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Estatuto da Advocacia e da OAB - Atividade da Advocacia (Lei 8 906)

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Prof. Fabrízio Rubinstein
Deontologia Jurídica
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB
TÍTULO I - DA ADVOCACIA
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS DO ADVOGADO (arts. 6º e 7º)
“Arrola os direitos do advogado, inclusive afirmando a não hierarquia ou subordinação entre os seus próprios pares, magistrados e membros do Ministério Público”
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.
Parágrafo único - As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.
Art. 6º, caput
Art. 44 (CED). Deve o advogado tratar o público, os colegas, as autoridades e os funcionários do Juízo com respeito, discrição e independência, exigindo igual tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito.
Honra: STJ (17.10.07)
Trata-se de queixa-crime em que o querelado, advogado, imputou ao querelado, desembargador relator de exceções de suspeição, a ofensa em sua honra objetiva e subjetiva ao afirmar, no exercício de suas funções, em sessão de julgamento, que “o causídico que patrocinava o excipiente tenta induzir em erro este Tribunal, suscitando alegações infundadas e omitindo a realidade dos fatos”. Ressaltou o Min. Relator que, no exercício da função jurisdicional e como fundamento de decisão, o desembargador atentou para a conduta do causídico porque os argumentos utilizados não se sustentavam na exceção de suspeição. Ademais, não se pode inferir das expressões utilizadas pelo querelado, relacionadas com o mérito da decisão, a vontade de injuriar ou difamar o querelante. O querelado, no estrito cumprimento do dever legal, a teor do art. 41 da Loman, não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir. No caso concreto, nem houve excesso de linguagem ou conduta ofensiva. Acrescentou que, nos termos do art. 142, III, do CP, não constitui injúria ou difamação punível o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação prestada no cumprimento de dever de ofício. Diante do exposto, a Corte Especial rejeitou a queixa-crime. Precedentes citados do STF: QC 501-DF, DJ 28/11/1997; do STJ: APn 256-PE, DJ 1º/8/2006. APn 482-PA, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros.
Revista Pessoal: CNJ (08.11.05)
Os advogados de São Paulo terão de continuar se submetendo à revista para entrar nos fóruns do Estado. O Conselho Nacional de Justiça decidiu manter o provimento 811/2003 do Tribunal de Justiça, que trata da revista. A decisão foi tomada no julgamento do procedimento de controle administrativo 9/2005, requerido pela Comissão de Direitos e Prerrogativas da seccional paulista da OAB.
O voto vencedor foi o do conselheiro Alexandre de Moraes. A relatora do processo era a conselheira Ruth Carvalho. Para ela, deveria ser expedida recomendação com a finalidade de fazer todos, indistintamente, passarem pela revista. Moraes, por sua vez, votou no sentido de indeferir totalmente o pedido da OAB.
No pedido da OAB paulista, requeria-se a revisão não apenas do provimento do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os advogados pleiteavam uma reavaliação do procedimento de revista em âmbito nacional. E não apenas isso. Postulava-se que, mantida a revista, ela fosse obrigatória também para juízes e promotores.
Os representantes da OAB estavam incomodados porque o provimento, em seu artigo 3º, prevê que, na entrada de unidades do Poder Judiciário local, “haverá policiais militares, agentes de fiscalização ou funcionários especialmente treinados e designados pela Diretoria do Fórum, munidos, ou não, de aparelhos específicos para detectar metais, ou realizar eventuais revistas a serem feitas em quem desejar ingressar no interior das instalações”.
Já o artigo 4º refere-se especificamente à vistoria de advogados. “Os Senhores Advogados e pessoas portadoras de pastas, maletas, pacotes ou outros invólucros, quando o sistema de segurança indicar a existência de metais, serão convidados a exibi-los e a retirá-los, submetendo-se novamente ao sistema de segurança; havendo recusa, em nenhuma hipótese, serão admitidos no interior das unidades”.
Alexandre de Moraes analisou em seu voto as razões da edição do ato. Para ele, o ato administrativo se deveu “a diversos atos atentatórios” contra magistrados, citando como exemplo a morte de um juiz em Presidente Prudente. “Sua finalidade foi evitar o acesso de pessoas estranhas à dependência forense, portassem quaisquer espécies de arma, que colocassem em risco a integridade física daquelas pessoas que têm como local de trabalho o fórum”, afirmou.
O conselheiro também considerou não ser razoável a submissão à revista de integrantes do Ministério Público, defensores de Justiça e juízes ao detector de metais em razão de ser o fórum o local de trabalho dessas pessoas.
Quanto a eventual ferimento do princípio da igualdade, Moraes disse: “somente se tem por postergado o princípio constitucional quando o elemento disciplinador não se encontra a serviço de uma determinada finalidade acolhida pelo direito. Os tratamentos normativos diferenciados são, portanto, compatíveis com a Constituição quando verificada a existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim indicado. Na presente hipótese, o fim indicado é garantir a segurança”.
Antes de Alexandre de Moraes, votou o conselheiro Paulo Lobo, que viu no ato normativo do TJ paulista tratamento diferenciado em relação aos advogados. Assim, ele optou por deferir o pedido da OAB na íntegra.
Uma quarta posição surgiu com o conselheiro Oscar Argollo. Ele defendeu que houvesse conversão em diligência para que fossem anexados aos autos os termos de um convênio entre a OAB do Rio de Janeiro e o Tribunal de Justiça daquele estado, no qual foi realizado um credenciamento de advogados.
No entanto, os demais conselheiros, em sua quase totalidade magistrados e integrantes do Ministério Público, preferiram seguir a tese de Alexandre de Moraes e indeferiram na íntegra o pedido da OAB.
Revista Pessoal: OAB (07.09.06)
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, afirmou, nesta quinta-feira (7/9) que a advocacia não apresenta qualquer restrição a ser submetida à fiscalização nos portais eletrônicos instalados nas entradas dos presídios no momento em que ingressa nas prisões para atender profissionalmente o seu cliente. O que a OAB não aceita, em hipótese alguma, segundo Busato, é a revista manual ao advogado, como se ele fosse marginal e o responsável por toda a comunicação indevida que existe entre os detentos nos presídios e o mundo exterior.
Para Busato quem deve ser revistado é o preso, antes e depois de qualquer contato com pessoas do mundo exterior as prisões. No caso dos advogados, o presidente da OAB nacional disse que o contato com o preso não precisa ser físico, pode, e deve, ser por meio de um vidro.
Busato considera que a revista manual ao advogado na entrada dos presídios é "absolutamente vexatória para um profissional que tem a obrigação de prestar, dentro do Estado Democrático de Direito, a ampla defesa do cidadão".
Ele lembrou que esse posicionamento não significa, no entanto, que OAB seja contrária às variedades de controle e tipos de fiscalização eletrônica instalados nas penitenciárias. Essa, disse Busato, é uma fiscalização à qual deve se submeter todos os que precisarem entrar nos presídios, sem exceção.
O presidente nacional da OAB lembrou que não têm que sofrer a revista manual os padres que prestam assistência espiritual aos presos, os médicos que dão assistência de saúde, os familiares que dão assistência humana ao presidiário ou, ainda, os juízes, os policiais e funcionários que trabalham no interior das carceragens.
"Acreditamos que o Estado, por ter a responsabilidade da guarda do apenado, tem que fazer uma vistoria ampla e rigorosa, mas no preso, toda vez que este tiver contato comqualquer pessoa, seja ela advogado, médico, padre, o magistrado, enfim, qualquer um".
Revista Pessoal: TJPI (04.04.07)
O presidente da OAB/PI, Norberto Campelo, encaminhou denúncia à Corregedoria do TJ/PI contra a juíza Zilnéia Gomes Barbosa, da comarca de Picos, por ela estar barrando advogados na entrada do Tribunal do Júri. Segundo Campelo, os advogados de Picos reclamaram junto à entidade porque estavam se sentindo constrangidos. “Somente os advogados estavam sendo obrigados a revista eletrônica”,disse. 
O Conselho aprovou à unanimidade a representação contra a magistrada e a publicação de uma nota de repúdio. Foi ignorado o fato de que o advogado é parte integrante da Justiça e a ela indispensável, sendo livre o seu acesso, afirmou o presidente da OAB. "Lamentamos o fato e por isso denunciamos a juíza. Ela ignorou que o advogado é parte integrante da Justiça e não precisava passar por isso tudo. A revista somente de advogados é um grave atentado contra as nossas prerrogativas, afirmou Norberto.
Revista Pessoal: TJMS (25.09.07)
Durante uma reunião realizada ontem, no TJ/MS, entre representantes do Judiciário Estadual e a diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso do Sul ficou decidido que os advogados, devidamente identificados, não precisarão passar pela revista na porta detectora de metais, na entrada do fórum de Campo Grande. 
A medida será válida, a partir de amanhã até que um aparelho de raio-x seja adquirido. E valerá para servidores, promotores, defensores e procuradores. Um projeto para ampliar a segurança dos fóruns de todo o Estado, unificando medidas, está em estudo e algumas já foram implantadas, a começar pela Capital, onde portas detectoras de metais e câmeras já foram instaladas. Segundo a diretoria da OAB, a preocupação em ampliar a segurança do local é relevante, mas seria necessário otimizar o procedimento para que não haja constrangimento com a revista. 
Durante o encontro, os representantes da classe dos advogados ponderaram quanto ao desconforto que a revista de pastas e bolsas estava causando aos profissionais que militam diariamente no Fórum da Capital, muitos deles com várias entradas e saídas diárias no prédio da repartição, o que forçava a repetidas revistas. 
Participaram da reunião: o presidente do TJ/MS João Carlos Brandes Garcia; a diretora geral da Secretaria do TJMS Maria Elena Rizkallah; o diretor da Secretaria de Informática Lício Ferraz; o juiz auxiliar da presidência Vladmir Abreu da Silva; o juiz diretor do foro Alexandre Corrêa Leite; o assessor militar coronel Derzi Matias; os assessores legislativos Carivaldo Damaceno e Reinaldo Rodrigues Ribeiroo e o presidente da OAB/MS Fábio Trad; a vice-presidente Kátia Cardoso; o secretário-geral Ary Raghiant Neto; a secretária-geral adjunta Sílvia Regina de Mattos Nascimento; a tesoureira da entidade Leny Ourives.
Urbanidade: TJRJ (09.12.04)
A justiça do Rio de Janeiro determinou que o juiz Antônio Marreiros da Silva Melo Neto deve ser chamado de "doutor" ou de "excelência". A decisão do desembargador Gilberto Dutra foi divulgada neste domingo (7/11) pelo colunista Ricardo Boechat, do Jornal do Brasil.
Marreiros entrou com o pedido para obrigar o porteiro e os condôminos do prédio em que mora, em São Gonçalo, a usar os tais tratamentos honoríficos.
Ao conceder a liminar, o desembargador Dutra criticou o juízo de primeiro grau que não concedeu antecipação de tutela ao colega, chamando de "teratológica" a negativa. Segundo o andamento processual registrado no site do TJ, Marreiros, o agravante, não recolheu as custas para a intimação dos agravados.
O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Octávio Augusto Brandão Gomes, se disse estarrecido com a decisão. "Todos nós somos seres humanos", afirmou Gomes. "Ninguém nessa vida é melhor do que o outro só porque ostenta um título, independente de ter o primeiro ou segundo grau completo ou curso superior", completou.
Urbanidade: TJRS (28.07.06)
Não havendo dolo ou fraude, não há responsabilidade pessoal do juiz, mas isso não o desobriga de agir com serenidade nas audiências nem de tratar os advogados com urbanidade. Com este entendimento o Tribunal de Justiça gaúcho condenou o estado do Rio Grande do Sul a indenizar um advogado insultado por um juiz durante audiência.
A decisão é da 9ª Câmara Cível do TJ-RS que entendeu que não houve responsabilidade pessoal do juiz, por isso determinou que o estado é responsável pelos fatos. A decisão se baseia no artigo 133, inciso I, do Código de Processo Civil e no artigo 49 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (“responderá por perdas e danos o magistrado, quando no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude”).
A Câmara determinou indenização no valor de 30 salários mínimos, por dano moral. As informações são do Espaço Vital e do TJ-RS.
Em 1998, o juiz Paulo Capa, do Juizado Especial de Campo Novo (RS) presidiu audiência com a participação do advogado Emanuel Cardozo. O advogado defendia junto ao juiz que a ação fosse julgada extinta já que o autor não compareceu à audiência. O juiz recusou sua tese e marcou nova audiência.
O advogado insistiu tanto que o juiz perdeu a paciência e chamando-o de “guri de bosta”, disse. “Não é aqui que vai aprender a fazer audiências.” Em seguida chamou a Brigada Militar, mas antes mesmo que os guardas chegassem abriu a porta e expulsou o advogado: “Ponha-se daqui para fora, seu moleque”, disparou.
No recurso à 9ª Câmara Cível do TJ gaúcho, o advogado pedia que o valor da indenização, antes fixado em 50 salários mínimos, fosse majorado. Alegou que a atuação do juiz foi desastrosa, pois não é faculdade do juiz destituir advogado de processos. Além disso, sustentou que é um excesso reprovável mandar chamar a polícia para retirar o advogado da sala de audiências.
O Estado também recorreu. Afirmou que a decisão de primeira instância ignorou os caracteres especiais de que se reveste a responsabilidade civil do Estado por atos de juízes no exercício de suas funções. E declarou que a sentença carece de lógica, uma vez que condenou o Estado e deixou de condenar o próprio juiz. Além do que não enxergou qualquer conduta dolosa ou culposa por parte do juiz. Pedia que a ação fosse julgada improcedente.
Na decisão, o TJ entendeu que “a conduta insistente, até mesmo irritante do advogado, indica que houve culpa concorrente”, portanto, rejeitou o recurso do advogado, reduzindo o valor da indenização para 30 salários mínimos. E conclui que "verificando-se que o magistrado se excedeu, proferindo ofensas ao advogado durante audiência, o Estado deve ser responsabilizado pelos danos morais causados ao causídico".
Urbanidade: OAB (10.08.07)
O Conselho Federal da OAB apresentou ontem ao CNJ reclamação disciplinar contra o juiz federal Hélder Girão Barreto, titular da 1ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima. A reclamação foi feita com base em relato de várias irregularidades que teriam sido cometidas pelo magistrado no exercício de sua função, apresentadas à OAB Nacional pelo advogado com atuação em Roraima, Alexander Ladislau Menezes, atualmente conselheiro federal OAB pelo Estado. 
Ladislau relatou que, em novembro de 2003, atuava como advogado do ex-governador do Estado, Neudo Campos (atualmente deputado federal), que fora preso juntamente com vários roraimenses durante operação da PF denominada "Praga do Egito". Conhecedor da animosidade que existia entre o juiz Hélder Barreto e seu cliente (Neudo Campos) – que pode ser apurada com base nas exceções de suspeições julgadas pelo TJ de Rondônia, quando o magistrado pertencia àquele Tribunal – Ladislau argüiu a suspeição do juiz também ao TRF/1ª Região. 
A atitude do advogado, segundo consta no texto da reclamação disciplinar, não agradou o magistrado, que teria passado a persegui-lo e a atrapalhar o exercício de sua advocacia, e, em 04/03/04, durante uma audiência de oitiva de testemunhas do caso, teria advertido uma testemunha de forma pouco ortodoxa, tendo utilizado a expressão:"na minha presença se a senhora mentir sairá daqui presa". O fato ocorreu na presença de várias pessoas, entre as quais os réus no processo, advogados, estagiários, procuradores da República e servidores da Justiça, o que levou o advogado a solicitar providências da Seccional da OAB de Roraima. A entidade aprovou, por unanimidade, representação contra o juiz.
"Esse foi o início de uma guerra do magistrado contra o ora requerente", afirma Alexander Ladislau no relato ao Conselho Federal da OAB, informando, ainda, existirem outros fatos que comprovam que atitudes do magistrado teriam feito com que os processos patrocinados por seu escritório na Justiça Federal de Roraima passassem a enfrentar "obstáculos intransponíveis". "Na pequena cidade de Boa Vista corria a 'boca pequena' que o ora requerente é 'pessoa non grata' na Justiça Federal, o que levou a minha advocacia a ficar drasticamente reduzida naquela justiça", relatou Alexander Ladislau. 
O advogado anexou ao texto da reclamação disciplinar informações fornecidas pelo deputado Neudo Campos, dando conta de que o juiz Hélder Girão teria dito a ele, no dia 22 de dezembro de 2005, que o advogado de Boa Vista "era muito fraco", que argüir sua suspeição no julgamento seria "perda de tempo" e teria sugerido que o ex-governador mudasse de advogado. Neudo Campos, atemorizado com as observações do juiz, ainda mais porque figurava como réu em processos conduzidos por aquele magistrado, acolheu a sugestão e cedeu ao "conselho" e somente tempos depois revelou o teor da conversa a Ladislau. 
Com base nas informações, a OAB Nacional decidiu apresentar a reclamação ao CNJ com base no artigo 35, incisos I, IV e VIII da Lei Complementar nº 35, que afirma serem deveres do magistrado "cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício" e "tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência" (conforme prevê o inciso IV). O Conselho Federal da OAB pede que a reclamação seja processada e acolhida com o fim de aplicar ao juiz federal Hélder Girão Barreto as penalidades cabíveis na lei.
Urbanidade: TST (11.09.07)
O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho decidiu, por unanimidade, negar provimento a recurso de um juiz do Trabalho de primeiro grau que, após perder o controle durante uma audiência e agredir verbalmente um advogado, foi objeto de processo administrativo disciplinar que resultou na aplicação de pena de censura. O processo correu em segredo de justiça, e o relator, ministro Horácio de Senna Pires, baseou seu voto no artigo 35, inciso IV da Lei Orgânica da Magistratura, que lista, entre os deveres do magistrado, o de "tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça". 
Para o relator, ao exercer um cargo público e detendo poderes que são atributos do cargo, e não da sua pessoa, "o juiz deve servir sem arrogância, sem prepotência e sem arbitrariedade". 
O incidente aconteceu em 2004. De acordo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho, os detalhes obtidos por meio da transcrição dos diálogos ocorridos na sala de audiência e no depoimento de testemunhas "não deixam dúvidas de que o magistrado perdeu o controle e o equilíbrio emocional, alterou o tom de voz, ameaçou o advogado, além de ter chutado a pasta do referido causídico". Ainda segundo o TRT, se não fosse a intervenção de um segurança da Vara do Trabalho, que se interpôs entre o juiz e o advogado, teria ocorrido agressão física. A gravação do episódio foi feita pelo próprio advogado e a fita foi encaminhada à Polícia Federal, que a degravou e fez a perícia. O mesmo juiz é parte também em dois outros processos administrativos, que se encontram em grau de recurso no TST. 
Em seu recurso ao TST contra a pena de censura, o juiz suscitou uma longa lista de preliminares e alegou que sua "reação" foi causada por ações dos denunciantes, mas não conseguiu prová-las. Argüiu também a ilicitude da prova fonográfica, argumento refutado pelo relator, que a considerou "totalmente válida, já que periciada por órgão público isento, a Polícia Federal". 
Ao analisar os autos, o ministro Horácio ressaltou que "a atitude, os termos e todo o contexto que exsurge das provas tanto materiais quanto testemunhais revelam uma conduta totalmente imprópria para um juiz, seja em que circunstância ou sob que condições estivesse submetido, pois para isso a lei lhe dá autoridade para não ser necessário e, diga-se mesmo, proibir-lhe de agir fora da imparcialidade e eqüidistância em relação às paixões que só às partes é permitido exibir e mesmo assim respeitando-se as instituições." 
Prosseguindo em seu voto, o relator concluiu que a pena de censura aplicada pelo Regional foi proporcional à falta funcional comprovada, e que a conduta do juiz tipifica nítida afronta ao dever de urbanidade previsto na Loman. "Urbanidade, segundo os melhores dicionários do idioma português, é qualidade de quem demonstra civilidade, afabilidade, cortesia, polidez, boas maneiras e respeito entre cidadãos", afirmou. "Trata-se de qualidade que o legislador exige do juiz, no conjunto dos deveres éticos, indispensáveis ao desempenho da atividade judicante. E no particular aspecto do dever de urbanidade no trato com as partes, advogados, membros do Ministério Público, o juiz não pode esquecer que o cargo que exerce exige serenidade". 
As informações sobre as partes e o TRT de origem foram suprimidas por se tratar de processo em segredo de justiça. 
Art. 7º São direitos do advogado:
I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;
II - ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB;
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008) 
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1127-8)
VI - ingressar livremente:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
VII - permanecer sentadoou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença;
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;
IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; (Vide ADIN 1127-8)
X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo;
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias;
XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela;
XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado;
XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;
XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo.
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
1) aos processos sob regime de segredo de justiça;
2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada;
3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado.
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1127-8)
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo.
§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. (Vide ADIN 1127-8)
“§ 5o  São instrumentos de trabalho do advogado todo e qualquer bem móvel ou intelectual utilizado no exercício da advocacia, especialmente seus computadores, telefones, arquivos impressos ou digitais, bancos de dados, livros e anotações de qualquer espécie, bem como documentos, objetos e mídias de som ou imagem, recebidos de clientes ou de terceiros.” (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008).
§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.
§ 6o  Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)
§ 7o  A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) 
§ 8o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)
§ 9o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)
Art. 7º, caput. Para o adequado exercício da atividade de advogado, o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil estabeleceu, em seu artigo 7º, uma séria de prerrogativas. O Supremo Tribunal Federal definiu no dia 17.05.06 a validade de diversos dispositivos do Estatuto da Advocacia e considerou inconstitucionais, ao todo ou em parte, diversos itens contestados na Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros há quase 12 anos — logo após a aprovação do Estatuto da OAB.
Art. 7º, caput → Art. 15, caput (RGE); Provimento 127/08
Art. 15, caput (RGE). Compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção, ao tomar conhecimento de fato que possa causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, adotar as providências judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa. 
Prerrogativas: PL 5.762/05, Câmara dos Deputados (20.05.08)
O plenário aprovou pena de detenção de seis meses a dois anos aos que violarem direito ou prerrogativa de advogado. A matéria, aprovada na forma do substitutivo da CCJ ao PL 5762/05, segue agora para análise do Senado.
De acordo com a redação dada pelo deputado Marcelo Ortiz - PV/SP, relator do projeto pela CCJ, está sujeito a essa pena quem violar o direito do advogado, impedindo ou limitando sua atuação profissional e "prejudicando interesse legitimamente patrocinado". A pena não impede a aplicação de outra correspondente à violência, se houver. O projeto muda o Estatuto da Advocacia.
A OAB, por intermédio de seus conselhos seccionais, poderá requerer sua admissão como assistente do MP nas ações penais decorrentes da nova regra. O conselho seccional da OAB poderá solicitar ao delegado de polícia competente a abertura de inquérito policial por violação aos direitos e às prerrogativas do advogado.
O PL 5762/05 tramitava em conjunto com o PL 4915/05, que foi rejeitado pela CCJ, prevalecendo, portanto, o substitutivo do deputado Ortiz.
"Considero esta vitória no plenário da Câmara dos Deputados uma das mais importantes para os advogados de São Paulo e do Brasil e continuaremos articulados para ter este marco das prerrogativas profissionais transformado em lei", afirmou o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso.
O presidente da OAB/SP lembra que lançou a proposta da criminalização à violação das prerrogativas profissionais dos advogados durante a Reunião Nacional de Presidentes de Seccionais, realizada pelo ConselhoFederal da OAB, em março de 2004. A proposta foi acatada e incluída na Carta do Paraná, documento oficial divulgado ao final do encontro. 
D'Urso espera que o substitutivo aprovado na Câmara seja igualmente endossado no Senado Federal. "Muitas forças atuaram nesta luta, liderada pela Seccional Paulista. Destaco, o relator do substitutivo, deputado e advogado Marcelo Ortiz(PV-SP) que, inclusive, participou de uma reunião do Conselho Seccional, em São Paulo no mês de março, quando recebeu uma homenagem pelo seu empenho na defesa das prerrogativas profissionais", comenta o presidente. 
Na avaliação do presidente da OAB/SP, este projeto será uma revolução em prol do direito das prerrogativas de defesa no Brasil. "As prerrogativas do advogado estão assegurando aos cidadãos o amplo direito de defesa e o contraditório. Dessa forma, constituem violação às prerrogativas juiz que não atende advogado no interesse do jurisdicionado, que não permite consulta aos autos, que desrespeita advogado em audiência, que determina busca e apreensão em arquivos sigilosos do advogado visando documentos do cliente, e todo tipo de prática que contenha viés autoritário por parte dos agentes públicos, sejam do Judiciário, da Administração Pública ou forças policiais. O Desagravo ao advogado ofendido, contemplado no Estatuto da Advocacia, fica restrito à classe e não se mostra suficiente para coibir essas ilegalidades. Por isso, trabalhamos para que diversos deputados apresentassem projetos de lei, em 2005, visando a criminalização das prerrogativas profissionais", aponta D'Urso.
Prerrogativas: CNJ (21.07.08)
O secretário-geral do CNJ, Alvaro Ciarlini, recebeu no dia 17/7 nota técnica em que a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho - Anamatra marca a posição contrária da instituição sobre o projeto de criminalização das prerrogativas da advocacia. O presidente interino da Associação, Marcos Salomão entende que "o momento é impróprio para discussão e votação de proposta dessa natureza no parlamento".
O PL 5.762/05 prevê que a violação de direito ou prerrogativa do advogado que impeça ou restrinja sua atuação profissional, seja enquadrada como crime com pena de prisão de até dois anos. Já aprovada na Câmara dos Deputados, o texto está em análise pela CCJ do Senado Federal. 
Alvaro Ciarlini salientou que o CNJ irá promover debates sobre a legislação em questões que envolvem o combate ao abuso de autoridade. As discussões, segundo o secretário-geral, começam com a coleta de opiniões das entidades de classe da magistratura.
O dirigente da Anamatra disse que a entidade "é resistente a toda a tentativa de limitar a independência do magistrado no exercício regular de suas funções, seja na condução do processo, seja no ato de julgar". 
Art. 7º, I
Liberdade Profissional: OAB/SP (16.08.07)
A OAB/SP obteve liminar em mandado de segurança contra decisão do juiz da 2ª Vara Criminal do Guarujá, Thiago Hong Chui Kang que destituiu o advogado Pedro Paulo de Jorge Fernandes por discordar das expressões utilizadas pelo mesmo para justificar pedido de liberdade provisória de sua cliente, tendo ainda intimado a ré a constituir novo advogado em 10 dias.
De acordo com o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/SP Sergei Cobra Arbex e o coordenador da Regional de Prerrogativas de Santos, Marco Antonio dos Santos Braga, este tipo de atitude do magistrado não pode acontecer, por violar flagrantemente o Estatuto da Advocacia. "Com a liminar, o advogado foi reintegrado à defesa, mas isto prova que ainda existem abusos por parte do Poder Judiciário e a Comissão de Prerrogativas da OAB/SP estará sempre atenta para atuar em casos como este", afirmou Arbex.
No pedido de habeas corpus, o advogado criticou a lentidão no exame do pedido do HC, lembrando que criminosos como o promotor Thales Ferri Schoedi, o jornalista Pimenta Neves e o juiz de Direito de Sobral estavam em liberdade. Destacou a máxima do dois pesos e duas medidas, uma vez que sua cliente foi presa com outra pessoa em flagrante delito, mas esta teve seu pedido de liberdade provisória deferido. O juiz considerou ofensivos os argumentos do advogado, que argumentou, ainda, sobre sua cliente: "F. é feia, negra, pobre e certamente não fala inglês, trabalha como doméstica nunca ouviu falar em Dolce & Gabana. Para ela – prisão; para a colega – que estava no mesmo barco – a liberdade provisória".
Na avaliação do presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, a liminar restitui a legalidade "As prerrogativas profissionais constituem uma prioridade para a direção da OAB SP. Elas garantem ao advogado exercer sua profissão com liberdade e o sagrado direito de defesa do cidadão, sendo que esta defesa não pode conhecer limites.
Por isso, a OAB/SP propôs o anteprojeto que criminaliza as prerrogativas profissionais para que estas sejam efetivamente observadas sob pena de o infrator incorrer em crime", afirmou D'Urso.
Art. 7º, II → Portaria 1.288/05, Ministério da Justiça
Inviolabilidade: Marco Aurélio Marin (Como Se Preparar Para O Exame de Ordem, Editora Método, 05)
Inviolabilidade profissional significa dizer que o advogado não pode ter violado o seu escritório em respeito à liberdade de defesa e do sigilo profissional.
Observe-se que como o direito à inviolabilidade decorre da liberdade de defesa e do sigilo profissional, esse se estende a todos os meios e instrumentos de trabalho profissional, onde quer que eles se encontrem.
Com efeito, mesmo instalado em espaço dentro da empresa onde exerce advocacia de partido, prevalece a inviolabilidade, conforme já decidiu o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP.
Embora a pretensão da inviolabilidade seja de interesse público deve-se entendê-la como não absoluta, tendo em vista a ressalva legal do exercício da advocacia.
Inviolabilidade: PLC 36/06, Autor: Michel Temer, Câmara dos Deputados (25.05.05)
A Constituição Federal brasileira garante o acesso ao Poder Judiciário e o direito à ampla defesa, com todos os recursos a ela inerentes, bem como proclama a essencialidade da função do advogado para a realização da Justiça.
Tais mandamentos constitucionais basilares são decorrência do próprio Estado Democrático de Direito.
Para a plena realização desses mandamentos constitucionais é inafastável o sigilo da relação cliente /advogado, bem como especial proteção aos dados e informações confiadas pelos cidadãos aos seus advogados.
Anote-se que a Constituição Federal alude à inviolabilidade do sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas e de dados e das comunicações telefônicas só podendo ser violada por ordem judicial. Esta última, “na forma em que a lei estabelecer” (Art. 5º, XII CF). Em outra passagem, verifica-se a autorização para o preso permanecer calado até que seja assistido por um advogado (Art.5º, LXIII, C.F.). Tudo indicando a relação de sigilo que, no caso do detido, se estabelece entre ele e o seu advogado. A Constituição Federal, portanto, é plena de preceitos indicadores da preservação do sigilo da relação advogado/cliente.
A atual ordem legal não realiza plenamente a proteção da inviolabilidade do local de trabalho do advogado, bem como de seus instrumentos de trabalho e de suas comunicações no exercício profissional e, conseqüentemente, as informações sigilosas dos próprios jurisdicionados.
No entanto, em vista do interesse público na repressão à criminalidade, há necessidade de se evitar que profissionais da advocacia invoquem o sigilo profissional, assim como a inviolabilidade dele decorrente, como escudo protetor para impedir a investigação sobre condutas criminosas por si praticadas.
Este projeto, compatível com a Constituição, visa a impedir a conduta delituosa do profissional do direito mas, ao mesmo tempo, a preservação da inviolabilidade do local de trabalho com o que se preserva o sigilo que preside as relações entre o cliente e o seu advogado.
Inviolabilidade: TJSP (22.05.06)
A 5ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o Instituto de Criminalísticaapague em 48 horas o conteúdo da fita do programa Fantástico, exibido pela TV Globo, em que os advogados de Suzane von Richthofen aparecem orientando sua cliente. A decisão se refere à cópia da fita que está nos autos.
No entendimento do relator do pedido, desembargador Damião Cogan, houve quebra da incomunicabilidade, o que viola o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94). De acordo com o advogado Mário de Oliveira Filho, o resultado do julgamento na segunda instância não compromete o pedido de Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça, para que a fita com a entrevista que ela deu ao programa Fantástico seja retirada do processo. O pedido é relatado pelo ministro Nilson Naves.
A posição do desembargador Damião Cogan acompanhou o parecer emitido pelo Ministério Público Federal sobre o caso. Na opinião do subprocurador-geral da República Jair Brandão de Souza Meira, a conversa entre Suzane von Richthofen e seus advogados foi “captada clandestinamente”, o que configura prova ilícita, por isso deveria ser retirada do processo.
Na opinião do representante do MPF, embora tenha concordado em conceder a entrevista ao Fantástico, a conversa deveria ter sido reservada e não divulgada pela emissora. O subprocurador-geral explica que a comunicação entre advogado e cliente está resguardada pela Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia) e pela Constituição Federal.
Suzane, seu namorado Daniel e o irmão dele, Christian Cravinhos, confessaram ter matado os pais dela, Marisia e Manfred von Richthofen, a golpes de barra de ferro, na casa em que a família vivia, em outubro de 2002.
Os três foram denunciados pelo Ministério Público por crime de duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
Inviolabilidade: STJ (29.08.06)
O presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso - acompanhado do conselheiro nato da OAB , Rubens Approbato Machado, e do conselheiro seccional Fábio Romeu Canton Filho - protocolou segunda-feira, no STJ, MS Coletivo, de caráter preventivo, com suscitação de conflito de competência, cumulado com representação com pedido urgente de correição ao Conselho da Justiça Federal, em favor dos advogados paulistas contra atos dos TRFs, do diretor-geral da PF, do superintendente da PF em São Paulo, delegados e policiais federais de todo o país, que venham a executar diligências no Estado de São Paulo. 
"Não se pode, por óbvio, exercer a advocacia em um ambiente tão contaminado. Qualquer advogado paulista tem motivos para temer receber documentos de seus clientes, pois não se respeita a inviolabilidade constitucional e legal de seu escritório. Não sabe se de uma hora para outra não será seu escritório invadido por Policiais Federais, sob o manto de determinações judiciais, por mais abusivas e ilegais que sejam, quer para apreender documentos que estejam transitoriamente na sua posse, quer para prender o advogado, ainda que em razão exclusiva do exercício regular da advocacia." trecho do MS Coletivo impetrado pela OAB/SP 
O ministro Edson Vidigal, presidente do STJ, ao receber o pedido, afirmou que o "advogado é indispensável à administração da Justiça. Não é um inimigo. É parceiro. O juiz é quem tem de autorizar as diligências, mas é preciso que esteja cercado de todas as cautelas para que determinadas ordens não descambem em desordens. Esse é um território muito tênue entre o uso e o abuso e é importante que nós que sempre trabalhamos para a construção de uma democracia, não percamos o que conseguimos até aqui. Temos de ficar atentos à questão da jurisdição e da competência. É uma lógica absurda, um juiz do interior de um Estado determinar providências que são praticadas na jurisdição de outro juiz". 
No entanto, apesar dessa declaração, o STJ decidiu que não era competente para apreciar o MS. O entendimento é do presidente do Tribunal, ministro Edson Vidigal, que negou a liminar e extinguiu o processo sem julgamento do mérito. "No elenco de atribuições deste Superior Tribunal não se insere a de conhecer de Segurança contra atos de outros Tribunais, de seus órgãos fracionários, de Presidente ou de Relator, ou de Delegados ou Policiais Federais", esclareceu o presidente do STJ, que acrescentou a incidência da Súmula 41 sobre o caso. 
"Desde logo ressalta ser inaplicável a Súmula 41 desse Egrégio Superior Tribunal de Justiça ao caso em questão, posto não tratar de decisão isolada de Tribunal, mas de verdadeiro conflito de competência originário de inúmeras decisões das mais variadas localidades do país."
Inviolabilidade: STJ (17.03.15)
É lícita a apreensão, em escritório de advocacia, de drogas e de arma de fogo, em tese pertencentes a advogado, na hipótese em que outro advogado tenha presenciado o cumprimento da diligência por solicitação dos policiais, ainda que o mandado de busca e apreensão tenha sido expedido para apreender arma de fogo supostamente pertencente a estagiário do escritório – e não ao advogado – e mesmo que no referido mandado não haja expressa indicação de representante da OAB local para o acompanhamento da diligência.
De fato, o inciso II e o § 6º do art. 7º da Lei 8.906/1994 dispõem, respectivamente, que são direitos do advogado “a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia” e que “Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes”. A finalidade das normas acima transcritas é, claramente, salvaguardar o sigilo da profissão, respeitando-se as informações privilegiadas que os advogados recebem de seus clientes, em homenagem ao princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV, da CF. No caso em análise, os policiais estavam legitimamente autorizados a ingressar no escritório de advocacia por meio de mandado regularmente expedido, e a determinação de busca e apreensão se deu para o endereço profissional do investigado e não para uma sala ou mesa específica. Não obstante o mandado de busca e apreensão tenha sido expedido para apuração de crime praticado pelo estagiário do escritório, verificou-se, coincidentemente, no cumprimento da medida, a ocorrência flagrancial de dois outros crimes que possuem natureza permanente, ou seja, sua consumação se protrai no tempo. Contraria a razoabilidade exigir-se dos policiais envolvidos na diligência que fingissem não ter visto os crimes, para solicitar, a posteriori, um mandado específico de busca e apreensão para o escritório do advogado. Essa medida contrariaria o art. 301 do CPP: “Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”. Desse modo, não há excesso por parte dos policiais envolvidos na busca e apreensão, uma vez que a busca em todo o escritório era necessária, haja vista que a arma de fogo pertencente ao estagiário poderia estar escondida em qualquer lugar do escritório, o que justifica a busca em todo o ambiente, e não apenas nos locais, em princípio de exercício da função de estagiário. Ressalte-se que a localização de elementos que configuram outros crimes, praticados por pessoa que não figura como objeto do mandado de busca e apreensão, insere-se na hipótese nominada pela doutrina de “encontro fortuito de provas”. Ademais, em que pese a não indicação expressa de representante da OAB local para o acompanhamento da diligência, foi solicitado, pelos policiais nela envolvidos, que um advogado estivesse presentee acompanhasse o cumprimento do mandado de busca e apreensão no escritório. Sendo assim, aplicando-se o princípio da instrumentalidade das formas, a finalidade da norma foi atingida, não havendo que se falar em nulidade, mas sim, se muito, em mera irregularidade.
RHC 39.412-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 3/3/2015, DJe 17/3/2015.
Inviolabilidade: OAB (09.05.07)
Os grampos telefônicos e as escutas ambientais em escritórios de advocacia, mesmo com autorização judicial, serão agora enfrentadas sem trégua pelo Conselho Federal da OAB. 
A decisão foi aprovada ontem em sessão plenária que reuniu os 81 conselheiros federais da entidade, dirigida pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto, autor da proposta. De acordo com a proposta aprovada - cujo relator foi o conselheiro federal pelo Piauí, Marcus Vinicius Furtado Coelho -, a diretoria nacional da OAB adotará "todas as medidas criminais, cíveis e administrativas contra autoridades do Judiciário, do Ministério Público e dos órgãos de segurança que tenham autorizado ou que venham a autorizar escutas telefônicas, em aparelho fixo ou celular, bem como escutas ambientais em escritórios de advocacia, contrariamente ao balizamento constitucional e legal apresentado no presente voto".
O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, esclareceu que apresentou a proposta de luta em todas as frentes contra as escutas, diante de diversas informações divulgadas ultimamente pela imprensa revelando a existência de grampos telefônicos em escritório de advocacia. Ele considerou essa conduta "grave violação às prerrogativas dos advogados e da cidadania". Para Cezar Britto, essa situação gerada pela instalação dos grampos e as escutas ambientas "um precedente que compromete os fundamentos básicos e fundamentais à manutenção do Estado democrático de Direito". O relator da proposta, Marcus Vinicius Furtado Coelho, acatou as ponderações de Britto e formulou um voto considerado "brilhante" pela maioria dos conselheiros.
Inviolabilidade: PLC 36, Senado Federal (10.07.08)
O Senado aprovou o PL 36/2006 que dá nova redação ao art. 7º (inviolabilidade do escritório) da Lei 8.906, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a OAB.
Na prática, a matéria coloca no Estatuto da Advocacia garantias já asseguradas na Constituição aos profissionais do Direito. O projeto, já aprovado pela Câmara, dá nova redação à Lei 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a OAB. 
O projeto foi idealizado pelos ilustres advogados Odel Antun, Roberto Podval e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, na época em que se acalorou o debate sobre as invasões da PF em escritórios de advocacia. Os causídicos redigiram um anteprojeto e enviaram ao deputado Michel Temer, que aprovou a idéia e o apresentou como projeto, com algumas modificações. 
O conselheiro federal da OAB pelo Piauí, Marcus Vinicius Furtado Coelho, que acompanhou a votação no Senado, destacou a relevância da aprovação do PL, uma vez que os advogados têm no sigilo nas informações de seus clientes instrumento indispensável à preparação de sua defesa. "A inviolabilidade do local de trabalho é imprescindível para que se assegure direito à ampla defesa do cidadão e não é possível ter direito de defesa com constantes ameaças de invasão a escritórios de advocacia, mesmo que por ordem judicial". "Esse projeto veda que o advogado seja vítima de ordens judiciais que violem o seu escritório e seu instrumento de trabalho, não só a sede do escritório, mas também computadores e arquivos de seus clientes", acrescentou.
Inviolabilidade: TED/SP
ESCRITÓRIO - INVIOLABILIDADE DO LOCAL – EXTENSÃO
O advogado tem, como direito intocável, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins. O direito à inviolabilidade se estende a todos os meios e instrumentos de trabalho profissional, onde quer que eles se encontrem, ainda que em trânsito. Inclui, portanto, na hipótese dos advogados de empresa, aqueles situados no domicílio ou sede de seu constituinte ou assessorado. A inviolabilidade somente poderá ser excepcionalmente quebrada mediante ordem judicial expressa e fundamentada, e estiver sob julgamento ou investigação questão envolvente exclusivamente da pessoa do advogado e pertinente a fato ou procedimento ilícito em que ele esteja envolvido. Resguardar-se-á sempre, por isso, o sigilo relativo aos interesses do seu constituinte. Esta inviolabilidade, prevista no artigo 7º, inciso II, do Estatuto da OAB, se sobrepõe às conveniências particulares da advocacia, para corresponder a relevantes interesses públicos, da sociedade e da cidadania.
Proc. E - 1.339 - V. M. com Voto Vencedor e Ementa do Dr. ELIAS FARAH - Rel. Dr. MILTON BASAGLIA - Rev. Dr. JOSÉ URBANO PRATES - Presidente Dr. ROBISON BARONI. 
Inviolabilidade: Inq 2424/RJ, STF (20.11.08)
Afastou-se, de igual modo, a preliminar de ilicitude das provas obtidas mediante instalação de equipamento de captação acústica e acesso a documentos no ambiente de trabalho do último acusado, porque, para tanto, a autoridade, adentrara o local três vezes durante o recesso e de madrugada. 
Esclareceu-se que o relator, de fato, teria autorizado, com base no art. 2º, IV, da Lei 9.034/95, o ingresso sigiloso da autoridade policial no escritório do acusado, para instalação dos referidos equipamentos de captação de sinais acústicos, e, posteriormente, determinara a realização de exploração do local, para registro e análise de sinais ópticos.
Observou-se, de início, que tais medidas não poderiam jamais ser realizadas com publicidade alguma, sob pena de intuitiva frustração, o que ocorreria caso fossem praticadas durante o dia, mediante apresentação de mandado judicial.
Afirmou-se que a Constituição, no seu art. 5º, X e XI, garante a inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos cidadãos, sendo equiparados a domicílio, para fins dessa inviolabilidade, os escritórios de advocacia, locais não abertos ao público, e onde se exerce profissão (CP, art. 150, § 4º, III), e que o art. 7º, II, da Lei 8.906/94 expressamente assegura ao advogado a inviolabilidade do seu escritório, ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência, e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB.
Considerou-se, entretanto, que tal inviolabilidade cederia lugar à tutela constitucional de raiz, instância e alcance superiores quando o próprio advogado seja suspeito da prática de crime concebido e consumado, sobretudo no âmbito do seu escritório, sob pretexto de exercício da profissão.
Aduziu-se que o sigilo do advogado não existe para protegê-lo quando cometa crime, mas proteger seu cliente, que tem direito à ampla defesa, não sendo admissível que a inviolabilidade transforme o escritório no único reduto inexpugnável de criminalidade.
Enfatizou-se que os interesses e valores jurídicos, que não têm caráter absoluto, representados pela inviolabilidade do domicílio e pelo poder-dever de punir do Estado, devem ser ponderados e conciliados à luz da proporcionalidade quando em conflito prático segundo os princípios da concordância.
Não obstante a equiparação legal da oficina de trabalho com o domicílio, julgou-se ser preciso recompor a ratio constitucional e indagar, para efeito de colisão e aplicação do princípio da concordância prática, qual o direito, interesse ou valor jurídico tutelado por essa previsão.
Tendo em vista ser tal previsão tendente à tutela da intimidade, da privatividade e da dignidade da pessoa humana, considerou-se ser, no mínimo, duvidosa, a equiparação entre escritório vazio com domicílio stricto sensu, que pressupõe a presença de pessoas que o habitem.
De toda forma, concluiu-se que as medidas determinadas foram de todo lícitas por encontrarem suporte normativo explícito e guardarem precisa justificação lógico-jurídico constitucional, já que a restrição conseqüente não aniquilou o núcleodo direito fundamental e está, segundo os enunciados em que desdobra o princípio da proporcionalidade, amparada na necessidade da promoção de fins legítimos de ordem pública. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Eros Grau, que acolhiam a preliminar, ao fundamento de que a invasão do escritório profissional, que é equiparado à casa, no período noturno estaria em confronto com o previsto no art. 5º, XI, da CF.
Inviolabilidade: (Departamento Jurídico, Gabriela Rocha, 02.04.11, Consultor Jurídico)
O departamento jurídico de uma empresa é tão inviolável quanto um escritório de advocacia? Apesar de não haver legislação específica sobre o assunto, especialistas em Direito Empresarial afirmam que sim. Para eles, os departamentos jurídicos das empresas têm a mesma prerrogativa de inviolabilidade dos escritórios, assegurada pelo inciso II do artigo 7° do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/94).
Nesse dispositivo é dito que, dentre outros, são direitos dos advogados “a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia”.
Em 2009, o então juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto De Sanctis, autorizou a busca e apreensão nas salas do departamento jurídico da empreiteira Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, e advogados de todo o país se contrariaram.
No ano seguinte, foram criados grupos de proteção aos departamentos jurídicos. Uma das principais bandeiras de um deles, a Comissão de Apoio a Departamentos Jurídicos do Movimento de Defesa da Advocacia é consolidar o entendimento de que os departamentos jurídicos sejam considerados invioláveis, assim como os escritórios.
Segundo o presidente da comissão, José Romeu Garcia do Amaral, o objetivo principal e inicial do grupo é defender as prerrogativas dos advogados de departamentos jurídicos, “que derivam das prerrogativas do advogado mas tem algumas particularidades”.
Por causa dessas peculiaridades, o grupo foca seus estudos e atividades na inviolabilidade dos departamentos e na proteção a informações das comunicações internas entre os advogados que atuam neles e seus clientes, ou seja, os administradores da empresa, como diretores executivos, conselheiros e diretores.
Segundo Amaral, isso nunca foi debatido no Brasil da forma como ocorre em outros países e questões como a da inviolabilidade ainda não foram expressamente regulamentadas.
Segundo o diretor-presidente do Fórum de Departamentos Jurídicos (FDJur), José Nilton Cardoso de Alcantara, a prerrogativa de inviolabilidade é estendida aos advogados mesmo que isso não conste de nenhuma lei específica. O juiz que ordenou a invasão do departamento jurídico de uma empresa, não entendeu assim.
As pessoas que negam essa inviolabilidade argumentam que como o advogado de empresa não tem completa autonomia e independência no seu exercício, a inviolabilidade estaria prejudicada.
De acordo com o advogado e professor dedicado à área de Direito Empresarial e Gestão Jurídica Estratégica, Leonardo Barém Leite, a questão já está suficientemente regrada no próprio Estatuto da OAB, já que nele está regulamentada toda a profissão da advocacia, inclusive seu local de trabalho.
O advogado explica que apesar de o estatuto não distinguir departamento jurídico de escritório, “como durante muitos anos o principal local de trabalho dos advogados era o escritório, foi feita uma distinção, mas pela própria sociedade”.
Leite observa que nos departamentos existem “sutilezas que geram prerrogativas específicas” na medida em que, no caso deles, a separação da participação do advogado nos processos e contratos não é tão nítida quanto dos advogados que atuam em escritórios, porque o advogado é parte da própria empresa.
Por conta disso, o advogado aconselha que “tanto quanto possível, os advogados devem estar separados fisicamente das empresas para quando isso for colocado em xeque, em inspeções ou fiscalizações, ele seja considerado como enquadrado na lei”.
Leonardo ressalta que essa orientação é prática, já que pela lei não há distinção entre escritório e departamento jurídico, como diz ser a posição oficial da OAB. Ele participou da Comissão Especial da Advocacia Corporativa da OAB, que foi criada em outubro do ano passado, mas hoje não existe mais.
Após as invasões da Polícia Federal, o grupo começou a preparar um detalhamento de prerrogativas e a estudar as diferenças entre os departamentos e os escritórios, pensando se seria o caso de apresentar algum provimento da OAB. “Como existiram casos concretos em que a situação ficou nebulosa, discutimos se seria necessário ou não [uma regulamentação]”, mas “não evoluiu porque a posição oficial é que as prerrogativas e proteções são as mesmas”.
Quanto à natureza da inviolabilidade, Leite explica que ela não é um privilégio, mas sim uma prerrogativa dos advogados relacionada à proteção do cliente no sentido de que, “no Brasil todos têm direito a serem defendidos e, para isso, tem que se ter segurança de que tudo que se falar com advogado é sigiloso”.
Ao final, o advogado reconhece que existem “zonas cinzentas” e que “a dificuldade é que se a empresa está sendo fiscalizada pela Polícia Federal com um mandado de busca, a polícia pode pegar tudo, independentemente da mesa ou gaveta”.
Por causa disso, assinala que “o que a lei defende é o advogado que está advogando no caso para a empresa”, e que isso deve ficar muito claro na medida em que, teoricamente, o diretor jurídico também pode ser de outros setores, como de recursos humanos ou financeiro, caso em que “a separação física é mais importante ainda”.
O entendimento de que a inviolabilidade dos escritórios se estende aos departamentos não é exclusivo dos advogados. O vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Wellington Cabral Saraiva, não enxerga situação que esteja fora da proteção da lei, já que ao se falar em "local de trabalho", o inciso II do Estatuto da OAB “é suficientemente amplo para abranger os departamentos jurídicos, que são locais de trabalho do advogado”.
Contudo, o procurador regional da República esclarece que ambos os locais podem ser violados, dependendo da situação. Segundo Cabral, um importante ponto a ser analisado nessa questão é que a inviolabilidade não é absoluta, até, porque, no Direito, em geral, nenhum direito o é. Nesse sentido, defende que deve ser feita uma interpretação sistemática: “de um lado, os departamentos têm proteção da inviolabilidade, mas de outro, ela não é absoluta”.
Ele explica que a proteção é relativa ao exercício da advocacia, mas que, conforme o parágrafo 6° do mesmo artigo 7°, se um advogado comete um crime, que se relacione ou não ao exercício de sua profissão, e os indícios desse cometimento se encontrem no escritório ou departamento, o local pode ser objeto de uma busca e apreensão.
Nesse sentido, resume: “o próprio estatuto que estabelece a inviolabilidade também estabelece limitações: só protege o advogado no exercício da advocacia. Se ele cometer crime, mesmo nesse exercício, não será protegido”. E conclui: “se escritórios fossem absolutamente invioláveis “seriam caixa forte para prova de crime”. E seria, também, o único lugar do país com esse tipo de proteção. "Buscas já foram feitas em tribunais, gabinetes de juízes e de parlamentares e não vejo problema em que aconteçam em gabinetes de membros do Ministério Público”, diz.
A questão passa a ser, então, relativa ao grau de consistência dos indícios de cometimento de crime pelo advogado. Por isso mesmo, cabe ao Poder Judiciário examinar caso a caso. “Tanto é que a lei exige que busca e apreensão seja autorizada por decisão fundamentada do juiz”.
A viabilidade de se regulamentar a situação dos departamentos jurídicos também é estudada pela Comissão de Advogados Corporativos da OAB do Paraná. Segundo o presidente da comissão, Maick Felisberto Dias, existem alguns relatosde empresas pequenas que, eventualmente, tiveram arquivos de advogados violados em fiscalizações.
A comissão trabalha de maneira complementar à comissão de prerrogativas quando há alguma violação das prerrogativas de advogados que trabalhem em empresas. Mas além disso, o grupo também foi criado para que os advogados de departamentos possam trocar experiências sobre suas realidades profissionais. Um de seus objetivos é a preparação dos profissionais para trabalhar em empresas porque “hoje as faculdades são muito mais voltadas para advogados trabalharem autonomamente”.
A comissão busca uma aproximação com as escolas para que gestão seja incluída no currículo acadêmico. Ela pretende representar a categoria no âmbito legislativo, e difundir e mapear essa atividade no país, considerando que, “existe dívida da OAB de certa prestação de serviço para esse gênero de advogados”.
Inviolabilidade: Inq 2424/RJ, STF (26.05.12)
Sob o argumento de que busca e apreensão de material relativo a condutas criminosas só podem ser feitas em escritórios de advocacia com o devido acompanhamento de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região considerou ilegais ações conduzidas pela Polícia Federal durante a Operação Teníase.
A operação, deflagrada em novembro de 2010, teve como objetivo a desarticulação de uma suposta quadrilha formada para obter benefícios previdenciários irregulares no Rio de Janeiro. Foram executados 24 mandados de prisão e, na relação de endereços onde buscas e apreensões foram feitas, estavam os de sete advogados.
A OAB/RJ apelou contra decisão de primeiro grau que negou a ilegalidade da operação, alegada em Mandado de Segurança. A entidade se baseou no parágrafo 6º e no artigo 7º da Lei 8.906/1994, que trata da inviolabilidade do local de trabalho do advogado. “Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade (...) expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB”, diz o dispositivo.
 Segundo o advogado da Ordem, Renato Neves Tonini, embora a seccional tenha sido alertada sobre as diligências, que seriam deflagradas às 7h, o aviso não ocorreu com a devida antecedência. “O delegado entendeu que nós teríamos condições, às 5h da manhã, de reunir sete advogados”, disse. “Conseguimos reunir três.”
 
O relator do caso no TRF-2, o desembargador Paulo Espírito Santo, acatou a apelação, defendendo a inviolabilidade dos escritórios. “O interesse público envolvido na persecução criminal está acima do interesse privado do advogado e de seus clientes? Em tese, eu responderia que não, porque o interesse público é maior”, disse. Isso porque, para o desembargador, o "interesse público maior" inclui a proteção aos escritórios. “Eu pergunto de novo: não existe interesse público em manter a inviolabilidade do advogado e de seus clientes? 
Isso não é interesse público?”.
 O desembargador Ivan Athié seguiu o voto do relator. “Se persistir esse estado de coisas, senhor presidente (...), amanhã entrarão na sua casa, no gabinete do doutor procurador, no nosso gabinete, na casa do advogado, na casa da mulher, da namorada do advogado, para buscar aquela prova, porque precisam achar uma prova de que ele fez — como se diz hoje — aquele malfeito.”
No entanto, para o desembargador Abel Gomes, vencido na votação, a comunicação foi feita partindo do pressuposto de que há uma estrutura de plantão. “Abuso de poder no ato praticado pelo delegado? Com a máxima vênia, não vejo abuso”, afirmou. “Acho que nos deparamos com uma situação excepcional, o delegado também não tinha como imaginar, como saber com que estrutura a Ordem dos Advogados dispõe para em um eventual plantão atender.”
Com a decisão do TRF, foi anulado despacho da 4ª Vara Federal Criminal, que havia recusado Mandado de Segurança. As diligências de busca e apreensão em quatro dos sete escritórios de advocacia — aqueles em que não houve representante da OAB no momento da ação — foram consideradas ilegais. “Houve um vício na reunião dessa documentação, a lei não foi respeitada e, portanto, o que foi apreendido ou o que for consequência disso não poderá ser levado em consideração”, explicou Tonini.
Fernanda Tórtima, presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ que responde pelo caso, defendeu a atitude da entidade: "No caso específico desta impetração, nós não visamos nem mesmo defender os advogados, mas, sim, o cumprimento da lei."
Em nota, a Advocacia-Geral da União afirmou não ter sido intimada da decisão, e que só após receber a comunicação da Justiça avaliará se entrará com recurso.
Inviolabilidade: TRF2 (26.06.12)
Ao julgar apelação em mandado de segurança interposta pela Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas (Cdap) da OAB/RJ, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) anulou quatro buscas realizadas pela Polícia Federal em escritórios de advocacia durante a Operação Teníase, em razão da ausência de representante da entidade no local.
Na operação em questão, que em 2010 executou 24 mandados de prisão de acusados de envolvimento em fraudes contra a Previdência Social, os endereços de sete advogados estavam entre os que passaram por buscas e apreensões. Estas diligências, porém, só foram informadas aos representantes da Cdap no mesmo dia, às 5h da madrugada, o que, segundo a apelação da comissão, impossibilitou arregimentar representantes da Ordem em número suficiente para acompanhá-las.
A presidente da Cdap, Fernanda Tórtima, conta que foi enviado um delegado plantonista ao escritório onde seria realizada a primeira busca e, em seguida, ela a própria dirigiu-se ao outro local, assim como o vice-presidente, Renato Neves Tonini, que acompanhou a diligência em um terceiro endereço. "Quatro escritórios, no entanto, sofreram busca sem a presença de representante da OAB/RJ, o que é vedado por lei", explica Fernanda.
A Comissão reivindicou judicialmente que estas operações deveriam ser comunicadas na véspera, preservado a identidade e o endereço dos atingidos. Assim, a Seccional teria tempo hábil para disponibilizar os delegados.
Após uma decisão de primeiro grau que considerou legais as buscas realizadas, a Ordem apelou, por meio de apelação assinada por Fernanda e por Tonini que indicava a exigência contida no parágrafo 6º e no artigo 7º da Lei 8.906/1994, que trata da inviolabilidade do local de trabalho do advogado. De acordo com o dispositivo, "presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade (...) expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB".
A Seccional argumentou ainda que nem a Justiça Federal ou a Polícia Federal contam com muitos magistrados ou delegados plantonistas. "Por que a Ordem deveria ter tratamento distinto e ter à disposição em qualquer hora do dia ou da noite um sem número de delegados plantonistas?", questiona Fernanda. Nesse sentido, a Cdap ressaltou na reivindicação que a garantia da lei não pode ser considerada uma mera formalidade.
O relator do caso no TRF-2, o desembargador Paulo Espírito Santo, acatou a apelação, defendendo a inviolabilidade dos escritórios e deixando claro que a presença de representante da Ordem na realização de buscas em escritórios de advocacia também atende ao interesse público.
"De fato, a presença de representante da Ordem atende muito menos ao interesse do advogado titular do escritório e muito mais ao da sociedade, tendo em vista que o advogado defende interesses de terceiros, de seus clientes, que devem ter suas informações e seus documentos pessoais protegidos", disse a presidente da Comissão.
Segundo ela, até mesmo o desembargador Abel Gomes, que tinha um posicionamento contrário ao de Espírito Santo, entendendo que as buscas não deviam ser anuladas por não ter havido abusode poder, criticou a sentença de primeira instância, lamentando que juiz substituto da 4ª Vara Federal Criminal Vlamir Costa Magalhães tenha se referido à Ordem como "falha e morosa".
Fernanda ressalta que, nesse caso, a Cdap não prestou assistência aos advogados porque "as acusações, sejam verdadeiras ou falsas, não estão vinculadas ao exercício regular da profissão". Ela frisa que a atuação da Seccional se deu apenas com a finalidade do cumprimento da lei. "Independentemente da acusação feita aos colegas, a lei deve ser cumprida e sempre tomaremos providências para que isso ocorra", conclui.
Sigilo Profissional: Nova Iorque/US (02.08.06)
A Justiça dos Estados Unidos decidiu, recentemente, que a privacidade entre advogado e cliente se aplica às comunicações corporativas feitas através de computadores de empresas. Apesar de haver leis em sentido contrário no país, uma corte federal adotou essa nova direção.
“É verdade que muitas leis sustentam que empregados, geralmente, não devem ter expectativas de privacidade quando se trata de comunicações eletrônicas relacionadas com o trabalho, especialmente quando assinam documento com políticas contratuais para computadores, que explicitamente prevêm isso. Mas houve uma virada recente nessa visão”, diz o advogado Eric Sinrod, do escritório Duane Morris LLP, de São Francisco, nos Estados Unidos.
Segundo ele, uma corte federal americana entendeu que deve ser mantida a privacidade entre advogado e cliente sobre as comunicações feitas com laptops de escritórios. Trata-se do caso chamado Lara Curto versus Medical World Communications, em Nova York.
Uma empregada da MWC, entre agosto de 1995 e outubro de 2003, assinou o contrato que previa a política para e-mails. De acordo com a norma, empregados não deveriam alimentar nenhuma esperança de privacidade de suas comunicações no sistema de computadores da MWC.
A partir de maio de 2002, a empregada trabalhou fora de casa e dispunha de dois laptops da empresa. Assim, ela enviou correspondência eletrônica a seu advogado particular. A empregada apagou os e-mails antes de devolver os computadores para a MWC.
Quase dois anos depois, a MWC contratou um consultor forense para restaurar e preservar a correspondência eletrônica entre a empregada e seu advogado particular.
A empregada alegou que as comunicações restauradas estavam garantidas pela privacidade entre advogado e cliente. Portanto, não poderiam ser mantidas pela MWC. A empresa, por sua vez, argumentou que o contrato de trabalho previa “nenhuma expectativa de privacidade nessas comunicações”.
O juiz federal nova-iorquino percebeu que a empresa não havia salientado essa política com tanta ênfase, em outras ocasiões. Ele considerou também que a empregada tomou precauções razoáveis para evitar abertura de suas comunicações com seu advogado, ao enviá-las pelo seu e-mail pessoal da América On Line, que não passavam pelos servidores da MWC. Ele lembrou, ainda, que a empregada apagou os e-mails antes de devolver os laptops para a MWC.
“Clientes sempre devem ser encorajados a ter pleno acesso e abertura com seus advogados, sem temer que essa franqueza e transparência sejam invadidos”, ressaltou o juiz.
Art. 7º, III → art. 5º, LXII e LXIII, CF; art. 136, § 3º, IV, CF; art. 21, CPP; art. 17, 222 e 241, CPPM; Resolução 08/06, Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
Art. 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
Art. 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Art. 136, § 3º, CF. Na vigência do estado de defesa:
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
Art. 21, CPP.  A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)
Art. 17, CPPM. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente preso, por três dias no máximo.
Art. 222, CPPM. A prisão ou detenção de qualquer pessoa será imediatamente levada ao conhecimento da autoridade judiciária competente, com a declaração do local onde a mesma se acha sob custódia e se está, ou não, incomunicável.
Art. 241, CPPM. Impõe-se à autoridade responsável pela custódia o respeito à integridade física e moral do detento, que terá direito a presença de pessoa da sua família e a assistência religiosa, pelo menos uma vez por semana, em dia prèviamente marcado, salvo durante o período de incomunicabilidade, bem como à assistência de advogado que indicar, nos têrmos do art. 71, ou, se estiver impedido de fazê-lo, à do que fôr indicado por seu cônjuge, ascendente ou descendente.
A Resolução 08/06, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, recomenda, em obediência às garantias e princípios constitucionais, que a inviolabilidade da privacidade nas entrevistas do preso com seu advogado seja assegurada em todas as unidades prisionais. Para tanto, o parlatório ou ambiente equivalente onde se der a entrevista não poderá ser monitorado por meio eletrônico de qualquer natureza.
Comunicação: Reginaldo Oscar de Castro (27.04.07) 
A recente Operação Furacão, da Polícia Federal, foi saudada pela mídia e opinião pública como ato singular de quebra de impunidade. A detenção de personagens graduados da sociedade, entre os quais integrantes do próprio Poder Judiciário, destoou do padrão histórico brasileiro de só responsabilizar penalmente delinqüentes de pequena monta. Daí o aplauso.
Sem deixar de considerar o que há de conceitualmente positivo nisso, convém ressaltar que, ao atropelar princípios fundamentais consagrados na Constituição Federal, a Operação mais preocupa que entusiasma. O combate ao crime só é legítimo quando observados os limites da Constituição e das leis. 
Se as afrontar, equipara-se ao que quer combater – e estabelece algo absolutamente incompatível com o Estado democrático de Direito: o estado policial. Na Alemanha nazista, a Gestapo deixou lembranças dolorosas desse desvio de conduta.
Na referida Operação Furacão, como foi amplamente divulgado, a Polícia Federal, em nome do sigilo das investigações – injustificável, uma vez efetuadas as prisões -, criou obstáculos ao contato direto e pessoal dos advogados com seus clientes. Mais: sob o mesmo argumento, quis sonegar-lhes também os motivos da detenção e o acesso aos autos do inquérito policial.
Pior ainda: violou o sigilo - este, sim, sagrado e inegociável - que deve presidir as relações do advogado com o cliente. Não se trata apenas de prerrogativa da advocacia. É fundamento constitucional. O artigo 133 da Constituição, ao tempo em que considera o advogado “indispensável à administração da justiça”, considera-o também “inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Um desses “atos” cuja inviolabilidade a Constituição determina é o que se traduz nos colóquios entre advogado e cliente. Ora, ao promover invasão noturna e colocar grampos – telefônicos e “ambientais” - em escritórios de advocacia, para ter acesso às conversas privadas entre cliente e advogado, a Polícia Federal viola a Constituição, viola princípio que é pedra angular do Estado democrático de Direito. 
Ressalte-se que não se trata de um direito do advogado, mas do cliente, do cidadão. O advogado não é beneficiário do sigilo. Torna-se detentor de uma informação que não tem, do ponto de vista ético e legal, o direito de usar. Para ele, é um encargo. 
Não se pense

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