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X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.1 A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Resumo O presente artigo intenciona promover debate sobre os aspectos constitutivos da Prática como Componente Curricular‐ PCC. Ela é um dos elementos que compõe a totalidade do conjunto de orientações expressas nos documentos oficiais dos cursos de formação inicial de professores. Para o desenvolvimento do trabalho, foram utilizadas as resoluções n.01 e 02 do CNE/CP/2002 e seus respectivos pareceres, bem como a literatura na área educacional, a partir de três conceitos fundamentais que possuem relação imediata com a PCC: trabalho didático; formação para a competência e relação teoria e prática. Nesse sentido, o trabalho tem como objetivo debater a constituição da PCC no trabalho didático nos cursos de licenciatura. A intenção deste ensaio nasceu da prática docente em cursos superiores, e a busca por esclarecimentos levou a entendimentos que a PCC é parte constitutiva do trabalho didático, aparecendo nas orientações oficiais num momento em que, no Brasil, é largamente difundido o modelo de competências. Ao estabelecer ligação com o trabalho didático, a PCC possui, em sua essência, a organização orientada pelas transformações do modo de produção em cada época, e atualmente evidencia o conceito de prática em detrimento à práxis na formação do indivíduo. Palavras‐chave: Formação de professores. Prática como Componente Curricular. Trabalho didático Liane Vizzotto Instituto Federal Catarinense liane.vizzotto@ifc‐concordia.edu.br A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.2 X A nped Sul Introdução Este trabalho toma para reflexão um tema particular da formação de professores para a educação básica, a Prática como Componente Curricular – PCC. A recorrência do debate sobre a formação inicial de professores tem sido intensa, principalmente na academia, por meio dos espaços de pesquisa nos cursos de mestrado e doutorado. Não diferente do debate suscitado nestes locais, a organização dos currículos dos cursos de formação docente constitui‐se preocupação central nos colegiados, pois, desde 2002, quando da aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da Educação Básica (CNE/CP, 2002a), a PCC revela‐se necessária no trabalho didático dos professores das licenciaturas. Este ensaio procurará problematizar algumas questões que na literatura da área não constituem tema recorrente de debate1, pois toma uma das especificidades da formação docente. Desse modo, durante a tentativa de compreensão da PCC ‐ suas definições, características e articulações com outros campos da formação docente, foi possível estabelecer relações com conceitos estudados no debate educacional atual, como a sua estreita ligação com o entendimento de competência e a valorização da relação da teoria e da prática. Logo, as análises da formação docente nos aspectos relacionados – teoria e prática, formação para a competência, tomaram dimensões maiores do que apenas a simples relação com a PCC, nos trabalhos de autores como Martins e Duarte (2010); Moraes e Torriglia (2003); Kuenzer (2002) e Pimenta e Lima (2010). Para estes, as abordagens apreendidas à luz dos princípios que orientam o método dialético, implicam em não elucidar um objeto apenas em seus aspectos aparentes, mas nas relações com o modo de produção e sua influência na educação e, no caso em particular, da formação docente. 1 Utilizando o descritor “Prática como componente curricular”, no portal Periódico da Capes, foi encontrado apenas duas publicações: Prática como componente curricular e sua implementação em sala de aula na visão dos professores de um curso de letras (Luciana Cabrini Simões Calvo; Maria Adelaide De Freitas, 2011) e A prática como componente curricular na formação de professores (Júlio Emílio Diniz‐Pereira, 2011). Dezenas de outras publicações que contêm o descritor “prática”, especialmente ligados ao estágio curricular, também foram identificadas, mas não constituem o objeto principal deste trabalho. A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.3 X A nped Sul Tendo em vista o fundamento teórico utilizado nos trabalhos dos autores citados, percebemos a aproximação da PCC com o trabalho didático, compreendido como “o conjunto das relações envolvidas na atividade do profissional do professor docente e que estão, por sua vez, condicionadas pela organização da atividade escolar” (LOMBARDI, 2010, p.73). Foi necessário trazer para este ensaio, a partir do conceito de trabalho didático/ docente, mais este aspecto como forma de tornar mais consistente os elementos que compõem a PCC, uma vez que o método dialético pressupõe a compreensão da totalidade do real. Portanto, os conceitos de teoria e prática, competências e trabalho didático totalizam o conjunto de análise que inicialmente pareciam alienáveis à PCC. Mas, qual o conceito de PCC? Apesar de não possuir uma definição teórica/clássica, a PCC aparece nos documentos oficiais como sendo “o conjunto de atividades formativas que proporcionam experiências de aplicação de conhecimentos ou de desenvolvimento de procedimentos próprios ao exercício da docência” (BRASIL, CNE/CP 2005, p. 03). Dessa forma, a PCC torna‐se parte do trabalho didático do professor das licenciaturas, pois, mais do que uma estratégia metodológica, constitui‐se como elemento de importância para o currículo acadêmico na formação docente. Anterior à definição do parecer CNE/CP 15/2005, outro parecer, o 28/2001 esclarece que a PCC “é uma prática que produz algo no âmbito do ensino” (BRASIL, CNE/CP, 2001, p. 09). Deste modo, está articulada com o estágio o que favorece a formação da identidade do professor. A PCC, segundo a Resolução CNE/CP 02/2002b, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura possui duração de 400 horas, juntamente com as demais dimensões, a saber, estágio curricular, conteúdos curriculares de natureza científico–cultural e atividades acadêmico‐científico‐culturais. Do conjunto destas, deverá ser garantida a articulação teoria‐prática. Por fim, afirmamos a intenção deste trabalho, isto é, debater a constituição da PCC no trabalho didático docente nos cursos de licenciatura. Dito de outro modo, investigar a relação da PCC com outras definições que permitem compreendê‐la a partir de sua A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.4 X A nped Sul particularidade, tomando como pontos para análise os conceitos que a complementam, como a relação teoria e prática e a formação no modelo de competência. O interesse pelotema advém da inquietação da prática docente no ensino superior em cursos de licenciatura, bem como da falta de clareza sobre os conceitos que envolvem a PCC, pois ela é um elemento pedagógico e parte constitutiva de uma política educacional maior, referente à organização dos cursos superiores na formação inicial de professores. O artigo traz, inicialmente, um debate teórico sobre o trabalho didático com o objetivo de compreender a organização da escola, uma vez que é por meio dele que a educação assimilou a retórica capitalista nos diferentes momentos históricos. Tomaremos o momento do surgimento da escola moderna de Comenius como ponto de partida para esta reflexão, chegando aos anos de 1990, quando a educação no Brasil, passou por transformações decorrentes da política neoliberal e da influência dos organismos multilaterais para a definição das diretrizes educacionais. Numa segunda seção, o texto abordará a relação teoria e prática, porque estes são conceitos, mormente citados nos documentos oficiais e sua articulação constituem a PCC, ainda que esta também indique relação com o modelo de formação para as competências. Assim, o texto articula conceitos que num primeiro momento parecem não se complementar, mas que na verdade, por meio desta reflexão, aponta para uma total articulação. Breve reflexão histórica sobre a organização do trabalho didático Não seria possível elucidar toda a trajetória da organização do trabalho didático nestas poucas linhas. Muitos estudos atuais têm pesquisado o campo da organização do trabalho didático. Mas é em Alves (2001 e 2010) e Saviani (2010) que buscaremos os subsídios para esta reflexão, a qual toma como ponto de referência histórico a origem da escola moderna, inaugurada por Comenius. Segundo Alves (2001, p. 81) “a ele, mais do que nenhum outro, coube o mérito de concebê‐la”. A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.5 X A nped Sul O principal fundamento de Comenius foi de “ensinar tudo a todos” (ALVES, 2001, p. 84). Essa prerrogativa, conhecida por meio da Didática Magna, retrata a concepção educativa do século XVII de estender a todos o acesso ao ensino. Comenius procurou equacionar a questão metodológica da educação, ou seja, com ele se iniciou o pensamento dos fins para se alcançar os meios (SAVIANI, 2010). Sobre a organização da escola moderna, Alves (2001, p.83) diz que: (...) pressupunha uma organização para a atividade de ensino, no interior da escola, que visava equipará‐la à ordem vigente nas manufaturas, onde a divisão do trabalho permitia que diferentes operações, realizadas por trabalhadores distintos, se desenvolvessem de forma rigorosamente controlada, segundo um plano prévio e intencional que as articulava, para produzir mais resultados com economia de tempo, de fadiga e de recursos. Observamos que a organização do trabalho didático em Comenius especificou e simplificou a tarefa do professor, facilitadas pela introdução de novos instrumentos, a exemplo do manual didático. O trabalho didático no período manufatureiro acompanhou, portanto, o compasso da organização social do trabalho. No período da Revolução Industrial, o surto de desenvolvimento provocado pela descoberta da máquina a vapor, que revolucionou a produção, “exigia uma organização do trabalho didático que permitisse o atendimento simultâneo de grande número de alunos por um mesmo professor”. (SAVIANI, 2010, p. 17). Esta nova organização, ocorrida entre os anos de 1920 a 1930, ficou conhecida como método Lancaster ou ensino mútuo, que aproveitava os alunos mais adiantados na aprendizagem para auxiliar o professor no ensino de turmas numerosas. Os principais aspectos do ensino lancasteriano era a rigorosa disciplina, evitando‐se, ao máximo, a conversa (SAVIANI, 2010) A adoção do ensino mútuo, ineficaz no processo de aprendizagem, obrigava as crianças permanecerem na escola. Saviani (2010, p.19) esclarece que a Lei Fabril “condicionava o emprego das crianças à frequência escolar” porque, com a ineficiência A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.6 X A nped Sul do método de ensino, a evasão escolar era fator reincidente, logo deveria ser evitado, mesmo que não houvesse aprendizagem. Já na fase de expansão do processo de industrialização, na segunda metade do século XIX, a educação aparecia como fator de modernidade e países europeus preparavam grandes exposições na área da educação. Assim, a proposta de organização do trabalho didático passou a ocorrer por meio do método intuitivo, com a intenção de resolver a ineficiência do ensino. Nesse método, “o ensino deve partir das impressões do sentido” (SAVIANI, 2010, p. 20). Para o desenvolvimento deste método foram produzidos manuais, não mais apenas aos alunos, mas também ao professor, o qual expunha “um modelo de procedimento para a elaboração de atividades que representem a orientação metodológica geral prescrita” (ibidem, p.21). No Brasil, segundo Saviani (2010), a publicação de um dos mais famosos manuais, denominado Primeira lição de coisas, ocorreu em 1886, cuja tradução foi realizada por Rui Barbosa em 1881. O método intuitivo, na Primeira República brasileira, passou a servir como base na organização dos Grupos Escolares e, na década seguinte – 1920 ganhou corpo com o Movimento da Escola Nova. No período de maximização da produtividade capitalista, o trabalho didático foi inspirado nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade. Saviani diz que o “processo educativo se torna objetivo e operacional, uma vez que a pedagogia tecnicista buscou planejar a educação para dotá‐la de uma organização racional, capaz de minimizar as interferências subjetivas que pudessem por em risco sua eficiência” (SAVIANI, 2010. p. 26). No Brasil, neste momento histórico, a escola acompanhava o desenvolvimento do sistema fabril, da indústria, perdendo de vista a espeficidade da educação. Além de que, a pedagogia tecnicista cruzou com as influências herdadas pela pedagogia tradicional e da Escola Nova (SAVIANI, 2010). Na chegada histórica do período neoliberal, o trabalho didático tenta romper com todas as concepções anteriores e abre caminho para teorias pedagógicas que não apenas A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.7 X A nped Sul foram definidas em âmbito nacional, mas nos acordos internacionais em que o Brasil foi signatário e que pautaram a construção das diretrizes para a educação. Para Saviani (2010, p. 28), “não há, pois, um núcleo que possa definir positivamente as ideias que passam a circular já nos anos de 1980 e se tornam hegemônicas em 1990”. As teorias do Aprender a Aprender, decorrentes da visão deliberada na Conferência de Jomtien na Tailândia (1990), ligam‐se à necessidade de constante atualização, exigida pela necessidade de ampliar a esfera da empregabilidade. Esta década ficou conhecida por um processo de reforma do Estado epela influência do Banco Mundial nas decisões do destino e dos rumos dados à educação no país. Desta forma, a educação marcada por políticas neoliberais passou a valorizar os resultados em detrimento aos processos, acompanhando o movimento econômico imposto pelo modelo do capital. Segundo Tavares e Corsetti, Nesse novo contexto, as ideias pedagógicas dominantes passaram a assumir e a associar a decadência e o fracasso da escola pública como uma incapacidade gestora do Estado, defendendo, assim, uma educação gerida pela iniciativa privada com base nas leis estabelecidas pelo mercado (2013, p. 2). Assim, a educação, mais uma vez, é definida pela estrutura político‐econômica e sua precarização acompanha o descompasso de uma sociedade dividida em classes sociais distintas. Seguindo os princípios econômicos, surgem modelos com os quais o trabalho didático deveria adaptar‐se, a exemplo da pedagogia das competências e do discurso neoconstrutivista do professor reflexivo. Para Saviani (2010, p. 33), “Agora a questão da verdade é elidida. O neoconstrutivismo funde‐se com o neopragmatismo2 e as competências resultam assimiladas aos mecanismos adaptativos do comportamento humano ao meio material e social”. 2 Neoconstrutivismo e neopragmatismo são conceitos utilizados por Saviani (2010) quando os coloca sob a influência das reformas ocorridas nos anos de 1990, momento este marcado pelo descentramento e desconstrução das ideias anteriores, lançando mão de expressões intercambiáveis e suscetíveis de grande volatilidade (p.28). Por isso, a referência aos termos se encontra fora delas e marcam os movimentos que a precederam. Dai que sua denominação tenda a se fazer lançando mão das categorias precedentes às quais se antepõem o prefixo do tipo “pós” ou “neo”(p.29). A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.8 X A nped Sul Sendo essas as principais características do trabalho docente, logo, do trabalho didático, a formação do aluno caminha nos rumos dados pela pedagogia das competências, “cujo objetivo é dotar os indivíduos de comportamentos flexíveis que lhes permitam ajustar‐se às condições de uma sociedade em que as próprias necessidades de sobrevivência não estão garantidas” (SAVIANI, 2010. p.33). A flexibilização, desde 2001, vem orientando o trabalho do professor, quando o parecer CNE/CP n.21/2001, ao afirmar o parecer CNE/CP 09/2001 diz que, sendo a “prática um trabalho consciente, terá que ser uma atividade tão flexível quanto outros pontos de apoio do processo formativo, a fim de dar conta dos múltiplos modos de ser da atividade acadêmica‐científica” (SAVIANI, 2010, p. 10). A nova “cara” a ser construída no processo de formação do professor, assemelha‐ se ao modelo capitalista de reestruturação econômica e de reajuste social e político, chamado por Harvey (2005) de acumulação flexível, caracterizado por novos setores de produção, novos mercados, novas formas tecnológicas e organizacionais. Esse modelo envolve rápidas mudanças dos padrões de desenvolvimento desigual, tanto entre setores, como em regiões geográficas. Não raro, encontramos outros autores (Martins, 2010; Shiroma, 2003; Duarte, 2002; Moraes, 2003) questionando a crescente disseminação dos princípios da racionalidade econômica na atual proposta educacional brasileira. Para ilustrar as transformações pelas quais a reestruturação capitalista percorreu, Moraes (2003, p.152) afirma que a educação teve que passar por mudanças e diz que agora “o discurso é claro: é preciso elaborar uma nova pedagogia, um projeto educativo de outra natureza e assegurar o desenvolvimento de competências, valor agregado a um processo que, todavia, não é o mesmo para todos”. A partir desta visão, Moraes (2009) chama a atenção para o fato de que o conhecimento e a ciência estão sob ameaça. O contexto do ceticismo epistemológico e do relativismo ontológico que hoje cercam a sociedade “compromete acentuadamente a capacidade de as ciências superarem suas próprias antinomias no plano exploratório e, por isso mesmo, no enfretamento de problemas práticos para os quais elas são chamadas a oferecer respostas” (MORAES, 2009. p. 316). A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.9 X A nped Sul Nesse sentido, o ceticismo epistemológico tem uma contribuição negativa, qual seja não encontra sentido para o conhecimento, pondo em xeque a procura da verdade. Do mesmo modo, o relativismo ontológico direciona o pensamento para a negação da verdade e acaba por relativizar o conhecimento, abrindo caminhos para que toda verdade tenha sua razão subjetiva. O relativismo nasce da negação da totalidade. Em outras palavras, surge quando a realidade social é explicada pela simples associação de fatos casuais, do cotidiano e ignoram as relações humanas existentes no modo de produção capitalista, as quais em nada são factuais ou espontâneas, mas resultado das “relações determinadas pela essência social” (DUARTE, 2010, p.35). É nesse contexto que o Brasil definiu, em 2002, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores, expressando, por meio da resolução n.01 do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação, as concepções da formação docente e, derivadas destas, do trabalho didático. Dizemos derivadas porque o conteúdo das diretrizes aponta com clareza como devem ser construídos os cursos de licenciatura, e como não poderia deixar de ser, a organização estrutural e teórica do currículo também são direcionadas. Logo após a homologação das diretrizes, outra resolução – 02/2002b vem indicar o quantitativo de horas, inclusive para a PCC, como já apresentado neste trabalho. Num estudo desenvolvido a partir das duas resoluções – 01/2002a e 02/2002b, Moraes e Torriglia (2003) concluem que “a formação profissional articula‐se diretamente com o desenvolvimento das competências e não mais com os saberes ou conhecimentos, ou seja, o conhecimento aparece como meio ou recurso” (2003, p. 53). Expressões da afirmação das autoras encontraram no art. 3º, inciso II, letra c, da Resolução CNE/CP, n. 01/2002a, quando dizem que no exercício profissional específico seja considerado “os conteúdos, como meio e suporte para a constituição das competências”. É salutar chamar a atenção na articulação existente para o que desejam as diretrizes, cujo maior esforço é concentrado para a formação docente voltada à formação A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.10 X A nped Sul de competências. Desta forma, o desenvolvimento das competências tem como meio a PCC, pois, segundo o parecer CNE/CP n.15 (BRASIL, 2005 p.03), que solicita esclarecimento das diretrizes (01/2002a e 02/2002b), observa que “é por meio da prática que são colocadas em uso, no âmbito do ensino, os conhecimentos, as competências e as habilidades adquiridos nas diversas atividades formativas que compõem o currículo do curso”.Outro conceito aparece neste mesmo parecer, a saber, a associação entre a teoria e a prática. Para o Conselho Nacional de Educação, as horas mínimas dedicadas à prática de ensino constante na LDBEN, “não seriam suficientes para comportar todas as exigências da formação, segundo os novos parâmetros, em especial, a associação entre teoria e prática” (BRASIL, 2005, p.3). O texto, ao se referir aos novos parâmetros, diz respeito às atuais diretrizes curriculares nacionais de formação docente. Esclarece então, utilizando parte do Parecer CNE/CP n.28/2001, que é preciso distinguir, de um lado a PCC, e, de outro, a prática de ensino e o estágio. O primeiro “é uma prática que produz algo no âmbito do ensino (...) É fundamental que haja tempo e espaço para a prática como componente curricular, desde o início do curso(...)” (BRASIL, 2005, p.3, grifos do autor). A prática, desde o início do curso, contrapõe‐se ao modelo formativo das décadas anteriores, quando, inicialmente, privilegiava a formação teórica para, em seguida, partir para a prática. Ao contrário agora, a prática é uma constante nos currículos de formação docente. No breve percurso histórico aqui traçado tomamos como ponto de partida o surgimento da escola moderna de Comenius, perpassando pelas tendências teóricas/pedagógicas que acompanharam o desenvolvimento político e econômico. No Brasil, não diferente de outros países, a educação foi sendo definida tendo esse pressuposto e, do mesmo modo, o trabalho didático refletiu‐se no modelo vigente. Nota‐se, por fim, nos dias atuais, que os conceitos de competências e relação teoria e prática ajustam‐se à compreensão do que se deseja para a PCC. Para tanto, serão A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.11 X A nped Sul apresentadas questões referentes ao entendimento da relação teoria e prática e desta com o modelo de competências, o qual tanto é citado nos documentos oficiais. Relação teoria e prática e o desenvolvimento de competências: princípios de humanização ou formação para o trabalho precarizado? No meio educacional e acadêmico é comum expressões que direcionam ao entendimento de que a prática é que é válida e, sendo assim, deverá ser superestimada pelas escolas. Pimenta e Lima ilustram esse entendimento quando dizem que “[…] não é raro ouvir, a respeito dos alunos que concluem seus cursos, referências como teóricos, que a profissão se aprende na prática, que certos professores e disciplinas são por demais teóricos. Que na prática a teoria é outra” (2010, p. 33 – grifos do autor). É necessário que a PCC não seja secundarizada como simples atividade prática, de modo a aplicar uma determinada sequência didática a um grupo de alunos ou de professores, caraterizada a partir de princípios pragmáticos, mas, ao contrário, possa efetivar‐se na práxis. A fim de explorar o conceito de práxis, é prudente com o fundamento teórico metodológico utilizado que seja tomado a partir de Vázquez (1977). Ele diz que a finalidade da atividade prática é a transformação real, objetiva, do mundo natural ou social para satisfazer determinada necessidade humana que, no caso da educação, reflete no processo de ensino e aprendizagem. A partir do conceito marxista de práxis, Vázquez (id. p. 117), tem a compreensão que “[…] a relação entre teoria e prática é prática na medida em que a teoria, como guia da ação, molda a atividade humana, particularmente a revolucionária; teórica, na medida em que essa ação é consciente”. A relação entre teoria e prática se consolida como necessária e fortalece o processo de ensino e de aprendizagem, fatores estes essenciais à formação do futuro professor. Autores como Kuenzer (2000, 2002), Pimenta (1995, 2010), baseiam seus estudos sobre o tema em Vázquez (1977). Para Pimenta, (1995) a partir do entendimento de que não há educação senão entre os homens, cabe à Pedagogia conhecer e explicar os diferentes modos como ela se A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.12 X A nped Sul manifesta enquanto prática social, bem como contribuir para a direção de sentido que se quer dar para o humano. É justamente nesse conceito – “humano” que se define “a atividade teórica (intencionalidade) e a atividade prática (intervenção e transformação) como elementos fundamentais da atividade docente, ou seja, o sentido da atividade teórico‐prática ou práxis” (PIMENTA, 1995, p. 60‐61). Desta maneira, Pimenta ao buscar a compreensão de práxis em Vázquez, contribui para a análise de que a principal função do professor no processo de ensino e de aprendizagem se dá por meio da práxis, esta entendida como: Uma atividade material, transformadora e ajustada a objetivos. Fora dela, fica a atividade teórica que não se materializa, na medida em que é atividade espiritual pura. Mas, por outro lado, não há práxis como atividade puramente material, isto é, sem a produção de finalidades e conhecimentos que caracteriza a atividade teórica (Pimenta, 1995, p. 62). Do mesmo modo que Pimenta, Kuenzer (2002), ao analisar a relação da teoria com a prática em pesquisas na fábrica, também busca em Vázquez sua fundamentação. Para ela, reduzir a prática como simples atividade é negá‐la, e, portanto, relegar à prática a mera atividade tácita. Vázquez (1977), ao analisar a concepção de práxis em Marx, destaca‐a como atitude humana transformadora da natureza e da sociedade. Kuenzer (2002) aponta para duas falsas tomadas acerca do conceito de práxis. A primeira refere‐se à desvinculação da prática com a teoria. A prática, segundo a autora, “tomada em seu sentido utilitário, contrapõem‐se à teoria, que se faz desnecessária ou até nociva. Neste caso, a teoria passa a ser substituída pelo senso comum, que é sentido da prática, e a ela não se opõe” (KUENZER, 2002. p. 06). A partir deste entendimento, a atividade consciente do homem é depurada, já que a prioridade é conferida para uma prática sem teoria ou com o mínimo dela, e tudo passa a ter como critério de discernimento o senso comum, o que tem influenciado sobremaneira muitas teorias educacionais pós‐modernas, inspiradas em princípios liberais e burgueses que tornaram o conhecimento pragmático, utilitário e a serviço do capital. A segunda falsa tomada diz respeito aquela da possibilidade de se estabelecer identidade entre o conhecimento teórico e a prática, uma vez que a teoria corresponde a A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.13 X A nped Sul uma interpretação possível da realidade, em um dado tempo e em dado espaço. Assim, a teoria será sempre parcial, revelando e escondendo ao mesmo tempo. No entanto, a realidade é complexa e não se deixa conhecer em sua plenitude (KUENZER, 2010). A reflexão sobre a relação teoria e prática não admite a simples sobreposição de uma em relação à outra. Ao contrário, pressupõe uma análise maior em que o conhecimento seja valorizado na sua totalidade,cuja intencionalidade não apenas conheça e interprete o mundo, mas ao contrário, possa transformá‐lo. No entanto, a transformação aparece na literatura “neo ou pós” como algo puramente prático, da ação, cuja rejeição à teoria leva a compreensão de que o competente é aquele que sabe fazer. Sob esse pressuposto, parece assentar‐se o conceito do ideal de aprendizagem nas Diretrizes Nacionais – CNE/CP, n. 01/2002, artigo 5º, parágrafo único, quando diz que “A aprendizagem deverá ser orientada pelo princípio metodológico geral, que pode ser traduzido pela ação‐reflexão‐ação e que aponta a resolução de situações‐problemas como uma das estratégias didáticas privilegiadas” (Grifos nossos). Vejamos que as diretrizes ao sugerirem que a aprendizagem tome como foco a resolução de problemas, diz respeito ao desenvolvimento de um conjunto de habilidades capazes de dar conta de situações vividas no cotidiano, cujo trabalho do professor é secundarizado, já que o foco restringe‐se a aprendizagem e não mais ao processo de ensinar e de aprender. As competências3, hoje amplamente difundidas no meio educacional, aparecem consolidadas não apenas nas diretrizes curriculares, mas expressam o conjunto de habilidades que o aluno deve dominar nas avaliações que o Brasil tem adotado para medir a Educação Básica. 3 Para Trindade (2012, p.11) as competências são recursos (saberes, atitudes, esquemas de pensamento, informações) que o indivíduo mobiliza para resolver situações da vida cotidiana. Elas não podem ser definidas a priori, mas de acordo com a realidade de cada agrupamento social. Segundo a autora, o modelo de competência parece ter como maior e mais conhecido pensador, Philippe Perrenoud. As competências expressam conceitos relativos à atividade meramente prática, cujo sucesso depende unicamente do indivíduo, ou seja, competente é aquele, que por esforço próprio obtém resultados positivos. A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.14 X A nped Sul Desta forma, a dimensão teórica humana é negada, sendo, portanto, impossível na perspectiva das competências, falar em práxis. Por isso, o modelo em questão, ao contrário de contribuir para processos de humanização, forma apenas para o trabalho, mas não aquele que emancipa, mas ao contrário, aquele que aliena e submete o indivíduo a processos de exploração e às formas do trabalho precarizado. Por fim, tomando, mesmo que de forma breve, o conceito de competência, observa‐se sua estreita ligação com a relação da definição da prática, apontada como parte de um processo. Isso acaba por valorizá‐la, não como uma atividade intencional e humanizada, mas como saber‐fazer, preceito este fundante das teorias do aprender a aprender. Considerações finais: afirmando a relação do Trabalho Didático com a PCC e seus elementos constitutivos. Não é comum encontrar na literatura o que define a PCC, tampouco uma reflexão maior sobre o tema, a não ser as análises já consolidadas que norteiam a formação docente. No entanto, o que foi possível constatar a partir deste pequeno ensaio, é que a PCC liga‐se aos conceitos de trabalho didático, competências e relação teoria e prática. A PCC é parte constituinte do Trabalho Didático e sua “aparição” nos documentos oficiais, com carga horária considerável, destaca‐se num momento histórico em que o modelo de competências no meio educacional é largamente difundido. Este, por sua vez, tem como base o conceito de prática como fundamento da ação do professor, ou seja, a ação para resolver situações‐problemas exige o desenvolvimento de determinadas habilidades e competências. Neste ciclo, formado por PPC, relação teoria/prática e competência, um sustenta o outro na medida em que a prática afirma‐se à teoria e deste modo, se justifica e sobrepõe na PCC. À guisa destas considerações, entendemos ainda que: ‐ O trabalho didático foi organizado historicamente conforme o processo de desenvolvimento econômico. Hoje, no atual modelo de produção capitalista, os indivíduos passam a ser responsabilizados pela sua própria competência e sucesso no A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.15 X A nped Sul mundo do trabalho que, por vezes, diz respeito à empregabilidade. Nesse sentido, o papel da escola é organizado para atingir tal objetivo. ‐ O trabalho didático na PCC aparece nos dias atuais como uma forma de evidenciar os conceitos de prática, ou seja, aquela prática que a teoria não dá conta de explicar. No entanto, corremos o risco e muitos autores apontam para isso, de a educação caminhar num verdadeiro pragmatismo, esvaziado do conhecimento teórico. A formação do aluno da educação básica, cujo professor é formado nessa perspectiva, atende, como foi dito, às exigências do momento histórico de formação, apenas para o trabalho precarizado. ‐ Que a relação da PCC com a teoria e prática, segundo os documentos oficiais, ocorre por meio do desenvolvimento das competências, e isso tem sofrido enormes críticas na literatura nacional, conforme algumas análises levantadas nesse trabalho. Mesmo considerando a teoria, esta parece secundarizar‐se, evidenciando‐se, portanto, processos educativos que evidenciam a prática e não a práxis. ‐ A PCC tem uma definição teórica cuja construção ocorreu no período de difusão das teorias do “Aprender a Aprender” e, desta forma, pode apresentar contradição quando é compreendida enquanto instrumento de resolução de problemas, pois se o conteúdo é meio e o fim é a competência, distancia‐se do conceito de práxis. A competência diz respeito ao saber fazer, logo, se localiza apenas no âmbito da prática. Ao contrário, o que se deseja na realização do trabalho didático é uma ação intencional, mediada pela teoria e, para tanto, o conhecimento não é apenas o meio para alcançar o desejado. O saber sendo um objeto a ser desejado pela escola é fim, e desta maneira, contribui para romper outros entendimentos ainda presentes na sociedade, especialmente aquele de que a escola prepara o aluno para enfrentar a competitividade do mundo externo. A compreensão de que a escola está fora da sociedade, condiciona outros posicionamentos também contraditórios, como lembra Duarte (2010, p. 35) de que “por meio do processo educativo se pode formar indivíduos para enfrentar a competitividade do mercado, imbuídos do espírito de solidariedade social” (grifos nossos). ‐ A PCC, se orientada para produzir algo no processo de ensino, é necessário centrar esforços para tal. Neste campo, cabe à educação trabalhar os conhecimentos acumulados A Prática como Componente Curricular e a organização do trabalho didático na formação inicial de professores Liane Vizzotto X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.16 X A nped Sul historicamente pelos homens, transformando‐os em processos de humanização, o que, consequentemente, leva ao entendimento de que a organização do trabalho didático problematize o atual modelo de desenvolvimento enão apenas o reproduza. Por fim, entendemos prudente continuar as análises que envolvem o trabalho didático, especificamente a PCC, em escritos próximos, procurando demonstrar como esta acontece no cotidiano da prática do professor do ensino superior, nos cursos de licenciatura. Esperamos ainda que, a partir das considerações teóricas sistematizadas neste trabalho, os profissionais da educação possam debater a PCC no trabalho didático na perspectiva comprometida com o conhecimento, cujo fim sempre será a superação do atual modelo educacional e social. Referências Bibliográficas ALVES. G.L. A Produção da Escola Pública Contemporânea. Campo Grande, MS: Ed. UFMS; Campinas, SP: Autores Associados, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 21, de 02 de outubro de 2001. Brasília: CNE, 2001. _________. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 28, de 02 de fevereiro de 2005. Brasília: CNE, 2005. _________. Ministério da Educação. 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