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Yaeko Ozaki Marcia Eloisa Avona Gestão do conhecimento © 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2016 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ozaki, Yaeko ISBN 978-85-8482-424-3 1. Gestão do conhecimento. 2. Gerenciamento de recursos de informação. I. Avona, Marcia Eloisa. II. Título. CDD 658.4 Avona. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. 232 p. O99g Gestão do conhecimento / Yaeko Ozaki, Marcia Eloisa Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação Mário Ghio Júnior Conselho Acadêmico Dieter S. S. Paiva Camila Cardoso Rotella Emanuel Santana Alberto S. Santana Regina Cláudia da Silva Fiorin Cristiane Lisandra Danna Danielly Nunes Andrade Noé Pareceristas Reinaldo Barros Cicone Raquel de Oliveira Henrique Editoração Emanuel Santana Cristiane Lisandra Danna André Augusto de Andrade Ramos Daniel Roggeri Rosa Adilson Braga Fontes Diogo Ribeiro Garcia eGTB Editora Unidade 1 | Fundamentos sobre o conhecimento Seção 1.1 - Contexto atual do conhecimento Seção 1.2 - Dados, informações e conhecimento Seção 1.3 - Tipos de conhecimento Seção 1.4 - Abordagens sobre o conhecimento organizacional Unidade 2 | Gestão do conhecimento Seção 2.1 - Criação do conhecimento organizacional Seção 2.2 - Criação do conhecimento interorganizacional Seção 2.3 - Modelos de conhecimento Seção 2.4 - Criação de contextos favoráveis Unidade 3 | Implantação da gestão do conhecimento Seção 3.1 - Modelos de gestão do conhecimento Seção 3.2 - Fatores estratégicos Seção 3.3 - Cultura organizacional e gestão do conhecimento Seção 3.4 - Implantação da gestão do conhecimento Unidade 4 | Valor organizacional Seção 4.1 - Conhecimento e inovação Seção 4.2 - Conhecimento e estratégia organizacional Seção 4.3 - Indicadores da gestão do conhecimento Seção 4.4 - As tendências da gestão do conhecimento 7 9 20 31 43 57 59 72 85 97 113 115 131 148 162 181 183 194 206 217 Sumário Palavras do autor Olá! Bem-vindo(a) à disciplina Gestão do Conhecimento! Ela foi especialmente preparada para você, que vive num mundo de turbulentas e constantes mudanças, que exige forte empenho de todos os profissionais, independentemente da área de formação, para gerir conhecimento e, com criatividade, gerar inovações em produtos/serviços que garantam a longevidade organizacional. Aceleradas mudanças vêm acontecendo a partir do advento das tecnologias da informação e comunicação, a partir dos anos 1990, época em que chegaram ao Brasil os celulares, viabilizando a comunicação pessoal sem fio. Os aparelhos dessa época eram robustos, pesados e sem beleza, mas causaram grande impacto. De lá para cá quanta mudança em relação aos de hoje! Quanta modernidade, interatividade, praticidade e beleza! Quanta convergência tecnológica num mesmo aparelhinho! Desde o seu início, quantos modelos já surgiram? O celular é apenas um exemplo para observarmos a velocidade das mudanças ao nosso redor. Mas quem e que fatores impulsionam as mudanças? Por que algumas organizações têm vida curta e outras ficam centenárias? Será que essas mudanças estão associadas à gestão do conhecimento? Convidamos você a acompanhar esses e outros questionamentos que surgirão no decorrer da disciplina Gestão do Conhecimento. Ao concluí-la, você terá conhecido o conceito de gestão do conhecimento e sua importância para a sua formação acadêmica e as estratégias das empresas que valorizam o capital humano. Para alcançar essas competências, na primeira Unidade de Ensino, abordarmos os conceitos de gestão do conhecimento; na unidade 2, vamos ver o que é conhecimento; na unidade 3, compreenderemos a implantação do processo de gestão do conhecimento e concluiremos os estudos com o conhecimento como valor organizacional. Desenvolver essas competências exigirá dedicação, empenho e autoestudo, pois você é protagonista do próprio aprendizado e desenvolvimento. Então, mãos à obra e cérebro em ação! Desejamos bom aproveitamento e contamos com a sua participação. Fundamentos sobre o conhecimento 7 Unidade 1 Fundamentos sobre o conhecimento Convite ao estudo Olá! Imaginamos que esteja ansioso(a) para iniciar os estudos! Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mineração é a extração, elaboração e beneficiamento de minerais em geral encontrados em estado natural: sólido (como o carvão), líquido (a exemplo do petróleo) e gasoso (como o gás natural). A atividade de mineração no mundo teve origem na Antiguidade e permanece até os dias de hoje. No Brasil, desde o século XVIII, essa atividade vem se intensificando. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), dados de 2013 apontavam que havia cerca de 8.870 empresas mineradoras no Brasil, contando aproximadamente com 214 mil trabalhadores em julho/2015. Com as exportações de minérios para Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Argentina e Coreia do Sul, dados de 2013 mostram que o setor representou 5% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro. A meta do setor era aumentar significativamente as exportações no período 2014-2018, investindo em ampliação de obras, projetos logísticos e aumento das extrações. No entanto, no segundo trimestre de 2015, o setor anunciou crise, acarretando demissões e congelamento de projetos. É nesse cenário global que se inclui uma empresa de beneficiamento de minério de ferro localizada no Brasil. O principal produto são pelotas de minério de ferro que, após passarem por transformação, geram valor agregado e são comercializados para a indústria siderúrgica mundial. Ocupa posição de destaque nas exportações para as Américas, Oriente Médio, Ásia e Europa. Em 2014, a empresa inaugurou uma usina de pelotização, com tecnologias de última geração, ampliando a sua capacidade produtiva e gerando cerca de 6 mil empregos. A empresa se desenvolve de forma sustentável, investindo constantemente na Fundamentos sobre o conhecimento8 busca pela interação, diálogo, comprometimento e participação efetiva de todos os stakeholders. O envolvimento de todos acontece pela partilha do desejo de seguirem na mesma direção. No início de novembro de 2015, a imprensa noticiou o rompimento de barragens de contenção de lama e resíduos de mineração dessa empresa mineradora. Esse rompimento provocou uma enxurrada de lama, causando destruições de infraestrutura física, perdas à biodiversidade e morte de pessoas. Comprometeu também a qualidade de vida da população de vários municípios porque a lama escoou pelos rios, chegando a atingir outro Estado, interrompendo o fornecimento de água que era captada nos rios atingidos. A imprensa noticiou também que outras barragens da mesma empresa correm risco de rompimento e por isso estão sendo reforçadas na estrutura. É a partir da reflexão a respeito desse trágico acontecimento que convidamos você a compreender os conceitos da Unidade 1 de Gestão do Conhecimento. Em função desse acontecimento, é possível construir novos conhecimentos em diferentes áreas da formação profissional. Nesta unidade, vamos estudar os fundamentos sobre o conhecimento, importantes para compreensão da gestão do conhecimento organizacional. Você conseguirá esclarecer questões como: o que é conhecimento? Como surge o conhecimento? Como reconhecer as organizações que valorizam oconhecimento? O que diferenciam os dados das informações e dos conhecimentos? Se o conhecimento decorre da aprendizagem, como ocorre a aprendizagem individual e a organizacional? Esse cenário gerará 4 desafios que serão propostos em cada uma das seções desta Unidade 1. Temos certeza de que você irá gostar de realizar esses desafios! Então, ao acompanhar os desafios propostos em cada aula, procure fazer associações com os conhecimentos relacionados ao seu curso. Está pronto(a) para iniciar os estudos? Fundamentos sobre o conhecimento 9 Seção 1.1 Contexto atual do conhecimento Se o conhecimento é pessoal e individual, que conhecimento você pôde captar desse triste acontecimento para sua vida pessoal? Pense nos conhecimentos e no profissional da sua própria área de formação. Que conhecimentos poderiam ser utilizados para minimizar os problemas decorrentes desse acontecimento? Pense nos aspectos materiais, sociais e ambientais. Se você pudesse contribuir com os conteúdos aqui apresentados, o que faria? Será que existe relação entre gestão do conhecimento e a ocorrência de acidentes? Você consegue pensar em algum exemplo? Será que a mineradora era ou continua sendo uma empresa voltada ao conhecimento? Por quê? Se todo novo conhecimento parte de uma dúvida, de uma pergunta ou da necessidade de solução para um problema, então é impossível prever desastres desse tipo? Vamos pensar nessas coisas? Diálogo aberto Não pode faltar Fundamentos sobre o Conhecimento Você já observou quanto repertório de saber já possui? Quanto conhecimento você produziu desde a sua infância até o momento presente? Como será que esse saber aconteceu? O que é conhecimento? O termo “conhecimento” origina- se no latim “cognoscere”, que significa conhecer, saber. O ato de conhecer envolve processos mentais, como “percepção, atenção, memória, interpretação, raciocínio lógico, julgamento, além de habilidades como a capacidade de planejar uma atividade ou de solucionar um problema” (CORDIOLI, 2008, p. 86). Então, entende- se que a produção do conhecimento pode ser pessoal e individual. De onde vem o conhecimento? O conhecimento tem origem nas experiências individuais, nas observações, nos relacionamentos, na leitura de publicações, na internet, na religião, no desenvolvimento das ciências e nos diferentes estudos que realizamos. Fundamentos sobre o conhecimento10 Assimile Lembre-se Se o conhecimento resulta de processos mentais; é pessoal e individual. Então, você já é detentor de inúmeros conhecimentos construídos ao longo de sua vida. O conhecimento individual pode ser transformado em conhecimento coletivo, por meio das interações. O desenvolvimento do conhecimento está intimamente ligado à convivência em grupo, quando o conhecimento de uma pessoa é transmitido à outra, de forma que cada ser humano evolui movido pela necessidade de compreender a si mesmo, conhecer o outro e o mundo em que está inserido. Assim, o conhecimento pessoal pode ser transformado em conhecimento coletivo, impactando nos grupos sociais. Há diferentes interpretações sobre o conhecimento. Para a psicologia, o conhecimento é compreendido como o conteúdo da memória; na sociologia, está associado a grupos sociais e a instituições; na informática, especificamente na área da inteligência artificial, refere-se à cognição de uma pessoa nos processos eletrônicos; na economia, como fator de produção coletiva (NORTH, 2010). E em sua área de formação? Como se compreende o conhecimento? Chiavenato (2004) descreve o conhecimento em quatro características básicas: a) é tácito (pessoal e individual e construído socialmente); b) é orientado para a ação (novos conhecimentos são gerados por intermédio da percepção); c) é sustentado por regras (que são inconscientes e dificultam as pessoas de aceitar coisas novas); e d) está em constante mutação. Na sociedade atual, o conhecimento é considerado fator de produção, assim como a terra, a mão de obra e o dinheiro eram tradicionalmente considerados fatores de produção. Cada trabalhador contribui com conhecimento e talento para a organização, transformando-os em resultados. Hoje, diferentemente do passado, os trabalhadores estão deixando de ser fornecedores de mão de obra e transformando-se em “fornecedores de conhecimento e competências, capazes de agregar valor ao negócio, à organização e ao cliente” (CHIAVENATO, 2004, p. 111). O conhecimento apresenta a sua dimensão individual, social e organizacional. Você já se imaginou vivendo isoladamente, sem contato com as pessoas, sem comunicação por meio de telefones celulares ou pelas redes sociais? Talvez você consiga passar algumas horas ou alguns Fundamentos sobre o conhecimento 11 Reflita Vocabulário Será que, mesmo os profissionais com menor escolaridade, têm algum conhecimento para contribuir na solução do problema na mineradora? Stakeholders: pessoas ou grupos que podem afetar ou receber os impactos da atuação de uma organização. Portanto, são parceiros os proprietários (acionistas e investidores), os fornecedores, os distribuidores, a sociedade, os órgãos governamentais, os clientes, os gestores e os colaboradores internos (empregados com carteira de trabalho assinada, profissionais que realizam trabalho por contrato, a exemplo daqueles que são autônomos ou integram empresas contratadas, estagiários e aprendizes). dias sem contato algum. Somos seres sociais e necessitamos de interação. Por isso, embora tenhamos objetivos pessoais, precisamos das outras pessoas para alcançar objetivos que são comuns e, por isso, formamos organizações. Características das organizações que valorizam o conhecimento Aproveitamos para relembrar aqui o conceito de organização. Só existe organização quando os seus integrantes se comunicam e cooperam uns com os outros com a finalidade de alcançar um objetivo comum, uma vez que pessoas isoladamente não conseguiriam alcançar (CHIAVENATO, 2009). São exemplos de organização: escolas, exército, comunidades de bairro, empresas privadas, empresas públicas, comunidades religiosas, hospitais, instituições bancárias, sindicatos, lojas comerciais e outras organizações voltadas para a produção de bens ou produtos ou para a prestação de serviços. Na visão tradicional de organização, seus integrantes são os proprietários, os administradores e os empregados. Hoje, consideram-se os stakeholders, Se cada um de nós já tem conhecimento, já pensou no potencial de conhecimentos quando se unem os conhecimentos de todos os que fazem parte de uma organização? Mas nem todas conseguem aproveitar esse conhecimento. E será que a mineradora que citamos na situação geradora da aprendizagem saberá aproveitar o conhecimento dos seus colaboradores? Fundamentos sobre o conhecimento12 Incertezas... competição em níveis globais... redes... intenso ritmo de mudanças... adaptações diante do novo... inovações... tudo isso faz parte do momento em que estamos vivendo, conhecido como Era do Conhecimento, devido à importância do conhecimento. Nesse contexto, as organizações que valorizam o conhecimento são aquelas que se sustentam por meio dele. Assimile Organizações que valorizam o conhecimento são conhecidas como empresas inteligentes e empresas criadoras do conhecimento. “Em uma economia onde a única certeza é a incerteza, a fonte certa de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento”. Dessa forma, Nonaka (2008, p. 39) reflete a respeito da empresa “criadora de conhecimento”, onde a inovação constante é o negócio principal. E continua explicando que: [...] quando os mercados transformam-se, as tecnologias proliferam, os competidores multiplicam-se e os produtos tornam-se obsoletos quase do dia para a noite, as empresas bem-sucedidas são as que criam consistentemente novos conhecimentos, disseminam-no amplamente pela organização e o incorporam rapidamente em novas tecnologias e produtos. Isso quer dizer que, para ter sucesso e garantir longevidade,as organizações atuais devem criar, disseminar e incorporar novas tecnologias e produtos ou serviços aos clientes ou consumidores. Vocabulário Inovação: é “uma nova ideia aplicada para desenvolver ou melhorar um produto, processo ou serviço” (ROBBINS, Stephen Paul; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010, p. 578). O mesmo autor aponta que ter capacidade de resposta rápida aos clientes, criar novos mercados, desenvolver novos produtos com agilidade e dominar tecnologias emergentes caracterizam as organizações que pensam no conhecimento e em seu relevante papel. Fundamentos sobre o conhecimento 13 Nessas reflexões de Nonaka, chama-nos atenção o termo “tecnologia”. Após estudos aprofundados para compreender o conceito de tecnologia, Veraszto et al. (2008) concluíram que a tecnologia tem o seu lado cultural (metas, valores, códigos éticos e crença no desenvolvimento e na criatividade humana) e tem o seu aspecto organizacional (economia e atividades industriais, trabalhadores, consumidores/usuários); é um saber que se adquire pelas teorias, práticas e pesquisas tecnológicas. Homem, cultura, saberes e necessidades, trabalho e instrumentos fazem parte da concepção de tecnologia. Podemos compreender, então, a importância do conhecimento, uma vez que ele é criado, aplicado e utilizado pelas próprias pessoas. Reflita O que diferencia o capital intelectual do capital físico? Suponha o capital físico e o capital intelectual que uma mineradora poderia ter. Enquanto o capital físico passa por depreciação pelo uso, ocorre o contrário com o capital intelectual, porque o conhecimento tem valorização contínua, e a bagagem de conhecimentos individual aumenta à medida que se compartilha com outras pessoas. Nessa perspectiva, as organizações devem proporcionar às pessoas um trabalho desafiador, que agregue experiências e conhecimentos; devem saber conquistar, reter e motivá-las, pois são elas que detêm o conhecimento que contribuirá para o sucesso organizacional. Esse capital vale mais à medida que consegue influenciar as ações e o sucesso organizacional. Nesse sentido, quatro alavancas do conhecimento são indispensáveis: a) dar poder e autonomia (empowerment) aos trabalhadores; b) criar condições para disseminação de informação para facilitar a tomada de decisões e a busca pelo novo; c) recompensar os trabalhadores pelos objetivos organizacionais atingidos; e d) definir as competências que a organização necessita para alcançar os seus objetivos, de modo a criar condições internas para que os trabalhadores desenvolvam essas competências. Cada gestor e a organização como um todo passam a ter o papel de aumentar e aplicar continuamente o capital humano (CHIAVENATO, 2009). O conhecimento de uma organização inclui patentes, processos, tecnologias, competências dos trabalhadores, informações sobre a clientela, os mercados e os fornecedores. North (2010) denomina “empresas inteligentes”, aquelas que são orientadas para o conhecimento. Fundamentos sobre o conhecimento14 Pesquise mais O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou as empresas de tecnologia mais inteligentes do mundo. Constate quais são elas. Conheça as 50 empresas de tecnologia mais inteligentes do mundo. 20 fev. 2014. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/pro/ noticia/conhecaas-50-empresas-de-tecnologia-mais-inteligentes-do- mundo/40458>. Acesso em: 22 out. 2015. As empresas inteligentes se diferenciam das empresas tradicionais não sensibilizadas para o conhecimento. As empresas inteligentes são aquelas que: a) atendem às “exigências diferenciadas dos clientes” (NORTH, 2010, p. 24), equilibrando, por exemplo, a queda de preços para os produtos ou serviços; b) oferecem soluções para os problemas dos clientes, intensificando em conhecimentos dificilmente imitáveis ou não substituíveis em curto prazo; c) desenvolvem produtos melhores que os dos concorrentes; d) transferem conhecimentos para clientes, fornecedores, parceiros e competidores e também promovem troca com eles; e) têm como valores fundamentais a confiança, a liberdade para as inovações e a autenticidade; f) utilizam benchmarking interno e externo, destacando as melhores práticas em prol da melhoria contínua; g) fomentam contatos informais, reuniões, trabalho em equipe, de forma que estimulam a comunicação e os espaços sociais e profissionais; h) utilizam tecnologia da informação e de comunicação, unindo sócios, clientes, fornecedores e outras fontes externas de conhecimento; i) consideram os gestores como responsáveis pela criação de condições favoráveis ao estabelecimento de objetivos organizacionais. Exemplificando A Volvo é uma empresa especializada em produtos e serviços voltados ao transporte comercial de cargas ou passageiros. É um exemplo de empresa que valoriza o conhecimento. Ela adotou em 2003 o Modelo de Excelência da Gestão da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), visando melhorar o seu sistema de gestão no Brasil. Criou os conselhos de excelência, grupos formados por profissionais de diferentes áreas da empresa que, além de suas atribuições rotineiras, planejam melhorias. Fundamentos sobre o conhecimento 15 Concluímos, então, que as empresas criadoras do conhecimento ou as empresas inteligentes impulsionam o conhecimento dos trabalhadores em prol do desempenho do próprio negócio e consequentemente contribuem para o desenvolvimento de seus profissionais e da sociedade. Atenção As empresas criadoras do conhecimento ou as empresas inteligentes são as organizações que valorizam e reconhecem no conhecimento um importante recurso para alcançar os seus objetivos. Vocabulário Faça você mesmo Benchmarking: “é a comparação sistemática dos processos e desempenhos organizacionais para criar novos padrões e/ou melhorar os processos.” São quatro tipos básicos: a) interno (no interior de uma organização); b) competitivo (operações e desempenho com competidores diretos); c) funcional (de processos semelhantes em ramo de negócios); d) genérico (de operações entre ramos de negócios não relacionados). Os benefícios promovidos pelo benchmarking são: compreender forças e fraquezas e perceber possíveis melhorias (HAVE, Steven Ten et al. Modelos de gestão: o que são e quando devem ser usados. São Paulo: Prentice-Hall, 2003, p. 21). Agora é com você! Retomando a situação da mineradora, levante pontos relevantes que poderão auxiliar você a compreender a empresa. Para isso, considere os seguintes itens: • A mineradora pode ser considerada uma organização? Por quê? • Em que contexto, observando o conhecimento, ela está inserida? • Será que ela é uma organização tradicional ou atual do ponto de vista do conhecimento? Com base na leitura desta seção “Não Pode Faltar”, identifique quais são, pelo menos, 5 características que identificam uma organização que valoriza o conhecimento e que você deve observar nas organizações. Fundamentos sobre o conhecimento16 Sem medo de errar Vamos resolver a situação-problema?? Se o conhecimento é pessoal e individual, que conhecimento você pôde captar desse triste acontecimento para sua vida pessoal? Pense nos conhecimentos e no profissional da sua própria área de formação. Que conhecimentos poderiam ser utilizados para minimizar os problemas decorrentes desse acontecimento? Pense nos aspectos materiais, sociais e ambientais. Se você pudesse contribuir com os conteúdos aqui apresentados, o que faria? Será que a mineradora era ou continua sendo uma empresa voltada ao conhecimento? Por quê? Se todo novo conhecimento parte de uma dúvida, de uma pergunta ou da necessidade de solução para um problema, levante algumas perguntas que poderiam gerar novo conhecimento para a empresa. Do ponto de vista do conhecimento, o que as organizações de hoje estão focando? Você poderia fazer uma pequena lista contendo as característicasde uma organização que valoriza o conhecimento. Atenção Lembre-se Organização é um conjunto de pessoas que se comunicam e cooperam mutuamente com a finalidade de alcançar um objetivo comum, pois sozinhos não conseguiriam alcançar. Empresas criadoras do conhecimento e empresas inteligentes valorizam o conhecimento nas organizações porque o conhecimento dá origem à inovação e a tecnologias que levam a sociedade ao desenvolvimento. Apenas a título de exemplo, eis uma característica: promovem melhoria contínua dos produtos e serviços que oferecem. Será que a mineradora é inovadora? Releia o item NÃO PODE FALTAR. Lá você vai encontrar muitas outras. Que outras características você listou? Lembre-se de que, quando você busca a solução de um problema, deve observá-lo por diversos pontos de vista e não apenas buscar uma resposta única e já pronta. Deve analisar os elementos do texto, buscar explicações no seu conhecimento tácito, na sua experiência pessoal, no que já havia aprendido antes, unindo teoria e prática, observar o contexto e, enfim, pensar de uma maneira ampla e aberta, buscando sempre respostas mais completas, embora não definitivas. Fundamentos sobre o conhecimento 17 Faça você mesmo Lembre-se Suponha que um amigo lhe enviou um e-mail com os seguintes dizeres: “Gostaria de, num futuro bem próximo, implantar a gestão do conhecimento na empresa em que trabalho. Mas, neste momento, não sei por onde começar. Talvez você pudesse me ajudar, explicando o que é conhecimento. A maioria das pessoas que aqui trabalham tem apenas quatro anos de escolaridade. Por isso, acho que não posso contar muito com eles! Será que existe conhecimento neles que possa ser aproveitado nos negócios? Como posso saber se aqui é uma empresa que valoriza o conhecimento?” Como você responderia a esse e-mail? O conhecimento é individual e pessoal e pode ser transformado em conhecimento coletivo. As organizações criadoras do conhecimento e organizações inteligentes são as que reconhecem no conhecimento um importante recurso para serem reconhecidas no mercado e alcançar a longevidade. Análise da organização X 1. Competência de fundamentos de área Conhecer o conceito de Gestão do Conhecimento e sua importância para a gestão e as estratégias das empresas que valorizam o capital humano. 2. Objetivos de aprendizagem Identificar o que é conhecimento e as características das organizações que valorizam o conhecimento. 3. Conteúdos relacionados Conhecimento – Organizações que valorizam o conhecimento. 4. Descrição da SP Analise a organização em que você trabalha, do ponto de vista do conhecimento, e identifique se ela valoriza o conhecimento. Caso você não tenha experiência profissional, pergunte a alguém do seu relacionamento para verificar se o conhecimento parece ser importante para ela. 5. Resolução da SP Para resolver a atividade, acompanhe as seguintes etapas: • de posse da lista elaborada na solução-problema, identifique quais são as características que apresenta a organização em que você trabalha; • reflita se há algo que você possa fazer para essa organização, utilizando o seu conhecimento. Avançando na prática Pratique mais Instrução Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de seus colegas. Fundamentos sobre o conhecimento18 Faça valer a pena 1. João estava se candidatando a uma vaga de gestor de produção e afirmava que estava em busca de oportunidade numa empresa sensibilizada para o conhecimento. É provável que estivesse referindo a: I. Uma empresa que valorizasse o conhecimento de seus profissionais. II. Uma vaga em que ele pudesse aplicar os seus conhecimentos. III. Uma empresa voltada à inovação de seus produtos e serviços. IV. Uma empresa em que pudesse inovar os processos de produção. V. Criar condições favoráveis para produzir novos conhecimentos. Estão corretas as afirmações: A. Apenas I, III e V. B. Apenas II, III e IV. C. Apenas I, IV e V. D. I, II, III, IV e V. E. Apenas I, II e V. 2. Identifique se são Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as afirmativas a seguir. Inovar significa: 1 - Desenvolver produto totalmente inédito para os consumidores. 2 - Adquirir um serviço especializado já existente no mercado nacional. 3 - Reproduzir um processo de trabalho já existente em outra organização. 4 - Reaplicar uma técnica produtiva aplicada em organização concorrente. 5 - Aplicar uma nova ideia para melhorar e desenvolver um produto ou serviço. Assinale a alternativa que apresenta respectivamente a sequência correta. A. 1 V – 2 V – 3 F – 4 V – 5 V. B. 1 V – 2 V – 3 V – 4 V – 5 V. C. 1 F – 2 V – 3 V – 4 V – 5 V. D. 1 V – 2 V – 3 F – 4 F – 5 F. E. 1 V – 2 F – 3 F – 4 F – 5 V. Fundamentos sobre o conhecimento 19 3. Empresas inteligentes são aquelas que valorizam o conhecimento. Identifique as características dessas empresas. I. Desenvolvem produtos diferenciados em relação aos concorrentes. II. Compartilham os conhecimentos com os seus stakeholders. III. Observam as melhores práticas existentes em outras organizações. IV. Estimulam o relacionamento e a comunicação entre os colaboradores. V. Deixam de oferecer soluções rápidas para os clientes ou consumidores. Estão corretas as afirmações: A. Apenas I, III e V. B. Apenas II, III e IV. C. Apenas I, IV e V. D. I, II, III e IV. E. Apenas I, II e V. Fundamentos sobre o conhecimento20 Seção 1.2 Dados, informações e conhecimento Diálogo aberto Olá! Na seção 1.1, você compreendeu o que é conhecimento, o contexto do conhecimento nas organizações na atualidade e quais são as características das organizações que valorizam o conhecimento, as chamadas organizações inteligentes ou criadoras do conhecimento. Vamos refletir agora a respeito de dados, informações e conhecimento. Qual é a relação que existe entre esses conceitos? A compreensão dos conteúdos da seção anterior vai ajudar você a compreender os das seções seguintes, além de contribuir para a sua participação efetiva durante as aulas presenciais. Então, contamos com a sua dedicação! Como vimos na seção 1.1, as organizações na atualidade estão valorizando o conhecimento. Onde você poderia buscar o conhecimento de valia para o local em que você trabalha? Já que pessoas são detentoras do conhecimento, será que as organizações conseguem aproveitar a bagagem de informações e de conhecimentos de cada profissional? Há pessoas que acreditam que conhecimento e informação são termos sinônimos. Você concorda ou discorda? Será que estamos falando do mesmo conceito? Será que na mineradora existem dados e informações que podem ser transformados em conhecimento? E será que podem gerar ações e resultados? Em relação ao rompimento das barragens e suas consequências, que dados a mineradora precisaria ter para transformá-los em informações para serem úteis na recuperação da empresa e da sociedade? E para transformar essas informações em conhecimento? Em sua área de formação, você consegue pensar em algum exemplo? Ao final dos estudos desta seção, você saberá conceituar dados, informações e conhecimento, diferenciar dados de informações e os meios de transformá-las em conhecimento útil para as organizações. Então, mãos à obra e cérebro em ação! Fundamentos sobre o conhecimento 21 Não pode faltar DADOS Dados são “pedaços de conhecimento” (FULD, 1995 apud RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). São elementos que descrevem um evento que ainda não passaram por tratamento lógico ou que ainda não foram contextualizados (ANGELONI, 2008). Reflita Exemplificando Será que ter informação é o mesmo que ter conhecimento? O que diferencia um dado de informação e de conhecimento? Existe relação entre esses três conceitos? As letras de um alfabeto representam um conjunto de dados. O quadro abaixo contém um outro exemplo de dados. A B C D 520 495 384 421 134259 148 398 444 139 894 175 Os dados são transformados em informações por contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Contextualizá-los significa saber a finalidade dos dados coletados; categorizá-los quer dizer agrupar por semelhanças; corrigir significa eliminar falhas e erros; e condensar é sintetizar ou resumir. Os dados podem ser quantificáveis e sintetizados em forma de tabela ou gráficos, para possibilitar interpretação e transformação em informações. Um gráfico sobre as vendas realizadas mensalmente pode levar à análise de que as vendas estão aumentando ou reduzindo, ou se estão ou não alcançando as metas preestabelecidas. INFORMAÇÕES Fundamentos sobre o conhecimento22 O termo “informação” é originário do latim “informatio” ou “informare”, que se traduz em moldar, dar forma; é o conjunto de dados logicamente selecionados e agrupados para realizar um determinado objetivo. Portanto, envolve coleta, classificação e mescla de dados (ANGELONI, 2008). Pesquise mais Exemplificando Exemplificando Assista ao vídeo Sociedade da informação: poder, informação e conhecimento, com duração de 5 minutos. Apresenta flashes de arte, fotos, eventos históricos, tirinha, historinha, notícias, trechos de filmes e outras imagens e reflexões. A pergunta instigadora é: “Pra que serve o teu conhecimento?” O vídeo está disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=EKyFqO-BofI>. Acesso em: 4 nov. 2015. Convidamos você a pensar nessa resposta. O número 1.549 pode indicar uma quantidade ou o número identificador do prédio de uma rua; masculino e feminino são categorias de gênero. Considerados isoladamente são dados. Juntos e contextualizados, traduzem uma informação, como cita o balanço social da empresa, por exemplo: compõem a empresa metalúrgica X, 1.549 empregados, sendo 1.459 do gênero masculino e 90 do gênero feminino. Se a informação pode ser interpretada em contextos culturais diferentes, veja um exemplo citado na comunicação gestual. Para nós, brasileiros, o gesto de polegar para cima quer dizer que está certo e também é utilizado para pedir carona. Para nós e para os americanos tem o mesmo significado. Mas será que para outros povos o significado é o mesmo? No Japão, significa o número Assim como o conhecimento, a informação tem significado em um determinado contexto e se cria por meio da comunicação entre as pessoas (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). As informações são o caminho dos dados para possibilitar a geração de conhecimento (NONAKA apud TAKEUCHI; NONAKA, 2008) e sua interpretação pode ser diferente em contextos culturais diferentes (NORTH, 2010). Fundamentos sobre o conhecimento 23 5; na Alemanha, o número 1. Entretanto, na Turquia, significa cantada de alguém para sair com pessoa homossexual; na Nigéria e na Austrália, representa um gesto obsceno (POLITO, Reinaldo. O significado dos gestos em diferentes culturas. 15 set. 2008. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ planodecarreira/artigos/polito/2008/09/15/ult4385u82.jhtm>. Acesso em: 28 out. 2015). Suponha que você esteja numa mesa de negociação com seus colegas japoneses e faça esse gesto com o polegar para sinalizar que a decisão está ok. Será que eles entenderão? Pesquise mais no link citado logo acima outros exemplos de interpretações de um mesmo gesto em contextos culturais diferentes. Deve-se observar as características da qualidade de uma informação: integridade (se está completa), veracidade (se é fiel ao fato), confidencialidade (quem tem direito a ela), disponibilidade (existência, facilidade de acesso), atualidade (se é atual), confiabilidade (se tem credibilidade), originalidade (se vem direto da fonte), agregação de valor (importância) (DE SORDI, 2008). Reflita Antes de transformar uma informação em conhecimento, é prudente analisar as suas características, para evitar a tomada de decisão inadequada a partir de uma informação não confiável. CONHECIMENTO É um conjunto de informações (ANGELONI, 2008) que se relacionam com crenças e costumes, interação, ação e atitude, que objetiva atingir especificamente uma finalidade. Então, o conhecimento é gerado como consequência da busca de soluções para as dificuldades (SÜFFERT, 2007) assim como a informação tem significado dentro de um contexto e é gerada por meio da comunicação entre as pessoas (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). Fundamentos sobre o conhecimento24 As informações são transformadas em conhecimento por meio de comparações, análise das consequências, observação das conexões ou das relações e pelo diálogo entre as pessoas (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). CONHECIMENTO É um conjunto de informações (ANGELONI, 2008) que se relacionam com crenças e costumes, interação, ação e atitude, que objetiva atingir especificamente uma finalidade. Então, o conhecimento é gerado como consequência da busca de soluções para as dificuldades (SÜFFERT, 2007) assim como a informação tem significado dentro de um contexto e é gerada por meio da comunicação entre as pessoas (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). As informações são transformadas em conhecimento por meio de comparações, análise das consequências, observação das conexões ou das relações e pelo diálogo entre as pessoas (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Pesquise mais O professor Edson Ito, diretor do Board of Directors do Strategic and Competitive Intelligence Professionals (SCIP) – Brasil – relatou em entrevista publicada em 19 abr. 2012, a importância de transformar dados em conhecimento. Disponível em: <http://www.amcham.com. br/gestao-empresarial/noticias/transformar-dados-em-conhecimento- e-etapa-mais-importante-da-inteligencia-competitiva>. Acesso em: 28 out. 2015. O conhecimento apoia-se em dados e informações, mas sempre está atrelado às pessoas. Tem origem nas pessoas em um determinado contexto e se manifesta em ações. Essas ações proporcionam resultados mensuráveis de como uma pessoa, grupo ou organização gera conhecimento e como utiliza a informação para solucionar as dificuldades (NORTH, 2010). Exemplificando No contexto organizacional, a análise dos resultados de uma pesquisa de satisfação dos clientes pode gerar propostas de ação para aumentar a satisfação e consequentemente aumentar as vendas dos produtos produzidos. Fundamentos sobre o conhecimento 25 Pesquise mais A declaração da missão organizacional justifica a razão da existência de uma organização. Ao analisar as missões declaradas por 52 hotéis do sul do Brasil, Souza, Coral e Lunkes concluíram que a missão desses hotéis tem como foco os clientes, os produtos/serviços e a qualidade. Se quiser saber mais a respeito dessa pesquisa, o link é: <http://www. podiumreview.org.br/ojs/index.php/rgesporte/article/view/71>. Acesso em: 30 out. 2015. O conhecimento está associado à competência, que é a aptidão para transformar conhecimentos em ações direcionadas ao objetivo (NORTH, 2010). Assimile Assimile Nas organizações, as informações e os conhecimentos estão expressos em manuais, procedimentos, processos, normas, políticas e rotinas de trabalho. Os dados podem ser transformados em informações e elas podem ser transformadas em conhecimento. O conhecimento é um dos elementos para geração da inovação (FREITAS FILHO, 2013) e também está associado ao aumento do capital organizacional. Süffert (2007) classifica o capital organizacional em três tipos: recursos humanos, recursos tecnológicos e recursos físicos. No primeiro tipo de capital, incluem-se pessoas e recursos organizacionais, tais como cultura e clima organizacional, processos, sistemas de gestão; recursos tecnológicos envolvem as tecnologias utilizadas para alcançar a missão organizacional, nas quais se incluem as tecnologias da informação; e em recursos físicos consideram-se equipamentos e recursos materiais e financeiros. A partir dos três conceitos que estudamos – dados, informações e conhecimento – podemos resumir a sequência de geração de conhecimentoe inovação conforme a Figura 1.1. Fundamentos sobre o conhecimento26 Fonte: O autor (2015) Figura 1.1 | Sequência de geração de conhecimento e inovação Dado Informação InovaçãoConhecimento Faça você mesmo Você compreendeu bem as diferenças entre dados, informações e conhecimento? Retomando a situação da mineradora, que dados e informações poderiam estar disponíveis para transformá-los em conhecimento em busca de soluções para os problemas gerados pelo rompimento das barragens? Mesmo que você nunca tenha trabalhado numa mineradora, tem condições de levantar algumas hipóteses. Então, agora é com você! Sem medo de errar Vamos pensar em alguma solução para a situação-problema da mineradora, considerando os conceitos de dados, informações e conhecimento? Lembramos que dados são elementos que, isolados, não possuem significado, mas uma vez agrupados e organizados permitirão interpretação. Quando os dados passam a ter significado, transformam-se em informações. Como será que a empresa consegue manter os dados que recebe, uma vez que o problema atingiu proporções que fogem do seu controle, pois além dos fatores internos, há outros fatores do ambiente externo envolvidos? Será que esses dados podem ser transformados em informação? Por exemplo, quantas pessoas da cidade em que aconteceu o problema foram afetadas? Qual o valor financeiro envolvido nessa perda? Fundamentos sobre o conhecimento 27 Será que esses dados podem gerar informações, tais como: quais são as necessidades mais urgentes para socorrer as pessoas envolvidas? Reflita a respeito das necessidades fisiológicas, sociais, de segurança, de resgate da autoestima. Essas são informações que podem gerar novos conhecimentos em busca da solução dos problemas? Atenção Os dados podem ser transformados em informação por meio de contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação. Lembre-se As informações podem ser transformadas em conhecimento por meio de comparações, análise das consequências, observação das conexões ou das relações e pelo diálogo entre as pessoas. Chamamos atenção para a integração entre dados, informações e conhecimento, que permitirá fazer algo, que levará à tomada de decisão, que será útil para alcançar um objetivo específico. No caso da mineradora, significa recuperar a empresa e a comunidade nos aspectos individuais, sociais, econômicos e ambientais. Será que há outras possibilidades de transformação de dados em informações e informações em conhecimento nessa empresa? Agora, desafiamos você a buscar a aplicação do que aprendeu, identificando dados, informações e conhecimento na instituição em que você estuda. Avançando na prática Pratique mais Instrução Desafiamos você a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos para novas situações que podem ser encontradas no seu ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de seus colegas. Transformação de dados e informações em conhecimento: um estudo na Faculdade X 1. Competência de fun- damentos de área Conhecer o conceito de Gestão do Conhecimento e sua importância para a gestão e as estratégias das empresas que valorizam o capital humano. 2. Objetivos de aprendizagem Compreender e diferenciar dados de informação e de conhecimento. Fundamentos sobre o conhecimento28 3. Conteúdos relacio- nados Dados – informação e conhecimento. 4. Descrição da SP Você estuda numa instituição de ensino, que também é considerada uma organização, porque os seus integrantes se comunicam e cooperam mutuamente para alcançar objetivos comuns. Isoladamente, eles não conseguiriam alcançá-los. Imagine que você tenha curiosidade em saber se pode aplicar os conceitos da gestão do conhecimento numa instituição de ensino universitário. Qual é a sua relação com a instituição, em termos de dados, informação e conhecimento? Você tem acesso a dados? E a informações? Como transforma informações em conhecimento? Como eles ajudam você na tomada de decisões e na evolução do seu projeto de vida? 5. Resolução da SP Para encontrar resposta à sua curiosidade, reflita sobre os seguintes pontos. • Que dados a instituição tem a seu respeito? Uma dica é o seu RA. Que outros dados você identificou? • Como esses dados podem ser agregados para se transformar em informação? Outra dica advém de uma outra pergunta: a partir dos dados que estão no banco de dados da instituição, que informação você tem? • Agora transforme a informação em conhecimento. Como você sabe que está aprovado e que concluiu o curso? De posse dessa informação, você já pode tomar a decisão de se matricular em um curso de pós-graduação? Faça você mesmo Lembre-se Pense na seguinte situação: Alfredo é gestor de RH de uma empresa que costuma contratar anualmente 20 estagiários ultimoanistas em seus cursos de, pelo menos, 5 diferentes instituições de ensino. Todos eles passam por avaliação de desempenho contínuo para acompanhamento do desenvolvimento por seus tutores e, ao final do estágio anual, os melhores são contratados como profissionais efetivos da empresa. Nos últimos 3 anos, relatórios apontam que todos os estagiários provenientes de duas universidades são contratados como efetivos. Diante disso, a empresa decidiu que, a partir do próximo ano, todos os estagiários serão selecionados apenas nessas duas universidades. A partir da análise dessa situação, identifique dados, informação e conhecimento. Os dados precisam ser organizados para se transformar em informação e informação recebe interpretação para ser transformada em conhecimento. Fundamentos sobre o conhecimento 29 2. A informação apresenta as seguintes características: I. Situa-se dentro de um contexto. II. É gerada pela comunicação. III. Envolve agrupamento de dados. IV. É o fluxo para o conhecimento. V. É a base para obtenção de dados. Identifique as características corretas. A. Apenas as citadas em II, IV e V. B. Apenas as citadas em I, III e V. C. Apenas as citadas em I, II, III e IV. D. I, II, III, IV e V. E. Apenas as citadas em II, III e IV. Faça valer a pena 1. Associe as características de uma informação, citadas na coluna da esquerda com as respectivas explicações na coluna da direita. Em seguida, identifique a alternativa que contém a sequência correta dessa associação. A. I d – II b – III a – IV e – V c. B. I a – II b – III c – IV e – V e. C. I b – II e – III a – IV c – V d. D. I d – II e – III a – IV c – V b. E. I b – II d – III e – IV e – V c. I – Confiabilidade II – Integridade III – Confidencialidade IV – Veracidade V – Disponibilidade a – Nem todos têm direito a ela b – Facilidade de acesso c – Fiel aos fatos d – Sem falhas e – Completa Fundamentos sobre o conhecimento30 3. A respeito do conhecimento, identifique as afirmativas corretas. I. Apoia-se em dados e informações em poder das pessoas. II. Associa-se a conceitos das diversas áreas do conhecimento. III. É sinônimo de competência pessoal e profissional. IV. É gerado para solução de problemas do cotidiano organizacional. V. Manifesta-se por meio de atitudes e ações práticas. Identifique as alternativas corretas. A. Apenas I, III e V. B. Apenas I, II, IV e V. C. Apenas I, IV e V. D. I, II, III, IV e V. E. Apenas I, II e V. Fundamentos sobre o conhecimento 31 Seção 1.3 Tipos de conhecimento Diálogo aberto Na seção 1.1, você compreendeu o que é conhecimento, o contexto do conhecimento nas organizações na atualidade e quais são as características das organizações que valorizam o conhecimento, nas chamadas organizações inteligentes, ou criadoras do conhecimento. Na seção 1.2, você aprendeu a diferenciar dados de informações e de conhecimento. Você sabe o quanto é importante ter conhecimento, não só para gerir a sua vida pessoal, mas também gerir o conhecimento na organização em que você trabalha. Vamos prosseguir nos fundamentos sobre o conhecimento e desta vez você vai saber diferenciar os dois tipos de conhecimento:o tácito e o explícito. O primeiro é pessoal e subjetivo e o segundo, como o próprio nome revela, está explícito, está registrado em algum meio físico ou digital. Você sabe por que as organizações de hoje precisam saber cultivar e enfrentar os paradoxos? Mas, o que é um paradoxo? O que tem a ver paradoxo com o conhecimento nas organizações na atualidade? Após compreender as respostas a essas questões na seção NÃO PODE FALTAR!, volte sua reflexão para a situação geradora da aprendizagem, a da mineradora. Este é o momento de pensar no terceiro desafio. Suas reflexões devem obter respostas às seguintes questões. Bento Rodrigues, um distrito da cidade de Mariana, foi devastado pela lama, mas a maior parte da população de cerca de 600 pessoas está salva. Onde estão as fontes de conhecimento tácito para reconstruir o distrito? E para a reconstrução daquilo que foi destruído? Será que todo o conhecimento explícito disponível no distrito desapareceu? Como construir o que foi perdido? Profissionais da sua área de formação poderiam contribuir com conhecimentos? De que forma? Ao finalizar os estudos desta seção, você estará apto(a) a diferenciar o conhecimento tácito do conhecimento explícito e terá compreendido as ideias que devem fundamentar as organizações voltadas para a criação do conhecimento. Agora é com você! Vamos lá? Fundamentos sobre o conhecimento32 Não pode faltar A passagem da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento mudou a forma de perceber o paradoxo, algo que era necessário eliminar. Em virtude disso, iniciaremos os estudos desta aula compreendendo a relação entre paradoxos e conhecimento. Paradoxo e conhecimento Em 2012, ao proferir uma palestra a um grupo de executivos angolanos, o professor Miguel Pina e Cunha (2012), das universidades Nova Angola Business School (Luanda, Angola) e Nova School of Business & Economics, de Lisboa (Portugal), enfatizou que “a gestão é uma profissão exigente, entre outras razões porque confronta aqueles que a exercem com paradoxos nem sempre fáceis de resolver”. Embora essa afirmação mostre a importância do trabalho do administrador, vale também para os profissionais de todas as áreas do conhecimento, pois todos os participantes das organizações lidam com os paradoxos. Então, antes de abordarmos os tipos de conhecimento, vamos compreender o que é paradoxo e como se relaciona com o conhecimento. Takeuchi e Nonaka (2008) citam Handy (1994) ao explicar que, quanto maior a turbulência, mais complexo se torna o mundo e maior será a ocorrência de paradoxos. As empresas bem-sucedidas, além de enfrentarem os paradoxos, conseguem tirar vantagem deles. Vocabulário Paradoxo significa opinião contrária à comum. É “afirmação, na mesma frase, de um conceito mediante aparentes contradições ou termos incompatíveis”. (Fonte: Dicionário de português on-line. Disponível em: <http://michaelis. uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues- portugues&palavra=paradoxo>. Acesso em: 7 nov. 2015. Não se trata apenas de uma figura de linguagem, mas no paradoxo, mesmo tendo sentidos opostos, as ideias se fundem, como é o caso de conhecimento tácito e conhecimento explícito. Fundamentos sobre o conhecimento 33 De que forma você acha que as empresas tiram vantagem? Takeuchi e Nonaka (2008) expõem que as empresas bem- sucedidas entendem que, compreendendo os paradoxos, o mundo parece diferente e menos ameaçador. Os autores citam Joseph Schumpeter, economista austríaco, como exemplo de alguém que conseguiu manter duas ideias opostas ao mesmo tempo, ao desenvolver os postulados do “desequilíbrio dinâmico”, como a estabilidade da economia, e da “destruição criativa”, por parte dos inovadores, como a força propulsora da economia no mundo capitalista. Essas teorias são a antítese da teoria econômica, que se baseia na compreensão do equilíbrio como regra de uma economia saudável e nas políticas monetária e fiscal como impulsionadoras da economia moderna. Somente uma mente diferenciada consegue manter duas visões opostas em busca de uma melhor resposta. Essa é a forma pela qual os autores defendem como devem pensar e agir nas organizações que querem ser bem-sucedidas. As empresas fracassam devido à tendência de tentarem eliminar os paradoxos. Hoje, diferentemente das organizações da Sociedade Industrial, as da Sociedade do Conhecimento acreditam que o paradoxo é algo que deve ser aceito e cultivado, como observam Takeuchi e Nonaka (2008, p. 19) na seguinte citação: As contradições, as inconsistências, os dilemas, as dualidades, as polaridades, as dicotomias e as oposições não são alheios ao conhecimento, pois o conhecimento em si é formado por dois componentes dicotômicos e aparentemente opostos – isto é, o conhecimento explícito e o conhecimento tácito. Mas, afinal, o que é um paradoxo? Vasconcelos, Mota e Pinochet (2003) citam a definição de paradoxo proposta por Eisenhardt (2000): trata-se da existência simultânea de duas realidades opostas e aparentemente irreconciliáveis, assim como acontece com novo e velho, liberdade e vigilância, autonomia e conformidade. Os mesmos autores atribuem a Merton (1950) o argumento de que as ações sociais produzem paradoxo básico, com consequências contraditórias; para cada consequência desejada de uma ação, ocorrem consequências secundárias não desejadas ou previstas, que se contrapõem às consequências encontradas pelas pessoas ao agir. Fundamentos sobre o conhecimento34 Reflita Faça uma relação entre os argumentos de Merton e o paradoxo entre o discurso e a prática nas organizações. Todas as normas prescritas em manuais de procedimentos são aplicadas? Cumpri-las trazem consequências contraditórias não desejadas ou previstas? A produção de normas de procedimentos é baseada na racionalidade e a ação envolve o componente da emoção. Isso quer dizer que razão e emoção também compõem outro paradoxo nas organizações? Os estudos sobre os paradoxos nas organizações tiveram início por volta de 1950. Mas até hoje continuam as discussões a esse respeito. Então, é importante que você esteja preparado(a) para compreender e gerir os paradoxos, não somente na vida profissional, mas também na vida pessoal. Enfrentar os paradoxos significa utilizar-se da dialética. A dialética As empresas que enfrentam os paradoxos são chamadas de empresas dialéticas. Você compreenderá melhor as empresas dialéticas na unidade de ensino 2. Neste momento, você entenderá a questão da dialética. A prática da dialética teve origem na antiga Grécia. Suas características são a ênfase na mudança e a ênfase nos opostos e tem sido muito útil na atualidade para compreender e lidar com as turbulências e a complexidade. Segundo o raciocínio dialético, a mudança acontece por meio do conflito e da oposição. É a busca constante por compreender as contradições existentes nas pessoas e nas situações. Portanto, o conhecimento é criado de forma dinâmica, pela compreensão do que aparenta ser oposto e contraditório. E por que o uso do termo “aparenta”? Porque não são realmente opostos. O conhecimento é criado e envolve conceitos aparentemente opostos; são os paradoxos, a exemplo de tácito e explícito, caos e ordem, micro (pessoa) e macro (ambiente), mente e corpo, dedução e indução, parte e todo, novo e velho, masculino e feminino, indivíduo e organização, inferior e superior, Oriente e Ocidente e assim por diante. O raciocínio dialético percebe a unidade na contradição daquilo que está aparentemente nas extremidades opostas. A partir da ideia de que os opostos são complementares, cria-se uma nova realidade por meio da síntese, que é um “processo contínuo e dinâmico que reconcilia e transcende os opostos antes que um novo conhecimento seja criado” (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 22). Fundamentos sobre o conhecimento 35 A dialética, então, é um modo de raciocínio que enfatiza duas características úteis para compreender as turbulências e a complexidadedo mundo atual: a primeira é a percepção de mudança permanente e a segunda é a identificação dos opostos. A mudança ocorre por conflito e oposição; por isso, a busca de contradições nas pessoas e nas situações é que permite entender o sentido do movimento. O ponto de partida desse movimento dialético é a tese. O estágio seguinte é a demonstração de que a tese é inadequada ou inconsistente; é nesse estágio que ocorre a antítese, ou seja, a negação ou a oposição à tese. O terceiro estágio é a síntese; é nesse estágio que tese e antítese se unem e transcendem. Pela lógica dialética, da negação da tese pela antítese, sempre haverá uma síntese, que passa a ser uma nova tese a ser negada, formando um movimento permanente, em forma de espiral. Sempre haverá contradição e transformação para geração de novo conhecimento. Esses três estágios formam o processo pelo qual as organizações criam e exploram o conhecimento, sintetizando aquilo que parece ser oposto ou contraditório, em forma de espiral, que passa pelos dois conceitos aparentemente opostos, como nos exemplos de caos e ordem (em vez de caos ou ordem), tácito e explícito. Então, a chave para coordenar o processo de criação do conhecimento é o raciocínio dialético (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Pela lógica dialética, a negação da tese pela antítese provocará a síntese, num movimento permanente de criação do novo conhecimento. Reflita Pesquise mais Observe quando há um conflito no seu ambiente que esteja relacionado, por exemplo, a um processo de trabalho. O conflito acontece quando duas pessoas estão em desacordo quanto às etapas do processo; uma defende (tese) uma sequência de etapas e a outra não concorda (antítese), isto é, defende uma sequência diferente; se houver diálogo entre as partes, poderão chegar à síntese, que é a união entre tese e antítese, surgindo um novo processo de trabalho, sendo criado um novo conhecimento. Vale a pena ler este estudo que analisou 53 artigos teórico-empíricos publicados entre 1997 a 2010 nos anais de eventos da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad). Os resultados mostraram que o pesquisador brasileiro demonstra percepção de que o conhecimento organizacional envolve aspectos Fundamentos sobre o conhecimento36 tácitos e explícitos teorizados por Takeuchi e Nonaka como conhecimentos complementares, contrariando a visão de que no Ocidente, a gestão se concentra no conhecimento explícito. Vale a pena conferir em: RODRIGUES, Marcos Mazurek; GRAEML, Alexandre Reis. Conhecimento tácito ou explícito? A dimensão epistemológica do conhecimento organizacional na pesquisa brasileira sobre gestão do conhecimento. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 3, n. 2, p. 131-144, jul./dez. 2013. Disponível em: <http:// periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc/article/view/16490/10001>. Acesso em: 7 nov. 2015. Conhecimento Explícito É o tipo de conhecimento que pode ser formalizado por meio de palavras, números, sons. Podem ser compartilhados em textos, tabelas, gráficos, figuras, desenhos, recursos visuais, fórmulas, diagramas, mapas, esquemas, especificações de produtos e outros meios. É fácil de ser recuperado quando organizado em base eletrônica de dados ou documentos impressos; pode ser rapidamente transmitido de modo formal e sistematizado (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Exemplificando O conhecimento explícito pode ser compartilhado e registrado em publicações impressas ou digitais, tais como em livros, jornais, revistas, sites. Nas organizações, o conhecimento explícito está registrado em manuais, políticas, procedimentos e outras formas físicas impressas ou digitais. Uma vez registrado, o conhecimento explícito passa a ser informação. Conhecimento Tácito Esse tipo de conhecimento é pessoal e subjetivo e, por isso mesmo, dificilmente visível e também difícil de ser explicado, formalizado e transferido para outra pessoa porque envolve habilidades práticas. O conhecimento tácito refere-se a habilidades, ideias, valores, emoções, percepções e experiências pessoais. Intuições e palpites subjetivos são alguns exemplos; está interiorizado nas ações e nas experiências corporais das pessoas (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Fundamentos sobre o conhecimento 37 Exemplificando O conhecimento tácito é o conhecimento que está em você, adquirido por meio de cursos, leituras e experiências anteriores. Você demonstra o conhecimento tácito quando está realizando uma tarefa durante a sua atuação profissional. Há duas dimensões para o conhecimento tácito: a técnica e a cognitiva. A dimensão técnica é a do conhecimento voltado para a realização de alguma atividade de trabalho, quando uma pessoa demonstra que tem expertise ou know-how, que quer dizer o conjunto de habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo do tempo pela experiência, especialização e estudos. A dimensão cognitiva está relacionada a “crenças, percepções, ideais, valores, emoções e modelos mentais” e dá forma ao modo de percepção do mundo (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 19). Reflita Assimile Qual dos dois conhecimentos (tácito e explícito) é mais importante? Por quê? Modelos mentais são esquemas, paradigmas, perspectivas, crenças e pontos de vista que ajudam as pessoas a perceber e definir o seu mundo. Complementaridade dos dois conhecimentos Takeuchi e Nonaka (2008) explicam que as proposições sobre os opostos na dialética são aplicáveis no conhecimento pelos seguintes motivos: a) conhecimentos tácito e explícito são retratados como opostos, mas são complementares e interdependentes, isto é, dependem-se simultaneamente; b) existe algum conhecimento explícito no conhecimento tácito e vice-versa; c) tanto o conhecimento tácito como o conhecimento explícito são realidades percebidas a partir de um determinado contexto, mostrando que um pode se transformar no outro. O conhecimento não é explícito ou tácito, mas é tanto explícito quanto tácito. Isso é um paradoxo, pois o conhecimento é “inerentemente paradoxal, porque é formado por aquilo que parecem ser dois opostos” (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 20). Fundamentos sobre o conhecimento38 Exemplificando Imagine que você vai realizar um trabalho em grupo para atender à solicitação de um professor. Cada integrante do grupo fica responsável por realizar uma pesquisa bibliográfica para depois trocar informações no próximo encontro. Onde você irá buscar essas informações para cumprir a sua parte na pesquisa? Isso mesmo! Em publicações impressas ou em websites? Que tipo de conhecimento é esse que você estará pesquisando? Acertou novamente! Você estará buscando o conhecimento explícito que contenha conceitos teóricos ou a aplicação das teorias na prática. No encontro seguinte do grupo, quando você compartilhar o que aprendeu (conhecimento tácito), por meio do conhecimento explícito, dialogando com seus colegas do grupo, estará transformando o conhecimento tácito em explícito. Quando esse processo de transformação acontece, poderá surgir um novo conhecimento tácito, não somente em você, mas em cada integrante do grupo. Você pode perceber que esse processo de criação do conhecimento é contínuo em nossa vida? Quando você e seu grupo redigem o trabalho de forma conjunta para entrega ao professor, estarão entregando o resultado da construção do conhecimento coletivo. Por esse exemplo, você poderá compreender a tese dos autores que defendem que os conhecimentos tácito e explícito são complementares e interdependentes, embora pareçam opostos. E esse é também um exemplo de um paradoxo! Entendendo o paradoxo dos conhecimentos tácito e explícito, percebe-se que os dois conhecimentos são igualmente importantes devido à interdependência e complementaridade. Os conhecimentos mais importantes estão nas pessoas (conhecimentos tácitos), e não nas organizações (conhecimentos explícitos) (DAVIS; BOTKIN, 1996; O’DELL; GRAYSON, 1998 apud GROTTO, 2008). Fundamentos sobre o conhecimento39 Reflita Porque os conhecimentos mais importantes estão nas pessoas, as organizações devem fazer a gestão desse conhecimento para desenvolvimento de quem – pessoas ou organizações? Será que estamos diante de mais um paradoxo? Pense nisso! Nas empresas japonesas, o conhecimento tácito é predominante, pois entendem a empresa como organismo vivo, ressaltando a importância da experiência direta das pessoas e o conhecimento que é construído socialmente. Nas empresas ocidentais, há predominância do conhecimento explícito, valorizando habilidades analíticas e formas concretas de apresentação verbal e visual, como em documentos, manuais e bases de dados computacionais. Dessa forma, as empresas são vistas como máquinas que processam conhecimento (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). O conhecimento tácito deveria ser mais reconhecido e valorizado nas organizações. Percebe-se a dificuldade de tornar explícitos muitos conhecimentos tácitos para armazenamento, o que requer muito diálogo e interação entre as pessoas. Dessa forma, um dos grandes desafios da gestão do conhecimento é promover o compartilhamento do conhecimento que ainda não está explícito. Será muito produtivo se tiver ficado claro para você esses conceitos, porque numa das próximas seções você vai compreender a conversão do conhecimento, utilizando os conhecimentos tácito e explícito. Faça você mesmo Agora que você consegue visualizar com clareza o conhecimento tácito e o explícito, você saberá solucionar mais um desafio. Considerando a sua vida pessoal e as suas experiências na empresa que trabalha, você já produziu algum conhecimento explícito? Em caso afirmativo, foi ou está sendo utilizado por outras pessoas? Como aconteceu esse processo, até chegar ao conhecimento explícito? Fundamentos sobre o conhecimento40 Para ajudar você a responder às questões do desafio, aqui estão algumas ideias para alcançar a solução: 1. Se o conhecimento tácito está na pessoa, então é certo que cada morador do distrito possui esse conhecimento. Pense acerca de quais conhecimentos eles possuem e podem ser úteis à mineradora, aos órgãos governamentais, aos próprios moradores e à sociedade. 2. Supondo-se que todo o conhecimento explícito tenha sido destruído pela lama, pense em como o conhecimento tácito poderia ser útil na reconstrução ou reconstituição do conhecimento explícito. 3. Reflita sobre qual dos dois conhecimentos poderia ser mais útil na solução dos problemas. Se você compreendeu de onde surgem e a importância dos dois tipos de conhecimento, com certeza saberá responder quais são as fontes desses dois conhecimentos! Sem medo de errar Atenção Lembre-se Importante observar que conhecimento tácito é dificilmente visível enquanto que o explícito, como o próprio nome indica, é visível. O conhecimento tácito e o explícito são interdependentes e complementares. Avançando na prática Pratique mais Instrução O desafio agora é você praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que poderá encontrar no ambiente de trabalho. Reflita sobre a descrição da situação-problema (SP) e acompanhe as dicas para resolução. Fundamentos sobre o conhecimento 41 Pratique mais Instrução O desafio agora é você praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que poderá encontrar no ambiente de trabalho. Reflita sobre a descrição da situação-problema (SP) e acompanhe as dicas para resolução. Conhecimento Tácito e Explícito em momentos de transição 1. Competência de fundamen- tos de área Conhecer o conceito de Gestão do Conhecimento e sua importância para a gestão e as estratégias das empresas que valorizam o capital humano. 2. Objetivos de aprendizagem Saber a diferenciação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito e compreender as ideias que fundamentam a empresa dialética e sua relação com esses dois conhecimentos. 3. Conteúdos relacionados Conhecimento tácito, conhecimento explícito. 4. Descrição da SP Marcos, gerente de produção numa fábrica de componentes eletrônicos, recebeu convite para trabalhar em outra indústria. Ao fazer o seu pedido de desligamento ao superintendente geral, ele disponibilizou-se a permanecer na empresa por um mês para preparar o seu substituto. Essa disponibilidade foi bem aceita pelo superintendente, que tratou logo de realizar o recrutamento externo para seleção do novo gerente de produção. Durante o período em que “treinava” o substituto, Marcos redigiu as rotinas do seu trabalho na tentativa de ajudar o substituto e a organização. Marcos explicou ao substituto que era prática da empresa fazer reuniões semanais com os profissionais do setor para ouvir relatos e experiências sobre processos de trabalho e discutir conflitos e oposições para gerar inovações. O seu desafio é identificar o conhecimento tácito e o conhecimento explícito no relato da situação de Marcos. Justifique a sua compreensão. 5. Resolução da SP Para solucionar a SP, reflita sobre os conceitos do conhecimento tácito e do explícito aplicados na prática, explicando a sua resposta. Lembre-se O conhecimento tácito e o explícito são interdependentes e complementares. Faça valer a pena 1. São meios de expressar o conhecimento explícito: I. Mapas. II. Crenças. III. Diagramas. IV. Fórmulas. V. Emoções. Identifique a alternativa que contém os meios corretos. A. Apenas as citadas em II, IV e V. B. Apenas as citadas em I, III e V. Fundamentos sobre o conhecimento42 C. Apenas as citadas em I, II, III e IV. D. I, II, III, IV e V. E. Apenas as citadas em I, III e IV. 2. A dialética é uma forma de raciocínio que ressalta duas características: a mudança e a ênfase nos opostos. Analise as afirmativas a seguir a respeito desse processo dialético. I. A mudança ocorre diante de situações conflituosas e de oposição. II. O ponto de partida para a mudança é chamada de antítese. III. Após a percepção de que há uma negação à tese, ocorre a síntese. IV. Cria-se um novo conhecimento quando ocorre a união entre tese e antítese. V. Síntese é o processo pelo qual ocorre a criação de um novo conhecimento. Agora, assinale a alternativa correta. A. As afirmativas I, II e III estão corretas. B. As afirmativas I, III e IV estão corretas. C. As afirmativas I, IV e V estão corretas. D. As afirmativas I, II e IV estão corretas. E. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 3. Analise as duas afirmativas a seguir. 1ª afirmativa – Compreender o processo de geração do conhecimento é essencial para as organizações na atualidade. PORQUE 2ª afirmativa – O conhecimento é percebido como fonte de inovação para as organizações se manterem competitivas. Pode-se concluir que: A. As duas afirmativas são falsas. B. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa. C. A primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira. D. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. E. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Fundamentos sobre o conhecimento 43 Seção 1.4 Abordagens sobre o conhecimento organizacional Diálogo aberto Perceba quanta coisa você já sabe! Sabe que as organizações inteligentes ou criadoras do conhecimento são aquelas que estão inseridas no ambiente atual. Elas sabem lidar com as turbulências, os conflitos, a velocidade das mudanças e a competitividade. Você já sabe como transformar dados e informações em conhecimento e que os dois tipos de conhecimento, tácito e explícito, são interdependentes e complementares e são muito importantes na gestão do conhecimento. Todos esses conteúdos desenvolvidos nesta unidade de ensino abrem espaço para você entender os próximos, que são a gestão do conhecimento e sua implantação para a criação de valor para as organizações. Então, você vai avançar agora um pouco mais nos fundamentos sobre o conhecimento. Este é o momento para entender a respeito da aprendizagem individual e organizacionale das organizações que aprendem. As questões que vão nortear o conteúdo desta seção são: o que é aprendizagem individual? E aprendizagem organizacional? E as empresas que aprendem? Há interligação entre esses conceitos? Após compreender essas questões na seção NÃO PODE FALTAR, retome a reflexão sobre a mineradora de ferro que teve rompimento das barragens. Este será o último desafio nesta unidade de ensino. Você deve refletir sobre os seguintes questionamentos: você acredita que será possível recuperar a empresa por meio da aplicação dos conceitos da aprendizagem individual, da aprendizagem organizacional e das organizações que aprendem? Como fazer isso? Tente articular as suas propostas exercitando também os conteúdos já apresentados nas seções anteriores. Ao finalizar os estudos desta seção, você terá compreendido os conceitos propostos e aplicá-los na prática. Pronto(a) para começar? Fundamentos sobre o conhecimento44 Não pode faltar Aprendizagem individual Aprender faz parte da natureza humana. Quando você realiza algo melhor do que fazia anteriormente, pode-se dizer que houve aprendizado. Toda mudança que influencie ou produza em você uma mudança em seu ambiente psicológico, significa aprendizado. É por meio da aprendizagem que você percebe o mundo e sua relação com ele. Ela é fundamental para o processo de mudança individual, organizacional e da sociedade. Exemplificando Para o passageiro de um barco, espumas brancas em alto-mar são um lindo fenômeno, enquanto que para o piloto desse barco são o sinal de rochas perigosas (LEWIN, 1942 apud AGUIAR, 2005, p. 144). Perceba a diferença na interpretação das “espumas brancas”. O piloto do barco, por força do seu trabalho, detém conhecimento, fruto do seu aprendizado. Você encontrará na literatura grande quantidade de definições e conceitos acerca da aprendizagem individual. Citaremos apenas alguns, para facilitar a sua compreensão: a) aprendizagem é a aquisição de informações, habilidades, atitudes e valores; b) desenvolve-se pela interação social, em contato com a realidade, com o meio e com as pessoas; c) a aprendizagem depende da automotivação de quem quer aprender; d) com o desenvolvimento, processos cada vez mais complexos são aprendidos; e) a aprendizagem promove mudanças no comportamento. Na literatura psicológica, há diferentes teorias da aprendizagem, dentre as quais se destacam o modelo behaviorista e o cognitivo. O modelo behaviorista entende o comportamento como a interação entre o indivíduo e o ambiente. O homem é produto e produtor dessa interação. A aprendizagem é propiciada pelo comportamento operante. Nesse caso, o organismo reage emitindo respostas e sua ação produzirá uma alteração ambiental, isto é, uma consequência que retroagirá sobre o indivíduo, alterando a possibilidade de futura ocorrência de um comportamento. Skinner foi o mais importante behaviorista. Segundo ele, a melhor maneira Fundamentos sobre o conhecimento 45 de eliminar um comportamento indesejado é utilizando o reforço (recompensa) ao comportamento desejado, e não reforçar o comportamento indesejado. A falta de reforço fará extinguir esse comportamento (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2011). Exemplificando A punição, por exemplo, produz mais efeitos negativos que positivos, porque, além de instalar o medo e a tensão, tende a reduzir o comportamento indesejado, mas também reduzirá os comportamentos desejados. No modelo cognitivo, a aprendizagem é um processo interno de processamento de informações. A teoria epistemológica de Piaget, também conhecida como teoria do conhecimento, enfatiza a maturação biológica para aquisição de conhecimentos. A teoria de Vygotsky privilegia a influência do ambiente social na aprendizagem. Lewin (apud AGUIAR, 2005) considera quatro tipos de aprendizagem: a) mudança na estrutura cognitiva (conhecimento); b) mudança na motivação (gostar ou não gostar de algo); c) mudança na ideologia, que se caracteriza pela associação de uma pessoa a diferentes grupos; e d) controle voluntário da musculatura (controle de movimentos corporais). Como mudança cognitiva, a aprendizagem está associada com quase todo o campo do comportamento. Quando há mudança do significado de algo, há mudança na estrutura cognitiva. A mudança na motivação e a mudança de ideologia (valores) estão associadas às mudanças de necessidades e de significado, que estão ligadas à estrutura cognitiva, pelo conhecimento. Então, existe interdependência entre necessidades e estrutura cognitiva. Kolb (1997 apud GOMES et al., 2008) desenvolveu o modelo de aprendizagem vivencial (Figura 1.2), a partir das ideias de Lewin, segundo o qual os aprendizes adultos precisam de quatro tipos de habilidades para que haja aprendizado: a) experiência concreta (é o fazer; ocorrem ações e atividades para assimilação de dados e informações); b) observação reflexiva (é observar e refletir; é a busca de referências e ligações das experiências vivenciadas no passado); c) conceitualização abstrata (envolve conclusão relacionada às experiências vivenciadas; é a busca de explicações lógicas); d) experimentação ativa (agir conforme o conhecimento e experiências; há necessidade de entender a utilidade do conhecimento, para absorvê-lo; é quando ocorre um novo aprendizado). Fundamentos sobre o conhecimento46 Fonte: Kolb (1997 apud GOMES et al., 2008). Figura 1.2 | Modelo de aprendizagem vivencial de Kolb Experimentação ativa Experiência concreta Observação reflexiva Conceitualização abstrata No ambiente organizacional, a aprendizagem contínua é importante pelos seguintes aspectos: a) contribui para manutenção da competitividade, que ocasiona maior longevidade das organizações; b) ambientes imprevisíveis, como os da atualidade, exigem conhecimento para lidar com as mudanças, que também precisam ser rápidas; c) há necessidade de compreensão dos negócios, principalmente a respeito de como as ações das pessoas influenciam o futuro; d) apoia o planejamento do futuro, pela disseminação de informações e conhecimento; e) é uma forma de resposta ao desempenho de equipes de trabalho; f) impulsiona a dinâmica de funcionamento organizacional. Nas organizações acontece o aprendizado individual e o coletivo, gerando o conhecimento tácito e o explícito. Reflita De que forma o aprendizado individual se torna aprendizado coletivo? Pense no conhecimento tácito e no conhecimento explícito! Aprendizagem nas organizações Quando se trata da aprendizagem, você encontra na literatura duas abordagens: a da aprendizagem organizacional e das organizações que aprendem. A primeira, representada por pesquisadores acadêmicos, preocupa-se em descrever como as organizações estão aprendendo e buscam identificar os fatores associados. A segunda, representada por pesquisadores e consultores, contribui a partir das práticas bem-sucedidas nas organizações. De uma forma sintetizada, você vai compreender essas duas abordagens. Fundamentos sobre o conhecimento 47 Pesquise mais Para saber mais a respeito de aprendizagem organizacional e organizações que aprendem, vá ao link <www.rausp.usp.br/download. asp?file=V3903220-230.pdf>. O título do artigo é “Aprendizagem organizacional versus organizações que aprendem: características e desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa”. Os autores Bastos, Gondim e Loiola analisam os dois processos que ocorrem nas organizações. Aprendizagem organizacional São as pessoas que criam mecanismos para que haja aprendizagem nas organizações. Aprendizagem organizacional é a capacidade de manter ou aperfeiçoar o desempenho com base na experiência adquirida (GOMES et al. apud HANASHIRO, 2008), corrigindo erros e falhas cometidos e prevenindo problemas no futuro. Só se pode dizer que há aprendizagem na organização quando há modificação na ação. Só ocorre por meio de percepções, conhecimentos e modelos mentais compartilhados (você irá compreender o que são modelos
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