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Trabalho Fisioterapia Veterinária

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Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
1º PERÍODO DE MEDICINA VETERINÁRIA
TRABALHO DE INTRODUÇÃO 
À MEDICINA VETERINÁRIA, 
ÉTICA E LEGISLAÇÃO.
FISIOTERAPIA VETERINÁRIA
Mariana Mello Santarosa
Isabela Normandia
Luíza Albuquerque
Conselheiro Lafaiete - MG
Fisioterapia veterinária
A fisioterapia tem evoluído para diversas áreas, desde o esporte até a veterinária. Sendo assim, quando aplicamos seus conceitos aos animais, temos a fisioterapia veterinária, que se iniciou nos equinos e hoje se estende para os animais de pequeno porte. Vale salientar que a Fisioterapia Veterinária é uma prática privativa do médico veterinário, pois somente ele tem condições de avaliar o animal em sua anatomia, biomecânica, fisiologia, patologia clínica e cirurgica (Lei 5.517 de 23 de outubro de 1.968), assim como a Fisioterapia Humana é atividade preventiva do fisioterapeuta. Durante o curso de Medicina Veterinária, o aluno deverá atentar-se, além das demais matérias, às aulas de Anatomia Veterinária para que o mesmo possa se especializar posteriormente em Fisioterapia Veterinária, uma pós-graduação muito procurada nos últimos anos. A fisioterapia veterinária é uma área que está em franca expansão. Cada vez mais os médicos veterinários que atuam na ortopedia estão vendo a necessidade de incorporar a especialidade no tratamento para melhorar a recuperação e a qualidade de vida dos animais. Apresenta como benefícios melhoria dos movimentos, redução da dor, inchaço e complicações; diminuição do tempo de recuperação; redução de custos para o proprietário; podendo ser hoje utilizada como um tratamento na recuperação pós-cirúrgica; lesões músculo-esquelético; lesões articulares; doença discal e parésia; anormalidades da postura; manejo da dor; problemas da circulação, edema e cicatrização de feridas; complicações cardiorrespiratórias; animais geriátricos. As técnicas conhecidas na medicina veterinária são: Crioterapia, Electroterapia, Ultra-som Terapêutico, Termoterapia, Laserterapia, Hidroterapia, Cinesioterapia, Magnetoterapia e Massoterapia.
Técnicas Utilizadas na Fisioterapia Veterinária
Com a costante evolução na Fisioterapia Aplicada à Medicina Veterinária, podem existir algumas técnicas utilizadas atualmente não conhecidas pelos profissionais da área, porém as mais utilizadas até o momento são:
· Termoterapia
Pode ser feita através de bolsas quentes, terapia aquática ou lâmpadas de infravermelhos. As bolsas aquecidas são as mais usadas, dada a sua simplicidade, mas servem apenas para tratar áreas menores. Tem como efeitos a dilatação dos vasos sanguíneos, alivio da dor, relaxamento muscular e extensibilidade dos tecidos fibrosos; sendo indicada, sobretudo para tratar doenças crônicas degenerativas (artrite crônica, espondilose) e para preparar o organismo antes dos exercícios ativos/passivos (preparar ligamentos e tendões para o exercício e antes da estimulação elétrica) ou massagens.
· Eletroterapia
Uso de correntes elétricas para aliviar a dor ou promover o fortalecimento muscular. No caso de fortalecimento, podemos utilizar FES/NMES e corrente Russa. Estas técnicas tem grande auxílio em perdas de massa muscular, seja por problemas ortopédicos como cirurgias, ou neurológicos como animais com paralisias. Aplicação de níveis baixos de corrente elétrica por elétrodos que se colocam nas fibras musculares a estimular iniciando-se sempre com uma freqüência mais baixa que vai sendo aumentada progressivamente. Tem como efeitos: o aumento da amplitude dos movimentos e da força muscular melhorando a funcionalidade, diminuição da atrofia e reeducação muscular, analgesia, aumento da velocidade de cicatrização, diminuição do edema e do espasmo muscular e alívio de contraturas. Está indicada no pós-operatório, na atrofia muscular (casos de cirurgias ortopédicas ou imobilização prolongada que provoque desuso e atrofia muscular dos membros).
· Cinesioterapia
São alongamentos e exercícios terapêuticos. Essenciais no processo de reabilitação, as técnicas são adaptadas para a fisioterapia veterinária. Os exercícios podem ser ativos, quando o animal executa o movimento, ativos assistidos ou até mesmo passivos, quando o fisioterapeuta faz o movimento. É amplamente usado em animais com problemas ortopédicos e neurológicos, sendo que podemos usar bolas, pranchas, pistas, cones e outros acessórios para nos ajudar nos exercícios. Ajuda no aumento da força muscular, no equilíbrio e coordenação, no aumento da amplitude de movimentos, na deambulação e para evitar contraturas e aderências. Os benefícios destes exercícios são: aumentar a taxa de recuperação, melhorar a qualidade e quantidade de movimento, aumentar a desempenho, condição corporal e a resistência. Para, além disso, estes exercícios podem ser realizados em casa pelo proprietário com orientação prévia do especialista em fisioterapia, aproximando animal e dono e ajudando este último a aperceber-se mais rapidamente de alguma alteração na condição do animal e podendo assim procurar ajuda médica mais precocemente.
Exemplos:
1. Exercícios terapêuticos em cães na fisioterapia animal
2. Exercício Terapêutico em Bola
3. Exercício em Pista Proprioceptiva para Reabilitação de Hérnia de Disco
4. Alongamento e mobilização articular.
· Laserterapia
Técnica mais moderna utiliza-se de luz amplificada por emissão estimulada da radiação, possui ação cicatrizante, analgésica, antiinflamatória, regenerativa e supostamente osteogênica. O LASER (Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação) é utilizado para o alívio da dor, em afecções agudas ou crônicas. Para efeitos terapêuticos o laser mais comumente utilizado é o infravermelho de arseneto de gálio (Ga-As 904 nm) ou de gálio-alumínio-arsênio (Ga-Al-As 830 nm). Muitos trabalhos são apresentados na intenção de chegar a um consenso sobre intensidade, tempo de exposição e local de aplicação, porém muitos não seguem padrões científicos aceitos para pesquisas clínicas. O mecanismo de alívio da dor pela laserterapia ainda não está totalmente elucidado, porém sabe-se que o laser diminui a velocidade de condução do nervo sensorial, tem ação antiinflamatória local, influência sobre a inervação autônoma e estimula respostas neuro-humorais (serotonina, norepinefrina) do trato descendente de inibição. Além disso, estimula direta ou indiretamente a liberação de endorfinas, diminui a síntese de prostaglandinas e a potencialização das bradicininas, evita a redução do limiar de excitabilidade dos receptores da dor, levando ao equilíbrio da condução nervosa.
A Laserterapia assim é indicada para alívio de dor de diversas etiologias, como hérnias de disco, osteoartrose, contraturas musculares, compressões nervosas, dor neuropática, entre outros. O LASER é amplamente utilizado na reabilitação e seu uso deve ser feito por um profissional qualificado, que compreenda a dosificação e as ações fisiológicas desencadeadas por agente físico, maximizando seus efeitos.
O Laser tem efeito antiinflamatório e analgésico. Promove ainda o aumento do metabolismo celular, e ajuda na cicatrização de feridas e promove a reparação tecidual. Pós operatórios ortopédicos e neurológicos são muito beneficiados pela laserterapia.
· Magnetoterapia
Campos magnéticos pulsáteis muito utilizados na fisioterapia veterinária. Dores agudas e crônicas, artroses e problemas de coluna são os mais beneficiados. Além disso, têm efeitos de relaxamento geral e liberação de endorfinas, o que confere sedação e bem estar ao animal durante e após a sessão. A magnetoterapia pode ser utilizada em dores de coluna, além de ajudar no relaxamento do animal e ter um importante efeito antiinflamatório.
· Ultra-som Terapêutico
O ultra-som, muito conhecido na fisioterapia humana, também pode ser aplicado nos animais. Ele é muito utilizado em pós-operatórios ortopédicos, tem efeitos antiinflamatórios e ajuda na reparação tecidual. Promove a regeneração dos tecidos e efeitos benéficos em processos inflamatórios articulares como nas artroses.
· Massoterapia
A mais antiga dentre as técnicas, pontode partida para todas as técnicas de massagem disponíveis atualmente; é a manipulação sistemática dos tecidos usando as mãos do fisioterapeuta, possibilitando o relaxamento muscular, a drenagem linfática e o alívio da dor; provocando assim o aumento do fluxo sanguíneo arterial, venoso e linfático, aumento da pressão arterial e temperatura corporal, estimula o sistema imunológico e dissolve retrações, aderências e coágulos. Está indicada na tensão muscular secundária a doença espinal ou articular, para melhorar a função articular e muscular, para reduzir e prevenir a estase venosa e linfática, para mobilizar aderências, para regular o tônus muscular e na preparação do músculo para o treino físico e acelerar sua recuperação após o mesmo. O ciclo dor-tensão-dor é uma das grandes indicações das técnicas de massagem, principalmente em problemas de coluna, comuns na rotina clínica. A massoterapia resulta em diminuição de tensão muscular e conseqüentemente diminuição da dor, quebrando este ciclo. A Massoterapia é indicada em problemas de coluna, além de relaxamento geral. Além disso, a massagem aumenta a fluxa sanguínea local, proporcionando uma melhor oxigenação e também retirada de resíduos metabólicos (aumenta drenagem venosa e linfática), o que auxilia o retorno à função muscular e assim grande alívio. Este aumento na circulação leva também ao aumento da temperatura local e da elasticidade muscular, acelerando sua recuperação. Em muitos casos, problemas musculares vêm associados à adesões e contraturas musculares (nódulos) que podem ser mobilizados e desfeitos com sessões de fisioterapia animal com massagem. Por último,  a massoterapia libera endorfinas, o que confere um efeito relaxante natural à técnica, além de ser muito prazerosa.
· Hidroterapia
A hidroterapia consiste no uso da água como forma de tratamento, terapia. Pode ser realizada através de imersão total (natação em piscinas, tanques ou cursos de água naturais), imersão parcial (reabilitação em hidrotapete “treadmill”) e massagem com jatos de água. Proporciona analgesia, aumento da amplitude do movimento, aumento da flexibilidade, equilíbrio e coordenação, diminuição da rigidez articular e aumento do retorno venoso. A pressão da água pode também reduzir o inchaço e o edema e a resistência provocada pela mesma é útil para aumentar a força muscular e o treino cardiovascular. Está indicada na reabilitação de cirurgia ortopédica (fraturas, osteocondrite dissecante, ruptura do ligamento cruzado cranial), após lesão neurológica (cirurgia discal intervertebral, mielopatia degenerativa, mielopatia fibrocartilaginosa embólica) e para aumento da força muscular e melhorar a função articular (artrite, espondilose, displasia da anca). Para os animais normalmente as formas mais facilmente aplicáveis são a natação e a esteira aquática, porém também existem imersões terapêuticas, duchas, entre outros. Hidroterapia é indicada para tratamento de problemas de coluna, atrofias musculares, fortalecimento dos membros e ainda como auxílio no emagrecimento. Esta técnica promove diversos efeitos benéficos nos animais, desde fisiológicos até  psicológicos. Tendo em vista que na água reduz-se o peso do animal e o impacto do exercício, obtém-se as vantagens desta terapia. A terapia na água promove aumento na circulação, diminuição da dor, aumento da flexibilidade e mobilidade, fortalecimento de tônus muscular e ainda um grande incremento no equilíbrio, coordenação e manutenção de postura. Um animal paralisado dos membros posteriores, por exemplo, na água ganharia mobilidade e possibilidade de realizar diversos exercícios que em solo seriam impossíveis ou teriam um alto grau de dificuldade. Além disso, a água também funciona como um ótimo estímulo sensorial e proprioceptivo, e que complementa perfeitamente a terapia de nosso paciente. A água aquecida, promove o relaxamento muscular e aumento de circulação, ajudando muito em contraturas, alívio de dor e relaxamento geral do animal. O exercício na água também permite a correção de posturas inadequadas, uso de membros atrofiados e fortalecimento muscular sem impacto em articulações. Os efeitos psicológicos não podem ser descartados. O próprio alívio da dor já promove o bem estar e melhoria da qualidade de vida, mas com certeza a mobilidade que o animal ganha na água faz com que adquira a confiança e a independência muitas vezes necessária para voltar a andar. Em muitos casos, o animal tem medo de apoiar uma pata por trauma psicológico com a mesma, e na água perde este medo apoiando espontaneamente. Por fim, a hidroterapia pode ser usada como um artifício para promover o emagrecimento e fitness do animal. A perda de calorias é considerável, um programa de emagrecimento e fortalecimento tem grandes avanços utilizando-se a água.
· Crioterapia
É a aplicação de frio sobre a área a tratar; havendo uma retirada do calor corporal, diminuindo a temperatura dos tecidos; sendo realizada na forma de bolsas de gelo que se aplicam na área afetadas durante 15-20 min, várias vezes por dia ou logo após exercício. As conseqüências dessa técnica são: diminuição do metabolismo, da dor, do espasmo muscular e do processo inflamatório, favorecendo a preservando as células poupadas por trauma primário. Indicada para os casos de arrefecimentos dos tecidos logo após a lesão, no pós-operatório e na reabilitação. O gelo é  eficaz e recomendado no tratamento de lesões músculo-esquelético aguda. O objetivo principal é a minimização de sequelas relacionadas à lesão como dor, edema, hemorragia, espasmos musculares e reduzir a injúria secundária. Aplicações de curta duração sobre o músculo facilitam a atividade muscular e produzem uma excitação do mesmo. Fazem-se aplicações curtas e repetidas, obtêm-se um efeito de aumento do tônus muscular, enquanto que com aplicações longas se produz a sua diminuição. Ajuda também ao controlo do espasmo muscular. Sobre os nervos, aplicações curtas são excitantes, enquanto que as longas produzem anestesia na zona da aplicação, reduzindo a condutividade nervosa e provocando uma sensação de diminuição da dor. A nível da pele, diminui a temperatura superficial. E a nível do sistema respiratório, aumenta a frequência respiratória. Existem uma série situações em que a aplicação de frio é contra-indicada:
1. Animais com hipotermia, ou seja, com a temperatura corporal mais baixa que o normal.
2. Animais que apresentem hipersensibilidade ou reações alérgicas (como urticárias) ao aplicar frio.
3. Animais com problemas de termorregulação.
4. Áreas com: déficit sensorial ou lesão de nervos periféricos; compromisso vascular; previamente queimadas pelo frio.
5. Feridas abertas, profundas ou infetadas.
6. Animais muito jovens, de tamanhos pequenos, muito velhos ou debilitados.
Aplicação:
O frio pode ser aplicado desde o momento que se produz a lesão ou intervenção, e não deve ultrapassar os 20 minutos de tratamento, uma vez que aplicações longas dificultam a contração muscular (morte celular) e aumentam o espasmo em casos de espasticidade, podendo chegar a produzir convulsões. É necessário controlar, em todos os momentos, a pele do animal. No caso da pele estar muito branca ou pálida, deve parar-se o tratamento. Coloque sempre uma toalha entre o animal e o gelo. Nunca o aplique diretamente por risco de provocar queimaduras na pele. Por vezes é difícil agüentar a bolsa de frio sobre o cão sem que este se mova. Existem cintos de neopreno ideais para este fim e outros suportes especiais para os joelhos e outras articulações.
CONCLUSÃO
A fisioterapia em Medicina Veterinária vem crescendo significativamente graças a percepção de seus benefícios pelos médicos veterinários, na recuperação de pacientes pós-cirúrgicos, manejo de dor, recuperação de leões articulares e músculoesqueléticas entre outros. As técnicas (Crioterapia, Electroterapia, Ultra-som Terapêutico, Termoterapia, Laserterapia, Hidroterapia, Cinesioterapia, Magnetoterapia e Massoterapia.) são utilizadas conforme a situação, lembrando que cada paciente recebea combinação das mesmas de acordo com seu quadro.
Referências Bibliográficas:
-Wikipedia Fisioterapia veterinária (wikipedia.org/wiki/Fisioterapia_veterinária)
-Carvalho, I. S. M. R. Fisioterapia veterinária grupo hospital veterinário de almada (halmada.com/grupo/index.php?option=com)
-Farrim, S. Fisioterapia veterinária clínica aristocão (aristocao.com/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=22&itemid=5)
-Mikail, S. CFMV regulamenta fisioterapia veterinária.
-Sguarizi, G. CFMV regulamenta fisioterapia veterinária.
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