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Fisiologia da Tireóidea

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MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
1 
Fisiologia da Tireóidea 
A tireoide, localizada imediatamente abaixo da laringe e ocupando as regiões 
lateria e anterior da traqueia. Essa glândula secreta dois hormônios principais, a 
tiroxina e a tri-iodotironina, usualmente chamados de T4 e T3. Ambos ambientam 
intensamente o metabolismo do organismo. A secreção tireoidiana é controlada, 
principalmente, pelo hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela 
hipófise anterior. 
Cerca de 93% dos hormônios metabolicamente ativos consistem em tiroxina e 7% de 
tri-iodotironina. Entretanto, praticamente, toda a tiroxina é por fim convertida em 
tri-iodotironina nos tecidos. A tri-iodotironina é cerca de quatro vezes mais 
potente que a tiroxina, mas está presente no sangue, em menor quantidade, e 
persiste por tempo menor. 
A tireoide é comporta por grande número de folículos cheios por substâncias 
secretora, denominada coloide, e revestido por células epiteliais cuboides que 
secretam seus produtos para o interior dos folículos. O coloide é constituído pela 
glicoproteína tireoglobulina. 
O iodeto ingerido por via oral é absorvido pelo trato gastrointestinal para o 
sangue. Nas condições normais, maior parte do iodeto é rapidamente excretado pelos 
rins, mas cerca de !
"
 é seletivamente removido do sangue circulante pelas células da 
tireoide e usado para a síntese dos hormônios tireoidianos. 
Bomba de Iodeto – Captação de Iodo 
O iodeto é transportado do sangue para as às células e para os folículos 
glandulares da tireoide. A membrana basal das células tireoidianas tem capacidade 
específica de bombear, ativamente, iodeto para o interior da célula, ocorrendo pela 
ação da NIS (simporte de sódio-iodeto), que cotransporta um íon iodeto junto com 
dois sódios do plasma para a célula. 
A energia para transportar iodeto contra o gradiente de concentração vem da 
bomba de sódio-potássio-ATPase. A captação de iodeto pela tireoide é influenciada 
por diversos fatores, dos quais o mais importante é o TSH; esse hormônio estimula a 
atividade da bomba de iodeto nas células tireoidianas, enquanto a hipofisectomia a 
reduz de forma considerável. 
O iodeto é transportado para fora pela membrana apical para os folículos, por 
meio de molécula contratransportadora de íons cloreto-iodeto (pendrina). 
Se a deficiência de iodo é severa durante a gestação, a produção fetal de 
hormônios tireoidianos é reduzida, ocasionando dano irreparável ao desenvolviemnto 
do SNC. Isso se manisfesta em graus variáveis de retardo mental, sendo denominado 
de cretinismo endêmico. Dessa forma, as desordens de deficiência de iodo (DDI), 
incluindo bócio e cretinismo endêmicos, são as doenças mais comuns relacionadas à 
tireoide em humanas, sendo, de fato, a alteração endócrina mais frequente em todo o 
mundo. 
Formação e Secreção de Tireoglobulina pelas Células Tireoidianas 
As células da tireoide são típicas células glandulares secretoras de proteínas. 
O RE e o aparelho de golgi sintetizam e secretam para os folículos grande 
glicoproteína denominada tireoglobulina. 
Oxidação de Íon Iodeto 
Primeiramente, ocorre a conversão dos íons iodeto para forma oxidada de iodo 
para, então, ser capaz de se combinar diretamente com o aminoácido tirosina. Essa 
oxidação é provocada pela enzima peroxidase, acompanhada de H2O2. Quando o sistema 
da peroxidase é bloqueado ou quando está hereditariamente ausente das células, a 
formação de hormônios tireoidianos é inexistente. 
Iodização da Tirosina e Formação dos Hormônios Tireoidianos 
Quando o iodo se liga a molécula de tiroglobulina, chama-se de organização da 
tireoglobulina. 
A tirosina é inicialmente iodada para monoiodotirosina e, então, para di-
iodotirosina. Então, após um determinado tempo, cada vez mais resíduos de 
iodotirosina se acoplam uns aos outros. 
MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
2 
O principal produto hormonal da reação de 
acoplamento é a molécula tiroxina (T4), formando 
quando duas moléculas de di-iodotirosina se unem; 
a tiroxina permanece como parte da molécula de 
tireoglobulina. 
Liberação de Tiroxina e Tri-iodotironina pela Tireoide 
Antes de ser liberada na corrente sanguínea, a 
tireoglobulina é clivada formando tiroxina e tri-
iodotironina e esses hormônios livres são 
liberados. A superfície apical das células da 
tiroide emite pseudópodos que cercam pequenas 
porções do coloide, formando vesículas pinocíticas 
que penetram pelo ápice da célula. Então, 
lisossomos no citoplasma celular imediatamente se fundem com as vesículas, formando 
vesículas digestivas que contêm as enzimas digestivas dos lisossomos misturadas com 
o coloide. 
O iodo pode clivar pela enzima deiodinase, que disponibiliza praticamente todo o 
iodo para a reciclagem na glândula e a formação de novas moléculas de hormônios 
tireoidianos. 
© Desiodade 1 – realiza a maior parte da conversão de T4 em T3 nos tecidos 
que tem um alto fluxo sanguíneo e consequentemente rápida troca sanguínea, 
como nos rins, o fígado e o músculo esquelético. Isso ocorre para que a 
oferta de T3 aos tecidos nos quais há pouca geração local desse hormônio, 
seja adequada. 
Ela também converte a T3 em T2. A atividade da desiodinase tipo I expressa 
na glândula tireoide aumenta com a produção de AMPc estimulada pelo TSH e 
exerce uma influência significativa sobre a quantidade de T3 secretada 
pela tireoide. A propiltiouracila e os agentes de contraste radiológicos 
iodados, como o ácido iopanoico, inibem a atividade dessa enzima e, 
consequentemente, a produção de T3 pela tireoide. 
© Desiodase 2 – mantém a concentração de T3 no cérebro, sendo expressadas 
nas células da glia do SNC e manter os níveis de T3 constantes mesmo 
quando o T4 está baixo, por isso ela está aumentada no hipotireoidismo. 
Acredita-se que seja a principal fonte de T3 no esta- do eutireóideo. Essa 
enzima desempenha importante papel nos tecidos que produzem uma proporção 
relativamente alta da T3 ligada ao receptor, mais do que da T3 derivada do 
plasma. Nesses tecidos, as desiodinases tipo II constituem uma importante 
fonte de T3 intracelular e respondem por mais de 50% da T3 ligada aos 
receptores nucleares. O papel fundamental dessas enzimas é ressaltado pelo 
fato de que a T3 formada na adeno- hipófise é necessária para a inibição 
da secreção de TSH por retroalimentação negativa. 
© Desiodade 3 – é expressa no cérebro, na placenta e na pele. Ela possui 
atividade sobre o anel interno e converte a T4 em rT3 e a T3 em T2, 
inativando, assim, a T4 e a T3. Esse processo constitui um aspecto 
importante na proteção placentária do feto. A con- versão placentária de 
T4 em rT3 e de T3 em T2 diminui o fluxo de T3 (o hormônio da tireoide mais 
ativo) da mãe para o feto. Pequenas quantidades de T4 materna são trans- 
feridas ao feto e convertidas em T3, aumentando a concentração de T3 no 
cérebro fetal e impedindo o desenvolvimento de hipotireoidismo. No cérebro 
do adulto, a expressão das desiodinases tipo III é aumentada por um 
excesso de hormônio da tireoide, atuando como mecanismo protetor contra 
concentrações elevadas dos hormônios tireoidianos. 
Transporte de Tiroxina e Tri-Iodotironina para os Tecidos 
Ao serem liberadas no sangue, mais de 99% da tiroxina e tri-iodotironina se 
combinam em diversas proteínas sintetizadas pelo fígado, principalmente a globulina 
ligadora de tiroxina e pré-albumina ligadora de tiroxina e a albumina. 
Ao penetrar as células, a tiroxina e a tri-iodotironina se ligam, novamente, as 
proteínas intracelulares; a ligação da tiroxina é mias forte que a da tri-
iodotironina. Portanto, são de novo armazenadas, mas dessa vez nas próprias 
células-alvo e são usadas, lentamente, ao longo de dias ou semanas. 
M.Apical 
M.Basal 
MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
3 
Efeitos Fisiológicos dos Hormônios Tireoidianos 
Ativa a transcrição nuclear de grande número de genes, resultando no aumento 
generalizado da atividade funcional de todo o organismo. Antes de agir sobre osgenes, o átomo de iodo é removido de quase todas as moléculas de tiroxina, formando 
tri-iodotironina (receptores intracelulares de hormônios tireoidianos terão uma 
alta afinidade). Logo, mais de 90% das moléculas tireoidianos ligaram-se a T3. 
Esses receptores estão ligados às fitas genéticas de DNA ou se localizam 
próximos a elas. Ao se ligarem ao hormônio tireoidiano, os receptores são ativados 
e iniciam o processo de transcrição. Então, é formado diferentes tipos de RNAm que, 
após algum tempo, são traduzidos nos ribossomos citoplasmáticos, formando centenas 
de novas proteínas intracelulares. 
Ação não genômica do hormônio tireoidiano incluem a regulação de canais iônicos 
e fosforilação oxidativo e parece envolver a ativação de mensageiros secundários 
intracelulares, tais como o AMP cíclico ou as cascatas de sinalização das 
proteinocinases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito do Hormônio Tireoidiano sobre o 
Crescimento 
Crianças que apresentam 
hipotireoidismo, o crescimento 
fia muito retardado. Já, nas 
com hipertireoidismo, 
frequentemente ocorre 
crescimento esquelético 
excessivo, tornando a criança 
consideravelmente alta em idade 
precoce. Entretanto, os ossos 
também maturam com mais 
velocidade e as epífises se 
fecham precocemente, de modo que a duração do crescimento e a altura final do 
adulto podem ser reduzidos. 
Importante efeito do hormônio tireoidiano é a promoção do crescimento e 
desenvolvimento do cérebro durante a vida fetal e nos primeiros anos de vida pós-
natal. Se o feto não secretar quantidade suficiente de hormônio tireoidiano, o 
crescimento e a maturação do cérebro permanecem menor que o normal. Sem o 
tratamento específico dentro de dias ou semanas, após o nascimento, a criança que 
não tem a glândula tireoide permanece mentalmente deficiente para o resto da vida. 
Efeitos Sobre Mecanismos Corporais Específicos 
Estímulo do Metabolismo de Carboidratos. Estimula a captação rápida de glicose 
pelas células, aumento da glicólise, da gliconeogênese, da absorção pelo trato 
gastrointestinal e, até mesmo, da secreção de insulina, com seus efeitos 
secundários. 
Figura. Ativação de células-alvo por 
hormônios tireoidiano. T4 e a T3 
difunde-se rapidamente pela membrana 
celular. Uma grande parte da T4 é 
desiodada para T3, que interage como o 
receptor do hormônio tireoidiano, ligado 
como um heterodímero ao receptor do 
hormônio tireoidiano, ligado como um 
heterodímero ao receptor de retinoide X, 
do elemento de resposta genético ao 
hormônio tireoidiano. Isso aumenta ou 
reduz a transcrição de genes que levam à 
formação de proteínas, produzindo assim 
a resposta celular ao hormônio 
tireoidiano. São demonstradas as ações 
dos hormônios tireoidianos sobre as 
células de diferentes sistemas. RNAm, 
ácido ribonucleico mensageiro; TMB, taxa 
metabólica basal. 
MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
4 
Estímulo do Metabolismo de Lipídeos. Os lipídeos são rapidamente mobilizados do 
tecido adiposo, o que reduz os acúmulos de gordura do organismo, de modo mais 
acentuado que os de qualquer outro elemento tecidual. Isso também aumenta a 
concentração de ácidos graxos livres no plasma e acelera sua oxidação pelas 
células. 
Efeito sobre os Lipídeos Plasmáticos e Hepáticos. O aumento desses hormônios 
reduz a concentração de colesterol, fosfolipídios e triglicerídeos no plasma, 
embora aumente a de ácidos graxos livres. Ao contrário, sua redução provoca o 
depósito excessivo de lipídeos no fígado. 
Um dos mecanismos pelos quais esse hormônio reduz a concentração plasmática de 
colesterol é pelo aumento significativo da secreção de colesterol na bile e, 
consequentemente, sua perda nas fezes. 
Efeito sobre a Motilidade Gastrointestinal: maior apetite e da ingestão 
alimentar; esse hormônio também aumenta tanto a produção de secreções digestivas 
como a motilidade do trato gastrointestinal. 
Efeito sobre Função Sexual. Em homens, a falta desse hormônio frequentemente 
causa perda da libido; grande excesso, entretanto, pode causar impotência. Em 
algumas mulheres, a falta desse hormônio 
frequentemente causa menorragia e 
polimenorreia – isto é, o sangramento 
menstrual excessivo e frequente, 
respectivamente; entretanto, em algumas 
mulheres a ausência da tireoide pode causar 
ciclos menstruais irregulares e, até mesmo, 
ocasionar, amenorreia. 
Efeito no SNC. Atua na velocidade de 
transmissão neural.’ 
Efeitos sobre o Sistema Cardiovascular 
Os hormônios da tireoide exercem efeitos cardíacos inotróficos (aumento da 
contratilidade cardíaca, miosinas cardíacas) e cronotróficos (ações receptoras 𝛽-
adrenéricos e aumento da FC), aumentam o débito cardíaco e o volume sanguíneo, bem 
como diminuem a resistência vascular sistêmica. Essas respostas são mediadas por 
alterações, produzidas pelos hormônios tireoidianos, na transcrição gênica de 
várias proteínas, incluindo Ca2+-ATPase, fosfolambana, miosina, receptores 𝛽-
adrenérgicos, adenilil-ciclase, proteínas de ligação de nucleotídeos de guanina, 
trocador Na+/Ca2+, Na+/ K+-ATPase e canais de potássio regulados por voltagem. 
Efeitos sobre o Sistema Musculoesquelético 
Atividade Mitocondrial 
© Atividade enzimática do metabolismo aeróbico e anaeróbico da glicose 
Fluxo Sanguíneo Tecidual e Oferta de oxigênio 
© HIPOTIREOIDISMO: intolerância ao exercício físico. 
HT → Contração Lenta (fibras tipo I) 
Fadiga Muscular 
© Hipotireoidismo → deficiência da ação do HT 
© Hipertireoidismo → depleção do estado energético por alta demanda 
Hormônios Tireoidianos 
© Essencial no crescimento e desenvolvimento dos ossos 
© Ativação de Osteoclastos e Osteoblastos 
© Adultos 
© Excesso de HT → Osteoporose secundária 
Efeitos sobre a Gordura 
Os hormônios da tireoide induzem a diferenciação do tecido adiposo branco, as 
enzimas lipogênicas e o acúmulo intracelular de lipídeos; estimulam a proliferação 
dos adipócitos; estimulam as proteínas de desacoplamento, e desacoplam a 
fosforilação oxidativa. O hipertireoidismo aumenta a lipólise, enquanto o 
hipotireoidismo a diminui por diferentes mecanismos. A indução da lipólise pelos 
hormônios tireoidianos, mediada pelas catecolaminas, decorre de aumento no número 
de receptores b-adrenérgicos e diminuição da atividade da fosfodiesterase, 
resultando em aumento dos níveis de AMPc e da atividade da lipase sensível a 
hormônio. 
MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
5 
Efeitos sobre o Fígado 
Os hormônios da tireoide regulam o metabolismo dos triglicerídeos e do 
colesterol, bem como a homeostasia das lipoproteínas. Eles também modulam a proli- 
feração celular e a respiração mitocondrial. 
Efeitos sobre a Hipófise 
Os hormônios da tireoide regulam a síntese dos hormônios hipofisários, estimulam 
a produção do hormônio do crescimento e inibem o TSH. 
Efeitos sobre o Cerebro 
Os hormônios tireoidianos controlam a expressão de genes envolvidos na 
mielinização, na diferenciação celular, na migração e na sinalização. Esses 
hormônios são necessários para o crescimento e o desenvolvimento dos axônios. 
Regulação do Metabolismo Energético 
 
O TSH Aumenta a Secreção Tireoidiana 
Hormônio da hipófise anterior, que aumenta a secreção de tiroxina e tri-
iodotironina pela tireoide. Seus principais efeito são: 
I. Aumento da proteólise da tireoglobulina já armazenada nos folículos, com o 
resultante aumento da liberação dos hormônios tireoidianos para o sangue 
circulante e diminuição da própria substância folicular. 
 
II. Aumento da atividade da bomba de iodeto que aumente a “captação de iodeto” 
pelas células glandulares. 
III. Aumento da iodização da tirosina, formando os hormônios tireoidianos. 
IV. Aumento do tamanho e atividade secretória das células tireoidianas. 
Tireoglobulina → Pode armazenar 
até 30 moléculas de T4 e algumas T3 
 
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6 
V. Aumento do número de células tireoidianas, além da transformação de 
células cuboides em colunas e grande pregueamento do epitélio tireoidianonos folículos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tireoglobulina 
Coloide → 30% massa da tireoide 
Tireoglobulina 
© Principal componente do coloide 
© Glicoproteína 
© Múltiplos resíduos de Tirosina 
© Armazenamento dos hormônios Tireoidianos 
© Pode ser liberada na circulação sistêmica 
© Níveis elevados: Doença de Graves, tireoidites 
© Marcador de seguimento do Câncer de Tireoide 
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireoide 
Controlado por retroalimentação por retroalimentação. 
A secreção de TSH pela hipófise anterior é controlada pelo hormônio 
hipotalâmico, o hormônio liberador de tireotropina (TRH), secretado por terminações 
nervosas na eminência mediana do hipotálamo. A partir da eminência, o TRH é 
transportado para a hipófise anterior pelo sangue porta hipotâlamico-hipofisário. 
O TSH já foi isolado em sua forma pura. É substância simples, um tripeptídeo-
amida – piroglutamil-histidil-prolinamida. O TRH afeta diretamente as células da 
hipófise anterior, aumentando sua secreção de TSH. Quando o sistema porta sanguíneo 
do hipotálamo para a hipófise anterior é bloqueado, a secreção de TSH, pela 
hipófise anterior, fica bastante reduzida, mas não completamente. 
O mecanismo molecular pelo qual o TSH provoca a produção de TSH pelas células 
secretoras da hipófise anterior, consiste na ligação com receptores de TSH na 
membrana das células hipofisárias. Isso ativa o sistema de segundo mensageiro da 
fosfolipase no seu interior, produzindo grande quantidade de fosfolipase C, o que é 
seguindo por cascata de outros segundos mensageiros, incluindo íons cálcio e 
diacilglicerol que, finalmente, provocam a liberação de TSH. 
Efeito de Feedback do Hormônio Tireoidiano para Reduzir a Secreção de TSH pela Hipófise Anterior 
TSH – TSHr (repecetor transmembrana acoplado a proteína G) 
© Ativa via segundo mensageiro Adenilato Ciclase (AC) 
o ATP → AMPc → Fosforilação de proteínas intracelulares 
© Ativa via segundo mensageiro Fosfolipase C → IP3(Ca++) + DAG (PKC) 
Estímulo a transcrição gênica dos seguintes fatores: 
© Simportador Na+/I- →proteína envolvida no captação/transporte do iodeto nas células 
foliculares. 
© Tireoglobulina (TG) → glicoproteína que atua no suporte a iodação dos resíduos de 
tirosina e na síntese dos hormônios tireoidianos. 
© Tireoperoxidase (TPO) → enzima envolvida na catálise da oxidação do iodeto e na sua 
incorporação aos resíduos de tirosina 
© Síntese dos Hormônios Tireoidianos (T4 e T3) 
Crescimento da Glândula 
© Aumento de células tireoide (células cuboide → células colunares) 
MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
7 
A elevação desse hormônio nos líquidos corporais, 
reduz a secreção de TSH pela hipófise anterior. Quando a 
secreção do hormônio se eleva, a secreção de TSH cai. 
Quase todo esse efeito depressor por feedback ocorre até 
mesmo quando a hipófise anterior é separada do 
hipotálamo. Portanto, é provável que essa inibição 
ocorra, principalmente, por efeito direto do hormônio 
tireoidiano sobre a própria hipófise anterior. 
Independente de onde se dá o controle por feedback, seu 
efeito consiste em manter concentração quase constante 
de hormônios tireoidianos nos líquidos corporais 
circulantes. 
Excesso de Iodo 
Efeito Wolff-Chaikoff: inibição da organificação do 
iodo pelos níveis circulantes elevados de iodeto (15 
a 20 acima do normal no plasma). 
Fenômeno de Escape: diminuição da concentração de iodo intratireoideano leva ao 
retorno da TPO-H2O2. 
Fenômeno de Jod-Basedow: hipertireoidismo seguido de administração de suplemento 
de iodo, contraste iodado ou amiodarona. Ocorre em pacientes com Bócio Endêmico que 
se mudam para áreas ricas em iodo ou em pacientes com Bócio Multinodular Tóxico 
/Adenoma Tóxico / Doença de Graves. 
Figura. Relação log/linear entre o TSH (no eixo 
vertica) e as concentrações de T4 livres. As 
concentrações típicas de T4 livre em pacientes 
hipotireoides, eutireoideos e hipertireoideos são 
demonstrados. 
Tireotoxicose 
DEFINIÇÃO: síndrome clínica associada ao excesso 
do hormônio tireoidiano circulante. 
Hipertireoidismo: hiperfunção da glândula 
tireoide 
sem HIPERTIREOIDISMO 
Tireoidites 
Uso exógeno de LT4 
Suplementos Alimentares 
Produtos com carne processada 
 
com HIPERTIREOIDISMO 
Doença de Graves 
Bócio Multinodular Tóxico 
Adenoma Tóxico 
Exposição ao iodo 
Struma ovarii 
Tireotropinoma (TSHoma) 
 
MAD-2 27.04.2020 Aula 10 - ENDOCRINO 
8 
Doenças da Tireoide 
Hipertireoidismo 
A maioria dos efeitos do hipertireoidismo pode ser obviamente deduzida da 
discussão sobre os diversos efeitos fisiológicos do hormônio tireoidiano. 
Entretanto, alguns efeitos específicos devem ser mencionados, em especial os 
relacionados com o desenvolvimento, o diagnóstico e o tratamento do 
hipertireoidismo. 
Causas do Hipertireoidismo (Bócio Tóxico, Tireotoxicose Doença de Graves). Na 
maioria dos pacientes com hipertireoidismo, o tamanho da tireoide aumenta por duas 
a três vezes acima do normal com enorme hiperplasia e pregueamento do revestimento 
celular folicular para o interior dos folículos, de modo que o número de células 
aumenta muito. Além disso, cada célula aumenta sua secreção por muitas vezes; 
estudos de captação de iodo radioativo indicam que algumas das glândulas 
hiperplásicas secretam hormônio tireoidiano em quantidades cinco a 15 vezes maiores 
que o normal. 
A doença de Graves, a forma mais comum de hipertireoidismo, é doença autoimune, 
na qual anticorpos chamados de imunoglobulinas estimulantes da tireoide (TSIs) se 
formam contra o receptor de TSH na glândula tireoide. Esses antibióticos se ligam 
ao mesmo receptor que liga o TSH e induz a ativação continuados sistemas celulares 
do AMPc, com desenvolvimento resultante de hipertireoidismo. Os anticorpos TSI têm 
efeito estimulatório prolongado sobre a secreção da glândula tireoide, durando até 
12 horas, em contraste com o curto para o TSH, de pouco mais de 1 hora. O alto 
nível de secreção do hormônio tireoidiano, causado pelo TSI, por sua vez, suprime a 
formação de TSH pela hipófise anterior. Portanto, as concentrações de TSH ficam 
abaixo da normal (muitas vezes, essencial mente zero) em vez de aumentadas em quase 
todos os pacientes com doença de Graves. 
Os anticorpos causadores do hipertireoidismo decorrem, quase certamente, do 
desenvolvimento da autoimunidade contra o tecido tireoidiano. Presume-se que em 
algum momento da história clínica da pessoa foi liberado excesso de antígenos pelas 
células tireoidianas, o que resultou na formação de anticorpos contra a própria 
tireoide. 
Adenoma Tireoidiano. O hipertireoidismo ocasionalmente resulta de adenoma 
(tumor) localizado, que se desenvolve no tecido tireoidiano e secreta grande 
quantidade de hormônio tireoidiano. Essa patologia é diferente da forma mais comum 
de hipertireoidismo, pois em geral não está associada à evidência de doença 
autoimune. Efeito interessante do adenoma é que, enquanto ele continuar secretando 
grande quantidade de hormônio tireoidiano, a função secretória de quase todo o 
restante da tireoide é quase totalmente inibida porque o hormônio tireoidiano do 
adenoma suprime a produção de TSH p ela hipófise. 
Sintomas do Hipertireoidismo 
Os sintomas do hipertireoidismo podem ser facilmente deduzidos pela discussão 
anterior sobre a fisiologia dos hormônios tireoidianos: (1) estado de alta 
excitabilidade, (2) intolerância a o calor, (3) redução da sudorese, (4) perda de 
peso ligeira a extrema (às vezes, até 50 kg), (5) graus variáveis de diarreia, 
(6) fraqueza muscular, (7) nervosismo ou outros transtornos psíquicos, (8)fadiga 
extrema, acompanhada de insônia e (9) tremor nas mãos. 
Exoftalmia. A maior parte das pessoas com hipertireoidismo 
desenvolve algum grau de protrusão dos globos oculares. Essa condição é 
chamada de exoftalmia. Grau importante de exoftalmia ocorre em cerca de 
um terço dos pacientes com hipertireoidismo e a condição, às vezes, se 
torna tão grave que a protrusão do globo ocular provoca estiramentodo 
nervo óptico, suficiente para causar danos à visão. Com muito mais 
frequência, os olhos são lesados porque as pálpebras não se fecham 
completamente quando a pessoa pisca os olhos ou dorme. Como resulta do, 
as superfícies epiteliais dos olhos ficam ressecadas, irritadas e 
frequentemente infectadas, resultando em ulceração da córnea. 
A causa da protrusão ocular é o edema dos tecidos retro-orbitais e 
alterações degenerativas nos músculos extraoculares. Na maioria dos 
pacientes, encontram-se imunoglobulinas sanguíneas que reagem com os 
músculos oculares. Além disso, a concentração dessas imunoglobulinas é, 
em geral, maior em pacientes com altas concentrações de TSIs. Portanto, existem 
muitas razões para se acreditar que a exoftalmia, bem como o próprio 
hipertireoidismo, seja processo autoimune. A exoftalmia, em geral, regride 
acentuadamente com o trata mento do hipertireoidismo. 
Exames Diagnósticos para o Hipertireoidismo. Para o caso usual de 
hipertireoidismo, o exame diagnóstico mais preciso é a medida direta da 
concentração de tiroxina “livre” (e, às vezes, tri-iodotironina) no plasma, usando 
procedimentos apropriados de radioimunoensaio. 
Outros exames ocasionalmente usados são: 
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I. O metabolismo basal está geralmente aumentado para +30 a +60, no 
hipertireoidismo grave. 
II. A concentração de TSH no plasma é medida por radioimunoensaio. No tipo 
habitual de tireotoxicose, a secreção de TSH pela hipófise anterior está 
tão completamente suprimida pela grande quantidade de tiroxina e tri 
iodotironina circulantes, que o TSH plasmático é praticamente nulo. 
III. A concentração de TSI é medida por radioimunoensaio. Seu valor é em 
geral alto na tireotoxicose, porém baixo no adenoma tireoidiano. 
Fisiologia do Tratamento do Hipertireoidismo. O tratamento mais direto para o 
hipertireoidismo é a remoção cirúrgica da maior parte da tireoide. Em geral, é 
preferível preparar o paciente para a remoção cirúrgica da glândula, antes da 
operação. Isso é feito pela administração de propiltiouracil, em geral por diversas 
semanas, até que o metabolismo basal do paciente tenha retornado ao normal. Então, 
é administrada alta concentração de iodeto durante 1 a 2 semanas imediatamente 
antes da operação, o que provoca a redução do tamanho e da irrigação sanguínea da 
glândula. Com o uso desses procedimentos pré-operatórios, a mortalidade cirúrgica é 
menor que uma em 1.000, nos melhores hospitais, antes do desenvolvimento de 
procedimentos modernos, a mortalidade era de uma em 25. 
Tratamento da Tireoide Hiperplásica com lodo Radioativo 
80-90% de dose injetada de iodeto são absorvidos pela tireoide hiperplásica 
tóxica, 1 dia após a injeção. Se essa dose injetada for radioativa, poderá destruir 
a maior parte das células secretórias da tireoide. Geralmente, 5 milicuries de iodo 
radioativo são administrados a o paciente, cuja condição é reavaliada várias 
semanas depois. Se o paciente ainda apresentar hipertireoidismo, doses adicionais 
são administradas, até que o estado normal da tireoide seja atingido. 
Hipotireoidismo 
Os efeitos do hipotireoidismo, em geral, são opostos aos do hipertireoidismo, 
mas alguns mecanismos fisiológicos são específicos dessa patologia. O 
hipotireoidismo, assim como o hipertireoidismo, é provavelmente iniciado por 
autoimunidade contra a tireoide (doença de Hashimoto), mas imunidade que destrói a 
glândula em vez de estimulá-la. A tireoide da maioria desses pacientes a presenta 
“tireoidite” autoimune, que significa inflamação da tireoide. Isso causa 
deterioração progressiva e, por fim, fibrose da glândula, resultando em diminuição 
ou ausência da secreção do hormônio tireoidiano. Muitos outros tipos de 
hipotireoidismo podem ocorrer, frequentemente, associados ao aumento da glândula, 
chamado de bócio. 
Bócio Coloide Endêmico Causado por Deficiência Dietética de Iodeto. O termo 
“bócio” significa o grande aumento da tireoide. Conforme ressaltado na discussão 
sobre o metabolismo d o iodo, cerca de 50 miligramas de iodo por ano são 
necessários para a formação de quantidade adequada de hormônio tireoidiano. Em 
certas regiões do mundo, como nos Alpes Suíços, nos Andes e na região dos Grandes 
Lagos nos Estados Unidos, existe quantidade insuficiente de iodo no solo, de modo 
que os alimentos não possuem se quer essa minúscula quantidade. Portanto, nos 
tempos anteriores ao sal de cozinha iodado, muitas pessoas que viviam nessas áreas 
desenvolviam tireoides extremamente aumentadas, chamadas de bócios endêmicos. 
O mecanismo de desenvolvimento de grandes bócios endêmicos é o seguinte: a falta de 
iodo impede a produção tanto de tiroxina quanto de tri-iodotironina. Como 
resultado, não há hormônios disponíveis para inibir a produção de TSH pela hipófise 
anterior, que passa a secretar quantidade excessiva desse hormônio. O TSH, então, 
estimula as células tireoidianas a secretar grande quantidade de coloide de 
tireoglobulina nos folículos e a glândula torna-se cada vez maior. Entretanto, 
devido à falta de iodo, a produção de tiroxina e tri-iodotironina não ocorre na 
molécula de tireoglobulina e, portanto, não causa a supressão normal da produção de 
TSH pela hipófise anterior. Os folículos adquirem um enorme tamanho e a tireoide 
pode aumentar até 10 a 20 vezes. 
Bócio Coloide Atóxico Idiopático. O aumento da tireoide, semelhante ao que 
ocorre no bócio coloide endêmico, pode também ocorrer em pessoas que não apresentam 
deficiência de iodo. Essas glândulas aumentadas podem secretar quantidade normal de 
hormônios tireoidianos; entre tanto, com mais frequência, sua secreção é reduz ida, 
como no bócio coloide endêmico. 
A causa exata do aumento da tireoide em pacientes com bócio coloide idiopático 
não é conhecida, mas a maioria desses pacientes apresenta sinais de tireoidite 
leve; portanto, sugeriu-se que a tireoidite provoca ligeiro hipotireoidismo que 
leva então ao aumento da secreção de TSH e ao crescimento progressivo das porções 
não inflamadas da glândula. Isso poderia explicar por que essas glândulas são em 
geral nodulares, com o crescimento de algumas porções da glândula, enquanto outras 
são destruídas pela tireoidite. 
Em algumas pessoas com bócio coloide, a tireoide apresenta anormalidade no 
sistema enzimático necessário para a formação dos hormônios tireoidianos. Entre as 
anormalidades encontradas frequentemente podem ser citadas: 
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I. Deficiência do mecanismo de captação de iodeto, na qual o iodeto não é 
bombeado adequadamente para as células tireoidianas 
II. Deficiência do sistema da peroxidase, na qual os iodetos não são 
oxidados para o estado de iodo 
III. Deficiência da conjugação de tirosinas iodadas na molécula de 
tireoglobulina, de modo que os hormônios tireoidianos finais não podem 
ser formados. 
IV. Deficiência da enzima deiodinase, que impede a recuperação do iodo das 
tirosinas iodadas que não são conjugadas para formar os hormônios 
tireoidianos (que representam cerca de dois terços do iodo), levando à 
deficiência de iodo 
Finalmente, alguns alimentos contêm substâncias bociogênicas com atividade 
antitireoidiana, semelhante ao propiltiouracil, levando ao aumento da tireoide 
estimula do pelo TSH. Tais substâncias bociogênicas são encontradas especialmente 
em algumas variedades do nabo e do repolho. 
Características Fisiológicas do Hipotireoidismo. O hipotireoidismo causado por 
tireoidite, bócio coloide endêmico, bócio coloide idiopático, destruição da 
tireoide por radiação ou remoção cirúrgica da glândula, provoca os mesmos efeitos 
fisiológicos. Incluem fadiga e sonolência extrema, provocando 12 a 14 horas de sono 
por dia, extrema lentidão muscular, redução da frequência cardíaca, do débito 
cardíaco e do volume sanguíneo, ocasionalmente aumento de peso, constipação, 
lentidão mental, insuficiência de muitas funções tróficas do organismo, evidenciada 
por redução do crescimento do cabelo e descamação dapele, desenvolvimento de 
rouquidão e, em casos graves, de aparência edematosa em todo o corpo, chamada de 
mixedema. 
Mixedema. O mixedema se desenvolve no paciente com ausência quase 
total da função do hormônio tireoidiano. A Figura 76-9 mostra um 
desses casos, demonstrando a flacidez sob os olhos e o inchaço da 
face. Nessa condição, por motivos não explicados, quantidade muito 
aumentada de ácido hialurônico e sulfato de condroitina, ligados a 
proteínas, forma excesso de gel tecidual nos espaços intersticiais, 
aumentando a quantidade total do líquido intersticial. Como o líquido 
em excesso é um gel, é essencialmente imóvel e o edema é deprimível. 
Aterosclerose no Hipotireoidismo. Como ressaltado antes, a falta 
de hormônio tireoidiano aumenta a concentração sanguínea de 
colesterol, devido à alteração do metabolismo dos lipídios e do 
colesterol e à redução de sua excreção hepática na bile. A elevação 
do colesterol sanguíneo está geralmente as sociada ao aumento da 
aterosclerose. Portanto, muitos pacientes com hipotireoidismo, 
particularmente os com mixedema, desenvolvem aterosclerose, que por 
sua vez resulta em doença vascular periférica, surdez e doença 
arterial coronariana, com a consequente redução da expectativa de 
vida. 
Exames Diagnósticos no Hipotireoidismo. Os exames já descritos 
para o diagnóstico do hipertireoidismo apresentam resultados opostos no 
hipotireoidismo. A concentração sanguínea de tiroxina livre é baixa. O metabolismo 
basal no mixedema, varia entre -30 e -50 e a secreção de TSH pela hipófise 
anterior, quando se administra dose de TRH, fica em geral muito aumentada (exceto 
nos raros casos de hipotireoidismo causado por redução da resposta da hipófise ao 
TRH). 
Cretinismo 
O cretinismo é causado por hipotireoidismo extremo em fetos, bebês ou crianças. 
Essa condição se caracteriza, especialmente, pela deficiência do crescimento 
corporal e por retardo mental. O cretinismo resulta da ausência congênita da 
tireoide (cretinismo congênito), de sua incapacidade de produzir hormônio 
tireoidiano devido a defeito genético, ou da ausência de iodo na dieta (cretinismo 
endêmico). A gravida de do cretinismo endêmico varia muito, conforme o grau de iodo 
na dieta; populações inteiras de região geográfica endêmica de solo deficiente em 
iodo, apresentaram tendências cretinoides. 
Neonato sem tireoide pode ter aparência e função normais, por haver recebido 
alguma quantidade (embora geralmente insuficiente) de hormônio tireoidiano materno, 
durante a vida uterina. Entretanto, algumas semanas após o nascimento, os 
movimentos do neonato passam a ser lentos e o seu desenvolvimento físico e o mental 
ficam bastante retardados. O tratamento, em qual quer momento, do neonato com 
cretinismo por meio de quantidades adequadas de iodo ou tiroxina, geralmente 
provoca a normalização do crescimento físico; entretanto, a menos que o cretinismo 
seja tratado a partir de algumas semanas após o nascimento, o desenvolvimento 
mental permanece retardado de forma permanente. Isso ocorre devido a o retardo no 
crescimento, ramificação e mielinização das células neuronais do sistema nervoso 
central nesse momento crítico do desenvolvimento das capacidades mentais. 
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O crescimento esquelético da criança com cretinismo está caracteristicamente 
mais inibido que o do tecido mole. Como resultado dessa desproporcionalidade do 
crescimento, os tecidos moles apresentam probabilidade de crescer excessivamente, 
dando à criança aparência obesa, estrutura brevilínea e baixa estatura. 
Ocasionalmente, a língua se torna tão grande em relação ao crescimento esquelético, 
que obstrui a deglutição e a respiração, induzindo respiração gutural 
característica, que às vezes sufoca a criança. 
Caso Clínico 
Paciente sexo feminino, 54 anos, procedente de Osasco. 
Pacientes com diagnóstico de Câncer de Tireoide realizou Tireodectomia total há 
3 meses. Retorna em consulta para avaliação clínica e chegar resultado de exame 
anatomopatológico. Em uso de levotiroxina 125 mcg/dia. 
Exame Anátomo Patologico 
LOBO DIREITO 
Carcinoma Papiliféro, variante clássica 
Tamanho 3,5 cm 
Invasão Angiolinfática: ausente 
Invasão Perineural: ausente 
Extensão extra-tireoideana: presente (metástase) 
Linfonodos: 3/6 em nível VI 
LOBO ESQUERDO + ISTMO: 
Bócio coloide + tireoidite linfocítica 
Exames Laboratoriais/ Complementares Pós Op. 
TSH: 3,1 mUI/L (VR 0,5-4,5) 
T4 livre: 1,2 ng/dL (VR 0,9-1,7) 
Tireoglobulina (TG): 2,8 (VR=1,1-130) 
Anti-Tireoglobulina (Anti-TG): negativo 
USG região cervical: ausência cirúrgica de tireoide + ausência de linfonodos 
atípicos 
Estadiamento: T2N1aMx 
Conduta: Encaminhamento para Radioiodoterapia com I131 150mCi 
Recomendações 
© Suspender levotiroxina por 3 semanas 
© Dieta pobre em iodo 
© Coleta de exames antes da terapia com Iodo: 
o Dosagem de TSH, T4 livre, Tireoglobulina, Anti-TG, dosagem urinária 
de iodo (urina 24h) 
© Cintilografia de Tireoide pós iodo 
 
Questões 
1. Qual o resultado esperado dos exames coletados antes da terapia com iodo? 
R: queda nos hormônios tireoidianos e o TSH estará muito aumentado, devido a 
ausência da produção do hormônio, a tireoglobulina estará aumentada e a 
dosagem urinaria de iodo esta baixa. 
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2. Explique a partir do conhecimento da fisiologia a importância das 
recomendações da suspensão da levoriroxina e da dieta na terapia com I131. 
R: suspende o mecanismo causando um hipotireoidismo, fazendo com que não haja 
mais o coloide com reserva, consequentemente diminui T4 e T4 que faram por 
fedback negativo, fazendo estímulo no hipotálamo aumentando o TSH estimulando 
o NIS, acabando com as reservas dos folículos. Ao administrar o iodo 
terapêutico, todo o iodo radioativo será reabsorvido emitindo radiação e 
destrói as células, destruindo as células doentes. 
3. Qual o mecanismo de entrada do I131 na célula folicular remanescente? 
R: NIS – simporte de sódio-iodeto. 
Caso Clínico	
Paciente de 42 anos, sexo masculino, pescador, procedente de Praia 
Grande/SP. Procurou unidade básica de saúde com queixa de cansaço ao final do dia, 
sensação de falta de energia e intolerância ao frio há 6 meses. Refere alteração de 
hábito intestinal com evacuação a cada dois dias. Negou doenças de base ou 
medicações contínuas. Negou tabagismo ou etilismo. Refere ingestão alimentar 
adequada. Mãe portadra de Artrite Reumatoide. 
Ao exame: BEG 
1. Qual hipótese diagnostica? 
R: hipotireoidismo. 
2. Qual classificação provável (Primária, secundária ou terciaria)? 
R: como o problema na produção do hormônio tireoidiano está na tireoide, 
sendo um hipotireoidismo primário, devido a destruição das células da 
tireoide. 
3. Quais sintomas estão associados ao diagnostico estabelecido? 
R: marca-texto. 
4. Explique do ponto de vista fisiológica cardiológico os achados que o paciente 
apresenta. 
R: reação genômica e não genômica, tendo efeito na contratibilidade quanto na 
frequência cárdica, efeito da acao de receptores beta-adrenergicos e 
diminuição do efeito cronotrópico e inotrópico, diminui fibra tipo I causando 
contração lenta, pode causar derrame pericárdico 
Caso Clínico	
Mulher, 31 anos, procedente de Osasco, arquiteta. Paciente procurou pronto 
atendimento com quadro de febre, mal-estar, tremores, palpitações e dor em região 
cervical anterior com irradiação para região do ângulo da mandíbula. 
Exame físico: 
© FC 110 bpm, PA: 125x80 mmHg, tremores em mãos 
• Ausência de exoftalmia; Dor palpação de pescoço 
 
• Exames Laboratoriais: TSH 0,04 / T4 livre 1,8 / T3 total 210 / VHS 
90mm 
1. Por que os níveis de T4 livre estão elevados. E como ocorre a regulação dos 
níveis de TSH? 
R: Reação inflamatória, rompe os folículos e extravasamento dos hormônios, 
aumento de T4 livre alterando o feedback negativo, alterando funções do 
hipotálamo causando uma diminuição do TSH 
2. Nesta fase da doença algum exame ajudaria da diferenciaçãocom a 
tireotoxicose por Doença de Graves? 
R: ultracao de tireoide com doppler,

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