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Determinantes materno e fetais para a obesidade e suas complicações na vida adulta: origem e fatores decisivos

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■ INTRODUÇÃO
Prevenir ou abrandar a progressão alarmante da obesidade constitui-se em um grande desafio 
à saúde pública e em um importante problema de saúde para as gerações futuras, especialmente 
pelo fato de a prevalência da obesidade na infância vir aumentando em ritmos assustadores tanto 
em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento.
Hoje, sabe-se que diversos fatores maternos e fetais, bem como diferentes fases do 
desenvolvimento da vida, predispõem ao desenvolvimento da obesidade. Entre eles, incluem-se 
a nutrição intrauterina, que, se inadequada, associa-se a um risco aumentado de uma série de 
transtornos, em especial de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, como as doenças 
cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e outros distúrbios metabólicos.
Diante do impacto da obesidade na saúde dos indivíduos, bem como na saúde pública mundial, 
este artigo visa descrever os principais fatores maternos e fetais considerados determinantes para 
o desenvolvimento da obesidade e das suas complicações na vida adulta. Pretende-se, assim, 
subsidiar enfermeiros nas ações assistenciais e de educação em saúde realizadas pela equipe de 
enfermagem ou multiprofissional, destacando-se a importância do acompanhamento nutricional da 
gestante no pré-natal, uma das estratégias para a redução da obesidade infantil e na vida adulta. 
9
KARINE FRANKLIN ASSIS
SYLVIA DO CARMO CASTRO FRANCESCHINI
RAQUEL MARIA AMARAL ARAÚJO
DETERMINANTES MATERNOS 
E FETAIS PARA A OBESIDADE 
E AS SUAS COMPLICAÇÕES 
NA VIDA ADULTA: ORIGEM 
E FATORES DECISIVOS
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 ■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
 ■ identificar os fatores maternos determinantes para a obesidade dos filhos e as suas 
complicações na vida adulta;
 ■ conceituar programação metabólica;
 ■ identificar os impactos dos fatores determinantes maternos na saúde do binômio mãe-bebê, 
em curto e em longo prazo;
 ■ reconhecer a importância das ações na assistência pré-natal para a prevenção do quadro de 
obesidade e das suas complicações na vida adulta.
 ■ ESQUEMA CONCEITUAL
 Conclusão
Caso clínico
Determinantes e complicações 
maternas e fetais
Impasses e desafi os 
na assistência materna 
e infantil no Brasil
Panorama da 
assistência pré-natal
Programação metabólica
Infl uência familiar
Gestação e estado 
nutricional materno
Diabetes melito gestacional
Defi ciência de vitamina D
Tabagismo materno
Hipercolesterolemia materna
Padrão alimentar materno
Vínculo mãe-fi lho
Fatores maternos
Peso ao nascer
Amamentação e 
alimentação complementar
Fatores fetais
Importância dos 
fatores ambientais
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 ■ DETERMINANTES E COMPLICAÇÕES MATERNAS E FETAIS
A partir dos estudos realizados por Barker e colaboradores,1,2 disseminou-se a “Developmental 
origins of health and disease (DOHaD) hypothesis”, a qual afirma que a má nutrição provoca 
adaptações fetais que predispõem à obesidade, ao diabetes e às doenças cardiovasculares 
na vida adulta. Após a propagação dessa hipótese, diversos estudos epidemiológicos vêm 
sendo desenvolvidos no sentido de avaliar quais são os fatores maternos e fetais considerados 
determinantes para o desenvolvimento da obesidade e das suas complicações na vida adulta.3
Os mecanismos que levam à obesidade são complexos e multifatoriais, e incluem fatores 
genéticos, ambientais e determinantes maternos.4 Os fatores maternos e fetais considerados 
determinantes são
 ■ obesidade materna; 
 ■ diabetes ou outros distúrbios endócrinos; 
 ■ nutrição materna (subnutrição ou alimentação excessiva); 
 ■ tabagismo; 
 ■ infecções maternas; 
 ■ atividade física; 
 ■ amamentação; 
 ■ introdução alimentar precoce; 
 ■ uso de fórmulas infantis; 
 ■ traumas psicológicos. 
Esses fatores estão envolvidos na programação metabólica e predispõem à obesidade e as suas 
complicações na vida adulta.5 
Em relação ao ganho excessivo de peso e à obesidade, as complicações maternas e fetais incluem
 ■ necessidade de parto cirúrgico; 
 ■ desproporção cefalopélvica; 
 ■ trauma; 
 ■ asfixia; 
 ■ morte perinatal. 
O ganho excessivo de peso e a obesidade materna e fetal também aumentam a ocorrência de 
retenção de peso pós-parto, de endometrite, de fenômenos tromboembólicos, de prematuridade e 
de infecções do trato urinário.6
A assistência pré-natal de qualidade, completa e humanizada pode ser considerada a 
melhor estratégia para a prevenção e para a promoção da saúde da mulher e do seu 
filho desde o período da concepção e no período pós-parto. No entanto, permanece 
enfrentando grandes desafios na prática.7 Assim, é necessário analisar a assistência pré-
natal prestada às mulheres e aos seus filhos, para, então, elaborar ações e estratégias 
para a melhoria da assistência na prevenção da obesidade e das suas complicações.
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 ■ PANORAMA DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
A assistência pré-natal constitui-se em um conjunto de ações e estratégias adotadas durante o 
ciclo gravídico puerperal que visa garantir a saúde do binômio mãe-filho. A sua correta realização 
associa-se com melhores desfechos perinatais para a mãe e para o bebê.8
Na atenção integral à saúde da mulher, a atenção pré-natal e puerperal (Quadro 1) deve ser 
organizada de forma a atender as reais necessidades das mulheres durante a gestação e o 
puerpério, mediante a utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios 
e recursos disponíveis mais adequados para cada caso, em um contexto de humanização da 
assistência.9
Quadro 1
ASPECTOS DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E PUERPERAL
Objetivo Ação
Qualificação e 
humanização da atenção 
pré-natal e puerperal
■■ Incorporar condutas acolhedoras.
■■ Impedir intervenções desnecessárias.
■■ Facilitar acesso aos serviços de saúde de qualidade.
■■ Promover ações que integrem todos os níveis de atenção em saúde.
■■ Garantir promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do 
recém-nascido (RN) desde o atendimento ambulatorial básico até o 
atendimento hospitalar de alto risco.
Efetividade da assistência 
pré-natal
■■ Captar precocemente as gestantes nas suas comunidades.
■■ Oferecer atendimento periódico e extensivo à população-alvo.
■■ Propiciar área física adequada.
■■ Disponibilizar equipamentos e instrumentais adequados.
■■ Realizar de exames laboratoriais obrigatórios.
■■ Prescrever medicamentos básicos acessíveis.
■■ Utilizar sistema eficiente de referência e contrarreferência.
■■ Manter serviço de registro e de estatística.
■■ Utilizar sistema de avaliação da efetividade das ações de assistência 
pré-natal.
Fonte: Soares Filho e colaboradores (2006).9
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A atenção nutricional tem primordial importância no contexto da assistência pré-natal, visto que o 
acompanhamento nutricional da gestante tem como principais objetivos6,10
 ■ diagnosticar o estado nutricional;
 ■ identificar fatores de risco;
 ■ adequar consumo energético e de nutrientes;
 ■ acompanhar e monitorar o ganho de peso gestacional;
 ■ realizar atividades educativas;
 ■ contribuir para o empoderamento da mulher.
O acompanhamento nutricional da gestante possibilita intervenções terapêuticas e profiláticas 
no sentido de corrigir distorções e planejaro tratamento nutricional adequado, baseando-
se no fato de que as condições tanto pré-gestacionais quanto gestacionais influenciam os 
parâmetros de saúde do binômio mãe-filho no parto e no período pós-parto. 6,10
A atenção nutricional favorece o ganho de peso adequado e pode reduzir a incidência de 
crescimento intrauterino restrito, relacionado ao ganho ponderal insuficiente, além dos efeitos 
do ganho de peso excessivo, como diabetes gestacional, pré-eclampsia, eclampsia, hipertensão 
arterial, macrossomia e predisposição à obesidade na vida adulta.6
 ■ IMPASSES E DESAFIOS NA ASSISTÊNCIA 
MATERNA E INFANTIL NO BRASIL
A persistência de problemas associados à assistência pré-natal oferecida no Brasil é evidente, 
apesar da ampliação na sua cobertura ao longo dos últimos anos. Entre esses problemas, são 
exemplos:8
 ■ dificuldades de acesso aos serviços de saúde;
 ■ início tardio do pré-natal;
 ■ número inadequado de consultas;
 ■ realização incompleta de procedimentos;
 ■ ausência de vínculo entre os serviços de assistência pré-natal e os que realizam os partos.
Uma questão que condena a assistência à má qualidade é a predominância das causas 
obstétricas diretas no padrão de mortalidade materna no Brasil.10
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Domingues e colaboradores7 sugeriram um modelo de cunho lógico-operacional para a avaliação 
da assistência pré-natal, o qual permite analisar todas as etapas, bem como observar o impacto 
na saúde materna e infantil em cada uma delas. Esse modelo pode ser visualizado na Figura 1.
Gestantes com 
acesso a práticas 
de promoção, 
prevenção e 
cuidado em saúde
Aumento do número 
de gestantes 
com redução de 
fatores de risco e 
aumento de práticas 
saudáveis
Gestantes com 
número adequado 
de consults
Gestantes 
aconselhadas e 
testadas
Gestantescom 
acompanhamento 
clínico-obstétrico
Gestantes com 
sulfato ferroso 
suplementar 
prescrito
Consultas mínimas 
de pré-natal para 
a IG
Recursos 
humanos
Insumos de 
laboratório
Medicamentos
Protocolos 
assistenciais
Vacina
Material
Prescrição de 
sulfato ferroso 
suplementar
Exames de rotina 
(TS, Hg/Ht, VDRL, 
anti-HIV, glicemia, 
EAS)
Procedimentos 
clínico-obstétricos
Consulta puerperal 
até o 42o dia 
pós-parto
Gestantes 
vacinadas
Gestantes 
orientadas
Puérperas 
consultadas
Redução da sífi lis 
congênita
Redução do 
número de crianças 
infectadas pelo HIV
Redução da 
mortalidade perinatal
Redução dos partos 
cesarianos
Redução da 
prematuridade
Redução do tétano 
neonatal
Redução das 
gestações não 
desejadas
Redução da sífi lis 
na população adulta
Redução do HIV na 
população adulta
Redução morbidade 
e mortalidade 
materna
Aumento do AM
Redução do BPN
Redução do tétano 
na população adulta
Aumento do 
intervalo interpartal
Gestantes captadas 
até a 16a semana 
gestacional
Captação de 
gestantes até a 16a 
semana gestacional
Kits para teste 
diagnóstico da 
gravidez
Insumos Atividades Produto Resultados Impacto
Puérperas com 
tratamento de 
complicações, 
aceso a 
contracepção e 
orientação para AM
Gestantes com 
informações sobre 
parto e AM
Gestantes 
imunizadas contra 
o tétano
Gestantes com 
suplementação de 
sulfato ferroso
Gestantes com 
intercorrências 
clínico-obstétricas 
identifi cadas e 
tratadas
Gestantes com 
diagnóstico e 
tratamento para 
sífi lis, HIV, infecção 
urinária, diabetes e 
anemia
Acesso precoce 
ao pré-natal. 
Diagnóstico precoce 
de doenças e 
situações de risco.
Vacinação 
antitetânica das 
gestantes
Ações educativas 
individuais e em 
grupo
Figura 1 – Modelo lógico-operacional para avaliação da implantação da assistência pré-natal.
Fonte: Domingues e colaboradores (2012).7
 ■ PROGRAMAÇÃO METABÓLICA
O feto em desenvolvimento é altamente sensível às influências das alterações maternas 
durante os períodos de crescimento rápido. Essas alterações correspondem a fatores nutricionais, 
estresse fisiológico e psicológico, e desequilíbrios no padrão de sinalização endócrina entre a mãe 
e o feto.5
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As alterações maternas, portanto, podem perturbar os processos de proliferação e de diferenciação 
celular do feto, levando a mudanças no padrão de desenvolvimento e na maturação de órgãos e 
tecidos, os quais têm que montar respostas adaptativas para a manutenção das suas funções e a 
sua sobrevivência5 (Figura 2). 
Supernutrição 
materna
Subnutrição 
materna
Obesidade 
materna
Infecção 
materna
Trauma 
psicológico
Tabagismo 
materno
Distúrbios 
endócrinos
Padrões de 
crescimento 
alterados
Remodelamento 
tecidual
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Embrião
Feto
Recém-nascido
Diabetes
Doença cardiovascular
Osteoporose
Obesidade
Figura 2 – Ilustração sobre o conceito de programação metabólica e a origem intrauterina 
da obesidade e das suas complicações.
Fonte: Langley-Evans e McMullen (2010).5
Na Figura 2, verifica-se que, no ambiente intrauterino, diversos fatores podem impedir o correto 
desenvolvimento do embrião/feto e, posteriormente, do neonato. Entre esses fatores, há os 
maternos, os quais compreendem5
 ■ obesidade;
 ■ subnutrição ou nutrição excessiva; 
 ■ tabagismo; 
 ■ presença de infecções; 
 ■ traumas psicológicos;
 ■ alterações endócrinas. 
Diante dessas adversidades, há um processo de adaptações e de alterações no padrão 
de crescimento como resposta. Essas adaptações podem predispor diabetes, doenças 
cardiovasculares, osteoporose e obesidade na vida adulta.5
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ATIVIDADES
1. Em relação aos determinantes e às complicações maternas e fetais do ganho 
excessivo de peso e da obesidade, assinale a alternativa correta.
A) Os mecanismos que levam à obesidade são complexos e multifatoriais, incluindo 
fatores genéticos e ambientais – fatores maternos não são determinantes.
B) Entre as complicações fetais, incluem-se asfixia e ausência de membros (síndrome 
de tetra-amelia).
C) A nutrição intrauterina, se inadequada, associa-se a um risco aumentado de uma 
série de transtornos, em especial de doenças crônicas transmissíveis na vida adulta.
D) O ganho excessivo de peso e a obesidade materna e fetal aumentam a ocorrência 
de fenômenos tromboembólicos e de infecções do trato urinário.
Resposta no final do artigo
2. Com relação à atenção pré-natal e puerperal, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Deve ser realizada de forma generalizada e padronizada.
( ) Deve ser pautada em conhecimentos técnicos-científicos bem estabelecidos.
( ) Deve incluir meios e recursos mais adequados a cada caso.
( ) Deve ser realizada em um contexto de ausência de humanização.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F – F – F – V 
B) V – F – V – V 
C) F – V – V – F
D) V – V – F – F 
Resposta no final do artigo
3. Marque V (verdadeiro) ou F (falso). Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e 
humanizada se dá por meio
( ) da isenção de intervenções desnecessárias.
( ) da assistência à saúde nos diversos níveis de atenção.
( ) da facilidade de acesso a serviços, independentemente da qualidade.
( ) do antagonismo de condutas acolhedoras em prol do atendimento imediato.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F – V – F – V 
B) V – V – F – F 
C) V – V – V – F 
D) V – F – V – F 
Resposta no final do artigo
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4. Descreva quatro fatores que caracterizam a assistência pré-natal como efetiva.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
5. Descreva quatro objetivos da assistência nutricional pré-natal.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
6. Pode ser considerado(a) um problema relacionado à assistência pré-natal
I – a dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
II – o início tardio do pré-natal.
III – a inadequação no número de consultas.
IV – a presença de vínculo entre os serviços de assistência pré-natal e os que realizam 
partos.
Quais afirmativas estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a II e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
7. De acordo com o modelo lógico-operacional citado neste artigo, é(são) considerado(a)
(s) impacto(s) na saúde materna
I – o aumento do número de gestantes com redução dos fatores de risco e o aumento 
das práticas saudáveis.
II – a redução da prematuridade.
III – a redução de gestações não desejadas.
IV – o aumento do intervalo interpartal.
Quais afirmativas estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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8. Descreva cinco impactos do pré-natal na saúde infantil, de acordo com o modelo 
lógico-operacional citado neste artigo.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
9. Sobre o conceito de programação metabólica, é correto afirmar que
A) o feto não é influenciado pelas adversidades maternas.
B) fatores nutricionais, estresse fisiológico e psicológico, e alterações endócrinas 
maternas influenciam a saúde fetal.
C) há alterações nos processos de proliferação, mas não na diferenciação celular do 
feto.
D) não há necessidade de respostas adaptativas perante a presença de adversidades 
maternas.
Resposta no final do artigo
 ■ FATORES MATERNOS 
O ser humano passa por períodos críticos do seu desenvolvimento, influenciados por fatores 
nutricionais, sociais e ambientais desfavoráveis, os quais podem alterar o metabolismo e predispor 
a doenças crônicas na vida adulta.5 O estado de saúde e de nutrição dos bebês é influenciado11
 ■ pela escolaridade materna;
 ■ pelas suas condições socioeconômicas;
 ■ pelo acesso a serviços de saúde;
 ■ pela amamentação;
 ■ pela presença de morbidades.
Alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de 
habitação e saneamento básico refletem as condições de saúde da criança no passado 
e no presente.11
GESTAÇÃO E ESTADO NUTRICIONAL MATERNO
O padrão de crescimento de uma mulher na infância pode influenciar o ambiente metabólico que 
ela proporciona para os seus filhos durante a gravidez e os primeiros meses de vida da criança. 
Além disso, os padrões de mudança de peso materno durante a gravidez e o pós-parto podem 
potencializar o desenvolvimento da obesidade.4
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Durante a gravidez e nos primeiros anos de vida da criança, a nutrição pode interferir de forma 
irreversível no desenvolvimento de órgãos envolvidos no controle da ingestão alimentar e no 
metabolismo, particularmente nas estruturas do hipotálamo, as quais são responsáveis pelo 
estabelecimento do controle da ingestão e pela regulação do gasto energético.12
Subnutrição materna, obesidade e diabetes durante gestação e lactação podem 
contribuir para a obesidade dos seus filhos na vida adulta.12
DIABETES MELITO GESTACIONAL
O diabetes melito gestacional se caracteriza pela intolerância à glicose em graus de intensidade 
variáveis, com início e detecção pela primeira vez durante a gestação, podendo persistir ou não 
após o parto. No Brasil, a prevalência de diabetes gestacional é de 7,6%, sendo considerado um 
problema de saúde pública.13
O diabetes gestacional implica danos maternos e fetais, como a necessidade de parto 
cesariana, tocotraumatismo e macrossomia. Além disso, predispõe a mulher a complicações 
tardias, como a probabilidade de 30% de desenvolver diabetes melito tipo 2.13
A exposição fetal à hiperglicemia durante a gravidez pode acarretar profundas e duradouras 
consequências para a criança, como14
 ■ a criança pode apresentar tolerância à glicose prejudicada, relacionada com maior concentração 
de insulina no líquido amniótico;
 ■ os filhos de mães diabéticas, em um índice de 40%, apresentam intolerância à glicose aos 16 
anos;
 ■ as crianças apresentam menores níveis de ácido araquidônico, essencial para a integridade 
funcional das células β-pancreáticas (responsáveis por sintetizar e secretar a insulina);
 ■ a criança pode desenvolver diabetes melito tipo 2; 
 ■ os filhos expostos à hiperglicemia em período intrauterino podem apresentar complicações 
cardiovasculares.
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
A deficiência de vitamina D (DVD) é apontada como um problema de saúde pública em muitos 
países, e as gestantes têm sido identificadas como um grupo de alto risco, em que a prevalência de 
DVD oscila entre 20 e 40%.15 A DVD em gestantes e nos seus RNs está intimamente relacionada.16
Há maior transferência de 25-hidroxivitamina D para o feto pela via transplacentária 
durante os últimos meses de gestação, e esta é a principal fonte dessa vitamina para o 
bebê durante os primeiros meses de vida.16 
A placenta contém receptores para a vitamina, os quais produzem a enzima que a converte na sua 
forma ativa, aumentando os níveis da vitamina no feto. Nas primeiras seis a oito semanas de vida pós-
natal, os níveis da vitamina no bebê são dependentes das quantidades obtidas via transplacentária, 
e, para a maioria das crianças, essas reservas se esgotam até a oitava semana de vida.16
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Osestudos que avaliaram a associação entre os níveis de 25-hidroxivitamina D na gravidez e os 
efeitos adversos esqueléticos e não esqueléticos para a saúde da mãe e do bebê são inconclusivos. 
Porém, sugere-se que há relação com doenças cardiovasculares, diabetes, doenças autoimunes e 
certos tipos de câncer.15 Há necessidade da realização de mais estudos para se estabelecer a relação 
corretamente, bem como conhecer os mecanismos pelos quais há a ocorrência dessas alterações.
TABAGISMO MATERNO
O tabagismo materno durante a gravidez está associado com restrição de crescimento 
intrauterino, risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer (BPN) e maior risco para 
obesidade nos filhos. Sugere-se que a exposição pré-natal ao tabaco aumenta em até 
50% o risco de excesso de peso na infância.17
A nicotina é capaz de atravessar a placenta, e a duração dos seus efeitos é mais prolongada 
no feto em decorrência da metabolização mais lenta da substância.18 A exposição materna ao 
tabagismo associa-se com18-20 
 ■ aumento do estresse oxidativo;
 ■ formação das placas ateroscleróticas;
 ■ predisposição à adiposidade na vida adulta. 
O efeito do tabagismo materno durante a gestação, quando comparado à exposição da criança 
durante a infância à presença do pai tabagista, apresenta maior associação com o desenvolvimento 
do sobrepeso e da obesidade infantil.18
HIPERCOLESTEROLEMIA MATERNA
A hipercolesterolemia materna durante a gestação induz mudanças na aorta fetal, e 
essas alterações podem determinar a suscetibilidade para o desenvolvimento da 
aterosclerose em longo prazo.12,21
O mecanismo pelo qual ocorrem essas alterações não está completamente elucidado. Porém, 
em experimentos animais, observa-se que há um aumento na espessura da parede arterial 
(aorta e carótidas) entre fetos expostos.12,21 Constatou-se também que o número e a progressão 
de lesões ateroscleróticas em filhotes de mães hipercolesterolêmicas foi significativamente 
maior ao nascimento, aos 6 e aos 12 meses, quando comparados aos filhotes de mães não 
hipercolesterolêmicas.12,21
PADRÃO ALIMENTAR MATERNO
A ingestão materna proteico-energética inadequada e a reduzida oferta de micronutrientes 
podem estar associadas com o aumento do risco para a obesidade na vida adulta dos 
seus filhos.22 
A ingestão materna inadequada de micronutrientes como cálcio, folato, magnésio e zinco 
apresenta associação com o peso ao nascer (PN). O BPN, por si só, está associado com uma 
gama de alterações em longo prazo, como resistência à insulina e diabetes tipo 2 na vida adulta.12
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O excesso na oferta de carboidratos e lipídios durante o período gravídico predispõe à 
obesidade na vida adulta.23 
VÍNCULO MÃE-FILHO
Em um estudo realizado com pré-escolares, constatou-se que a segurança do apego entre a 
mãe e o seu filho reflete no desenvolvimento de crianças por meio da regulação da emoção e da 
resposta ao estresse.24
O apego e a sensibilidade materna podem influenciar o apetite, o sono e a atividade da 
criança, predispondo-a ou não ao quadro de obesidade.24 
Poucos estudos examinaram a associação entre sensibilidade materna e obesidade na infância, apesar 
da existência da relação, sendo importante destacar a importância do tema para pesquisas futuras.
INFLUÊNCIA FAMILIAR
A má nutrição da mulher no período gestacional pode contribuir para a obesidade e para 
a síndrome metabólica na infância.25 
As taxas de obesidade em crianças estão associadas com a obesidade materna, indicando a 
relação da díade mãe-filho como fator de risco para a obesidade infantil.26
As escolhas feitas pelas crianças e pelos jovens, sejam elas associadas à saúde ou não, recebem 
fortes influências do âmbito familiar. Quanto à obesidade, tende-se à persistência intergeracional, 
independentemente do gênero da criança e da sua faixa etária.27
A correlação entre o estado nutricional dos pais e o estado nutricional do filho é motivada por duas 
fontes primárias: genética e ambiente comum (hábitos alimentares, rotinas de exercício, etc.), 
sendo o último o mais determinante para a obesidade infantil.27
 ■ FATORES FETAIS
A seguir, serão abordados os fatores fetais que predispõem ao desenvolvimento da obesidade.
PESO AO NASCER
O PN representa um importante indicador da saúde da população por refletir as condições sociais, 
econômicas e ambientais às quais as mulheres foram submetidas durante o período gestacional, 
tendo no BPN ou no peso insuficiente o principal fator de risco para a sobrevivência e para a 
qualidade de vida dos seus filhos.28
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O BPN é definido como peso de nascimento abaixo de 2.500g, e a sua prevalência 
mundial é de 15,5%, mas a sua distribuição é desigual entre as regiões do globo, sendo 
maior em regiões subdesenvolvidas.28
Os principais fatores de risco relacionados ao BPN são28
 ■ prematuridade; 
 ■ idade materna; 
 ■ gestações de risco (como hipertensão arterial e diabetes melito); 
 ■ gestações múltiplas; 
 ■ número de filhos nascidos vivos; 
 ■ sexo do feto; 
 ■ acesso às consultas de pré-natal; 
 ■ peso materno pré-gestacional; 
 ■ tabagismo; 
 ■ consumo de álcool na gestação; 
 ■ parto induzido; 
 ■ exposição a agrotóxicos
O BPN está associado ao aumento de doenças cardiovasculares, a um maior risco 
para síndrome metabólica e à obesidade central em adultos.22,29 Após o primeiro ano 
de vida, o rápido ganho de peso e o índice de massa corporal (IMC) aumentam o risco 
para doenças cardiovasculares em decorrência das alterações na capacidade oxidativa 
mitocondrial e da regulação adrenérgica da função cardíaca.12
Na revisão realizada por Yang e Huffman,22 constatou-se que crianças que nasceram com peso 
adequado (2.500-3.999g) apresentaram menor IMC na idade adulta e maior massa livre de 
gordura quando comparados aos bebês com BPN (< 2.500g).
AMAMENTAÇÃO E ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
O leite materno é o alimento ideal para os bebês até o sexto mês de vida. Após esse 
período, a alimentação deve ser complementada gradativamente com alimentos 
saudáveis e a amamentação deve ser incentivada até os 2 anos de idade ou mais.30 
O aleitamento materno (AM) apresenta benefícios para a saúde do lactente sob o aspecto 
nutricional, gastrintestinal, imunológico, psicológico, do desenvolvimento e da interação mãe-
bebê.30 A amamentação em curto e em longo prazo é responsável também pela regulação do apetite 
e dos ciclos de sono-vigília.12 Os seus efeitos benéficos se estendem à mãe e influenciam todo o 
ciclo vital, incluindo a redução das doenças crônicas não transmissíveis e as suas complicações.31 
Há relação entre a dieta materna no final da gravidez e o desenvolvimento da glândula mamária, 
a produção de leite e o fato de a criança ser amamentada no seio ou com fórmulas infantis. As 
glândulas mamárias maternas produzem leptina (hormônio responsável pelo controle do apetite – 
quando seus níveis estão elevados, a ingestão alimentar diminui; quando seus níveis estão baixos, 
há indução do consumo em excesso de alimentos) e esta é transportada no leite para a criança.12
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Crianças pequenas para a idade gestacional (IG) e prematuras possuem menores níveis 
de leptina, por isso a amamentação prolongada nessas crianças deve ser incentivada, 
principalmente em crianças que tiveram restrição de crescimento intrauterino.12
O AM e a introdução oportuna dealimentos complementares são considerados fatores de proteção 
contra a obesidade na vida adulta. Além disso, alterações renais e doenças cardiovasculares 
podem ser exacerbadas ou reduzidas perante exposição alimentar precoce.22
O consumo energético de bebês em AM complementado é excessivo. O consumo de uma 
quantidade de energia aquém ou além daquela recomendada, seja devido à ausência 
do leite materno ou, até mesmo, à introdução precoce de alimentos complementares, 
pode acarretar prejuízos à saúde da criança, com desaceleração do crescimento ou 
ganho ponderal acima do esperado para a estatura e para a idade, com riscos para o 
desenvolvimento de obesidade e doenças crônico-degenerativas ao longo da vida.32
A alta ingestão proteica durante a primeira infância está associada com maior massa de gordura 
corporal e obesidade na vida adulta.22
 ■ IMPORTÂNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS
As características antropométricas das populações infantis são consideradas como um dos 
melhores indicadores de saúde da criança em razão da sua estreita dependência com fatores 
ambientais. 
Em crianças menores de 5 anos e, em especial, entre os lactentes, a influência dos 
fatores ambientais é mais importante do que os fatores genéticos para a expressão do 
seu potencial de crescimento.
A Figura 3, com uma obra de 1989 de Fernando Bottero, ilustra a predominância dos fatores 
ambientais.
Figura 3 – A família (1989).
Fonte: Bottero (1989).33
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Na Figura 3, observa-se que todos os componentes da família são obesos, inclusive o animal, que 
não é da mesma espécie. Tal imagem remete ao fato de que a obesidade entre familiares é um 
fator de risco preponderante para a obesidade na infância. 26
No estudo elaborado por Hivert e colaboradores,19 a Figura 4 sugere um modelo que demonstra 
a relação de cada etapa do desenvolvimento infantil e a sua possível relação com a obesidade e 
as suas complicações.
 ■ Comportamentos 
maternos:
 • dieta / tabagismo.
 ■ Estado metabólico 
materno:
 • obesidade / diabetes.
 ■ Exposições ambientais:
 • poluentes.
 ■ crescimento fetal;
 ■ composição corporal.
 ■ composição corporal;
 ■ trajetória de 
crescimento.
 ■ composição corporal;
 ■ resistência à insulina;
 ■ biomarcadores 
de risco 
cardiometabólico.
 ■ obesidade;
 ■ síndrome metabólica;
 ■ diabetes;
 ■ doença 
cardiovascular.
 ■ Amamentação / dieta.
 ■ Exposições ambientais:
 • tabagismo / 
poluentes.
 ■ Comportamentos da 
criança:
 • dieta / atividade 
física.
 ■ Exposições ambientais
 • tabagismo / 
poluentes.
Exposições in utero Exposições neonatais 
Desfechos no nascimento
Desfechos neonatais Desfechos na infância Desfechos na vida adulta
Exposições na infância
Pode levar a
Pode levar a Pode levar a
Figura 4 – Modelo sugestivo da relação existente entre cada etapa do desenvolvimento infantil e a sua possível relação 
com a obesidade e as suas complicações. 
Fonte: Adaptado de Hivert e colaboradores (2015).19
No modelo anterior, há a exposição intrauterina que corresponde ao comportamento materno 
(hábito alimentar e tabagismo), alterações metabólicas maternas (obesidade e diabetes), fatores 
ambientais (poluição), fatores que afetam nas condições de nascimento (crescimento fetal e 
composição corporal).19 
No lactente, há a questão da amamentação e da alimentação, bem como a exposição ambiental 
(tabaco e poluentes), fatores que também afetam a composição corporal e a curva de crescimento 
da criança.19
Na infância, há os comportamentos infantis (alimentação e atividade física) e a exposição 
ambiental (tabaco e poluentes), fatores que influenciam na composição corporal, na resistência à 
insulina, em alterações nos biomarcadores para risco cardiovascular. Todas essas etapas podem 
levar à obesidade, à síndrome metabólica, ao diabetes e à doença cardiovascular na vida adulta.19
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ATIVIDADES
10. É(são) complicação(ões) fetal(is) do diabetes melito gestacional
I – a intolerância à glicose.
II – o BPN.
III – o diabetes melito tipo 2.
IV – doenças cardiovasculares.
Quais afirmativas estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
11. Apesar de estudos inconclusivos, sugere-se que há uma relação entre a DVD na 
gestação e os seus efeitos no futuro. Cite quais são as possíveis consequências 
para a prole da DVD durante a gravidez.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
12. A exposição materna ao tabagismo está associada a diversos fatores, como
I – predisposição à obesidade.
II – formação das placas ateroscleróticas.
III – BPN.
IV – redução do estresse oxidativo.
Quais afirmativas estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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13. Sobre a relação entre vínculo mãe-filho e obesidade na vida adulta, considere as 
seguintes afirmativas.
I – O vínculo mãe-filho se reflete na regulação da emoção da criança.
II – O apego e a sensibilidade maternos podem influenciar o sono da criança.
III – A sensibilidade materna e o apego não influenciam o apetite da criança.
IV – O vínculo mãe-filho atua na regulação da resposta ao estresse da criança.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
14. Sobre a associação entre o estado nutricional dos pais e o estado nutricional dos 
filhos, considere as seguintes afirmativas.
I – As escolhas das crianças, via de regra, independem das influências familiares.
II – A má nutrição materna pode contribuir para a obesidade na infância dos seus filhos.
III – A relação entre o estado nutricional dos pais e dos seus filhos é motivada por fatores 
genéticos e ambientais.
IV – Existe uma associação entre obesidade materna e obesidade da prole.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
15. Descreva cinco fatores associados com a ocorrência de BPN.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
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16. Com relação à associação entre BPN e obesidade, considere as seguintes afirmativas.
I – O BPN se associa com o aumento das doenças cardiovasculares.
II – O BPN se relaciona com a gênese da síndrome metabólica.
III – O BPN está envolvido com a presença da obesidade central em adultos.
IV – O BPN se correlaciona com menor IMC e com menor massa livre de gordura na 
idade adulta.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
17. Pensando na associação entre amamentação e obesidade, explique o motivo pelo qual 
a amamentação deve ser ainda mais efetiva e prolongada entre os bebês prematuros 
e/ou pequenos para a IG.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
18. Liste os fatores maternos e fetais envolvidos na gênese da obesidade na vida adulta.
 ...........................................................................................................................................
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 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
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 ■ CASO CLÍNICO
Uma gestante de seis semanas chega a um serviço público de atenção pré-natal e 
puericultura com a finalidade de fazer o pré-natal com toda a equipe multidisciplinar.
C.G.N. tem 29 anos, é casada, multípara, sedentária, balconista, apresenta peso pré-
gestacional e IMC adequados, porém com ganho de peso de 3kg. Em gestação prévia, 
quatro anos antes, apresentou quadro de diabetes melito gestacional, excessivo ganho 
de peso, e o seu filho nasceu macrossômico. 
C.G.N. não conseguiu amamentar o seu primogênito por falta de orientação adequada. 
A criança, atualmente com 4 anos, apresenta quadro de obesidade desde os 2 anos, 
e C.G.N. deseja saber o que fazer para que não aconteça o mesmo com o filho da 
gestação atual.
ATIVIDADES
19. O filho da gestante do caso está exposto a quais fatores de risco materno para a 
obesidade infantil e na vida adulta?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
20. Quais são as ações e estratégias mais adequadas para minimizar os fatores de risco 
para a predisposição à obesidade infantil e na vida adulta no feto da paciente do 
caso?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
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 ■ CONCLUSÃO
Inquéritos nacionais de saúde realizados no Brasil nas últimas décadas evidenciam que houve 
aumento do excesso de peso entre crianças menores de 5 anos. Esse aumento acometeu 
regiões menos desenvolvidas.11 
Pouco se conhece sobre as estimativas de excesso de peso e riscos associados para crianças 
brasileiras menores de 2 anos. Para crianças maiores de 5 anos, dados são rotineiramente gerados 
a partir de inquéritos antropométricos, mas estes não oferecem informação suficiente para 
subsidiar programas e políticas específicas para lactentes, uma vez que esse grupo apresenta 
maior vulnerabilidade biológica e social.11
Prevenir e/ou atenuar a progressão alarmante da obesidade é um grande desafio para a 
saúde pública mundial e representa um importante problema para as gerações futuras.
Dentre as ações e estratégias para reduzir o risco de obesidade na vida adulta nos países em 
desenvolvimento, deve-se
 ■ adequar a assistência pré-natal;
 ■ realizar atendimento da gestante de forma multidisciplinar;
 ■ melhorar o estado nutricional materno durante a gravidez;
 ■ promover o adequado ganho de peso materno;
 ■ adequar a dieta materna às necessidades nutricionais da mulher;
 ■ prevenir as complicações gestacionais;
 ■ investigar e intervir nos fatores determinantes para a obesidade considerados modificáveis;
 ■ reforçar a amamentação exclusiva e total;
 ■ incentivar uma introdução quantitativamente e qualitativamente adequada da alimentação 
complementar; 
 ■ monitorar e promover o crescimento desde a primeira infância até a vida adulta.
É importante destacar, também, a necessidade de realização de mais estudos, com a finalidade de 
estabelecer as relações de causalidade e estas subsidiarem as ações e as estratégias na prática 
profissional para prevenir a obesidade e as suas complicações.
 ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: D
Comentário: Os mecanismos que levam à obesidade são complexos e multifatoriais, incluindo 
fatores genéticos e ambientais, bem como determinantes maternos. A nutrição intrauterina, se 
inadequada, associa-se a um risco aumentado de uma série de transtornos, em especial de 
doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta. Entre as complicações fetais, incluem-se 
desproporção cefalopélvica, asfixia, trauma e morte perinatal.
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Atividade 2
Resposta: C
Comentário: A atenção pré-natal e puerperal deve ser organizada de forma a atender as reais 
necessidades das mulheres durante a gestação e o puerpério, mediante a utilização dos 
conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios e recursos disponíveis mais adequados 
para cada caso, em um contexto de humanização da assistência.
Atividade 3
Resposta: B
Comentário: Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por meio da 
incorporação de condutas acolhedoras, da isenção de intervenções desnecessárias, da facilidade 
de acesso aos serviços de saúde de qualidade e de ações que integrem todos os níveis de atenção 
em saúde, promoção, prevençãoe assistência à saúde da gestante e do RN, desde o atendimento 
ambulatorial básico até o atendimento hospitalar de alto risco.
Atividade 4
Resposta: Para que a assistência pré-natal seja efetiva, é necessário captar precocemente as 
gestantes nas suas comunidades, oferecer atendimento periódico e extensivo à população-alvo, 
garantir área física adequada, equipamentos e instrumentais adequados, possibilitar a realização 
de exames laboratoriais obrigatórios, garantir o acesso a medicamentos básicos acessíveis, 
propiciar um sistema eficiente de referência e contrarreferência, manter um serviço de registro e 
de estatística, além de um sistema de avaliação da efetividade das ações de assistência pré-natal.
Atividade 5
Resposta: A assistência nutricional pré-natal tem por objetivos diagnosticar o estado nutricional, 
identificar fatores de risco, adequar consumo energético e de nutrientes, acompanhar e monitorar 
o ganho de peso gestacional, realizar atividades educativas, contribuir para o empoderamento 
da mulher, possibilitar intervenções terapêuticas e profiláticas no sentido de corrigir distorções 
e planejar o tratamento nutricional adequado, baseando-se no fato de que as condições tanto 
pré-gestacionais quanto gestacionais influenciam os parâmetros de saúde do binômio mãe-filho 
durante o parto e no período pós-parto. 
Atividade 6
Resposta: A
Comentário: A ausência de vínculo entre os serviços de assistência pré-natal e os que realizam 
partos caracteriza-se como um problema na assistência pré-natal.
Atividade 7
Resposta: C
Comentário: A redução da prematuridade corresponde a um impacto na saúde infantil.
Atividade 8
Resposta: De acordo com o modelo lógico-operacional citado, são impactos do pré-natal na saúde 
infantil a redução da sífilis congênita, a redução do número de crianças infectadas pelo HIV, a 
redução da prematuridade, a redução do BPN, a redução da mortalidade perinatal, a redução do 
tétano neonatal, etc.
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Atividade 9
Resposta: B
Comentário: O feto é altamente sensível às influências das alterações maternas. Essas alterações 
podem afetar o processo de proliferação e de diferenciação celular. O feto precisa de respostas 
adaptativas para manter suas funções e sua sobrevivência.
Atividade 10
Resposta: C
Comentário: O diabetes gestacional está relacionado com o oposto do BPN, que é a macrossomia 
(peso ≥ 4.000g).
Atividade 11
Resposta: Sugere-se que há relação entre deficiência gestacional de vitamina D e doenças 
cardiovasculares, diabetes, doenças autoimunes e certos tipos de câncer.
Atividade 12
Resposta: A
Comentário: A exposição materna ao tabagismo está associada ao aumento do estresse oxidativo.
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: O apego e a sensibilidade materna podem influenciar o apetite, o sono e a atividade 
da criança, predispondo ou não ao quadro de obesidade.
Atividade 14
Resposta: D
Comentário: As escolhas feitas pelas crianças, sejam elas associadas à saúde ou não, são 
fortemente influenciadas pelo âmbito familiar.
Atividade 15
Resposta: Entre os principais fatores de risco relacionados ao BPN, incluem-se prematuridade, 
idade materna, gestações de risco, gestações múltiplas, número de filhos nascidos vivos, sexo do 
feto, acesso às consultas de pré-natal, peso materno pré-gestacional, tabagismo e consumo de 
álcool na gestação, além do parto induzido e da exposição a agrotóxicos.
Atividade 16
Resposta: A
Comentário: O BPN se correlaciona com maior IMC e com maior massa livre de gordura na idade 
adulta quando comparado com indivíduos nascidos sem baixo peso.
Atividade 17
Resposta: A leptina é o hormônio responsável pelo controle do apetite. Quando os seus níveis 
estão elevados, a ingestão alimentar diminui; quando os seus níveis estão baixos, há indução 
do consumo excessivo de alimentos. A leptina é transportada por meio do leite materno, e crianças 
pequenas para a IG e prematuras possuem menores níveis de leptina – por isso, a amamentação 
prolongada nessas crianças deve ser incentivada, principalmente em crianças que tiveram 
restrição de crescimento intrauterino, para que consigam controlar o apetite.
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Atividade 18
Resposta: Exposição intrauterina, que corresponde ao comportamento materno (hábito alimentar 
e tabagismo), alterações metabólicas maternas (obesidade e diabetes), fatores ambientais 
(poluição), fatores que afetam as condições de nascimento (crescimento fetal e composição 
corporal). No lactente, há a questão da amamentação e da alimentação, bem como a exposição 
ambiental (fumo e poluentes), fatores que também afetam a composição corporal e a curva de 
crescimento da criança. Na infância, há os comportamentos infantis (alimentação e atividade 
física) e a exposição ambiental (fumo e poluentes), fatores que influenciam a composição corporal, 
a resistência à insulina e as alterações nos biomarcadores para risco cardiovascular. Todos esses 
fatores podem levar à obesidade, à síndrome metabólica, ao diabetes e à doença cardiovascular 
na vida adulta.
Atividade 19
Resposta: Os fatores de risco maternos são sedentarismo, histórico de diabetes melito e ganho 
de peso gestacional excessivo em gestação prévia, macrossomia do filho anterior e ausência da 
prática da amamentação por falta de orientação.
Atividade 20
Resposta: As ações e estratégias mais adequadas para minimizar os fatores de risco para a 
predisposição à obesidade infantil e na vida adulta ao filho da gestação da paciente do caso clínico são
 ■ adequar a assistência pré-natal;
 ■ realizar atendimento da gestante de forma multidisciplinar;
 ■ melhorar o estado nutricional materno durante a gravidez;
 ■ promover o adequado ganho de peso materno;
 ■ adequar a dieta materna às necessidades nutricionais da mulher;
 ■ prevenir as complicações gestacionais;
 ■ incentivar a prática de alguma atividade física orientada;
 ■ realizar atividades para o empoderamento e a prática do AM exclusivo até o sexto mês de vida 
e prolongado até os 2 anos ou mais.
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Como citar este documento
Assis KF, Franceschini SCC, Araújo RMA. Determinantes maternos e fetais para a 
obesidade e as suas complicações na vida adulta: origem e fatores decisivos. In: Associação 
Brasileira de Enfermagem, Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras; 
Morais SCRV, Souza KV, Duarte ED, organizadores. PROENF Programa de Atualização 
em Enfermagem: Saúde Materna e Neonatal: Ciclo 7. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 
2016. p. 9-34. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 4).
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