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SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO E FEMININO E GAMETOGÊNESES 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 
1.1. Sistema reprodutor masculino ....................................................................... 4 
1.2. Espermatogênese ........................................................................................... 6 
1.3. Espermiogênese .............................................................................................. 7 
1.4. Sistema Reprodutor Feminino ........................................................................ 9 
1.5. Ovolugênese .................................................................................................. 11 
2. REVISÃO DA AULA ................................................................................................ 13 
3. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 14 
 
 
 
5 
 
2 
 
 
 
3 
 
 
 
AULA 5 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
MASCULINO E FEMININO E 
GAMETOGÊNESES 
 
 
 
 
Entender a estrutura e funcionamento dos sistemas reprodutor 
masculino e feminino 
Compreender os processos de gametogêneses 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
Os sistemas reprodutores, masculino e feminino, apresentam estruturas peculiares e 
são constituídos por órgãos distintos, mas com finalidades semelhantes, de excreção e 
reprodução. 
Nesta leitura prévia serão apresentados alguns assuntos relacionados à produção, 
armazenamento e transporte dos gametas e sobre a fecundação. O processo que envolve a 
produção dos gametas é a gametogênese que reflete aspectos da vida humana, como a 
menstruação, puberdade, gravidez, reprodução assistida, clonagem, dentre outros temas. 
 
1.1. Sistema reprodutor masculino 
O sistema reprodutor masculino é composto por testículos, túbulos seminíferos, canal 
deferente, próstata, pênis e glândula bulbouretral (Imagem 1). O saco escrotal abriga os 
testículos, fornecendo a passagem para vasos sanguíneos, nervos e músculos relacionados 
a função testicular (Imagem 2). 
 Os testículos têm como funções básicas, a produção de espermatozoides e de 
testosterona. A produção de espermatozoides ocorre nos túbulos seminíferos, enquanto que, 
a produção de testosterona nas células de Leydig (ou células intersticiais) (Amabis, Martho, 
2002; Moore, Persaud, 2008). 
 
Imagem 1: Anatomia do Aparelho Reprodutor Masculino0F1. 
 
1 Fonte: Amabis, Martho, 2002. 
 
5 
 
Na Imagem 2, pode-se observar a produção de espermatozoide no corte transversal 
do túbulo seminífero. Conforme se aproxima da luz do túbulo (região central, mais interna do 
túbulo), mais especializadas são as células (espermatozoide funcional). 
 
 
Imagem 2: Representação da anatomia do saco escrotal humano do sistema reprodutor masculino1F2. 
 
Os túbulos seminíferos estão localizados em estruturas lobulares e na luz dos desses 
túbulos há a deposição de espermatozoides maduros. Acima dos testículos, encontra-se o 
epidídimo, que é o duto onde ocorre a coleta e armazenamento dos espermatozoides que se 
deslocam para o canal deferente (Imagem 1 e 2). Uma vez que os espermatozoides estão 
maduros, eles ganham o canal deferente, que por sua vez, contornam a bexiga, e, na altura da 
próstata, eles confluem com outro canal deferente, advindo do outro testículo, formando a 
uretra que receberá o conteúdo oriundo da vesícula seminal e da próstata – Imagem 1 
(Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
O sêmen é constituído de líquido seminal, líquido prostático e de espermatozoides. O 
líquido seminal contém muco e proteínas que o deixa com uma característica espessa, além 
disso, possui frutose que é uma fonte de energia para os espermatozoides e, também 
prostaglandinas que auxilia na movimentação dos espermatozoides até o local de 
fecundação. O líquido prostático contém ácido cítrico, cálcio, enzimas e também 
prostaglandinas. O pH do sêmen é mais básico, isto permite neutralizar a acidez da vagina e 
 
2 Fonte: Disponível em < http://slideplayer.com.br/slide/11993560/>, acesso em 16.03.2018. 
 
6 
 
aumentar a mobilidade dos espermatozoides (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; 
Schoenwolf et al., 2015). 
A uretra tem função excretora, de forma que a urina produzida na bexiga seja eliminada 
do corpo pela uretra. A glândula exócrina bulbouretral secreta substâncias através de um duto, 
com característica aquosa de cor clara (a pre-ejaculação) que é produzido durante o ato 
sexual. Esta glândula libera a secreção antes da passagem no sêmen pela uretra com objetivo 
de neutralizar algum resíduo de ácido na uretra deixado pela urina (Amabis, Martho, 2002; 
Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
O pênis é o órgão responsável pela excreção da urina e pela ejaculação. O pênis 
contém três tubos de tecido erétil que se estende ao longo do órgão. Este, consiste de um par 
de tubos no lado dorsal, chamado corpos cavernosos, e um tubo único na parte ventral 
chamado de esponja. Este tecido quando banhado por sangue, torna-se ereto para realizar a 
cópula (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al 2015). 
 
1.2. Espermatogênese 
A espermatogênese é o processo de produção de espermatozoides em humanos, e 
acontece nos túbulos seminíferos - um sistema de túbulos presente nos testículos. Os túbulos 
seminíferos produzem cerca de 100 milhões de espermatozoides por dia. Células chamadas 
de espermatogônias com capacidade de auto-renovação, geram duas células filhas idênticas 
ao se duplicarem (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
Em média 25 milhões de espermatogônias entram em meiose I gerando assim os 
espermatócitos primário, estes passam pela fase de crescimento e são considerados 
espermatócitos secundários, no qual acumulam energia para entrar na segunda meiose II e 
gerar espermátides. As espermátides possuem o número correto de cromossomos para 
serem gametas funcionais, todavia não possuem características físicas de espermatozoides 
que permitem alcançar o óvulo, por isso são considerados espermatozoides imaturos 
(Imagem 3). (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Starr et al., 2010; Schoenwolf et 
al., 2015). 
 
7 
 
 
Imagem 3: Micrografia de luz das células nos três túbulos seminíferos adjacentes, corte transversal (à esquerda). 
Espermatogênese (células de Leydig, espermatogônias, espermatócitos, e espermatozoides imaturos) - (à direita)2F3. 
 
1.3. Espermiogênese 
A espermiogênese é o estágio final da espermatogênese. Neste processo, as 
espermátides sofrem alterações morfológicas para formação do espermatozoide. As 
espermátides são células circulares que contém um núcleo, o golgiossomo, centríolos e 
mitocôndrias. O processo de espermiogênese é tradicionalmente dividido em três fases: a 
fase do golgiossomo, a fase do acrossomo e a fase da cauda e maturação – Imagem 4 
(Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
Seguem as três fases que contemplam a espermiogênese: (1) A fase do golgiossomo 
é caracterizada pelo aumento da atividade dos golgiossomos que produzirão enzimas que 
atuarão na fecundação do óvulo, fundição das enzimas produzidas no golgiossomo com 
grânulos e migração dos centríolos para o polo onde será desenvolvida a cauda. (2) A fase do 
acrossomo se caracteriza pela consolidação do acrossomo - que é uma bolsa membranosa 
formada a partir do golgiossomo, no polo anterior ao núcleo do espermatozoide e com início 
da formação do flagelo no polo posterior ao núcleo. Por fim, (3) a fase de maturação ocorre 
quando as células de sertoli (Imagem 5), presente nos túbulos seminíferos, fagocitam o 
excesso de citoplasma da espermátides(Imagem 4) (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 
2008; Schoenwolf et al., 2015). 
 
3 Fonte: Starr et al., 2012. 
 
8 
 
 
Imagem 4: Representação da espermiogênese. Dois eventos críticos na espermiogênese são (1) a fundição de grânulos cheios 
de enzimas que constituirão o acrossomo e (2) eliminação do excesso de citoplasma pelas células de sertoli3F4. 
 
 
Imagem 5. Células de Sertoli – Espermatogênese e Espermiogênese4F5. 
 
 
 
4 Fonte: Ponto Biologia. Disponível em < http://pontobiologia.com.br/gametogenese-reproducao-humana/>, acesso 16.03.2018. 
5 Fonte: Disponível em < http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/espermatogenese>, acesso em 16.03.2018. 
 
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1.4. Sistema Reprodutor Feminino 
O sistema reprodutor feminino é dividido em órgãos internos (ovários, tubas uterinas, 
útero e vagina), e externos (vulva e os acessórios que são representados pela mama) – 
Imagem 6. Este conjunto de órgãos internos tem caráter vital, pois garante a perpetuação da 
espécie e são protegidos pelo osso pélvico (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; 
Schoenwolf et al., 2015). 
 
Imagem 6: Anatomia reprodutiva da mulher5F6. 
 
No ovário ocorre a ovulogênese, isto é, processo de formação dos óvulos. Além da 
função reprodutiva os ovários produzem hormônios, estrógeno e progesterona. Estes 
hormônios participam de muitos processos fisiológicos no corpo feminino e tem implicações 
 
6 Fonte: Reece et al., 2015. 
 
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terapêuticas nos fenômenos de menopausa e câncer de mama (Amabis, Martho, 2002; Moore, 
Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
A fecundação acontece nas tubas uterinas que possuem estruturas denominadas de 
fímbrias. Estas formam projeções em formas de dedos de luvas e promovem a entrada do 
ovócito II (Imagem 7). Caso o ovócito II seja fecundado, os cílios presentes nas tubas uterinas 
o auxiliam na migração para o útero, se não acontecer a fecundação, inicia-se o ciclo do 
período menstrual. 
 
Imagem 7: Representação esquemática do útero6F7. 
 
O útero é subdivido anatomicamente em fundo, corpo e cólon, mas no que diz 
respeitos a suas camadas, pode ser dividido em perimétrio (membrana de tecido conjuntivo), 
miométrio (camada de músculos lisos) e endométrio (feito de tecido epitelial) – Imagem 7. O 
miométrio se contrai durante a relação sexual facilitando o deslocamento dos 
espermatozoides até os óvulos. Quando o ovócito II não é fecundado, este se desloca até o 
útero para descamação do endométrio e acontece as contrações do miométrio. O endométrio 
por sua vez, ocorrendo a fecundação servirá de abrigo para o zigoto e, a partir dele será 
formado a placenta (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
 A vagina é o órgão interno que permite a cópula, entrada de gametas e a saída da prole 
no momento do parto. A vagina apresenta um ambiente ácido para eliminar micro-organismo 
e secreta muco para lubrificação no momento do ato sexual. Os grandes e pequenos lábios 
são estruturas externas que evitam a saída de muco e entrada de estruturas estranhas 
(Imagem 6). Por fim, o clítoris é o órgão de excitação que induz as contrações na vagina e 
útero, importantes para fecundação. O detalhe importante é que enquanto nos homens a 
 
7 Fonte: Disponível em https://sites.google.com/site/planejamentoensinoeservico/anatomia-do-aparelho-reprodutor-
humano/anatomia-feminina-1, acesso em 16.03.2018. 
 
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uretra exerce papéis na excreção e reprodução, nas mulheres a uretra está apenas associada 
a bexiga eliminando a urina a partir da vulva (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; 
Schoenwolf et al., 2015). 
 
1.5. Ovolugênese 
No contexto da formação dos óvulos, isto é, a ovulogênese, as células mais primitivas 
são as ovogônias. As ovogônias realizam mitose, gerando duas novas ovogônias, assim uma 
das ovogônias passam pela fase de crescimento, tornando-se um ovócito primário, este por 
sua vez, realiza a meiose I gerando os ovócitos II e os glóbulos polares, que são células não 
funcionais. Os ovócitos II são eliminados dos ovários e vão para as tubas uterinas onde ocorre 
a fecundação. Uma vez que ocorre a fecundação, inicia-se a meiose II, assim estará formado 
o óvulo propriamente dito (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 
2015). 
 A ovulogênese se inicia antes mesmo do nascimento e acontece por volta do terceiro 
mês de desenvolvimento do feto. As ovogônias se multiplicam durante a fase fetal feminina. 
Em seguida, param de se dividir e se diferenciam em ovócitos primários (Imagem 8). A mulher 
nasce com um número fixo de ovócitos I (cerca de 400 mil). A partir da primeira menstruação 
ocorre divisões que geram o ovócito II, mas com o passar do tempo, as células do corpo dos 
seres humanos envelhecem, e nas mulheres isso também vale para esses ovócitos que 
ficaram armazenados. Esse fato, somado a outros fatores, aumenta as chances de se gerar 
uma criança com anomalias genéticas (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; 
Schoenwolf et al., 2015). 
 
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Imagem 8: Ovulogênese7F8. 
 
Já nos homens, a espermatogênese é contínua a partir da puberdade, pois as 
espermatogônias continuam a se multiplicar por mitose e se transformar em espermatócitos 
primários. Logo, os espermatozoides apresentam renovação contínua ao longo da vida do 
homem (Amabis, Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
FIQUE ATENTO 
 
Você sabe qual a diferença entre fertilização e fecundação? Fecundação (do 
latim fecundatione) é o encontro do gameta masculino (espermatozoide) 
com o gameta feminino (ovócito secundário, nos humanos). Fertilização (do 
latim fertile) é o ato de tornar o óvulo capaz de gerar uma vida. A fecundação 
é o processo no qual ocorre a fertilização na maioria dos organismos. Ou seja, 
o encontro dos gametas (fecundação) é que torna o óvulo fértil (Amabis, 
Martho, 2002; Moore, Persaud, 2008; Schoenwolf et al., 2015). 
É preciso salientar que existe uma relação bastante estreita entre o ciclo 
celular o os processos de espermatogênese (Imagem 3) e de ovulogênese 
(Imagem 8). Em ambos há presença da meiose I e II e suas respectivas 
subfases, como foi estudado na Leitura Prévia sobre o ciclo celular. 
Recapitulando, na meiose I há separação dos cromossomos homólogos, 
reduzindo a quantidade de cromossomos à metade, já na meiose II, há 
 
8 Fonte: disponível em http://biologiaresumoss.blogspot.com.br/2017/01/gametogenese-e-ovulogenese-nao-terminei.html, 
acesso em 16.03.2018. 
http://biologiaresumoss.blogspot.com.br/2017/01/gametogenese-e-ovulogenese-nao-terminei.html
 
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separação das cromátides irmãs, assim o número de cromossomo se 
mantém o mesmo. 
 
EXMPLIFICANDO 
 
Os profissionais de saúde que desejam trabalhar na área de reprodução 
humana, podem se especializar em Medicina Reprodutiva e aplicar técnicas 
subjacentes à esta área. No Portal Biomedicina Brasil, há informações sobre 
a realidade no Brasil nessa área e as suas potencialidades profissionais a 
serem desenvolvidas - artigo de 2016. 
Disponível em: <http://www.biomedicinabrasil.com/2016/01/biomedicina-
embriologia-e-reproducao.html > Acesso em 05 de fevereiro de 2018. 
 
 
2. REVISÃO DA AULA 
 A uretra masculina serve para fins de excreção e reprodução, enquanto que a 
feminina apenas para excreção; 
 Na espermatogênese, cada espermatogônia gera quatro espermatozoides, 
enquanto que na ovulogênese, uma ovogônia só gera um ovócito II (maior) e três 
corpúsculos polares (não funcionais); 
 As células de sertoli presentes nos túbulos seminífero fagocitam o excesso decitoplasma das espermátides; 
 A fecundação é o encontro de gametas, enquanto que a fertilização é a 
capacidade de gerar vida a partir do encontro entre gametas; 
 
 
http://www.biomedicinabrasil.com/2016/01/biomedicina-embriologia-e-reproducao.html
http://www.biomedicinabrasil.com/2016/01/biomedicina-embriologia-e-reproducao.html
 
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3. REFERÊNCIAS 
AMABIS, J.; MARTHO, G. Fundamentos da biologia moderna. vol. Único, 3ª edição. Rio de 
Janeiro: Moderna, 2002. 
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. Elsevier Brasil, 2008. ISBN 8535226621. 
REECE, J. B.; URRY, L. A.; CAIN, M. L.; WASSERMANN, S. A.; MINORSKY, P. V.; JACKSON, R. B. 
Biologia de Campbell. Porto Alegre: Artmed, 10a. Ed. 1488p., 2015. 
SCHOENWOLF, S. BLEYL, S. B. BRAUER, P.R., FRANCIS-WEST, P.H., LARSEN, W.J. Larsen 
embriologia humana. Rio de Janeiro Elsevier, 2010. 
STARR, C.; TAGGART, R.; EVERS, C.; STARR, L.; MELO FILHO, G. A. S. de. Biologia: unidade e 
diversidade da vida, volume 1. São Paulo: Cengage Learning. 12ª Ed. 303p, 2011. 
 
 
 
 
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	1. INTRODUÇÃO
	1.1. Sistema reprodutor masculino
	1.2. Espermatogênese
	1.3. Espermiogênese
	1.4. Sistema Reprodutor Feminino
	1.5. Ovolugênese
	2. REVISÃO DA AULA
	3. REFERÊNCIAS

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