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FICHAMENTO SOBRE OS VÁRIOS PERÍODO QUE A EDUCAÇÃO PERCORREU NO BRASIL -convertido

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FICHAMENTO SOBRE OS VÁRIOS PERÍODO QUE A EDUCAÇÃO PERCORREU NO 
BRASIL. 
Nome: Oliete Aparecida da Silva Siqueira 
Data: 09/03/2019 
Tema: Da primeira concepção de uma escola de Estado à hegemonia da Igreja Católica e 
Escola e pensamento pedagógico nos séculos XVI e XVII. 
BITTAR, Marisa. História da educação: da antiguidade à época contemporânea. São Carlos: 
EdUFSCar, 2009. 
 Da primeira concepção de uma escola de Estado à hegemonia da Igreja Católica. 
“Este texto trata das primeiras formas de educação que as sociedades ocidentais 
praticaram, especialmente gregos e romanos, de quem herdamos princípios e idéias”. (p.15) 
 Na antiguidade a educação não era direito de todos, sendo acessível apenas para as 
classes privilegiadas da sociedade, além de ser uma educação voltada apenas para os jovens 
excluindo as crianças, meninos e meninas estudavam separados e os conteúdos eram 
diferenciados, as meninas recebiam instruções mais voltadas para os afazeres domésticos já 
os meninos estudavam mais as áreas das exatas. Aristóteles foi o primeiro, filosofo a defender 
a ideia de uma escola mantida pelo estado, até então a educação era privilegio de uma minoria, 
para ele só assim a educação seria de caráter igualitário para todos. (P.15) 
 “Desde que os homens passaram a viver em sociedade a educação esteve presente, 
ou seja, todos os agrupamentos humanos, em qualquer nível de seu desenvolvimento, 
praticaram e praticam a educação, primeiramente, no ambiente familiar. Foi assim que 
aconteceu nas sociedades da Antiguidade, que existiram milênios antes do nascimento de 
Jesus. Dessa forma, educação não é o mesmo que escola. Esta última é uma invenção da 
humanidade no seu processo histórico para difundir o conhecimento de forma sistematizada, 
a escola do alfabeto começou a ser praticada na Grécia Antiga por volta do século V a.C., 
atraindo para si a resistência dos conservadores. Segundo estes, introduzir a escrita na escola 
poderia resultar em que os jovens negligenciassem a memória. Era esse o temor de Platão.” 
(p.15) 
“A aproximadamente 35-95 d.C, um grego por nome de Quintino, foi o responsável pela 
sistematização das disciplinas, que tinha como método inicial a aprendizagem do alfabeto 
seguido do ensino da gramática e de cultura geral, para ele a escola da gramática formaria 
homem culto capaz de falar bem e entender os autores, no entanto seria também necessário 
o fundamental ensinar música, astronomia, filosofia e ciências. Guintino apesar de ser de 
origem Grega teve seus estudos concluídos em Roma.” (p.16) 
“Ainda na Roma Antiga, foi fixado o primeiro salário estatal para uma cátedra de retórica. 
Para termos uma ideia do grau de prestígio das profissões, em 301 d.C. um pedagogo recebia, 
por cada criança, 50 denários mensais, o mesmo salário do mestre que ensinava o alfabeto; 
já o orador ou sofista, 250 denários mensais por cada discípulo; enquanto o advogado recebia, 
por causa, 1000 denários.(cátedra, igreja matriz. Denários moeda da época). O que podemos 
observar que pelo menos aqui no Brasil um professor alfabetizador, ainda não tem o trabalho 
reconhecido como deveria.” (p.24) 
A transição da antiguidade para a Idade Média com o fim do trabalho escravo se deu 
com a implantação do sistema feudal de produção e com a consolidação do cristianismo como 
uma nova visão de mundo. Esse sistema visava um acordo de trabalho entre os vassalos e os 
feudais, os feudais eram os donos da terra e os vassalos os trabalhadores braçais. 
“No final da Idade Média, temos então uma variedade de mestres: mestres autônomos, 
mestres com monitores, mestres associados em cooperativas, mestres capitalistas que 
assalariavam outros mestres, mestres pagos por corporações, mestres pagos pelas comunas. 
Essa variedade reflete uma escola de uma sociedade mercantil que começa a ficar quase 
totalmente livre da Igreja e do Império, vende a sua ciência, renova-a e revoluciona os métodos 
de ensino.” (p.30) 
 “Thomas More (1478-1535), que escreveu a respeito de uma cidade ideal, um lugar 
inexistente, onde deveria haver uma instrução para o trabalho agrícola e artesanal: Há uma 
arte comum a todos os utopianos, homens e mulheres, e da qual ninguém tem o direito de 
isentar-se – é a agricultura (...) As crianças aprendem a teoria nas escolas e a prática nos 
campos vizinhos da cidade aonde são levadas em passeios recreativos. Aí assistem ao 
trabalho e trabalham também, e este exercício traz ainda a vantagem de desenvolver as suas 
forças físicas.” (pp.30-31). 
Durante esse período a criança deixa de ser vista como adulto em miniatura e começa 
serem respeitada em suas fases de desenvolvimento e em sua maneira de aprender, mas isso 
não exclui os castigos físicos aplicados pelos mestres, quando a criança não correspondia à 
aprendizagem satisfatória que se esperava dela. (p.30) 
 “Durante esse período com a consolidação do capitalismo, que acabarão influenciando 
fortemente a educação, resultando em iniciativas que darão início à expansão quantitativa da 
escola, ainda emergem as crises religiosas, que originaram a reforma protestante e a contra 
reforma da própria igreja católica dando origem a um novo modelo educacional.” (p 31). 
 “O movimento religioso mais vigoroso que exerceu influência sobre a escola foi o 
luteranismo no início do século XVI, embora movimentos considerados heréticos já tivessem 
eclodido bem antes (Inglaterra e Boêmia). Depois de tentar uma reforma interna na Igreja 
Católica, à qual pertencia como monge agostiniano, Martim Lutero (1483-1546) foi duramente 
combatido pelo papado, acabou rompendo com o catolicismo e criando, na Alemanha, a sua 
própria Igreja.” (p.32) 
 “Como alerta Manacorda (1989), seria errado subestimar todo o esforço realizado nos 
países católicos e, em particular, pela Igreja Católica nesse período, mas é preciso reconhecer, 
porém, que os caminhos do futuro são bem diferentes daqueles trilhados por eles.” (p.34) 
“A partir dos seminários para a formação do clero, o exemplo mais bem sucedido de 
novas escolas para leigos foi o das escolas dos jesuítas, líderes na luta da Igreja Católica 
contra o protestantismo. No fim do século XVI, mais precisamente em 1599, foi aprovado o 
plano de estudos da Companhia de Jesus, Os primeiros mestres no Brasil foram os padres da 
Companhia de Jesus. Eles vieram para cá juntamente com a missão colonizadora de Portugal 
e chegaram à década de 1540. Inicialmente, eles tentaram alfabetizar os índios adultos com a 
finalidade de catequizá-los, mas insatisfeitos com os resultados, passaram a dirigir a sua ação 
educativa para as crianças, os curumins.” (p.34) 
“Observamos, assim, que enquanto os movimentos reformadores impulsionaram a 
criação das escolas mantidas pelo Estado, a Igreja Católica, com a Companhia de Jesus, atuou 
para manter as escolas sob seu controle. Podemos concluir, portanto, que o caminho do futuro 
na história da educação não foi trilhado pela Igreja Católica, pois esse caminho era o das 
escolas públicas estatais.” (p.34) 
Escola e pensamento pedagógico nos séculos XVI e XVII. 
“A transição do mundo feudal para o capitalismo e as mudanças que ocorreram na 
educação, seja nas novas concepções que procuraram interpretar o papel da escola, seja nas 
iniciativas à sua expansão para as camadas populares a partir das iniciativas reformadoras.” 
(p.41) 
“O seu traço essencial foi à tendência à superação do modo de produção feudal e, por 
consequência, do modo de viver e pensar que prevalecia no feudalismo. Assim, a primeira 
instituição requisitada a mudar internamente foi a Igreja Católica, que resistiu ao apelo de 
reforma. Foi por essa razão que aconteceram os movimentos reformistas e, logo em seguida, 
a cisão da cristandade ocidental em várias outras igrejas. Vamos perceber que a intenção de 
tornar a escola uma instituição para todas as crianças e jovens não foi unânime.” (P.41) 
 “A educação ocidental durante os séculos XVI e XVII acompanha os traços gerais da 
época, ou seja, ela está,como sempre, impregnada de elementos sociais e culturais do 
contexto histórico. As sociedades européias dessa época estavam vivenciando a longa 
transição do feudalismo para o capitalismo, processo histórico que foi marcado pelos seguintes 
traços: o mercantilismo, as reformas religiosas, o renascimento cultural, e a formação dos 
Estados Nacional.” (P41) 
“No âmbito desses movimentos históricos de longa duração, a educação começou a 
ganhar impulso para se expandir, além de adquirir nova feição. As classes divididas por idades 
e a proposta de meninos e meninas frequentarem a escola foram conquistas dessa época, 
essa unidade estrutural da escola contemporânea que agrupa 42 alunos por idade e com a 
qual estamos tão familiarizados, só passou a vigorar no fim do século XV, Pois bem, durante 
toda a Idade Média, a mistura de escolares por idades não era algo que causasse estranheza, 
mas no século XVII passou a repugnar os educadores e a incomodar o senso comum.” (P.42) 
“A partir do século XVII onde iniciou uma grande renovação pedagógica, “inaugurando 
o que hoje chamamos de pensamento pedagógico moderno. A pedagogia de Comenius, 
mesmo que fortemente inspirada na religião. Vejamos: a família se torna cada vez mais o lugar 
central da formação moral; a escola se renova por meio do colégio, das classes organizadas 
por idade, da socialização dos programas e dos métodos, da modernização dos currículos; a 
Igreja se organiza cada vez mais como espaço educativo e instrutivo, desenvolvendo uma 
função social cada vez mais extensa. “De acordo com Franco Cambi, outra instituição 
educativa e deseducativa será, depois, a fábrica, que veio transformar a mente do trabalhador, 
a sua ideologia, a própria consciência de si, vindo a desenvolver uma função de formação.” 
(p.50) 
 “Aprendemos, assim, que as primeiras iniciativas para a expansão da escola estiveram 
ligadas aos movimentos reformistas religiosos, pois exigiram que meninos e meninas a 
frequentassem, forçando a ação estatal a construir e manter escolas. Desse modo, os países 
que mais avançaram foram os que seguiram esse caminho, o qual, conforme vimos era o 
caminho do futuro. Em contrapartida, os países católicos se atrasaram na construção da escola 
de Estado. Vimos, também, que aconteceu uma renovação pedagógica no século XVII, 
especialmente por meio da proposição de Comenius de “ensinar tudo a todos” e de sua 
pedagogia inspirada na observação direta das coisas (empirismo).” (P52) 
“A pedagogia do século XVII sofreu a influência das duas grandes correntes filosóficas 
desse tempo: a empírica, representada principalmente por Bacon, e a idealista, fundada por 
Descartes. Nenhum deles escreveu diretamente sobre educação, mas suas ideias 
repercutiram fortemente nesse campo. Como estudamos ao mesmo tempo em que começa a 
ocorrer a expansão escolar, ainda prevalece à influência religiosa sobre a educação, pois, de 
um lado, as pedagogias dos países reformados seguem a inspiração das novas igrejas 
(protestantes), e, de outro, a pedagogia dos países que permaneceram católicos segue 
fortemente a pedagogia jesuítica até o século XVIII. Mas, a respeito da influência religiosa, foi 
nessa época que a escola começou a adquirir as feições que tem hoje: minuciosamente 
organizada e administrada pelo estado. Quanto à organização, vimos que surgiram as 
primeiras preocupações em agrupar as crianças por faixas etárias (graus), diferentemente da 
Idade Média, período no qual, conforme escreveu Philippe Ariès (1978), havia indiferença 
sobre a idade das crianças.” (P.52) 
AMARILIO, Ferreira Junior. História da Educação Brasileira: da Colônia ao século XX São 
Carlos : EdUFSCar, 2010. 
 Educação Brasileira na Colônia e no Império – 1549-1889 
 “Nesta unidade, vamos abordar os primórdios da história da educação brasileira, mais 
precisamente como a metrópole portuguesa desenvolveu as primeiras formas de educação 
das populações nativas e dos filhos da aristocracia agrária. Ou seja, de que forma, no momento 
inicial da colonização (1549), as crianças ameríndias foram catequizadas nas casas de bê-á-
bá, por meio dos catecismos bilíngues (tupi e português), e depois, como os filhos dos 
proprietários de terras e de escravos foram educados nos colégios mantidos pela Companhia 
de Jesus. Além disso, observaremos também que as reformas pombalinas do ensino (1759) 
colocaram fim à longa hegemonia educacional jesuítica e instituíram, em lugar dos colégios, 
as denominadas aulas régias de gramática (portuguesa, latina e grega), retórica e filosofia.” 
(Aula régia; que pertencia ao estado e não à igreja). (P.17) 
 “Essa etapa da história da educação corresponde, no contexto da Europa Ocidental, aos 
episódios que desembocaram nas chamadas reformas religiosas do século XVI: a reforma 
protestante levada a cabo por Martinho Lutero (1517) e a contrarreforma da Igreja Católica, 
mediante a convocação do Concílio de Trento (1545-1563). Ambas tiveram um profundo 
impacto no âmbito da educação Europeia e do mundo colonial (América, África e Ásia) de 
então. No caso brasileiro, devido ao fato de que o reino de Portugal assumiu o catolicismo 
como religião oficial (Padroado), os padres da Companhia de Jesus exerceram um controle de 
210 anos (1549-1759) na educação colonial. Assim, a história da educação brasileira não 
pode, desde a sua origem, ser desassociada da educação européia. Ela é fruto, diretamente, 
das ações econômicas desencadeadas pela burguesia mercantil, das grandes navegações e, 
das reformas religiosas. A missão catequética jesuítica empreendida em relação aos 
ameríndios, estava tanto relacionada com as disputas religiosas que se processavam entre os 
cidadãos como também mantinha vínculos orgânicos com a própria lógica econômica que 
cobiçava as terras ocupadas pelos povos brasílicos. Assim sendo, a educação brasileira 
nasceu como uma consequência direta da história da educação Europeia ocidental.” (p.17) 
“Há que se destacar ainda que, o caráter elitista e excludente da educação brasileira 
não se alterou com a independência política alcançada em 1822. A aristocracia agrária, que 
empalmou o poder durante o Império, manteve intacta a estrutura econômica herdada do 
período colonial. Assim, o modelo colonizador português baseado no latifúndio, na mão de 
obra escrava e na monocultura da cana-de-açúcar voltada para a exportação continuou sendo 
a matriz socioeconômica da educação de elite, pois excluía da escolaridade o grande 
contingente da população que era formada pelos escravos. Mas, concomitantemente, as elites 
agrárias mantiveram um sistema educacional em funcionamento que abrangia 18 desde a 
escola das primeiras letras até os cursos superiores (Direito e Medicina). Nem mesmo a 
pressão internacional pela abolição da escravidão, gerada pelos interesses do capitalismo 
produzido a partir da Revolução Industrial Inglesa, foi capaz de alterar a política educacional 
vigente no Brasil desde o período colonial. O padrão elitista da educação brasileira do século 
XIX era aquele que se materializava na figura do senhor de terras e de escravos, ou seja, 
depois da escolaridade primária, seus filhos frequentavam o Colégio D. Pedro II, fundado em 
1837, ou realizavam os exames parcelados do bacharelado secundário e, depois, ingressavam 
no curso de Direito ou de Medicina. Tinham uma formação muito mais bacharelesca, fundada 
numa retórica de cunho humanístico, que propriamente profissional.”(pp17-18) 
“Observem que, embora o Brasil tenha proclamado sua independência política em 1822, 
os traços estruturais da nossa sociedade permaneceram os mesmos (escravidão, latifúndio, 
monocultura) e, por essa razão, poucos avanços ocorreram na educação, uma vez que esses 
três aspectos fundamentais mantinham o Brasil como uma sociedade agrária na qual a escola 
praticamente inexistia. A pressão por escolaridade ocorreu historicamente em sociedades 
urbanas e industriais.” (P.19) 
O famoso método jesuítico levou aproximadamente 50 anos paraser discutido e 
aprovado O método, por sua vez, estava assentado nos princípios pedagógicos herdados da 
universidade medieval e eram os seguintes: Controle disciplinar rígido das normas 
pedagógicas estabelecidas; repetição (leitura por meio da memorização/aprendizagem 
mnemônica); disputas (emulação entre os grupos de alunos da mesma turma tendo como 
conteúdo as obras lidas, ou seja, exercícios coletivos de fixação dos conhecimentos por meio 
de perguntas e respostas); composição (redação de textos tendo como referência os temas 
de estudo); Interrogações (questões formuladas sobre as obras clássicas latinas estudadas); 
Declamação (exposição oral dos conhecimentos aprendidos por meio da retórica); prática 
sistemática de exercícios espirituais. (p.25) 
“podemos dividir a educação jesuítica colonial em duas fases que se distinguiram entre 
si, mas que, ao mesmo tempo, estavam relacionadas historicamente: a primeira achava-se 
ligada à catequese dos índios, e a segunda, aos filhos dos colonos”. (p.26) 
“Partir da segunda metade do século XVIII, a lógica política que regia o Padroado 
português (o catolicismo como religião oficial do Estado) sofreu mudanças de direção. As 
reformas administrativas executadas durante o governo do Rei D. José I (1714-1777) 
reverberaram no campo educacional, colocando fim à longa hegemonia exercida pela 
Companhia de Jesus, que perdurou mais de dois séculos, no âmbito da pedagogia portuguesa. 
O Alvará Régio de 1759 extinguiu “todas as escolas reguladas pelo método dos jesuítas” e 
estabeleceu “um novo regime” de ensino, ou seja, o Alvará de D. José I fechou os 24 colégios 
que eram mantidos pela Companhia de Jesus no Brasil Colonial (LEITE, 1950, p. 60-61).” 
(p.27) 
“O protótipo do governante no período do Império (1822-1889) era aquele que possuía, 
ao mesmo tempo, uma grande fazenda agropecuária, movida pelo braço escravo, e um título 
de “doutor” em Direito ou em Medicina. Aliás, a educadora alemã Ina von Binzer (1982), que 
na segunda metade do século XIX foi preceptora dos filhos da aristocracia agrária produtora 
de café, percebeu muito bem o significado social do tratamento de “doutor” dispensado aos 
fazendeiros quando fez a seguinte observação: “todo o brasileiro bem colocado na vida já 
nasce com direito a este título” (BINZER, 1982p. 17).” (p.35) 
“Os cursos de Direito que existiram no Império foram verdadeiros aparelhos ideológicos 
de reprodução do status quo agrário e escravocrata que vigia no Brasil do século XIX. Por 
conseguinte, os seus egressos eram intelectuais conformados para manterem os fundamentos 
ideológicos que sustentavam o Estado e, por extensão, eram profissionais encarregados da 
manutenção e controle esmerado da máquina administrativa monarquista. Nesse sentido, 
podemos afirmar que os intelectuais orgânicos formados pelos cursos de Direito durante o 
Império eram católicos fervorosos e avessos às transformações socioeconômicas geradas 
pela Revolução Industrial, eles transformavam-se em governantes que concebiam o futuro 
apenas como uma eterna repetição do presente, ou seja, pensavam o Brasil como sendo uma 
sociedade “eternamente” agrária, agrícola e escravocrata”. (p.38) 
“Após a independência política obtida em 1822, as elites agrárias trataram de conceber 
um ordenamento jurídico para o Brasil, que preservasse a essência do modelo econômico, 
social e político herdado do longo período colonial. Assim, a primeira Constituição, outorgada 
em 1824, manteve intactas as relações sociais escravistas de produção e estruturou um 
regime político imperial de caráter absolutista, no qual o imperador, além do poder executivo, 
exercia um quarto poder denominado moderador, que subordinava o poder judiciário e 
legislativo.” (p.39) 
“Na prática, o Ato Adicional de 1834 “revogou” o Inciso XXXII do Artigo 179 da 
Constituição de 1824, pois o governo central transferiu às províncias o encargo de financiar a 
criação de escolas “primárias e gratuitas a todos os cidadãos”. Ora, o problema consistia no 
seguinte: a partir do final da segunda metade do século XVIII, o Brasil passou por um longo 
período de estagnação econômica, primeiramente com a atividade agroexportadora da cana-
de-açúcar e, depois, com o ciclo minerador que se desenvolveu, particularmente, nas Minas 
Gerais. A recuperação econômica só foi ocorrer quando da expansão da agricultura cafeeira 
do Vale do Paraíba, após 1840. Além disso, há que se considerar também que a maioria das 
províncias não era produtora nem de cana-de-açúcar, nem de ouro ou de café, ou seja, vivia 
de uma agropecuária de subsistência. Somente a Corte (Município Neutro e capital do Império) 
e as províncias com uma economia cuja produção estava voltada para o mercado consumidor 
externo conseguiram criar um número residual de 40 escolas primárias para os seus 
“cidadãos”, isto é, apenas para os filhos da aristocracia agrária e das camadas médias urbanas 
vinculadas, particularmente, à burocracia do Estado Monárquico. Dito de outra maneira: a 
amplíssima massa do povo brasileiro, incluindo os escravos desafricanizados, ficou excluída 
da educação durante a vigência do Império, mesmo porque os escravos não eram 
considerados cidadãos pela primeira Constituição do Brasil.” (p39-40) 
“o Ato Adicional de 1834, pelas consequências que gerou, é considerado um marco na 
história da educação brasileira. A tradição educacional brasileira de dividir as 
responsabilidades do financiamento dos níveis de ensino entre o poder central (União) e as 
províncias (Estados e Municípios) tem no Ato Adicional de 1834 seu ponto de origem”. (p.40) 
“Assim sendo, a escola elementar brasileira do século XIX, além de ser marcada 
profundamente pela ideologia oficial do Estado monárquico (a religião católica), era organizada 
em função de um método de ensino e de aprendizagem que permitia que um aluno mais 
avançado nos estudos pudesse ensinar os seus colegas de turma durante as próprias aulas. 
Além disso, a adoção do método de ensino monitorial não conseguiu atingir, no contexto 
agrário e escravocrata brasileiro, nem mesmo o objetivo de massificar a educação elementar 
entre os filhos das camadas populares compostas de homens livres, tal como ocorrera no 
âmbito da Europa urbano-industrial do século XIX. 44 Deste modo podemos afirmar que as 
elites econômicas e políticas que governavam o Brasil durante o Império negaram a 
possibilidade histórica da educação para o povo em geral. Até porque, para elas, no contexto 
de uma sociedade agrária exportadora de um único produto (café), não havia sentido 
econômico e social em oferecer educação escolar para a massa dos escravos vindos da África, 
ou seja, para aqueles que formavam o grande contingente da população brasileira.” (p, 43) 
“A política educacional adotada pelo Império foi de caráter elitista e, a um só tempo, 
excludente, pois quando as relações escravistas de produção chegaram ao fim, apenas 1,3% 
da população brasileira frequentava a escola primária.” (p.44) 
Conclui então que esse logo período de transição a educação brasileira, passou por 
grandes transformações durante mais três séculos, o povo brasileiro foi explorado pelos reis 
de Portugal e pela religião católica, que tinha em seu objetivo educacional catequizar os índios 
para fé cristã e transformá-lo em cristão, alfabetizar os filhos proprietário de terras e filhos de 
escravos nos colégios mantidos pela própria ordem, já a metrópole portuguesa que mesmo 
adotando uma escola primaria pública, não contribuiu com seu financiamento para o 
funcionamento da mesma. Como o Brasil passou por muitas dificuldades econômicas 
financeiras o povo principalmente os filhos de escravos, continuaram analfabetos por falta de 
escolas e oportunidades igualitárias, já que era deles o serviço pesado, com o fim da 
escravidão eles passaram a viver na miséria e não tinha condições de colocar suas crianças 
na escola para estudar, que mesmo a escola primaria sendo obrigatória não era acessível a 
todos, tornando uma escolaexcludente. E os poucos cursos de nível superiores que era 
oferecido, eram acessível somente aos filhos dos senhores proprietários de terras, ou seja, 
para a elite da época.

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