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Gestão do Conhecimento

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Yaeko Ozaki
Marcia Eloisa Avona
Gestão do conhecimento
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Ozaki, Yaeko 
 
 ISBN 978-85-8482-424-3
 1. Gestão do conhecimento. 2. Gerenciamento de 
 recursos de informação. I. Avona, Marcia Eloisa. II. Título.
 CDD 658.4 
Avona. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 
2016.
 232 p.
O99g Gestão do conhecimento / Yaeko Ozaki, Marcia Eloisa 
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Dieter S. S. Paiva
Camila Cardoso Rotella
Emanuel Santana
Alberto S. Santana
Regina Cláudia da Silva Fiorin
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Pareceristas
Reinaldo Barros Cicone
Raquel de Oliveira Henrique 
Editoração
Emanuel Santana
Cristiane Lisandra Danna
André Augusto de Andrade Ramos
Daniel Roggeri Rosa
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
Unidade 1 | Fundamentos sobre o conhecimento
Seção 1.1 - Contexto atual do conhecimento
Seção 1.2 - Dados, informações e conhecimento
Seção 1.3 - Tipos de conhecimento
Seção 1.4 - Abordagens sobre o conhecimento organizacional
Unidade 2 | Gestão do conhecimento
Seção 2.1 - Criação do conhecimento organizacional
Seção 2.2 - Criação do conhecimento interorganizacional
Seção 2.3 - Modelos de conhecimento
Seção 2.4 - Criação de contextos favoráveis
Unidade 3 | Implantação da gestão do conhecimento
Seção 3.1 - Modelos de gestão do conhecimento
Seção 3.2 - Fatores estratégicos 
Seção 3.3 - Cultura organizacional e gestão do conhecimento 
Seção 3.4 - Implantação da gestão do conhecimento
Unidade 4 | Valor organizacional
Seção 4.1 - Conhecimento e inovação
Seção 4.2 - Conhecimento e estratégia organizacional
Seção 4.3 - Indicadores da gestão do conhecimento
Seção 4.4 - As tendências da gestão do conhecimento
7
9
20
31
43
57
59
72
85
97
113
115
131
148
162
181
183
194
206
217
Sumário
Palavras do autor
Olá! Bem-vindo(a) à disciplina Gestão do Conhecimento! 
Ela foi especialmente preparada para você, que vive num mundo 
de turbulentas e constantes mudanças, que exige forte empenho 
de todos os profissionais, independentemente da área de formação, 
para gerir conhecimento e, com criatividade, gerar inovações em 
produtos/serviços que garantam a longevidade organizacional.
Aceleradas mudanças vêm acontecendo a partir do advento 
das tecnologias da informação e comunicação, a partir dos anos 
1990, época em que chegaram ao Brasil os celulares, viabilizando 
a comunicação pessoal sem fio. Os aparelhos dessa época 
eram robustos, pesados e sem beleza, mas causaram grande 
impacto. De lá para cá quanta mudança em relação aos de hoje! 
Quanta modernidade, interatividade, praticidade e beleza! Quanta 
convergência tecnológica num mesmo aparelhinho! Desde o seu 
início, quantos modelos já surgiram? O celular é apenas um exemplo 
para observarmos a velocidade das mudanças ao nosso redor. Mas 
quem e que fatores impulsionam as mudanças? Por que algumas 
organizações têm vida curta e outras ficam centenárias? Será que 
essas mudanças estão associadas à gestão do conhecimento? 
Convidamos você a acompanhar esses e outros questionamentos 
que surgirão no decorrer da disciplina Gestão do Conhecimento. 
Ao concluí-la, você terá conhecido o conceito de gestão do 
conhecimento e sua importância para a sua formação acadêmica 
e as estratégias das empresas que valorizam o capital humano. 
Para alcançar essas competências, na primeira Unidade de Ensino, 
abordarmos os conceitos de gestão do conhecimento; na unidade 2, 
vamos ver o que é conhecimento; na unidade 3, compreenderemos a 
implantação do processo de gestão do conhecimento e concluiremos 
os estudos com o conhecimento como valor organizacional. 
Desenvolver essas competências exigirá dedicação, empenho 
e autoestudo, pois você é protagonista do próprio aprendizado e 
desenvolvimento. Então, mãos à obra e cérebro em ação! Desejamos 
bom aproveitamento e contamos com a sua participação.
Fundamentos sobre o conhecimento 7
Unidade 1
Fundamentos sobre o 
conhecimento
Convite ao estudo
Olá! Imaginamos que esteja ansioso(a) para iniciar os estudos!
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mineração 
é a extração, elaboração e beneficiamento de minerais em geral 
encontrados em estado natural: sólido (como o carvão), líquido (a 
exemplo do petróleo) e gasoso (como o gás natural). 
 A atividade de mineração no mundo teve origem na 
Antiguidade e permanece até os dias de hoje. No Brasil, desde o 
século XVIII, essa atividade vem se intensificando. De acordo com 
o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), dados de 
2013 apontavam que havia cerca de 8.870 empresas mineradoras 
no Brasil, contando aproximadamente com 214 mil trabalhadores 
em julho/2015. 
Com as exportações de minérios para Estados Unidos, China, 
Japão, Alemanha, Argentina e Coreia do Sul, dados de 2013 
mostram que o setor representou 5% do Produto Interno Bruto (PIB) 
industrial brasileiro. A meta do setor era aumentar significativamente 
as exportações no período 2014-2018, investindo em ampliação de 
obras, projetos logísticos e aumento das extrações. No entanto, no 
segundo trimestre de 2015, o setor anunciou crise, acarretando 
demissões e congelamento de projetos. 
É nesse cenário global que se inclui uma empresa de 
beneficiamento de minério de ferro localizada no Brasil. O principal 
produto são pelotas de minério de ferro que, após passarem por 
transformação, geram valor agregado e são comercializados 
para a indústria siderúrgica mundial. Ocupa posição de destaque 
nas exportações para as Américas, Oriente Médio, Ásia e Europa. 
Em 2014, a empresa inaugurou uma usina de pelotização, com 
tecnologias de última geração, ampliando a sua capacidade 
produtiva e gerando cerca de 6 mil empregos. A empresa se 
desenvolve de forma sustentável, investindo constantemente na 
Fundamentos sobre o conhecimento8
busca pela interação, diálogo, comprometimento e participação 
efetiva de todos os stakeholders. O envolvimento de todos 
acontece pela partilha do desejo de seguirem na mesma direção. 
No início de novembro de 2015, a imprensa noticiou o 
rompimento de barragens de contenção de lama e resíduos de 
mineração dessa empresa mineradora. Esse rompimento provocou 
uma enxurrada de lama, causando destruições de infraestrutura 
física, perdas à biodiversidade e morte de pessoas. Comprometeu 
também a qualidade de vida da população de vários municípios 
porque a lama escoou pelos rios, chegando a atingir outro Estado, 
interrompendo o fornecimento de água que era captada nos rios 
atingidos. A imprensa noticiou também que outras barragens da 
mesma empresa correm risco de rompimento e por isso estão 
sendo reforçadas na estrutura. 
É a partir da reflexão a respeito desse trágico acontecimento 
que convidamos você a compreender os conceitos da Unidade 1 
de Gestão do Conhecimento. Em função desse acontecimento, 
é possível construir novos conhecimentos em diferentes áreas da 
formação profissional. 
Nesta unidade, vamos estudar os fundamentos sobre o 
conhecimento, importantes para compreensão da gestão do 
conhecimento organizacional. Você conseguirá esclarecer 
questões como: o que é conhecimento? Como surge o 
conhecimento? Como reconhecer as organizações que 
valorizam oconhecimento? O que diferenciam os dados das 
informações e dos conhecimentos? Se o conhecimento decorre 
da aprendizagem, como ocorre a aprendizagem individual e a 
organizacional?
Esse cenário gerará 4 desafios que serão propostos em cada 
uma das seções desta Unidade 1. Temos certeza de que você 
irá gostar de realizar esses desafios! Então, ao acompanhar os 
desafios propostos em cada aula, procure fazer associações com 
os conhecimentos relacionados ao seu curso.
Está pronto(a) para iniciar os estudos?
Fundamentos sobre o conhecimento 9
Seção 1.1
Contexto atual do conhecimento
Se o conhecimento é pessoal e individual, que conhecimento 
você pôde captar desse triste acontecimento para sua vida pessoal?
Pense nos conhecimentos e no profissional da sua própria área 
de formação. Que conhecimentos poderiam ser utilizados para 
minimizar os problemas decorrentes desse acontecimento? Pense 
nos aspectos materiais, sociais e ambientais. Se você pudesse 
contribuir com os conteúdos aqui apresentados, o que faria? 
Será que existe relação entre gestão do conhecimento e a 
ocorrência de acidentes? Você consegue pensar em algum exemplo? 
Será que a mineradora era ou continua sendo uma empresa voltada 
ao conhecimento? Por quê?
Se todo novo conhecimento parte de uma dúvida, de uma 
pergunta ou da necessidade de solução para um problema, então é 
impossível prever desastres desse tipo? Vamos pensar nessas coisas?
Diálogo aberto 
Não pode faltar
Fundamentos sobre o Conhecimento
Você já observou quanto repertório de saber já possui? Quanto 
conhecimento você produziu desde a sua infância até o momento 
presente? Como será que esse saber aconteceu? 
O que é conhecimento? O termo “conhecimento” origina-
se no latim “cognoscere”, que significa conhecer, saber. O ato de 
conhecer envolve processos mentais, como “percepção, atenção, 
memória, interpretação, raciocínio lógico, julgamento, além de 
habilidades como a capacidade de planejar uma atividade ou de 
solucionar um problema” (CORDIOLI, 2008, p. 86). Então, entende-
se que a produção do conhecimento pode ser pessoal e individual. 
De onde vem o conhecimento? O conhecimento tem origem nas 
experiências individuais, nas observações, nos relacionamentos, na 
leitura de publicações, na internet, na religião, no desenvolvimento 
das ciências e nos diferentes estudos que realizamos.
Fundamentos sobre o conhecimento10
Assimile
Lembre-se
Se o conhecimento resulta de processos mentais; é pessoal e individual. 
Então, você já é detentor de inúmeros conhecimentos construídos ao 
longo de sua vida.
O conhecimento individual pode ser transformado em conhecimento 
coletivo, por meio das interações.
O desenvolvimento do conhecimento está intimamente ligado à 
convivência em grupo, quando o conhecimento de uma pessoa é 
transmitido à outra, de forma que cada ser humano evolui movido 
pela necessidade de compreender a si mesmo, conhecer o outro 
e o mundo em que está inserido. Assim, o conhecimento pessoal 
pode ser transformado em conhecimento coletivo, impactando nos 
grupos sociais. 
Há diferentes interpretações sobre o conhecimento. Para a 
psicologia, o conhecimento é compreendido como o conteúdo da 
memória; na sociologia, está associado a grupos sociais e a instituições; 
na informática, especificamente na área da inteligência artificial, 
refere-se à cognição de uma pessoa nos processos eletrônicos; na 
economia, como fator de produção coletiva (NORTH, 2010). E em 
sua área de formação? Como se compreende o conhecimento? 
Chiavenato (2004) descreve o conhecimento em quatro características 
básicas: a) é tácito (pessoal e individual e construído socialmente); 
b) é orientado para a ação (novos conhecimentos são gerados 
por intermédio da percepção); c) é sustentado por regras (que são 
inconscientes e dificultam as pessoas de aceitar coisas novas); e d) 
está em constante mutação. Na sociedade atual, o conhecimento é 
considerado fator de produção, assim como a terra, a mão de obra e 
o dinheiro eram tradicionalmente considerados fatores de produção. 
Cada trabalhador contribui com conhecimento e talento para a 
organização, transformando-os em resultados. Hoje, diferentemente 
do passado, os trabalhadores estão deixando de ser fornecedores de 
mão de obra e transformando-se em “fornecedores de conhecimento 
e competências, capazes de agregar valor ao negócio, à organização 
e ao cliente” (CHIAVENATO, 2004, p. 111). O conhecimento apresenta 
a sua dimensão individual, social e organizacional. 
Você já se imaginou vivendo isoladamente, sem contato com as 
pessoas, sem comunicação por meio de telefones celulares ou pelas 
redes sociais? Talvez você consiga passar algumas horas ou alguns 
Fundamentos sobre o conhecimento 11
Reflita
Vocabulário
Será que, mesmo os profissionais com menor escolaridade, têm algum 
conhecimento para contribuir na solução do problema na mineradora?
Stakeholders: pessoas ou grupos que podem afetar ou receber os impactos 
da atuação de uma organização. Portanto, são parceiros os proprietários 
(acionistas e investidores), os fornecedores, os distribuidores, a sociedade, 
os órgãos governamentais, os clientes, os gestores e os colaboradores 
internos (empregados com carteira de trabalho assinada, profissionais que 
realizam trabalho por contrato, a exemplo daqueles que são autônomos 
ou integram empresas contratadas, estagiários e aprendizes).
dias sem contato algum. Somos seres sociais e necessitamos de 
interação. Por isso, embora tenhamos objetivos pessoais, precisamos 
das outras pessoas para alcançar objetivos que são comuns e, por 
isso, formamos organizações. 
Características das organizações que valorizam o conhecimento
Aproveitamos para relembrar aqui o conceito de organização. 
Só existe organização quando os seus integrantes se comunicam e 
cooperam uns com os outros com a finalidade de alcançar um objetivo 
comum, uma vez que pessoas isoladamente não conseguiriam 
alcançar (CHIAVENATO, 2009). 
São exemplos de organização: escolas, exército, comunidades de 
bairro, empresas privadas, empresas públicas, comunidades religiosas, 
hospitais, instituições bancárias, sindicatos, lojas comerciais e outras 
organizações voltadas para a produção de bens ou produtos ou para 
a prestação de serviços. Na visão tradicional de organização, seus 
integrantes são os proprietários, os administradores e os empregados. 
Hoje, consideram-se os stakeholders,
Se cada um de nós já tem conhecimento, já pensou no potencial 
de conhecimentos quando se unem os conhecimentos de todos os 
que fazem parte de uma organização? Mas nem todas conseguem 
aproveitar esse conhecimento. E será que a mineradora que 
citamos na situação geradora da aprendizagem saberá aproveitar o 
conhecimento dos seus colaboradores?
Fundamentos sobre o conhecimento12
Incertezas... competição em níveis globais... redes... intenso ritmo 
de mudanças... adaptações diante do novo... inovações... tudo isso 
faz parte do momento em que estamos vivendo, conhecido como 
Era do Conhecimento, devido à importância do conhecimento. 
Nesse contexto, as organizações que valorizam o conhecimento são 
aquelas que se sustentam por meio dele.
Assimile
Organizações que valorizam o conhecimento são conhecidas como 
empresas inteligentes e empresas criadoras do conhecimento.
“Em uma economia onde a única certeza é a incerteza, a fonte 
certa de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento”. Dessa 
forma, Nonaka (2008, p. 39) reflete a respeito da empresa “criadora de 
conhecimento”, onde a inovação constante é o negócio principal. E 
continua explicando que:
[...] quando os mercados transformam-se, as tecnologias 
proliferam, os competidores multiplicam-se e os produtos 
tornam-se obsoletos quase do dia para a noite, as empresas 
bem-sucedidas são as que criam consistentemente 
novos conhecimentos, disseminam-no amplamente 
pela organização e o incorporam rapidamente em novas 
tecnologias e produtos.
Isso quer dizer que, para ter sucesso e garantir longevidade,as 
organizações atuais devem criar, disseminar e incorporar novas 
tecnologias e produtos ou serviços aos clientes ou consumidores.
Vocabulário
Inovação: é “uma nova ideia aplicada para desenvolver ou melhorar 
um produto, processo ou serviço” (ROBBINS, Stephen Paul; JUDGE, 
Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional: teoria e 
prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2010, p. 578).
O mesmo autor aponta que ter capacidade de resposta rápida 
aos clientes, criar novos mercados, desenvolver novos produtos 
com agilidade e dominar tecnologias emergentes caracterizam as 
organizações que pensam no conhecimento e em seu relevante papel. 
Fundamentos sobre o conhecimento 13
Nessas reflexões de Nonaka, chama-nos atenção o termo 
“tecnologia”. Após estudos aprofundados para compreender o conceito 
de tecnologia, Veraszto et al. (2008) concluíram que a tecnologia 
tem o seu lado cultural (metas, valores, códigos éticos e crença no 
desenvolvimento e na criatividade humana) e tem o seu aspecto 
organizacional (economia e atividades industriais, trabalhadores, 
consumidores/usuários); é um saber que se adquire pelas teorias, práticas 
e pesquisas tecnológicas. Homem, cultura, saberes e necessidades, 
trabalho e instrumentos fazem parte da concepção de tecnologia. 
Podemos compreender, então, a importância do conhecimento, uma 
vez que ele é criado, aplicado e utilizado pelas próprias pessoas.
Reflita
O que diferencia o capital intelectual do capital físico? Suponha o capital 
físico e o capital intelectual que uma mineradora poderia ter.
Enquanto o capital físico passa por depreciação pelo uso, ocorre 
o contrário com o capital intelectual, porque o conhecimento tem 
valorização contínua, e a bagagem de conhecimentos individual 
aumenta à medida que se compartilha com outras pessoas. Nessa 
perspectiva, as organizações devem proporcionar às pessoas um 
trabalho desafiador, que agregue experiências e conhecimentos; 
devem saber conquistar, reter e motivá-las, pois são elas que detêm 
o conhecimento que contribuirá para o sucesso organizacional. 
Esse capital vale mais à medida que consegue influenciar as ações 
e o sucesso organizacional. Nesse sentido, quatro alavancas do 
conhecimento são indispensáveis: a) dar poder e autonomia 
(empowerment) aos trabalhadores; b) criar condições para 
disseminação de informação para facilitar a tomada de decisões e a 
busca pelo novo; c) recompensar os trabalhadores pelos objetivos 
organizacionais atingidos; e d) definir as competências que a 
organização necessita para alcançar os seus objetivos, de modo a 
criar condições internas para que os trabalhadores desenvolvam essas 
competências. Cada gestor e a organização como um todo passam 
a ter o papel de aumentar e aplicar continuamente o capital humano 
(CHIAVENATO, 2009).
O conhecimento de uma organização inclui patentes, processos, 
tecnologias, competências dos trabalhadores, informações sobre a 
clientela, os mercados e os fornecedores. North (2010) denomina 
“empresas inteligentes”, aquelas que são orientadas para o 
conhecimento.
Fundamentos sobre o conhecimento14
Pesquise mais
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou as empresas 
de tecnologia mais inteligentes do mundo. Constate quais são elas. 
Conheça as 50 empresas de tecnologia mais inteligentes do mundo. 
20 fev. 2014. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/pro/
noticia/conhecaas-50-empresas-de-tecnologia-mais-inteligentes-do-
mundo/40458>. Acesso em: 22 out. 2015.
As empresas inteligentes se diferenciam das empresas tradicionais 
não sensibilizadas para o conhecimento. As empresas inteligentes são 
aquelas que: a) atendem às “exigências diferenciadas dos clientes” 
(NORTH, 2010, p. 24), equilibrando, por exemplo, a queda de preços 
para os produtos ou serviços; b) oferecem soluções para os problemas 
dos clientes, intensificando em conhecimentos dificilmente imitáveis 
ou não substituíveis em curto prazo; c) desenvolvem produtos 
melhores que os dos concorrentes; d) transferem conhecimentos 
para clientes, fornecedores, parceiros e competidores e também 
promovem troca com eles; e) têm como valores fundamentais a 
confiança, a liberdade para as inovações e a autenticidade; f) utilizam 
benchmarking interno e externo, destacando as melhores práticas em 
prol da melhoria contínua; g) fomentam contatos informais, reuniões, 
trabalho em equipe, de forma que estimulam a comunicação e os 
espaços sociais e profissionais; h) utilizam tecnologia da informação 
e de comunicação, unindo sócios, clientes, fornecedores e outras 
fontes externas de conhecimento; i) consideram os gestores como 
responsáveis pela criação de condições favoráveis ao estabelecimento 
de objetivos organizacionais.
Exemplificando
A Volvo é uma empresa especializada em produtos e serviços voltados 
ao transporte comercial de cargas ou passageiros. É um exemplo de 
empresa que valoriza o conhecimento. Ela adotou em 2003 o Modelo 
de Excelência da Gestão da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), 
visando melhorar o seu sistema de gestão no Brasil. Criou os conselhos 
de excelência, grupos formados por profissionais de diferentes áreas da 
empresa que, além de suas atribuições rotineiras, planejam melhorias.
Fundamentos sobre o conhecimento 15
Concluímos, então, que as empresas criadoras do conhecimento 
ou as empresas inteligentes impulsionam o conhecimento dos 
trabalhadores em prol do desempenho do próprio negócio e 
consequentemente contribuem para o desenvolvimento de seus 
profissionais e da sociedade.
Atenção
As empresas criadoras do conhecimento ou as empresas inteligentes 
são as organizações que valorizam e reconhecem no conhecimento 
um importante recurso para alcançar os seus objetivos.
Vocabulário
Faça você mesmo
Benchmarking: “é a comparação sistemática dos processos e 
desempenhos organizacionais para criar novos padrões e/ou melhorar 
os processos.” São quatro tipos básicos: a) interno (no interior de 
uma organização); b) competitivo (operações e desempenho com 
competidores diretos); c) funcional (de processos semelhantes em 
ramo de negócios); d) genérico (de operações entre ramos de negócios 
não relacionados). Os benefícios promovidos pelo benchmarking são: 
compreender forças e fraquezas e perceber possíveis melhorias (HAVE, 
Steven Ten et al. Modelos de gestão: o que são e quando devem ser 
usados. São Paulo: Prentice-Hall, 2003, p. 21).
Agora é com você! Retomando a situação da mineradora, levante pontos 
relevantes que poderão auxiliar você a compreender a empresa. 
Para isso, considere os seguintes itens:
• A mineradora pode ser considerada uma organização? Por quê?
• Em que contexto, observando o conhecimento, ela está inserida?
• Será que ela é uma organização tradicional ou atual do ponto de vista 
do conhecimento? Com base na leitura desta seção “Não Pode Faltar”, 
identifique quais são, pelo menos, 5 características que identificam uma 
organização que valoriza o conhecimento e que você deve observar nas 
organizações.
Fundamentos sobre o conhecimento16
Sem medo de errar
Vamos resolver a situação-problema??
Se o conhecimento é pessoal e individual, que conhecimento você 
pôde captar desse triste acontecimento para sua vida pessoal?
Pense nos conhecimentos e no profissional da sua própria área de 
formação. Que conhecimentos poderiam ser utilizados para minimizar 
os problemas decorrentes desse acontecimento? Pense nos aspectos 
materiais, sociais e ambientais. Se você pudesse contribuir com os 
conteúdos aqui apresentados, o que faria? 
Será que a mineradora era ou continua sendo uma empresa voltada 
ao conhecimento? Por quê?
Se todo novo conhecimento parte de uma dúvida, de uma pergunta 
ou da necessidade de solução para um problema, levante algumas 
perguntas que poderiam gerar novo conhecimento para a empresa.
Do ponto de vista do conhecimento, o que as organizações de hoje 
estão focando?
Você poderia fazer uma pequena lista contendo as característicasde uma organização que valoriza o conhecimento.
Atenção
Lembre-se
Organização é um conjunto de pessoas que se comunicam e cooperam 
mutuamente com a finalidade de alcançar um objetivo comum, pois 
sozinhos não conseguiriam alcançar.
Empresas criadoras do conhecimento e empresas inteligentes valorizam 
o conhecimento nas organizações porque o conhecimento dá origem 
à inovação e a tecnologias que levam a sociedade ao desenvolvimento.
Apenas a título de exemplo, eis uma característica: promovem 
melhoria contínua dos produtos e serviços que oferecem. Será que a 
mineradora é inovadora? Releia o item NÃO PODE FALTAR. Lá você 
vai encontrar muitas outras. Que outras características você listou? 
Lembre-se de que, quando você busca a solução de um problema, 
deve observá-lo por diversos pontos de vista e não apenas buscar uma 
resposta única e já pronta. Deve analisar os elementos do texto, buscar 
explicações no seu conhecimento tácito, na sua experiência pessoal, 
no que já havia aprendido antes, unindo teoria e prática, observar o 
contexto e, enfim, pensar de uma maneira ampla e aberta, buscando 
sempre respostas mais completas, embora não definitivas.
Fundamentos sobre o conhecimento 17
Faça você mesmo
Lembre-se
Suponha que um amigo lhe enviou um e-mail com os seguintes 
dizeres: “Gostaria de, num futuro bem próximo, implantar a gestão do 
conhecimento na empresa em que trabalho. Mas, neste momento, não 
sei por onde começar. Talvez você pudesse me ajudar, explicando o que 
é conhecimento. A maioria das pessoas que aqui trabalham tem apenas 
quatro anos de escolaridade. Por isso, acho que não posso contar muito 
com eles! Será que existe conhecimento neles que possa ser aproveitado 
nos negócios? Como posso saber se aqui é uma empresa que valoriza 
o conhecimento?” 
Como você responderia a esse e-mail?
O conhecimento é individual e pessoal e pode ser transformado em 
conhecimento coletivo. As organizações criadoras do conhecimento e 
organizações inteligentes são as que reconhecem no conhecimento um 
importante recurso para serem reconhecidas no mercado e alcançar a 
longevidade.
Análise da organização X
1. Competência de fundamentos 
de área 
Conhecer o conceito de Gestão do Conhecimento e sua 
importância para a gestão e as estratégias das empresas que 
valorizam o capital humano.
2. Objetivos de aprendizagem
Identificar o que é conhecimento e as características das 
organizações que valorizam o conhecimento.
3. Conteúdos relacionados
Conhecimento – Organizações que valorizam o 
conhecimento.
4. Descrição da SP
Analise a organização em que você trabalha, do ponto 
de vista do conhecimento, e identifique se ela valoriza o 
conhecimento. Caso você não tenha experiência profissional, 
pergunte a alguém do seu relacionamento para verificar se o 
conhecimento parece ser importante para ela.
5. Resolução da SP
Para resolver a atividade, acompanhe as seguintes etapas:
• de posse da lista elaborada na solução-problema, identifique 
quais são as características que apresenta a organização em 
que você trabalha;
• reflita se há algo que você possa fazer para essa organização, 
utilizando o seu conhecimento.
Avançando na prática 
Pratique mais
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de 
seus colegas. 
Fundamentos sobre o conhecimento18
Faça valer a pena
1. João estava se candidatando a uma vaga de gestor de produção e afirmava 
que estava em busca de oportunidade numa empresa sensibilizada para o 
conhecimento. É provável que estivesse referindo a:
I. Uma empresa que valorizasse o conhecimento de seus profissionais.
II. Uma vaga em que ele pudesse aplicar os seus conhecimentos. 
III. Uma empresa voltada à inovação de seus produtos e serviços.
IV. Uma empresa em que pudesse inovar os processos de produção.
V. Criar condições favoráveis para produzir novos conhecimentos.
Estão corretas as afirmações:
A. Apenas I, III e V.
B. Apenas II, III e IV.
C. Apenas I, IV e V.
D. I, II, III, IV e V.
E. Apenas I, II e V.
2. Identifique se são Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as afirmativas a seguir. 
Inovar significa:
1 - Desenvolver produto totalmente inédito para os consumidores.
2 - Adquirir um serviço especializado já existente no mercado nacional.
3 - Reproduzir um processo de trabalho já existente em outra organização.
4 - Reaplicar uma técnica produtiva aplicada em organização concorrente.
5 - Aplicar uma nova ideia para melhorar e desenvolver um produto ou 
serviço.
Assinale a alternativa que apresenta respectivamente a sequência correta.
A. 1 V – 2 V – 3 F – 4 V – 5 V. 
B. 1 V – 2 V – 3 V – 4 V – 5 V.
C. 1 F – 2 V – 3 V – 4 V – 5 V. 
D. 1 V – 2 V – 3 F – 4 F – 5 F. 
E. 1 V – 2 F – 3 F – 4 F – 5 V.
Fundamentos sobre o conhecimento 19
3. Empresas inteligentes são aquelas que valorizam o conhecimento. 
Identifique as características dessas empresas.
I. Desenvolvem produtos diferenciados em relação aos concorrentes.
II. Compartilham os conhecimentos com os seus stakeholders.
III. Observam as melhores práticas existentes em outras organizações.
IV. Estimulam o relacionamento e a comunicação entre os colaboradores.
V. Deixam de oferecer soluções rápidas para os clientes ou consumidores. 
Estão corretas as afirmações:
A. Apenas I, III e V.
B. Apenas II, III e IV.
C. Apenas I, IV e V.
D. I, II, III e IV.
E. Apenas I, II e V.
Fundamentos sobre o conhecimento20
Seção 1.2
Dados, informações e conhecimento
Diálogo aberto 
Olá! Na seção 1.1, você compreendeu o que é conhecimento, o 
contexto do conhecimento nas organizações na atualidade e quais são 
as características das organizações que valorizam o conhecimento, as 
chamadas organizações inteligentes ou criadoras do conhecimento. 
Vamos refletir agora a respeito de dados, informações e 
conhecimento. Qual é a relação que existe entre esses conceitos? 
A compreensão dos conteúdos da seção anterior vai ajudar você a 
compreender os das seções seguintes, além de contribuir para a sua 
participação efetiva durante as aulas presenciais. Então, contamos 
com a sua dedicação! 
Como vimos na seção 1.1, as organizações na atualidade 
estão valorizando o conhecimento. Onde você poderia buscar 
o conhecimento de valia para o local em que você trabalha? 
Já que pessoas são detentoras do conhecimento, será que as 
organizações conseguem aproveitar a bagagem de informações e de 
conhecimentos de cada profissional? 
Há pessoas que acreditam que conhecimento e informação são 
termos sinônimos. Você concorda ou discorda? Será que estamos 
falando do mesmo conceito? Será que na mineradora existem dados 
e informações que podem ser transformados em conhecimento? E 
será que podem gerar ações e resultados?
Em relação ao rompimento das barragens e suas consequências, 
que dados a mineradora precisaria ter para transformá-los em 
informações para serem úteis na recuperação da empresa e da 
sociedade? E para transformar essas informações em conhecimento? 
Em sua área de formação, você consegue pensar em algum exemplo?
Ao final dos estudos desta seção, você saberá conceituar dados, 
informações e conhecimento, diferenciar dados de informações e os 
meios de transformá-las em conhecimento útil para as organizações. 
Então, mãos à obra e cérebro em ação!
Fundamentos sobre o conhecimento 21
Não pode faltar
DADOS
Dados são “pedaços de conhecimento” (FULD, 1995 apud 
RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). São elementos que descrevem 
um evento que ainda não passaram por tratamento lógico ou que 
ainda não foram contextualizados (ANGELONI, 2008).
Reflita
Exemplificando
Será que ter informação é o mesmo que ter conhecimento? O que 
diferencia um dado de informação e de conhecimento? Existe relação 
entre esses três conceitos?
As letras de um alfabeto representam um conjunto de dados.
O quadro abaixo contém um outro exemplo de dados.
A B C D
520 495 384 421
134259 148 398
444 139 894 175
Os dados são transformados em informações por contextualização, 
categorização, cálculo, correção e condensação (DAVENPORT; 
PRUSAK, 1998). Contextualizá-los significa saber a finalidade dos dados 
coletados; categorizá-los quer dizer agrupar por semelhanças; corrigir 
significa eliminar falhas e erros; e condensar é sintetizar ou resumir. 
Os dados podem ser quantificáveis e sintetizados em forma de 
tabela ou gráficos, para possibilitar interpretação e transformação em 
informações. Um gráfico sobre as vendas realizadas mensalmente 
pode levar à análise de que as vendas estão aumentando ou reduzindo, 
ou se estão ou não alcançando as metas preestabelecidas.
INFORMAÇÕES
Fundamentos sobre o conhecimento22
O termo “informação” é originário do latim “informatio” ou 
“informare”, que se traduz em moldar, dar forma; é o conjunto de 
dados logicamente selecionados e agrupados para realizar um 
determinado objetivo. Portanto, envolve coleta, classificação e mescla 
de dados (ANGELONI, 2008). 
Pesquise mais
Exemplificando
Exemplificando
Assista ao vídeo Sociedade da informação: poder, informação e 
conhecimento, com duração de 5 minutos. Apresenta flashes de arte, 
fotos, eventos históricos, tirinha, historinha, notícias, trechos de filmes 
e outras imagens e reflexões. A pergunta instigadora é: “Pra que serve o 
teu conhecimento?” O vídeo está disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=EKyFqO-BofI>. Acesso em: 4 nov. 2015.
Convidamos você a pensar nessa resposta.
O número 1.549 pode indicar uma quantidade ou o número identificador 
do prédio de uma rua; masculino e feminino são categorias de gênero. 
Considerados isoladamente são dados. Juntos e contextualizados, 
traduzem uma informação, como cita o balanço social da empresa, 
por exemplo: compõem a empresa metalúrgica X, 1.549 empregados, 
sendo 1.459 do gênero masculino e 90 do gênero feminino.
Se a informação pode ser interpretada em contextos culturais 
diferentes, veja um exemplo citado na comunicação gestual. Para 
nós, brasileiros, o gesto de polegar para cima quer dizer que está 
certo e também é utilizado para pedir carona. Para nós e para os 
americanos tem o mesmo significado. Mas será que para outros 
povos o significado é o mesmo? No Japão, significa o número 
Assim como o conhecimento, a informação tem significado em 
um determinado contexto e se cria por meio da comunicação entre 
as pessoas (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). 
As informações são o caminho dos dados para possibilitar a 
geração de conhecimento (NONAKA apud TAKEUCHI; NONAKA, 
2008) e sua interpretação pode ser diferente em contextos culturais 
diferentes (NORTH, 2010).
Fundamentos sobre o conhecimento 23
5; na Alemanha, o número 1. Entretanto, na Turquia, significa 
cantada de alguém para sair com pessoa homossexual; na 
Nigéria e na Austrália, representa um gesto obsceno (POLITO, 
Reinaldo. O significado dos gestos em diferentes culturas. 
15 set. 2008. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/
planodecarreira/artigos/polito/2008/09/15/ult4385u82.jhtm>. 
Acesso em: 28 out. 2015). 
Suponha que você esteja numa mesa de negociação com 
seus colegas japoneses e faça esse gesto com o polegar para 
sinalizar que a decisão está ok. Será que eles entenderão?
Pesquise mais no link citado logo acima outros exemplos de 
interpretações de um mesmo gesto em contextos culturais 
diferentes.
Deve-se observar as características da qualidade de uma 
informação: integridade (se está completa), veracidade (se é fiel ao 
fato), confidencialidade (quem tem direito a ela), disponibilidade 
(existência, facilidade de acesso), atualidade (se é atual), confiabilidade 
(se tem credibilidade), originalidade (se vem direto da fonte), agregação 
de valor (importância) (DE SORDI, 2008).
Reflita
Antes de transformar uma informação em conhecimento, é prudente 
analisar as suas características, para evitar a tomada de decisão 
inadequada a partir de uma informação não confiável.
CONHECIMENTO
É um conjunto de informações (ANGELONI, 2008) que se 
relacionam com crenças e costumes, interação, ação e atitude, 
que objetiva atingir especificamente uma finalidade. Então, o 
conhecimento é gerado como consequência da busca de soluções 
para as dificuldades (SÜFFERT, 2007) assim como a informação 
tem significado dentro de um contexto e é gerada por meio da 
comunicação entre as pessoas (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). 
Fundamentos sobre o conhecimento24
As informações são transformadas em conhecimento por meio de 
comparações, análise das consequências, observação das conexões 
ou das relações e pelo diálogo entre as pessoas (DAVENPORT; 
PRUSAK, 1998).
CONHECIMENTO
É um conjunto de informações (ANGELONI, 2008) que se 
relacionam com crenças e costumes, interação, ação e atitude, 
que objetiva atingir especificamente uma finalidade. Então, o 
conhecimento é gerado como consequência da busca de soluções 
para as dificuldades (SÜFFERT, 2007) assim como a informação 
tem significado dentro de um contexto e é gerada por meio da 
comunicação entre as pessoas (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2013). 
As informações são transformadas em conhecimento por meio de 
comparações, análise das consequências, observação das conexões 
ou das relações e pelo diálogo entre as pessoas (DAVENPORT; 
PRUSAK, 1998).
Pesquise mais
O professor Edson Ito, diretor do Board of Directors do Strategic and 
Competitive Intelligence Professionals (SCIP) – Brasil – relatou em 
entrevista publicada em 19 abr. 2012, a importância de transformar 
dados em conhecimento. Disponível em: <http://www.amcham.com.
br/gestao-empresarial/noticias/transformar-dados-em-conhecimento-
e-etapa-mais-importante-da-inteligencia-competitiva>. Acesso em: 28 
out. 2015.
O conhecimento apoia-se em dados e informações, mas sempre está 
atrelado às pessoas. Tem origem nas pessoas em um determinado 
contexto e se manifesta em ações. Essas ações proporcionam 
resultados mensuráveis de como uma pessoa, grupo ou organização 
gera conhecimento e como utiliza a informação para solucionar as 
dificuldades (NORTH, 2010).
Exemplificando
No contexto organizacional, a análise dos resultados de uma pesquisa 
de satisfação dos clientes pode gerar propostas de ação para aumentar 
a satisfação e consequentemente aumentar as vendas dos produtos 
produzidos.
Fundamentos sobre o conhecimento 25
Pesquise mais
A declaração da missão organizacional justifica a razão da existência de 
uma organização. Ao analisar as missões declaradas por 52 hotéis do sul 
do Brasil, Souza, Coral e Lunkes concluíram que a missão desses hotéis 
tem como foco os clientes, os produtos/serviços e a qualidade.
Se quiser saber mais a respeito dessa pesquisa, o link é: <http://www.
podiumreview.org.br/ojs/index.php/rgesporte/article/view/71>. Acesso 
em: 30 out. 2015.
O conhecimento está associado à competência, que é a aptidão 
para transformar conhecimentos em ações direcionadas ao objetivo 
(NORTH, 2010).
Assimile
Assimile
Nas organizações, as informações e os conhecimentos estão expressos 
em manuais, procedimentos, processos, normas, políticas e rotinas de 
trabalho.
Os dados podem ser transformados em informações e elas podem ser 
transformadas em conhecimento.
O conhecimento é um dos elementos para geração da inovação 
(FREITAS FILHO, 2013) e também está associado ao aumento do 
capital organizacional. Süffert (2007) classifica o capital organizacional 
em três tipos: recursos humanos, recursos tecnológicos e recursos 
físicos. No primeiro tipo de capital, incluem-se pessoas e recursos 
organizacionais, tais como cultura e clima organizacional, processos, 
sistemas de gestão; recursos tecnológicos envolvem as tecnologias 
utilizadas para alcançar a missão organizacional, nas quais se incluem 
as tecnologias da informação; e em recursos físicos consideram-se 
equipamentos e recursos materiais e financeiros. 
A partir dos três conceitos que estudamos – dados, informações 
e conhecimento – podemos resumir a sequência de geração de 
conhecimentoe inovação conforme a Figura 1.1.
Fundamentos sobre o conhecimento26
Fonte: O autor (2015)
Figura 1.1 | Sequência de geração de conhecimento e inovação
Dado Informação InovaçãoConhecimento
Faça você mesmo
Você compreendeu bem as diferenças entre dados, informações e 
conhecimento? 
Retomando a situação da mineradora, que dados e informações 
poderiam estar disponíveis para transformá-los em conhecimento em 
busca de soluções para os problemas gerados pelo rompimento das 
barragens? Mesmo que você nunca tenha trabalhado numa mineradora, 
tem condições de levantar algumas hipóteses.
Então, agora é com você!
Sem medo de errar
Vamos pensar em alguma solução para a situação-problema da 
mineradora, considerando os conceitos de dados, informações e 
conhecimento?
Lembramos que dados são elementos que, isolados, não 
possuem significado, mas uma vez agrupados e organizados 
permitirão interpretação. Quando os dados passam a ter significado, 
transformam-se em informações. 
Como será que a empresa consegue manter os dados que 
recebe, uma vez que o problema atingiu proporções que fogem 
do seu controle, pois além dos fatores internos, há outros fatores 
do ambiente externo envolvidos? Será que esses dados podem ser 
transformados em informação? Por exemplo, quantas pessoas da 
cidade em que aconteceu o problema foram afetadas? Qual o valor 
financeiro envolvido nessa perda? 
Fundamentos sobre o conhecimento 27
Será que esses dados podem gerar informações, tais como: quais 
são as necessidades mais urgentes para socorrer as pessoas envolvidas? 
Reflita a respeito das necessidades fisiológicas, sociais, de segurança, de 
resgate da autoestima. Essas são informações que podem gerar novos 
conhecimentos em busca da solução dos problemas?
Atenção
Os dados podem ser transformados em informação por meio de 
contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação. 
Lembre-se
As informações podem ser transformadas em conhecimento por 
meio de comparações, análise das consequências, observação 
das conexões ou das relações e pelo diálogo entre as pessoas.
Chamamos atenção para a integração entre dados, informações 
e conhecimento, que permitirá fazer algo, que levará à tomada de 
decisão, que será útil para alcançar um objetivo específico. No caso 
da mineradora, significa recuperar a empresa e a comunidade nos 
aspectos individuais, sociais, econômicos e ambientais.
Será que há outras possibilidades de transformação de dados em 
informações e informações em conhecimento nessa empresa?
Agora, desafiamos você a buscar a aplicação do que aprendeu, 
identificando dados, informações e conhecimento na instituição em 
que você estuda.
Avançando na prática 
Pratique mais
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos 
para novas situações que podem ser encontradas no seu ambiente de trabalho. 
Realize as atividades e depois as compare com as de seus colegas. 
Transformação de dados e informações em conhecimento: um estudo na 
Faculdade X
1. Competência de fun-
damentos de área
Conhecer o conceito de Gestão do Conhecimento e sua 
importância para a gestão e as estratégias das empresas que 
valorizam o capital humano.
2. Objetivos de 
aprendizagem
Compreender e diferenciar dados de informação e de 
conhecimento.
Fundamentos sobre o conhecimento28
3. Conteúdos relacio-
nados
Dados – informação e conhecimento.
4. Descrição da SP
Você estuda numa instituição de ensino, que também é 
considerada uma organização, porque os seus integrantes 
se comunicam e cooperam mutuamente para alcançar 
objetivos comuns. Isoladamente, eles não conseguiriam 
alcançá-los. Imagine que você tenha curiosidade em saber 
se pode aplicar os conceitos da gestão do conhecimento 
numa instituição de ensino universitário. Qual é a sua 
relação com a instituição, em termos de dados, informação e 
conhecimento? Você tem acesso a dados? E a informações? 
Como transforma informações em conhecimento? Como 
eles ajudam você na tomada de decisões e na evolução do 
seu projeto de vida?
5. Resolução da SP
Para encontrar resposta à sua curiosidade, reflita sobre os 
seguintes pontos. 
• Que dados a instituição tem a seu respeito? Uma dica é o 
seu RA. Que outros dados você identificou?
• Como esses dados podem ser agregados para se transformar 
em informação? Outra dica advém de uma outra pergunta: a 
partir dos dados que estão no banco de dados da instituição, 
que informação você tem? 
• Agora transforme a informação em conhecimento. Como 
você sabe que está aprovado e que concluiu o curso? De 
posse dessa informação, você já pode tomar a decisão de se 
matricular em um curso de pós-graduação?
Faça você mesmo
Lembre-se
Pense na seguinte situação: Alfredo é gestor de RH de uma empresa 
que costuma contratar anualmente 20 estagiários ultimoanistas em seus 
cursos de, pelo menos, 5 diferentes instituições de ensino. Todos eles 
passam por avaliação de desempenho contínuo para acompanhamento 
do desenvolvimento por seus tutores e, ao final do estágio anual, os 
melhores são contratados como profissionais efetivos da empresa. Nos 
últimos 3 anos, relatórios apontam que todos os estagiários provenientes 
de duas universidades são contratados como efetivos. Diante disso, a 
empresa decidiu que, a partir do próximo ano, todos os estagiários serão 
selecionados apenas nessas duas universidades.
A partir da análise dessa situação, identifique dados, informação e 
conhecimento.
Os dados precisam ser organizados para se transformar em informação 
e informação recebe interpretação para ser transformada em 
conhecimento.
Fundamentos sobre o conhecimento 29
2. A informação apresenta as seguintes características:
I. Situa-se dentro de um contexto.
II. É gerada pela comunicação.
III. Envolve agrupamento de dados.
IV. É o fluxo para o conhecimento.
V. É a base para obtenção de dados.
Identifique as características corretas.
A. Apenas as citadas em II, IV e V.
B. Apenas as citadas em I, III e V.
C. Apenas as citadas em I, II, III e IV.
D. I, II, III, IV e V.
E. Apenas as citadas em II, III e IV.
Faça valer a pena
1. Associe as características de uma informação, citadas na coluna da 
esquerda com as respectivas explicações na coluna da direita. Em seguida, 
identifique a alternativa que contém a sequência correta dessa associação.
A. I d – II b – III a – IV e – V c.
B. I a – II b – III c – IV e – V e.
C. I b – II e – III a – IV c – V d.
D. I d – II e – III a – IV c – V b.
E. I b – II d – III e – IV e – V c.
I – Confiabilidade
II – Integridade
III – Confidencialidade
IV – Veracidade
V – Disponibilidade
a – Nem todos têm direito a ela
b – Facilidade de acesso
c – Fiel aos fatos
d – Sem falhas
e – Completa
Fundamentos sobre o conhecimento30
3. A respeito do conhecimento, identifique as afirmativas corretas.
I. Apoia-se em dados e informações em poder das pessoas.
II. Associa-se a conceitos das diversas áreas do conhecimento.
III. É sinônimo de competência pessoal e profissional.
IV. É gerado para solução de problemas do cotidiano organizacional.
V. Manifesta-se por meio de atitudes e ações práticas.
Identifique as alternativas corretas.
A. Apenas I, III e V.
B. Apenas I, II, IV e V.
C. Apenas I, IV e V.
D. I, II, III, IV e V.
E. Apenas I, II e V.
Fundamentos sobre o conhecimento 31
Seção 1.3
Tipos de conhecimento
Diálogo aberto 
Na seção 1.1, você compreendeu o que é conhecimento, o 
contexto do conhecimento nas organizações na atualidade e quais são 
as características das organizações que valorizam o conhecimento, nas 
chamadas organizações inteligentes, ou criadoras do conhecimento. 
Na seção 1.2, você aprendeu a diferenciar dados de informações e 
de conhecimento. Você sabe o quanto é importante ter conhecimento, 
não só para gerir a sua vida pessoal, mas também gerir o conhecimento 
na organização em que você trabalha.
Vamos prosseguir nos fundamentos sobre o conhecimento e desta 
vez você vai saber diferenciar os dois tipos de conhecimento:o tácito 
e o explícito. O primeiro é pessoal e subjetivo e o segundo, como o 
próprio nome revela, está explícito, está registrado em algum meio 
físico ou digital. 
Você sabe por que as organizações de hoje precisam saber cultivar 
e enfrentar os paradoxos? Mas, o que é um paradoxo? O que tem a 
ver paradoxo com o conhecimento nas organizações na atualidade? 
Após compreender as respostas a essas questões na seção NÃO PODE 
FALTAR!, volte sua reflexão para a situação geradora da aprendizagem, 
a da mineradora. Este é o momento de pensar no terceiro desafio. 
Suas reflexões devem obter respostas às seguintes questões. Bento 
Rodrigues, um distrito da cidade de Mariana, foi devastado pela lama, 
mas a maior parte da população de cerca de 600 pessoas está salva. 
Onde estão as fontes de conhecimento tácito para reconstruir o 
distrito? E para a reconstrução daquilo que foi destruído? Será que todo 
o conhecimento explícito disponível no distrito desapareceu? Como 
construir o que foi perdido? Profissionais da sua área de formação 
poderiam contribuir com conhecimentos? De que forma?
Ao finalizar os estudos desta seção, você estará apto(a) a diferenciar o 
conhecimento tácito do conhecimento explícito e terá compreendido 
as ideias que devem fundamentar as organizações voltadas para a 
criação do conhecimento. Agora é com você! Vamos lá?
Fundamentos sobre o conhecimento32
Não pode faltar
A passagem da sociedade industrial para a sociedade do 
conhecimento mudou a forma de perceber o paradoxo, algo que era 
necessário eliminar. Em virtude disso, iniciaremos os estudos desta 
aula compreendendo a relação entre paradoxos e conhecimento. 
Paradoxo e conhecimento
Em 2012, ao proferir uma palestra a um grupo de executivos 
angolanos, o professor Miguel Pina e Cunha (2012), das universidades 
Nova Angola Business School (Luanda, Angola) e Nova School of 
Business & Economics, de Lisboa (Portugal), enfatizou que “a gestão é 
uma profissão exigente, entre outras razões porque confronta aqueles 
que a exercem com paradoxos nem sempre fáceis de resolver”. 
Embora essa afirmação mostre a importância do trabalho do 
administrador, vale também para os profissionais de todas as áreas do 
conhecimento, pois todos os participantes das organizações lidam 
com os paradoxos.
Então, antes de abordarmos os tipos de conhecimento, vamos 
compreender o que é paradoxo e como se relaciona com o 
conhecimento.
Takeuchi e Nonaka (2008) citam Handy (1994) ao explicar que, 
quanto maior a turbulência, mais complexo se torna o mundo e 
maior será a ocorrência de paradoxos. As empresas bem-sucedidas, 
além de enfrentarem os paradoxos, conseguem tirar vantagem deles.
Vocabulário
Paradoxo significa opinião contrária à comum. É “afirmação, na mesma 
frase, de um conceito mediante aparentes contradições ou termos 
incompatíveis”. 
(Fonte: Dicionário de português on-line. Disponível em: <http://michaelis.
uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=paradoxo>. Acesso em: 7 nov. 2015.
Não se trata apenas de uma figura de linguagem, mas no paradoxo, 
mesmo tendo sentidos opostos, as ideias se fundem, como é o caso de 
conhecimento tácito e conhecimento explícito.
Fundamentos sobre o conhecimento 33
De que forma você acha que as empresas tiram vantagem? 
Takeuchi e Nonaka (2008) expõem que as empresas bem-
sucedidas entendem que, compreendendo os paradoxos, o mundo 
parece diferente e menos ameaçador. Os autores citam Joseph 
Schumpeter, economista austríaco, como exemplo de alguém 
que conseguiu manter duas ideias opostas ao mesmo tempo, ao 
desenvolver os postulados do “desequilíbrio dinâmico”, como a 
estabilidade da economia, e da “destruição criativa”, por parte dos 
inovadores, como a força propulsora da economia no mundo 
capitalista. Essas teorias são a antítese da teoria econômica, que se 
baseia na compreensão do equilíbrio como regra de uma economia 
saudável e nas políticas monetária e fiscal como impulsionadoras da 
economia moderna. Somente uma mente diferenciada consegue 
manter duas visões opostas em busca de uma melhor resposta. Essa 
é a forma pela qual os autores defendem como devem pensar e agir 
nas organizações que querem ser bem-sucedidas.
As empresas fracassam devido à tendência de tentarem eliminar 
os paradoxos. Hoje, diferentemente das organizações da Sociedade 
Industrial, as da Sociedade do Conhecimento acreditam que o 
paradoxo é algo que deve ser aceito e cultivado, como observam 
Takeuchi e Nonaka (2008, p. 19) na seguinte citação:
As contradições, as inconsistências, os dilemas, as 
dualidades, as polaridades, as dicotomias e as oposições 
não são alheios ao conhecimento, pois o conhecimento 
em si é formado por dois componentes dicotômicos e 
aparentemente opostos – isto é, o conhecimento explícito 
e o conhecimento tácito.
Mas, afinal, o que é um paradoxo? Vasconcelos, Mota e Pinochet 
(2003) citam a definição de paradoxo proposta por Eisenhardt 
(2000): trata-se da existência simultânea de duas realidades opostas 
e aparentemente irreconciliáveis, assim como acontece com novo e 
velho, liberdade e vigilância, autonomia e conformidade. Os mesmos 
autores atribuem a Merton (1950) o argumento de que as ações sociais 
produzem paradoxo básico, com consequências contraditórias; para 
cada consequência desejada de uma ação, ocorrem consequências 
secundárias não desejadas ou previstas, que se contrapõem às 
consequências encontradas pelas pessoas ao agir.
Fundamentos sobre o conhecimento34
Reflita
Faça uma relação entre os argumentos de Merton e o paradoxo entre 
o discurso e a prática nas organizações. Todas as normas prescritas 
em manuais de procedimentos são aplicadas? Cumpri-las trazem 
consequências contraditórias não desejadas ou previstas?
A produção de normas de procedimentos é baseada na racionalidade e 
a ação envolve o componente da emoção. Isso quer dizer que razão e 
emoção também compõem outro paradoxo nas organizações?
Os estudos sobre os paradoxos nas organizações tiveram início por 
volta de 1950. Mas até hoje continuam as discussões a esse respeito. 
Então, é importante que você esteja preparado(a) para compreender 
e gerir os paradoxos, não somente na vida profissional, mas também na 
vida pessoal. Enfrentar os paradoxos significa utilizar-se da dialética.
A dialética
As empresas que enfrentam os paradoxos são chamadas de 
empresas dialéticas. Você compreenderá melhor as empresas dialéticas 
na unidade de ensino 2. Neste momento, você entenderá a questão da 
dialética. 
A prática da dialética teve origem na antiga Grécia. Suas 
características são a ênfase na mudança e a ênfase nos opostos e 
tem sido muito útil na atualidade para compreender e lidar com as 
turbulências e a complexidade. Segundo o raciocínio dialético, a 
mudança acontece por meio do conflito e da oposição. É a busca 
constante por compreender as contradições existentes nas pessoas e 
nas situações. Portanto, o conhecimento é criado de forma dinâmica, 
pela compreensão do que aparenta ser oposto e contraditório. E por 
que o uso do termo “aparenta”? Porque não são realmente opostos. 
O conhecimento é criado e envolve conceitos aparentemente 
opostos; são os paradoxos, a exemplo de tácito e explícito, caos e 
ordem, micro (pessoa) e macro (ambiente), mente e corpo, dedução e 
indução, parte e todo, novo e velho, masculino e feminino, indivíduo e 
organização, inferior e superior, Oriente e Ocidente e assim por diante. 
O raciocínio dialético percebe a unidade na contradição daquilo que 
está aparentemente nas extremidades opostas. A partir da ideia de que 
os opostos são complementares, cria-se uma nova realidade por meio 
da síntese, que é um “processo contínuo e dinâmico que reconcilia e 
transcende os opostos antes que um novo conhecimento seja criado” 
(TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 22). 
Fundamentos sobre o conhecimento 35
A dialética, então, é um modo de raciocínio que enfatiza duas 
características úteis para compreender as turbulências e a complexidadedo mundo atual: a primeira é a percepção de mudança permanente e a 
segunda é a identificação dos opostos. A mudança ocorre por conflito 
e oposição; por isso, a busca de contradições nas pessoas e nas 
situações é que permite entender o sentido do movimento. O ponto 
de partida desse movimento dialético é a tese. 
O estágio seguinte é a demonstração de que a tese é inadequada ou 
inconsistente; é nesse estágio que ocorre a antítese, ou seja, a negação 
ou a oposição à tese. O terceiro estágio é a síntese; é nesse estágio 
que tese e antítese se unem e transcendem. Pela lógica dialética, da 
negação da tese pela antítese, sempre haverá uma síntese, que passa a 
ser uma nova tese a ser negada, formando um movimento permanente, 
em forma de espiral. Sempre haverá contradição e transformação para 
geração de novo conhecimento. 
Esses três estágios formam o processo pelo qual as organizações 
criam e exploram o conhecimento, sintetizando aquilo que parece 
ser oposto ou contraditório, em forma de espiral, que passa pelos dois 
conceitos aparentemente opostos, como nos exemplos de caos e 
ordem (em vez de caos ou ordem), tácito e explícito. Então, a chave 
para coordenar o processo de criação do conhecimento é o raciocínio 
dialético (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Pela lógica dialética, a negação 
da tese pela antítese provocará a síntese, num movimento permanente 
de criação do novo conhecimento.
Reflita
Pesquise mais
Observe quando há um conflito no seu ambiente que esteja relacionado, 
por exemplo, a um processo de trabalho. O conflito acontece quando 
duas pessoas estão em desacordo quanto às etapas do processo; 
uma defende (tese) uma sequência de etapas e a outra não concorda 
(antítese), isto é, defende uma sequência diferente; se houver diálogo 
entre as partes, poderão chegar à síntese, que é a união entre tese e 
antítese, surgindo um novo processo de trabalho, sendo criado um novo 
conhecimento.
Vale a pena ler este estudo que analisou 53 artigos teórico-empíricos 
publicados entre 1997 a 2010 nos anais de eventos da Associação 
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad). 
Os resultados mostraram que o pesquisador brasileiro demonstra 
percepção de que o conhecimento organizacional envolve aspectos 
Fundamentos sobre o conhecimento36
tácitos e explícitos teorizados por Takeuchi e Nonaka como 
conhecimentos complementares, contrariando a visão de que no 
Ocidente, a gestão se concentra no conhecimento explícito. Vale a 
pena conferir em: RODRIGUES, Marcos Mazurek; GRAEML, Alexandre 
Reis. Conhecimento tácito ou explícito? A dimensão epistemológica 
do conhecimento organizacional na pesquisa brasileira sobre gestão 
do conhecimento. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João 
Pessoa, v. 3, n. 2, p. 131-144, jul./dez. 2013. Disponível em: <http://
periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc/article/view/16490/10001>. 
Acesso em: 7 nov. 2015.
Conhecimento Explícito
É o tipo de conhecimento que pode ser formalizado por meio de 
palavras, números, sons. Podem ser compartilhados em textos, tabelas, 
gráficos, figuras, desenhos, recursos visuais, fórmulas, diagramas, 
mapas, esquemas, especificações de produtos e outros meios. É fácil 
de ser recuperado quando organizado em base eletrônica de dados 
ou documentos impressos; pode ser rapidamente transmitido de 
modo formal e sistematizado (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
Exemplificando
O conhecimento explícito pode ser compartilhado e registrado em 
publicações impressas ou digitais, tais como em livros, jornais, revistas, 
sites. Nas organizações, o conhecimento explícito está registrado em 
manuais, políticas, procedimentos e outras formas físicas impressas 
ou digitais. Uma vez registrado, o conhecimento explícito passa a ser 
informação.
Conhecimento Tácito
Esse tipo de conhecimento é pessoal e subjetivo e, por isso mesmo, 
dificilmente visível e também difícil de ser explicado, formalizado e 
transferido para outra pessoa porque envolve habilidades práticas. O 
conhecimento tácito refere-se a habilidades, ideias, valores, emoções, 
percepções e experiências pessoais. Intuições e palpites subjetivos 
são alguns exemplos; está interiorizado nas ações e nas experiências 
corporais das pessoas (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
Fundamentos sobre o conhecimento 37
Exemplificando
O conhecimento tácito é o conhecimento que está em você, adquirido 
por meio de cursos, leituras e experiências anteriores. Você demonstra 
o conhecimento tácito quando está realizando uma tarefa durante a sua 
atuação profissional.
Há duas dimensões para o conhecimento tácito: a técnica e a 
cognitiva. A dimensão técnica é a do conhecimento voltado para 
a realização de alguma atividade de trabalho, quando uma pessoa 
demonstra que tem expertise ou know-how, que quer dizer o 
conjunto de habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo 
do tempo pela experiência, especialização e estudos. A dimensão 
cognitiva está relacionada a “crenças, percepções, ideais, valores, 
emoções e modelos mentais” e dá forma ao modo de percepção do 
mundo (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 19).
Reflita
Assimile
Qual dos dois conhecimentos (tácito e explícito) é mais importante? Por 
quê?
Modelos mentais são esquemas, paradigmas, perspectivas, crenças e 
pontos de vista que ajudam as pessoas a perceber e definir o seu mundo.
Complementaridade dos dois conhecimentos
Takeuchi e Nonaka (2008) explicam que as proposições sobre 
os opostos na dialética são aplicáveis no conhecimento pelos 
seguintes motivos: a) conhecimentos tácito e explícito são retratados 
como opostos, mas são complementares e interdependentes, isto 
é, dependem-se simultaneamente; b) existe algum conhecimento 
explícito no conhecimento tácito e vice-versa; c) tanto o 
conhecimento tácito como o conhecimento explícito são realidades 
percebidas a partir de um determinado contexto, mostrando que um 
pode se transformar no outro. 
O conhecimento não é explícito ou tácito, mas é tanto explícito 
quanto tácito. Isso é um paradoxo, pois o conhecimento é 
“inerentemente paradoxal, porque é formado por aquilo que parecem 
ser dois opostos” (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 20).
Fundamentos sobre o conhecimento38
Exemplificando
Imagine que você vai realizar um trabalho em grupo para atender à 
solicitação de um professor. Cada integrante do grupo fica responsável 
por realizar uma pesquisa bibliográfica para depois trocar informações 
no próximo encontro.
Onde você irá buscar essas informações para cumprir a sua parte na 
pesquisa?
Isso mesmo! Em publicações impressas ou em websites? 
Que tipo de conhecimento é esse que você estará pesquisando? 
Acertou novamente! Você estará buscando o conhecimento explícito 
que contenha conceitos teóricos ou a aplicação das teorias na prática.
No encontro seguinte do grupo, quando você compartilhar o que 
aprendeu (conhecimento tácito), por meio do conhecimento explícito, 
dialogando com seus colegas do grupo, estará transformando 
o conhecimento tácito em explícito. Quando esse processo de 
transformação acontece, poderá surgir um novo conhecimento tácito, 
não somente em você, mas em cada integrante do grupo. Você pode 
perceber que esse processo de criação do conhecimento é contínuo 
em nossa vida? 
Quando você e seu grupo redigem o trabalho de forma conjunta para 
entrega ao professor, estarão entregando o resultado da construção do 
conhecimento coletivo. 
Por esse exemplo, você poderá compreender a tese dos autores que 
defendem que os conhecimentos tácito e explícito são complementares 
e interdependentes, embora pareçam opostos. E esse é também um 
exemplo de um paradoxo!
Entendendo o paradoxo dos conhecimentos tácito e explícito, 
percebe-se que os dois conhecimentos são igualmente importantes 
devido à interdependência e complementaridade. 
Os conhecimentos mais importantes estão nas pessoas 
(conhecimentos tácitos), e não nas organizações (conhecimentos 
explícitos) (DAVIS; BOTKIN, 1996; O’DELL; GRAYSON, 1998 apud 
GROTTO, 2008).
Fundamentos sobre o conhecimento39
Reflita
Porque os conhecimentos mais importantes estão nas pessoas, 
as organizações devem fazer a gestão desse conhecimento para 
desenvolvimento de quem – pessoas ou organizações? Será que 
estamos diante de mais um paradoxo? Pense nisso!
Nas empresas japonesas, o conhecimento tácito é predominante, 
pois entendem a empresa como organismo vivo, ressaltando a 
importância da experiência direta das pessoas e o conhecimento 
que é construído socialmente. Nas empresas ocidentais, há 
predominância do conhecimento explícito, valorizando habilidades 
analíticas e formas concretas de apresentação verbal e visual, como 
em documentos, manuais e bases de dados computacionais. Dessa 
forma, as empresas são vistas como máquinas que processam 
conhecimento (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
O conhecimento tácito deveria ser mais reconhecido e 
valorizado nas organizações. Percebe-se a dificuldade de tornar 
explícitos muitos conhecimentos tácitos para armazenamento, o 
que requer muito diálogo e interação entre as pessoas. Dessa forma, 
um dos grandes desafios da gestão do conhecimento é promover 
o compartilhamento do conhecimento que ainda não está explícito. 
Será muito produtivo se tiver ficado claro para você esses 
conceitos, porque numa das próximas seções você vai compreender 
a conversão do conhecimento, utilizando os conhecimentos tácito 
e explícito.
Faça você mesmo
Agora que você consegue visualizar com clareza o conhecimento tácito 
e o explícito, você saberá solucionar mais um desafio.
Considerando a sua vida pessoal e as suas experiências na empresa que 
trabalha, você já produziu algum conhecimento explícito? 
Em caso afirmativo, foi ou está sendo utilizado por outras pessoas?
Como aconteceu esse processo, até chegar ao conhecimento explícito?
Fundamentos sobre o conhecimento40
Para ajudar você a responder às questões do desafio, aqui estão 
algumas ideias para alcançar a solução:
1. Se o conhecimento tácito está na pessoa, então é certo que 
cada morador do distrito possui esse conhecimento. Pense acerca de 
quais conhecimentos eles possuem e podem ser úteis à mineradora, 
aos órgãos governamentais, aos próprios moradores e à sociedade. 
2. Supondo-se que todo o conhecimento explícito tenha sido 
destruído pela lama, pense em como o conhecimento tácito poderia 
ser útil na reconstrução ou reconstituição do conhecimento explícito.
3. Reflita sobre qual dos dois conhecimentos poderia ser mais útil 
na solução dos problemas.
Se você compreendeu de onde surgem e a importância dos dois 
tipos de conhecimento, com certeza saberá responder quais são as 
fontes desses dois conhecimentos!
Sem medo de errar
Atenção
Lembre-se
Importante observar que conhecimento tácito é dificilmente visível 
enquanto que o explícito, como o próprio nome indica, é visível.
O conhecimento tácito e o explícito são interdependentes e 
complementares.
Avançando na prática 
Pratique mais
Instrução
O desafio agora é você praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos 
para novas situações que poderá encontrar no ambiente de trabalho. Reflita sobre 
a descrição da situação-problema (SP) e acompanhe as dicas para resolução.
Fundamentos sobre o conhecimento 41
Pratique mais
Instrução
O desafio agora é você praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos 
para novas situações que poderá encontrar no ambiente de trabalho. Reflita sobre 
a descrição da situação-problema (SP) e acompanhe as dicas para resolução.
Conhecimento Tácito e Explícito em momentos de transição
1. Competência 
de fundamen-
tos de área
Conhecer o conceito de Gestão do Conhecimento e sua importância 
para a gestão e as estratégias das empresas que valorizam o capital 
humano.
2. Objetivos de 
aprendizagem
Saber a diferenciação entre o conhecimento tácito e o conhecimento 
explícito e compreender as ideias que fundamentam a empresa 
dialética e sua relação com esses dois conhecimentos.
3. Conteúdos 
relacionados
Conhecimento tácito, conhecimento explícito.
4. Descrição 
da SP
Marcos, gerente de produção numa fábrica de componentes 
eletrônicos, recebeu convite para trabalhar em outra indústria. 
Ao fazer o seu pedido de desligamento ao superintendente geral, 
ele disponibilizou-se a permanecer na empresa por um mês para 
preparar o seu substituto. Essa disponibilidade foi bem aceita pelo 
superintendente, que tratou logo de realizar o recrutamento externo 
para seleção do novo gerente de produção. Durante o período em que 
“treinava” o substituto, Marcos redigiu as rotinas do seu trabalho na 
tentativa de ajudar o substituto e a organização. Marcos explicou ao 
substituto que era prática da empresa fazer reuniões semanais com os 
profissionais do setor para ouvir relatos e experiências sobre processos 
de trabalho e discutir conflitos e oposições para gerar inovações. 
O seu desafio é identificar o conhecimento tácito e o conhecimento 
explícito no relato da situação de Marcos. Justifique a sua compreensão.
5. Resolução 
da SP
Para solucionar a SP, reflita sobre os conceitos do conhecimento tácito 
e do explícito aplicados na prática, explicando a sua resposta.
Lembre-se
O conhecimento tácito e o explícito são interdependentes e 
complementares.
Faça valer a pena
1. São meios de expressar o conhecimento explícito:
I. Mapas.
II. Crenças.
III. Diagramas.
IV. Fórmulas.
V. Emoções.
Identifique a alternativa que contém os meios corretos.
A. Apenas as citadas em II, IV e V.
B. Apenas as citadas em I, III e V.
Fundamentos sobre o conhecimento42
C. Apenas as citadas em I, II, III e IV.
D. I, II, III, IV e V.
E. Apenas as citadas em I, III e IV.
2. A dialética é uma forma de raciocínio que ressalta duas características: a 
mudança e a ênfase nos opostos. Analise as afirmativas a seguir a respeito 
desse processo dialético.
I. A mudança ocorre diante de situações conflituosas e de oposição.
II. O ponto de partida para a mudança é chamada de antítese.
III. Após a percepção de que há uma negação à tese, ocorre a síntese.
IV. Cria-se um novo conhecimento quando ocorre a união entre tese e 
antítese.
V. Síntese é o processo pelo qual ocorre a criação de um novo conhecimento.
Agora, assinale a alternativa correta.
A. As afirmativas I, II e III estão corretas.
B. As afirmativas I, III e IV estão corretas.
C. As afirmativas I, IV e V estão corretas.
D. As afirmativas I, II e IV estão corretas.
E. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
3. Analise as duas afirmativas a seguir.
1ª afirmativa – Compreender o processo de geração do conhecimento é 
essencial para as organizações na atualidade.
PORQUE
2ª afirmativa – O conhecimento é percebido como fonte de inovação para 
as organizações se manterem competitivas.
Pode-se concluir que:
A. As duas afirmativas são falsas.
B. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
C. A primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
D. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
E. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
Fundamentos sobre o conhecimento 43
Seção 1.4
Abordagens sobre o conhecimento organizacional
Diálogo aberto 
Perceba quanta coisa você já sabe! Sabe que as organizações 
inteligentes ou criadoras do conhecimento são aquelas que estão 
inseridas no ambiente atual. Elas sabem lidar com as turbulências, 
os conflitos, a velocidade das mudanças e a competitividade. Você 
já sabe como transformar dados e informações em conhecimento 
e que os dois tipos de conhecimento, tácito e explícito, são 
interdependentes e complementares e são muito importantes na 
gestão do conhecimento.
Todos esses conteúdos desenvolvidos nesta unidade de ensino 
abrem espaço para você entender os próximos, que são a gestão 
do conhecimento e sua implantação para a criação de valor para as 
organizações. 
Então, você vai avançar agora um pouco mais nos fundamentos 
sobre o conhecimento. Este é o momento para entender a respeito 
da aprendizagem individual e organizacionale das organizações que 
aprendem. 
As questões que vão nortear o conteúdo desta seção são: o que 
é aprendizagem individual? E aprendizagem organizacional? E as 
empresas que aprendem? Há interligação entre esses conceitos? 
Após compreender essas questões na seção NÃO PODE FALTAR, 
retome a reflexão sobre a mineradora de ferro que teve rompimento 
das barragens. Este será o último desafio nesta unidade de ensino. 
Você deve refletir sobre os seguintes questionamentos: você acredita 
que será possível recuperar a empresa por meio da aplicação 
dos conceitos da aprendizagem individual, da aprendizagem 
organizacional e das organizações que aprendem? Como fazer isso?
Tente articular as suas propostas exercitando também os 
conteúdos já apresentados nas seções anteriores. 
Ao finalizar os estudos desta seção, você terá compreendido os 
conceitos propostos e aplicá-los na prática. Pronto(a) para começar? 
Fundamentos sobre o conhecimento44
Não pode faltar
Aprendizagem individual
Aprender faz parte da natureza humana. Quando você realiza 
algo melhor do que fazia anteriormente, pode-se dizer que houve 
aprendizado. Toda mudança que influencie ou produza em você 
uma mudança em seu ambiente psicológico, significa aprendizado.
É por meio da aprendizagem que você percebe o mundo e sua 
relação com ele. Ela é fundamental para o processo de mudança 
individual, organizacional e da sociedade.
Exemplificando
Para o passageiro de um barco, espumas brancas em alto-mar são um 
lindo fenômeno, enquanto que para o piloto desse barco são o sinal de 
rochas perigosas (LEWIN, 1942 apud AGUIAR, 2005, p. 144). 
Perceba a diferença na interpretação das “espumas brancas”. O piloto 
do barco, por força do seu trabalho, detém conhecimento, fruto do seu 
aprendizado.
Você encontrará na literatura grande quantidade de definições 
e conceitos acerca da aprendizagem individual. Citaremos apenas 
alguns, para facilitar a sua compreensão: a) aprendizagem é a aquisição 
de informações, habilidades, atitudes e valores; b) desenvolve-se pela 
interação social, em contato com a realidade, com o meio e com 
as pessoas; c) a aprendizagem depende da automotivação de quem 
quer aprender; d) com o desenvolvimento, processos cada vez mais 
complexos são aprendidos; e) a aprendizagem promove mudanças 
no comportamento. 
Na literatura psicológica, há diferentes teorias da aprendizagem, 
dentre as quais se destacam o modelo behaviorista e o cognitivo. 
O modelo behaviorista entende o comportamento como a 
interação entre o indivíduo e o ambiente. O homem é produto 
e produtor dessa interação. A aprendizagem é propiciada pelo 
comportamento operante. Nesse caso, o organismo reage emitindo 
respostas e sua ação produzirá uma alteração ambiental, isto é, 
uma consequência que retroagirá sobre o indivíduo, alterando a 
possibilidade de futura ocorrência de um comportamento. Skinner 
foi o mais importante behaviorista. Segundo ele, a melhor maneira 
Fundamentos sobre o conhecimento 45
de eliminar um comportamento indesejado é utilizando o reforço 
(recompensa) ao comportamento desejado, e não reforçar o 
comportamento indesejado. A falta de reforço fará extinguir esse 
comportamento (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2011).
Exemplificando
A punição, por exemplo, produz mais efeitos negativos que 
positivos, porque, além de instalar o medo e a tensão, tende a 
reduzir o comportamento indesejado, mas também reduzirá os 
comportamentos desejados.
No modelo cognitivo, a aprendizagem é um processo interno 
de processamento de informações. A teoria epistemológica de 
Piaget, também conhecida como teoria do conhecimento, enfatiza 
a maturação biológica para aquisição de conhecimentos. A teoria de 
Vygotsky privilegia a influência do ambiente social na aprendizagem. 
Lewin (apud AGUIAR, 2005) considera quatro tipos de aprendizagem: 
a) mudança na estrutura cognitiva (conhecimento); b) mudança na 
motivação (gostar ou não gostar de algo); c) mudança na ideologia, 
que se caracteriza pela associação de uma pessoa a diferentes grupos; 
e d) controle voluntário da musculatura (controle de movimentos 
corporais). Como mudança cognitiva, a aprendizagem está associada 
com quase todo o campo do comportamento. Quando há mudança 
do significado de algo, há mudança na estrutura cognitiva. A 
mudança na motivação e a mudança de ideologia (valores) estão 
associadas às mudanças de necessidades e de significado, que 
estão ligadas à estrutura cognitiva, pelo conhecimento. Então, existe 
interdependência entre necessidades e estrutura cognitiva. 
Kolb (1997 apud GOMES et al., 2008) desenvolveu o modelo 
de aprendizagem vivencial (Figura 1.2), a partir das ideias de Lewin, 
segundo o qual os aprendizes adultos precisam de quatro tipos de 
habilidades para que haja aprendizado: a) experiência concreta (é 
o fazer; ocorrem ações e atividades para assimilação de dados e 
informações); b) observação reflexiva (é observar e refletir; é a busca 
de referências e ligações das experiências vivenciadas no passado); 
c) conceitualização abstrata (envolve conclusão relacionada às 
experiências vivenciadas; é a busca de explicações lógicas); d) 
experimentação ativa (agir conforme o conhecimento e experiências; 
há necessidade de entender a utilidade do conhecimento, para 
absorvê-lo; é quando ocorre um novo aprendizado).
Fundamentos sobre o conhecimento46
Fonte: Kolb (1997 apud GOMES et al., 2008).
Figura 1.2 | Modelo de aprendizagem vivencial de Kolb
Experimentação 
ativa
Experiência 
concreta
Observação 
reflexiva
Conceitualização 
abstrata
No ambiente organizacional, a aprendizagem contínua é 
importante pelos seguintes aspectos: a) contribui para manutenção da 
competitividade, que ocasiona maior longevidade das organizações; 
b) ambientes imprevisíveis, como os da atualidade, exigem 
conhecimento para lidar com as mudanças, que também precisam 
ser rápidas; c) há necessidade de compreensão dos negócios, 
principalmente a respeito de como as ações das pessoas influenciam 
o futuro; d) apoia o planejamento do futuro, pela disseminação 
de informações e conhecimento; e) é uma forma de resposta ao 
desempenho de equipes de trabalho; f) impulsiona a dinâmica 
de funcionamento organizacional. Nas organizações acontece o 
aprendizado individual e o coletivo, gerando o conhecimento tácito 
e o explícito.
Reflita
De que forma o aprendizado individual se torna aprendizado coletivo?
Pense no conhecimento tácito e no conhecimento explícito!
Aprendizagem nas organizações
Quando se trata da aprendizagem, você encontra na literatura duas 
abordagens: a da aprendizagem organizacional e das organizações 
que aprendem. A primeira, representada por pesquisadores 
acadêmicos, preocupa-se em descrever como as organizações estão 
aprendendo e buscam identificar os fatores associados. A segunda, 
representada por pesquisadores e consultores, contribui a partir das 
práticas bem-sucedidas nas organizações. 
De uma forma sintetizada, você vai compreender essas duas 
abordagens.
Fundamentos sobre o conhecimento 47
Pesquise mais
Para saber mais a respeito de aprendizagem organizacional e 
organizações que aprendem, vá ao link <www.rausp.usp.br/download.
asp?file=V3903220-230.pdf>. O título do artigo é “Aprendizagem 
organizacional versus organizações que aprendem: características e 
desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa”. Os autores 
Bastos, Gondim e Loiola analisam os dois processos que ocorrem nas 
organizações.
Aprendizagem organizacional
São as pessoas que criam mecanismos para que haja aprendizagem 
nas organizações. Aprendizagem organizacional é a capacidade 
de manter ou aperfeiçoar o desempenho com base na experiência 
adquirida (GOMES et al. apud HANASHIRO, 2008), corrigindo erros e 
falhas cometidos e prevenindo problemas no futuro. Só se pode dizer 
que há aprendizagem na organização quando há modificação na 
ação. Só ocorre por meio de percepções, conhecimentos e modelos 
mentais compartilhados (você irá compreender o que são modelos

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