Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Seção 6 Direito Constitucional Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá) A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Seção 6 Direito Constitucional Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá) Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/tarefas-obrigatorias/secao-6-direito-constitucional/4773437/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/3614832?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/tarefas-obrigatorias/secao-6-direito-constitucional/4773437/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/3614832?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Relator: Ministro... Agravante: CONSELHO FEDERAL DA OAB Agravado: ESTADO DE PERNAMBUCO O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – CFOAB, serviço público dotado de personalidade jurídica própria e forma federativa, regulamentado pela Lei nº 8.906/94, com endereço eletrônico pc@oab.org.br e sede em Brasília/DF, no SAUS, Qd. 05, Lote 01, Bloco M, inscrito no CNPJ sob nº 33.205.451/0001-14, por seu Presidente CLAUDIO PACHECO PRATES LAMACHIA e por seus advogados que esta subscrevem (procuração anexa), vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 994, inciso III do Código de Processo Civil de 2015, interpor: AGRAVO INTERNO Contra decisão monocrática do Relator Ministro do Supremo Tribunal Federal. 1- BREVE SÍNTESE DOS FATOS O Governador do Estado de Pernambuco, diante da nulidade do Decreto X/2018, editou um novo ato normativo, o Decreto Y/2019 nomeando o Sr. Martiniano Santos para o cargo de Secretário Estadual de Meio Ambiente. Ocorre que a Sra. Cristina Veiga, que ocupara o cargo até então, inconformada com a sua exoneração e nomeação do Sr. Martiniano, impetrou mandado de segurança visando anular o ato, o qual foi encaminhado para a PGE para providências. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional Após a defesa elaborada pelo Procurador do Estado, Dr. Bernardo e o regular trâmite processual, o Mandado de Segurança impetrado pela Sra. Cristina foi julgado improcedente, e o Decreto Y/2019 permaneceu vigente, sendo confirmada a nomeação do Sr. Martiniano para o cargo por meio da decisão judicial publicada no dia 30/01/2019. Em face disso, a posse do Sr. Martiniano foi agendada para o dia 15/02/2019. Entretanto, nesses dias que antecederam a posse, foi publicamente veiculada a informação de que o Sr. Martiniano Santos estava sendo investigado pela prática de crimes durante a vigência do seu mandato como Deputado Estadual, nos anos de 2013 a 2017, os quais até então estavam sendo apurados em sigilo, dos quais somente o Governador do Estado estava ciente. Surgiu então a desconfiança em toda a população local de que o Decreto Y/2019 que nomeou o Sr. Martiniano para o cargo de Secretário tem por objetivo protegê-lo, pois enquanto ocupante do cargo de Secretário de Estado teria a prerrogativa do foro privilegiado. Desconfiança que foi confirmada pelo vazamento da gravação de uma ligação entre o Governador e o Sr. Martiniano Santos, onde o Chefe do Executivo dizia: “Fique tranquilo, meu amigo, vou dar um jeito de lhe tirar dessa. Seu julgamento vai ser por gente grande!”. Com base nisso, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, ciente da situação, e preocupado em salvaguardar a ordem jurídica constitucional, ajuizou ação de controle concentrado de constitucionalidade, alegando que o Decreto Y/2019 descumpre com preceitos básicos da Constituição Federal, como o do juiz natural, e que por isso deve ser considerado inconstitucional. Foi interposta uma ADPF perante o Supremo Tribunal Federal e foi recebida e após a distribuição foi encaminhada para o Ministro Relator. Ao analisar a petição inicial, o Ministro Relator de pronto, rejeitou a petição inicial e Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 julgou o processo extinto sem resolução do mérito, com fundamento no art 4º da Lei 9.882/99. Em sua decisão monocrática, publicada no Diário Oficial no dia 10/03/2019, o Ministro Relator alegou: “O autor da ação escolheu o meio judicial equivocado para pleitear a inconstitucionalidade do Decreto Y/2019. A ADPF, por seu caráter subsidiário, somente é cabível contra lei e ato normativo pré constituição, os únicos que não podem ser questionados por ADI, logo não vislumbro o cabimento da ação. Ademais, o que o autor pretende é uma total afronta ao princípio da separação dos Poderes, pois o Judiciário não pode anular um ato administrativo discricionário, analisando o mérito de escolhas políticas. Por isso, julgo extinta a presente ação pelo não cabimento, sem resolução do mérito”. 2- DO MÉRITO Logo de plano, é importante esclarecer que o “foro privilegiado” tinha e tem por objetivo, num plano imediato, a proteção propriamente dita dos cargos do alto escalão da República (Presidente, Vice, Ministros, Deputados, Senadores, etc.), para dar maior autonomia e segurança no exercício da sua função institucional, de maneira que estes não podem ser julgados, em regra no âmbito criminal, por juízes de primeira instância, somente pelos Tribunais (representantes maiores do Poder Judiciário). Já num plano mediato, o “foro privilegiado” tem por função proteger a própria Tripartição dos Poderes e o Sistema de Freios e Contrapesos (“Checks and Balances”), uma vez que a submissão dos Chefes dos Poderes e seus maiores representantes às decisões e vontades de um Juiz de primeira instância criaria uma subordinação, incompatível com este sistema, dos Poderes Executivo e Legislativo em relação ao Judiciário. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional Neste ponto, vale salientar que tal garantia institucional, em que pese as diversas críticas, é de salutar importância para o nosso sistema Republicano, uma vez que os representantes do Poder Judiciário não são eleitos, ou seja, são escolhidos por meio de certames públicos de aferição de capacidade técnica, sem passar, no entanto, pelo crivo da representação popular. Pois bem. Feitas estas considerações iniciais, passemos a analisar as implicações do “foro privilegiado” na estratégia de defesa numa persecução penal, no atual contexto político-jurídico. De início, destaca-se que tanto a doutrina quanto a jurisprudência praticamentejá pacificaram o acertado entendimento de que este foro especial não constitui um privilégio pessoal, mas uma prerrogativa funcional. Portanto, uma eventual nomeação à cargo com o “foro privilegiado” simplesmente para suprimir ou alterar o juízo natural de primeira instância, além de ser um ato administrativo nulo, não altera automaticamente a competência, existindo decisões divergentes sobre o tema no próprio STF. Assim, qual seria a vantagem, no âmbito estratégico de defesa criminal, de possuir o “foro privilegiado”? Até um passado recente, as principais vantagens seriam (i) de ser julgado por um colegiado, composto por juízes mais experimentados, e que, em regra, (ii) as Cortes Superiores tinham a tendência de ser mais “garantistas”. Atualmente, com o recrudescimento da aplicação da lei penal, demonstrado inclusive pelas recentes alterações na jurisprudência do STF – inclusive com a determinação de “prisão em flagrante” de Senador em exercício do mandato, temos que a vantagem do “garantismo” não subsiste mais. Além disso, por mais experientes e técnicos que sejam o Juízes, na era da sociedade da informação a pressão exercida sobre os julgamentos é cada vez maior, deixando-os em situações delicadas, pois não podemos esquecer o lado humano daquele que julga. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 Desta forma, tem-se que as supostas vantagens do “foro privilegiado” numa persecução penal, no atual contexto político-jurídico, não mais existem, muito pelo contrário, ser tornaram, ao que parece, verdadeiras desvantagens. Não se pode esquecer, ainda, a grande – e pior – desvantagem do “foro privilegiado” de ser julgado, na maior parte dos casos, na última – e, portanto, única – instância do Poder Judiciário. Em outras, palavras com a “opção” de manter o “foro privilegiado”, o acusado abre mão do duplo grau de jurisdição, ou seja, de ter sua decisão revisada por uma instância superior, composta por outros julgadores. No caso em tela, observa-se que a intenção do Governador do Estado do Pernambuco tão somente é de, nomear o Secretário do Meio Ambiente para o mesmo obter vantagem do foro privilegiado e não responder pelos seus crimes denunciados na primeira instância. No Mandado de Segurança nº 34.070/DF, o Ministro Gilmar Mendes reconheceu que consubstancia desvio de finalidade o ato do Presidente da República que nomeia Ministro de Estado com o propósito de conferir a este foro por prerrogativa de função. 3- DOS PEDIDOS A) Seja recebido e conhecido o presente recurso; B) Seja remetido os autos para apreciação, votação e julgamento no plenário dessa Suprema Corte; C) a Intimação do Governador do Estado do Pernambuco, do Advogado Geral da União e do Procurador Geral da República para que se manifestem sobre o mérito do presente recurso, no prazo legal; D) a procedência do pedido, para que o decreto Y/2019 contestada na presente ação seja declarado INCONSTITUCIONAL. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=secao-6-direito-constitucional Nestes termos, Pede o deferimento. Local... Data... CONSELHO FEDERAL DA OAB... Advogado... Oab... Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266
Compartilhar