Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 O servidor público Marcelo, detentor de cargo em comissão de assessor do Ministro da Saúde, foi exonerado do cargo, sob a alegação de sua chefia imediata de que havia a necessidade de corte de gastos no Ministério. Ocorre que, dois dias depois, em 13/05/2016, a referida autoridade nomeou outra pessoa para assunção do mesmo cargo, com as mesmas atribuições e mesma remuneração, em uma clara demonstração de que não havia excesso de gastos com pessoal. Assim que soube da situação, Marcelo procurou o seu escritório de advocacia, exatamente no dia 15/07/2016, para que fossem tomadas as providências judiciais cabíveis à anulação do ato de exoneração efetivado, bem como a restituição dos valores que deixou de receber, além de indenização por danos morais. Considere, ainda, que a petição inicial está instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não tem como opor prova capaz de gerar dúvida razoável. Em face dessa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Marcelo, a peça judicial cabível. EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA… VARA FEDERAL... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... (5 linhas) Marcelo, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, portador do RG n°... e do CPF n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 319, do CPC vem ajuizar AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM COM PEDIDO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA em face da União, do Ministério da Saúde e do Ministro da Saúde... I-SÍNTESE DOS FATOS Marcelo foi exonerado do cargo público comissionado que ocupava, como assessor do Ministro da Saúde, sob a alegação de que se tratava de ato necessário, em razão de corte de gastos. Entretanto, apenas dois dias após o ato de exoneração ter sido promovido por seu chefe imediato, o mesmo nomeou outra pessoa para desempenhar as funções de assessoria no mesmo cargo, com a mesma remuneração. Dessa forma, percebeu-se que a exoneração do Autor não se tratava de ato necessário, pois não havia excesso de gastos que justificasse um corte orçamentário, daí a necessidade de ingressar com a presente ação. II- PEDIDO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA A tutela de evidência na Ação Ordinária é extraída do art. 311 do CPC, que em seu inciso IV destaca o seu cabimento no caso em tela, por tratar-se de petição inicial que está instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito autoral, a que o réu não tem como opor prova capaz de gerar dúvida razoável. Ressalta-se a desnecessidade de demonstração do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme disposto no caput do art. 311, do CPC. www.cers.com.br 3 III- FUNDAMENTOS JURÍDICOS Da análise do caso em tela, conclui-se que houve ofensa aos princípios da moralidade e impessoalidade, tendo sido violado o disposto no art. 37, caput, da CRFB/88. No que tange a moralidade, se espera que a Administração Pública atenda aos ditames da conduta ética, honesta, exigindo a observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade, de regras que assegurem a boa administração, estando ligada ao conceito de bom administrador. Pelo princípio da moralidade administrativa, não basta ao administrador o cumprimento da estrita legalidade, ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, já que a própria moralidade é pressuposto de validade de todo ato administrativo. Quanto à impessoalidade, esta busca impedir os atos administrativos que visem os interesses de agentes ou até mesmo de terceiros, buscando limites estabelecidos à vontade da lei, a um comando geral e abstrato. Ademais, há que se ressaltar que houve, que os atos praticados pela Administração Pública, não podem ser arbitrários, mas apenas discricionários. IV- DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer-se: a) a concessão da tutela de evidência para que o ato de exoneração seja anulado; b) que seja julgado procedente o pedido para condenar os Réus a anular o ato de exoneração já efetivado, bem como a restituir os valores que deixou de receber, além de indenizar o autor por danos morais; c) a citação da União, do Ministério da Saúde e do Ministro da Saúde para integrar o feito; d) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios; e) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas; f) a juntada de documentos. Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos procedimentais. Termos em que, pede deferimento. Local... e data... Advogado www.cers.com.br 4
Compartilhar