Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
■ INTRODUÇÃO Prevenir ou abrandar a progressão alarmante da obesidade constitui-se em um grande desafio à saúde pública e em um importante problema de saúde para as gerações futuras, especialmente pelo fato de a prevalência da obesidade na infância vir aumentando em ritmos assustadores tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. Hoje, sabe-se que diversos fatores maternos e fetais, bem como diferentes fases do desenvolvimento da vida, predispõem ao desenvolvimento da obesidade. Entre eles, incluem-se a nutrição intrauterina, que, se inadequada, associa-se a um risco aumentado de uma série de transtornos, em especial de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, como as doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e outros distúrbios metabólicos. Diante do impacto da obesidade na saúde dos indivíduos, bem como na saúde pública mundial, este artigo visa descrever os principais fatores maternos e fetais considerados determinantes para o desenvolvimento da obesidade e das suas complicações na vida adulta. Pretende-se, assim, subsidiar enfermeiros nas ações assistenciais e de educação em saúde realizadas pela equipe de enfermagem ou multiprofissional, destacando-se a importância do acompanhamento nutricional da gestante no pré-natal, uma das estratégias para a redução da obesidade infantil e na vida adulta. 9 KARINE FRANKLIN ASSIS SYLVIA DO CARMO CASTRO FRANCESCHINI RAQUEL MARIA AMARAL ARAÚJO DETERMINANTES MATERNOS E FETAIS PARA A OBESIDADE E AS SUAS COMPLICAÇÕES NA VIDA ADULTA: ORIGEM E FATORES DECISIVOS | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 9 05/08/2016 17:02:55 ■ OBJETIVOS Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de ■ identificar os fatores maternos determinantes para a obesidade dos filhos e as suas complicações na vida adulta; ■ conceituar programação metabólica; ■ identificar os impactos dos fatores determinantes maternos na saúde do binômio mãe-bebê, em curto e em longo prazo; ■ reconhecer a importância das ações na assistência pré-natal para a prevenção do quadro de obesidade e das suas complicações na vida adulta. ■ ESQUEMA CONCEITUAL Conclusão Caso clínico Determinantes e complicações maternas e fetais Impasses e desafi os na assistência materna e infantil no Brasil Panorama da assistência pré-natal Programação metabólica Infl uência familiar Gestação e estado nutricional materno Diabetes melito gestacional Defi ciência de vitamina D Tabagismo materno Hipercolesterolemia materna Padrão alimentar materno Vínculo mãe-fi lho Fatores maternos Peso ao nascer Amamentação e alimentação complementar Fatores fetais Importância dos fatores ambientais 10 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 10 05/08/2016 17:02:55 ■ DETERMINANTES E COMPLICAÇÕES MATERNAS E FETAIS A partir dos estudos realizados por Barker e colaboradores,1,2 disseminou-se a “Developmental origins of health and disease (DOHaD) hypothesis”, a qual afirma que a má nutrição provoca adaptações fetais que predispõem à obesidade, ao diabetes e às doenças cardiovasculares na vida adulta. Após a propagação dessa hipótese, diversos estudos epidemiológicos vêm sendo desenvolvidos no sentido de avaliar quais são os fatores maternos e fetais considerados determinantes para o desenvolvimento da obesidade e das suas complicações na vida adulta.3 Os mecanismos que levam à obesidade são complexos e multifatoriais, e incluem fatores genéticos, ambientais e determinantes maternos.4 Os fatores maternos e fetais considerados determinantes são ■ obesidade materna; ■ diabetes ou outros distúrbios endócrinos; ■ nutrição materna (subnutrição ou alimentação excessiva); ■ tabagismo; ■ infecções maternas; ■ atividade física; ■ amamentação; ■ introdução alimentar precoce; ■ uso de fórmulas infantis; ■ traumas psicológicos. Esses fatores estão envolvidos na programação metabólica e predispõem à obesidade e as suas complicações na vida adulta.5 Em relação ao ganho excessivo de peso e à obesidade, as complicações maternas e fetais incluem ■ necessidade de parto cirúrgico; ■ desproporção cefalopélvica; ■ trauma; ■ asfixia; ■ morte perinatal. O ganho excessivo de peso e a obesidade materna e fetal também aumentam a ocorrência de retenção de peso pós-parto, de endometrite, de fenômenos tromboembólicos, de prematuridade e de infecções do trato urinário.6 A assistência pré-natal de qualidade, completa e humanizada pode ser considerada a melhor estratégia para a prevenção e para a promoção da saúde da mulher e do seu filho desde o período da concepção e no período pós-parto. No entanto, permanece enfrentando grandes desafios na prática.7 Assim, é necessário analisar a assistência pré- natal prestada às mulheres e aos seus filhos, para, então, elaborar ações e estratégias para a melhoria da assistência na prevenção da obesidade e das suas complicações. 11 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 11 05/08/2016 17:02:55 ■ PANORAMA DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL A assistência pré-natal constitui-se em um conjunto de ações e estratégias adotadas durante o ciclo gravídico puerperal que visa garantir a saúde do binômio mãe-filho. A sua correta realização associa-se com melhores desfechos perinatais para a mãe e para o bebê.8 Na atenção integral à saúde da mulher, a atenção pré-natal e puerperal (Quadro 1) deve ser organizada de forma a atender as reais necessidades das mulheres durante a gestação e o puerpério, mediante a utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios e recursos disponíveis mais adequados para cada caso, em um contexto de humanização da assistência.9 Quadro 1 ASPECTOS DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E PUERPERAL Objetivo Ação Qualificação e humanização da atenção pré-natal e puerperal ■■ Incorporar condutas acolhedoras. ■■ Impedir intervenções desnecessárias. ■■ Facilitar acesso aos serviços de saúde de qualidade. ■■ Promover ações que integrem todos os níveis de atenção em saúde. ■■ Garantir promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido (RN) desde o atendimento ambulatorial básico até o atendimento hospitalar de alto risco. Efetividade da assistência pré-natal ■■ Captar precocemente as gestantes nas suas comunidades. ■■ Oferecer atendimento periódico e extensivo à população-alvo. ■■ Propiciar área física adequada. ■■ Disponibilizar equipamentos e instrumentais adequados. ■■ Realizar de exames laboratoriais obrigatórios. ■■ Prescrever medicamentos básicos acessíveis. ■■ Utilizar sistema eficiente de referência e contrarreferência. ■■ Manter serviço de registro e de estatística. ■■ Utilizar sistema de avaliação da efetividade das ações de assistência pré-natal. Fonte: Soares Filho e colaboradores (2006).9 12 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 12 05/08/2016 17:02:56 A atenção nutricional tem primordial importância no contexto da assistência pré-natal, visto que o acompanhamento nutricional da gestante tem como principais objetivos6,10 ■ diagnosticar o estado nutricional; ■ identificar fatores de risco; ■ adequar consumo energético e de nutrientes; ■ acompanhar e monitorar o ganho de peso gestacional; ■ realizar atividades educativas; ■ contribuir para o empoderamento da mulher. O acompanhamento nutricional da gestante possibilita intervenções terapêuticas e profiláticas no sentido de corrigir distorções e planejaro tratamento nutricional adequado, baseando- se no fato de que as condições tanto pré-gestacionais quanto gestacionais influenciam os parâmetros de saúde do binômio mãe-filho no parto e no período pós-parto. 6,10 A atenção nutricional favorece o ganho de peso adequado e pode reduzir a incidência de crescimento intrauterino restrito, relacionado ao ganho ponderal insuficiente, além dos efeitos do ganho de peso excessivo, como diabetes gestacional, pré-eclampsia, eclampsia, hipertensão arterial, macrossomia e predisposição à obesidade na vida adulta.6 ■ IMPASSES E DESAFIOS NA ASSISTÊNCIA MATERNA E INFANTIL NO BRASIL A persistência de problemas associados à assistência pré-natal oferecida no Brasil é evidente, apesar da ampliação na sua cobertura ao longo dos últimos anos. Entre esses problemas, são exemplos:8 ■ dificuldades de acesso aos serviços de saúde; ■ início tardio do pré-natal; ■ número inadequado de consultas; ■ realização incompleta de procedimentos; ■ ausência de vínculo entre os serviços de assistência pré-natal e os que realizam os partos. Uma questão que condena a assistência à má qualidade é a predominância das causas obstétricas diretas no padrão de mortalidade materna no Brasil.10 13 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 13 05/08/2016 17:02:56 Domingues e colaboradores7 sugeriram um modelo de cunho lógico-operacional para a avaliação da assistência pré-natal, o qual permite analisar todas as etapas, bem como observar o impacto na saúde materna e infantil em cada uma delas. Esse modelo pode ser visualizado na Figura 1. Gestantes com acesso a práticas de promoção, prevenção e cuidado em saúde Aumento do número de gestantes com redução de fatores de risco e aumento de práticas saudáveis Gestantes com número adequado de consults Gestantes aconselhadas e testadas Gestantescom acompanhamento clínico-obstétrico Gestantes com sulfato ferroso suplementar prescrito Consultas mínimas de pré-natal para a IG Recursos humanos Insumos de laboratório Medicamentos Protocolos assistenciais Vacina Material Prescrição de sulfato ferroso suplementar Exames de rotina (TS, Hg/Ht, VDRL, anti-HIV, glicemia, EAS) Procedimentos clínico-obstétricos Consulta puerperal até o 42o dia pós-parto Gestantes vacinadas Gestantes orientadas Puérperas consultadas Redução da sífi lis congênita Redução do número de crianças infectadas pelo HIV Redução da mortalidade perinatal Redução dos partos cesarianos Redução da prematuridade Redução do tétano neonatal Redução das gestações não desejadas Redução da sífi lis na população adulta Redução do HIV na população adulta Redução morbidade e mortalidade materna Aumento do AM Redução do BPN Redução do tétano na população adulta Aumento do intervalo interpartal Gestantes captadas até a 16a semana gestacional Captação de gestantes até a 16a semana gestacional Kits para teste diagnóstico da gravidez Insumos Atividades Produto Resultados Impacto Puérperas com tratamento de complicações, aceso a contracepção e orientação para AM Gestantes com informações sobre parto e AM Gestantes imunizadas contra o tétano Gestantes com suplementação de sulfato ferroso Gestantes com intercorrências clínico-obstétricas identifi cadas e tratadas Gestantes com diagnóstico e tratamento para sífi lis, HIV, infecção urinária, diabetes e anemia Acesso precoce ao pré-natal. Diagnóstico precoce de doenças e situações de risco. Vacinação antitetânica das gestantes Ações educativas individuais e em grupo Figura 1 – Modelo lógico-operacional para avaliação da implantação da assistência pré-natal. Fonte: Domingues e colaboradores (2012).7 ■ PROGRAMAÇÃO METABÓLICA O feto em desenvolvimento é altamente sensível às influências das alterações maternas durante os períodos de crescimento rápido. Essas alterações correspondem a fatores nutricionais, estresse fisiológico e psicológico, e desequilíbrios no padrão de sinalização endócrina entre a mãe e o feto.5 14 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 14 05/08/2016 17:02:56 As alterações maternas, portanto, podem perturbar os processos de proliferação e de diferenciação celular do feto, levando a mudanças no padrão de desenvolvimento e na maturação de órgãos e tecidos, os quais têm que montar respostas adaptativas para a manutenção das suas funções e a sua sobrevivência5 (Figura 2). Supernutrição materna Subnutrição materna Obesidade materna Infecção materna Trauma psicológico Tabagismo materno Distúrbios endócrinos Padrões de crescimento alterados Remodelamento tecidual Am bie nte in ici al Re sp os ta ao s ins ult os Co ns eq uê nc ias tar dia s Embrião Feto Recém-nascido Diabetes Doença cardiovascular Osteoporose Obesidade Figura 2 – Ilustração sobre o conceito de programação metabólica e a origem intrauterina da obesidade e das suas complicações. Fonte: Langley-Evans e McMullen (2010).5 Na Figura 2, verifica-se que, no ambiente intrauterino, diversos fatores podem impedir o correto desenvolvimento do embrião/feto e, posteriormente, do neonato. Entre esses fatores, há os maternos, os quais compreendem5 ■ obesidade; ■ subnutrição ou nutrição excessiva; ■ tabagismo; ■ presença de infecções; ■ traumas psicológicos; ■ alterações endócrinas. Diante dessas adversidades, há um processo de adaptações e de alterações no padrão de crescimento como resposta. Essas adaptações podem predispor diabetes, doenças cardiovasculares, osteoporose e obesidade na vida adulta.5 15 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 15 05/08/2016 17:02:57 ATIVIDADES 1. Em relação aos determinantes e às complicações maternas e fetais do ganho excessivo de peso e da obesidade, assinale a alternativa correta. A) Os mecanismos que levam à obesidade são complexos e multifatoriais, incluindo fatores genéticos e ambientais – fatores maternos não são determinantes. B) Entre as complicações fetais, incluem-se asfixia e ausência de membros (síndrome de tetra-amelia). C) A nutrição intrauterina, se inadequada, associa-se a um risco aumentado de uma série de transtornos, em especial de doenças crônicas transmissíveis na vida adulta. D) O ganho excessivo de peso e a obesidade materna e fetal aumentam a ocorrência de fenômenos tromboembólicos e de infecções do trato urinário. Resposta no final do artigo 2. Com relação à atenção pré-natal e puerperal, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Deve ser realizada de forma generalizada e padronizada. ( ) Deve ser pautada em conhecimentos técnicos-científicos bem estabelecidos. ( ) Deve incluir meios e recursos mais adequados a cada caso. ( ) Deve ser realizada em um contexto de ausência de humanização. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) F – F – F – V B) V – F – V – V C) F – V – V – F D) V – V – F – F Resposta no final do artigo 3. Marque V (verdadeiro) ou F (falso). Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por meio ( ) da isenção de intervenções desnecessárias. ( ) da assistência à saúde nos diversos níveis de atenção. ( ) da facilidade de acesso a serviços, independentemente da qualidade. ( ) do antagonismo de condutas acolhedoras em prol do atendimento imediato. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) F – V – F – V B) V – V – F – F C) V – V – V – F D) V – F – V – F Resposta no final do artigo 16 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N AV IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 16 05/08/2016 17:02:57 4. Descreva quatro fatores que caracterizam a assistência pré-natal como efetiva. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 5. Descreva quatro objetivos da assistência nutricional pré-natal. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 6. Pode ser considerado(a) um problema relacionado à assistência pré-natal I – a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. II – o início tardio do pré-natal. III – a inadequação no número de consultas. IV – a presença de vínculo entre os serviços de assistência pré-natal e os que realizam partos. Quais afirmativas estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a II e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 7. De acordo com o modelo lógico-operacional citado neste artigo, é(são) considerado(a) (s) impacto(s) na saúde materna I – o aumento do número de gestantes com redução dos fatores de risco e o aumento das práticas saudáveis. II – a redução da prematuridade. III – a redução de gestações não desejadas. IV – o aumento do intervalo interpartal. Quais afirmativas estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 17 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 17 05/08/2016 17:02:57 8. Descreva cinco impactos do pré-natal na saúde infantil, de acordo com o modelo lógico-operacional citado neste artigo. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 9. Sobre o conceito de programação metabólica, é correto afirmar que A) o feto não é influenciado pelas adversidades maternas. B) fatores nutricionais, estresse fisiológico e psicológico, e alterações endócrinas maternas influenciam a saúde fetal. C) há alterações nos processos de proliferação, mas não na diferenciação celular do feto. D) não há necessidade de respostas adaptativas perante a presença de adversidades maternas. Resposta no final do artigo ■ FATORES MATERNOS O ser humano passa por períodos críticos do seu desenvolvimento, influenciados por fatores nutricionais, sociais e ambientais desfavoráveis, os quais podem alterar o metabolismo e predispor a doenças crônicas na vida adulta.5 O estado de saúde e de nutrição dos bebês é influenciado11 ■ pela escolaridade materna; ■ pelas suas condições socioeconômicas; ■ pelo acesso a serviços de saúde; ■ pela amamentação; ■ pela presença de morbidades. Alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico refletem as condições de saúde da criança no passado e no presente.11 GESTAÇÃO E ESTADO NUTRICIONAL MATERNO O padrão de crescimento de uma mulher na infância pode influenciar o ambiente metabólico que ela proporciona para os seus filhos durante a gravidez e os primeiros meses de vida da criança. Além disso, os padrões de mudança de peso materno durante a gravidez e o pós-parto podem potencializar o desenvolvimento da obesidade.4 18 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 18 05/08/2016 17:02:57 Durante a gravidez e nos primeiros anos de vida da criança, a nutrição pode interferir de forma irreversível no desenvolvimento de órgãos envolvidos no controle da ingestão alimentar e no metabolismo, particularmente nas estruturas do hipotálamo, as quais são responsáveis pelo estabelecimento do controle da ingestão e pela regulação do gasto energético.12 Subnutrição materna, obesidade e diabetes durante gestação e lactação podem contribuir para a obesidade dos seus filhos na vida adulta.12 DIABETES MELITO GESTACIONAL O diabetes melito gestacional se caracteriza pela intolerância à glicose em graus de intensidade variáveis, com início e detecção pela primeira vez durante a gestação, podendo persistir ou não após o parto. No Brasil, a prevalência de diabetes gestacional é de 7,6%, sendo considerado um problema de saúde pública.13 O diabetes gestacional implica danos maternos e fetais, como a necessidade de parto cesariana, tocotraumatismo e macrossomia. Além disso, predispõe a mulher a complicações tardias, como a probabilidade de 30% de desenvolver diabetes melito tipo 2.13 A exposição fetal à hiperglicemia durante a gravidez pode acarretar profundas e duradouras consequências para a criança, como14 ■ a criança pode apresentar tolerância à glicose prejudicada, relacionada com maior concentração de insulina no líquido amniótico; ■ os filhos de mães diabéticas, em um índice de 40%, apresentam intolerância à glicose aos 16 anos; ■ as crianças apresentam menores níveis de ácido araquidônico, essencial para a integridade funcional das células β-pancreáticas (responsáveis por sintetizar e secretar a insulina); ■ a criança pode desenvolver diabetes melito tipo 2; ■ os filhos expostos à hiperglicemia em período intrauterino podem apresentar complicações cardiovasculares. DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D A deficiência de vitamina D (DVD) é apontada como um problema de saúde pública em muitos países, e as gestantes têm sido identificadas como um grupo de alto risco, em que a prevalência de DVD oscila entre 20 e 40%.15 A DVD em gestantes e nos seus RNs está intimamente relacionada.16 Há maior transferência de 25-hidroxivitamina D para o feto pela via transplacentária durante os últimos meses de gestação, e esta é a principal fonte dessa vitamina para o bebê durante os primeiros meses de vida.16 A placenta contém receptores para a vitamina, os quais produzem a enzima que a converte na sua forma ativa, aumentando os níveis da vitamina no feto. Nas primeiras seis a oito semanas de vida pós- natal, os níveis da vitamina no bebê são dependentes das quantidades obtidas via transplacentária, e, para a maioria das crianças, essas reservas se esgotam até a oitava semana de vida.16 19 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 19 05/08/2016 17:02:57 Osestudos que avaliaram a associação entre os níveis de 25-hidroxivitamina D na gravidez e os efeitos adversos esqueléticos e não esqueléticos para a saúde da mãe e do bebê são inconclusivos. Porém, sugere-se que há relação com doenças cardiovasculares, diabetes, doenças autoimunes e certos tipos de câncer.15 Há necessidade da realização de mais estudos para se estabelecer a relação corretamente, bem como conhecer os mecanismos pelos quais há a ocorrência dessas alterações. TABAGISMO MATERNO O tabagismo materno durante a gravidez está associado com restrição de crescimento intrauterino, risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer (BPN) e maior risco para obesidade nos filhos. Sugere-se que a exposição pré-natal ao tabaco aumenta em até 50% o risco de excesso de peso na infância.17 A nicotina é capaz de atravessar a placenta, e a duração dos seus efeitos é mais prolongada no feto em decorrência da metabolização mais lenta da substância.18 A exposição materna ao tabagismo associa-se com18-20 ■ aumento do estresse oxidativo; ■ formação das placas ateroscleróticas; ■ predisposição à adiposidade na vida adulta. O efeito do tabagismo materno durante a gestação, quando comparado à exposição da criança durante a infância à presença do pai tabagista, apresenta maior associação com o desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade infantil.18 HIPERCOLESTEROLEMIA MATERNA A hipercolesterolemia materna durante a gestação induz mudanças na aorta fetal, e essas alterações podem determinar a suscetibilidade para o desenvolvimento da aterosclerose em longo prazo.12,21 O mecanismo pelo qual ocorrem essas alterações não está completamente elucidado. Porém, em experimentos animais, observa-se que há um aumento na espessura da parede arterial (aorta e carótidas) entre fetos expostos.12,21 Constatou-se também que o número e a progressão de lesões ateroscleróticas em filhotes de mães hipercolesterolêmicas foi significativamente maior ao nascimento, aos 6 e aos 12 meses, quando comparados aos filhotes de mães não hipercolesterolêmicas.12,21 PADRÃO ALIMENTAR MATERNO A ingestão materna proteico-energética inadequada e a reduzida oferta de micronutrientes podem estar associadas com o aumento do risco para a obesidade na vida adulta dos seus filhos.22 A ingestão materna inadequada de micronutrientes como cálcio, folato, magnésio e zinco apresenta associação com o peso ao nascer (PN). O BPN, por si só, está associado com uma gama de alterações em longo prazo, como resistência à insulina e diabetes tipo 2 na vida adulta.12 20 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 20 05/08/2016 17:02:58 O excesso na oferta de carboidratos e lipídios durante o período gravídico predispõe à obesidade na vida adulta.23 VÍNCULO MÃE-FILHO Em um estudo realizado com pré-escolares, constatou-se que a segurança do apego entre a mãe e o seu filho reflete no desenvolvimento de crianças por meio da regulação da emoção e da resposta ao estresse.24 O apego e a sensibilidade materna podem influenciar o apetite, o sono e a atividade da criança, predispondo-a ou não ao quadro de obesidade.24 Poucos estudos examinaram a associação entre sensibilidade materna e obesidade na infância, apesar da existência da relação, sendo importante destacar a importância do tema para pesquisas futuras. INFLUÊNCIA FAMILIAR A má nutrição da mulher no período gestacional pode contribuir para a obesidade e para a síndrome metabólica na infância.25 As taxas de obesidade em crianças estão associadas com a obesidade materna, indicando a relação da díade mãe-filho como fator de risco para a obesidade infantil.26 As escolhas feitas pelas crianças e pelos jovens, sejam elas associadas à saúde ou não, recebem fortes influências do âmbito familiar. Quanto à obesidade, tende-se à persistência intergeracional, independentemente do gênero da criança e da sua faixa etária.27 A correlação entre o estado nutricional dos pais e o estado nutricional do filho é motivada por duas fontes primárias: genética e ambiente comum (hábitos alimentares, rotinas de exercício, etc.), sendo o último o mais determinante para a obesidade infantil.27 ■ FATORES FETAIS A seguir, serão abordados os fatores fetais que predispõem ao desenvolvimento da obesidade. PESO AO NASCER O PN representa um importante indicador da saúde da população por refletir as condições sociais, econômicas e ambientais às quais as mulheres foram submetidas durante o período gestacional, tendo no BPN ou no peso insuficiente o principal fator de risco para a sobrevivência e para a qualidade de vida dos seus filhos.28 21 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 21 05/08/2016 17:02:58 O BPN é definido como peso de nascimento abaixo de 2.500g, e a sua prevalência mundial é de 15,5%, mas a sua distribuição é desigual entre as regiões do globo, sendo maior em regiões subdesenvolvidas.28 Os principais fatores de risco relacionados ao BPN são28 ■ prematuridade; ■ idade materna; ■ gestações de risco (como hipertensão arterial e diabetes melito); ■ gestações múltiplas; ■ número de filhos nascidos vivos; ■ sexo do feto; ■ acesso às consultas de pré-natal; ■ peso materno pré-gestacional; ■ tabagismo; ■ consumo de álcool na gestação; ■ parto induzido; ■ exposição a agrotóxicos O BPN está associado ao aumento de doenças cardiovasculares, a um maior risco para síndrome metabólica e à obesidade central em adultos.22,29 Após o primeiro ano de vida, o rápido ganho de peso e o índice de massa corporal (IMC) aumentam o risco para doenças cardiovasculares em decorrência das alterações na capacidade oxidativa mitocondrial e da regulação adrenérgica da função cardíaca.12 Na revisão realizada por Yang e Huffman,22 constatou-se que crianças que nasceram com peso adequado (2.500-3.999g) apresentaram menor IMC na idade adulta e maior massa livre de gordura quando comparados aos bebês com BPN (< 2.500g). AMAMENTAÇÃO E ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR O leite materno é o alimento ideal para os bebês até o sexto mês de vida. Após esse período, a alimentação deve ser complementada gradativamente com alimentos saudáveis e a amamentação deve ser incentivada até os 2 anos de idade ou mais.30 O aleitamento materno (AM) apresenta benefícios para a saúde do lactente sob o aspecto nutricional, gastrintestinal, imunológico, psicológico, do desenvolvimento e da interação mãe- bebê.30 A amamentação em curto e em longo prazo é responsável também pela regulação do apetite e dos ciclos de sono-vigília.12 Os seus efeitos benéficos se estendem à mãe e influenciam todo o ciclo vital, incluindo a redução das doenças crônicas não transmissíveis e as suas complicações.31 Há relação entre a dieta materna no final da gravidez e o desenvolvimento da glândula mamária, a produção de leite e o fato de a criança ser amamentada no seio ou com fórmulas infantis. As glândulas mamárias maternas produzem leptina (hormônio responsável pelo controle do apetite – quando seus níveis estão elevados, a ingestão alimentar diminui; quando seus níveis estão baixos, há indução do consumo em excesso de alimentos) e esta é transportada no leite para a criança.12 22 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 22 05/08/2016 17:02:58 Crianças pequenas para a idade gestacional (IG) e prematuras possuem menores níveis de leptina, por isso a amamentação prolongada nessas crianças deve ser incentivada, principalmente em crianças que tiveram restrição de crescimento intrauterino.12 O AM e a introdução oportuna dealimentos complementares são considerados fatores de proteção contra a obesidade na vida adulta. Além disso, alterações renais e doenças cardiovasculares podem ser exacerbadas ou reduzidas perante exposição alimentar precoce.22 O consumo energético de bebês em AM complementado é excessivo. O consumo de uma quantidade de energia aquém ou além daquela recomendada, seja devido à ausência do leite materno ou, até mesmo, à introdução precoce de alimentos complementares, pode acarretar prejuízos à saúde da criança, com desaceleração do crescimento ou ganho ponderal acima do esperado para a estatura e para a idade, com riscos para o desenvolvimento de obesidade e doenças crônico-degenerativas ao longo da vida.32 A alta ingestão proteica durante a primeira infância está associada com maior massa de gordura corporal e obesidade na vida adulta.22 ■ IMPORTÂNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS As características antropométricas das populações infantis são consideradas como um dos melhores indicadores de saúde da criança em razão da sua estreita dependência com fatores ambientais. Em crianças menores de 5 anos e, em especial, entre os lactentes, a influência dos fatores ambientais é mais importante do que os fatores genéticos para a expressão do seu potencial de crescimento. A Figura 3, com uma obra de 1989 de Fernando Bottero, ilustra a predominância dos fatores ambientais. Figura 3 – A família (1989). Fonte: Bottero (1989).33 23 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 23 05/08/2016 17:02:58 Na Figura 3, observa-se que todos os componentes da família são obesos, inclusive o animal, que não é da mesma espécie. Tal imagem remete ao fato de que a obesidade entre familiares é um fator de risco preponderante para a obesidade na infância. 26 No estudo elaborado por Hivert e colaboradores,19 a Figura 4 sugere um modelo que demonstra a relação de cada etapa do desenvolvimento infantil e a sua possível relação com a obesidade e as suas complicações. ■ Comportamentos maternos: • dieta / tabagismo. ■ Estado metabólico materno: • obesidade / diabetes. ■ Exposições ambientais: • poluentes. ■ crescimento fetal; ■ composição corporal. ■ composição corporal; ■ trajetória de crescimento. ■ composição corporal; ■ resistência à insulina; ■ biomarcadores de risco cardiometabólico. ■ obesidade; ■ síndrome metabólica; ■ diabetes; ■ doença cardiovascular. ■ Amamentação / dieta. ■ Exposições ambientais: • tabagismo / poluentes. ■ Comportamentos da criança: • dieta / atividade física. ■ Exposições ambientais • tabagismo / poluentes. Exposições in utero Exposições neonatais Desfechos no nascimento Desfechos neonatais Desfechos na infância Desfechos na vida adulta Exposições na infância Pode levar a Pode levar a Pode levar a Figura 4 – Modelo sugestivo da relação existente entre cada etapa do desenvolvimento infantil e a sua possível relação com a obesidade e as suas complicações. Fonte: Adaptado de Hivert e colaboradores (2015).19 No modelo anterior, há a exposição intrauterina que corresponde ao comportamento materno (hábito alimentar e tabagismo), alterações metabólicas maternas (obesidade e diabetes), fatores ambientais (poluição), fatores que afetam nas condições de nascimento (crescimento fetal e composição corporal).19 No lactente, há a questão da amamentação e da alimentação, bem como a exposição ambiental (tabaco e poluentes), fatores que também afetam a composição corporal e a curva de crescimento da criança.19 Na infância, há os comportamentos infantis (alimentação e atividade física) e a exposição ambiental (tabaco e poluentes), fatores que influenciam na composição corporal, na resistência à insulina, em alterações nos biomarcadores para risco cardiovascular. Todas essas etapas podem levar à obesidade, à síndrome metabólica, ao diabetes e à doença cardiovascular na vida adulta.19 24 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 24 05/08/2016 17:02:59 ATIVIDADES 10. É(são) complicação(ões) fetal(is) do diabetes melito gestacional I – a intolerância à glicose. II – o BPN. III – o diabetes melito tipo 2. IV – doenças cardiovasculares. Quais afirmativas estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 11. Apesar de estudos inconclusivos, sugere-se que há uma relação entre a DVD na gestação e os seus efeitos no futuro. Cite quais são as possíveis consequências para a prole da DVD durante a gravidez. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 12. A exposição materna ao tabagismo está associada a diversos fatores, como I – predisposição à obesidade. II – formação das placas ateroscleróticas. III – BPN. IV – redução do estresse oxidativo. Quais afirmativas estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 25 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 25 05/08/2016 17:02:59 13. Sobre a relação entre vínculo mãe-filho e obesidade na vida adulta, considere as seguintes afirmativas. I – O vínculo mãe-filho se reflete na regulação da emoção da criança. II – O apego e a sensibilidade maternos podem influenciar o sono da criança. III – A sensibilidade materna e o apego não influenciam o apetite da criança. IV – O vínculo mãe-filho atua na regulação da resposta ao estresse da criança. Quais estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 14. Sobre a associação entre o estado nutricional dos pais e o estado nutricional dos filhos, considere as seguintes afirmativas. I – As escolhas das crianças, via de regra, independem das influências familiares. II – A má nutrição materna pode contribuir para a obesidade na infância dos seus filhos. III – A relação entre o estado nutricional dos pais e dos seus filhos é motivada por fatores genéticos e ambientais. IV – Existe uma associação entre obesidade materna e obesidade da prole. Quais estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 15. Descreva cinco fatores associados com a ocorrência de BPN. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 26 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDAAD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 26 05/08/2016 17:02:59 16. Com relação à associação entre BPN e obesidade, considere as seguintes afirmativas. I – O BPN se associa com o aumento das doenças cardiovasculares. II – O BPN se relaciona com a gênese da síndrome metabólica. III – O BPN está envolvido com a presença da obesidade central em adultos. IV – O BPN se correlaciona com menor IMC e com menor massa livre de gordura na idade adulta. Quais estão corretas? A) Apenas a I, a II e a III. B) Apenas a I, a II e a IV. C) Apenas a I, a III e a IV. D) Apenas a II, a III e a IV. Resposta no final do artigo 17. Pensando na associação entre amamentação e obesidade, explique o motivo pelo qual a amamentação deve ser ainda mais efetiva e prolongada entre os bebês prematuros e/ou pequenos para a IG. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 18. Liste os fatores maternos e fetais envolvidos na gênese da obesidade na vida adulta. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 27 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 27 05/08/2016 17:02:59 ■ CASO CLÍNICO Uma gestante de seis semanas chega a um serviço público de atenção pré-natal e puericultura com a finalidade de fazer o pré-natal com toda a equipe multidisciplinar. C.G.N. tem 29 anos, é casada, multípara, sedentária, balconista, apresenta peso pré- gestacional e IMC adequados, porém com ganho de peso de 3kg. Em gestação prévia, quatro anos antes, apresentou quadro de diabetes melito gestacional, excessivo ganho de peso, e o seu filho nasceu macrossômico. C.G.N. não conseguiu amamentar o seu primogênito por falta de orientação adequada. A criança, atualmente com 4 anos, apresenta quadro de obesidade desde os 2 anos, e C.G.N. deseja saber o que fazer para que não aconteça o mesmo com o filho da gestação atual. ATIVIDADES 19. O filho da gestante do caso está exposto a quais fatores de risco materno para a obesidade infantil e na vida adulta? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 20. Quais são as ações e estratégias mais adequadas para minimizar os fatores de risco para a predisposição à obesidade infantil e na vida adulta no feto da paciente do caso? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do artigo 28 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 28 05/08/2016 17:02:59 ■ CONCLUSÃO Inquéritos nacionais de saúde realizados no Brasil nas últimas décadas evidenciam que houve aumento do excesso de peso entre crianças menores de 5 anos. Esse aumento acometeu regiões menos desenvolvidas.11 Pouco se conhece sobre as estimativas de excesso de peso e riscos associados para crianças brasileiras menores de 2 anos. Para crianças maiores de 5 anos, dados são rotineiramente gerados a partir de inquéritos antropométricos, mas estes não oferecem informação suficiente para subsidiar programas e políticas específicas para lactentes, uma vez que esse grupo apresenta maior vulnerabilidade biológica e social.11 Prevenir e/ou atenuar a progressão alarmante da obesidade é um grande desafio para a saúde pública mundial e representa um importante problema para as gerações futuras. Dentre as ações e estratégias para reduzir o risco de obesidade na vida adulta nos países em desenvolvimento, deve-se ■ adequar a assistência pré-natal; ■ realizar atendimento da gestante de forma multidisciplinar; ■ melhorar o estado nutricional materno durante a gravidez; ■ promover o adequado ganho de peso materno; ■ adequar a dieta materna às necessidades nutricionais da mulher; ■ prevenir as complicações gestacionais; ■ investigar e intervir nos fatores determinantes para a obesidade considerados modificáveis; ■ reforçar a amamentação exclusiva e total; ■ incentivar uma introdução quantitativamente e qualitativamente adequada da alimentação complementar; ■ monitorar e promover o crescimento desde a primeira infância até a vida adulta. É importante destacar, também, a necessidade de realização de mais estudos, com a finalidade de estabelecer as relações de causalidade e estas subsidiarem as ações e as estratégias na prática profissional para prevenir a obesidade e as suas complicações. ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS Atividade 1 Resposta: D Comentário: Os mecanismos que levam à obesidade são complexos e multifatoriais, incluindo fatores genéticos e ambientais, bem como determinantes maternos. A nutrição intrauterina, se inadequada, associa-se a um risco aumentado de uma série de transtornos, em especial de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta. Entre as complicações fetais, incluem-se desproporção cefalopélvica, asfixia, trauma e morte perinatal. 29 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 29 05/08/2016 17:02:59 Atividade 2 Resposta: C Comentário: A atenção pré-natal e puerperal deve ser organizada de forma a atender as reais necessidades das mulheres durante a gestação e o puerpério, mediante a utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios e recursos disponíveis mais adequados para cada caso, em um contexto de humanização da assistência. Atividade 3 Resposta: B Comentário: Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por meio da incorporação de condutas acolhedoras, da isenção de intervenções desnecessárias, da facilidade de acesso aos serviços de saúde de qualidade e de ações que integrem todos os níveis de atenção em saúde, promoção, prevençãoe assistência à saúde da gestante e do RN, desde o atendimento ambulatorial básico até o atendimento hospitalar de alto risco. Atividade 4 Resposta: Para que a assistência pré-natal seja efetiva, é necessário captar precocemente as gestantes nas suas comunidades, oferecer atendimento periódico e extensivo à população-alvo, garantir área física adequada, equipamentos e instrumentais adequados, possibilitar a realização de exames laboratoriais obrigatórios, garantir o acesso a medicamentos básicos acessíveis, propiciar um sistema eficiente de referência e contrarreferência, manter um serviço de registro e de estatística, além de um sistema de avaliação da efetividade das ações de assistência pré-natal. Atividade 5 Resposta: A assistência nutricional pré-natal tem por objetivos diagnosticar o estado nutricional, identificar fatores de risco, adequar consumo energético e de nutrientes, acompanhar e monitorar o ganho de peso gestacional, realizar atividades educativas, contribuir para o empoderamento da mulher, possibilitar intervenções terapêuticas e profiláticas no sentido de corrigir distorções e planejar o tratamento nutricional adequado, baseando-se no fato de que as condições tanto pré-gestacionais quanto gestacionais influenciam os parâmetros de saúde do binômio mãe-filho durante o parto e no período pós-parto. Atividade 6 Resposta: A Comentário: A ausência de vínculo entre os serviços de assistência pré-natal e os que realizam partos caracteriza-se como um problema na assistência pré-natal. Atividade 7 Resposta: C Comentário: A redução da prematuridade corresponde a um impacto na saúde infantil. Atividade 8 Resposta: De acordo com o modelo lógico-operacional citado, são impactos do pré-natal na saúde infantil a redução da sífilis congênita, a redução do número de crianças infectadas pelo HIV, a redução da prematuridade, a redução do BPN, a redução da mortalidade perinatal, a redução do tétano neonatal, etc. 30 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 30 05/08/2016 17:02:59 Atividade 9 Resposta: B Comentário: O feto é altamente sensível às influências das alterações maternas. Essas alterações podem afetar o processo de proliferação e de diferenciação celular. O feto precisa de respostas adaptativas para manter suas funções e sua sobrevivência. Atividade 10 Resposta: C Comentário: O diabetes gestacional está relacionado com o oposto do BPN, que é a macrossomia (peso ≥ 4.000g). Atividade 11 Resposta: Sugere-se que há relação entre deficiência gestacional de vitamina D e doenças cardiovasculares, diabetes, doenças autoimunes e certos tipos de câncer. Atividade 12 Resposta: A Comentário: A exposição materna ao tabagismo está associada ao aumento do estresse oxidativo. Atividade 13 Resposta: B Comentário: O apego e a sensibilidade materna podem influenciar o apetite, o sono e a atividade da criança, predispondo ou não ao quadro de obesidade. Atividade 14 Resposta: D Comentário: As escolhas feitas pelas crianças, sejam elas associadas à saúde ou não, são fortemente influenciadas pelo âmbito familiar. Atividade 15 Resposta: Entre os principais fatores de risco relacionados ao BPN, incluem-se prematuridade, idade materna, gestações de risco, gestações múltiplas, número de filhos nascidos vivos, sexo do feto, acesso às consultas de pré-natal, peso materno pré-gestacional, tabagismo e consumo de álcool na gestação, além do parto induzido e da exposição a agrotóxicos. Atividade 16 Resposta: A Comentário: O BPN se correlaciona com maior IMC e com maior massa livre de gordura na idade adulta quando comparado com indivíduos nascidos sem baixo peso. Atividade 17 Resposta: A leptina é o hormônio responsável pelo controle do apetite. Quando os seus níveis estão elevados, a ingestão alimentar diminui; quando os seus níveis estão baixos, há indução do consumo excessivo de alimentos. A leptina é transportada por meio do leite materno, e crianças pequenas para a IG e prematuras possuem menores níveis de leptina – por isso, a amamentação prolongada nessas crianças deve ser incentivada, principalmente em crianças que tiveram restrição de crescimento intrauterino, para que consigam controlar o apetite. 31 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 31 05/08/2016 17:02:59 Atividade 18 Resposta: Exposição intrauterina, que corresponde ao comportamento materno (hábito alimentar e tabagismo), alterações metabólicas maternas (obesidade e diabetes), fatores ambientais (poluição), fatores que afetam as condições de nascimento (crescimento fetal e composição corporal). No lactente, há a questão da amamentação e da alimentação, bem como a exposição ambiental (fumo e poluentes), fatores que também afetam a composição corporal e a curva de crescimento da criança. Na infância, há os comportamentos infantis (alimentação e atividade física) e a exposição ambiental (fumo e poluentes), fatores que influenciam a composição corporal, a resistência à insulina e as alterações nos biomarcadores para risco cardiovascular. Todos esses fatores podem levar à obesidade, à síndrome metabólica, ao diabetes e à doença cardiovascular na vida adulta. Atividade 19 Resposta: Os fatores de risco maternos são sedentarismo, histórico de diabetes melito e ganho de peso gestacional excessivo em gestação prévia, macrossomia do filho anterior e ausência da prática da amamentação por falta de orientação. Atividade 20 Resposta: As ações e estratégias mais adequadas para minimizar os fatores de risco para a predisposição à obesidade infantil e na vida adulta ao filho da gestação da paciente do caso clínico são ■ adequar a assistência pré-natal; ■ realizar atendimento da gestante de forma multidisciplinar; ■ melhorar o estado nutricional materno durante a gravidez; ■ promover o adequado ganho de peso materno; ■ adequar a dieta materna às necessidades nutricionais da mulher; ■ prevenir as complicações gestacionais; ■ incentivar a prática de alguma atividade física orientada; ■ realizar atividades para o empoderamento e a prática do AM exclusivo até o sexto mês de vida e prolongado até os 2 anos ou mais. ■ REFERÊNCIAS 1. Barker D. Infant mortality, childhood nutrition, and ischaemic heart disease in England and Wales. Lancet. 1986 May;327(8489):1077-81. 2. Barker DJ, Godfrey K, Gluckman P, Harding J, Owens J, Robinson J. Fetal nutrition and cardiovascular disease in adult life. Lancet. 1993 Apr;341(8850):938-41. 3. Yuan Z, Yang M, Liang L, Fu J-F, Xiong F, Liu G-L, et al. Possible role of birth weight on general and central obesity in Chinese children and adolescents: a cross-sectional study. Ann Epidemiol. 2015 Oct;25(10):748-52. 4. Johnson DB, Gerstein DE, Evans AE, Woodward-Lopez G. Preventing obesity: a life cycle perspective. J Am Diet Assoc. 2006 Jan;106(1):97-102. 5. Langley-Evans SC, McMullen S. Developmental origins of adult disease. Med Princ Pract. 2010;19(2):87-98. 6. Notaro KAM, Assis KF, Silva UL, Souza KV. Aspectos nutricionais da gestante e da puérpera: contribuições para a prática do enfermeiro. Proenf SMN. 2015;2(6):9-28. 32 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 32 05/08/2016 17:02:59 7. Domingues RMSM, Hartz ZMDA, Dias MAB, Leal MDC. Avaliação da adequação da assistência pré-natal na rede SUS do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2012 Mar;28(3):425-37. 8. Viellas EF, Augusto M, Dias B, Viana J, Bastos MH. Assistência pré-natal no Brasil. Cad Saude Publica. 2014;30(Supl):S85-100. 9. Soares Filho AMS, Serra ASDL, Rattner D, Cruz DRN,Cezimbra GSS, Pires HMBP, et al. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília: MS; 2006. 10. Niquini RP, Bittencourt SA, Lacerda EMDA, Saunders C, Leal MDC. Avaliação do processo da assistência nutricional no pré-natal em sete unidades de saúde da família do Município do Rio de Janeiro. Cien Saude Colet. 2012 Out;17(10):2805-16. 11. Cocetti M, Taddei JAAC, Konstantyner T, Konstantyner TCRDO, Barros Filho AA. Prevalence and factors associated with overweight among Brazilian children younger than 2 years. J Pediatr (Rio J). 2012 Nov- Dez;88(6):503-8. 12. Hanley B, Dijane J, Fewtrell M, Grynberg A, Hummel S, Junien C, et al. A review of metabolic programming, imprinting and epigenetics. Br J Nutr. 2010 Jul;104 Suppl 1:S1-25. 13. Alves A S, Coutinho I, Segatto JCM, Silva LA, Silva MD S, Katz L. Avaliação da adequação do rastreamento e diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional em puérperas atendidas em unidade hospitalar de dois municípios da região do Vale do São Francisco - Nordeste do Brasil. Infant. 2014 Jan-Mar;14(1):39-46. 14. Zhao J, Weiler HA. Long-term effects of gestational diabetes on offspring health are more pronounced in skeletal growth than body composition and glucose tolerance. Br J Nutr. 2010 Dec;104:1641-9. 15. Urrutia-Pereira M, Solé D. Deficiência de vitamina D na gravidez e o seu impacto sobre o feto, o recém- nascido e na infância. Rev Paul Pediatr. 2015 Jan-Mar;33(1):104-13. 16. Prado MRMC, Oliveira FDCC, Assis KF, Ribeiro SAV, Prado Junior PP, Sant’Ana LFDR, et al. Prevalência de deficiência de vitamina D e fatores associados em mulheres e seus recém‐nascidos no período pós‐ parto. Rev Paul Pediatr. 2015 Jul-Set;33(3):286-93. 17. Durmus B, Kruithof CJ, Gillman MH, Willemsen SP, Hofman A, Raat H, et al. Parental smoking during pregnancy, early growth, and risk of obesity in preschool children: the Generation R Study. Am J Clin Nutr. 2011 Jul;94:164-71. 18. Riedel C, Schönberger K, Yang S, Koshy G, Chen Y-C, Gopinath B, et al. Parental smoking and childhood obesity: higher effect estimates for maternal smoking in pregnancy compared with paternal smoking: a meta-analysis. Int J Epidemiol. 2014 Oct;43(5):1593-606. 19. Hivert MF, Perng W, Watkins SM, Newgard CS, Kenny LC, Kristal BS, et al. Metabolomics in the developmental origins of obesity and its cardiometabolic consequences. J Dev Orig Health Dis. 2015 Apr;6(2):1-14. 20. Gorog K, Pattenden S, Antova T, Niciu E, Rudnai P, Scholtens S, et al. Maternal smoking during pregnancy and childhood obesity: results from the CESAR Study. Matern Child Health J. 2011 Oct;15(7):985-92. 21. Palinski W, D’Armiento FP, Witztum JL, Nigris F, Casanada F, Condorelli M, et al. Maternal Hypercholesterolemia and Treatment During Pregnancy Influence the Long-Term Progression of Atherosclerosis in Offspring of Rabbits. Circ Res. 2001 Nov;89(11):991-6. 33 | PR OE NF | S AÚ DE M AT ER NA E NE ON AT AL | C icl o 7 | V olu me 4 | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 33 05/08/2016 17:02:59 22. Yang Z, Huffman SL. Nutrition in pregnancy and early childhood and associations with obesity in developing countries. Matern Child Nutr. 2013 Jan;9 Suppl 1:105-19. 23. Veena SR, Krishnaveni GV, Karat SC, Osmond C, Fall CH. Testing the fetal overnutrition hypothesis; the relationship of maternal and paternal adiposity to adiposity, insulin resistance and cardiovascular risk factors in Indian children. Public Health Nutr. 2013 Sep;16(09):1656-66. 24. Anderson SE, Gooze RA, Lemeshow S, Whitaker RC. Quality of early maternal-child relationship and risk of adolescent obesity. Pediatrics. 2012 Jan;129(1):132-40. 25. Lee JH, Yoo JY, You Y-A, Kwon W-S, Lee SM, Pang M-G, et al. Proteomic analysis of fetal programming- related obesity markers. Proteomics. 2015 Aug;15(15):2669-77. 26. Camargo APPM, Barros Filho AA, Antonio MARGM, Giglio JS. A não percepção da obesidade pode ser um obstáculo no papel das mães de cuidar de seus filhos. Ciencia Saude Coletiva; 2013 Fev;18(2):323-33. 27. Almeida ATC, Netto Júnior JL S. Medidas de transmissão intergeracional da obesidade no Brasil. Cien Saude Colet. 2015 Maio;20(5):1401-13. 28. Carpelli JDCS, Pontes JS, Pereira SEA, Silva AAM, Carmo CN, Boccolini CS, et al. Peso ao nascer e fatores associados ao periodo pre-natal um estudo transversal em hospital maternidade de referencia. Cien Saude Colet. 2014 Jul;19(7):2063-72. 29. Ismail-beigi F, Catalano PM, Hanson RW. Metabolic programming : fetal origins of obesity and metabolic syndrome in the adult. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2006 Sep;291(3):E439-40. 30. Machado MCM, Assis KF, Oliveira FDCC, Ribeiro AQ, Araújo RMA, Cury AF, et al. Determinants of the exclusive breastfeeding abandonment: psychosocial factors. Rev Saude Publica. 2014 Out;48(6):985-94. 31. Belo MNM, Azevedo PTACCD, Belo MPM, Serva VMSBD, Batista Filho M, Figueiroa JN, et al. Aleitamento materno na primeira hora de vida em um Hospital Amigo da Criança: prevalência, fatores associados e razões para sua não ocorrência. Rev Bras Saude Matern Infant. 2014 Jan-Mar;14(1):65-72. 32. Carrascoza KC, Possobon RDF, Ambrosano GMB, Costa Júnior AL, Moraes ABA. Determinantes do abandono do aleitamento materno exclusivo em crianças assistidas por programa interdisciplinar de promoção à amamentação. Cienc Saude Coletiva. 2011;16(10):4139-46. 33. Botero F. Una familia, 1989. In: Banco de La República: Actividade Cultural [acesso em 2016 ago 2]. Disponível em: http://www.banrepcultural.org/obras/fernando-botero/una-familia. Como citar este documento Assis KF, Franceschini SCC, Araújo RMA. Determinantes maternos e fetais para a obesidade e as suas complicações na vida adulta: origem e fatores decisivos. In: Associação Brasileira de Enfermagem, Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras; Morais SCRV, Souza KV, Duarte ED, organizadores. PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Saúde Materna e Neonatal: Ciclo 7. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2016. p. 9-34. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 4). 34 DE TE RM INA NT ES M AT ER NO S E FE TA IS PA RA A OB ES IDA DE E AS SU AS CO MP LIC AÇ ÕE S N A V IDA AD UL TA : O RIG EM E FA TO RE S D EC ISI VO S | Proenf-matC7V4_1_Determinantes maternos.indd 34 05/08/2016 17:02:59
Compartilhar