de coletar dados para direcionar a produção da organização. Esses dados devem ser suficientes para, após tabulação e análise, gerar as informações sobre: - Caraterísticas físicas e de desempenho dos produtos, serviços, características de acessórios, de embalagem, quantidade estimada de consumo no que diz respeito a cor, desempenho, tamanho, funções, múltiplos de venda, etc. - Preço que o consumidor está disposto a pagar pelo produto ou serviço com as características solicitadas, condições e formas de pagamento, em dinheiro, a prazo, promoções, etc. - Condições de divulgação do produto ou serviço, definindo canais de comunicação, mídias, períodos de divulgação e as formas de fazê-lo, tv, rádio, revistas, jornais, internet, celular, horário matutino, vespertino ou noturno, início ou fim de mês, etc. - Abrangência da região de atendimento e formas ao cliente: venda direta, no varejo ou atacado, e se ela será regional, estadual, nacional ou mundial. De posse dessas informações, a produção deve ser comunicada para avaliar a possibilidade de se produzir o produto ou se oferecer o serviço. A produção com as informações geradas pelo marketing, deve: - Definir as condições de fabricação, maquinário necessário, quantidade de pessoas e qualificação imprescindíveis, áreas exigida, tempo de fabricação etc; - Plano de manutenção preventiva, corretiva, e se possível, produtiva; - Controle de avaliação da produção, de forma a garantir que o cliente receba o produto com as características solicitadas. Os processos de apoio (processos-meio) são aqueles que dão suporte aos processos-chave, ou seja, são condições para que possam acontecer. Os principais processos de apoio são: 22 - Administração de recursos humanos (gestão de pessoas), que tem as atribuições de recrutamento, seleção, contratação, integração, avaliação, qualificação(treinamento), controle de frequência (faltas, atrasos, afastamentos), geração de folha de pagamento e de guias de encargos, contatos consindicatos, entre outros; - Administração de materiais, que compreende as funções de compras (baseada em especificações definidas pelos usuários), armazenamento e distribuição; - Administração de serviços que concentra as atividades de arquivamento, segurança, limpeza, alimentação, contabilidade, jurídico, informática, (TI) e transporte. Essas atividades podem ser terceirizadas ou não; - Administração financeira, que contempla a montagem de orçamento, contas a pagar, contas a receber, montagem das demonstrações financeiras (balançopatrimonial, DRE, fluxo de caixa), geração de indicadores (liquidez, atividade, endividamento, lucratividade, entre outros), acompanhamento de seguros, análise dos indicadores etc; - Gestão integrada, que contempla a análise de todos os indicadores que permitem o acompanhamento sistêmico do negócio a cargo da alta direção. Essa categoria de processos está presente nas quatro abordagens analisadas, embora sob rótulos diferentes: atividades primárias (Porter), processos críticos (Kaplan e Norton), processos primários (Gonçalves) e processos centrais (Adair e Murray). Ela abrange os processos essenciais ao negócio, ou seja, capazes de proporcionar significativo valor aos clientes e gerar vantagem competitiva, a saber: Desenvolvimento do produto / serviço: atividades relacionadas à identificação dos requisitos do mercado e clientes bem como ao projeto dos produtos e serviços que atendam a esses requisitos. Com relação às abordagens vistas sobre esse processo, cabe ressaltar que: embora Porter (1992) enquadre como atividade de apoio o projeto de produtos e serviços, ele considera essa atividade como essencial ao negócio; na abordagem de Kaplan e Norton (1997) as atividades de projeto estão contempladas no processo de inovação; Gonçalves (2000) cita genericamente a atividade de vendas na categoria de processos primários, sem especificar o seu conteúdo. Assim, partiremos da premissa de que tais atividades incluem pesquisas sobre as necessidades do mercado e dos clientes, propaganda, promoção e vendas. Isso posto, na nossa abordagem estamos considerando as atividades de pesquisa das necessidades do mercado e clientes como pertinentes ao desenvolvimento do 23 processo serviço enquanto que as atividades de propaganda, promoção e vendas estão contempladas no processo. 3.1.2 Modelo de Processo Apresenta alto grau de detalhamento, mostrando os recursos envolvidos (pessoas, informação etc.). Esse tipo de modelagem possibilita a simulação do processo em ambiente virtual, o que facilita a análise e entendimento do processo. Acima de tudo, a metodologia de gestão de processos escolhida deve levar à a introspecção. Só assim ela pode implicar em importantes mudanças na cultura da organização. Assim como na capacitação e treinamento dos colaboradores e na projeção de uma nova imagem. Dessa forma, o objetivo final é simples: aumento da produtividade. Mas como fazer isso? São muitas os modelos de gestão de processos utilizadas hoje na introspecção de uma empresa. Independentemente do modelo escolhido, sempre se deve ter em vista a gestão baseada em processos. Mas existem outras metodologias de gestão de processos igualmente adequadas a organização de processos de trabalho. Observe melhor essas diferenças no quadro abaixo: https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/como-avaliar-cultura-organizacional-empresa/ https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/como-avaliar-cultura-organizacional-empresa/ 24 25 3.1.3 5 benefícios da Modelagem de Processos 1- Promove uma visão compartilhada do processo: Ter um diagrama de processo facilita muito na hora de documentar e disseminar o processo, alinhando o entendimento entre todos os colaboradores e deixando todos na mesma página. Basta consultar a representação gráfica para que todos saibam como o trabalho deve ser feito. Dessa forma, o conhecimento sai da cabeça de uma única pessoa e passa a ser transmitido para todas as partes envolvidas. 2- Melhora a comunicação entre as pessoas: Sabe aquela antiga expressão “parece que estou falando grego”? Pois é, em muitas organizações é assim: os colaboradores não conseguem nem falar a respeito do processo porque não conseguem se entender. Isso acontece porque muitas vezes eles dão nomes diferentes às coisas ou fazem atividades diferentes com o mesmo propósito. A modelagem de processos ajuda a melhorar essas lacunas na comunicação, funcionando como um guia para as pessoas. 3- Evita atrasos e desperdícios no processo: A modelagem de processos é utilizada em projetos de transformação de processos, auxiliando diretamente na análise do processo, pois permite entendê-lo de forma clara. A diagramação do processo atual possibilita enxergar gargalos e outros problemas que antes eram difíceis de notar. Assim, é possível tomar as medidas necessárias para corrigir esses problemas e, posteriormente, documentar o processo transformado. 4- Auxilia no treinamento e desenvolvimento de colaboradores: Ao contratar um novo colaborador ou treinar um profissional que já trabalha na sua empresa é muito interessante disponibilizar um material de suporte, não é mesmo? Se você tiver um modelo de processos ele é o guia ideal para que a pessoa tenha uma visão geral do trabalho. Assim, ela consegue esclarecer suas dúvidas só de olhar um documento visual e prático, reservando o tempo do instrutor para questões mais complexas. 5- Facilita a automação de processos: Dependendo da notação utilizada, a diagramação resultante da modelagem de processos pode ser convertida em uma linguagem compreensível por ferramentas de automação de processos, chamadas de BPMS. Estas ferramentas utilizam o diagrama mapeado em BPMN para criar um workflow automatizado, facilitando o cotidiano dos colaboradores e aumentando o controle sobre o processo. https://www.euax.com.br/2018/09/otimizacao-de-processos-bpm/ https://www.euax.com.br/2018/11/bpm-e-bpms/ 26 3.1.4 Análise de processos organizacionais A análise de processos organizacionais é um método de avaliação com o objetivo de entender os processos e melhorar a eficiência das operações de um negócio. Para isso descreve: Os processos envolvidos; Partes participantes desses processos; Informações trocadas; Documentos produzidos. A análise de processos organizacionais é aplicada por grandes empresas e pode ser feita internamente ou por consultorias especializadas na avaliação de dados e processos, bem como na implementação de melhorias e na definição de soluções que devem ser implementadas. 3.1.5 O que é análise de processos organizacionais Trata-se de um método voltado para a análise dos processos atuais de uma empresa, que tem como objetivo de identificar se esses processos estão contribuindo, ou não, para que as empresas possam atingir as suas metas. Entre as vantagens de aplicar a análise de processos organizacionais estão: Identificar o que está prejudicando uma operação do negócio; Encontrar a causa raiz de problemas para poder acabar com o problema real, e não ficar apenas controlando os danos e consequências; Identificar como superar os obstáculos que estão impedindo o crescimento da empresa. A análise de processos organizacionais, que é o termo que estamos buscando explicar ao longo deste artigo não é a mesma coisa que análise de negócios. A análise de processos organizacionais se concentra em estudar, analisar e medir apenas os processos da empresa. A análise de negócios analisa outras questões como posicionamento da empresa no mercado, controle de fluxo de caixa e redução de custos. Existem alguns pontos que ambos os termos se encontram ou contribuem mutuamente, mas eles não são a mesma coisa. A análise de processos é a construção de um entendimento comum do estado atual dos processos, portanto, visa entender como eles estão operando e elaborar um diagnóstico completo a partir dessas informações. https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/como-atingir-metas/ http://blog.safetec.com.br/cloud-computing/reducao-de-custos-nas-empresas/ 27 Também costuma ser referenciada simplesmente como AS-IS, que é o mapeamento da visão atual de um processo, possibilitandoum panorama de como, por quem e por que determinado trabalho é realizado em uma empresa. Dessa forma, é possível promover melhorias nos processos, elevando o desempenho do negócio. 3.1.6 Quando fazer análise de processos? A análise de processos é especialmente indicada quando há o desejo de padronizar e/ou transformar um ou mais processos de negócio. Mas como saber quando iniciar um projeto assim? Normalmente, as organizações verificam a necessidade de fazer uma análise de processos quando: O desempenho do processo está baixo; Uma revisão de processos está programada; Existem muitas variações no processo (cada um faz do seu jeito); O processo está dispendendo muito tempo; Há o desejo de reduzir custos; O fluxo de atividades não flui, sendo comum a presença de gargalos; A satisfação dos clientes e/ou dos colaboradores está baixa; Entre vários outros motivos. Periodicamente, as empresas elaboram o seu planejamento estratégico com as ações de mudanças que serão realizadas para manter a competitividade organizacional. A partir das estratégias adotadas, pode ser que alguns processos precisem ser criados, modificados ou eliminados. Por exemplo, se uma das estratégias da organização para os próximos cinco anos for a criação de um e-commerce, será necessário implantar novos processos que suportem essa estratégia. Essa implantação pode ser incluída no projeto de estruturação do e-commerce. Ainda que um processo de negócio já esteja operando em seu desempenho máximo, eventuais mudanças na legislação podem exigir a revisão dos processos. A análise de processos ajuda a diminuir riscos ao negócio e a incorporar as alterações da melhor forma possível, respeitando as novas regras e minimizando os impactos das mudanças sobre o negócio. Um exemplo bastante recente, até a publicação deste texto, é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que estabelece uma série de regras para o tratamento de dados pessoais, e que entrará em vigor a partir de agosto de 2020. As organizações já estão se preparando para se adequar à LGPD, modificando procedimentos que não estão de acordo com a lei. https://www.euax.com.br/2018/10/melhoria-de-processos-bpi/ https://www.euax.com.br/2018/09/padronizacao-de-processos/ https://www.euax.com.br/2018/06/gerenciamento-de-processos-reduzir-custos/ https://www.euax.com.br/2018/06/gestao-de-processos-gargalos/ https://www.euax.com.br/2019/01/planejamento-estrategico/ 28 4.0 Avaliação e Desempenho de Processos Organizacionais Para o sucesso de uma organização, é importante que os objetivos dela sejam divulgados e compreendidos por todas as partes interessadas, ou seja, pelos stakeholders (acionistas, clientes, colaboradores, fornecedores e sociedade). Para que isso aconteça, é preciso inicialmente que a direção da organização defina sua visão. Após a definição, os objetivos e metas da organização podem ser identificados. Com os objetivos organizacionais definidos, passa-se ao desdobramento, isto é, a identificação de como os processos afetam esses objetivos, assim, determina-se os objetivos dos processos e suas metas. Deve existir especial cuidado com o alinhamento dos objetivos dos processos com os objetivos organizacionais. Os envolvidos no processo devem ser capazes de identificar todos os produtos/serviços finais são os mais percebidos pelos clientes, de forma a satisfaze- los. Por exemplo, se um dos objetivos da organização é garantir a satisfação dos clientes, então é preciso definir como os processos-chave e de apoio participarão desse intuito. O processo de produção deve contar com equipamentos em boas condições de trabalho, com pessoas qualificadas e tarefas definidas. Pode-se observar esses pontos através da produtividade, do retrabalho, do desperdício etc. O processo de gestão de pessoas deve garantir a contratação de pessoas qualificadas e adequadas as necessidades da organização. Esse processo é perceptível pela rotatividade de pessoal, pela satisfação interna, etc. O processo de administração de materiais deve cuidar da esfera de compras. Ele acompanha o que foi especificado comprar (o que, quanto, para quando, a que preço, em que condições) e se seu armazenamento está sendo feito adequadamente. Essa atividade se dá por meio da observação das paradas de produção, de falta de matéria-prima, da perda no estoque etc. O processo financeiro deve controlar as finanças e realizar análises adequadas da situação financeira da organização. Isso poderá ser observado pelo grau de endividamento, de liquidez, entre outros. 29 4.1 Os indicadores de desempenho de processos Os indicadores de eficiência medem como os produtos ou serviços são executados pela organização ou como os recursos são utilizados para atingir os resultados. Uma organização precisa racionalizar o uso dos recursos usados na execução de qualquer trabalho e eliminar, reduzir o mínimo o desperdício e as tarefas que não agregam valor. Os indicadores de eficiência usualmente utilizados pelas organizações são: Tempo de processo ou tempo de ciclo: tempo total para que o processo seja integralmente executado, recursos gastos por unidade produzida; Porcentagem do tempo na execução de atividades que agregam valor em relação as que não agregam valor; Custo de falta de qualidade na produção: desperdício, perdas, retrabalhos etc; Relação entrada/saída: custos operacionais por colaborador; O tempo para efetuar uma contratação é uma medida de eficiência da contratação de pessoal; A disponibilidade de recursos financeiros é uma medida de eficiência do planejamento financeiro e se acompanhamento; O tempo para atendimento de solicitação de separação de material no almoxarifado é uma medida de eficiência do armazenamento. Os indicadores de eficácia assinalam como o produto ou serviço é percebido pelo cliente e também a capacidade do processo de atender aos requisitos definidos. Esses requisitos devem ser determinados, transformados em termos que possam ser medidos (definir uma fórmula de cálculo). Além disso, é preciso definir como coletar os dados (onde, quem, quando etc.). Para avaliar o grau de conformidade entre a saída e o que foi solicitado pelo cliente, pesquisas, entrevistas e/ou questionários devem ser aplicados. Essas atividades são relacionadas à pós-venda. Os indicadores mais utilizados para medir a eficácia são: • produtividade: total de produtos prontos para venda e total de produtos produzidos; • quantidade de pessoas atendidas e total de pessoas que procuraram atendimento; • entregas no prazo e total de entregas feitas; 30 • lucratividade do negócio: lucro líquido e total receitas; • quantidade de problemas solucionados e total de problemas identificados; • quilômetro percorrido por litro de combustível utilizado; • prazo de garantia; • rotatividade de pessoal; • recebimentos no prazo e total dos recebimentos obtidos. Indicadores de flexibilidade Num mundo cada vez mais competitivo e globalizado, as organizações precisam exceder as necessidades e expectativas dos clientes. Dessa forma, há a necessidade de: • delegar às pessoas autoridade para a tomada de providências especiais; • buscar identificar as expectativas dos clientes e consumidores e superá-las; • aperfeiçoamento contínuo dos processos para se manter a competitividade em relação à concorrência. Os processos flexíveis devem ter a capacidade de atender as expectativas dos clientes e de inserir inteligência nos processos da organização de forma que as necessidades e expectativas especiais e/ou individuais dos clientes sejam atendidas. Já o processo tradicional é definido para atender e satisfazer a maioria dos clientes na maiorparte do tempo. Processos flexíveis são aqueles que são projetados para que possam ser facilmente alterados com vistas a atender as expectativas futuras dos clientes. O intuito é torná-los mais atraentes e reduzir os custos de processamento. A única certeza que se tem é que os processos que estão sendo aperfeiçoados hoje serão alterados para serem ainda melhores no futuro. Enquanto a equipe estiver trabalhando para aperfeiçoar um processo, a facilidade de mudança e a flexibilidade devem sempre ser observadas. Das três características-chave do processo eficácia, eficiência e flexibilidade, a flexibilidade é a mais difícil de ser medida, contudo será uma das primeiras a provocar reclamações de seus clientes. Podem ser considerados indicadores de flexibilidade: • o tempo médio necessário para atender a uma solicitação especial do cliente comparado com o tempo padrão de atendimento; • a porcentagem de solicitações especiais que não são aceitas em relação ao total de solicitações especiais; • a porcentagem de vezes que uma solicitação especial precisa ser levada à chefia imediata ou mesmo mediata para aprovação. 31 5.0 Aperfeiçoamento do PO: Conceitos Básicos Com os consumidores cada vez mais exigentes e com mais opções de compra em razão da transformação do mundo num grande shopping, a busca pela competitividade é um imperativo. Todas as organizações sejam elas privadas ou públicas, devem procurar maior eficiência, eficácia e flexibilidade, investindo seus recursos (financeiros e humanos) na melhoria da organização (seus processos). Esse aperfeiçoamento (racionalização) dos processos tem como fim a satisfação e a fidelização dos clientes atuais e atração de novos clientes, sejam eles novos consumidores ou antigos clientes dos concorrentes. A meta é uma só: garantir a sustentabilidade do negócio. Os objetivos do aperfeiçoamento dos processos são: Eliminação da duplicidade: remover as atividades iguais que são executadas em diferentes partes do processo; Eliminação da burocracia: suprir tarefas administrativas, fluxo de aprovações e documentos desnecessários; Simplificação: reduzir a complexidade dos processos; Avaliação do valor agregado: avaliar todas as atividades do processo organizacional para determinar sua importância no atendimento as solicitações dos clientes; Tornando o processo a prova de erros: reduzir a possibilidade de erros na execução dos processos; Redução de tempo de ciclo do processo: determinar formas de reduzir os tempos de ciclo para atender ou superar as expectativas dos clientes e diminuir os custos dos processos; Linguagem simples: utilizar uma linguagem simples, clara e objetiva de forma que todos possam entender facilmente os processos definidos e os documentos especificados; Modernização: fazer uso d equipamentos e do ambiente de trabalho disponíveis para otimizar o desempenho geral; Parcerias com os fornecedores: a saída de um processo depende diretamente da qualidade das entradas. A execução e os resultados de qualquer processo melhoram quando as entradas melhoram; Padronização: definição de uma maneira única de execução das tarefas operacionais; Automação e/ ou mecanização: utilizar esses meios na execução de tarefas insalubres, rotineiras e repetitivas para que os colaboradores atuem na execução de tarefas mais nobres; 32 Aperfeiçoamento do quadro geral: essa técnica é usada quando a forma de melhorias incrementais não dá o resultado desejado. É uma maneira de a organização buscar soluções criativas para mudar drasticamente o processo. Os indicadores tem papel fundamental no processo de melhoria, pois, ao medir os processos e os resultados da organização, pode-se identificar tendências e atuar preventivamente nos processos organizacionais, promovendo as melhorias necessárias. 5.1 Análise e Modelagem de Processos Dependendo das condições da organização, pode-se optar por um processo de melhoria continua, no qual a melhoria é incremental, ou opta-se pela melhoria radical, que é mais relacionada a um processo de mudança geral da operação da organização. Esse segundo tipo é chamado também de reengenharia. Quando a empresa encontra-se minimamente organizada, a opção é pela melhoria continua. Quando não existe essa mínima organização ou quando os próprios processos e seus executores são questionados, a opção é pela reengenharia. Em determinado momento, quando os princípios de foco nos processos foram esquecidos, a reengenharia passou a ser apenas um instrumento de corte de pessoal para redução de custos. Atualmente, é uma ferramenta para redirecionar totalmente os rumos de uma organização (processos e pessoas) quando o controle já foi perdido e as pessoas não tem direcionamentos. A melhoria continua permite que a cultura organizacional e sua estrutura sejam mantidas, pois nelas se tem a identificação de tarefas (partes de processos) que precisam ser otimizadas. 33 5.1.2 Projeto de melhoria de processos Para o aperfeiçoamento dos processos organizacionais, é necessário: Verificar a interdependência entre os processos; Conhecer e avaliar o negócio; Conhecer detalhadamente os processos, sub processos, atividades e tarefas da organização; Definir por quais processos deve se iniciar o aperfeiçoamento; Identificar os problemas e suas causas; Propor alternativas de solução, considerando: - Impactos nos indicadores de desempenho; - Tecnologia a ser utilizada; - custo operacional; - Investimentos e retornos; - Prazo para implantação; Contar com colaboradores qualificados; Avaliar os tempos envolvidos; Sempre que possível e necessário, adquirir recursos de hardware e software; Administrar os conflito e as resistências dos colaboradores envolvidos nos processos a serem otimizados; Disposição para investir todos os recursos disponíveis. O processo de melhoria não pode ser conduzido com base no método de tentativa e erro, pois desperdícios de tempo e dinheiro não são permitidos na condução dos negócios. Daí a necessidade de que a racionalização dos processos seja implementada de forma planejada. Há algumas situações que indicam prioridade de melhoria de determinados processos em relação a outros. São eles: Mudança da estratégia; Reclamações de clientes; Problemas internos (desperdícios, demora, retrabalho etc); Análise crítica; Monitoração de indicadores; Avaliação de satisfação e de insatisfação dos clientes; 34 Processos sendo melhor executados por outras organizações ou por outras pessoas da própria organização. 6.0 Aperfeiçoamento de PO: Metodologias O APO (aperfeiçoamento de processos organizacionais), ele tem de ser movido pela alta administração. Uma equipe executiva de aperfeiçoamento deve estar profundamente envolvida, e estabelecer as prioridades para os processos organizacionais, designando os donos dos processos e avaliando o desenvolvimento dos trabalhos e os resultados. Ao mesmo tempo, frequentemente nomeia-se um defensor do APO, alguém que realmente entenda do assunto e que seja capaz de vender o conceito por toda a organização. O APO é uma metodologia sistemática para auxiliar a empresa e fazer importantes avanços na maneira de operar seus processos organizacionais. Ele se concentra na eliminação do desperdício e da burocracia e fornece uma sistemática que contribui para tornar suas operações mais simples e corretas. Ao mesmo tempo, assegura que os clientes internos e externos da organização passem a receber produtos ou serviços de qualidade excepcional. O principal objetivo consiste em assegurar que a organização disponhade processos organizacionais que: Eliminem erros; Minimizem atrasos; Maximizem o uso de recursos; Promovam o entendimento; Sejam fáceis de usar; Sejam amistosos para com os clientes; Sejam adaptáveis as mudanças das necessidades dos clientes; Forneçam a organização uma vantagem competitiva; Reduzam o pessoal necessário. - As cincos fases do APO 1- Organizar: monta-se a equipe de melhoria com pessoal envolvido direta e indiretamente com o processo a ser melhorado e definem-se os objetivos, os limites e o escopo. 2- Entender: analisar o processo através de ferramentas de apoio para identificação das tarefas, medições de eficiência, eficácia e flexibilidade e identificação das causas dos problemas. Nesse momento, as ferramentas mais utilizadas serão o fluxograma e a folha de verificação, nos quais serão apresentados os resultados das medições. 35 3- Aperfeiçoar: propor e implantar as melhorias (eficácia, eficiência e adaptabilidade) conforme os objetivos definidos e desdobrados pela estratégia da organização. 4- Medir e controlar: verificar se os aperfeiçoamentos atingiram as metas definidas por meio de indicadores do processo (eficácia, eficiência e adaptabilidade). Comparar os resultados a partir do aperfeiçoamento com aqueles anteriores ai aperfeiçoamento. 5- Aperfeiçoamento continuamente: homologar o processo aperfeiçoado, auditá-lo periodicamente e realizar uma avaliação comparativa (benchmarking) com outros processos. Para aperfeiçoar os processos organizacionais, precisamos: Ter o apoio e o comprometimento da alta administração; Ter objetivos de longo prazo; Usar uma metodologia de forma sistêmica; Designar os responsáveis (donos) pelos processos; Desenvolver sistemas de controle e de retorno (feedback); Ter foco no processo. O APO constitui uma sistemática para administrar a organização que é voltada para a prevenção. Resolver problemas pode melhorar as coisas, mas não provoca uma mudança cultural de longo prazo. Para fazer isso, é preciso, antes de tudo, alterar os processos que permitem que ocorram erros. Adotar uma metodologia de gerenciamento de processos vai ajudar a sua empresa a alcançar seus objetivos e metas de maneira mais assertiva e em menos tempo. Como o próprio nome propõe, uma metodologia de gerenciamento de processos é responsável por fazer a gestão dos processos da sua empresa. Por gestão podemos entender o acompanhamento, mapeamento, controle e monitoramento de cada processo da organização, afim de identificar oportunidades de melhoria e erros que acontecem em cada etapa da sequência de atividades da empresa. Em suma, os processos são as operações diárias realizadas na empresa, por seus colaboradores, com a finalidade de produzirem e entregarem o produto ou serviço que compõe o core business da organização. As atividades paralelas também podem ser consideradas processos. O departamento de Recursos Humanos, por exemplo, conduz uma série de etapas lógicas em seu processo de contratação e recrutamento. Sejam atividades primárias ou secundárias, os processos de uma empresa precisam ser geridos para que possam ser realizados da melhor maneira possível, buscando sempre a eficiência, redução de tempo e aumento da produtividade. 36 Veja o método das oito etapas de melhoria continua do APO: 37 6.1 Análise e Modelagem de processos Etapa 1- Formar a equipe de aperfeiçoamento Sensibilização da direção: a direção deve estar consciente da importância de se definir uma sistemática de melhoria dos processos organizacionais e estar preparada para apoiar e dar respaldo para que as mudanças ocorra, disponibilizando os recursos necessários para isso; Conscientização dos colaboradores: os colaboradores devem estar cientes que essa sistemática não tem por objetivo a redução do quadro de pessoal, mas sim a melhoria dos processos, o que possibilitará a todos trabalhar de forma correta e com menos dificuldades; Definição do representante da direção: a pessoa selecionada será o elo entre a diretoria e os grupos de melhoria e deverá ter autoridade para decidir de acordo com limites previamente acordados. Normalmente, é indicado alguém da própria direção; Definição dos facilitadores: estes serão os responsáveis pela comunicação dos conceitos aprendidos e das melhorias implantadas; Definição da equipe de aperfeiçoamento: devem fazer parte dessa equipe representantes dos diversos processos inter- relacionados ou não. Etapa 2- Identificar os processos Como os diversos processos organizacionais estão interligados: Setor ao qual a organização pertence (comercio, agrícola, bancário, metalúrgico, etc); Atribuições de cada processo/ atividade/tarefa/ (por que, quem, o que, como, quando, onde); Os processos do negócio: processo- chave e de apoio; 38 Quais os indicadores de desempenho utilizados com relação a eficiência, a eficácia e a flexibilidade; A existência de um sistema de informação; Quais as prioridades de aperfeiçoamento definidas pela equipe de aperfeiçoamento. Etapa 3- Elaborar o fluxograma detalhado do processo Obter informações acerca do funcionamento do processo a ser aperfeiçoado (mapeamento do processo): Atividades e tarefas desenvolvidas; Clientes e fornecedores envolvidos no processo; Registros utilizados; Indicadores de eficiência (tempos de execução, quantidade de pessoas, desperdícios, retrabalhos etc) de eficácia (produtividade, lucratividade, Satisfação etc) e de flexibilidade (recusa a novos produtos e serviços). Uma ferramenta valiosa para o mapeamento do processo é o fluxograma. Um dos tipos que melhor representa as tarefas e permite a identificação de pontos a serem melhorados é o fluxograma funcional. Etapa 4- Analisar o processo atual Essa etapa busca identificar os problemas, suas causas e as oportunidades de melhoria no processo. Deve-se analisar: Os processos: - Que tarefas agregam valor, pois são elas que podem/ devem ser aperfeiçoadas - Que tarefas agregam valor ao produto que é percebido pelo cliente ou que existem para atender a solicitações de clientes específicos que estão dispostos a pagar mais por elas ou atender a exigências legais; - Que tarefas não agregam valor (elas são candidatas á eliminação); - A inexistência de regras associadas ao processo (ou a existência de regras mal formuladas ou não comunicadas adequadamente); 39 - Se existem falhas de projeto (de produto ou de processo). Etapa 5- Elaborar o novo processo Elaboração e proposição de um novo processo que promova a melhoria significativa dos indicadores ao desempenho do negócio. Essa etapa envolve: Desenvolvimento de alternativas de ações para solucionar os problemas do processo: - Quando da implantação, deve ser avaliada mais de uma alternativa; - Para o desenvolvimento das alternativas podem ser usadas, entre outras ferramentas; -O brainstorming (tempestade de ideias), no qual todos os participantes de uma reunião convocada para tratar dos problemas que estão ocorrendo na organização, tem a liberdade de expressar sem nenhuma restrição suas ideias sobre as possíveis causas dos contratempos e também de emitir sugestões de soluções. - O benchmarking, com qual se busca em outros processos internos, seja da própria organização ou de outras, as melhores formas de execução do processo em questão; - O diagrama de Ishikawa (diagrama de causa e efeito), no qual para cada situação, são identificadas possíveis causas, aglutinadas em famílias de causas, método, maquinas, matéria- prima, mão de obra, meio ambiente, material, entre outras; -Carta de tendências, na qual, pormeio de coletas de dados e de apresentação gráfica, pode-se perceber se determinado problema tende ou não a se agravar; - Histograma, ferramenta estatística de análise e representação de dados quantitativos agrupados em classes de frequência. É utilizado para representar graficamente uma grande quantidade de dados numéricos que podem ser interpretados de forma mais fácil e simples do que estivessem apresentados em uma grande tabela ou relatório. - O uso intensivo da informalização deve ser explorado ao máximo, levando em consideração a disponibilidade de recursos. 40 7.0 Normalização de PO A busca da qualidade acompanha a evolução do homem na procura continua por melhores condições de vida, de trabalho e dos produtos e serviços que consome. A observação desse comportamento natural no homem deve servir de lembrete para as organizações aprimorarem seus processos e produtos com o intuito de satisfazer seus clientes. Qualidade pode ser traduzida como uma série de ações que leva as organizações a uma configuração de trabalho em conformidade com os requisitos dos clientes, satisfazendo suas necessidades e atendendo (ou mesmo excedendo) suas expectativas. No meio organizacional, o conceito de qualidade mudou com o decorrer dos anos. No início, significava correção de erros ou defeitos, depois, evoluiu até o estágio em que as causas dos defeitos foram identificadas para que estes pudessem ser corrigidos, como ocorre nos processos. A palavra qualidade hoje indica sua agregação ao processo desde início. Quanto a normalização, ela passa a ser uma forma de obtenção da melhoria da qualidade, pois, ao se padronizar o como se faz e o que se faz, trabalha-se para que os processos e os produtos sejam continuamente aprimorados. A normalização é o processo de desenvolvimento, difusão e aplicação de normas técnicas, para a solução ou prevenção de problemas, com a participação de todos os interessados, para a promoção da economia global. Ela é um mecanismo que promove o desenvolvimento tecnológico e viabiliza a consolidação da tecnologia nacional e a disseminação da inovação. Veja abaixo quadro de objetivos de normalização: 41 A normalização gera benefícios qualitativos e quantitativos para uma organização. Veja quais são eles: Os benefícios qualitativos da normalização permitem que as organizações: - Utilizem adequadamente os recursos (equipamentos, materiais, e mão de obra); - Padronizem a produção; - Promovam a qualificação da mão de obra, melhorando seu nível técnico e pessoal; - Registrem o conhecimento acumulado; - Facilitem a contratação ou venda de tecnologia. Os benefícios quantitativos permitem que as organizações: 42 - Reduzam o consumo e o desperdício de materiais; - Padronizem componentes, máquinas e equipamentos; - Incrementem a produtividade; - Aprimorem a qualidade; - Controlem os processos. 7.1 NBR ISO 9001: 2008 A norma ISO 9001:2008 é um componente estratégico de uma organização que define requisitos para o sistema de gestão da qualidade e a forma como uma empresa deve ser gerenciada, tendo o objetivo de identificar e atender as necessidades dos clientes. Hoje ela é aplicada em mais de 170 países do mundo com mais de 1 milhão de empresas já certificadas e muitas outras em fase de implantação e certificação. O sistema de gestão da qualidade tem o foco em gerenciar as necessidades e expectativas do cliente garantindo a sua máxima satisfação. Seguindo o modelo de hierarquia de níveis organizacionais, iniciando no nível estratégico, passando pelo tático até o operacional, é necessário compreender que a decisão de implementar a ISO 9001 deve partir da alta direção. A alta direção tem um papel fundamental na documentação, implantação e manutenção de sistemas de gestão da qualidade como o da norma ISO 9001:2008. A norma pode ser implementada em empresas públicas, privadas, em empresas no Brasil, na China e em qualquer outro país do mundo, em grandes empresas ou pequenas, até empresas com apenas um funcionário podem ter ISO 9001. E de qualquer segmento de mercado também. Os requisitos são definidos para a gestão de uma empresa e não para a forma específica como um produto deve ser composto e entregue, ela pode ser aplicável num restaurante ou numa fábrica de peças para a indústria automotiva. Diferentes empresas poderão ter desempenhos e produtos diferentes, mas mesmo assim ambas podem ser certificadas na norma ISO 9001. http://www.totalqualidade.com.br/2013/02/curso-de-interpretacao-da-norma-iso.html http://www.totalqualidade.com.br/2012/05/documentacao-obrigatoria-da-iso.html http://www.totalqualidade.com.br/2012/05/como-implantar-iso-9001-na-minha.html 43 Então, seja lá qual for o seu propósito e a empresa em que pretende implementar os requisitos desta norma, ela certamente poderá ajudar a melhorar continuamente a qualidade dos seus produtos e serviços e a satisfação dos seus clientes. Ela também é uma norma auditável, isso quer dizer que você poderá buscar um organismo certificador, depois de implementado o sistema de gestão da qualidade, para auditá-lo e verificar se o mesmo se encontra conforme a ISO 9001. Em caso positivo, a empresa recebe um certificado de conformidade, o famoso certificado ISO 9001 2008, que é válido no Brasil, China, Estados Unidos, França, e em qualquer outro lugar do mundo. 8.0 A ISO 9001 E ABORDAGEM DE PROCESSOS Esta norma promove a adoção de uma abordagem de processo para o desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia de um sistema de gestão da qualidade para aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento aos seus requisitos. Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que determinar e gerenciar diversas atividades interligadas. Uma atividade ou conjunto de atividades que usa recursos e que é gerenciada de forma a possibilitar a transformação de entradas em saídas pode ser considerada um processo. Frequentemente a saída de um processo é a entrada para o processo seguinte. A aplicação de um sistema de processos em uma organização, junto com a identificação, interações desses processos e sua gestão para produzir o resultado desejado, pode ser referenciada como a abordagem de processo. Uma vantagem da abordagem de processo é o controle continuo que ela permite sobre a ligação entre os processos individuais dentro do sistema de processos, bem como sua combinação e interação. Quando usada em um sistema de gestão da qualidade, esta abordagem enfatiza a importância: A-) do entendimento e atendimento dos requisitos; B-) da necessidade de considerar os processos em termos de valor agregado; C-) da obtenção de resultados de desempenho e eficácia de processo; 44 D-) da melhora continua de processos baseada em medições objetivas. O modelo de um sistema de gestão de qualidade, baseado em uma abordagem de processo, conforme mostrado na figura 1, ilustra as ligações dos processos. Esta ilustração mostra que os clientes desempenham um papel significativo na definição dos requisitos como entradas. O monitoramento da satisfação do cliente requer a avaliação de informação relativas a percepção do cliente sobre a organização atendeu aos requisitos do cliente. O modelo mostrado na figura 1 abrange todos os requisitos desta norma mas não apresenta processos em um nível detalhado. Figura 1 modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo 45 Considerações Finais Após esse estudo e analise, acreditamos ter obtido um aprendizado importante, podendo assim,
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