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Prof. Cleydson Rodrigues de Oliveira Mestre em Enfermagem – EEUFMG Especialista em Terapia Intensiva- EEUFMG SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS 1 SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS Resultam do estreitamento das artérias coronárias devido a doença aterosclerótica ou vasoespasmo. O efeito primário é a isquemia miocárdica secundário à diminuição do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias. (BERNOCHE et al, 2019 ; BRUNNER, 2015; ESC, 2017;KUMAR, 2010; PELLICO, 2015; SBC, 2014) 2 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2014 ) A doença cardiovascular, incluindo uma de suas principais formas de apresentação, a doença arterial coronária, permanece com uma das principais doenças do século 21 por sua morbidade e mortalidade. A média de idade atual dos pacientes com diagnóstico de SCA é de 68 anos, com prevalência maior em pacientes do sexo masculino (três homens para cada duas mulheres). Nos Estados Unidos, a SCA afeta cerca de 780 mil indivíduos por ano, sendo a maior parte dos casos (70% a 75%) representada pela SCASST. Assim, aproximadamente a cada 25 segundos um americano tem uma SCA, e a cada minuto há uma morte causada por este tipo de evento. Considera se que, como consequência da SCA, há redução média de 16,6 anos na expectativa de vida, caracterizando um problema crítico de saúde pública. No Brasil, a doença cardiovascular corresponde a 30% das causas de morte. 3 (BERNOCHE et al, 2019 ; YUSUF, 2004) Fatores de risco para DAC atuam sinergicamente aumentando o risco da doença. De acordo com estudo INTERHEART, realizado em 52 países, a intervenção em fatores de risco potencialmente modificáveis e facilmente medidos pode resultar em redução no risco de IAM inicial de até 90%. FATORES DE RISCO 4 FISIOPATOLOGIA Lesão vascular Formação da placa aterosclerótica Rompimento da placa aterosclerótica Formação de trombos Vasoespasmo coronariano (BRUNNER, 2015; KUMAR, 2010; PELLICO, 2015; SBC, 2014) 5 ATEROSCLEROSE Doença de progressão lenta, de início precoce, cuja característica é o “Ateroma” – depósito circunscrito de lípides na íntima, formando uma placa fribrogordurosa focal e elevada, afetando artérias grandes e médias (principalmente as coronárias, as cerebrais, a aorta, o tronco braquicefálico e as ilíacas). (BRUNNER, 2015; KUMAR, 2010; PELLICO, 2015) FISIOPATOLOGIA ENDOTELIAL 6 Acúmulo de lipídios Ativação endotelial Migração de células inflamatórias Ativação de células inflamatórias Recrutamento de Células Musculares Lisas Síntese da matriz Formação do revestimento fibroso Patogênese da Aterosclerose (BRUNNER, 2015; KUMAR, 2010; PELLICO, 2015) 9 10 Revestimento fibroso fino Células inflamatórias Poucas CML Placa Instável Endotélio com erosão Macrófagos ativados Revestimento fibroso espesso Falta de células inflamatórias Células espumosas Endotélio intacto Muitas CML Placa Estável Adaptado de Libby: Circulation 2007 A ATEROSCLEROSE ENVOLVE MAIS DO QUE LIPÍDIOS 11 Placa Rompida com Trombose Placa Estável ANGINA DO PEITO “Existe um distúrbio do peito marcado por sintomas fortes e peculiares, marcantes pelo tipo de perigo que ele acarreta... O seu local e a sensação de estrangulamento e ansiedade com que se apresenta podem fazê-lo merecer a denominação de angina pectoris. As suas vítimas são atacadas, enquanto estão caminhando e, mais particularmente, quando caminham logo após se alimentar, por uma sensação dolorosa muito desagradável no peito, que parece como se lhes fosse tirar a vida, se piorasse ou persistisse: tão inquietação desaparece no momento em que ficam imóveis. Após ter continuado por alguns meses, ela não cessará tão instantaneamente, ao ficar imóvel: e retornará, não somente quando as pessoas estiverem caminhando, mas também quando deitadas...” Heberden( 1772) 13 ANGINA DO PEITO Expressão clínica da isquemia miocárdica que se desenvolve quando ocorre desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio. Angina estável Angina instável 14 ANGINA ESTÁVEL CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Precordialgia deflagrada por situações que aumentam a demanda de oxigênio pelo miocárdio; Prontamente aliviada após reversão do fator precipitante ou após administração de nitroglicerina; Principais fatores precipitantes: esforço físico, frio, estresse, anemia, alimentação copiosa, hipertermia, pneumonia, asma , DPOC, hipertensão pulmonar, apneia do sono obstrutiva, policitemia e hiperviscosidade, doenças falciformes, trombocitose, hipertireoidismo, toxidade simpatomimética ( cocaína); Duração da precordialgia: de 2 a 15’. (SBC, 2014) 15 ANGINA ESTÁVEL CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Tipo da dor: pressão ou em aperto (+ comum). Outras descrições: queimação ou indigestão. Localização: retro-esternal, podendo irradiar para face ulnar do braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou ombro. (SBC, 2014) 16 ANGINA INSTÁVEL CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Precordialgia deflagrada em repouso ou aos mínimos esforços, sendo menos prontamente aliviada após a administração de nitroglicerina. Quadro mais grave que a angina estável, com probabilidade considerável de evoluir para IAM. Duração da precordialgia: superior a 20’ e inferior a 30’. (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2014) 17 ANGINA INSTÁVEL CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Tipo e localização da dor: semelhante ao da angina estável, entretanto de maior intensidade e duração. Associado a uma diminuição abrupta da oferta de oxigênio ao miocárdio. (SBC, 2014) 18 Sinal de Levine (PORTO, 2013) 19 ANGINA ESTÁVEL E INSTÁVEL EXAMES COMPLEMENTARES ELETROCARDIOGRAMA Infradesnivelamento do segmento ST e inversão da onda T podem estar presentes durante o evento isquêmico. Na ausência de dor e em repouso o ECG pode ser normal. (AHA, 2015; SBC, 2014) 20 ANGINA ESTÁVEL E INSTÁVEL EXAMES COMPLEMENTARES ELETROCARDIOGRAMA (SBC, 2014) 21 ANGINA ESTÁVEL E INSTÁVEL EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES LABORATORIAIS Avaliação dos marcadores cardíacos para exclusão de IAM. CK CK-MB Troponina Mioglobina Angina estável e instável: Não há elevação dos marcadores cardíacos. (BERNOCHE et al, 2019 BRUNNER, 2015; PELLICO, 2015; SBC, 2015) 22 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Síndrome clínica resultante da necrose isquêmica do miocárdio, conseqüente à obstrução ao fluxo coronariano, com tempo superior a 30 min. IAM com supradesnivelamento de ST: dano tissular estende-se por todas as camadas miocárdicas, devido a trombos oclusivos persistentes. IAM sem supradesnivelamento de ST: dano ocorre apenas nas camadas mais internas, decorrentes de oclusões trombóticas incompletas. (SBC, 2014) 23 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Precordialgia intensa por um período superior a 30 min, podendo ocorrer em repouso. Pode estar acompanhada por manifestações de estimulação adrenérgica ou vagal (taquicardia, palpitações, bradicardia, síncope, palidez cutânea, náuseas e vômitos). Localização: retro-esternal, podendo irradiar para face ulnar do braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou ombro. (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2014) 24 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ATENÇÃO: As manifestações do IAM podem apresentar-se como sinais inespecíficos – Equivalentes Isquêmicos Dispneia/cansaço súbito e intenso Tontura Estado confusional Desconforto gastrointestinal Síncope e sinais ou sintomas de AVE Mais comum em idosos, diabéticos, mulheres e portadores de insuficiência cardíaca. (SBC , 2014) 25 CLASSIFICAÇÃO DE KILLIP Choque Cardiogênico (PA sistólica < 80 mmHg sem resposta a volume) Killip IV EAP Killip III Dispnéia e crepitações pulmonares ou B3 Killip II Semdispnéia, B3 ou crepitações pulmonares Killip I Classificação baseada em dados clínicos que permite estudar a gravidade da insuficiência ventricular nos pacientes com IAM. Bastante usada na avaliação da mortalidade em geral. Choque Cardiogênico (PA sistólica < 90 mmHg com sinais de baixo débito) (Mortalidade hospitalar de 81%) Killip IV EAP e/ou B3 (Mortalidade hospitalar de 58%) Killip III Crepitações pulmonares (Mortalidade hospitalar de 37%) Killip II Sem B3 ou crepitações pulmonares à ausculta (Mortalidade hospitalar de 6%) Killip I (SBC , 2015) 26 Epicárdio Endocárdio Coronária ATP PH CKMB Troponinas Histamina, PGE2 K+ Arritmias Inflamação, dor Lesão Radicais Livres FISIOPATOLOGIA: Infarto Agudo do Miocárdio 27 Não gera potencial de ação; Não produz vetores; Não se despolariza e não se repolariza; Não se contrai, apenas conduz o estímulo; Promove reações teciduais com liberação de mediadores da dor; Libera proteínas celulares para o sangue: CK-MB, Troponinas, Mioglobina. Alteração histológica irreversível A Célula Necrosada Sintomatologia Clínica Alterações no ECG Elevação Marcadores de necrose Alterações na contratilidade cardíaca: hipocinesia (BRUNNER, 2015; KUMAR, 2010; PELLICO, 2015; SBC, 2015) 28 ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS O diagnóstico eletrocardiográfico é dado pela análise do ECG 12 derivações, o qual apresenta alterações de ST / T / onda Q importante. Componentes do ECG normal. Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível 29 Segmento ST É o intervalo entre o fim do complexo QRS (ponto J) e o início da onda T HEINISCH, RH V2 30 Normal : ST na linha de base Comparar com o segmento PR Segmento ST 31 ONDA T Duração a medida está incluída no intervalo QT Morfologia é arredondada e assimétrica, a primeira porção ascendente é mais lenta e a descendente rápida Amplitude menor do que a amplitude do QRS Polaridade positiva na maioria das derivações, exceções: D3, aVR, V1 e crianças (V1-3) HEINISCH, RH V2 32 Achados na SCA: Supra desnivelamento ST (BERNOCHE et al, 2019; ESC, 2017) 33 Achados na SCA: Segmento ST Infra desnivelamento > ou = 0,5mm ou inversão dinâmica de onda T com dor/desconfortoSCA sem supra (AHA, 2012) 34 35 I lateral II inferior III inferior aVR aVL lateral aVF inferior V1 septal V2 septal V3 anterior V4 anterior V5 lateral V6 lateral 36 Lateral I, aVL Lateral V5, V6 Anterior V3, V4 Inferior II, III, aVF Septal V1, V2 ( SBC, 2015) 37 CD Cx DA Visão anterior Visão posterior CD Cx CE 38 Isquemia septal, lesão ou infarto - V1 e V2 V1, V2 39 V3, V4 Isquemia de parede anterior, lesão ou infarto - V3 e V4 40 I, aVL, V5, V6 Isquemia de parede lateral, lesão ou infarto - I, aVL,V5, V6 41 II, III, aVF Isquemia de parede inferior, lesão ou infarto - II, III, aVF 42 Ramo septal Cx Oclusão da DA Oclusão da DA - V1 - V6 43 Oclusão da Cx Oclusão da Cx - I, aVL, possivelmente V5, V6 Visão anterior Visão posterior Oclusão da Cx 44 Oclusão de ramo da CD Oclusão da CD - II, III, aVF 45 CASO CLÍNICO R.G., 53 anos, sexo masculino. QP: dor retroesternal em aperto, irradiando para o pescoço e mandíbula. Nega hipertensão, diabetes, obesidade pregressa. Tabagista, etilista. PA: 100/80mmHg FC: 50bpm FR: 18ipm Infarto de parede Inferior D2, D3 e AVF Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível 46 Avaliação laboratorial Marcadores de necrose CK total: enzima reguladora na produção de fosfato de alta energia, utilizado pelos tecidos contráteis (lesão muscular) CK MB: músculo cardíaco e periférico CK MB: elevação entre 4 e 6 horas, após início dos sintomas. Pico máximo em 18 horas e normaliza entre 48 e 72 horas CK MB massa: altera mais precocemente, mais sensibilidades e especificidade (AHA, 2015; BERNOCHE et al, 2019; BRUNNER, 2015; PELLICO, 2015; SBC, 2015) 47 Avaliação laboratorial Mioglobina: proteína transportadora de oxigênio localizada nos músculos estriados Elevação entre 2 e 4 horas, com pico entre 6 e 9 horas e se normaliza após 12 a 24 horas (valor preditivo negativo) (AHA, 2015; BRUNNER, 2015; PELLICO, 2015; SBC, 2015) 48 Avaliação laboratorial Troponina: presentes no filamento fino dos músculos estriados. Troponina I e T: mais específicas Troponina I: eleva-se após 3 a 6 horas, pico entre 14 e 18 horas e normaliza entre 5 e 7 dias Troponina T: normaliza entre 12 e 14 dias (AHA, 2015; BERNOCHE et al, 2019; BRUNNER, 2015; PELLICO, 2015; SBC, 2015) 49 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS Reduzir chance de recorrência Repouso, controle PA, β-bloqueio. Prevenir trombose Antiagregante plaquetário, antitrombínico Promover Vasodilatação Nitratos, bloqueadores de canais de cálcio. Reperfusão (oclusão total) Trombólise, angioplastia Tratar e prevenir complicações da isquemia / necrose Β-bloqueadores, antiarrítmicos Remodelamento Inibidores da ECA... (AHA, 2015; BRUNNER, 2015; PELLICO, 2015; SBC, 2015) 50 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Antiplaquetários ASPIRINA Inibe a Ciclooxigenase, reduzindo produção de tromboxanos; Reduz mortalidade e incidência de IAM não-fatal, em pacientes com AI ou IAM sem supra de ST, em até 64% (estudo RISC) Reduz em 23% a mortalidade em pacientes com IAM com supra de ST, p<0,00001 (estudo ISIS-2) (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) DERIVADOS TIENOPIRIDÍNICOS – ticlopidina e clopidogrel agregação plaquetária mortalidade e IAM não fatal isquemia e RM efeito aditivo à AAS 51 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES GLICOPROTÉICOS IIB-IIIA – Inibe receptor GP IIb/IIIa da plaqueta Inibe via final comum de agregação plaquetária morte, IAM e necessidade de RM AI / IAM sem supra tratados clinicamente Tirofiban e eptifibatide IPC programada Abciximab e eptifibatide (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) Antiplaquetários Atenção! Plaquetas < 150.000 Alergia ou uso de outro inibidor GP IIb/IIIa Dissecção de Ao, pericardite, HAS grave Presença há < 30 d de Sangramento interno ativo AVC ou neoplasia de SNC Cirurgia ou trauma de grande porte 52 AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA ADP, trombina, tromboxane A2, colágeno Plaqueta em repouso Receptores IIb/IIIA não receptivos Plaqueta ativada Receptores em estado receptivo Fibrinogênio (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 53 53 Am J Med 1996;101:199-209 Colágeno Trombina TxA2 TxA2 ADP Ciclo oxigenase ADP Receptor de fibrinogênio Ativação Ativação Plaqueta AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 54 54 Slide 27 Clopidogrel e AAS: mecanismo de ação complementar Este slide ilustra as vias envolvidas na ativação plaquetária e os pontos em que agem o AAS e o clopidogrel. Como o AAS e o clopidogrel inibem diferentes vias de ativação plaquetária, existe o potencial de sinergia entre esses dois agentes. O clopidogrel é um inibidor potente e não competitivo da agregação plaquetária induzida por ADP, que inibe irreversivelmente a ligação do ADP aos seus receptores nas membranas das plaquetas. A inibição é específica e não afeta significativamente o metabolismo da cicloxigenase ou do ácido aracdônico. A ligação do ADP é necessária para a ativação do receptor da GP IIb/IIIa, que é o local de ligação do fibrinogênio. O fibrinogênio faz com que as plaquetas se unam, formando um agregado. Portanto, em última análise, o clopidogrel inibe a ativação do receptor de GPIIb/IIIa e sua ligação ao fibrinogênio. O AAS inibe a enzima cicloxigenase, inibindo a produção de prostaglandinas e tromboxano A2 (TXA2) a partir do ácido aracdônico. O TXA2 ativa o sítio de ligação de GPIIb/IIIa na plaqueta, permitindo que o fibrinogênio se ligue a ele. Referências Schrör K. Platelets 1993;4:252-261. Clopidogrel prescribing information. Schafer AI. Antiplatelet therapy. Am J Med 1996;101:100-209. Colágeno TrombinaTxA2 TxA2 ADP Ciclo oxigenase ADP Receptor de fibrinogênio Ativação Ativação Clopidogrel IGP IIb/IIIa AAS Plaqueta AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 55 55 Slide 27 Clopidogrel e AAS: mecanismo de ação complementar Este slide ilustra as vias envolvidas na ativação plaquetária e os pontos em que agem o AAS e o clopidogrel. Como o AAS e o clopidogrel inibem diferentes vias de ativação plaquetária, existe o potencial de sinergia entre esses dois agentes. O clopidogrel é um inibidor potente e não competitivo da agregação plaquetária induzida por ADP, que inibe irreversivelmente a ligação do ADP aos seus receptores nas membranas das plaquetas. A inibição é específica e não afeta significativamente o metabolismo da cicloxigenase ou do ácido aracdônico. A ligação do ADP é necessária para a ativação do receptor da GP IIb/IIIa, que é o local de ligação do fibrinogênio. O fibrinogênio faz com que as plaquetas se unam, formando um agregado. Portanto, em última análise, o clopidogrel inibe a ativação do receptor de GPIIb/IIIa e sua ligação ao fibrinogênio. O AAS inibe a enzima cicloxigenase, inibindo a produção de prostaglandinas e tromboxano A2 (TXA2) a partir do ácido aracdônico. O TXA2 ativa o sítio de ligação de GPIIb/IIIa na plaqueta, permitindo que o fibrinogênio se ligue a ele. Referências Schrör K. Platelets 1993;4:252-261. Clopidogrel prescribing information. Schafer AI. Antiplatelet therapy. Am J Med 1996;101:100-209. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO . Antitrombínicos Enoxiparina / HNF Inibe fator Xa e IIa (trombina) formação de trombo na placa rota óbito e IAM não fatal Atenção! Cirurgia craniana, intraespinal ou ocular recente Sangramento ativo Diátese hemorrágica Hipersensibilidade (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 56 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO . Antiisquêmicos .Nitratos Redução da pré-carga e pós-carga, diminuindo consumo de oxigênio, age na vasodilatação arterial; Diminui vasoespasmo coronariano; Atenção Sildenafil ou similares (24 a 48 h) (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 57 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO . Antiisquêmicos Betabloqueadores FC e força de contração tamanho do infarto arritmias mortalidade Reinfarto Atenção! FC< 50 a 60 bpm PAS< 90 mm Hg BAV ICC / EAP DPOC / Asma Inibidores dos canais de cálcio Inibidores da ECA (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 58 Morfina Vasodilatador Para alívio da dor e consequente diminuição da estimulação simpática Diminuição da frequência cardíaca e da vasoconstrição Diminuição do consumo de O2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 59 TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM . Trombolíticos Ativam o plasminogênio para formar a plasmina, esta digere a fibrina e dissolve o coágulo Tenecteplase Alteplase importante mortalidade tamanho do infarto Preserva função ventricular Quando? Dor torácica sugestiva de IAM < 12 h Supra de ST 1 mm em 2 derivações contíguas Sem limite de idade (BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 60 TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM . Trombolíticos Contra-indicações ABSOLUTAS Qualquer hemorragia intracraniana prévia Lesão cerebrovascular estrutural conhecida (Ex. MAV) Neoplasia intracraniana conhecida (Primária ou metastática) Acidente vascular isquêmico dentro dos últimos 3 meses EXCETO acidente vascular isquêmico agudo dentro das últimas 3 horas Sangramento ativo ou diátese hemorrágica (excluindo menstruação) Trauma significativo próximo ao crânio ou trauma facial dentro dos últimos 3 meses (AHA, 2015; BERNOCHE et al, 2019; SBC, 2015) 61 TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM Trombolíticos Contra-indicações relativas História de HAS crônica, grave e mal controlada HAS grave não controlada na chegada (PAS>180mmHg o PAD>110mmHg) RPC traumática ou prolongada (10minutos) ou cirurgia grande (< 3 semanas) Sangramento interno recente (dentro das últimas 2 a 4 semanas) Punções vasculares não compressíveis Para estreptoquinase/ anistreplase: exposição prévia (5 dias anteriores) ou reação alérgica prévia a esses agentes Gestação Úlcera péptica ativa Uso corrente de anticoagulantes: quanto mais alto o RNI, maior o risco de sangramento (AHA, 2015; BERNOCHE et al, 2019 SBC, 2015) 62 ABORDAGEM AO PACIENTE COM SCOA (AHA, 2015; SBC, 2015) 63 63 Usar o algoritmo da angina instável para repassar as intervenções específicas. Qual é a dose de aspirina e como ela deve ser tomada? 160-325 mg (mastigar) Quando se deve dar clopidogrel? Para a maioria dos pacientes de alto risco, se for usada a abordagem sem intervenção Se estiver planejada intervenção coronária percutânea Se o paciente não puder tomar aspirina Perguntar que tipo de heparina seria usado na instituição dos alunos. De preferência heparina de peso molecular baixo (especialmente enoxaparina), a não ser que esteja planejada cirurgia dentro de 24 horas Que pacientes não são candidatos a receber um bloqueador β? P <60/minuto, insuficiência cardíaca descompensada moderada ou grave, choque, bloqueio atrioventricular >1 grau, pressão arterial sistólica <100 mmHg, hipoperfusão periférica, broncoespasmo ativo Perguntar quando um bloqueador de canal de cálcio deveria ser dado a um paciente com angina instável ou infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST. Incapacidade de tolerar ou receber um bloqueador β Dor não controlada com nitroglicerina e bloqueador β Os bloqueadores de canal de cálcio não diminuem o risco de infarto do miocárdio Que pacientes são candidatos a receber inibidores do complexo de glicoproteína IIb/IIIa? Pacientes de alto risco: depressão do segmento ST, dor contínua no peito, marcadores cardíacos elevados Pacientes com intervenção coronária percutânea planejada Mostrar a pergunta no próximo passo, no fim da discussão. ABORDAGEM AO PACIENTE COM SCOA (AHA, 2015; SBC, 2015) 64 64 Usar o algoritmo da angina instável para repassar as intervenções específicas. Qual é a dose de aspirina e como ela deve ser tomada? 160-325 mg (mastigar) Quando se deve dar clopidogrel? Para a maioria dos pacientes de alto risco, se for usada a abordagem sem intervenção Se estiver planejada intervenção coronária percutânea Se o paciente não puder tomar aspirina Perguntar que tipo de heparina seria usado na instituição dos alunos. De preferência heparina de peso molecular baixo (especialmente enoxaparina), a não ser que esteja planejada cirurgia dentro de 24 horas Que pacientes não são candidatos a receber um bloqueador β? P <60/minuto, insuficiência cardíaca descompensada moderada ou grave, choque, bloqueio atrioventricular >1 grau, pressão arterial sistólica <100 mmHg, hipoperfusão periférica, broncoespasmo ativo Perguntar quando um bloqueador de canal de cálcio deveria ser dado a um paciente com angina instável ou infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST. Incapacidade de tolerar ou receber um bloqueador β Dor não controlada com nitroglicerina e bloqueador β Os bloqueadores de canal de cálcio não diminuem o risco de infarto do miocárdio Que pacientes são candidatos a receber inibidores do complexo de glicoproteína IIb/IIIa? Pacientes de alto risco: depressão do segmento ST, dor contínua no peito, marcadores cardíacos elevados Pacientes com intervenção coronária percutânea planejada Mostrar a pergunta no próximo passo, no fim da discussão. ABORDAGEM AO PACIENTE COM SCOA (EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY, 2017) 65 65 Usar o algoritmo da angina instável para repassar as intervenções específicas. Qual é a dose de aspirina e como ela deve ser tomada? 160-325 mg (mastigar) Quando se deve dar clopidogrel? Para a maioria dos pacientes de alto risco, se for usada a abordagem sem intervenção Se estiver planejada intervenção coronária percutânea Se o paciente não puder tomar aspirina Perguntar que tipo de heparina seria usado na instituição dos alunos. De preferência heparina de peso molecular baixo (especialmente enoxaparina), a não ser que esteja planejada cirurgia dentro de 24 horas Que pacientes não são candidatos a receber um bloqueador β? P <60/minuto, insuficiênciacardíaca descompensada moderada ou grave, choque, bloqueio atrioventricular >1 grau, pressão arterial sistólica <100 mmHg, hipoperfusão periférica, broncoespasmo ativo Perguntar quando um bloqueador de canal de cálcio deveria ser dado a um paciente com angina instável ou infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST. Incapacidade de tolerar ou receber um bloqueador β Dor não controlada com nitroglicerina e bloqueador β Os bloqueadores de canal de cálcio não diminuem o risco de infarto do miocárdio Que pacientes são candidatos a receber inibidores do complexo de glicoproteína IIb/IIIa? Pacientes de alto risco: depressão do segmento ST, dor contínua no peito, marcadores cardíacos elevados Pacientes com intervenção coronária percutânea planejada Mostrar a pergunta no próximo passo, no fim da discussão. Obrigado. 66 REFERÊNCIAS American Heart Association. Suporte Avançado de Vida Cardiovascular – Manual para profissionias de saúde: Artes Gráficas e Editora Sesil, SP, 2015. American Heart Association. Advanced Cardiac Life Support - Provider Handbook: Guideline standards 2015/2020. https//:t.me/Anesthesia_books Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS, Siqueira AWS, Piscopo A, et al. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2019. Arq. Bras Cardiol. 2019; 113(3): 449-663. European Society of Cardiology. Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation: The Task Force for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation of the European Society of Cardiology (ESC). European Heart Journal v.00, p. 1–66, 2017 GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. HINKLE, J.L; CHEEVER, K.H. 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