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CLASSES DE FÁRMACOS MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS OBS. ANTIDEPRESSIVOS Período de latência: maior risco de suicídio, (paciente continua com ideação suicida; c/antidepressivo, a atv motora se reestabelece, mas visão sombria da vida permanece, ainda não há efeito emocional e terapêutico sobre o humor, mas já tem efeitos sobre a atividade motora). Hipótese monoaminérgica: atv é rebaixada com alterações estruturais e funcionais no cérebro – aumento do número de receptores com diminuição da responsividade e eficiência. 1ª GERAÇÃO OU TRICÍCLICOS Ex.: Imipramina, amitriptilina Bloqueia a recaptação de monoaminas (serotononina, noradrenalina e dopamina) – o fármaco se liga à bomba de recaptação. A retirada súbita gera uma exacerbação colinérgica, causando náusea, tontura, cefaleia, sudorese e salivação excessiva. Exigem período de desmame. Aumento das monaminas (4h após ingestão) diminuição dos receptores, com aumento da responsividade e eficiência (2 a 4 semanas) 2ª GERAÇÃO OU ISRSs Ex.: Fluoxetina (serotonina) – Prozac; Sertralina (serotonina) – Assert; Venlafaxina (serotonina e noradrenalina) – Efexor; Bupropriona (noradrenalina e dopamina) - BUP Inibem seletivamente a recaptação daquela(s) monoamina(s) e não de todas, gerando aumento na fenda sináptica. Pode gerar síndrome serotoninérgica – aumento agudo da neurotransmissão: agitação, nervsismo, náuseas, vômitos, perda de controle muscular, contração muscular, hipotensão ortotástica (postural), tremor, convulsões, coma e morte. Em transtornos de maior gravidade inicia-se com os tricíclicos, pois geram uma elevação dos níveis das 3 monoaminas e, quando o sujeito começa a experenciar efeitos terapêuticos, estes são retirados ao mesmo tempo em que os inibidores seletivos são introduzidos. iMAOs Ex.: Maclobemida (reversível); fenelzina e tranilcipromina (irreversíveis) Bloqueiam a ação da MAO, enzima que degrada monaminas. Pode ser reversível (mais tolerados e poucas interações alimentares, porém menos eficazes) ou irreversível (acumulação e toxicidade de vários dos substratos da MAO, sobretudo a serotonina) A MAO degrada também a tirosina, que induz a liberação de adrenalina e noradrenalina (preparam para luta ou fuga). Com o uso de iMAOs, há acúmulo de tiramina, causando efeito simpatomiméticos, como aumento da pressão arterial. Para controlar os níveis de tiramina, restringem-se alimentos ricos em tirosina, precursora da tiramina. TRANSTORNO BIPOLAR – ESTAB. DE HUMOR Episódio maníaco: excesso de ativação do sistema serotoninérgico LÍTIO Aumenta transmissão serotoninérgica, reduz a transmissão noradrenérgica, aumenta a transmissão gabaérgica e afeta o funcionamento da substância celular IP3 (mensageiro intracelular), da dopamina e da acetilcolina Altamente tóxico: aumento volume urinário (poliúria); ganho de peso; excessiva sensação de sede (polidipsia); náusea, vômito, diarreia, dificuldade de concentração e memória, visão borrada, vertigem, confusão mental, arritmias cardíacas, coma e dano cerebral, morte. Trata ep. maníacos e previne os maníacos e depressivos – equilíbrio da transmissão serotoninérgica. Melhor para ep maníacos. ANTICONVULSIVANTES 1 – Ácido valpróico (Depakene); 2 – Lamotrigina (Lamictal); 3 – Carbamazepina (Tegretol) 1 – 1ª linha: aumenta a síntese e reduz a degradação do GABA, gerando acúmulo de GABA – controle da mania; 2 – 2ª linha: bloqueia canais de sódio dependentes de voltagem, o que reduz a entrada de sódio e diminui a possibilidade de disparo de potencial de ação; bloqueia recaptação de monoaminas; 3 – 3ª linha: 1ª parte igual a lamotrigina, mas bloqueia também receptores NMDA (glutamato). ANTIPSICÓTICOS: Atípicos ou de 2ª geração (exceção da clozapina e hiloperidol) – parece funcionar melhor na prevenção dos ep. maníacos, como lítio Bloqueiam receptores dopaminérgicos D2, D3, D4 e serotoninérgicos 5HT-2A ANTIPSICÓTICOS Psicose: perda do juízo da realidade. Sintomas: vivências bizarras; sintomas positivos (delírio – alter do pensamento/ alucinação – alter da percepção); negativos; alteração da consciência do eu. O QUE DIFERENCIA AS GERAÇÕES mecanismos de ação, a potência (típicos são mais potentes) e ocorrência de sintomas extrapiramidais. Hipótese dopaminérgica: sintomas positivos – excesso de atividade dopaminérgica na via mesolímbica; sintomas negativos, redução da atividade dopaminérgica na via mesocortical. Receptores dopamina (metabotrópicos): D1 (D1 e D5): excitatórios; D2 (D2, D3 e D4): inibitórios. É possível acompanhar alterações cerebrais por imagem. 1ª GERAÇÃO OU TÍPICOS: Melhor p/sintomas positivos, piora os sintomas negativos. Ex.: Haloperidol e Clorpromazina Bloqueiam (antagonistas) os receptores dopaminérgicos D2, diminui atv dopaminérgica na região. Sintomas extrapiramidais: alterações motoras causadas por bloqueio do D2, que têm função inibitória sobre o movimento. Receptores D1 disparam início do movimento (excit), os D2 estão relacionados ao fim do movimento (inib). Existem chances dos antipsicóticos atípicos gerarem estes efeitos em magnitude menor, pois eles também apresentam afinidade (baixa) com os receptores D2. Síndrome neuroléptica maligna (típicos): rara, mas potencialmente fatal – febre, rigidez muscular, alterações da consciência, instabilidade neurovegetativa; 2ª GERAÇÃO OU ATÍPICOS P/ sintomas positivos e negativos. Ex.: Risperidona, Ziprasidona, Olanzapina Bloqueiam os receptores (antagonista) dopaminérgicos D2, D3, D4 e os receptores serotoninérgicos 5HT2A (gera aumento da atv dopaminérgica no córtex e alívio dos sintomas negativos). Ambas as gerações têm como efeitos adversos: aumento na liberação de prolactina (aumento no tamanho e sensibilidade dos seios); diminuição da libido; amenorreia; e galactorreia; sintomas extrapiramidais (baixa probabilidade); e acinesia. Boca seca, visão embaçada, constipação, retenção urinária, piora de certos tipos de glaucoma; Agranulocitose, tornando o paciente sensível à infecções graves. FORA DA ESQUIZOF: Antieméticos, anestésicos pré-cirúrgico, tratamento de desordens do movimento por excesso da atv dopaminérgica, redução de comportamentos psicóticos por estimulantes e alucinógenos. Hipótese serotoninérgica: serotonina tem um papel importante no controle da transmissão dopaminérgica. Os sintomas negativos derivam da redução da atividade na via mesocortical – se há um bloqueio dos receptores de serotonina e ela fica em maior quantidade no meio, com melhora dos sintomas negativos, infere-se que a serotonina atua de forma relevante sobre a transmissão/ liberação da dopamina. Num neurônio dopaminérgico há receptores para serotonina, como o 5-HT2A, a serotonina sendo liberada na fenda sináptica, em condição normal, faz ligação com esse receptor, gerando uma inibição do neurônio dopaminérgico – o neurônio não liberará dopamina no córtex, ou seja, a serotonina tem efeito inibitório na via mesocortical. Um paciente psicótico com sintomas negativos, submetido a uma droga que bloqueia os receptores 5HT2A, tem um aumento de liberação de dopamina no córtex, pois a serotonina não chegará até esse receptor, inibindo a ação desta nestes neurônios. ESTIMULANTES: Afetam diretamente o sistema de recompensas. COCAÍNA Bloqueio da recaptação da dopamina e prolonga a ação pós-sináptica. Faz ativação da via mesolímbica, causando também uma euforia e prazer. A dopamina, em acúmulo na fenda sináptica, faz com que a célula pós-sináptica fique estimulada excessivamente, disparando potenciais com uma frequência muito maior. O potencial de ação, quando chega à célula pós, gera a abertura dos canais de Ca e um influxo desse nestas células pós-sinápticas, gerando a morte por apoptose. Em regiões próximas ao córtex frontal, a neurodegeneração diminui a capacidade de aprendizagem, de tomada de decisão, do controle motor,déficits cognitivos, podendo levar à óbito. ANFETAMINAS Além de inibir a recaptação das monoaminas, estimula a liberação dessas monaminas. Insônia, perda do apetite, sensação de alta energia, fala mais rápida, estado “ligado”, aceleração do curso do pensamento, Com o uso das anfetaminas, esta ocupa o lugar da dopamina na bomba de recaptação e a bomba libera esta anfetamina dentro do neurônio pré-sináptico, induzindo a verborragia, euforia, irritabilidade, midríase, taquicardia, aumento pressão arterial. Fazem com que o organismo reaja acima de suas capacidades, gerando esforços excessivos. abertura dos canais de Ca e causando a liberação da dopamina novamente na fenda. Pode gerar a morte celular pelo mesmo motivo da cocaína. *TDAH: subativação da transmissão dopaminérgica da região orbital frontal, responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro. NICOTINA condicionamento respondente, com reforçamento social Baixas doses – estimula receptores nicotínicos da acetilcolina; Altas doses – bloqueia receptores nicotínicos da acetilcolina – rápido efeito estimulante seguido por efeito depressor A nicotina atua nos receptores nicotínicos e faz com que as células nervosas liberem a sua dopamina, gerando a sensação de prazer e bem estar que contribui para a dependência e que, somado ao reforçamento social, leva ao quadro adicto. Causa liberação de dopamina e noradrenalina, serotonina e beta-endorfina e gera: alerta, relaxamento muscular e prazer. CAFEÍNA Antagonista de receptores de Adenosina (A1 e A2a), que é um neuromodulador que atua pré-sinapticamente, inibindo a liberação de neurotransmissores. Gera alerta e tremor. Aumenta a atividade de receptores D2 pós-sinápticos, bloqueia receptores BZDs no GABA e pode induzir liberação de catecolaminas. DEPRESSORAS ÁLCOOL Aumenta a afinidade do receptor gaba A ao gaba. Bloqueia os receptores NMDA glutamatérgicos (antagonista). O álcool favorece a ação do GABA e dificulta a ação do glutamato. Afeta os receptores 5-HT3, ionotrópico, gerando liberação de dopamina no núcleo accumbens (sensação de prazer e bem estar, do ponto de vista bioquímico). No comportamento, o consumo de álcool é socialmente incentivado e facilitado. Consumo excessivo de álcool inibe a absorção de vitamina B1, pode causar Síndrome de Wernicke-Korsakoff – deficiência de tiamina. Gera perda de memória para eventos passados, incapacidade de reter e evocar novas informações, desorientação, confusão (amnésia alcoólica se dá pela dificuldade da memória de curto prazo se tornar memória de longo prazo, pois o álcool como depressor impede a síntese proteica. Interação com outras substâncias: Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios: perturbações gastrointestinais, úlceras e hemorragias; Antidepressivos: diminui os efeitos, pode aumentar a pressão sanguínea; Antibióticos: pode causar náusea, vômitos, dores de cabeça e até convulsões; Antidiabéticos: pode causar severa hipoglicemia (baixa glicose); Anti-histamínicos, tranquilizantes, sedativos: pode intensificar o efeito de sonolência e causar vertigens; Antiepilépticos: a proteção contra ataques epilépticos é significativamente reduzida; Medicamentos cardiovasculares: podem provocar vertigens ou desfalecimento, bem como redução do efeito terapêutico; SOLVENTES INALANTES Gera o aumento da afinidade do gaba A ao gaba e bloqueio dos receptores NMDA glutamatérgicos. Pode gerar perda neuronal, causando lesões irreversíveis no cérebro. Uso crônico: apatia, dificuldade de concentração e déficit de memória. Tratar o consumo abusivo de solventes é lento e difícil por causa dos comprometimentos cognitivos e do fato que muitos usuários são isolados socialmente. ALUCINÓGENOS: A ação pode ser caracterizada como psicodélica (expansão da mente); entactogênico (contato com deus e com o universo); empatogênico (aumento do contato com o outro). Tentativa de obter experiências transcendentais. Alteram a sensopercepção e o pensamento. São também de psicótico-miméticos (mimetizam estados psicóticos e geram alteração na sensopercepção e no pensamento). Se há pré-disposição, são excelentes gatilhos ambientais. Alucinógenos similares à serotonina LSD Faz ligação com os receptores de serotonina. Ergotismo – convulsões, delírios e alucinações causados pelos derivados do ácido lisérgico DMT (substância ativa na ayahuasca) Agonista de receptores 5-HT1a e 5-HT2a. Potente inibidor reversível da MAOa+. Alucinógenos similares à noradrenalina ECSTASY (SÍNTESE ANFETAMINA + MESCALINA) Bloqueia a recaptação de monoamina, induz a liberação de 5-HT, inibe a síntese e aumenta a ação das monoaminas. (mais serotonina e noradrenalina, atuando pouco na dopamina). Esgota a serotonina intracelular no pico das atividades serotoninérgicas, causando um esgotamento nas vesículas sinápticas. Gera sensação de bem estar, interatividade social, empatia, euforia, alucinações visuais e táteis, ansiedade, sintomas psicóticos e comportamentos obsessivo-compulsivos. Tanto alucinógeno quanto estimulante – difícil para classificar e tratar, pois é preciso lidar com ambas as manifestações. Alucinógenos similares à acetilcolina Alucinógenas e amnésicas. ATROPINA, HIOSCIAMINA E HIOSCINA (ESCOPOLAMINA). MANDRÁGORA; BELLADONA Antagonistas/ bloqueadores de receptores muscarínicos (metabotrópicos), que podem ser M1, M3, M5 (aumentam a atividade nervosa) e abrem canais de Ca+2; ou M3, M4 (diminuem a atividade nervosa), que abrem canais de K+. São anticolinérgicos e produzem déficit cognitivo, de aprendizagem e mnemônicos e, em altas doses, são potentes psicótico- miméticos. Dificulta memória de longo prazo, pois afetam a síntese proteica, ao passo que as de curto prazo, não. Outros sistemas FENILCICLIDINA: pó-dos- anjos (analgésico e anestésico) ANÁLOGAS À KETAMIMA (SPECIAL K, KITKAT): leva à perda da nocicepção, sem perda de consciência (anestesia dissociativa e analgesia). Inibe a recaptação de monoamina, é anticolérgico, bloqueia os receptores NMDA (ionotrópicos), principalmente no córtex CANNABIS compostos são fitocanabinóides. THC: subst. alucinógena; CDB: subst. anticonvulsivante e reduz o efeito THC. Receptores canabinoides – inibem os sistemas de neurotransmissão da acetilcolina, da noradrenalina e glutamato, além de algumas funções do sistema imune. Os neurot endocanabinóides (anandamida) atuam sobre os receptores CB1, CB2. O THC é um agonista dos endocanabinóides e atua sobre receptores CB1, gerando os mesmos efeitos que a anandamida. A célula pós-sináptica, ao responder aos neurotransmissores (glutamato, acetilcolina e noradrenalina), é quem vai liberar anandamina que atuará no neurônio pré-sináptico em receptores CB, fazendo com que ele interrompa a liberação de neurotransmissores (caminho é contrário e os endocanabinoides são liberados pela célula pós-sináptica) Além dos efeitos comportamentais, outros efeitos fisiológicos: olhos vermelhos, secura na boca, relaxamento muscular. Perturbação na capacidade de calcular tempo e espaço; prejuízo na memória (curta duração) e atenção. Delírio e alucinação. Testosterona diminui, gerando esterilidade. Interfere na capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir a um estado de “amotivação”. Piora de doenças psiquiátricas controladas. Não deve ser utilizado (medicamento) por esquizofrênicos, pois mesmo com o CDB anulando o TAHC, já é suficiente para causar sintomas psicóticos. Efeitos do THC em neurônios dopaminérgicos ocorrerá na via mesolímbica, aumentando a transmissão dopaminérgica de forma indireta, pois os receptores CB1, ao receber a anandamida ou o THC, ativa o sistema opióide endógeno informando a este que ele deve liberar dopamina. Quando fumamos, a ativação desse sistemaé forçada pela quantidade de THC consumida. No sistema mesolimbíco, o THC induz a liberação de dopamina.
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