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FPM - CARDIO – ECG Referência: aula e slides do Ulisses. Conceito: é o registro da atividade elétrica do coração. Registra as diferenças dos potenciais elétricos entre eletrodos metálicos colocados na superfície corporal que são amplificadas, filtradas e registradas pelo eletrocardiógrafo. Na interpretação, é importante considerar os dados clínicos do paciente (idade, sexo, quadro clínico, uso de medicamentos, etc). Aplicações: o ECG é utilizado para verificar a ocorrência de várias alterações, como: isquemia miocárdica e infarto, sobrecargas atriais e ventriculares, arritmias, efeito de medicamentos (ex. digitálicos), alterações eletrolíticas (ex. potássio) e o funcionamento de marca-passo mecânico. Anatomia: O coração é formado por três principais músculos, o atrial, o ventricular e as fibras musculares excitatórias e condutoras. Essas fibras excitatórias especializadas é que conferem ritmicidade e velocidade de condução variáveis ao restante do coração, formando seu sistema excitatório. Os átrios separam-se dos ventrículos por tecido fibroso que circunda os orifícios valvulares entre eles. A divisão do coração em dois é importante pois permite que os átrios se contraiam pouco antes dos ventrículos, permitindo a eficácia do bombeamento cardíaco. Os potenciais de ação só podem ser conduzidos do sincício atrial para o sincício ventricular por meio de um sistema especializado de condução, o feixe atrioventricular. O complexo de condução faz o seguinte caminho: nó sinusal > AD> AE> nó atrioventricular > feixe de Hiss > fibras de Purkinje. Obs.: o nó sinusal inicia o impulso cardíaco, situa-se no AD próximo à desembocadura da veia cava superior) Ritmo sinusal: Onda P: despolarização atrial; Complexo QRS: despolarização ventricular; Onda T: período refratário do ventrículo (repolarização); Intervalo P-R: entre fim da ativação atrial e início da ventricular; 1ª deflexão negativa do QRS: onda Q > 1ª deflexão positiva do QRS: onda R > feixe de Hiss 2ª deflexão positiva do QRS: onda S > fibras de Purkinje (potencial já está nas cavidades). Seguimento S-T: final da sístole e início da diástole > refere supra e infra desnivelamentos. Derivações eletrocargiográficas: Existem as derivações do plano frontal (derivações dos membros), que podem ser bipolares, D1 (BD e BE), D2 (PE e BD) e D3 (BE e PE); e unipolares, aVr (braço direito), aVl (braço esquerdo) e aVf (perna esquerda). Sendo que o potencial elétrico gerado é o mesmo com o eletrodo em qualquer local do membro. Existem também as derivações do plano horizontal, são elas: V1: 4º EIC linha paraesternal direita; V2: 4º EIC linha paraesternal esquerda; V3: entre V2 e V4; V4: 5º EIC linha hemiclavicular; V5: 5º EIC linha axilar anterior; V6: 5º EIC linha axilar média. Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce V1 e V2 são derivações boas para verificarem a parede ântero-septal. As outras, o lado esquerdo, sendo V3 + V4 a parede anterior, V5 + V6, a parede lateral, V5 + V6 + aVf a parede lateral alta e D2 + D3 + aVf, a parede inferior. Registro ECG: Pode ocorrer baixa voltagem no registro do ECG, que é causado quadros que aumentem a distância entre eletrodos e coração. As causas desse aumento são: enfisema, anasarca, pneumotórax, obesidade, derrame pleural e pericárdico, obesidade e hipotireoidismo. O ritmo cardíaco é registrado num papel quadriculado numa velocidade de 2,5 cm/s. O eixo horizontal marca o tempo, de forma que 1 mm representa 0,04s e 5mm, 0,2s. Já o plano vertical representa voltagem, 5mm representa 0,5 mV. Onda P: 3s Intervalo P-R: 5s Complexo QRS: 3mm > 0,12s O intervalo S-T e a onda T não tem uma duração pre-definida. Suas alterações são: infra ou supradesnivelamento no S-T e onda T retificada ou invertida. O cálculo do intervalo QT é utilizado para identificar a síndrome do QT longo, que provoca arritmias e morte súbita em jovens. O intervalo R-R representa a Frequência Cardíaca e pode ser regular ou irregular. Interpretação do ECG: Há uma sequência lógica que facilita a correta interpretação do ECG: 1. Calibração e características técnicas / 2. Ritmo / 3. FR / 4. Onda P / 5. Intervalo P-R / 6. Intervalo QRS / 7. Eixo elétrico médio do QRS / 8. Progressão da onda R / 9. Seguimento ST / 10. Onda T. Ritmo: o ritmo sinusal é caracterizado por um enlace P-QRS, ou seja, toda onda P precede um complexo QRS e vice e versa. Frequência cardíaca: a FR normal é entre 60 e 100 bpm. Para calculá-la, faz-se 1500/nº de quadradinhos entre R-R ou pela sequência 300/150/100/75/60/50/40/30 (ver quantos quadrados grandes cabem no intervalo). A irregularidade entre R-R fala a favor de fibrilação atrial. Quando o registro tem pelo menos 10s, pode-se contar o número de batimentos nesse tempo e multiplicar por 6. Onda P: suas dimensões normais são: altura de 2,5mm e comprimento de 0,08-0,1mm. A hipertrofia atrial gera um aumento da onda P (picale: AD / mitrale: AE). Uma arritmia não sinual causa a ausência da onda P. Intervalo P-R: vai do início da onda P ao início da onda QRS. Varia com idade e FC (importância dos dados clínicos para a interpretação). Um intervalo menor que 0,12s em adultos fala a favor da síndrome de Wolff Parkinson White (estímulo não é sinusal); já um intervalo maior que 0,2s fala a favor de bloqueio atrioventricular. Complexo QRS: tem morfologia e amplitude variável. Sua ativação é representada por 3 vetores. Dura até 0,11s (aumento dessa duração > bloqueio de ramo). Seguimento S-T: vai do fim do QRS ao início da onda T. Deve estar no mesmo nível de P-R. Suas alterações podem ser: supradesnivelamento (indica lesão miocárdica por IAM ou pericardite aguda) ou infradesnivelamento (lesão miocárdica por IAM ou ação digitálica). Onda T: onda única e assimétrica cujo ramo ascendente é mais lento que o descendente e o ápice é arredondado. A isquemia miocárdica modifica a onda T (positiva apiculada: isquemia sub-endocárdica / negativa apiculada: isquemia sub-epicárdica). Amplitude e duração não são medidas, mas mede-se o QT, que vai do início do QRS ao fim da onda T e altera-se em distúrbios eletrolíticos e uso de medicamentos Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce D1 e avL Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce 3 quadradinhos 0,12s Fernando Carli Realce 5 quadradinhos 0,2 segundos Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce DII, DIII e avF Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce Fernando Carli Realce