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Gestante J.S.O.C, 30 anos, casada, do lar, história obstétrica G=I P=0 A=0, IG=22 semanas. Admitida em 03/04/2019 no HMFM apresentando perdas transvaginais, cólicas em região baixo ventre e dilatação do colo uterino (4cm). Realizada USG e constatado dilatação interna e externa. Segue internada sem previsão de alta. Gestante limitada ao leito, lúcida, orientada, cooperativa, eupneica, corada, hidratada, normocárdica, afebril, couro cabeludo íntegro, limpo, mucosas hidratadas, coradas, cavidade oral sem sujidade, pavilhão auricular limpo, simétrico, linfonodos não palpáveis, mamas simétricas, normotensas, mamilos protusos, ausculta cardíaca BNF em 2T/RCR, ausculta pulmonar MVUA S/RA abdome gravídico; Manobra de Leopold contendo feto único, AFU 20cm, situação transverso, posição dorso à esquerda, apresentação variável, à ausculta BCF inaudível, perdas transvaginais sanguinolenta em pequena quantidade em absorvente (SIC), eliminações fisiológicas presentes, MMII livres de edemas, sinal de Homans negativo, boa perfusão periférica. Sinais Vitais PA= 100x 80 mm HG; FC= 91 bpm; FR= 20 irpm; Tax= 36,8 °C. A incompetência istmo cervical (IIC) é quando o colo do útero não tem força e estrutura o suficiente para segurar o peso da gestação. O útero fica pesado e assim força o colo para baixo. Com isso, a gravidade ajuda nesse processo e então o colo do útero acaba dilatando e em seguida se inicia um trabalho de parto ou de abortamento, ou mesmo um parto prematuro pode acontecer, dependendo da idade gestacional. Na gestação: É baseado na história obstétrica de perdas fetais recorrentes no segundo trimestre da gravidez (entre 12 e 20 semanas de gravidez) com cada perda ocorrendo mais cedo que a anterior ou partos prematuros extremos (entre 21 e 32 semanas de gestação); Fora da gestação: É realizado principalmente pela histerossalpingografia durante a fase lútea do ciclo menstrual (se largura da região istmocervical > 8 mm é sugestiva de IIC). Se a vela de Hegar 8 não encontra resistência na passagem pelo colo uterino, na segunda fase do ciclo menstrual, também denota a insuficiência do sistema oclusivo do canal cervical. "É um raio-X contrastado, e constitui um importante instrumento para que o médico avalie se a paciente apresenta trompas e cavidade uterina íntegras, o que é essencial na avaliação de fertilidade. A avaliação das imagens do exame deve ser cuidadosa verificando a presença de estenoses, […]“ (Dr. Augusto Bussab, 2019). Traumáticas, como dilatação e curetagem; laceração cervical pós-parto traumático ou pós- abortamento; amputação ou conização do colo uterino; Congênita, por alteração do colágeno, ou em consequência à exposição intrauterina ao dietilestilbestrol (hormônio sintético que trata metástase em câncer de mama e próstata); Dor abdominal ou lombar Pressão no baixo ventre Sangramento ou manchas vaginais Corrimento vaginal com aparência de muco Saída de fluido quente da vagina CERCLAGEM: Prevenir o encurtamento e a abertura prematura do colo uterino por meio de sutura circular no nível de seu orifício interno. Preferencialmente via vaginal; As principais técnicas empregadas são a de Shirodkar e a de McDonald; PROGESTERONA VAGINAL (200 mg a cada noite) pode reduzir o risco de parto prematuro em certas mulheres. * Se o parto prematuro é suspeito depois de 22 a 23 semanas, corticóides (para acelerar a maturação pulmonar fetal) e repouso modificado também podem ser indicados. Dor aguda relacionada a contrações uterinas e espasmos da musculatura da região baixo ventre evidenciado por discurso verbal; Medo relacionado a apreensão; Risco de queda relacionado a fatores fisiológicos. Acolher e orientar; Observação constante; Apoio verbal e emocional; Manter a paciente em repouso; Verificar os SSVV a cada 4 horas; Observar e registrar o sangramento vaginal; Administrar medicação prescrita Encaminhar e orientar a paciente quanto aos exames complementares Informar sobre a recuperação da fertilidade, que pode ser imediata; Orientar a paciente quanto a importância de um acompanhamento medico antes de engravidar novamente; Explicar a necessidade de aguardar pelo menos de 3 a 6 meses antes de tentar engravidar; ZUGAIB OBSTETRÍCIA / [editor Marcelo Zugaib]. – 2. ed. – Barueri, SP : Manole, 2012. DULAY, A. T, MD. MANUAL MSD. Insuficiência cervical, 2014. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e- obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na- gesta%C3%A7%C3%A3o/insufici%C3%AAncia-cervical>. Acesso em: 06 junho 2019. BUSSAB,. Clínica de Fertilidade - Dr. Augusto Bussab. Histerossalpingografia, 2019. Disponível em: <https://draugustobussab.com.br/histerossalpingografia/>. Acesso em: 09 junho 2019. MORENO, E. A. Cerclagem e Aborto Tardio. Tipos de Cerclagens, 2010. Disponível em: <http://www.cerclagem.com.br/tipos_circlagem_34.html>. Acesso em: 09 junho 2019. REZENDE FILHO, Jorge de.; Montenegro, Carlos Antonio Barbosa; : Obstetrícia fundamental. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 20011. ZUGAIB OBSTETRÍCIA / [editor Marcelo Zugaib]. – 2. ed. – Barueri, SP : Manole, 2012.