Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
07/04/2016 1 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E COMPETÊNCIAS (AVDG5) BERGAMINI, Cecília Whitaker, BERALDO, Deobel Garcia Ramos. Avaliação de desempenho humano na empresa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2013 07/04/2016 2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Avaliadores de desempenho são todas as pessoas que, direta ou indiretamente, possam estar envolvidas na atividade de detectar diferenças individuais de comportamento em situações de trabalho. Contemporaneamente, a Avaliação de Desempenho ocorre numa relação de troca, de intercâmbio, e se distribui por toda uma equipe de pessoas que abrange desde o próprio avaliado até aqueles que têm poder de decisão dentro da organização empresarial. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Quem faz avaliação são pessoas, e como tal, podem cometer determinados enganos. Torna-se normal e natural que, ao avaliar outra pessoa, que uma série de variáveis possa interferir, distorcendo o retrato fiel da realidade que se pretende fazer. 07/04/2016 3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Existem avaliadores que já apresentam predisposições negativas ou intenção prévia de servir-se da avaliação como instrumento de suas necessidades imaturas de proteger ou perseguir, ou como forma de extravasar suas simpatias e antipatias pessoais, conforme interesses de ordem particular, discrepantes dos objetivos organizacionais. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Torna-se, então, necessário compreender como as pessoas habitualmente se comportam quando estão em face do fato de terem de emitir parecer sobre as outras. 07/04/2016 4 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Krech e Crutchfield afirmam o seguinte: Todo homem vive em seu próprio mundo. O mundo é aquilo do que se tem de experiência interior: do que se percebe, sente, pensa e imagina. E o que se percebe, sente, pensa e imagina está subordinado ao ambiente físico e social em que se vive e à sua própria natureza biológica, especialmente ao funcionamento de seu cérebro, seu sistema nervoso. Seu mundo é o seu mundo pessoal e é diferente do mundo dos outros homens, porque seu cérebro, seu sistema nervoso e seu ambiente físico e social não são exatamente iguais aos de nenhuma outra pessoa” AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR A Percepção Social Certas distorções, denominadas disfunções perceptivas, são consideradas nocivas, pois retratam parcialmente a realidade e consequentemente alterarão o resultado final obtido no sistema de avaliação. Denomina-se “vícios da avaliação” os desvios cometidos por disfunções perceptivas e os mais comuns estão apresentados a seguir. 07/04/2016 5 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Vícios de Avaliação 1- Subjetivismo: atribuir ao avaliado qualidades e defeitos que são próprios do observador ou avaliador. Ex.: projeção de antipatias e simpatias sem suficientes razões objetivas. 2- Unilateralidade: valorizar aspectos que apenas o avaliador julga importantes. Ex.: gostar de quem trabalhe apenas da forma pela qual o próprio avaliador o faria. 3- Tendência Central: não assumir valores extremos por medo de prejudicar os fracos e assumir responsabilidade pelos excelentes. Ex.: ninguém é mau, ninguém é ótimo, todos são normalmente bons (a avaliação tende, portanto, ao centro/média). AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Vícios de Avaliação 4- Efeito de Halo: ocorre esse efeito quando o gerente gosta do colaborador a ser avaliado e sua opinião é distorcida no momento de julgar seu desempenho. Pelo fato de gostar do colaborador, sua opinião quanto ao desempenho em todos os fatores é sempre boa. 5- Falta de Memória: ater-se apenas aos últimos acontecimentos, esquecendo-se de fatos significativos que possam ter ocorrido durante todo o espaço de tempo ao qual se refere aquela avaliação. O líder avalia ações mais recentes e não as ações de todo o período correspondente à avaliação. Se as últimas ações foram positivas ou negativas, a avaliação refletirá desempenho ótimo ou ruim. 07/04/2016 6 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Vícios de Avaliação 6- Supervalorização da Avaliação: acreditar que um simples instrumento de avaliação das diferenças individuais possa corrigir defeitos nas pessoas. Ex.: o avaliador espera que seus avaliados mudem suas condutas de maneira milagrosa. 7- Desvalorização da Avaliação: acreditar que a avaliação seja um procedimento sem nenhum valor e que em nada possa contribuir para o melhor aproveitamento dos recursos humanos na instituição. Ex.: informações incorretas e incompletas, com falta de orientação posterior. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Vícios de Avaliação 8- Falta de Técnica: desconhecimento das principais características da avaliação, emitindo julgamentos unicamente através do bom senso. Ex.: avaliações que forneçam dados heterogêneos ou dados sem significação relevante e que não possam ser comparados aos demais. 9- Força do Hábito: ocasionada pela insensibilidade ao apontar variações no desempenho do avaliado com relação a ele mesmo no decorrer dos anos ou com relação aos seus demais colegas. Ex.: todos são iguais entre si, não evoluem nem involuem com o decorrer do tempo. 07/04/2016 7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Vícios de Avaliação 10- Posições Contrárias: facilmente detectadas através dos boatos sobre a avaliação do desempenho, que, em última análise, representam distorções dos pressupostos básicos e das aplicações práticas objetivadas através do sistema. Ex.: a avaliação de desempenho foi criada para determinar cortes de pessoal em massa. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar Considerando ser o supervisor o responsável oficial pela avaliação perante a organização, ele se constitui numa figura que deve ser objeto de atenção especial por parte daqueles que conduzem o processo dentro da empresa. Não se pode concluir que, pelo simples fato de alguém ocupar a posição de chefia, mesmo que há anos numa organização empresarial, necessariamente reúna as características indispensáveis que são exigidas de um bom avaliador de desempenho. 07/04/2016 8 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar É necessário ter sempre presente que as qualificações pessoais para o exercício de cargos de chefia ou supervisão incluem necessariamente características pessoais qualificadas como indispensáveis ao bom avaliador de desempenho: Ser capaz de avaliar as diferenças individuais de desempenho; Recomendar medidas administrativas que visem ao desenvolvimento e ao melhor aproveitamento dos pontos positivos dos subordinados; Conseguir detectar aspectos que devam ser melhorados; Recomendar medidas para consegui-lo. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar: Ordem Individual a) Nível mental do avaliador: Necessita ter um potencial de inteligência suficiente para compreender os aspectos técnicos do sistema de avaliação, seus objetivos e sua importância. Ser capaz também de compreender a importância da sua participação, não somente no fornecimento de dados, como também como orientador de seus subordinados. Necessita ser suficientemente hábil ao apresentar ao interessado as apreciações que fez ao seu respeito, conseguindo combinar com ele que programação seguir tendo em vista sua realização pessoal e profissional dentro da empresa. 07/04/2016 9 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar: Ordem Individual b) Nível Cultural do Avaliador: A leitura e a interpretação da ficha de avaliação exigem determinado nível de formação escolar. Deve ser capaz de redigir dados complementares que estão em aberto na ficha de avaliação, tais como as observações ao final de cada uma das características e as conclusões finais que encerram as informações. O nível de formação regular também facilita a compreensão adequada dosistema. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar: Ordem Individual c) Maturidade emocional: Diante da tarefa de emitir julgamento sobre os subordinados, há que se garantir que a chefia possua equilíbrio e maturidade afetiva e emocional. Distorções perceptivas diminuem sensivelmente quando o avaliador possui segurança emocional. É por carência dessa qualificação que, muitas vezes, a Avaliação de Desempenho dentro de determinadas organizações se tem transformado em veículo de proteção e perseguição por parte das chefias. 07/04/2016 10 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar: Ordem Individual d) A motivação e o interesse Os responsáveis pela avaliação necessitam evidenciar interesse em fazê-lo. Falta de interesse pessoal ou desvalorização do sistema por parte do avaliador gera avaliações incompletas, parciais e mesmo pouco discriminativas das diferenças individuais. Programas de treinamento constituem uma medida que muito tem contribuído para despertar o interesse e reavivar a motivação dos supervisores. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar: Ordem Individual Conscientização: é importante alertar o supervisor que avaliar faz parte das atividades de chefia e que preencher os formulários de tempos em tempos, bem como comunicar a avaliação feita aos interessados não representa uma tarefa extra ou distinta da responsabilidade que assumiu ao ser colocado no posto que atualmente ocupa. 07/04/2016 11 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO O ATO DE AVALIAR Fatores Contingentes ao Ato de Avaliar: Ordem Social Este fator é aquele que informa sobre o bom ajustamento do avaliador à equipe que lhe cabe dirigir. Deve-se considerar que grandes diferenças sociais trazem escalas de valores diferenciados. Um exemplo desta situação seria quando o chefe é muito mais velho do que os subordinados e demonstra ser muito conservador em relação aos valores de sua época, sem se aperceber que o contexto atual mudou. Outro exemplo seria o de uma discrepância quando chefe ou subordinado pertence a países com costumes de vida muito diferentes. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO REFERÊNCIA BERGAMINI, C. W.; BERLADO, D. G. R. Avaliação de desempenho humano na empresa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. (Capítulo 8 – O ato de avaliar).
Compartilhar