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Tema_6_Funcao_Transferencia_Blocos

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Engenharia de Controle
Tema 6 – Função de Transferência, Diagramas de 
Blocos e Correlação com o Espaço de Estados
Fabrício Bradaschia
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Centro de Tecnologia e Geociências – CTG
Departamento de Engenharia Elétrica – DEE
Objetivos do Tema
Os objetivos deste tema são:
• Apresentar o conceito de função de transferência de sistemas
lineares e invariantes no tempo;
• Representar os sistemas por diagramas de blocos e apresentar as
principais propriedades e reduções dos blocos de sistema;
• Apresentar a correlação entre as representações do sistema pela
função de transferência e pelo espaço de estados;
• Apresentar as principais ferramentas do MATLAB que tratam
destes assuntos.
Função de Transferência
A Função de Transferência é definida como a razão entre a
transformada de Laplace da saída (função de resposta) e a
transformada de Laplace da entrada (função de excitação) de um
determinado sistema dinâmico, admitindo-se todas as condições
iniciais nulas.
Assim, a função de transferência é comumente usada para
caracterizar relações entrada-saída baseadas na dinâmica interna de
sistemas descritos por EDOs lineares e invariantes no tempo.
Função de Transferência
A função de transferência possui algumas características
importantes:
• É um modelo matemático que permite a separação da entrada,
da saída e da dinâmica do sistema;
• É uma propriedade inerente ao sistema, ou seja, a função de
transferência será sempre a mesma independente da natureza da
entrada e da saída;
• Incorpora a relação de unidades da saída pela entrada, mas não
fornece nenhuma informação sobre a estrutura física do sistema,
ou seja, dois sistemas fisicamente distintos podem possuir a
mesma função de transferência;
Função de Transferência
A função de transferência possui algumas características
importantes (continuação):
• Se a função de transferência é conhecida, é possível determinar
as saídas do sistema para cada entrada distinta;
• Se a função de transferência é desconhecida, é possível
determiná-la experimentalmente com o auxílio de entradas
conhecidas e através da análise das saídas obtidas. Assim que for
determinada, a função de transferência fornecerá o
comportamento dinâmico do sistema independente do projetista
ter conhecimento ou não do sistema físico (o sistema pode ser
uma caixa preta).
Função de Transferência
Considere o sistema SISO linear e invariante no tempo definido pela
seguinte EDO (𝑛 ≥ 𝑚):
𝑎0 𝑦
(𝑛) + 𝑎1 𝑦
(𝑛−1) + ⋯ + 𝑎𝑛𝑦 = 𝑏0 𝑢
(𝑚) + 𝑏1 𝑢
(𝑚−1) + ⋯+ 𝑏𝑚𝑢
Para este sistema, 𝑦 𝑡 é definido como a saída e 𝑢(𝑡) como a
entrada. A função de transferência do sistema é a relação entre as
transformadas de Laplace da saída e da entrada, com as condições
iniciais nulas:
𝐹𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝐺 𝑠 = 
ℒ 𝑦 𝑡
ℒ 𝑢 𝑡
𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑛𝑢𝑙𝑎𝑠
Função de Transferência
Assim, a partir da EDO, tem-se que:
A maior potência de 𝑠 no denominador da função de transferência
define a ordem do sistema. Portanto, se o termo 𝑎0 for não nulo, o
sistema é de ordem 𝒏. A equação (polinômio) característica do
sistema é definida como o denominador de 𝐺 𝑠 igualado a zero:
𝑎0𝑠
𝑛 + ⋯ + 𝑎𝑛−1𝑠 + 𝑎𝑛 𝑌 𝑠 = 𝑏0𝑠
𝑚 + ⋯+ 𝑏𝑚−1𝑠 + 𝑏𝑚 𝑈 𝑠
𝐺 𝑠 =
𝑌(𝑠)
𝑈(𝑠)
=
𝑏0𝑠
𝑚 + 𝑏1𝑠
𝑚−1 + ⋯ + 𝑏𝑚−1𝑠 + 𝑏𝑚
𝑎0𝑠
𝑛 + 𝑎1𝑠
𝑛−1 ⋯+ 𝑎𝑛−1𝑠 + 𝑎𝑛
𝑎0𝑠
𝑛 + 𝑎1𝑠
𝑛−1 ⋯ + 𝑎𝑛−1𝑠 + 𝑎𝑛 = 0
As raízes da equação característica (polos) definem completamente
a estabilidade do sistema.
Função de Transferência
A partir da definição da função de transferência, considere a saída
temporal obtida ao aplicar um impulso unitário na entrada:
A função 𝑔(𝑡) é conhecida como função de resposta impulsiva ou
função característica do sistema. O motivo de tal nome está
associado com a relação entrada-saída temporal do sistema:
𝑌 𝑠 = 𝐺 𝑠 𝑈 𝑠 = 𝐺 𝑠
ℒ−1 𝑌(𝑆) = ℒ−1 𝐺(𝑆) = 𝑔(𝑡)
𝑌 𝑠 = 𝐺 𝑠 𝑈 𝑠
𝑦 𝑡 = ℒ−1 𝑌(𝑆) = ℒ−1 𝐺(𝑆)𝑈 𝑠 = 
0
𝑡
𝑔 𝜏 𝑢 𝑡 − 𝜏 𝑑𝜏
Função de Transferência
A transformada de Laplace da função 𝑔(𝑡) dará a função de
transferência do sistema, 𝐺 𝑠 = ℒ 𝑔 𝑡 . Logo, tanto a função
característica 𝑔(𝑡) quanto a função de transferência 𝐺 𝑠 fornecem
as mesmas informações sobre a dinâmica do sistema.
Assim, é possível obter as características dinâmicas de um sistema
desconhecido ao aplicar um impulso unitário na sua entrada e
medir a saída 𝑔(𝑡).
Na prática, um pulso de entrada de duração muito inferior às
constantes de tempo do sistema pode ser uma aproximação da
função impulso unitário.
Portanto, após estimar 𝑔(𝑡), a função de transferência 𝐺 𝑠 pode
ser obtida através da sua transformada de Laplace.
Função de Transferência
Em um sistema MIMO, é possível obter diversas funções de
transferência que ditam a influência de cada entrada em cada saída
do sistema (usando o princípio da superposição).
Assim, considerando um sistema com 𝑚 saídas e 𝑟 entradas, tem-se
que a influência da entrada 𝑢𝑗 na saída 𝑦𝑖 é definida fazendo todas
as outras entradas nulas. Ao aplicar a transformada de Laplace em
𝑢𝑗 e 𝑦𝑖 e fazendo a razão, chega-se a:
𝐺𝑖𝑗 𝑠 =
𝑌𝑖(𝑠)
𝑈𝑗(𝑠)
Função de Transferência
Após verificar a influência de cada entrada 𝑢𝑗 na saída 𝑦𝑖, é possível
obter a equação da saída 𝑌𝑖(𝑠) em função de todas as entradas
𝑈𝑗(𝑠):
𝑌𝑖 𝑠 = 𝐺𝑖1 𝑠 𝑈1 𝑠 + 𝐺𝑖2 𝑠 𝑈2 𝑠 + ⋯+ 𝐺𝑖𝑟 𝑠 𝑈𝑟 𝑠
Assim, as equações de saída 𝑌𝑖(𝑠) pode ser expressas na forma
matricial:
𝒀 𝑠 = 𝑮 𝑠 𝑼 𝑠
𝑮 𝑠 =
𝐺11 𝑠 𝐺12 𝑠 ⋯ 𝐺1𝑟 𝑠
𝐺21 𝑠 𝐺22 𝑠 ⋯ 𝐺2𝑟 𝑠
⋮ ⋮ ⋱ ⋮
𝐺𝑚1 𝑠 𝐺𝑚2 𝑠 ⋯ 𝐺𝑚𝑟 𝑠
, 𝒀 𝑠 =
𝑌1 𝑠
𝑌2 𝑠
⋮
𝑌𝑚 𝑠
, 𝑼 𝑠 =
𝑈1 𝑠
𝑈2 𝑠
⋮
𝑈𝑟 𝑠
Função de Transferência
Exercício 1: Encontre a função de transferência do sistema elétrico
abaixo, considerando 𝑟(𝑡) a entrada do sistema e 𝑣1(𝑡) a saída.
Função de Transferência
Existem duas abordagens que podem ser aplicadas.
Na abordagem convencional, usa-se as leis de Kirchhoff nos nós e
malhas do sistema e encontra a EDO que relaciona a grandeza de
saída com a de entrada.
Uma abordagem mais simples leva em consideração que, para
determinar a função de transferência, todas as condições iniciais são
nulas, as derivações temporais são representadas por multiplicações
por 𝑠 e as integrações são representadas por multiplicações por
 1 𝑠. Somente depois disso é que as leis de Kirchhoff são aplicadas.
Assim, as equações do sistema a ser analisado se tornam puramente
algébricas, evitando manipulações de derivadas e integrais.
Função de Transferência
Baseado na abordagem mais simples, tem-se que:
𝑣𝑅 𝑡 = 𝑅𝑖𝑅(𝑡) → 𝑉𝑅 𝑠 = 𝑅𝐼𝑅(𝑠)
𝑣𝐶 𝑡 =
1
𝐶
 𝑖𝐶 𝑡 𝑑𝑡 → 𝑉𝐶 𝑠 =
1
𝑠𝐶
𝐼𝐶(𝑠)
𝑣𝐿 𝑡 = 𝐿
𝜕𝑖𝐿(𝑡)
𝜕𝑡
→ 𝑉𝐿 𝑠 = 𝑠𝐿𝐼𝐿(𝑠)
Assim, no domínio 𝑠 , as relações tensão e corrente de cada
elemento são puramente algébricas, semelhante à relação do
resistor no domínio do tempo. Portanto, é possível realizar
associações série-paralelo dos elementos no domínio 𝑠.
Função de Transferência
Encontrando a associação dos elementos 𝑅1, 𝐶2 e 𝐿 e aplicando a lei
dos nós em 𝑉1, tem-se:
𝑅 𝑠 =
𝑉1(𝑠)
 1 𝑠𝐶1
+
𝑉1(𝑠)
𝑅2
+
𝑉1(𝑠)
𝑅1 + 𝐿//𝐶2
𝑅 𝑠 =
𝑉1(𝑠)
 1 𝑠𝐶1
+
𝑉1(𝑠)
𝑅2
+
𝑉1(𝑠)
𝑅1 +
𝑠𝐿
𝑠2𝐿𝐶2 + 1
1 =
𝑉1(𝑠)
𝑅 𝑠
𝑠𝐶1 +
1
𝑅2
+
𝑠2𝐿𝐶2 + 1
𝑠2𝐿𝐶2 + 1 𝑅1 + 𝑠𝐿
𝑉1(𝑠)
𝑅 𝑠
=
𝑠2𝐶2 + 𝑠/𝑅1 + 1/𝐿
𝑠3𝐶1𝐶2 + 𝑠
2 𝐶1/𝑅1 + 𝐶2/𝑅1 + 𝐶2/𝑅2 + 𝑠 𝐶1/𝐿 + 1/𝑅1𝑅2 + 1/𝑅1𝐿 + 1/𝑅2𝐿
Função de Transferência
Exercício 2: Usando a resposta do Exercício 1, encontre a função de
transferência de 𝑣2(𝑡) em função de 𝑟(𝑡).
Função de Transferência
Usando o método da divisão de tensão, tem-se:
𝑉2 𝑠 =
𝐿//𝐶2
𝑅1 + 𝐿//𝐶2
𝑉1(𝑠)
𝑉2 𝑠 =
𝑠𝐿
𝑠2𝑅1𝐿 𝐶2 + 𝑠𝐿 + 𝑅1
𝑉1(𝑠)
𝑉2 𝑠
𝑅(𝑠)
=
𝑠𝐿
𝑠2𝑅1𝐿 𝐶2 + 𝑠𝐿 + 𝑅1
𝑉1(𝑠)
𝑅(𝑠)
, 𝑜𝑛𝑑𝑒:
𝑉1(𝑠)
𝑅 𝑠
=
𝑠2𝐶2 + 𝑠/𝑅1+ 1/𝐿
𝑠3𝐶1𝐶2 + 𝑠2 𝐶1/𝑅1 + 𝐶2/𝑅1 + 𝐶2/𝑅2 + 𝑠 𝐶1/𝐿 + 1/𝑅1𝑅2 + 1/𝑅1𝐿 + 1/𝑅2𝐿
Diagrama de Blocos
Um sistema de controle pode ter diversos componentes. Para
destacar as funções executadas em cada um destes componentes na
engenharia de controle, são utilizados os diagramas de blocos.
O diagrama de blocos é a representação gráfica das funções
executadas pelos componentes de um sistema e dos fluxos de sinais
entre componentes. Diferentemente da representação matemática
pura, o diagrama de blocos indica realisticamente o fluxo de sinais
de um sistema real.
A vantagem do diagrama de blocos reside no fato de que, após
construído, é possível compreender a influência de cada
componente na dinâmica global do sistema.
Diagrama de Blocos
Com o diagrama de blocos, é possível entender facilmente as
operações matemáticas que estão sendo realizadas no sistema. Tal
compreensão não é possível ao examinar o sistema físico real.
Por outro lado, o diagrama de blocos não permite que se
compreenda a construção física do sistema. É por isso que sistemas
físicos diferentes podem possuir o mesmo diagrama de blocos. Além
disso, um mesmo sistema pode possuir diversos diagramas de
blocos distintos (simplificado, detalhado, reduzido, expandido, etc.)
O bloco funcional é um símbolo da operação matemática que é
realizada no sinal de entrada de um componente, produzindo o sinal
de saída. Em geral, a função de transferência é quem define a
operação matemática do bloco funcional.
Diagrama de Blocos
Em um diagrama de blocos, os sinais só podem passar no sentido
indicado pelas setas, indicando que tal diagrama é unilateral.
Abaixo está a representação de um bloco funcional cuja entrada é
indicada pela seta apontando para o bloco e a saída é indicada pela
seta saindo do bloco. Tais setas indicam sinais.
Diagrama de Blocos
O símbolo de um círculo com uma cruz indica a operação de soma
(somador). Os sinais em cada seta indica se a variável deve ser
somada ou subtraída. É importante que as variáveis possuam
mesmas dimensões e mesmas unidades.
O ponto de ramificação é aquele que distribui um mesmo sinal
simultaneamente a outros blocos ou somadores.
Diagrama de Blocos
O diagrama de blocos de um sistema em malha fechada é mostrado
abaixo. É visível a realimentação da saída ao somador presente na
entrada através do sensor representado pelo bloco 𝐻(𝑠) . A
realimentação pode ser positiva ou negativa, embora, na maioria
dos casos é negativa.
𝐵(𝑠)
Diagrama de Blocos
A relação entre o sinal de realimentação 𝐵 𝑠 e o sinal de erro
atuante 𝐸 𝑠 é chamada de função de transferência de malha
aberta:
Função de Transferência de Malha Aberta =
𝐵 𝑠
𝐸 𝑠
= 𝐺 𝑠 𝐻(𝑠)
A relação entre o sinal de saída 𝐶 𝑠 e o sinal de erro atuante 𝐸 𝑠
é chamada de função de transferência do ramo direto:
Função de Transferência do Ramo Direto =
𝐶 𝑠
𝐸 𝑠
= 𝐺 𝑠
Se a função de transferência do sensor 𝐻 𝑠 for unitária então as
funções de transferência de malha aberta e ramo direto serão
iguais.
Diagrama de Blocos
A relação entre o sinal de saída 𝐶 𝑠 e o sinal de entrada 𝑅 𝑠 é
chamada de função de transferência de malha fechada. Se a
realimentação for negativa, então:
𝐶 𝑠
𝑅 𝑠
=
𝐺(𝑠)
1 + 𝐺 𝑠 𝐻(𝑠)
Se a realimentação for positiva, então:
𝐶 𝑠
𝑅 𝑠
=
𝐺(𝑠)
1 − 𝐺 𝑠 𝐻(𝑠)
Diagrama de Blocos
Na presença de um distúrbio, 𝐷 𝑠 , o sistema em malha fechada
deve ser analisado como se tivesse duas entradas: a entrada real,
𝑅 𝑠 , e o distúrbio, 𝐷 𝑠 . Assim, usando a superposição, tem-se:
𝐶 𝑠 =
𝐺1 𝑠 𝐺2 𝑠
1 + 𝐺1 𝑠 𝐺2 𝑠 𝐻 𝑠
𝑅 𝑠
𝐶𝑅(𝑠)
+
𝐺2 𝑠
1 + 𝐺1 𝑠 𝐺2 𝑠 𝐻 𝑠
𝐷(𝑠)
𝐶𝐷(𝑠)
Diagrama de Blocos
Para se construir o diagrama de blocos de um sistema,
primeiramente deve-se encontrar as equações que descrevem o
comportamento dinâmico do sistema e, posteriormente,
representá-las no domínio 𝑠 usando a Transformada de Laplace.
Como as equações são lineares e algébricas, é possível representá-
las com somadores, pontos de ramificação e blocos funcionais.
A natureza do diagrama de blocos depende se as equações no
domínio 𝑠 são simplificadas ou expandidas. Caso se deseje
representar, além da entrada e saída, variáveis intermediárias do
sistema, então as equações deve estar expandidas e em função de
tais variáveis. Caso contrário, utilize-as de forma simplificada.
Diagrama de Blocos
Exercício 3: Represente a relação da tensão de saída 𝐸𝑜(𝑠) pela
entrada 𝐸𝑖(𝑠) usando diagrama de blocos. Evidencie a variável 𝐼(𝑠).
Diagrama de Blocos
Primeiramente, monta-se as equações algébricas que relacionam
𝐸𝑖(𝑠), 𝐸𝑜(𝑠) e 𝐼(𝑠) no domínio 𝑠:
𝐸𝑖 𝑠 − 𝐸𝑜(𝑠)
𝑅
= 𝐼(𝑠)
𝐸𝑜 𝑠 =
1
𝑠𝐶
𝐼(𝑠)
Em seguida, monta-se o diagrama de blocos usando as equações:
Diagrama de Blocos
Por fim, junta-se os blocos individuais em um único diagrama:
𝐸𝑜(𝑠)
𝐸𝑖(𝑠)
=
1/𝑅𝐶𝑠
1 + 1/𝑅𝐶𝑠
=
1
𝑅𝐶𝑠 + 1
A função de transferência do sistema é:
Diagrama de Blocos
Dependendo da complexidade do sistema e do seu diagrama de
blocos, convém reduzi-lo usando regras de redução de blocos.
A 1ª regra especifica que um grupo de blocos em cascata, que não
possuam somadores ou pontos de derivação nas suas conexões
internas, pode ser representado por um único bloco cuja função de
transferência é igual ao produto das funções de transferência dos
blocos individuais.
Diagrama de Blocos
A 2ª regra especifica que um grupo de blocos em paralelo, que
compartilham a mesma entrada e cujas saídas terminam em um
somador (com seus devidos sinais), pode ser representado por um
único bloco cuja função de transferência é igual à soma (com seus
devidos sinais) das funções de transferência individuais.
Diagrama de Blocos
A 3ª regra especifica a malha fechada (realimentação):
𝐵(𝑠)
Diagrama de Blocos
No processo de redução do diagrama de blocos, nem sempre as
formas comuns (cascata, paralelo ou malha fechada) estão
evidentes. Por exemplo, se houver uma derivação após o somador
na malha fechada, não é possível simplificar. Outro exemplo ocorre
na presença do distúrbio entre o controlador e planta (através do
somador). Neste caso, também não é possível simplificar.
Uma solução é usar regras de deslocamento de blocos, cuja função
é deslocar blocos à esquerda ou à direita de somadores e de pontos
de ramificação, permitindo gerar formas comuns (cascata, paralelo
ou malha fechada) que possam ser reduzidas.
Diagrama de Blocos
1ª Regra: deslocar um bloco 𝐺 𝑠 para a esquerda de um somador
equivale a acrescentar o bloco 𝐺 𝑠 a cada ramo de entrada do
somador. A explicação é simples: o produto da soma é igual à soma
dos produtos.
Diagrama de Blocos
2ª Regra: deslocar um bloco 𝐺 𝑠 para a direita de um somador
equivale a acrescentar o bloco 𝐺 𝑠 após o somador e blocos
1/𝐺 𝑠 a cada ramo de entrada do somador. A explicação é simples:
a ação equivale a colocar o bloco 𝐺 𝑠 em evidência na soma,
surgindo após o somador multiplicado e em cada elemento da soma
dividido.
Diagrama de Blocos
3ª Regra: deslocar um bloco 𝐺 𝑠 para a esquerda de um ponto de
ramificação equivale a acrescentar o bloco 𝐺 𝑠 antes da
ramificação e blocos 1/𝐺 𝑠 em cada ramo. A explicação é simples:
no momento que o sinal a ser ramificado foi multiplicado por 𝐺 𝑠 ,
é necessário que tal multiplicação seja anulada em cada ramificação
(produto por 1/𝐺 𝑠 ).
Diagrama de Blocos
4ª Regra: deslocar um bloco 𝐺 𝑠 para a direita de um ponto de
ramificação equivale a remover o bloco 𝐺 𝑠 antes da ramificação e
acrescentar blocos 𝐺 𝑠 em cada ramo. A explicação é simples:
como o sinal a ser ramificado foi multiplicado por 1/𝐺 𝑠 , tal
produto deve ser anulado em cada ramo (multiplica por 𝐺 𝑠 ).
Diagrama de Blocos
Exercício 4: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo.
Diagrama de Blocos
Primeiramente, o bloco 𝐺1 é deslocado para direita do somador,
possibilitando que os blocos 𝐺1, 𝐺2 e 𝐻1 formem uma malha
fechada:
Diagrama de Blocos
Em seguida, a malha fechada é simplificada de forma a permitir que
a nova função de transferência, 𝐺3 e 𝐻2/𝐺1 formem uma nova
malha fechada:
Diagrama de Blocos
Em seguida, a nova malha fechada é simplificada, fazendo surgir a
última malha fechada do sistema:
Diagrama de Blocos
Por fim, a última malha fechada é resolvida, encontrando a função
de transferência do sistema:
Diagrama de Blocos
No exercício anterior, observe que existe uma relação entre o
diagrama de blocos original e o simplificado:
Diagrama de Blocos
É possível obter a função de transferência completa 𝐶(𝑠)/𝑅(𝑠) do
sistema usando uma Regra de Ouro, ou seja, evitando fazer
qualquer simplificação. Vale ressaltar que tal regra só vale para
sistemas SISO. Se o sistema for MIMO, simplifique-o para vários
sistemas SISO antes de usar a Regra de Ouro.
Pela Regra de Ouro, o numerador da função de transferência
completa é igual ao somatório dos produtos das funções de
transferência contidas em todos os possíveis ramos diretos.
Ramos diretos são aqueles que partem da entrada e terminam na
saída e só avançam no sentido das setas e sempre da esquerda para
a direita, ou seja, o ramo direto não pode incluir qualquer
realimentação (não pode voltar a um ponto mais à esquerda de
onde estava anteriormente).
Diagrama de Blocos
O sinal de cada ramo direto (de cada produto do somatório)
depende das combinações dos sinais dos somadores contidos no
ramo direto em questão. Para cada sinal + em um somador se
contabiliza um +. Para cada sinal − em um somador se contabiliza
um −. Por fim, o produto de todos estes sinais dará o sinal do ramo
direto em questão.
Simplificando na forma de equação:
𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = 
(±𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑓𝑢𝑛çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙)
Diagrama de Blocos
Pela Regra de Ouro, o denominador da função de transferência
completa é igual a 1 mais o somatório dos produtos das funções de
transferência contidas em cada contorno que representa uma
possível malha fechada do sistema.
O contorno de uma malha fechada é aquele que parte de um
somador, segue o ramo direto (exclusivamente indo da esquerda
para a direita), se ramifica, segue um ou mais ramos de
realimentação (exclusivamente indo da direita para a esquerda) até
voltar para o somador de origem.
Vale ressaltar na hora de detectar todos os possíveis contornos de
malha fechada, deve-se desprezar somadores e ramificações
encontrados no caminho (tanto no ramo direto quanto nas
realimentações).
Diagrama de Blocos
O sinal de cada contorno de malha fechada é formado pelo produto
do sinal do ramo direto pelo sinal dos ramos de realimentação.
O sinal do ramo direto segue a mesma regra vista no numerador:
cada + no somador conta como + e cada − no somador conta
como −; no final, faz-se o produto desses sinais.
O sinal dos ramos de realimentação segue a regra da realimentação
positiva ou negativa: para cada ramo de realimentação, um sinal −
no somador conta como +; um sinal + no somador conta como −;
no final, faz-se o produto dos sinais.
Simplificando na forma de equação:
𝐷𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 = 1 + 
(±𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑓𝑢𝑛çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑛𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎)
Diagrama de Blocos
Exercício 5: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo
usando a Regra de Ouro.
Diagrama de Blocos
Só existe um ramo direto no diagrama. Assim:
𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = +𝐺1𝐺2𝐺3𝐺4
Diagrama de Blocos
Existem três contornos de malha fechada no sistema. Assim:
𝐷𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 = 1 + −𝐺3𝐺4𝐻1 + 𝐺2𝐺3𝐻2 + 𝐺1𝐺2𝐺3𝐺4𝐻3
Diagrama de Blocos
A função de transferência completa é:
Diagrama de Blocos
Exercício 6: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo
usando a Regra de Ouro.
Diagrama de Blocos
O sistema possui dois ramos diretos e um contorno de malha
fechada. Assim:
Diagrama de Blocos
Exercício 7: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo
usando a Regra de Ouro.
Diagrama de Blocos
Primeiramente, nota-se que o sistema possui somente um ramo
direto. Assim:
Em seguida, ao desprezar os somadores e as ramificações, nota-se
que existem quatro contornos de malha fechada: um envolvendo
somente 𝐻1 , outro envolvendo somente 𝐻2 , outro envolvendo
somente 𝐻3 e um quarto envolvendo 𝐻1 e 𝐻2. Assim:
𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = +𝐺1𝐺2𝐺3𝐺4
𝐷𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 = 1 + +𝐺1𝐺2𝐻1 + 𝐺3𝐺4𝐻2 − 𝐺2𝐺3𝐻3 + 𝐺1𝐺2𝐺3𝐺4𝐻1𝐻2
Diagrama de Blocos
A função de transferência completa é:
Diagrama de Blocos
A prova dos 9:
Diagrama de Blocos
A prova dos 9:
Diagrama de Blocos
Exercício 8: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo
usando a Regra de Ouro.
Diagrama de Blocos
Nota-se que o sistema possui dois ramos diretos e quatro contornos
de malha fechada. Assim:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑠 + 1/𝑠2
1 + 𝑠2 + 𝑠2 + 1/𝑠 + 1/𝑠
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑠 + 1/𝑠2
2𝑠2 + 1 + 2/𝑠
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑠3 + 1
2𝑠4 + 𝑠2 + 2𝑠
Diagrama de Blocos
Exercício 9: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo
usando a Regra de Ouro, considerando tanto a função de
transferência da saída pela entrada ( 𝐶(𝑠) 𝑅(𝑠)) quanto a função de
transferência da saída pelo distúrbio ( 𝐶(𝑠) 𝐷(𝑠)).
Diagrama de Blocos
Para resolver tal sistema, deve-se usar o princípio da superposição e
avaliar isoladamente a influência de cada entrada na saída.
Primeiramente, considera-se 𝐶(𝑠) 𝑅(𝑠). Para isso, elimina-se o
distúrbio fazendo 𝐷 𝑠 = 0 no diagrama. Assim:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝐺𝑐𝐺1𝐺𝑝 + 𝐺𝑓𝐺1𝐺𝑝
1 + 𝐺𝑐𝐺1𝐺𝑝𝐻
De forma equivalente, considera-se 𝐶(𝑠) 𝐷(𝑠). Para isso, elimina-
se a entrada, fazendo 𝑅 𝑠 = 0 no diagrama. Assim:
𝐶(𝑠)
𝐷(𝑠)
=
𝐺𝑝
1 + 𝐺𝑐𝐺1𝐺𝑝𝐻
Diagrama de Blocos
Exercício 10: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo
usando a Regra de Ouro, considerando a influência de cada entrada
em cada saída.
Diagrama de Blocos
Para cada par entrada-saída, elimina-se a outra entrada e a outra
saída do sistema. Assim:
Diagrama de Blocos
Para cada par entrada-saída, elimina-se a outra entrada e a outra
saída do sistema. Assim:
Correlação com o Espaço de Estados
Dado um sistema linear e invariante no tempo representado no
espaço de estados (domínio do tempo), podendo ter quantas
variáveis de estado quanto se queira, é possível obter a
representação do sistema no domínio da frequência (função de
transferência) através de simples operações matriciais.
Vale ressaltar que um mesmo sistema pode ser representado por
distintos espaços de estados, mas só terá uma única função de
transferência.
Considere as equações de estado e de saída de um sistema SISO:
 𝒙(𝒕) = 𝑨𝒙(𝑡) + 𝑩𝑢(𝑡)
𝑦(𝑡) = 𝑪𝒙(𝑡) + 𝐷𝑢(𝑡)
Correlação com o Espaço de Estados
Aplicando a transformada de Laplace nas duas equações, chega-se a
𝒔𝑿 𝑠 = 𝑨𝑿 𝑠 + 𝑩𝑈 𝑠 ,
𝑌 𝑠 = 𝑪𝑿 𝑠 + 𝐷𝑈 𝑠 .
𝒔𝑰 − 𝑨 𝑿 𝑠 = 𝑩𝑈 𝑠 → 𝑿 𝑠 = 𝒔𝑰 − 𝑨 −1𝑩𝑈(𝑠)
𝑌(𝑠) = 𝑪𝑿(𝑠) + 𝐷𝑈(𝑠) → 𝑌(𝑠) = 𝑪 𝒔𝑰 − 𝑨 −1𝑩𝑈(𝑠) + 𝐷𝑈(𝑠)
Isolando o vetor 𝑿 𝑠 da primeira equação e substituindo na
segunda, tem-se que:
𝑌(𝑠)
𝑈(𝑠)
= 𝐺 𝑠 = 𝑪 𝒔𝑰 − 𝑨 −1𝑩 + 𝐷
Correlação com o Espaço de Estados
O único termo que envolve a componente 𝑠 é 𝒔𝑰 − 𝑨 −1. Portanto,
somente este termo é capaz de gerar a equação característica do
sistema (polinômio do denominador). Assim:
O termo 𝑄(𝑠) é o polinômio numerador e depende de 𝑨, 𝑩, 𝑪 e 𝐷.
Já o determinante 𝒔𝑰 − 𝑨 representa a equação característica.
Assim, os autovalores de 𝑨 são idênticos aos polos de 𝐺(𝑠).
𝐺 𝑠 = 𝑪 𝒔𝑰 − 𝑨 −1𝑩 + 𝐷 =
𝑄(𝑠)
𝒔𝑰 − 𝑨
Correlação com o Espaço de Estados
Exercício 11: Dado o sistema massa-mola-atrito abaixo
representado no espaço de estados, encontre a função de
transferência que relaciona a posição 𝑦 𝑡 com a força𝑢 𝑡 .
Correlação com o Espaço de Estados
O espaço de estados do sistema foi definido no Exemplo 1 da Aula 4:
 𝒙 𝑡 =
0 1
−
𝑘
𝑚
−
𝑏
𝑚
𝑨
𝒙(𝑡) +
 
0
1
𝑚
𝑩
𝑢 𝑡
𝑦 𝑡 = 1 0
𝑪
𝒙(𝑡) + 0
𝐷
𝑢 𝑡
A função de transferência é dada por:
𝑌(𝑠)
𝑈(𝑠)
= 𝐺 𝑠 = 𝑪 𝒔𝑰 − 𝑨 −1𝑩 + 𝐷 = 1 0
𝑠 −1
𝑘
𝑚
𝑠 +
𝑏
𝑚
−1
0
1
𝑚
Correlação com o Espaço de Estados
Assim:
𝐺 𝑠 =
1
𝑠2 +
𝑏
𝑚
𝑠 +
𝑘
𝑚
1 0
𝑠 +
𝑏
𝑚
1
−
𝑘
𝑚
𝑠
0
1
𝑚
𝐺 𝑠 =
1
𝑠2 +
𝑏
𝑚
𝑠 +
𝑘
𝑚
1
𝑚
=
1
𝑚𝑠2 + 𝑏𝑠 + 𝑘
𝑚 𝑦 𝑡 + 𝑏 𝑦 𝑡 + 𝑘𝑦 𝑡 = 𝑢 𝑡 →
𝑌 𝑠
𝑈 𝑠
= 𝐺 𝑠 =
1
𝑚𝑠2 + 𝑏𝑠 + 𝑘
De forma equivalente:
Correlação com o Espaço de Estados
De forma equivalente ao sistema SISO, considere as equações de
estado e de saída de um sistema MIMO:
 𝒙(𝒕) = 𝑨𝒙(𝑡) + 𝑩𝒖(𝑡)
𝒚(𝑡) = 𝑪𝒙(𝑡) + 𝑫𝒖(𝑡)
𝒀 𝑠 = 𝑮 𝑠 𝑼 𝑠 → 𝑮 𝑠 = 𝑪 𝒔𝑰 − 𝑨 −1𝑩 + 𝑫
É possível encontrar uma matriz função de transferência 𝑮(𝑠) que
relaciona todas as influências de cada entrada em cada saída:
Correlação com o Espaço de Estados
Dado um sistema linear e invariante no tempo representado por
uma função de transferência (domínio da frequência), é possível
obter representações do sistema no espaço de estados (domínio do
tempo) através de simples manipulações algébricas da função de
transferência.
Vale ressaltar que um sistema representado por uma função de
transferência pode ter distintas representações no espaço de
estados, dependendo somente de como a manipulação algébrica é
realizada.
Dentre as diversas formas de conversão, três se destacam:
conversão em cascata, em paralelo e a combinação das duas.
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Cascata:
Primeiramente, o numerador e o denominador da função de
transferência são fatorados. Se o sistema possui ordem 𝑛 (𝑛 polos),
então a função de transferência global é representada como um
produto de 𝑛 funções de transferência (𝑛 blocos em cascata), cada
uma contendo um polo do sistema e alguma parte do numerador
(podendo ser um zero ou não).
A primeira função de transferência relaciona a saída 𝐶 𝑠 = 𝑋1(𝑠)
com uma variável de estado 𝑋2 𝑠 . A segunda relaciona 𝑋2 𝑠 com
𝑋3 𝑠 e assim sucessivamente. A última relaciona 𝑋𝑛 𝑠 com a
entrada 𝑅 𝑠 .
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Cascata:
Assim, é possível aplicar a transformada inversa em cada função de
transferência, de forma a obter um conjunto de 𝑛 equações de
estado.
Por fim, a relação 𝑐 𝑡 = 𝑥1 𝑡 representa a equação de saída do
sistema.
Este tipo de abordagem é bastante útil quando a função de
transferência global do sistema não possui zeros, de forma a evitar
que a equação de uma variável de estado dependa da derivada da
outra variável de estado.
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Cascata:
𝐺 𝑠 =
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝐾(𝑠 + 𝑧1)(𝑠 + 𝑧2) ⋯ (𝑠 + 𝑧𝑚)
(𝑠 + 𝑝1)(𝑠 + 𝑝2)⋯ (𝑠 + 𝑝𝑛)
𝐺 𝑠 =
𝐾
(𝑠 + 𝑝1)
 𝑋𝑛 𝑅
(𝑠 + 𝑧1)
(𝑠 + 𝑝2)
 𝑋𝑛−1 𝑋𝑛
⋯
(𝑠 + 𝑧𝑚−1)
(𝑠 + 𝑝𝑚)
 𝑋𝑛−𝑚+1 𝑋𝑛−𝑚+2
⋯
1
(𝑠 + 𝑝𝑛)
 𝑋1 𝑋2= 𝐶 𝑋2
𝑋𝑛(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝐾
𝑠 + 𝑝1
→ 𝑠𝑋𝑛 𝑠 + 𝑝1𝑋𝑛 𝑠 = 𝐾𝑅 𝑠
ℒ−1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 → 𝑥𝑛 𝑡 = −𝑝1𝑥𝑛 𝑡 + 𝐾𝑟(𝑡)
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Cascata:
𝑋𝑛−1(𝑠)
𝑋𝑛(𝑠)
=
𝑠 + 𝑧1
𝑠 + 𝑝2
→ 𝑠𝑋𝑛−1 𝑠 + 𝑝2𝑋𝑛−1 𝑠 = 𝑠𝑋𝑛 𝑠 + 𝑧1𝑋𝑛(𝑠)
ℒ−1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 → 𝑥𝑛−1 𝑡 = −𝑝2𝑥𝑛−1 𝑡 + 𝑥𝑛 𝑡 + 𝑧1𝑥𝑛(𝑡)
 𝑥𝑛−1 𝑡 = −𝑝2𝑥𝑛−1 𝑡 + 𝑧1 − 𝑝1 𝑥𝑛 𝑡 + 𝐾𝑟(𝑡)
𝑋1(𝑠)
𝑋2(𝑠)
=
1
𝑠 + 𝑝𝑛
→ 𝑠𝑋1 𝑠 + 𝑝𝑛𝑋1 𝑠 = 𝑋2 𝑠
ℒ−1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 → 𝑥1 𝑡 = −𝑝𝑛𝑥1 𝑡 + 𝑥2 𝑡
𝑐 𝑡 = 𝑥1 𝑡
Correlação com o Espaço de Estados
Exercício 12: Converta a função de transferência abaixo para o
espaço de estados usando a conversão em cascata.
𝐺 𝑠 =
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
24
(𝑠 + 2)(𝑠 + 3)(𝑠 + 4)
Correlação com o Espaço de Estados
Primeiramente, define-se as razões entre as variáveis de estado,
entrada e saída:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
24
(𝑠 + 2)
 𝑋3 𝑅
1
(𝑠 + 3)
 𝑋2 𝑋3
1
(𝑠 + 4)
 𝑋1 𝑋2= 𝐶 𝑋2
Abaixo, está a representação do sistema em diagrama de blocos,
provando que ocorre a associação em cascata dos termos acima:
Correlação com o Espaço de Estados
Posteriormente, encontra-se as equações de estado ao realizar a
transformada inversa de Laplace nos termos:
𝑋3(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
24
(𝑠 + 2)
→ 𝑥3 𝑡 = −2𝑥3 𝑡 + 24𝑟 𝑡
𝑋2(𝑠)
𝑋3(𝑠)
=
1
(𝑠 + 3)
→ 𝑥2 𝑡 = −3𝑥2 𝑡 + 𝑥3 𝑡
𝑋1(𝑠)
𝑋2(𝑠)
=
1
(𝑠 + 4)
→ 𝑥1 𝑡 = −4𝑥1 𝑡 + 𝑥2 𝑡
𝑐(𝑡) = 𝑥1(𝑡)
Correlação com o Espaço de Estados
Por fim, encontra-se as matrizes das equações de estado e de saída
do sistema:
𝑨 =
−4 1 0
0 −3 1
0 0 −2
, 𝑩 =
0
0
24
𝑪 = 1 0 0 , 𝑫 = 0
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Paralelo:
Primeiramente, a função de transferência global do sistema é
expandida em frações parciais. Se o sistema for de ordem 𝑛, então a
função de transferência global é representada como uma soma de 𝑛
funções de transferência ( 𝑛 blocos em paralelo), cada uma
contendo um polo do sistema.
A saída, 𝐶 𝑠 , é igual à soma dos produtos das 𝑛 funções de
transferência pela entrada única, 𝑅 𝑠 . O próximo passo é igualar
cada um destes produtos a uma variável de estado, 𝑋𝑗(𝑠).
Desta forma, todas as variáveis de estado dependem da entrada e a
saída será igual à soma das variáveis de estado, 𝑋1 𝑠 + ⋯+ 𝑋𝑛(𝑠).
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Paralelo:
Em seguida, é possível aplicar a transformada inversa em cada
função de transferência que relaciona uma variável de estado à
entrada, de forma a obter um conjunto de 𝑛 equações de estado.
Por fim, a relação 𝑐 𝑡 = 𝑥1 𝑡 + ⋯ + 𝑥𝑛 𝑡 representa a equação
de saída do sistema.
Este tipo de abordagem é bastante útil quando a função de
transferência global do sistema não possui polos múltiplos, de
forma a evitar que a equação de uma variável de estado dependa de
suas múltiplas derivadas.
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Paralelo:
𝐺 𝑠 =
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝐾(𝑠 + 𝑧1)(𝑠 + 𝑧2) ⋯ (𝑠 + 𝑧𝑚)
(𝑠 + 𝑝1)(𝑠 + 𝑝2) ⋯ (𝑠 + 𝑝𝑛)
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑎1
(𝑠 + 𝑝1)
 𝑋1 𝑅
+
𝑎2
(𝑠 + 𝑝2)
 𝑋2 𝑅
+ ⋯+
𝑎𝑛
(𝑠 + 𝑝𝑛)
 𝑋𝑛 𝑅
𝑋1(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑎1
𝑠 + 𝑝1
→ 𝑠𝑋1 𝑠 + 𝑝1𝑋1 𝑠 = 𝑎1𝑅 𝑠
ℒ−1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 → 𝑥1 𝑡 = −𝑝1𝑥1 𝑡 + 𝑎1𝑟(𝑡)
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Paralelo:
𝑋𝑛(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑎𝑛
𝑠 + 𝑝𝑛
→ 𝑠𝑋𝑛 𝑠 + 𝑝𝑛𝑋𝑛 𝑠 = 𝑎𝑛𝑅 𝑠
ℒ−1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 → 𝑥𝑛 𝑡 = −𝑝𝑛𝑥𝑛 𝑡 + 𝑎𝑛𝑟(𝑡)
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑋1(𝑠)
𝑅(𝑠)
+
𝑋2(𝑠)
𝑅(𝑠)
+ ⋯ +
𝑋𝑛 𝑠
𝑅 𝑠
→ 𝐶 𝑠 = 𝑋1 𝑠 + 𝑋2 𝑠 + ⋯ + 𝑋𝑛 𝑠
ℒ−1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 → 𝑐 𝑡 = 𝑥1 𝑡 + 𝑥2 𝑡 + ⋯ + 𝑥𝑛 𝑡
Correlação com o Espaço de Estados
Exercício 13: Converta a função de transferência abaixo para o
espaço de estados usando a conversão em paralelo.
𝐺 𝑠 =
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
24
(𝑠 + 2)(𝑠 + 3)(𝑠 + 4)
Correlação com o Espaço de Estados
Primeiramente, realiza-se a expansão em frações parciais:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
12
(𝑠 + 2)
−
24
(𝑠 + 3)
+
12
(𝑠 + 4)
Em seguida, encontra-se as razões entre as variáveis de estado e a
entrada do sistema:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
12
(𝑠 + 2)
 𝑋1 𝑅
+
−24
(𝑠 + 3)
 𝑋2 𝑅
+
12
(𝑠 + 4)
 𝑋3 𝑅
Correlação com o Espaço de Estados
Posteriormente, encontra-se as equações de estado ao realizar a
transformada inversa de Laplace nos termos:
𝑋1(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
12
(𝑠 + 2)
→ 𝑥1 𝑡 = −2𝑥1 𝑡 + 12𝑟 𝑡
𝑋2(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
−24
(𝑠 + 3)
→ 𝑥2 𝑡 = −3𝑥2 𝑡 − 24𝑟 𝑡
𝑋3(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
12
(𝑠 + 4)
→ 𝑥3 𝑡 = −4𝑥3 𝑡 + 12𝑟 𝑡
𝑐 𝑡 = 𝑥1 𝑡 + 𝑥2 𝑡 + 𝑥3(𝑡)
Correlação com o Espaço de Estados
Por fim, encontra-se as matrizes das equações de estado e de saída
do sistema:
𝑨 =
−2 0 0
0 −3 0
0 0 −4
, 𝑩 =
+12
−24
+12
𝑪 = 1 1 1 , 𝑫 = 0
Correlação com o Espaço de Estados
Conversão em Cascata e Paralelo:
Se necessário, sempre é possível fazer uma combinação das
conversões em cascata e em paralelo. Estetipo de abordagem é útil
quando se tem uma função de transferência com zeros e polos
múltiplos.
Por causa dos zeros, é interessante expandir a função em frações
parciais, eliminando os zeros da representação. Como o sistema
possui polos múltiplos, alguns termos das frações parciais conterão
polos múltiplos. Então é possível usar a conversão em cascata
somente nestes termos que possuem polos múltiplos. Nos outros
termos de polos simples, a abordagem em paralelo é suficiente.
Correlação com o Espaço de Estados
Exercício 14: Converta a função de transferência abaixo para o
espaço de estados usando as conversões em paralelo e em cascata.
𝐺 𝑠 =
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
𝑠 + 3
(𝑠 + 1)2(𝑠 + 2)
Correlação com o Espaço de Estados
Primeiramente, realiza-se a expansão em frações parciais:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
2
(𝑠 + 1)2
−
1
(𝑠 + 1)
+
1
(𝑠 + 2)
Em seguida, encontra-se as razões entre as variáveis de estado e a
entrada do sistema:
𝐶(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
−2
(𝑠 + 1)
 𝑋1 𝑋2
−1
(𝑠 + 1)
 𝑋2 𝑅
 𝑋1 𝑅
+
−1
(𝑠 + 1)
 𝑋2 𝑅
+
1
(𝑠 + 2)
 𝑋3 𝑅
Correlação com o Espaço de Estados
Posteriormente, encontra-se as equações de estado ao realizar a
transformada inversa de Laplace nos termos:
𝑋1(𝑠)
𝑋2(𝑠)
=
−2
(𝑠 + 1)
→ 𝑥1 𝑡 = −𝑥1 𝑡 − 2𝑥2 𝑡
𝑋2(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
−1
(𝑠 + 1)
→ 𝑥2 𝑡 = −𝑥2 𝑡 − 𝑟 𝑡
𝑋3(𝑠)
𝑅(𝑠)
=
1
(𝑠 + 2)
→ 𝑥3 𝑡 = −2𝑥3 𝑡 + 𝑟 𝑡
𝑐 𝑡 = 𝑥1 𝑡 + 𝑥2 𝑡 + 𝑥3(𝑡)
Correlação com o Espaço de Estados
Por fim, encontra-se as matrizes das equações de estado e de saída
do sistema:
𝑨 =
−1 −2 0
0 −1 0
0 0 −2
, 𝑩 =
0
−1
+1
𝑪 = 1 1 1 , 𝑫 = 0
Função de Transferência com MATLAB
O pacote de ferramentas de controle do MATLAB também permite
que se represente sistemas a partir de suas funções de
transferência.
Assim, dada uma função de transferência 𝐺(𝑠), existem três formas
de representá-la no MATLAB:
>> num = [1 1 ]; den = [1 5 6]; % Diretamente pelos coeficientes dos
polinômios 𝑁(𝑠) e 𝐷 𝑠 de 𝐺 𝑠 .
>> G = tf(num, den); % Através da função ‘tf’ que converte os
coeficientes em uma função de transferência em 𝑠.
>> s = tf(‘s’); G = (s+1)/(s^2 + 5*s + 6); % Através da atribuição de ‘s’
e definindo a equação algébrica diretamente em Laplace.
Função de Transferência com MATLAB
Independente da forma que 𝐺(𝑠) foi representada, é possível obter
as mesmas respostas temporais dos sistemas representados no
espaço de estados:
>> t = 0:Tpasso:Tfinal; % cria-se um vetor de tempo t
>> y = impulse(num, den, t); y = impulse(G, t); % obtém a resposta
para o vetor t
>> y = step(num, den, t); y = step(G, t); % obtém a resposta para o
vetor t
>> u = sin(t); % define-se a entrada desejada
>> y = lsim(num, den, u, t); y = lsim(G, u, t); % obtém-se a saída ‘y’
em função de ‘u’
Função de Transferência com MATLAB
Exercício 15: Dado a função de transferência abaixo, use o MATLAB
para obter as respostas ao impulso, ao degrau unitário e à função
seno de amplitude unitária e frequência angular 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠 usando
as três representações apresentadas.
𝐺 𝑠 =
𝑠 + 1
(𝑠 + 2)(𝑠 + 3)
Solução
Material/Aula7_Exercicio15.m
Função de Transferência com MATLAB
Uma outra forma de representar um sistema em Laplace no
MATLAB é fatorar (não é expandir em frações parciais) os
polinômios do numerador e do denominador e representar o
sistema pelos seus zeros, polos e ganho:
>> zeros = [-1]; polos = [-2 -3]; ganho = 1; % Define diretamente os
zeros, polos e ganho da função de transferência fatorada.
>> G = zpk(zeros, polos, ganho); % A função ‘zpk’ converte os zeros,
polos e ganho em uma função de transferência em 𝑠.
>> y = impulse(G, t); % obtém a resposta para o vetor t
>> y = step(G, t); % obtém a resposta para o vetor t
>> y = lsim(G, u, t); % obtém-se a saída ‘y’ em função de ‘u’
Função de Transferência com MATLAB
Exercício 16: Dado a função de transferência abaixo, use o MATLAB
para obter as respostas ao impulso, ao degrau unitário e à função
seno de amplitude unitária e frequência angular 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠 usando a
função ‘zpk’.
𝐺 𝑠 =
𝑠 + 1
(𝑠 + 2)(𝑠 + 3)
Solução
Material/Aula7_Exercicio16.m
Diagrama de Blocos com MATLAB
O pacote de ferramentas de controle do MATLAB também realiza
associações de blocos em um diagrama de blocos, sendo cada bloco
representado pelas sua função de transferência.
Primeiramente, dois blocos são representados por meio de ‘num’ e
‘den’ e por meio de ‘tf’. Posteriormente, mostra-se como se faz a
conversão ‘num’ e ‘den’ para ‘tf’ e vice-versa:
>> num1 = [1 1]; den1 = [1 5 6]; % Bloco 1.
>> num2 = [1 0]; den2 = [1 2 1]; % Bloco 2.
>> G1 = tf(num1, den1); % Conversão num1 e den1 para G1.
>> [num1, den1] = tfdata(G1, ‘v’); % Conversão G1 para num1 e
den1.
Diagrama de Blocos com MATLAB
Associação em Cascata:
>> [nums, dens] = series(num1, den1, num2, den2); % Associação
em cascata.
>> Gs = series(G1, G2); % Associação em cascata.
>> Gs = G1*G2; % Associação em cascata.
Associação em Paralelo:
>> [nump, denp] = parallel(num1, den1, num2, den2); % Associação
em paralelo.
>> Gp = parallel(G1, G2); % Associação em paralelo.
>> Gp = G1+G2; % Associação em paralelo.
Diagrama de Blocos com MATLAB
Malha Fechada:
>> [numfb, denfb] = feedback(num1, den1, num2, den2, -1); %
Associação em malha fechada, sendo o bloco 1 na malha direta
(planta + controle) e o bloco 2 na malha de realimentação (sensor).
O valor ‘-1’ indica que é uma realimentação negativa. Use ‘+1’ para
realimentação positiva.
>> Gfb = feedback(G1, G2, -1); % Malha fechada (realimentação
negativa).
>> Gfb = G1/(1+ G1*G2); % Malha fechada (realimentação negativa).
Diagrama de Blocos com MATLAB
Algumas observações importantes devem ser feitas:
• Não use o comando ‘cloop’ (realimentação unitária), pois está
obsoleto. Use ‘feedback’ no lugar. Exemplo: “cloop(G1,-1)” é
equivalente à “feedback(G1, tf(1,1), -1)”;
• Algumas vezes, um comando equivalente ao outro produz
funções de transferência aparentemente distintas (com
diferentes coeficientes e ordens). Na realidade, tais funções são
equivalentes, sendo que muitas delas possuem zeros e polos
iguais que não se cancelaram. Para comprovar a equivalência, use
o comando ‘minreal’ nas duas funções de transferências. Tal
comando cancela todos os polos e zeros iguais e mostra a mínima
função de transferência possível.
Diagrama de Blocos com MATLAB
Exercício 17: Dados dois blocos representados pelas suas funções de
transferências, faça as associações em cascata, em paralelo e em
malha fechada (realimentação negativa) usando todas as possíveis
representações e comprovando que elas são equivalentes.
𝐺1 𝑠 =
10
𝑠2 + 2𝑠 + 10
𝐺2 𝑠 =
5
𝑠 + 5
Solução
Material/Aula7_Exercicio17.m
Diagrama de Blocos com MATLAB
Exercício 18: Simplifique o diagrama de blocos do sistema abaixo,
usando o MATLAB.
𝐺1 𝑠 =
1
𝑠 + 10
, 𝐺2 𝑠 =
1
𝑠 + 1
, 𝐺3 𝑠 =
𝑠 + 1
𝑠 + 6
𝐻1 𝑠 =
𝑠 + 3
𝑠 + 2
𝑒 𝐻2 𝑠 = 2.
Diagrama de Blocos com MATLAB
Primeiramente, usa-se o MATLAB para se obter sucessivas
simplificações usando os comandos ‘series’, ‘parallel’ e ‘feedback’.
Aqui o bloco 𝐺1 foi deslocado à direita do somador.
H2G1
Solução
Material/Aula7_Exercicio18.m
Diagrama de Blocos com MATLAB
Em seguida, a malha fechada é simplificada de forma a permitir que
𝐺1𝐺2𝐻1, 𝐺3 e 𝐻2𝐺1 formem uma nova malha fechada:
G1G2H1
Diagrama de Blocos com MATLAB
Em seguida, a nova malha fechada é simplificada, fazendo surgir a
última malha fechada do sistema (𝐺1𝐺2𝐺3𝐻1𝐻2 e a realimentação
unitária):
G1G2G3H1H2
Diagrama de Blocos com MATLAB
A última malha fechada é resolvida, encontrando a função de
transferência do sistema (𝐺𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙). Depois disso, obtém-se também
as sucessivas simplificações usando comandos de produto e divisão.
Por fim, obtém-se a simplificação usando a regra de ouro.
Gfinal
Representações de Sistemas no MATLAB
O pacote de ferramentas de controle do MATLAB também realiza
conversões entre um tipo de representaçãode sistema e outro.
Os três tipos de representação de um sistema são: o espaço de
estados (comando ‘ss’), a função de transferência (comando ‘tf’) e
zeros, polos e ganho (comando ‘zpk’). As representações são feitas
da seguinte forma no MATLAB:
>> Gss = ss(A, B, C, D); % Representação em ‘ss’.
>> Gtf = tf(num, den); % Representação em ‘tf’.
>> Gzpk = zpk(zeros, polos, ganho); % Representação em ‘zpk’.
Representações de Sistemas no MATLAB
As conversões são feitas da seguinte forma no MATLAB:
>> Gtf2ss = ss(Gtf); % Conversão para ‘ss’.
>> Gzpk2ss = ss(Gzpk); % Conversão para ‘ss’.
>> [A, B, C, D] = ssdata(Gtf2ss); [A, B, C, D] = ssdata(Gzpk2ss); %
Obtenção das matrizes do espaço de estados.
>> Gss2tf = tf(Gss); % Conversão para ‘tf’.
>> Gzpk2tf = tf(Gzpk); % Conversão para ‘tf’.
>> [num, den] = tfdata(Gss2tf, ‘v’); [num, den] = tfdata(Gzpk2tf, ‘v’);
% Obtenção dos coeficientes dos polinômios do numerador e do
denominador da função de transferência.
Representações de Sistemas no MATLAB
As conversões são feitas da seguinte forma no MATLAB
(continuação):
>> Gss2zpk = zpk(Gss); % Conversão para ‘zpk’.
>> Gtf2zpk = zpk(Gtf); % Conversão para ‘zpk’.
>> [zeros, polos, ganho] = zpkdata(Gss2zpk); % Obtenção dos zeros,
polos e ganho da função de transferência.
>> [zeros, polos, ganho] = zpkdata(Gtf2zpk); % Obtenção dos zeros,
polos e ganho da função de transferência.
Diagrama de Blocos com MATLAB
Exercício 19: Mostre que as representações no espaço de estados
dos Exercícios 12 e 13 são equivalentes à representação da função
de transferência como zeros, polos e ganho.
Solução
Material/Aula7_Exercicio19.m
Diagrama de Blocos com MATLAB
Exercício 20: Converta a representação em espaço de estados em
função de transferência, considerando um sistema de duas entradas
e duas saídas.
Solução
𝑨 =
0 1
−25 −1
, 𝑩 =
1 1
0 1
𝑪 =
1 0
0 1
, 𝑫 =
0 0
0 0
Material/Aula7_Exercicio20.m