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Peça 2 - Direito Penal

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR(A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE AMAPÁ/AP.
Autos nº xxxxx
PAULO LAS VEGAS, já qualificado nos autos em epígrafe, vem por meio de sua advogada, regularmente escrita na OAB/XX, sob o nº xxxxx, endereço eletrônico xxx, com escritório profissional na Rua xxx, nº xxx, bairro xxx, CEP xxx, cidade xxx, estado xxx, onde recebe intimações e demais expedientes forenses, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Com fundamentos nos arts. 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir aduzidas.
I- DOS FATOS:
Segundo os fatos narrados na denúncia pelo Ministério Público do Estado do Amapá, na manhã do dia 10 de maio de 2011 (terça-feira), PAULO LAS VEGAS foi procurado pela Polícia Civil local em sua residência, sendo-lhe apresentado um mandado de busca e apreensão e outro de prisão preventiva. Informado de que seria alvo de investigação pela morte de seu vizinho, LUCAS CALIFÓRNIA, foi encaminhado preso até a delegacia, tendo sido localizada a faca utilizada no crime no ato do cumprimento dos mandados. Segundo informado pelos policiais, LUCAS CALIFÓRNIA, prefeito da cidade, teria sido morto à facada na noite de quinta-feira (5 de maio de 2011) por PAULO LAS VEGAS. 
O delegado de polícia mencionou, também, que pelo inquérito policial possuir caráter inquisitorial, não havendo processo judicial em andamento, a presença de advogado no ato seria facultativa, ou seja, deixou a cargo de PAULO a possibilidade de comunicar-se com algum advogado de sua confiança. 
Diante dos fatos apresentados, desacompanhado de advogado, pois PAULO LAS VEGAS e seus familiares não dispunham do contato com tal tipo de profissional, acabou confessando ter matado LUCAS CALIFÓRNIA. Como motivação, ele disse ter matado seu vizinho em razão de tê-lo visto, com um estilete em punho, praticando ato libidinoso com sua filha de 4 anos, que se encontrava na porta de casa aguardando a mãe (esposa de Paulo). Informou, ainda, que, ao ver a cena, imediatamente entrou em luta corporal com LUCAS e o empurrou para a garagem de sua casa, quando, imbuído de violenta emoção, alcançou uma faca que se encontrava no local e, para salvar sua própria vida, desferiu um golpe no peito de LUCAS, que imediatamente veio a óbito. Ato contínuo, muito rapidamente, arrastou o corpo para um lote vago situado ao lado de sua residência, tudo sem que sua esposa visse o ocorrido. PAULO informou ainda que, após os fatos, narrou tudo para sua esposa e que imediatamente levaram a criança para o hospital. Lá, foi constatado pelo médico que ela teria sido violentada sexualmente. 
Sem a realização de diligências diversas, a fim de, simplesmente, comunicar o cumprimento dos mandados de busca (apreendeu um estilete e a faca utilizada por PAULO) e de prisão, o delegado de polícia encaminhou os autos do inquérito policial ao Poder Judiciário no mesmo dia, ainda desacompanhado do relatório final.
PRELIMINARMENTE
Tendo em vista que após a rejeição da denúncia pelo respeitado Magistrado com fulcro no art. 395, inciso II, o representante ministerial apresentou suas razões para Recurso em sentido Estrito. 
Diante do exposto o presente recurso foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado do Amapá sem que a defensora do acusado PAULO LAS VEGAS tivesse a oportunidade de apresentar as contrarrazões ao recurso ministerial, por ainda não estar cadastrada nos autos, tendo em vista que o acusado ainda não teria sido citado para apresentar sua defesa, sendo assim Vossa Excelência entendeu pela desnecessidade de abertura de prazo para que a defesa pudesse em seu direito apresentar as contrarrazões acerca do recurso em sentido estrito apresentado pelo digníssimo representante do Ministério Público.
A respeitável denúncia não merece prosperar, pois fere o que diz a Súmula 707 do Supremo Tribunal Federal: 
Súmula 707- STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
Nesse sentido: “As partes têm direito à estrita observância do procedimento tipificado na lei, como concretização do princípio do devido processo legal, a cujo âmbito pertencem as garantias específicas do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da Constituição da República): 
Art. 5ª, inciso LIV, CF - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Art. 5º, inciso LV, CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
O exercício do contraditório deve, assim, permear todo o processo, garantindo sempre, com ônus, a possibilidade de manifestações oportunas e eficazes da defesa, desde a de arrazoar e contra-arrazoar recursos, até a de se fazer ouvir no próprio julgamento destes. Em recurso em sentido estrito, interposto contra decisão de rejeição da denúncia, o denunciado que, como é óbvio, ainda não foi citado, deve ter assegurado o exercício do ônus de se manifestar nos autos, pois seu interesse primordial reside em não ser réu, ou seja, em não lhe ser instaurada ação penal. Foi tal entendimento que levou esta Casa a editar a súmula 707 (...)”. (STF. HC 87926, Relator Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgamento em 20.2.2008, DJe de 25.4.2008).”
II – DO MÉRITO
              Na oportunidade das Alegações Finais, se houver, serão apresentadas todas as alegações por parte da defesa, neste momento se reservando a pleitear a absolvição sumária do réu pela sua inocência.
III – DO PEDIDO
a) Que a ação seja julgada improcedente para absolver o réu sumariamente nos termos do artigo 397, inciso I, do CPP;
b) Caso superadas as preliminares, requer que sejam intimados, na qualidade de informantes elencadas no rol abaixo.
Termos em que,
Pede deferimento
Amapá, 14 de setembro de 2011
Amanda Rocha
OAB/AP nº xxxxx
ROL DE INFORMANTES:
ALINE, portadora do RG nº xxx, registrada no CPF sob o nº xxx, residente à Rua xxx, nº xxx, cep xxx, cidade xxx, estado xxx;
BÁRBARA, portadora do RG nº xxx, registrada no CPF sob o nº xxx, residente à Rua xxx, nº xxx, cep xxx, cidade xxx, estado xxx;
CARLOS, portadora do RG nº xxx, registrada no CPF sob o nº xxx, residente à Rua xxx, nº xxx, cep xxx, cidade xxx, estado xxx;
DOUGLAS TEXAS, portadora do RG nº xxx, registrada no CPF sob o nº xxx, residente à Rua xxx, nº xxx, cep xxx, cidade xxx, estado xxx;

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