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1 Aula 2: 2o e 3o Leis da Termodinâmica Físico-Química Prof. André Pimentel 2 Sumário • Entropia • Energia livre de Gibbs • Equilíbrio • Transição de fase • Exercícios 3 Objetivo • Entender o que é entropia • Aprender sobre energia livre de Gibbs • Aprender sobre equilíbrio e espontaneidade 4 Leis da Termodinâmica A 1o lei da Termodinâmica nos diz que, se uma reação acontece, a energia total do universo permanece constante A 2o lei da Termodinâmica trata da questão do que está por trás de: “se uma reação acontece” Por que algumas reações têm tendência de ocorrer e outras não? A 3o lei da Termodinâmica indica que existe um zero natural relacionado a um estado de ordem perfeita 5 Termodinâmica: Conceitos Mudança espontânea é uma mudança que tende a ocorrer sem necessidade de indução por uma influência externa Mudanças espontâneas não são necessariamente rápidas, na verdade a termodinâmica diz pouco sobre a cinética Quando uma reação é espontânea? 6 Dispersão da Energia 7 Termodinâmica: Entropia Entropia, S, é uma medida da desordem S = k ln W W é o número de arranjos que os átomos ou moléculas de uma amostra podem assumir e que têm a mesma energia total Entropia baixa significa pouca desordem e entropia alta significa muita desordem “A entropia de um sistema aumenta no decorrer de qualquer mudança espontânea” S > 0 2o Lei da Termodinâmica 8 Termodinâmica: Entropia Como podemos medir a entropia com precisão? Precisamos de uma definição quantitativa da entropia Se a temperatura for constante, a variação da entropia de um sistema é S = qrev/T onde qrev é a energia transferida reversivelmente como calor 9 Termodinâmica: Entropia O que acontece com a entropia quando o sistema é aquecido de uma temperatura T1 para T2? Para uma transferência infinitesimal com variações pequenas de temperatura T: C é constante com T pequeno dS = dqrev/T dqrev = CdT dS = CdT/T S = C ln(T2/T1) Se o processo for realizado a pressão constante, utiliza-se Cp Se o processo for realizado a volume constante, utiliza-se CV 10 Termodinâmica: Entropia O que acontece com a entropia quando o sistema é aquecido de uma temperatura T1 para T2? Para uma transferência infinitesimal com variações grandes de temperatura T: C não é constante com T grande: C = a + bT + c/T2 dS = dqrev/T dqrev = CdT dS = [(a + bT + c/T2)/T]dT S = a ln(T2/T1) + bT – (c/2)(T22-T12) Se o processo for realizado a pressão constante, utiliza-se Cp Se o processo for realizado a volume constante, utiliza-se CV 11 Entropia em baixas Temperaturas Em temperaturas próximas do zero absoluto, a capacidade calorífica varia com a temperatura segundo aT3. Então: Cp(T) = aT3 dS = (aT3/T)dT = aT2dT Integrando de T=0 a T, tem-se que: S = S(0) + aT3/3 = S(0) + Cp(T)/3 12 Entropia em baixas Temperaturas Para metais, existe também uma contribuição da capacidade calorífica dos elétrons que é linearmente proporcional a T quando a temperatura for baixa. Então, a contribuição do elétron é: Cp(T) = bT dS = (bT/T)dT = bdT Integrando de T=0 a T, tem-se que: S = S(0) + bT = S(0) + Cp(T) 13 Termodinâmica: Entropia O que acontece com a entropia quando o sistema expande de V1 para V2 isotermicamente? Para uma expansão isotérmica infinitesimal de um gás ideal: U = 0 = qrev + wrev qrev = wrev dS = dqrev/T = dwrev/T = (pdV)/T dS = (nRT/TV)dV = nR dV/V S = nR ln(V2/V1) 14 Termodinâmica: Entropia O que acontece com a entropia quando o sistema expande de V1 para V2 isotermicamente? Para uma expansão isotérmica infinitesimal de um gás real: U = 0 = qrev + wrev qrev = wrev dS = dqrev/T = dwrev/T = (pdV)/T Gás de van de Waals: (p + a(n/V)2)(V - nb) = nRT dS = [nR/(V-nb) – (a/T)(n/V)2]dV S = nR ln[(Vf-nb)/(Vi-nb)] + (an2/T)[(1/Vf)-(1/Vi)] 15 Termodinâmica: Entropia Qual é a variação da entropia com a pressão quando o sistema expande isotermicamente? Para uma expansão isotérmica infinitesimal de um gás ideal: S = nR ln(V2/V1) Pela Lei de Boyle: P1V1 = P2V2 V2/V1 = P1/P2 S = nR ln(P1/P2) 16 Transição de Fase A(l) = A(g) “Uma ampla variedade de líquidos possui a mesma entropia de vaporização padrão, 87.255 J K-1 mol-1” Regra de Trouton Stransição = 4.5R + RlnT Stransição = (q/T)transição= 10.5R = 87.255 J K-1 mol-1 17 Transição de Fase 4.8 22.00 38.00 14.17 H0fus (kJ mol-1) 1.8 273 279 83.8 Tfus (K) He H2O Benzeno Ar 4.219.9 373109.0 35387.19 87.374.53 Tvap (K) H0vap (kJ mol-1) H0fus é sempre menor do H0vap Líquidos são mais desordenados do que sólidos Gases são muito mais desordenados do que líquidos 18 Transição de Fase 73.2-161.58.18CH4 109.1100.040.7H2O 87.9-60.418.7H2S 85.180.730.1Ciclohexano 85.876.730.0CCl4 87.280.130.8Benzeno S0vap (kJ mol-1) Tvap (oC) H0vap (kJ mol-1) Desvios: H2O possui pontes de hidrogênio que tendem a organizar as moléculas no líquido (H2S não possuem) Ácido fórmico forma dímeros ordenados na fase gasosa e o efeito é o oposto do da água CH4: a rotação de moléculas leves são difíceis de serem excitadas 19 Transição de Fase A entropia de um sistema em uma temperatura T é relacionada com sua entropia em T = 0 através da medida da Cp em temperaturas diferentes. A entropia de transição (H/T)trans precisa ser adicionada para cada transição de fase entre T = 0 e a temperatura de interesse. Se uma substância funde a Tf e entra em ebulição a Tb, então sua entropia acima de sua temperatura de ebulição é dada por: T Tb p vap vap Tb Tf p fus fus Tf p T dTgC T H T dTlC T H T dTsC STS 0 0 20 Transição de Fase 21 Termodinâmica: Conceito “A entropia de todos os cristais perfeitos se aproxima de zero quando a temperatura absoluta se aproxima de zero” 3o Lei da Termodinâmica S(0) = 0 22 Entropia padrão molar Entropia padrão molar pode ser calculada quando uma substância é aquecida até a temperatura de interesse: S(0T) = S(T) S(0) Pela 3o Lei da Termodinâmica: S(0) = 0 S(0T) = S(T) 23 Entropia padrão de reação Entropia padrão de reação, Sr0, é definida a T = 298 K e P = 1 bar, e os reagentes e produtos estão nas suas formas padrões Sr0 = S0(Produtos) S0(Reagentes) 24 Energia Livre de Gibbs A Energia livre de Gibbs é definida como: G = H TS dG = dH d(TS) = dH TdS SdT Com T constante: dG = dH TdS G = H TS 25 Espontaneidade G = H TS < 0 > 0 < 0 > 0 S Sim< 0< 0 Não> 0> 0 SimSe TS>H, G<0> 0 SimSe TS<H, G<0< 0 Espontâneo?GH 26 Trabalho Expansivo A Energia livre de Gibbs é definida como: G = H TS dG = dH d(TS) = dH TdS SdT dG = dU + pdV + Vdp TdS SdT dG = TdS pdV + pdV + Vdp TdS SdT dG = Vdp SdT G = Vp ST 27 Trabalho Não-expansivo A Energia livre de Gibbs é definida como: G = H TS dG = dH d(TS) = dH TdS SdT dG = dU + pdV + Vdp TdS SdT dG = TdS + dwne pdV + pdV + Vdp TdS SdT dG = dwne + Vdp SdT G = wne + Vp ST A p e T constante: G = wne (Significado físico) 28 Energia livre de reação Energia livre padrão de reação, Gr0, é definida a T = 298 K e P = 1 bar, e os reagentes e produtos estão nas suas formas padrões Gr0 = G0(Produtos) G0(Reagentes) 29 Resumo • Entropia e Energia livre de Gibbs • 2o e 3o Lei da Termodinâmica • Espontaneidade • Equilíbrio • Transição de fase • Exercícios 30 Matéria da Aula P. Atkins, Physical Chemistry, 6th Ed., W. H. Freeman and Company: New York, 2002 (Capítulo 4) P. Atkins e J. de Paula , Físico-Química, 7o Ed., LTC, 2006
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