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Módulo 6 - Custeio da Previdência Social. 1. FONTES DE CUSTEIO: meios econômicos e financeiros obtidos e destinados à concessão e à manutenção das prestações da seguridade social. A Seguridade Social será financiada (custeio) por toda sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de várias contribuições sociais (CF, art. 195). Competência para instituição de contribuições previdenciárias: · Competência privativa da União a criação de regimes previdenciários para trabalhadores da iniciativa privada (CF, art. 149). · Não é privativa da União, estendendo-se aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios, visando a instituição de sistemas de previdência e assistência social próprios para seus servidores públicos e promover-lhes a cobrança (CF, art. 149, § 1º). 2 - NATUREZA JURÍDICA DA CONTRIBUIÇÃO – Posição dos Doutrinadores e STF: · Sérgio Pinto Martins entende que é tributo. Explica: “a contribuição previdenciária seria uma obrigação tributária, uma prestação pecuniária compulsória paga ao ente público, com a finalidade de constituir um fundo para ser utilizado em eventos previstos em lei. Trata-se de uma contribuição social caracterizada pela sua finalidade, isto é, constituir um fundo para o trabalhador utilizá-lo quando ocorrerem certas contingências previstas em lei”. · Wladimir Novaes Martinez sustenta não haver natureza tributária: “Abrigando-se a existência de um Sistema Exacional Nacional, persistentes regras universais comuns às espécies tributárias e securitárias e inexistente menção à contribuição social previdenciária no art. 149 da Lei Maior – em face da especificidade da Previdência Social, o aporte ora cogitado econômico-financeiramente é salário socialmente diferido, e juridicamente, exação não-tributária”. · STF entendeu que a natureza da contribuição social é de tributo que não se enquadra na espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria (2ª T., RE 217.251-1-MG, Rel. Min. Nelson Jobim, DJU 16-4-99; 2ªT., Ag. 174.540-2-AP, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJU 26-4-96). · A contribuição da seguridade social teria como exceção à regra geral a não-observância do princípio da anterioridade (CF, art. 150, III, b). Certos tributos são excluídos do princípio da anterioridade, como: IPI, o Imposto de Importação, Imposto de Exportação e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (CF, art. 150, § 1º). Assim, a contribuição da seguridade social pode ser exigida dentro do prazo de 90 dias da data da publicação da lei que houver instituído ou modificado a citada exação (CF, art. 195, § 6º). Contudo, nem por isso a contribuição da seguridade social deixará de ser tributo. · A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido na Constituição Federal, não poderá contratar com o Poder Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. · O direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 5 anos (prazo decadencial) (CTN, art. 173). Prescreve o direito de ação de cobrar os créditos devidos à Seguridade Social em 5 anos (CTN, art. 174). 3 – CONTRIBUINTES DA SEGURIDADE SOCIAL CONTRIBUINTE: É sujeito passivo da obrigação principal, pessoa física (empregado, autônomo, empresário) ou jurídica (empresa), de direito privado (empresa) ou público (Estado e Municípios), obrigada ao pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. É a pessoa que paga a contribuição, ou melhor, aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador da obrigação. CF, art. 195, I, II, III e IV, estabelece os contribuintes: · Empregador, empresa e a entidade a ela equiparada, a seguir: · Empregador: pessoa física ou jurídica, que assume o risco do negócio, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço do empregado (CLT, art. 2º). · Empresa: pessoa física ou jurídica, com atividade urbana ou rural organizada para a produção de bens e serviços para o mercado, que assume o risco econômico do negócio, com ou sem finalidade de lucro, e que tenha segurado que lhe preste serviços, bem como órgãos e entidades da administração direta, indireta e fundacional, estes quanto aos seus exercentes de cargos efetivos e em comissão e empregos públicos, filiados obrigatoriamente ao RGPS, quando não amparados por regime previdenciário próprio. · Entidades equiparadas à empresa, para fins previdenciários: · Contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço; · Cooperativa; · Associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade; · Missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras; · Operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra; · Proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. · Empregador doméstico: pessoa física ou família, que admite a seu serviço, não eventual e no âmbito residencial, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, o empregado doméstico. · Trabalhador e demais segurados da previdência, a seguir: · Segurado obrigatório comum: empregado urbano e rural, trabalhador temporário, trabalhador avulso, empregado doméstico e outros. · Segurado obrigatório individual: trabalhador autônomo e a este equiparado, trabalhador eventual, empresário e outros. · Segurado obrigatório especial: produtor rural, exercente atividade habitual, individualmente ou regime de economia familiar, como: parceiro, meeiro, arrendatário, rural, pescador artesanal e assemelhado ao pescador artesanal. · Segurado facultativo: dona-de-casa, síndico de condomínio não remunerado, estudante, desempregado, estagiário, presidiário e outros. · Apostadores de concursos de prognóstico, a seguir: · Apostadores de concursos de prognóstico: são contribuintes aqueles que vertem valores em apostas feitas em concursos de loterias, reuniões hípicas, bingos e sorteios patrocinados pelo Poder Público. Cabe a pessoa jurídica responsável pelo concurso o recolhimento das contribuições. · Importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei o equiparar. 4 - CONTRIBUIÇÕES: financiada pela sociedade, de forma direta e indireta, e mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (CF, art. 195). Quais sejam: · Direta: empresa e trabalhadores. · Indireta: toda sociedade, através de impostos. · União, Estados, Distrito Federal e Municípios: recursos adicionais do Orçamento Fiscal. É responsabilidade da União a cobertura de eventuais insuficiências financeiras, para pagamento de benefícios de prestação continuada. SISTEMA DE CONTRIBUIÇÃO: incidência da contribuição previdenciária mediante lei que define o fato gerador, contribuinte, base de cálculo e alíquota (CTN, art. 97). Base de cálculo da contribuição do segurado: salário-de-contribuição e salário-base. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO: · Base de cálculo que incide as alíquotas da contribuição previdenciária devida pelos trabalhadores. · Contribuintes: empregado urbano, rural, temporário, doméstico e avulso e demais trabalhadores. · Limite máximo do salário-de-contribuição: R$ 5.189,82 (valor atualizado em jan/2016), com previsão de reajustes periódicos (EC 20/98). Há duas tabelas para fins de contribuição conforme as faixas salariais cujas alíquotas variam entre 8 a 11%, para contribuintes individuais e facultativos, e empregados (em geral) e trabalhadores avulsos. · Contribuinte - Salário de contribuição: · Empregado e avulso: remuneração auferida em uma ou mais empresas, totalizando os rendimentos pagos no mês, destinados a retribuir o trabalho e/ou tempo à disposição do empregador. · Doméstico: remuneração registrada na CTPS. · Dirigente sindical (empregado): remuneração paga pelo sindicato, ou pela empresa ou por ambos. · Dirigente sindical (avulso): remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical. · Parcelas nãointegrantes do salário-de-contribuição, quando pagas em desacordo com a legislação pertinente, integram o salário-de-contribuição para todos os fins e efeitos. · Integra o salário-de-contribuição: · Salário em espécie e em valor fixo: verbas de natureza remuneratória e salarial. · Gorjetas. · Abonos: adiantamentos em dinheiro, uma antecipação salarial ou um valor a mais. · Gratificações habituais: ajustadas por escrito ou tacitamente, ex: produtividade, antiguidade, assiduidade, etc. · Comissões: pagamentos de vendas, com valor determinado. Ex: R$ 10,00 a cada unidade vendida. · Percentagens: percentuais incidentes sobre as vendas. Ex: 3% sobre a venda realizada. · Diárias excedentes de 50% do salário: indenização das despesas de viagem, incluindo deslocamento, hospedagem, alimentação, e sua manutenção, sem comprovação do valor gasto pelo empregado. · Utilidade pela execução do trabalho: alimentação, cesta básica, vestuário, transporte, moradia. · 13º salário: sobre valor bruto da última parcela, em separado do salário, até o limite máximo da tabela. · 13º salário sobre aviso prévio trabalhado. · Férias gozadas mais o acréscimo de 1/3. · Salário-maternidade: único benefício previdenciário que sofre dedução. · Ganhos habituais: qualquer prestação proporcionada ao empregado que seja repetida no tempo. · Complementação ao auxílio-doença: paga somente para alguns empregados. · Reembolso-creche para filha de mais de 6 anos de idade: trata-se de espécie de remuneração. · Não integram o salário-de-contribuição (Lei 8.212/91, art. 28, § 9º): · Benefícios da previdência social, exceto salário-maternidade. · Ajuda de custo à mudança de local de trabalho (CLT, art.470): compensar despesas: mudança e viagem. · Ajuda de custo de despesas para execução do trabalho: reembolso de despesas e gastos do trabalho. · Ganho eventual/abono desvinculado do salário: caráter não salarial para fins previdenciários, por lei. · Gratificação eventual, ex: gratificação paga no termo de rescisão do contrato de trabalho. · Abono férias: venda 10 a 20 dias do salário, por contrato, regulamento, convenção ou acordo coletivo. · Férias indenizadas + 1/3, pago em rescisão de contratual: natureza indenizatória, por não gozadas. · Férias em dobro: caráter indenizatório (a dobra), por não concedidas no período concessivo. · Diárias não excedentes de 50% do salário (CLT, art. 457, § 2º c/c Lei 8.212/91, art. 28, § 9º, h). · Utilidade: transporte; assistência médica, hospitalar e odontológica, prestado diretamente ou seguro-saúde; seguro de vida e de acidentes pessoais; previdência privada (CLT, art. 458, § 2º). · Alimentação pelo PAT (Lei 6.321/77): norma de incentivo fiscal (despesa operacional da empresa). · Vale-transporte (Lei 7.418/85, art. 2º, b): não é salário (despesa operacional da empresa). · EPIs, vestuário e outros acessórios ou utilidades: essenciais para execução do trabalho. · Bolsa de complementação educacional de estagiário (Lei 6.494/77): paga $$ ou mensalidade escolar. · Bolsa aprendizagem ao adolescente até 16 anos de idade, conforme legislação específica. · PLR: não substitui ou complementa a remuneração, sem incidência previdenciária, não aplica-se princípio da habitualidade, desde que pago em período não inferior a 6 meses (Lei 9.711/98, art. 20). · 13º salário sobre aviso prévio indenizado: projeção por 30 dias, correspondente a 1/12 do 13º salário. · Complementação ao auxílio-doença: desde que de direito de todos os empregados. · Cessão de direitos autorais: estes valores não são considerados como salário. · Indenização à gestante na dispensa sem justa causa (conversão da sua garantia de emprego). · Reembolso-creche e babá (filhos até 6 anos): comprovação das despesas e registro na CTPS da babá, remuneração e recolhimento do INSS. · Indenização compensatória de 20% e 40% sobre FGTS: paga na dispensa do empregado. · Indenização de tempo de serviço do não optante ao FGTS (anterior a 5/10/88). · Indenização por rescisão antecipada sem justa causa em contratos a prazo: ½ do salário até o fim. · Programa de Demissão Voluntária (PDV): incentivo à demissão. · Multa pelo atraso no pagamento das verbas rescisórias (CLT, art. 477, § 8º). · Indenização adicional: empregado dispensado 30 dias antes da data-base (Lei 7.238/84). Salário-base (atualmente usada expressão genérica salário-de-contribuição – Lei 9.876/99): · Valor prefixado, em substituição à importância percebida pelo segurado, estabelecida segundo faixas correspondente ao ganho mensal e alíquotas que variam entre 11 e 20%, para ser calculada contribuição (Lei 8.212/91, art. 28, III). · Contribuintes: individuais (empresário, trabalhador autônomo, equiparado, eventual) e facultativo. · Segurados contribuintes individuais e facultativos recolhem a contribuição de 11% ou 20% sobre o salário-de-contribuição, que corresponde ao que efetivamente recebe, limitado ao máximo de R$ 5.189,82 (valor atualizado em jan/2016) (Lei 8.212/91, art. 21). · Limite mínimo do salário de contribuição será de 1 salário mínimo. · Contribuinte individual: recolhe sobre remuneração de uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade, por conta própria, durante o mês, observado o teto da contribuição R$ 5.189,82 (valor atualizado em jan/2016). · Cooperado: presta serviço por intermédio de cooperativa de trabalho, aplica-se a mesma regra acima. · Contribuinte facultativo: recolhe sobre o valor declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição, que é de R$ 5.189,82 (valor atualizado em jan/2016). · Segurado obrigatório não exerce efetivamente uma atividade enquadrada na Previdência Social: não importa os recolhimentos feitos segundo a escala de salário-base, pois não terão quaisquer direitos a benefícios ou a prestações previdenciárias, nem para efeito de tempo de filiação, nem de serviço. Ex: Contador que não exerce atividade de contador autônomo, mas recolhe as contribuições segundo a escala de salário-base, nenhum direito terá a qualquer benefício ou à contagem do tempo de serviço, salvo se passar a exercer de fato a referida atividade. · Segurado facultativo não tem de provar o exercício de atividade. · Aposentadoria será calculada sobre a remuneração da pessoa. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA (CF, art. 195, I, letras a, b e c): · Folha de salários: · Definição: conjunto de prestações fornecidas diretamente pelo empregador ao empregado em decorrência do contrato de trabalho, seja em função da contraprestação do trabalho, da disponibilidade do trabalhador, das interrupções contratuais e demais hipóteses previstas em lei. · Indenização: não há incidência, exceto se houver previsão legal. Ocorre quando o pagamento é feito ao empregado sem qualquer relação com a prestação dos serviços e também com as verbas pagas no termo de rescisão do contrato de trabalho. · Não há teto para o recolhimento da empresa. · 20% de recolhimento: sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados que lhe prestam serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (Lei 8.212/91, art. 22, I). · Adicional de 2,5% à alíquota de 20%, total de 22,5% à entidades financeiras (Lei 8.212/91, art. 22, § 1º): Bancos comerciais, investimentos e desenvolvimento; Caixas econômicas; Sociedades de crédito, financiamento e investimento; Sociedades de crédito imobiliário; Sociedades corretoras; Distribuidoras de títulos e valores mobiliários; Empresas de arrendamento mercantil; Cooperativas de crédito; Empresas de seguros privados e de capitalização; Agentesautônomos de seguros privados e de crédito; e Entidades de previdência abertas e fechadas. · Demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física: · Definição: contribuição da empresa sobre remuneração a pessoas físicas, como autônomos, empresários (pró-labore), avulso e outros trabalhadores, mesmo sem vínculo empregatício. · 20% de recolhimento: sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados individuais (autônomos, equiparados a autônomo, eventuais, empresários) e avulsos, que lhe prestam serviços (Lei 8.212/91, art. 22, III). · 15% de recolhimento: sobre valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho. · 20% de recolhimento: Autônomo que remunera autônomo equipara-se à empresa. · Cooperativa de trabalho: não há contribuição sobre as importâncias por ela pagas, distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados, a título de remuneração ou retribuição pelos serviços que, por seu intermédio, tenham prestado a empresas. · Seguro de Acidente do Trabalho - SAT (CF, art. 7º, XXVIII): · Responsabilidade do empregador pelo SAT, sem prejuízo da indenização a que este está obrigada, caso incorrer em dolo ou culpa. · Empregado e ente público não contribuem para as prestações do SAT, salvo se empregador. · Contribuição sobre o total das remunerações pagas ou creditadas no mês, de acordo com o grau de risco ambiental do trabalho e atividade preponderante da empresa: 1% para risco de acidentes do trabalho considerado leve (comércio, serviços); 2% para risco médio; e 3% para risco grave (metalúrgicas, siderúrgicas). · Empregado em contato com elementos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes: acresce às alíquotas acima 12%, 9% ou 6%, exclusivamente sobre a remuneração do segurado em condições especiais, que prejudiquem a saúde ou integridade física, pela concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente (Dec. 3.048/99, art. 202, § 1º). · Microempresa e empresa de pequeno porte: 1%, como grau de risco 1 (leve) e não têm de recolher a contribuição adicional ao financiamento da aposentadoria especial. · Natureza jurídica é tributo, na modalidade de contribuição social, para custear as receitas necessárias para atender às prestações de acidente do trabalho. · Receita ou o Faturamento: · Receita: toda entrada de numerário na empresa. É termo mais amplo que faturamento. · Faturamento: somatório das faturas emitidas dentro de um certo período. Fatura é documento onde relaciona as mercadorias vendidas, que são remetidas ou entregues ao comprador. Para área tributária, significa receita bruta de vendas de mercadorias e/ou serviços. · Base de cálculo incidente sobre COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e o PIS/PASEP (Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). · COFINS: devida pelas pessoas jurídicas e equiparadas pela legislação do Imposto sobre a Renda, destinada às despesas das áreas de saúde, previdência e assistência social (Lei 9.718/98). · COFINS: alíquota de 3% sobre a receita bruta, exceto para operações de refinarias e distribuidoras de combustíveis, e fabricantes e comerciantes de cigarro, que têm tratamento diferenciado. · Periodicidade de apuração é mensal. · Prazo para recolhimento da COFINS: último dia útil da 1ª quinzena do mês seguinte ao fato gerador. · Cabe à Secretaria da Receita Federal a arrecadação e fiscalização a COFINS. · PIS/PASEP: financiar programa de seguro-desemprego e abono a empregado que recebe até 2 salários mínimos mensais, assegurando pagamento de 1 salário mínimo (CF,art.239; Leis9.715/98-9.718/98). · PIS/PASEP – natureza jurídica: contribuição social, destinada ao custeio da Seguridade Social. · PIS/PASEP: aplicam-se a pessoas jurídicas de direito privado, entidades sem fins lucrativos e pessoas jurídicas de direito público interno, com bases de cálculo e alíquota diferenciada a cada contribuinte. · PIS/PASEP: alíquota de 1,65% sobre faturamento, salvo a operações de refinarias e distribuidoras de combustíveis, e fabricantes e comerciantes de cigarros, cujos percentuais são diferenciados. · Periodicidade de apuração é mensal. · Prazo para recolhimento PIS/PASEP: último dia útil da 1ª quinzena do mês seguinte ao fato gerador. · Cabe à Secretaria da Receita Federal a arrecadação e fiscalização o PIS/PASEP. · Lucro: · Lucro líquido: soma das receitas da empresa, menos despesas e ajustes feitos, de acordo com a lei. · Inexistindo lucro, não haverá contribuição. · Alíquota de 8%, com adicional de 1%, totalizando 9% para as empresas em geral, instituições financeiras, sociedades corretoras. · Periodicidade de apuração é mensal. · Prazo para recolhimento: último dia útil da 1ª quinzena do mês subseqüente ao fato gerador. · Cabe à Secretaria da Receita Federal a arrecadação e fiscalização. · Cessão de Mão-de-Obra - Retenção de 11% sobre o faturamento (Lei 8.212/91, art. 31): · Responsabilidade da empresa tomadora a retenção do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa cedente da mão-de-obra. · Compensação da retenção da contribuição pela empresa cedente quando do recolhimento das contribuições sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. · Natureza jurídica: antecipação/compensação de recolhimento sobre a folha de pagamento. · Cessão de mão-de-obra: limpeza, conservação e zeladoria; vigilância e segurança; construção civil; serviços rurais; digitação e preparação de dados para processamento; acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos; cobrança; coleta e reciclagem de lixo e resíduos; copa e hotelaria; corte e ligação de serviços públicos; distribuição; treinamento e ensino; entrega de contas e documentos; ligação e leitura de medidores; manutenção de instalações, de máquinas e de equipamentos; montagem; operação de máquinas, equipamentos e veículos; operação de pedágio e de terminais de transporte; operação de transporte de cargas e passageiros; portaria, recepção e ascensorista; recepção, triagem e movimentação de materiais; promoção de vendas e eventos; secretaria e expediente; saúde; e telefonia, inclusive telemarketing. · Indevida retenção: faturamento da cedente no mês da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo, for igual ou inferior ao limite mínimo do salário-de-contribuição ou não possuir segurados empregados. · Não-retenção: empresa contratante deve exigir declaração do faturamento e de não possuir empregados da cedente, junto a nota fiscal, fatura ou recibo, para eximir-se de multas. · Retenção deve ser recolhida no dia 2 do mês seguinte ao vencido. Se cair em dia que não haja expediente bancário, o vencimento é prorrogado para o primeiro dia útil subsequente. · Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Lei 9.317/96): · Empresas de pequeno porte têm tratamento favorecido, desde com sede e administração no país. · Inscrição no Simples é pagamento mensal unificado de impostos e contribuições: IRPJ; PIS/Pasep; contribuição social sobre o lucro; COFINS; IPI; seguridade social de 20% e de acidente do trabalho. · Valor devido apurado com aplicação de percentuais sobre receita bruta mensal auferida previsto em lei. · Dispensadas dos recolhimentos: Sesc; Senai; Sesi; Senac; Sest; Senat; Sebrae e salário-educação. · Não há inscrição: bancos, imobiliárias, cooperativas e autônomos que contratam empregados. · Contribuições a Terceiros (CF, art. 240): contribuição compulsória do empregador sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, que o INSS se incumbe de arrecadar e repassar. São as seguintes entidades:· FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) · INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) · SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) · SESI (Serviço Social da Indústria) · SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) · SESC (Serviço Social do Comércio) · SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) · DPC (Diretoria de Portos e Costas) · Fundo Aeroviário · SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) · SEST (Serviço Social de Transporte) · SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) · SESCOOPE (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo) · Salário-Educação Estas contribuições são arrecadadas pela Previdência Social, recolhidas na própria guia de recolhimento da Previdência Social e repassadas mensalmente às entidades respectivas. Prazo para recolhimento: dia 2 do mês subsequente ao da competência, prorrogando-se para o primeiro dia útil seguinte, se o vencimento cair em dia em que não haja expediente bancário. INSS terá remuneração de 3,5% do montante arrecadado das contribuições de terceiros, para arrecadá-las e fiscalizá-las. ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES: · Empresa deve arrecadar a contribuição dos segurados empregado e avulso, descontando-a da respectiva remuneração. · Deve recolher o percentual de 20% sobre a remuneração dos que lhe prestam serviço. · Recolher as contribuições sobre o faturamento e lucro. · Prazo do recolhimento: no dia 2 do mês seguinte ao da competência. · Contribuintes individual e facultativo: até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. · 13º salário: sobre valor bruto, em separado e recolhido até o dia 20 do mês de dezembro. · Não havendo expediente bancário nas datas dos vencimentos, o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior. · Não-recolhimento no prazo: juros de mora equivalentes à taxa referencial da SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) aplicados sobre o valor atualizado pela UFIR (extinta em 19/07/2002), mais multa de mora. · INSS compete: arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais das empresas, dos empregadores domésticos, dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição, bem como as contribuições incidentes a título de substituição (Lei 8.212/91, art. 33). · Secretaria da Receita Federal compete: arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais das empresas incidentes sobre o faturamento e o lucro e as incidentes sobre a receita de concurso de prognósticos e CPMF. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: · Responsabilidade solidária: relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns, na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, caso em que o credor poderá exigir de cada um dos co-responsáveis o valor integral da dívida. · Responsabilidade por substituição: contribuinte não é o sujeito passivo da obrigação de recolhimento das contribuições sociais, e neste caso aquele passa a ser responsável pela correta arrecadação e entrega do valor devido, sujeitando-se, em caso de incorreção, ou descumprimento da obrigação, à cobrança da dívida, sem prejuízo de outras sanções penais e administrativas. · Empresa: responsável pelo recolhimento das contribuições de seus empregados e de suas próprias contribuições. · Grupo econômico (Lei 8.212/91, art. 30, IX): · Empresas que integram o grupo de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações previdenciárias. · Caracteriza-se quando uma ou mais empresas, com personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de outra atividade econômica (CLT, art. 2º, § 2º). · Solidariedade compreende a contribuição referente aos segurados empregados, avulsos e contribuintes individuais, com os acréscimos moratórios (juros e multa de mora), e obrigação decorrente de infração pelo não-cumprimento de determinadas obrigações acessórias. · Não há exigência legal de demonstração de incapacidade financeira entre as empresas para o fim de se exigir a obrigação. · Sócios e titulares da empresa (Lei 8.620, art. 13 e § único): · Responsabilidade do titular da firma individual e dos sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada, respondendo com seus bens pessoais pelos débitos previdenciários, independente de dolo ou culpa. · Responsabilidade solidária ou subsidiária: acionistas controladores de sociedades por ações; e administradores, gerentes e diretores que causaram inadimplemento de contribuições, por dolo ou culpa. · Despersonalização da pessoa jurídica: quando sócios ou gestores são responsabilizados pelos atos praticados em fraude à lei, aos estatutos ou contrato social, excesso de poderes ou gestão temerária. · Tomador de serviços (Lei 9.711/98): · Responsabilidade solidária da tomadora de serviços de cessão de mão-de-obra, pela retenção e recolhimento de 11% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços. · Cedente de mão-de-obra deverá elaborar folha de pagamento e guias de recolhimento distintas para cada empresa tomadora de serviço, devendo esta exigir do executor, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamentos. · Responsabilidade subsidiária: terceirização de mão-de-obra ou por cooperativa de trabalho.
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