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RACIOCÍNIO LÓGICO SUBSUNTIVO
O raciocínio jurídico lógico subsuntivo pressupõe uma operação em que o aplicador do direito necessariamente deve reconhecer, deve julgar, e avaliar, que o fato ou a hipótese fática corresponde exatamente à hipótese normativa. Essa avaliação é que é chamada de subsunção. A subsunção não é outra coisa que não, do que o aplicador do direito reconhecer que a descrição da situação da vida, que o fato descrito é um caso da hipótese normativa abstratamente dada. Não significa outra coisa do que relacionar a premissa normativa e a premissa fática. É reconhecer que a descrição fática corresponde à hipótese da norma. É reconhecer que o “s” realiza o “p”, que o “s” concretiza a hipótese abstratamente descrita na norma jurídica. Se P, então Q. P, logo Q. É reconhecer que a descrição fática corresponde ao antecedente da norma. Por ex. a norma do crime de furto. Está no art. 155 do CP que subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel, pena de 1 a 4. Ora, o “p” é exatamente a premissa fática, que é a descrição do fato, é se ter uma situação da vida que realiza exatamente a ação de subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Então, quando o aplicador do direito tem um fato que realiza exatamente essa hipótese normativa, ele então reconhece que esse fato realiza exatamente essa hipótese, e, portanto, atribui para este fato a consequência jurídica prevista na norma. É avaliar que o fato realiza concretamente os elementos constitutivos da hipótese da norma, isso é a subsunção. Quem faz isso é o juiz, no nosso caso, ou, ainda, o advogado, o promotor, ou seja, aquele a quem incumbe formular um raciocínio jurídico. Aqui, se destaca que o raciocínio jurídico se refere a qualquer aplicador do direito, o raciocínio jurídico desenvolvido pelo advogado numa petição inicial, ou, então, pelo promotor de justiça em determinado caso de interpretação de aplicação das normas jurídicas. Da mesma forma que o próprio juiz. É a todo e qualquer caso de aplicação do direito, por todo e qualquer intérprete do direito. Então, resumidamente, a subsunção pressupõe que o aplicador do direito reconheça que o caso, que o fato, realiza a hipótese de uma determinada norma jurídica. Que esse fato constitui todos os elementos descritos em uma hipótese normativa.
A ideia, no ponto, que pode ser colocada, é de que o silogismo jurídico pressupõe necessariamente a aplicação das regras da lógica na interpretação e aplicação do direito, que a conclusão do raciocínio do aplicador do direito, ou seja, do juiz, é resultado de uma operação lógico-dedutiva, na medida em que se tem uma premissa normativa e fática, e a conclusão se a partir de uma operação lógico-dedutiva e da relação entre essas duas premissas. 
A verdade das premissas implica a verdade da conclusão. São frases passiveis de verdade. As frases normativas são frases que dizem que algo é devido, proibido ou permitido, ou seja, juízos de dever. O problema é que as frases normativas, as proposições normativas, não podem ser verdadeiras ou falsas. Não se pode afirmar que uma frase que é uma norma, pode ser verdadeira ou falsa. A frase que diz que o negócio jurídico celebrado por absolutamente incapaz é nulo, essa frase é uma norma, e as normas não podem ser verdadeiras ou falsas. As frases normativas não têm a sua verdade comprovável empiricamente, somente sendo válidas ou inválidas. E, portanto, uma norma é válida ou inválida no ordenamento jurídico. Se ela é válida, vincula, estabelece direitos e deveres. 
O problema da diferença de que um raciocínio tenha apenas frases descritivas que são passiveis de verdade, e outro tipo de raciocínio que tenha frases que não podem ser verdadeiras ou falsas, mas válido ou inválido, como o caso do raciocínio em que uma das premissas é uma norma jurídica, é que as regras da lógica somente podem ser aplicadas a frases passíveis de verdade, somente frases descritivas são passiveis de verdade, e as regras da lógica somente são aplicadas às preposições descritivas. Com isso, podemos afirmar que as proposições normativas não se sujeitam às regras da lógica. O problema nasce dai: a aplicação das regras da lógica às normas jurídicas. A aplicação das normas jurídicas é um ato de vontade, tratando-se, então, de decisão de quem interpreta e aplica. Com isso, fica excluída a possibilidade de se aplicar o raciocínio lógico subsuntivo no raciocínio jurídico. 
A possibilidade de superar a objeção levantava de que as regras da lógica não se aplicam no raciocínio jurídico. Essa discussão se insere no contexto do raciocínio lógico subsuntivo porque ele pressupõe que a aplicação das regras da lógica seja possível no âmbito da interpretação e aplicação das normas jurídicas. 
A objeção é a de que as regras da lógica somente podem ser aplicadas às frases que podem ser verdadeiras ou falsas, e como as normas jurídicas não podem ser verdadeiras ou falsas, mas válidas ou inválidas, as normas jurídicas não se submetem às regras da lógica. E aqui, vale citar, a objeção de Kelzen que diz que a interpretação e aplicação das normas jurídicas é ato de vontade do interprete aplicador do direito. O que pode ser colocado é se essa subjeção pode ser superada. 
Um outro argumento para superar a objeção de que as normas jurídicas não se submetem às regras da lógica, e que, portanto, o raciocínio jurídico não se submete ao silogismo jurídico, é o argumento das palavras lógicas. 
Outro argumento é o da transformação, aonde as frases normativas são transformadas em frases que descrevem e afirmam a validade de uma norma. Nesse tipo de argumento, as premissas funcionam como razoes para justificar uma conclusão. A ideia não é de que as premissas impliquem a conclusão, mas de que as premissas são apresentadas como razões que dizem qual deve ser a decisão. Nesse tipo de formulação, ou seja, o argumento da transformação, basicamente transforma a frase normativa em frases descritivas, que afirmam a validade de uma norma. Desse modo, o raciocínio não seria “matar alguém, pena de 6 a 20 anos. “a” matou “b”, logo, “a” deve ser condenado à pena de 6 a 20 anos”, mas sim, “no direito brasileiro existe uma regra jurídica válida que diz que matar alguém tem pena de 6 a 20 anos. O “a” matou “b”, logo, está justificado que o “a” seja condenado à pena de 6 a 20 anos”. Nesse segundo exemplo, as duas frases apresentadas como premissas são frases descritivas, podendo ser verdadeiras ou falsas. Essas duas frases justificam a conclusão de que “a” deve ser condenado à pena de seis a vinte anos. 
Uma questão central é que isso pressupõe aceitar a ideia de que na verdade, na interpretação e aplicação do direito, as normas jurídicas ou as premissas não implicam a conclusão, mas dizem qual deve ser a decisão do caso. O juiz, se quiser, pode decidir como bem entender, mas o problema que vai ser colocado ao juiz que decidir diferente do que indicam as premissas vai ser um problema de fundamentação de sua decisão. Com isso, o que se quer dizer é que o papel da lógica não pode ser excluído do raciocínio jurídico. As premissas dizem qual deve ser a decisão, mas não implicam a decisão. As premissas, assim sendo, podem ser colocadas numa cadeia dedutiva, o que significa dizer que as regras da lógica tem um papel na interpretação e aplicação do direito, ficando, portanto, afastada a ideia de que as regras da lógica não tem papel algum no raciocínio jurídico.
O esquema simples do silogismo jurídico se refere entender que o raciocínio jurídico se esgota simplesmente da relação entre a premissa maior normativa, a premissa fática e a conclusão. É possível que os chamados casos fáceis o silogismo simples e a subsunção seriam suficientes para dar conta da justificação, interpretação e aplicação do direito. O problema central é de que ele é insuficiente para dar conta de uma série de passos que devem ser dados na interpretação e aplicação do direito. Há uma série de casos em que simplesmente uma norma, a descrição do fato, e a norma individual do caso sejam insuficientes para a decisão do caso.Talvez um silogismo da determinação da consequência jurídica, as premissas 1 e 2 possam configurar uma cadeia dedutiva completa, e o resultado seja a norma individual do caso. 
Os problemas de interpretação devem ser analisados também. O ponto central, a partir do qual é levantada claramente a ideia de que o todo do raciocínio jurídico não pode ser entendido ou aprendido simplesmente pelo esquema simples “premissa normativa, premissa Fátima, conclusão”, porque nesse esquema não há apreensão de todas as discussões em torno da justificação dessas premissas. Tanto na premissa normativa como da premissa fática. A questão atinente ao problema de interpretação é exatamente um ponto muito relevante no que diz respeito à justificação da premissa normativa. A questão da determinação da premissa normativa está relacionada ao fato de que um mesmo texto admite várias interpretações. O texto de uma disposição jurídica pode emitir mais de um significado, exatamente pela vagueza, ambiguidade, abertura das palavras escolhidas pelo legislador na configuração das disposições jurídicas. O texto que diz é livre a manifestação do pensamento, qual é o significado? O interprete, aplicador do direito, deve escolher qual o significado. Como justificar o significado atribuído ao texto? Essas questões não são respondidas da forma simples do silogismo jurídico, porque o silogismo já pressupõe a escolha das premissas. Aqui, bem entendido, silogismo jurídico se refere ao modelo lógico-subsuntivo, no seu esquema simples “premissa maior, menor e conclusão”. O problema é que as premissas não basta, devendo ser justificada, e essa justificação não aparece na forma simples do silogismo jurídico. Na verdade, o silogismo jurídico é apenas uma parte do raciocínio jurídico. Então, as questões de interpretação são muito relevantes e o problema dela é que não aprece nesse esquema simples. Outro limite de problema desse esquema simples está no que se chama de “problemas de classificação”. Uma mesma situação da vida, um mesmo fato, pode tanto configurar a hipótese normativa de uma disposição jurídica como de outra. O fato consistente em alguém, com certa compreensão física importante, esbarrar numa pessoa de 60 anos, que está aguardando o ônibus. Essa pessoa mais jovem arranca a bolsa. A questão que se coloca diante desse fato é saber se ele constitui a hipótese normativa do crime de furto ou do crime de roubo. As evidencias probatórias dão conta de que o fato aconteceu dessa maneira. O problema é a classificação do fato. Na verdade, tem que escolher a premissa normativa já que a premissa fática está colocada. 
Outro problema importante do esquema simples, são os problemas de prova. Aqui, colocada a questão a respeito da justificação das premissas fáticas. As premissas fáticas no esquema simples são apenas empregadas e não justificadas. É preciso que as premissas fáticas sejam comprovadas. O silogismo simples não se ocupa na verdade das premissas empíricas, razão pela qual se mostra necessária a produção de provas, que justifiquem a verdade das premissas empíricas. Esse assunto remete à chamada argumentação empírica. 
Outro problema está na ausência de uma regra jurídica para disciplinar o fato colocado em exame judicial. É o problema da ausência ou lacuna de regra jurídica. É o caso em que não existe uma disciplina jurídica para o fato, porque não houve intervenção do legislador. Nesse tipo de caso, como, obrigatoriamente, a jurisdição deve apresentar uma solução para o caso que lhe é posto, ou seja, o juiz deve julgar o caso, independente da existência ou não de uma regra jurídica, ele precisa construir essa regra. na ausência da intervenção do legislador, o juiz é quem deve construir uma regra jurídica. Ai entra a possibilidade de trabalhar com metodologia jurídica, ou, eventualmente, princípios. Ex. união estável a pessoas do mesmo sexo. Nesse caso, teve-se, por parte do STF o entendimento de que, seja com base na analogia, dos princípios, é necessário alcançar a pessoas do mesmo sexo a união estável, pelas mesmas razoes que o ordenamento jurídico alcançava a homens e mulheres. A partr da regra jurídica que disciplinava uma união estável entre homem e mulher, foi construída pela jurisprudência, com base em analogia e princípios, a regra estabelecendo proteção jurídica a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Todo esse procedimento argumentativo desenvolvido pelo STF, foi no sentido de justificar a cofiguração, o estabelecimento de uma regra jurídica para disciplinar juridicamente uma situaão de fato para qual Mao era encontrada no ordenamento do legislador, uma resposta. Ainda quanto aos limites e aos problemas do esquema simples do silogismo jurídico, destaca-se o problema da injustiça da regra. nós temos, a rigor, elencados, os problemas de inteprretação, de classificação, de provas da ausência de uma regra jurídica, e ainda, da injustiça da regra. ou seja, nós temos um fato, o que esse fato encontra uma disciplina juridca dada por uma regra, no entanto, uma analise da aplicação dessa regra jurídica a esse fato, revela uma injustiça da regra. é o problema em torno da discussão moral, também relacionado com a discussão que envolve a invalidade da regra, e, portanto, a relação entre o direito e a moral. é a possibilidade do aplicador do direito, deixar de aplicar uma regra que ele considera injusta. Uma situaçãoq eu pode ser resolvida, é a partir do critério, de examinar se a injsutiça da regra é um caso de sua nulidade, e, portanto, a sua declaração de nulidade. Esse é um ponto. Esse tema se resolve com base no que estabelece a cf, sendo caso de examinar se a regra é invalidade, portanto, nula, porque violadora da cf, é o caso em que a injustiça da regra leva à sua inconstitucionalidade, havendo a necessidade de que ela seja declarada inconstitucional. Esse é um tema que a partir do qual nós temos que examinar a justificativa e os argumentos apresentados para justifcar a invalidade da regra e sua inconstitucionalidade. É quando uma regra é injusta de tal modo a isso aplicar a sua invalidade. Esse tema não se confunde com aquele caso em que se tem a injustiça da regra apenas quando aplicada a um determinado caso. Esse é o caso da não aplicação da regra porque se entende que a sua aplicação por razoees policitcas, sociais, com base numa argumentação consequencialista, leva a uma situalao de injustiça. É preciso que se faça distinção entre o caso de injustiça que deságua na inconstitucionalidade da regra e o caso de injustiça da regra apenas em uma determinada situação. No ultimo caso não se questiona a inconsitucionalidade, mas a injustiça da regra como disciplina jurídica de um determinado caso. O que se coloca é a possibilidade de não se aplicar a regra no caso especifico, não se questionando a validade da regra. esse tema remete a uma abordagem no sentido da chamada derrotabilidade das regras jurídicas. 
TÓPICA JURIDICA
	A tópica e a tópica jurídica se inserem no contexto de obras publicadas na década de 1950, relativamente entre as discussões em torno da metodologia jurídica. 
	A tópica jurídica encontra-se no livro de Vieweg, cujo titulo é “tópica jurídica”. 
A tópica se insere no contexto da teoria e filosofia do direito, relacionado com a metodologia jurídica. Em essência propõe uma reação ao pensamento jurídico sistemático, racionalista, assentado no método cartesiano.
 Basicamente, o que Vieweg propõe é uma resposta à insuficiência da tradição formalística. A ideia de rejeição à lógica dedutiva. A ideia central que pode ser encontrada é a de que a interpretação e a aplicação do direito, o raciocínio jurídico, não se reduzem a um método jurídico lógico axiomático dedutivo. Propõe, assim, uma retomada da retórica, uma reabilitação da razão prática. Um fenômeno que foi corrente no pós-guerra, também no âmbito da ciência política, literatura, etc. A tópica jurídica basicamente tem seu ponto de partida na tópica.
	A tópica é entendida como uma parte da retórica, e nesse ponto destaca-se que a retórica é o retorno à antiguidade,aos sofistas, Aristóteles, Platão, Cícero. Assim, Aristóteles foi quem deu nome à tópica, entendendo a tópica como a arte de disputar, da dialética, da boa construção dos argumentos, da estrutura dos argumentos, da credibilidade do orador, da estrutura lógica dos argumentos. 
Aristóteles fez uma distinção ao tema: 
Raciocínio apodítico é o raciocínio próprio da demonstração, o campo da verdade e da demonstração, em que as premissas são axiomas. As premissas do raciocínio apodítico são verdades primeiras, passiveis de demonstração, construídas a partir de premissas verdadeiras, e, portanto, a conclusão é verdadeira, porque corretamente formulado. 
Raciocínio dialético, que é estruturado a partir de premissas de opiniões verossímeis, amplamente aceitas, e acreditadas como verdades. Conceitos e proporções básicas do raciocínio dialético não são axiomas, mas topoi de argumentação, que são pontos de vista comuns, lugar comum, fórmulas variável no tempo e no espaço, de reconhecida força persuasiva no campo de opiniões. 
O topoi gira em relação ao problema, e as conclusões são dialéticas. No direito romano, o uso da retórica, da tópica especialmente, na aplicação dos casos pelo direito, não se ocupava de uma justiça geral, mas de uma justiça do caso concreto. A ideia, portanto, de que o juiz deveria empregar a prudência para resolver os problemas concretos. 
Então, a ideia a partir de Aristóteles é essa distinção entre esses pensamentos, e de que a tópica tinha um papel central, já que o raciocínio dialético não é estruturado em premissas que são verdade, mas premissas que são pontos de vista, que são topoi. Topoi é exatamente pontos de vista, fórmulas variáveis, com força persuasiva no confronto dos argumentos, e aí é que entram as questões atinentes à formulação dialética.
Cícero formula um catálogo de princípios, de lugares comuns, pontos de vista que gozavam de ponto geral. Como por exemplo, na duvida a favor do réu, proteção da confiança, obrigação de usar os meios menos agressivos ou prejudiciais, são vários exemplos de topoi, pontos de vista que poderiam ser empregados com significativa força persuasiva, para que o orador obtivesse a adesão do auditório, e, portanto, pudesse justificar uma solução para o problema concreto.
Questão importante: a tópica não se interessa pelas discussões em torno da formação do juízo, que diz respeito exatamente à estrutura do argumento, mas sim sob a invenção do juízo, da obtenção das premissas, construção dos argumentos, para verificar os topois que podem ser alcançados para adesão do auditório, para convencer o auditório, para que o argumento realmente funcione como uma razão para superar eventuais dúvidas na solução do problema. 
Esses argumentos estão contidos nos topoi, que são lugares comuns, que correspondem à ideia dos topois gregos.
A tópica é entendida como a arte de achar argumentos, e a formação do juízo e a passagem das premissas e a conclusão.
A questão atinente à formação do juízo, é uma questão que diz respeito a saber se as premissas empregadas fundamentam ou justificam a conclusão. A tópica não se ocupa disso, mas sim quanto a localizar, definir, formar os argumentos, em achar as premissas adequadas para dai então se justificar a solução para um problema. 
As características do pensamento da tópica: deve ser entendida como a técnica do pensamento problemático. A ênfase esta no problema. Sob ponto de vista do tipo de atividade, é uma busca e exame das premissas que podem ser apresentadas para a solução do problema. O foco não está na relação das premissas, mas sim na busca das premissas. O repertorio é sempre provisório, elástico e aberto. Aquele que se propõe a apresentar a solução para o problema, deve se ocupar nas premissas, possibilidades de orientação, porque os topoi e as premissas são fios condutores do pensamento. Essas premissas tem força persuasiva muito grande. 
O problema é toda questão que aparentemente permite mais de uma resposta. A tópica se propõe a resolver os problemas de difíceis soluções. Aqui, a relação entre a tópica e os hard cases. É a técnica do pensamento problemático. Essas premissas são os argumentos, os topoi, que devem ser encontrados para justificar a solução do problema. 
A tópica é deixada de lado a partir da era do iluminismo e racionalismo. O racionalismo traz a sistematização do direito, e a primeira grande sistematização está no código de Napoleão. Já a segunda vem no final do século, em 1896, que é o código civil alemão. 
“O método tópico” é completamente abandonado pelo método axiomático dedutivo, assentado na ideia de plenitude, totalidade, e independência. 
A ideia de que o modo de aplicação do direito deveria obedecer ao esquema das ciências naturais. O argumento central da escola da exegese é de que o juiz era simplesmente o executor do decidido pelo legislador, devendo simplesmente aplicar o direito (que era o dado pelo legislador), de modo que isso se mantém ao longo do século 19. 
O método axiomático dedutivo é a ideia de que se deve alcançar o direito no caráter científico, o que levaria à necessidade de axiomatização do direito completamente. O espaço para interpretação das normas jurídicas para além do estabelecido por intermédio de operações lógicas dedutivas estaria vedado, e, eventualmente, não encontradas no direito a plenitude, totalidade, uma solução, a resposta seria “casos em que o juiz não encontra resposta jurídica para fazer o julgamento e por isso deixa de julgar”. 
A crítica que o Vieweg faz é que esse modelo axiomático dedutivo não é capaz de dar todas as respostas definitivamente. Propõe uma recuperação do método do pensamento problemático, a busca pelo justo aqui e agora, justo pelo caso concreto.
Basicamente, os pontos centrais da tópica jurídica de Vieweg é a ideia de problema e aporia. A tópica é a ideia de pensamento problemático. Problema concreto, situação da vida real que precisa ser resolvida.
Aporia é uma questão que não tem uma única resposta clara e inequívoca, para a qual deve ser encontrada uma solução. A aporia fundamental é o justo aqui e agora.
A tópica é o sentido de dar os caminhos e as orientações para a solução da aporia. A contribuição da tópica é, por intermédio de argumentos, encontrar respostas, até mais de uma, para solução dos casos jurídicos que tem mais de uma solução. 
O modelo tópico de Vieweg está assentado em três pressupostos: 
1. A estrutura total do direito somente pode ser determinada e compreendida a partir do problema, ou seja, o direito somente pode ser entendido a partir do problema. 
2. As partes constitutivas do direito, seus conceitos, proposições, formulações, sempre devem estar relacionadas ao problema e somente podem ser entendidas a partir do problema. 
3. Os conceitos e as preposições do direito somente podem ser articulados numa aplicação que concede vinculação ao problema. 
Esses três pressupostos do modelo tópico de Vieweg não significam outra coisa que não “o direito somente pode ser compreendido, interpretado e aplicado, a partir de um problema concreto.”
O Vieweg diz que não existe uma resposta definitiva para o justo aqui e agora, e somente pode ser encontrado em atenção a um problema em especifico. O resto é resposta provisória, opináveis, discutíveis e não definitivas.
Um dos traços é o antissistematismo. A ideia é de que o pensamento problemático e o pensamento sistemático não combinam. O ponto de partida do raciocínio jurídico para a tópica é o problema, e não o sistema. 
O problema corretamente formulado busca um sistema que leve à solução. Mas a ideia de sistema aqui está falando de topoi, de um conjunto de topoi, a questão central entre o pensamento problemático e sistemático é o ponto de partida do raciocínio jurídico. É uma reação ao pensamento sistemático, porque o ponto de partida pela tópica não é o sistema jurídico, mas o problema, que é quem seleciona o sistema.
Pensamento sistemático: segundo Vieweg, tem como ponto de partida o sistema. É o sistema quem seleciona o problema. A função do interprete aplicador do direitona leitura de Vieweg, funcionaria como um interprete que tem um caso, um problema, e tem que dar uma solução para este caso. O intérprete deve buscar no sistema uma solução e encaixar o problema dentro do sistema, e a partir daí, com um conjunto de operações lógico dedutivas, resolver e dar uma solução para o caso.
O Vieweg objeta que o direito não pode ser reduzido a um sistema fechado, que tem todas as respostas. Um traço é a reação ao pensamento sistemático em favor do pensamento problemático. O ponto de partida do raciocínio jurídico é o caso, o problema, e a partir dai buscar uma solução justa, correta, sob o ponto de vista moral do caso.
Uma vez corretamente formulado o problema, vai se conseguir achar uma solução justa, correta, aqui, agora, para o caso, a realização da justiça no caso concreto.
Ainda, é a reação à lógica, Juan Antonio Garcia Amado destaca como traço da tópica o antilogicismo. O Vieweg destaca que o raciocínio jurídico teria dois momentos:
1. Pré-lógico, que é o momento da busca pelas premissas, que é o lugar da tópica (invenção do juízo, a busca pelas premissas)
2. Lógico: premissas em uma cadeia dedutiva fundamentam a conclusão 
O momento pré-lógico, da invenção, é o mais importante, por isso a tópica é entendida como a arte da invenção, a busca das premissas em relação ao problema, meditação pré-lógica. 
A lógica trabalha já com as premissas dadas pela tópica. A tópica antecede a lógica. 
Topoi é a possibilidade de orientação e fios condutores do pensamento.
CRÍTICAS À TÓPICA JURÍDICA
	Viewehg acredita que o aplicador do direito deve buscar a partir do problema uma solução justa e correta com base nos topói (lugares comuns).
	Pode-se trabalhar com a ideia de que a tópica jurídica constitui uma teoria da argumentação jurídica ou se é capaz de estabelecer critérios para a racionalidade da interpretação e aplicação do direito. O modelo lógico subsuntivo tem problemas insuperáveis para dar conta, por si só, da interpretação e aplicação do direito.
	A tópica jurídica não apresenta critérios para a racionalidade ou justificação racional para aplicação e interpretação do direito. 
	O papel da tópica foi chamar a atenção para dois pontos: insuficiência do modelo lógico subsuntivo como estrutura para dar conta da interpretação e aplicação do direito, e para a ideia de que a aplicação e interpretação do direito configura uma prática argumentativa. Esses dois pontos são importantes para canalizar a contribuição da tópica jurídica. 
A tópica jurídica abre portas para o nascimento das teorias da argumentação jurídica. 
A tópica jurídica não contribui decisivamente, que seja central para o oferecimento de critérios racionais da interpretação e aplicação do direito. 
NOVA RETÓRICA – Pererlman 
Produzida na década de 50.
O tratado de argumentação de Pererlman: propõe um alargamento de razão. O ponto de partida são as formulações do Gotlob Frege. 
Seus primeiros estudos são sobre a lógica clássica, e a partir deses estudos ele se dá conta da insuficiência da lógica clássica para cuidar dos problemas que são problemas práticos, que dizem com o que é certo e errado, com como devemos agir e o que devemos fazer.
A partir dos seus estudos, na nova retórica a proposta é um novo paradigma de razão. O paradigma de razão das ciências exatas não é adequado para dar conta da razão no âmbito das ciências humanas, da moral. 
O que ele propõe é que se deve buscar um novo paradigma de razão. Destaca que tudo o que aconteceu no final da primeira metade do século 20, exige a busca pelo novo paradigma de razão. Basicamente, propõe uma formulação importante, que desde o racionalismo era rejeitada, que é a possibilidade de se discutir de modo racional os problemas práticos. Até então prevalecia quase que absolutamente a ideia de que fora o âmbito das ciências exatas não havia razão. 
A argumentação se dá em função do auditório, dependendo diretamente dele. 
A argumentação é uma atividade linguística através da qual o falante ou o escritor busca obter a adesão do auditório, ou influenciar o auditório. exige um contato entre o falante e o seu auditório para eficiência é preciso que o falante conheça o auditório, que tenha como ponto de partida aquilo que é compartilhado pelo auditório, a mesma linguagem por ex. o falante precisa tomar como ponto de partida aquilo que já é conhecido e admitido pelo auditório. ainda, que deve adaptar o seu discurso ao auditório. precisa ter esse contato entre falante e auditório. 
A primeira formulação da nova retórica é que a argumentação é uma atividade que se desenvolve para e perante o auditório, querendo influenciar e obter a adesão do auditório.
Algumas condições devem ser cumpridas: 
1. Para eficiência, o falante consiga obter a adesão, é necessário que o falante compartilhe a mesma linguagem, ou seja, que eles pertençam a uma comunidade que compartilhe a mesma linguagem. Tem que adaptar a sua argumentação ao auditório. tem que verificar aquilo que já é aceito previamente pelo auditório. Tomar o que já é aceito como ponto de partida para desenvolver a argumentação; 
2. A adesão do auditório a argumentação se dê pelo próprio auditório, ou seja, que seja livre para aceitar os argumentos apresentados pelo falante, livre de coação, de pressão, de coerção, de manipulação. A argumentação exclui qualquer ato de violência. 
Quanto mais conhecer o auditório, mais facilmente obtém a adesão. Quanto mais adaptar o discurso àquilo que se conhece, mais se obtém a adesão do auditório. Tem que empregar uma linguagem tal modo que o auditório compreenda o que está sendo dito. O que não significa, no entanto, que o discurso será aderido. 
O auditório universal é o parâmetro normativo para a racionalidade da argumentação. 
O auditório universal é central à nova retórica, uma vez que, uma argumentação é racional quando ela é capaz de atingir um auditório universal. Um auditório particular apenas, não pode aspirar racionalidade. 
O parâmetro para racionalidade da argumentação é que ela seja capaz de alcançar convencimento perante o auditório universal.
O auditório universal seria toda a humanidade. Todas as pessoas dotadas de capacidade argumentativa. Uma argumentação tão bem construída que é capaz de obter a adesão de toda a humanidade dotada de capacidade argumentativa. 
O auditório particular pode ser facilmente manipulado, controlado, dominado, com artifícios retóricos de oratória, por exemplo, pela paixão, ideologias, emoção. 
O auditório universal é ideal, não existe concretamente. O auditório particular é concreto, existe. 
Quando a argumentação obtem a adesão do auditório universal, ela foi capaz de alcançar o convencimento. Persuasão visa apenas o resultado. 
A natureza da nova retórica – fichamento – g1
Fichamento para GI será texto NATUREZA DA NOVA RETÓRICA de Chaim Perelman, disponibilizado na Plataforma CANVAS	
	Somente duas categorias tradicionalmente eram admitidas: dedutivos e indutivos. Atualmente, a literatura indica a terceira categoria: adbutivos.
	Argumento indutivo válido é o argumento de que se as premissas são verdadeiras, a conclusão é necessariamente verdadeira. A validade depende da forma. 
	Argumento indutivo forte: se as premissas são verdadeiras, elas fundamentam a conclusão de forma muito provável verdadeira. As premissas não garantem a verdade da conclusão. O grau de aceitabilidade da conclusão depende do grau de aceitabilidade das evidências. 
Inferência abdutiva: a partir de fatos dados, daquilo que já é conhecido, que já é dado como verdadeiro ou presumido como verdadeiro, via abdução, uma presunção ou suposição é tomada como a melhor justificação ou melhor explicação. Parte do sabido para uma hipótese e a conclusão é a melhor das hipóteses. A partir de fatos dados ou conhecidos, presumidos como verdadeiros, chega-se a uma suposição que é tomada como a melhor explanação para os fatos conhecidos. Ex. 1. todas as pedras da mala são diamantes. Uma pedra é retirada da mala. A dedução que se tem é que esta pedra retirada é um diamante. As premissas implicama conclusão. 2. Todas as pedras retiradas do interior da mala são diamantes. A próxima pedra a ser retirada é uma pedra do interior da mala é um diamante. Conclusão: todas as pedras do interior da mala são diamantes. 3. Se todas as pedras retiradas da mala são diamantes, e encontra-se uma pedra no chão, a dedução é que a pedra que estava no chão é um diamante. 
Uma questão sobre o abdutivo é sobre existir ou não, diferença entre o abdutivo e o indutivo. A diferença apresentada é que o abdutivo dado um conjunto de fatos, considerados verdadeiros, a conclusão é a melhor hipótese de justificação. A conclusão é uma aposta. Não há certeza, pois não se tem uma evidência segura. 
Três passos: 1. um conjunto de premissas correspondente aos fatos dados, são as evidencias, presumidos como verdadeiros. 2. Verificar as hipóteses, as conclusões possíveis, o que se pode inferir a partir desses fatos. 3. Escolha da melhor hipótese e justificação considerados os fatos conhecidos. 
As evidencias permitem uma conclusão. 
É uma inferência derrotável ou excepcionável. Ela guarda uma relação com a chamada argumentação pela ignorância. A argumentação pela ignorância é quando uma argumentação é retirada de fatos que não há comprovação, mas evidências. Formula uma conclusão ainda que não tenham sido recolhidas todas as informações para se chegar àquela conclusão.a hipótese é a melhor diante das evidências colhidas até então, e as evidências não são completas, pois se fossem completas tem-se um raciocínio dedutivo. 
Critérios:
1. Quão decisivamente a hipótese entendida como a melhor, supera as demais?
2. Quão forte é hipótese independentemente das outras?
3. Qual o grau de confiabilidade das evidencias, dos dados conhecidos? (o que se tem em mãos, como confiar no depoimento dessa testemunha?)
4. Qual o grau de plausibildiade das outras hipóteses igualmente consideradas, tomados esses dados? 
5. Quanto tempo irá se gastar para tomar uma decisão pragmática, para definir sem qualquer dúvida esse caso? Eu vou conseguir reunir efetivamente todas as evidencias de modo que eu possa concluir dedutivamente? Inclui o custo do erro e o beneficio do acerto. 
6. A necessidade de chegar a uma conclusão o quanto antes, considerando a demora nas investigações. 
Inferência fundada na plausibilidade
Diferença entre plausibilidade e probabilidade: há uma controvérsia sobre a distinção mas na literatura se encontra. A plausibilidade pode tornar-se probabilidade. Mas probabilidade pressupõe um conjunto de proposições alternativas, atribuindo-se pesos diferentes a cada uma, conforme seu respectivo conteúdo. Probabilidade tem ligação com estatística. Plausibilidade tem haver com as expectativas criadas com base nas situações que as pessoas já estão familiarizadas. É um conjunto aberto de proposições alternativas, medidas grosseiramente, considerados corretos na tomada de decisão. Há divergência sobre. O conceito que aqui interessa é a plausibilidade.
Plausibilidade relacionada com racionalidade. 
Critérios para aceitação da plausibilidade. 
1. Presença plausível e irreversível 
2. Que tenha sido testada. (se testado passa no teste)
3. Está conforme o que é aceito como verdade. 
A plausibilidade é construída com base no que é normalmente esperado, considerado o contexto no qual as pessoas estão familiarizadas. Expectativas em relação às circunstâncias. 
Os argumentos fundados em presunções, ou inferências presumíveis: as presunções são justificadas por razões de ordem prática. Tomar uma decisão ou aceitar conclusões provisórias. ex. presunção jurídica da morte de uma pessoa desaparecida por muito tempo, em questões de partilha de bens, etc. 
Normalmente as inferências presumíveis são mais comuns na argumentação jurídica. 
Esquemas de argumentação: existem diversos tipos de argumentos que são melhor avaliados por meio de critérios que não são nem os critérios do indutivo nem dedutivo, sendo indicados como falácias informais por muitas vezes. Por isso são importantes estes esquemas, ou seja, significa decompor a estrutura de cada um dos argumentos, separar as premissas, os passos de cada um dos argumentos. Existem muitos argumentos que não se encaixam, ou toma o conceito de argumento indutivo de uma forma bastante ampla (tipo tudo ou nada), ou seja, o que não é dedutivo é indutivo. Na verdade esses argumentos são fundados em inferências presumíveis, mas são argumentos racionais, que podem ser empregados para justificar racionalmente uma conclusão. 
Argumento de autoridade
Tem a seguinte estrutura: premissa maior (diz que A é uma autoridade no assunto S, que contém a proposição P. O A é uma autoridade no assunto saúde onde é afirmado algo sobre corona vírus. Essa é a premissa maior. O A afirma alguma coisa sobre esse assunto e afirma que é verdade, é a premissa menor. O A afirma que a proposição Q sobre o assunto S é uma verdade. A conclusão é a proposição afirmada pode ser tomada como presumivelmente uma verdade). Na argumentação jurídica, em certa medida o argumento com base no precedente pode ser tomado como um argumento de autoridade (STF autoridade na interpretação das normas constitucionais. O STF afirma que uma determinada norma constitucional deve ser interpretada de uma determinada maneira. Logo, essa é a interpretação correta dessa determinada norma constitucional). Está assentado na ideia de conhecimento sobre determinado tema. 
A partir dessa estrutura se avalia o argumento. Ele é sólido e constitui boas razões para facilitar a conclusão quando responde bem as questões criticas.
Pode ser testado em seis questões critica (vale para qualquer tipo de argumento):
1. Questão da autoridade. A autoridade é idônea? Ela tem credibilidade? 
2. Área do conhecimento. O A é efetivamente na área do conhecimento do assunto S?
3. Opinião. O que o A afirma implica a verdade daquilo que ele afirma? 
4. O A é confiável?
5. Questão de consistência. Aquilo que é afirmado pelo A é consistente com aquilo que é afirmado por outras autoridades, igualmente autoridades no mesmo assunto.
6. Fundamento da evidência. A questão formulada pelo A encontra-se fundada em alguma evidencia cientifica? Outro tipo de evidencia ou prova? Existem outras possibilidades que aquilo que o A afirma é passível de aceitação ou é verdadeiro?
A estrutura do argumento de autoridade: A é uma autoridade no assunto X, logo, é verdadeiro ou é provavelmente verdadeiro, pode ser tomado como verdadeiro. 
Pode-se trabalhar tanto na argumentação dialogada como desenvolvido em uma argumentação escrita, ou numa apresentação. 
Esquema do argumento abdutivo
A inferência abdutiva trabalha com a ideia de trazer evidências disponíveis, das provas e dados disponíveis, no contexto, por ex, de andamento de investigação. São fatos dinâmicos, pois a todo momento podem ser trazidas novas informações, e a qualquer momento uma escolha, uma hipótese tem que ser levantada. Então, esse tipo de argumento, o certo é que todas as informações, circunstâncias, dados para tomadas de decisões não são conhecidos, de modo que pode vir novos fatos. São melhor avaliados em uma argumentação dialógica entre duas partes. 
A inferência abdutiva é típica da argumentação dialógica entre duas pessoas. 
A rigor o argumento abdutivo trabalha com duas variáveis.
1. É constituída pelo conjunto de proposições que descreve os fatos que são tomados como verdade ou são presumidos como sendo verdadeiros. O conjunto de proposições que descreve os fatos tomados como verdadeiros é uma variável. 
2. A conclusão ou a hipótese, entendida como a melhor explanação a ser inferida a partir do conjunto de proposições fáticas dadas em F. 
A rigor, tem duas variáveis. A variável F que corresponde aos fatos e a variável E que pode ser formulada a partir do conjunto de proposições dado em F. 
Está fundada na seleção da melhor explanação, a partir de evidencias ou fatos conhecidos. Se é assim, a abdutiva é um caso especial. É fundada na plausibilidade. 
A inferência abdutiva aparenta ter origem na presunção, tendo uma relação próxima com a inferênciapresumível. 
É provisória, porque ela é tomada a partir dos dados até então conhecido, podendo ser suspenso a qualquer momento. 
É uma terceira categoria, para alem da indutiva e dedutiva. 
O critério da validade lógica formal não é adequado para avaliar argumentos empregados na linguagem comum na vida diária. Pererlman refere igual. 
O procedimento argumentativo é guiado por regras. 
A força de um argumento depende de um conjunto de elementos.
Para identificar os itens de um argumento
1. Qual é o ponto de partida de um argumento? O que se tem para desenvolver o argumento?
2. Aonde quer chegar, provar, com esse argumento?
3. Procedimento que o argumento deve seguir.
4. Sequencia de passos que um argumento deve observar e quais são as relações entre esses diferentes passos, diferentes etapas?
5. Quais são as questões que podem ser formuladas para testar um argumento?
É um conjunto de questões que nos permite investigar a respeito dos elementos que compõem um argumento. 
Quatro elementos de um argumento, segundo Tolmin: conclusão, fato, regra de garantia e fundamento da regra de garantia. 
Conclusão: aonde se quer chegar. Deve ser claramente e objetivamente colocada. Para trabalhar a qualidade do argumento é importante que esse argumento coloque um ponto de chegada, uma conclusão, de forma clara e objetiva. Um argumento cuja conclusão é ambígua, vaga, incerta, não é clara quanto ao seu destino final, é bastante problemático. 
Fato: as evidencias empíricas, dados científicos, ponto de partida. 
Regra de garantia: como justificar dos fatos à conclusão, é o que garante o movimento do fato à conclusão. É o que justifica a passagem do fato para a conclusão. Diferentes áreas do conhecimento têm diferentes regras de garantia. As regras de garantia são dadas pelas diferentes áreas do conhecimento, leis da natureza, ciência, leis da física, da química, da biologia, normas jurídicas, precedentes, regras da experiência. 
Fundamento da regra de garantia: é possível que as regras de garantia possam ser colocadas, quando então devem ser colocados os fundamentos para justificar as regras de garantia. Servem para justificar a garantia. É a garantia da garantia. 
O silogismo é um argumento dedutivo, são duas premissas e a conclusão é com base nessas duas premissas. 
A lógica formal não é adequada para a argumentação utilizada no dia a dia. 
A argumentação é uma atividade guiada por regras.
Elementos de um argumento, compreendidos a partir de 04 pontos, segundo Tolmin:
1. Conclusão do argumento, ponto de chegada, resultado, objeto central do assunto proposto pelo argumento. CONCLUSÃO
2. Informações, circunstâncias, dados, evidências, que estão apresentados para justificar a conclusão. Temas relevantes para a aceitabilidade da conclusão, fatos, conhecidos ou presumidos. FATOS 
3. Regra de garantia, que justifica a passagem do fato para a conclusão. Essa regra de garantia, a passagem do fato para a conclusão é garantido por diferentes regras de garantia, próprias das áreas de conhecimento. Por ex. as leis da natureza fornecem regras de garantia, as normas jurídicas e os precedentes, as regras da experiência, etc. Cada argumento tem que ter uma regra de garantia e essa regra é que permite que se possa passar do fato, da evidencia das provas, para a conclusão. REGRA DE GARANTIA
4. Fundamento da regra de garantia. É a garantia da garantia. Porque a regra de garantia pode ser colocada em dúvida ou controvertida, e nesse caso, devem ser colocados argumentos para se aceitar a própria regra de garantia. FUNDAMENTO DA REGRA DE GARANTIA
Um exemplo: 
O “a” estava dirigindo veiculo sem cinto. Esse é o fato. 
A regra de garantia (o que permite justificar a conclusão a partir do fato), ou seja, que conduzir veículo sem cinto, tem multa X. 
É possível que seja colocada em duvida a regra de garantia (garantia da garantia), devendo ser apresentado fundamento, que pode ser “a regra que diz conduzir veiculo automotor sem cinto de segurança, multa X”, é uma regra válida da CF, constitucional. Esse é o fundamento da regra de garantia. 
CONCLUSÃO: é a conclusão do argumento. Destinação final, apresenta o argumento para quê? Qual o objetivo? Ponto de partida e de chegada de um argumento. Na formulação de um argumento é importante que a conclusão seja clara e objetivamente colocada. Ambiguidade, vagueza, falta de clareza, devem ser resolvidas antes, senão o argumento possuirá problema de força argumentativa, e, inclusive, de correção. É importante que se identifique claramente o argumento. O que o argumento apresentado busca fazer a ser aceito? No exemplo, a conclusão é de que “a” tem que pagar a multa X. 
FATOS: os fatos são dados, são evidências, registros, argumentos que são apresentados para justificar uma conclusão. Uma conclusão fática, juízo de dever, de valor, deve ser formulada acompanhada por um conjunto de informações, dados, registros, evidencias, caso se pretenda a aceitabilidade racional. Os fatos são as evidências que se apresenta para justificar a conclusão. A aceitabilidade da conclusão depende da aceitabilidade dos fatos, das evidências. Os fatos devem ser relevantes e pertinentes para a aceitabilidade da conclusão. Se não guardam relação e não tem relevância e pertinência, nada contribuem para a aceitabilidade da conclusão. 
REGRA DE GARANTIA: é a regra que estabelece a conexão entre o fato e a conclusão, de maneira que os fatos possam justificar a aceitabilidade da conclusão. 
FUNDAMENTO DA REGRA DE GARANTIA: a regra de garantia não pode fundamentar sua própria validade. É preciso dizer “de onde se tirou a regra de garantia”. É a garantia da garantia, apresentando-se, então, uma outra regra. é importante a escolha correta da regra de garantia, é decisiva para a força de um argumento. Pode existir mais de uma regra de garantia, como por ex, no conflito de direito à privacidade e o direito à informação. Podem ser definidos critérios para determinar qual deve ser a regra de garantia que vai levar à conclusão de um caso. Um destes critérios pode ser a ponderação dos direitos em colisão. 
Ex. o argumento 1 fundamenta a conclusão intermediária 1, e assim por diante. Se trata de uma cadeia de argumentos, e não somente um isoladamente. 
FORÇA DE UM ARGUMENTO: como identificar a força de um argumento? Do que depende a força de um argumento?
A força de um argumento depende se as conexões entre as partes de um argumento estão presentes. 
Quatro temas são centrais para Tolmin:
1. Frases de qualificação. Essas frases ou palavras de qualificação são as empregadas no argumento para sinalizar os graus de certeza da conclusão. Porque uma conclusão pode ser certa, provável, muito possível e apenas possível. 
2. Condições de exceções: fazem com que a força do argumento seja dependente de determinadas circunstâncias e condições. Isto significa que argumentação é passiva de derrota, argumentos podem ser excepcionados, refutados, assim como conclusões. 
3. Ônus da prova e dilemas: uma situação prática qualquer exige uma tomada de decisão. Questões importantes são tomadas ainda que ausentes as evidências necessárias. 
4. Relevância do argumento no contexto em que é empregado. O argumento no contexto em que está sendo posto tem relevância? É necessário?
Qualificação da conclusão: um dado pode justificar certamente uma conclusão, pode justificar que é provável ou que é presumível. Existem, portanto, conclusões que são tidas como necessária, certa, presumível, provável, possível, aparentemente, plausível, etc. Isso é importante para determinar a força de um argumento. É indicada pela presença dessas palavras qualificadoras. A partir de um fato qualquer pode ter uma conclusão certa, provavelmente certa, presumivelmente certa, e assim por diante. Ex. alguém que matou uma pessoa, PODE ser condenado, é provável que seja condenado, tendo em vista que pode ser absolvido, pode ser considerado inimputável, etc. Forma do argumento: se o fato F, então presumivelmente (provavelmente, há suposição, etc) C, salvo se R. 
Quem coloca o argumento, deve justificarpor que tais argumentos devem ser apresentados. 
Inicia-se a necessidade de que sejam apresentados argumentos (depende do contexto da argumentação, evidentemente).
O ônus da prova é sempre de quem apresenta uma questão. Quem exige um argumento deve suportar a carga inicial da prova, ou seja, justificar o porquê está exigindo que argumentos sejam apresentados. Quem deve suportar a questão é o “desafiante”, quem traz o argumento.
FALÁCIAS
Um argumento falacioso é um argumento reconhecidamente problemático. É um argumento que aparenta ser bom, com poder argumentativo forte, mas fica na aparência, pois um exame mais rigoroso permite concluir que é um mau argumento.
A característica central das falácias é que os seus elementos não fundamentam a conclusão. Os problemas de um argumento falacioso podem estar em cada elemento dos argumentos ou no desenvolvimento das fases do argumento. 
É difícil montar um catalogo exaustivo, definitivo, de quais falácias existem. 
Os fatos não fundamentam a conclusão, porque não existem. Determinadas falácias ocorrem justamente em função da ausência de fatos. Na verdade nem são argumentos, são pseudoargumentos, pois não são apresentadas evidências que fundamentem a conclusão. 
Outro argumento falacioso é o das irrelevâncias das evidências apresentadas.
Um terceiro tipo é insuficiência de evidências.
No quarto tipo não há regra de garantia.
No quinto tipo, são falácias resultantes pela ambiguidade. 
FALÁCIAS - EVIDÊNCIAS IRRELEVANTES
Argumento circular: esse tipo de argumento, a evidência apresentada é a própria conclusão, só que formulada de modo diferente. Então, a conclusão ela se confunde com a evidência apresentada para justificá-la. Tem-se aqui um argumento circular, ou, as definições circulares. Ex. um gato é um animal, destilação é a definição de destilaria, concluir que A está dizendo a verdade, etc. É empregado como uma tática para desviar um assunto em uma discussão, ou para não responder uma pergunta X. 
Falácia da pista falsa: manobra em retirar o foco do assunto relevante para outro meramente tangencial e desimportante. Nesse tipo de argumento falacioso o assunto central é deixado de lado, e passa-se a tratar de outro tema. Traz-se para o discurso outro assunto que tem uma relação mas não é relevante para o tema central da discussão. 
Falácia do espantalho: consiste em distorção ou reformulação do tema por quem argumenta, de modo a simplificar o argumento. É uma situação em que quem argumenta de forma falaciosa, distorce as afirmações colocadas pelo adversário, de modo que elas fiquem mais frágeis e mais facilmente atacáveis. Ex. “A” diz que o governo só se preocupa com o crime quando questões como pobreza, destruição ambiental continuam a ser deixadas de lado, subestimadas. O “b” diz que está surpreso com o fato do “a” dizer que o crime é tão sem importância, quando a situação do país se encontra em uma quebra da segurança jurídica. Ou seja, o “b” distorce essa opinião, atribuindo ao seu oponente dizendo que o crime é uma situação social sem importância, quando na verdade isso não foi sustentado pelo “a”. 
Argumento de autoridade: utilizada para testar um argumento de autoridade. Se ele falha em uma das questões criticas, está-se diante de um argumento falacioso, que é a falácia do argumento de autoridade: 1. Saber se o “a” merece credibilidade como autoridade. 2. Saber se efetivamente “a” é uma autoridade na área do conhecimento sobre a qual emitiu uma opinião, ou afirmação. 3. Se aquilo que é afirmado pela autoridade é relevante e implica a verdade daquilo que ele afirma. 4. Se o “a” é pessoalmente confiável como uma fonte. 5. Se aquilo que o “a” afirma é consistente com o afirmado por outras autoridades, ou seja, se não existem outras autoridades que afirmam o contrário do que é afirmado pela autoridade em questão. 6. Se aquilo que a autoridade afirma é fundado em alguma evidência científica. Quanto menos responder bem a estas questões, mais fraco é este argumento. 
Argumento contra a pessoa: é o argumento falacioso porque quem argumenta refuta uma conclusão com base em fatos (não importa verdadeiros ou falsos) que são negativamente referidos a quem apresentou o argumento. Ataca a pessoa, e não o argumento que é apresentado pela pessoa. Ex. dizer que o adversário não merece credibilidade, que errou, porque ele te traiu, então não é confiável. Está-se atacando a pessoa, e não o conteúdo dos argumentos por ela formulados. 
Culpa por associação: é um caso de generalização. Quando pertence a um grupo que é desacreditado, então você também é desacreditado. 
Argumento da ignorância: uma conclusão é fundamentada porque o contrário não pode ser provado. Ausência de provas. É o exemplo clássico do ateísta: deus não existe porque não existem provas que deus existe. A prova está na falta de prova, só que falta de prova não é prova. 
Apelo ao povo: o fato de muitas pessoas acreditarem que algo é verdadeiro é apresentado como uma prova de que esse algo é verdadeiro. É o caso do argumento fundado no marketing e na publicidade. 
Apelo à compaixão: é o argumento que apela \ás emoções, sentimentos, buscando simpatia nos casos que se coloca necessidade de uma decisão racional. Ex. tribunal do júri. 
Apelo à força: é fundada na ameaça a partir da qual deve ser fundada a conclusão. Não precisa ser ameaça física, mas também moral ou psicológica, violando a liberdade e as convicções individuais. Ex. traficantes ameaçam pessoas que tem conhecimento de suas organizações criminosas no caso de ser chamada a ser testemunha; quem sofre assédio caso denuncie o referido assédio. 
FALÁCIAS - EVIDÊNCIAS INSUFICIENTES
As evidencias para justificar a conclusão são ineficientes. Guardam relação com a conclusão, mas são insuficientes. A partir de um conjunto de evidências se formula uma generalização. 
Falácia da generalização apressada: as evidências apresentadas não são suficientes para justificar a conclusão. Os dados não são suficientes para passar dos dados para a conclusão. Decorre da generalização apressada, os dados, as amostras são insuficientes para justificar a conclusão. Cuida-se de um salto à conclusão. Isso normalmente acontece nos casos de amostras insuficientes e nos chamados exemplos atípicos. A amostra insuficiente é identificada como a formulação de uma generalização a partir de poucos casos, poucas evidencias. Ex. concluir que todos os carros da marca X são ruins com base em pessoas que não tiveram experiências positivas com essas marcas; generalização com base em estereótipos raciais, nacionais, etc. O problema deste argumento está na falta da regra de garantia, e caso uma seja apresentada, o problema vai estar na sua fundamentação. É o exemplo de se afirmar que os alunos da FMP são bons alunos, e fulano de tal é aluno da FMP então é bom aluno. O problema é “que conheço 15 e a FMP tem 900 alunos”. 
Generalização apressada – exemplo atípico: o exemplo apresentado como evidencia não serve de base para uma conclusão geral. Ex. ter uma experiência negativa e a partir dai generaliza dizendo que o restaurante não é bom, a faculdade de direito não é boa, o diretor de cinema não é bom, etc. Generaliza de forma ampla. 
Acidente: se insere no contexto das anteriores. Na falácia da generalização apressada, a insuficiente é quantitativa, dada a existência de evidências insuficientes para fundamentar a conclusão. No caso da falácia do acidente, a insuficiência é qualitativa, porque o argumento falha na consideração das particularidades do caso e afasta a fundamentação da conclusão. É o caso em que uma regra é válida e é amplamente aplicável mas ela não deve ser aplicada porque circunstancias especiais do caso excepcionam e isso não é observado. O problema da falácia do acidente é que não se observa, não se percebe alguma particularidade do caso que autoriza uma exceção à regra geral. Ocorre quando são desprezadas generalizações próprias para disciplinar situações que estão no contexto “do que é esperado acontecer”. As regras gerais são generalizações próprias que são formuladaspara disciplinar situações correntes no contexto do que é esperado acontecer. Há situações que não estão contidas na regra. Ex. na FMP os alunos não matriculados devem pagar 10 reais pela consulta de livro na biblioteca. Essa é a regra. “A” é o aluno não matriculado na FMP e dirige-se à biblioteca para retirar um livro para consulta local. A funcionária exige que o aluno pague o valor, já que ele não é matriculado na FMP. Só que “a” participa do salão de iniciação cientifica na FMP e no edital autoriza a consulta de livros na biblioteca, pelos participantes, sem custos. O coordenador da biblioteca dispensa o pagamento reconhecendo uma exceção. 
Esse grupo tem como mais importante a questão da generalização apressada. As evidências são insuficientes para justificar a conclusão. 
FALÁCIAS QUE RESULTAM DA AUSÊNCIA DE REGRAS DE GARANTIA – se supõe a existência de garantias que não existem ou não servem para suportar a fundamentação da conclusão. Isso acontece normalmente quando a regra de garantia não se acha explicita no argumento, e uma vez explicita, verifica-se que não há essa regra.
Falácia da questão complexa: ocorre quando é formulada uma questão quando na verdade é duas. De modo que é impossível responder uma sem interferir na outra. Ex. você já deixou de agredir sua esposa? É o atual rei da frança careca? Você já deixou de usar drogas? Em qualquer dessas perguntas, a resposta sim ou não compromete o que responde. Por ex. se a pergunta formulada é “você já deixou de usar drogas?” a resposta sim ou não implica admitir o uso de drogas, a pergunta já determina a resposta do destinatário. Esse tipo de tática é muito recorrente no ambiente político. 
Causa falsa: vai-se para os argumentos causais. São basicamente os argumentos que pressupõem uma relação de causa e efeito. A questão da análise do argumento falacioso sob o ponto de vista causal ocorre necessariamente na falácia da causa falsa. Esse argumento é empregado comumente quando há uma confusão ou uma identificação entre a sucessão ou sequencia temporal ou sucessão e sequencia causal. Ou, quando erroneamente um evento é tomado como causa do outro. No primeiro caso, é preciso distinguir entre sucessão temporal e relação causal. São coisas diferentes. Uma situação é a sucessão de dois eventos no tempo, ou seja, um evento acontece depois do outro. A ocorrência de um evento depois do outro. Outro fenômeno é a sequencia ou relação causal entre dois eventos, o que significa que um evento é a causa do outro. 
Argumento por analogia: 1. Trabalha-se com a ideia de que há um caso fonte e um caso alvo, e há questão de similaridade. O que vale para o caso fonte, vale também para o caso alvo. Funciona a partir, basicamente, da premissa de similaridade. É centrado na ideia de comparação, aonde se compara situações, pessoas, eventos. Basicamente a partir do que se tem como aceito em relação a um caso (verdadeiro, correto), e existe um caso similar a ele, isso que é aceito ao caso fonte, se transfere ao caso alvo. Dois casos, duas situações, duas pessoas, e compara e aquilo que vale para um, vale para o outro, na medida que eles são similares. Uma questão importante é que tem que haver essa relação de similaridade, devendo compartilhar uma série de características. Um outro elemento, além da similaridade, é que para haver um bom argumento por analogia, a similaridade tem que ser relevante, para fins de justificação da conclusão. 
Ex. uma pessoa que quer adquirir um automóvel veloz, e para isto verifica que vários amigos possuem carros velozes e que são amarelos. Ela conclui, portanto, que tem que comprar um carro amarelo para ter um carro muito rápido. 
A força do argumento por analogia depende que haja essa relação de similaridade, e, além disso, essa similaridade tem que ser relevante para o fim da comparação. 
Em relação ao caso fonte, tem que ser verdadeiro, correto e amplamente aceito. A conclusão do caso fonte tem que ser uma verdade, ou algo correto, pois isso se transfere ao caso alvo.
A avaliação do argumento por analogia pode ser a partir do que na literatura se chama de questões criticas. 
1. Os casos são similares? Qual a relação de similaridade? A similaridade está bem colocada? A similaridade é relevante? Verificar se não há diferenças entre os eventos que comprometa a similaridade entre eles.
2. Aquilo que é firmado em relação ao caso fonte tem que ser definitivamente uma verdade.
3. Verificar se não existem outros casos que poderiam servir como caso fonte. Não há, por exemplo, dois casos fontes? (Por ex. se o caso fonte dois tem uma resposta diferente. Posso comparar o caso alvo tanto com o caso fonte 1, tanto com o caso fonte 2. O problema se dá quando os casos fontes tem respostas diferentes). 
Em situações, por exemplo, de casamento entre pessoas do mesmo sexo, utiliza-se o que “serve” do caso fonte, e aplica-se ao caso alvo. O melhor fundamento é a construção. 
Avaliação: áudio a ser postado no moodle, que tem como tema a crítica do argumento por analogia no caso do violinista que defende o aborto. Explicar o esquema do argumento por analogia, as questões críticas para examinar a força desse argumento (PRIMEIRA PARTE DO ÁUDIO): COMO FUNCIONA O ARGUMENTO POR ANALOGIA. APRESENTAR AS QUESTÕES CRITICAS PARA AVALIAR A FORÇA DO ARGUMENTO. E NA SEQUENCIA, ANALISAR O ARGUMENTO POR ANALOGIA EMPREGADO PELA TOMPSON NO CASO DO VIOLINISTA. 
O que é analogia > explica esquema do argumento > colocar questões críticas > examinar se o argumento que ela empregou é um bom argumento, se ele se mantém, se é e se não é, pq não é um bom argumento por analogia. 
Explicar o esquema do argumento por analogia (o que é e como funciona) + as questões críticas para exame de força do argumento + analisar o argumento por analogia empregado por Thompson no argumento por analogia no caso do violinista. Prazo: 12/05.
O caso: 
Uma pessoa que é sequestrada para fins de garantir a vida de um famoso violinista, porque é a única pessoa que tem condições de ser ligada por aparelhos ao violinista que tem problemas de rins (fatal, não existem medicamentos capazes de fazer com que ele sobreviva). 
Essa pessoa é sequestrada, sedada, e levada ao hospital, e lá é conectada ao violinista. 
Tem que ficar ali durante nove meses, porque se realizar o desligamento, o violinista morre. 
A questão que se coloca é saber se essa pessoa que foi sequestrada tem direito a exigir o desligamento dos aparelhos que estão lhe ligando ao violinista, independentemente disto resultar a morte dele.
A conclusão é de que efetivamente poucos se recusariam a reconhecer que a pessoa sequestrada tem direito a proceder ao seu desligamento do corpo do violinista.
Esse é o caso fonte.
O caso alvo é a gestante. 
Ela tenta construir um argumento buscando mostrar que a gestante tem direito a se autodeterminar tanto quanto a pessoa que foi sequestrada. 
Portanto, a gestante tem direito a interromper a gravidez.
Um ponto forte desse argumento é colocar a discussão do aborto sob o ponto de vista de um sistema de direitos.
Ela trabalha com a ideia de que a pessoa sequestrada tem direito independentemente do resultado.
A gestante, então, teria direito de se autodeterminar e dispor como bem entender a respeito do seu corpo, e, portanto, tem direito a interromper a gestação, independentemente do que resulte o aborto. 
Essa formulação não está em discussão a existência ou não de vida, que é uma questão colocada na maioria dos casos em que se discute a correção moral e/ou jurídica do aborto.
>>Qual a relação que existe entre a gestante e o feto que não existe no caso do violinista com a pessoa sequestrada. 
>> A gestante tem responsabilidade?
ARGUMENTAÇÃO: ATIVIDADE DA LINGUAGEM
Contribuições da filosofia da linguagem
O significado das palavras depende de como elas são usadas nos respectivos jogos da linguagem que estão diretamente ligados a uma determinada forma de vida. As mesmas palavras têm significados diferentes, relacionado à cultura, à determinada forma de vida. 
Atos de fala performativos: são atos nos quais nãose tem apenas um som, mas sim o efeito de fazer alguma coisa. Quando se diz “juro”, tem som, tem significado que é atribuído a isso, mas tem também que se está fazendo alguma coisa. 
Atos constatativos: “o carro é azul”, constata algo, demonstra algo. 
Doutrina da infelicidade: os diversos atos de fala para serem realizados de forma exitosa, feliz, devem ser realizados mediante o cumprimento de determinadas condições, procedimentos aceitos. 
1. Para que sejam realizados de forma exitosa é preciso que as exigências mínimas de comunicação, de capacidade intelectual devem ser satisfeitas. Caso contrário, não há êxito. A pessoa que faz um juramento não tem condições de compreender o que está fazendo, não há condições mínimas de prática da linguagem. Essas condições mínimas podem assumir uma ideia de inteligibilidade, de clareza, de condições de participar de interações argumentativas. 
Destaca-se que diversos atos de fala têm exigências diferentes. Ex. só se tem um juramento se “eu juro” for desenvolvido com condições aceitas. O “eu juro” feito em uma peça de teatro, na televisão, não é um juramento. No entanto, o juramento que se faz na formatura, ou quando recebe a carteira da OAB, ou quando assumir um cargo público, ai sim é um juramento, caso ele for realizado conforme um ritual estabelecido. O ato de falar “aposto”, da mesma forma. Para que se realize de forma feliz, é preciso que se cumpram determinadas condições, como por ex. não há como apostar a respeito de algo que já aconteceu. 
A questão da verdade, da sinceridade, das intenções, são bem importantes. 
A promessa é um ato de fala performativo. Quando se diz “prometo” também se faz algo: uma promessa. A questão da verdade, por exemplo, numa promessa de algo que vai acontecer realmente independentemente da promessa, a rigor não é uma promessa, como prometer “que amanhã é quarta-feira”, não faz sentido, pois pelo curso natural amanhã é quarta-feira. Para que seja uma promessa o prometido tem que ser prometido com intenção de se cumprir o que foi prometido. E isso precisa ser reconhecido a quem essa promessa é dirigida. O êxito, ou o sucesso do ato de fala da promessa, pressupõe intenções, desejos, senão não há uma promessa. Quem faz uma promessa antecipadamente já sabendo que não vai cumprir o que prometeu, a rigor, não faz uma promessa, pois o ato de fala não se realiza de forma exitosa. 
	TESE DO CASO ESPECIAL
	A tese do caso especial diz que o discurso jurídico é o caso especial do discurso prático geral. Toulmin coloca a ideia de que não há diferença entre a argumentação jurídica e a argumentação desenvolvida na linguagem corrente utilizada no dia a dia, sob o ponto de vista da correção da argumentação. A tese do caso especial diz que o discurso jurídico se desenvolve sobre a base da argumentação prática geral.
A argumentação prática geral é toda argumentação desenvolvida para justificar juízos de dever, juízos morais. Para justificar as nossas escolhas, a distinção entre o certo e o errado. Toda atividade argumentativa que nós desenvolvemos diariamente é para justificar juízos de dever (se se trata de uma situação prática) ou juízos práticos (questão teórica qualquer). 
A distinção entre um problema questão teórica se resolve com base em argumentos empíricos, em provas, evidencias, com base em proposições ou frases que podem ser verdadeiras ou falsas. Verifica-se através da experiência. Premissas fáticas. Não há dúvida quanto a se aplicar as regras da lógica nesse tipo de raciocínio (que se chama de raciocínio teórico), e servem para justificar frases descritivas, que podem ser verdadeiras ou falsas a respeito dos fatos (daquilo que é verdadeiro e daquilo que é falso). 
Na argumentação jurídica os fatos são centrais, por isso a questão teórica é importante. Tem que ter provas, evidências, que asseguram a verdade dos fatos alegados. 
Questão prática: “devemos ou não”. 
Caso especial porque nas duas se coloca a pretensão de correção, ou seja, quem argumenta sempre coloca a pretensão de que seus argumentos são corretos e o que é afirmado está passível de ser justificado. Tem expectativa do que é afirmado como sendo correto tem a expectativa de que as pessoas aceitem isso como correto. 
O discurso jurídico é um caso especial pois no discurso jurídico temos as normas jurídicas, as formulações da ciência jurídica, e as decisões judiciais e precedentes. Na argumentação jurídica alem de argumentos práticos, éticos e pragmáticos, tem-se as normas jurídicas, as formulações das ciências do direito. 
Discurso prático. Como se resolve? Com base em argumentos morais, éticos e pragmáticos. Por ex. colocar ou não colocar máscara? 
O discurso jurídico e o discurso da prática geral se identificam mas são diferentes, por isso “caso especial”. Porque no discurso jurídico nós temos o direito positivo, as formulações da ciência jurídica, as decisões precedentes dos tribunais. 
Pretensão de correção: a) afirmar que algo é correto; b) justificar que algo é correto; c) ter expectativa que o afirmado como correto e o justificado como correta, seja aceito como correto.
Caso especial: direito positivo; formulações da ciência jurídica; decisões precedentes dos tribunais.
A tese do caso especial é pretendida por Alexy.
Alguns autores promovem critica de que o direito promove pretensão de correção. 
Positivismo x não positivismo: muito do que se afirma em relação ao positivismo não é aceito pelos positivistas, ou seja, aquilo que é afirmado como sendo uma tese defendida pelos positivistas, não é. 
Extrema injustiça NÃO é Direito. Entre segurança jurídica e justiça, deve prevalecer a primeira, salvo os casos de EXTREMA INJUSTIÇA. 
Conforme a teoria do discurso, uma argumentação é uma argumentação correta. A correção da argumentação depende de quem argumenta conforme a teoria, e, portanto, o fato de alguém querer ganhar uma ação, não perder uma ação, etc, não exclui a possibilidade de que esse alguém apresente argumentos corretos ou que sigam a teoria do discurso. 
Estrutura da fundamentação: enfoque interno e externo. Dai então a distinção entre justificação interna e justificação externa. 
A justificação interna é uma análise para verificar se as premissas apresentadas fundamentam dedutivamente a conclusão. É um assunto da lógica. Verificar se as premissas entre si implicam ou fundamentam a conclusão. Na justificação interna é que se tem o papel da lógica no raciocínio jurídico. Ex. tem que pegar uma petição inicial, recurso, contestação, etc, e verificar quais são as premissas e se elas, encaixadas, encadeadas, dedutivamente, de tal modo que justificam dedutivamente a conclusão. Essa justificação é dedutiva. Aqui está o papel e o lugar da dedução do raciocínio jurídico. Por isso que se pode afirmar que o raciocínio jurídico é dedutivo. Mas com reservas de qualificações. 
Não se pode pensar que todo raciocínio jurídico se esgota na dedução, pois é só uma parte. O raciocínio jurídico é dedutivo mas não só dedutivo. E isto se liga à justificação externa.
A justificação externa é uma análise da verdade, da correção ou da aceitabilidade das premissas. 
	O lugar da argumentação jurídica está na argumentação externa. A argumentação externa se trata da escolha das premissas, da justificação das premissas. 
	A questão atinente à justificação das premissas fáticas é externa; à criação de regras é externa; o STF não poderia simplesmente reconhecer proteção jurídica à união estável a pessoas do mesmo sexo, precisando primeiramente criar a regra.
	Regras da justificação interna: dizem respeito à validade das inferências a partir das premissas básicas. Trata-se da análise do silogismo jurídico, no sentido de se verificar se efetivamente as premissas dadas (não importa como se chegou às premissas, pois é assunto da justificação externa) levam, fundamentam dedutivamente a conclusão. Regras:
1. Forma do argumento da afirmação do antecedente.

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