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Faculdade Dom Pedro II – Campus Barreiras-BA
Curso: Direito, 2a Semestre 
Título do trabalho 
Barreiras-BA
2020
Elber Saldanha dos Santos
Título do trabalho 
Trabalho elaborado pelo discente Elber Saldanha dos Santos como parte integrante das atividades avaliativas do Segundo Semestre orientado pelo Docente Prof.Benvindo. 
Barreiras- BA
2020
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE
É um direito fundamental previsto no inciso XXXIX da Constituição Federal Brasileira que garante que nenhum cidadão seja acusado de crime caso não haja previsão deste ato como sendo criminoso na legislação. Ou seja, não há crime sem lei que o defina. Dessa forma, essa é uma garantia muito importante para o que chamamos de “segurança jurídica”, visto que é por meio desta segurança que as liberdades individuais dos cidadãos brasileiros são protegidas.
O inciso XXXIX do artigo 5º, promulgado pela Constituição Federal de 1988, decreta que:
Art 5º, XXXIX, CF – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Nesse contexto, o inciso XXXIX trata da necessidade de previsão na legislação para que um cidadão seja acusado de um crime. Também é necessário que a lei esteja em vigor em um período anterior ao ato que se entende como sendo criminoso. Esse direito, conhecido como princípio constitucional da legalidade, obriga que a lei estabeleça o que é ou não considerado crime, servindo de parâmetro para que os cidadãos conheçam as possíveis consequências legais de seus atos. Esse inciso dá segurança ao cidadão, pois garante que a lei só servirá de parâmetro se for aplicável antes da pessoa cometer o ato. Isso porque, não conhecendo a lei que ainda não é pública, não há como saber que uma determinada conduta é considerada criminosa.
O inciso XXXIX na prática serve de base e parâmetro para o direito penal. Sua importância é tamanha que o próprio Código Penal tratou de dispor desse direito logo em seu primeiro artigo da parte geral. Atualmente, os juízes utilizam mecanismos e formas de interpretação para medir e estabelecer penas aos cidadãos em processos e casos concretos, estando atentos, ao mesmo tempo, ao princípio constitucional da legalidade e os limites que ele impõe. Para garantir sua eficácia na prática, esse direito trouxe a ideia do respeito da anterioridade junto ao da legalidade. Isso porque não faria sentido que apenas a existência da lei fosse suficiente para que um crime fosse caracterizado, também é necessária a anterioridade da lei. 
A HISTÓRIA DESSE DIREITO
Na atualidade, o princípio da legalidade, que deu origem ao inciso XXXIX do artigo 5º da Constituição Federal, está presente na maioria dos sistemas jurídicos do mundo, tendo passado por uma evolução histórica que acompanhou o desenvolvimento da sociedade.
Os doutrinadores que estudam as origens deste princípio divergem. Muitos entendem que as raízes históricas do princípio da legalidade surgiram em 1215, quando os ingleses publicaram a Carta Magna que, em seu art. 39, estabelecia:
“Nenhum homem livre será levado ou preso ou retirado ou posto fora da lei ou exilado ou de qualquer maneira prejudicado, ou nós não iremos ou enviaremos contra ele, exceto em decorrência de um julgamento justo por seus pares ou pela lei da terra”.
No século XVIII, esse direito passou a ser incorporado em declarações políticas – como a Bill Of Rights (Declaração dos Direitos dos Estados Unidos) – e em outras Constituições. A partir disso, se difundiu pelo mundo em mecanismos que regulamentavam o convívio em sociedade, como em legislações, normas e outros. 
O princípio constitucional da legalidade encontrou fundamentos históricos no iluminismo – movimento intelectual do século XVIII – já que, naquela época, teria sido consolidada a ideia do contrato social entre o Estado e seus cidadãos. 
Já em 1815, o Código Penal francês foi o primeiro a trazer o princípio da legalidade de fato concretizado. No Brasil, esse direito foi incluído na Constituição Imperial, de 1824 e no Código Criminal do Império em 1830. Em 1940, período em que o Brasil estava submetido ao regime ditatorial, este princípio foi inserido no código penal como uma reprodução praticamente idêntica à da Constituição Federal. 
O Princípio da legalidade deve ser entendido em sentido amplo e em sentido estrito. Primeiro: (CF, art. 5º, inc. II). Princípio da legalidade criminal significa que não há crime sem lei (CF, art. 5º, XXXIX; CP, art. 1º). Conta hoje com várias dimensões de garantia. Dentre elas acham-se o princípio da reserva legal e o da anterioridade.
Legalidade e Reserva Legal em Direito Penal (RFB)
Princípio da reserva legal ou legalidade em sentido estrito: significa que em matéria penal somente o legislador pode intervir para prever crimes e penas ou medida de segurança (garantia da lex populi). Medida provisória, por exemplo, não pode criar crime ou pena. Mais: é cláusula pétrea.
Princípio da reserva legal proporcional (RE 635.659 – 21/8/15): a tutela penal, no entanto, pertence à “discrição legislativa”, porém, sempre subordinada ao princípio da proporcionalidade, que envolve a apreciação da necessidade e adequação da providência adotada.
Um dos princípios mais importantes em Direito Penal é o da LEGALIDADE, pois todas as figuras tipicamente criminais devem vir ao mundo da existência por meio de lei. Inclusive, esse princípio vem no edital do concurso da Receita Federal do Brasil 2012, para o cargo de Auditor Fiscal. 
A doutrina registra que a legalidade implica três outros princípios: taxatividade, reserva legal e anterioridade. Vamos passar rapidamente pela diferença entre legalidade e reserva legal, ok?
Por meio da legalidade, sabemos que uma conduta considerada como criminosa só pode ser definida por lei. Mas, essa ideia é genérica, pois devemos responder: Que tipo de lei? Lei de iniciativa de quem? 
Então, assim é disposto na doutrina e na jurisprudência em matéria penal: o crime é definido por meio de lei formal, ou seja, aquela lei ESCRITA (taxatividade), decorrente do processo legislativo do PODER LEGISLATIVO FEDERAL. Assim sendo, normas infralegais, como, por exemplo, portarias, decretos, resoluções administrativas não podem definir o crime (princípio da legitimidade, reserva legal e da segurança jurídica). 
Então, é a lei formal feita pelo legislativo, que define o crime. Mas, o legislativo produz diversas espécies de lei: emenda constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, medida provisória e resoluções legislativas. Qual dessas figuras pode definir o crime? 
Nesse sentido, o prof. Rogério Grecco diz que está RESERVADA à lei ordinária (podendo, à lei complementar) definir o crime. Isso é a reserva legal. 
Inclusive, por meio da reserva legal, entendemos que uma medida provisória não pode vir a definir um crime, não obstante sua força de lei ordinária. Ocorre que a medida provisória é feita para atender uma situação urgente e de forma célere, sendo que a segurança jurídica que se requer da lei penal não combina com a ideia de definir o crime de forma mais rápida. A definição do crime requer ponderação legislativa própria de uma norma ordinária. 
Somente a lei formal feita pelo legislativo pode definir o crime, mas não é qualquer tipo legal, ainda que feito pelo legislativo, pode definir o crime. Somente lei ordinária (ou lei complemetar) pode definir o crime. 
Por fim, há registros de entendimento segundo o qual vemos que reserva legal pode também estar associada à competência legislativa (legitimidade). Assim sendo, somente a União tem a competência legislativa de iniciativa para a proposição de norma penal. Então, está reservada à União a iniciativa de lei penal e somente à União.
Em resumo: 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE = Só a lei define o crime.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL = Só a Lei ordinária ou a Lei Complementar, de iniciativa da união, pode definir o crime.
Referências 
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