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Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • identificar os fundamentos da burocracia e adhocracia; • determinar qual estrutura se adéqua mais a cada segmento organizacional; • selecionar o instrumento de investigação mais adequado a cada objetivo organizacional. 2ºAula Práticas e processos organizacionais Prezados alunos, continuaremos nossos estudos sobre o sistema organizacional e é necessário que tenham compreendido o conteúdo da aula anterior. Nesta aula, os processos organizacionais, cujos conteúdos referentes serão a adhocracia e a burocracia, começando a compreender umas das mais utilizadas teorias e fazendo uma comparação entre ambas. Assim, caso existam ainda dúvidas sobre o que foi abordado, sugerimos que releiam o conteúdo e procurem eliminá-las com o apoio de seus colegas de curso e de seu professor, antes de prosseguir. Ah, durante o estudo, lembrem-se de que estaremos esperando sua participação no “fórum”, “quadro de avisos” ou “chat”. Agora, é com você! Boa aula! Planejamento de cargos e salários 16 1 - Burocracia 2 - Adhocracia 3 - Burocracia x Adhocracia 4 - Instrumentos de Levantamento de Informação Seções de estudo Conceito A burocracia é uma organização ou estrutura organizativa, caracterizada por regras e procedimentos explícitos e regularizados, divisão de responsabilidades e especialização do trabalho, hierarquia e relações impessoais. Em princípio, o termo pode referir-se a qualquer tipo de organização - empresas privadas, públicas, sociais, com ou sem fi ns lucrativos (WIKIPÉDIA, 2012). Caros alunos, agora vamos iniciar nossos estudos e ver neste trabalho uma abordagem da Escola Burocrática. Mostraremos, também, o que realmente signifi ca Burocrático, que não é bem aquilo que muitos pensam. Em linguagem comum, o termo é usado para defi nir situações em que há cobrança de responsabilidade, regras e procedimentos; o jogo de empurra, o poder de cada funcionário, o esforço de cada um no desempenho da empresa, ou até mesmo a papelada que percorre a instituição. Bons estudos! 1 - Burocracia Popularmente, o termo é também usado com sentido pejorativo, significando uma administração com muitas divisões, regras, controles e procedimentos redundantes e desnecessários ao funcionamento do sistema (WIKIPÉDIA, 2012). Weber foi um grande colaborador para a Escola Burocrática, estudou a organização e seus métodos de trabalho e administração, utilizando princípios sociológicos e a ciência política do direito. Baseado no livro de Chiavenato (2002), a partir da década de 1940, críticas feitas às teorias existentes revelou a falta de uma teoria da organização, sólida e abrangente, que servisse de orientação para o trabalho do administrador. Foi-se, então, buscar nas obras de um economista e sociólogo já falecido, Max Weber, a inspiração para essa nova teoria da organização. A teoria desenvolveu-se na Administração em função de aspectos como fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, ambas opostas e antagônicas; da necessidade de um modelo de organização racional que levasse em consideração todas as variáveis e fosse aplicável a todas as formas de organização; ao crescente tamanho e complexidade das empresas; e ao ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, seu criador. Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, foi o criador da Sociologia da Burocracia. Foi professor das Universidades de Friburgo e de Heidelberg e ficou famoso pela teoria das estruturas de autoridade. Com a tradução de alguns de seus livros para a língua inglesa, por Talcott Parsons, tomou corpo nos Estados Unidos a Teoria da Burocracia em Administração. Sua obra é realmente muito vasta. Seu principal livro, para o propósito deste estudo, é “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, São Paulo, Livrada Pioneira Editora, 1967. A burocracia, segundo Weber, proporciona uma maneira consciente de organizar pessoas e atividades de um modo eficiente e racional em determinadas situações. Podemos concluir que muitos de nós passamos todo o dia de trabalho e, portanto, boa parte de nossas vidas numa singular acomodação social, extremamente coerente, formal e durável, denominada burocracia. Aqui, entendida não como sinônimo de administração emperrada, de processo decisório interminável, de filas incomensuráveis, enfim, não no senso de termo, mas no sentido sociológico do tipo ideal de organização. A organização burocrática pode ser útil e válida quando o ambiente é estável, a produção rotineira e a tecnologia tradicional. As empresas buscam através da padronização e da racionalização de procedimentos uma melhor eficiência. Você Sabia? As instituições fi nanceiras adotam o sistema burocrático, limitando e até não permitindo as tomadas de decisões, o que difi culta o desempenho das atividades propostas pela organização. Nas empresas, como um todo, burocracia está ligada a procedimento, a métodos, normas de trabalho, que não devem gessar de forma alguma a empresa, mas sim buscar otimizar recursos e a máxima eficiência/eficácia. Vejamos: CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA a) Caráter legal das regras; b) Caráter formal das comunicações; c) Divisão do Trabalho; d) Impessoalidade no relacionamento; e) Hierarquização da autoridade; f) Rotinas e procedimentos; g) Competência técnica e mérito; h) Especialização da administração; i) Profi ssionalização. a) Internacionalização das normas; b) Excesso de formalismo e papelório; c) Resistência a mudanças; d) Despersonalização do relacionamento; e) Categorização do relacionamento; f) Superconformidade; g) Exibição de sinais de autoridade; h) Difi culdades com clientes. 1.1 Max Weber e a Burocracia De acordo com Chiavenato (2003, p. 254-255), na teoria administrativa, a abordagem estruturalista surgiu com o crescimento das burocracias, em uma perspectiva de análise 17 que vai além dos fenômenos internos da organização, visão pela qual as escolas de até então se restringiam. Para Motta, essa abordagem sintetiza as teorias clássicas e as de relações humanas, porém ganhando novas dimensões que envolvem todas as variáveis da organização. Como afirma Chiavenato (2003), Max Weber foi o primeiro teórico dessa abordagem, que em uma análise voltada para a estrutura, acreditava que a burocracia era a organização por excelência. Segundo Motta (1975, p. 46), a preocupação de Weber está na racionalidade, entendida como a adequação dos meios aos fins. E uma organização é racional quando é eficiente. Assim, para Weber a burocracia era a forma mais eficiente de uma organização. Max Weber descreveu um tipo de estrutura burocrática acreditando que era comum à maioria das organizações formais. No entanto, como ressalta Maximiano (2000), Weber não definiu um modelo padrão para ser aplicado, apenas esquematizou as principais características da burocracia existente. Pessoal, procurem fazer anotações sobre os principais pontos, isso pode ajudar na memorização do conteúdo estudado. Vamos seguir! Weber, como citado em Maximiano (2000, p. 88), ao sistematizar seu estudo da burocracia, começa com a análise dos processos de dominação ou autoridade. Para Weber, “a autoridade é a probabilidade de haver obediência dentro de um grupo determinado”. Ele distinguia três tipos de sociedade e autoridade, descritas a seguir. De acordo com Chiavenato (2003, p. 258-262), na sociedade tradicional (tribo, clã, família) predominava características conservacionistas, patriarcais e patrimonialistas; a autoridade que a preside é dita tradicional, na qual a obediência é justificada pela tradição, pelo hábito ou pelo costume. Na sociedade carismática (partidos políticos, grupos revolucionários, nações em revolução), onde geralmente existem características místicas, arbitrárias e personalísticas, a autoridade (carismática) que a preside é justificadapela influência de um líder detentor de qualidades que o destacam. As sociedades burocráticas (as grandes empresas, os estados modernos, os exércitos) são caracterizadas por predominar normas impessoais racionalmente definidas; o tipo de autoridade (burocrática, legal ou racional) é justificado pela técnica, pela justiça na lei e pela meritocracia. De acordo com Chiavenato (2003, p. 266-267), a burocracia, segundo Weber, traz consigo diversas vantagens. Primeiramente, devido a sua racionalidade, o que significa dizer que procura os meios mais eficientes para atingir as metas da organização. A precisão com que cada cargo é definido proporciona o conhecimento exato de cada responsabilidade. Como as atividades são organizadas em rotinas e realizadas metodicamente, e, consequentemente, tornam-se previsíveis, acaba por conduzir a confiabilidade entre as pessoas, evitando, assim o atrito entre elas. A rapidez nas decisões, obtida pela tramitação de ordens e papéis, e pela uniformidade de rotinas e regulamentos que colaboram para a redução de erros e custos. A facilidade de substituição daquele que é afastado e os critérios de seleção apenas por competência técnica garantem a continuidade do sistema burocrático, e este último evita o nepotismo. O trabalho é profissionalizado, assim os funcionários são treinados e especializados pelo seu mérito, trazendo benefícios para as organizações. Como descrito por Chiavenato (2003, p. 268), o tipo ideal de burocracia weberiana tinha como uma das características a previsibilidade do seu funcionamento contribuindo para a obtenção de maior eficiência organizacional. Porém, autores como Merton, encontraram limitações na obra de Weber, partindo para uma análise crítica da realidade descrita por ele. Para Merton não existe uma organização completamente racional, como proposto por Weber. Até porque, o tipo ideal de burocracia tendia a ser modificado pelos homens. Merton notou que a burocracia leva também a consequências imprevistas que conduzem às ineficiências e às imperfeições, e estas por sua vez, são enfatizadas e exageradas pelos leigos. A esse fenômeno, Merton denomina de disfunções da burocracia, segundo Chiavenato (2003), como internalização das regras e apego aos regulamentos, excesso de formalismo e de papelório, resistência às mudanças e dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. Segundo Weber (1946 apud Chiavenato, 2003), a autoridade racional-legal prevalece nas sociedades ocidentais e apresenta o modelo para todas as sociedades. Esse modelo, também chamado burocrático, caracteriza-se pelos seguintes elementos: a) a lei representa o ponto de equilíbrio último, ao qual se devem reportar as regras e regulamentos, constituindo aplicações concretas de normas gerais e abstratas; b) a burocracia, em qualquer organização, é estabelecida seguindo o princípio da hierarquia. As relações hierárquicas entre superiores e subordinados são preenchidas por cargos de direção e chefia e cargos subalternos claramente definidos, de forma que a supervisão, a ordem e a subordinação sejam plenamente assimiladas e realizadas; c) a avaliação e a seleção dos funcionários são feitas em função da competência técnica. Daí a exigência de exames, concursos e diplomas como instrumentos de base à admissão e promoção; d) as relações informais não têm razão de existir. O funcionário burocrático é uma peça de uma máquina, esperando-se dele um comportamento formal e estandardizado, de forma a cumprir com exatidão as tarefas e funções que lhes estão destinadas; e) o funcionário recebe regularmente um salário, não determinado pelo trabalho realizado, mas segundo as funções que integram esse trabalho e o tempo de serviço; f) o funcionário burocrata não é proprietário do seu posto de trabalho, as funções que executa e o cargo que ocupa são totalmente independentes e separados da posse privada dos meios de produção da organização onde trabalha; g) a profissão de funcionário de tipo burocrático supõe um emprego fixo e uma carreira regular; h) O desempenho de cada cargo por parte dos funcionários burocráticos pressupõe uma grande especialização na execução das suas tarefas e trabalho. Planejamento de cargos e salários 18 Weber concebeu a Teoria da Burocracia para tornar a organização eficiente e eficaz, garantindo rapidez; racionalidade; homogeneidade de interpretação das normas; redução dos atritos e discriminações; padronização da liderança (decisões iguais em situações iguais) e o alcance dos objetivos. A burocracia busca amenizar as consequências das influências externas à organização, harmonizar a especialização dos seus colaboradores e o controle das suas atividades de modo a se atingir os objetivos organizacionais, através da competência e eficiência, sem considerações pessoais. Como estão indo os estudos? Lembrem-se, em caso de dúvidas busquem ajuda. Agora vamos continuar estudando mais um pouco sobre burocracia. Bons estudos! 1.2 Principais características da burocracia 1.2.1 Caráter Legal das Normas e Regulamentos É uma organização ligada por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito. É baseada em legislação própria que define com antecedência como a organização deve funcionar. a) são escritas. b) procuram cobrir todas as áreas da organização. c) é uma estrutura social racionalmente organizada. d) conferem às pessoas investidas da autoridade um poder de coação sobre os subordinados e também os meios coercitivos capazes de impor a disciplina. e) possibilitam a padronização dentro da empresa. 1.2.2 Caráter Formal das Comunicações A burocracia é uma organização ligada por comunicação escrita. Todas as ações e procedimentos são feitos por escrito para proporcionar a comprovação e documentação adequadas. Como as comunicações são feitas repetitiva e constantemente, a burocracia lança mão de rotinas e formulários para facilitar as comunicações e rotinizar o preenchimento de sua formalização. 1.2.3 Caráter Racional e Divisão do Trabalho A Burocracia é uma organização que se caracteriza por uma sistemática divisão do trabalho. Essa divisão do trabalho atende a uma racionalidade que é adequada ao objetivo a ser atingido, ou seja, a eficiência da organização, através de: a) aspecto funcional da burocracia; b) divisão sistemática do trabalho, do direito e do poder; c) estabelecimento das atribuições de cada participante; d) cada participante passa a ter o seu cargo específico, suas funções específicas e sua área de competência e de responsabilidade; e) cada participante sabe qual é a sua capacidade de comando sobre os outros e quais os limites de sua tarefa. 1.2.4 Impessoalidade nas Relações Essa distribuição de atividade é feita impessoalmente, ou seja, é feita em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas: a) considera as pessoas como ocupantes de cargos e de funções; b) o poder de cada pessoa é impessoal e deriva do cargo que ocupa; c) obedece ao superior não em consideração à pessoa, mas ao cargo que ele ocupa; d) as pessoas vêm e vão, mas os cargos permanecem; e) cada cargo abrange uma área ou setor de competência e de responsabilidade. 1.2.5 Hierarquia da Autoridade A burocracia estabelece os cargos segundo o princípio de hierarquia: a) cada subordinado deve estar sob a supervisão de um superior; b) não há cargo sem controle ou supervisão; c) a hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autoridade correspondente às diversas categorias de participantes, funcionários e classes; d) os cargos estão definidos por meio de regras limitadas e específicas; e) rotinas e procedimentos. A burocracia fixa as regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo: a) o ocupante do cargo não pode fazer o que quiser, mas o que a burocracia impõe que ele faça; b) a disciplina no trabalho e o desempenho no cargo são assegurados por um conjunto de regras e normas, que tentam ajustar o funcionárioàs exigências do cargo e das organizações; c) todas as atividades de cada cargo são desempenhadas segundo padrões claramente definidos. 1.2.6 Competência Técnica e Meritocracia Na burocracia, a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica: 19 a) Admissão, transferência e a promoção dos funcionários são baseadas em critérios válidos para toda a organização. b) Necessidade de exames, concursos, testes e títulos para a admissão e promoção dos funcionários. 1.2.7 Profissionalização dos Participantes A burocracia é uma organização que se caracteriza pela profissionalização dos seus participantes. Cada funcionário é um profissional pelas seguintes razões: a) é um especialista, ou seja, cada funcionário é especializado nas atividades do seu cargo; b) é assalariado - os funcionários da burocracia participam da organização e recebem salários correspondentes ao cargo que ocupam; c) é nomeado por superior hierárquico; d) seu mandato é por tempo indeterminado; e) segue carreira dentro da organização; f) não possui a propriedade dos meios de produção, o administrador profissional administra a organização em nome dos proprietários; g) é fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa, o funcionário passa a defender os interesses do seu cargo e da sua organização. 1.2.8 Completa Previsibilidade do Funcionamento O modelo burocrático de Weber parte da pressuposição de que o comportamento dos membros da organização é perfeitamente previsível: a) os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização; b) tudo na burocracia é estabelecido no sentido de prever todas as ocorrências e transformar em rotina sua execução. 1.3 Vantagens da burocracia Weber viu inúmeras razões para explicar o avanço da burocracia sobre as outras formas de associação. a) Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; b) Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres; c) Rapidez nas decisões, pois, cada um conhece o que deve ser feito e por quem, assim, as ordens e papéis tramitam através de canais preestabelecidos; d) Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. A informação é discreta, já que é passada apenas a quem deve recebê-la; e) Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a padronização, redução de custos e de erros, pois os procedimentos são definidos por escrito; f) Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado; g) Redução no nível de atrito, entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido dele e quais os limites entre suas responsabilidade e as do outro; h) Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; i) Subordinação dos mais novos aos mais antigos dentro de uma forma estrita e bem conhecida, de modo que o supervisor possa tomar decisões que afetam o nível mais baixo; j) Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas. As decisões são previsíveis e o processo decisório elimina a discriminação pessoal; k) Benefícios sob o prisma das pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas em seus campos As pessoas podem fazer carreira na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica. Bom pessoal, até aqui vimos muito sobre Burocracia, espero que estejam aproveitando bem o conteúdo, e agora vamos continuar os estudos vendo sobre Adhocracria. Boa aula! 2 - Adhocracia A Adhocracia é uma expressão de autoria de Alvin Tofler e popularizada por Robert Waterman com o livro “Adhocracy - The Power to Change” e corresponde ao oposto da burocracia: enquanto a burocracia coloca ênfase na rigidez das rotinas, a Adhocracia adota a simplificação dos processos e a adaptação a cada situação particular. A Adhocracia é, dessa forma, aplicável a qualquer organização que rompa com as tradicionais normas burocráticas, geralmente dominantes em empresas na sua fase de maturidade. O objetivo da Adhocracia é a detecção de novas oportunidades, a solução de problemas e a obtenção de resultados através do incentivo à criatividade individual enquanto caminho para a renovação organizacional. Saber Mais Adhocracia é um sistema temporário, variável e adaptativo que está relacionado com o estabelecimento de um grupo de pessoas com habilidades, profi ssão e conhecimentos diferentes, porém complementares, que são reunidas para resolver determinados tipos de problemas organizacionais. Alguns pensadores da Administração a consideram uma boa opção à tradicional e já estabelecida departamentalização. Referência: www.sobreadministração.com A adhocracia na visão de Chiavenatto (1993) representa uma antítese da organização burocrática. A organização burocrática pode ser útil e válida quando o ambiente empresarial é estável, a produção rotineira, a tecnologia tradicional e os desafios apresentados são rigorosamente previsíveis, repetitivos e programados. Todavia, se a ambiência da empresa apresentar mudanças frequentes, aceleradas, com grande incerteza, riscos, manipulação de tecnologia de ponta, produção não programada, os modelos tradicionais, burocráticos, não se ajustam, daí advindo a ideia da institucionalização das unidades Planejamento de cargos e salários 20 organizacionais autodestrutivas. Isto é, várias unidades pequenas e autônomas, que podem ser configuradas, extintas, passadas adiante, quando não forem mais necessárias, portanto, administradas de forma adhocrática. Você Sabia? Adhocracia pode ser defi nida como um tipo de organização de estilo administrativo solto, com pequenas estruturas temporárias, fl exíveis, não detalhistas, para propósitos especiais, poucos níveis administrativos, poucas gerências e pouca normatização. De certa forma, a adhocracia pode ser vista, ainda, como um sistema aberto, adaptativo, temporário, que muda rapidamente, organizado em torno de problemas a serem resolvidos por grupos de pessoas relativamente estranhas, dotadas de habilidades profi ssionais diversas. Referência: <books.google.com.br/> Suas características são autoridades descentralizadas, pouca normatização, equipes - tarefas e responsabilidades fluídas do trabalho. Sendo assim, é um sistema de administração adequado para empresas que estão sujeitas a mudanças rápidas e inesperadas, e usam tecnologias complexas, que requerem a integração do indivíduo à atividade. Vejamos mais algumas características em destaque: a) equipes de trabalho autônomas, temporárias e multidisciplinares; b) estrutura organizacional orgânica; c) pouca formalização dos processos e maior liberdade de trabalho; d) forte presença da especialização do trabalho na formação; e) coordenação e controle efetuados pelas próprias equipes e grupos de trabalho; f) elevado grau de descentralização; g) certa dificuldade na comunicação formal e na definição de papéis. Em 1972, Toffler(s/d.) afirmava: [...] estamos, na verdade, testemunhando a irrupção de um novo sistema organizacional, que desafi ará , num grau cada vez mais constante, a burocracia e que, em última instância a suplantará. Esta é a organização do futura. Eu a chamo ADHOCRACIA. Vejamos alguns exemplos de adhocracia: a) podemos citar a organização temporária responsável pela realização de uma prova de Fórmula 1, envolvendo um grupo-tarefa de muitas pessoas, de várias especializações profissionais, por um prazo não superior a um mês. O importante é saber que essas organizações ágeis, modernas e flexíveis são temporárias, descartáveis, ao contrário das grandes e pesadas estruturas permanentes dos departamentos funcionais das grandes empresas. b) na década de 1960, Lockheed Aircraft Corporation foi institucionalizada uma organização de projeto, com duração de cinco anos, para atendera uma encomenda de 58 aviões de transporte aéreo militar, com o engajamento de 11.000 empregados. c) na segunda Guerra Mundial eram adotadas as forças- tarefa chamadas ad hoc, que eram consequentemente dissolvidas após a execução de suas missões. Em um comparativo podemos ver bem as diferenças entre os dois tipos de teorias usadas no século passado. Assim, fica mais fácil visualizar suas particularidades de forma resumida, com base nas fundamentações dadas nos capítulos passados. BUROCRACIA ADHOCRACIA Fechamento mecânico, burocrático Aberto, orgânico, desburocratizado. Estruturas burocráticas, detalhistas, com minuciosa divisão do trabalho. Estruturas permanentes. Estruturas fl exíveis e não permanentes. Altas centralizações do processo de tomada de decisões, geralmente afetam os níveis superiores. Pouca delegação. Relativo processo de descentralização da tomada de decisões, com dispersão e integração. Existência de delegação acentuada. Amplo compartimento de responsabilidade e de controle. Cargos ocupados por especialistas, com atribuições perfeitamente bem defi nidas. Cargos generalistas, continuamente redefi nidos por interação com outros indivíduos participantes das tarefas. Predomínio da interação vertical entre superiores/ subordinados. Relacionamento do tipo autoridade/obediência. Predomínio da interação lateral sobre a vertical. Confi ança e crença recíprocas. Amplitude de controle do supervisor é mais estreita. Maior confi ança nas regras e procedimentos formais. Amplitude de controle do supervisor é mais ampla. Maior confi ança nas comunicações. Ênfase exclusivamente individual. Ênfase nos relacionamentos entre os grupos e dentro dos grupos. Hierarquia rígida. Participação e responsabilidade multigrupal, à luz dos conhecimentos dos indivíduos das tarefas da empresa como um todo. Fatores higiênicos. Fatores motivadores e mobilizadores. Ênfase na doutrina tradicional. Ênfase doutrina behaviorista em enfoque contingencial. Atividades rotineiras/ estáveis, profundamente normatizadas pela cúpula. Atividades inovadoras/não estáveis. Pouca normatização, normas genéricas. Detalhes normatizados pelos próprios níveis operacionais. Podemos dizer que a Burocracia é apropriada para empresas que produzam grande quantidade de produtos e serviços padronizados, como por exemplo, para indústrias. Já a adhocracia é a alternativa viável quando se requer inovação e flexibilidade e quando as tarefas são técnicas, complexas ou não programáveis, no caso das consultorias, empresas de propaganda, etc. Comparando Burocracia e Adhocracia, quanto ao planejamento, a Burocracia é situada em longo prazo, detalhada e abrangente, envolve políticas, procedimentos, regras e regulamentos, já a Adhocracia é situada em curto prazo envolve apenas situações rotineiras e previsíveis. 3 - Burocracia x Adhocracia 21 Na organização, a Burocracia possui centralização da autoridade, especializações e responsabilidades específicas, organização formal, quanto a Adhocracia, possui descentralização da autoridade, responsabilidades vagamente definidas, organização algumas vezes informal. No controle, a Burocracia possui controles compreensivos, acentua e reforça as regras, na Adhocracia, os controles são genéricos, acentua e reforça o autocontrole. Quanto a direção, a Burocracia é diretiva e autoritária, centrada na tarefa, sua supervisão é fechada, na Adhocracia, é participativa e democrática, centrada na pessoa e na tarefa, supervisão genérica e ampla. Podemos, então, denominar as características burocráticas como estrutura formal, especializada e centrada nas regras, enquanto na adhocracia sua estrutura é informal e baseada em equipes temporárias. 4 - Instrumentos de Levantamento de Informação No levantamento de informações podem ser utilizadas algumas ferramentas para uma melhor avaliação sobre o assunto proposto. Normalmente não se usa uma ferramenta isolada, e sim um conjunto delas dentro da real necessidade. Essas ferramentas compreendem a entrevista, a observação direta, a observação pessoal e o questionário. Normalmente é usada por pessoas relacionadas ao gerenciamento de pessoas nas organizações, onde essas pessoas são avaliadas mediante as circunstâncias que a organização necessita. Mostraremos, a seguir, como a pessoa que realiza as entrevistas ou as observações pode avaliar e gerar pareceres para identificar pessoas e situações, através de métodos científicos, e fornecer informações à gerência. 4.1 Técnicas de levantamento de informação Para o cumprimento de uma boa análise, o estudioso de organização e métodos possui a sua disposição três instrumentos: 4.1.1 Entrevista Oferece inúmeras vantagens e sua aplicação é incentivada pela maioria dos estudiosos. Mas também possui algumas desvantagens. Vantagens: a) Proporciona um julgamento mais próximo sobre a atitude e capacidade de chefes e funcionários; b) Estimula o raciocínio de ambos; c) Possibilita ao entrevistador o conhecimento mais profundo da organização, etc. Desvantagens: a) Dificuldades de fazer anotações no decorrer da entrevista; b) Envolvimentos de natureza emocional; c) Frequências de palpites e adivinhações, etc. 4.1.2 Questionário Possui uma forma difundida e mesmo sendo negado como fator de excelência na tomada de informações, tem seu espaço no campo da análise organizacional. Condições de aplicação: a) Falta de tempo para entrevista; b) Dificuldade na realização da entrevista; c) Levantamento de dados quantificáveis. Vantagens: a) Permite que o analista adquira informações e ao mesmo tempo trabalhe em outros problemas; b) Elaboração de respostas com auxílio de subordinados; c) Busca de informações em arquivos, detalhamento. Desvantagens: a) Emissão de falsas informações. b) Lentidão no processo de tomada de informações. c) Resistência ao preenchimento, etc. 4.1.3 Observação Pessoal Único objeto que não poderá ser utilizado como fonte de dados no que diz respeito aos estudos organizacionais. O motivo é o de não ser possível admitir que um simples olhar possa dar contornos nítidos e definitivos a uma situação qualquer. Vantagens: a) É um meio de comparação; b) Conhecimento técnico e prático do assunto estudado; c) Melhor receptividade às sugestões. Desvantagens: a) Processo demorado; b) Impressões errôneas; c) Perturbação dos trabalhos regulares. Podemos chegar à conclusão de que todos os instrumentos são importantes, todos permitem maior conhecimento de determinado assunto e as conclusões são tiradas da melhor forma possível, mas cabe ao estudante decidir qual deles será usado para sua performance. Assim, fi nalizamos a Aula 2, na qual foram desenvolvidos conteúdos referentes aos modelos aplicados até hoje em empresas e processos, vocês terão mais facilidade de entender as próximas aulas. Sendo assim, fi co à disposição para responder qualquer dúvida no e-mail: <abraga@unigran.br>. Retomando a aula Antes de encerrar a Aula 2, é importante que retomemos os conteúdos estudados: Planejamento de cargos e salários 22 1 - Burocracia Bom pessoal, chegamos ao final de mais uma aula, e para encerrarmos, vamos rever alguns pontos importantes dentro do conteúdo estudado. Na Seção 1, você teve a oportunidade de estudar sobre os processos organizacionais, com conteúdos referentes à adhocracia e à burocracia. Foi mostrado que burocracia proporciona uma maneira consciente de organizar pessoas e atividades de um modo eficiente e racional em determinadas situações, e seu principal colaborador foi Max Weber, pois ele estudou a organização e seus métodos de trabalho e administração, utilizando princípios sociológicos e a ciência política do direito. Além disso, você estudou também sobre as principais características da burocracia e suas principais vantagens. 2 - Adhocracia Na Seção 2, foi estudado sobre a adhocracia, que consiste em um tipo de organização de estilo administrativosolto, com pequenas estruturas temporárias, flexíveis, não detalhistas, para propósitos especiais, poucos níveis administrativos, poucas gerências e pouca normatização. 3 - Burocracia x adhocracia Já na Seção 3, foram mostradas as principais diferenças entre burocracia e adhocracia e a qual perfil organizacional cada uma se adéqua mais. 4 - Instrumentos de levantamento de informação Para finalizar, na Seção 4, você estudou sobre os instrumentos de levantamento de informação numa organização, que compreendem a entrevista, a observação direta, a observação pessoal e o questionário. Normalmente são usados por pessoas relacionadas ao gerenciamento de pessoas nas organizações, onde essas pessoas são avaliadas mediante as circunstâncias que a organização necessita. Ao longo dos estudos você viu como funciona cada instrumento e as vantagens e desvantagens de cada um. Assim, terminamos nossos estudos da aula 2 com conteúdos de grande importância para a construção do conhecimento sobre a carreira de administrador. Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, concorda? Adquirimos conhecimentos essenciais para a nossa formação profi ssional e, agora, para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa construção de conhecimentos, a seguir, iremos receber algumas sugestões de Leituras, sites, Filmes e Vídeos. Além disso, é importante que acessem o campo AGENDA/ATIVIDADES e desenvolvam as atividades relacionadas à Aula 2. Ao realizá-las, fi quem atentos aos prazos e procurem seguir as orientações do professor, as quais objetivam ampliar ao máximo as possibilidades de atingir os objetivos de aprendizagem! ARAUJO, Luis C. Organizações, sistemas e métodos. 2. ed. São Paulo: Atlas, s/d. ______; Luís Cezar G. de, Organização, sistemas e métodos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. BALLESTERO,Alvares, M. E. Manual de organização, sistemas e métodos. São Paulo: Atlas, s/d. ______; ALVARES, Maria E. Organização, sistemas e métodos: uma abordagem gerencial. São Paulo: McGraw-Hll, Makron, s/d. (v. 1 e 2) BANAS QUALIDADE. Edição n° 083, p. 26-31, abril, s/d. CAMPBELL, Susan. Sobrevivendo ao caos. São Paulo: Futura, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron Books do Brasil Editora Ltda., s/d. ______; Idalberto. Teoria geral da administração. 6 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 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Vale a pena acessar YOUTUBE. Teorias da administração-burocracia: Max Weber. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=uaImkNK7hmo>. Acesso em: 30 jun. 2012. ______. ADM UFS 2011 Adhocracia. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=IL-6M3E1L_M> Acesso em: 30 jun.2012. Vale a pena assistir Minhas anotações
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